CEO do BPI quer “acreditar” que novo Governo vai acabar com contribuição extra da banca

João Pedro Oliveira e Costa manifestou alguma esperança que o novo contexto político possa permitir acabar com a contribuição extra da banca por causa da pandemia.

O presidente do BPI quer “acreditar” que o novo Governo de maioria absoluta de António Costa vai acabar com a contribuição extraordinária imposta à banca por causa da pandemia. “Se tenho expectativas? Vou acreditar que sim, que vai prevalecer o bom senso, mas pelo menos para este Orçamento não tinha sido retirado. Vamos aguardar”, afirmou João Pedro Oliveira e Costa em conferência de imprensa onde o banco apresentou um crescimento de 190% dos lucros para 307 milhões.

Para o responsável, “não faz sentido absolutamente nenhum” manter a contribuição extraordinária, considerando que se está a penalizar um setor que está a ajudar a resolver o problema da pandemia.

“É uma penalização que não entendo, ainda para mais depois de tudo o que os bancos demonstraram durante os últimos dois anos, a reestruturação que fizeram, o esforço enorme que fizeram, não foram parte do problema como no passado, são parte da solução e uma parte do problema estão a pagá-la”, acrescentou.

O BPI pagou 18,8 milhões na contribuição sobre o setor bancário, além de mais 3,6 milhões no adicional de solidariedade aplicado ao setor.

Maioria absoluta “clarifica futuro e reduz fatores de incerteza”

João Pedro Oliveira e Costa considerou ainda que o facto de Portugal passar a ter um Governo com maioria absoluta no Parlamento traz a vantagem de “clarificar o futuro e reduzir fatores de incerteza importantes”. Por outro lado, também “aumenta a responsabilidade de quem assume a difícil tarefa de governar o país que tem enorme esperança na recuperação que temos pela frente”.

E aqui falou de “uma grande oportunidade que vai criar um momento histórico”: os fundos comunitários de mais de 61 mil milhões de euros até 2029 do PRR, PT2020 e PT2030, “um valor muito significativo, praticamente 25% do PIB”.

“Temos claramente um vento de popa, como se dizem marinheiros, muito significativo”, declarou.

Novobanco? O acionista que diga o que quer

Sobre se há interesse em adquirir o Novobanco, o CEO do BPI reiterou ainda que continua apostado em crescer organicamente em Portugal e que não está a “olhar para nenhuma oportunidade específica de aquisição”. Mas lançou uma deixa aos jornalistas: em vez de questionar os potenciais interessados em comprar, porque não questionar o potencial vendedor, o fundo americano Lone Star.

Era interessante o que pensa fazer, nomeadamente ao acionista, que não é um player normal da banca, perceber quais são as suas intenções”, afirmou.

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