Lucros da Galp disparam para 457 milhões. Petrolífera propõe dividendo de 50 cêntimos
A empresa de energia liderada por Andy Brown pretende lançar um programa de recompra de ações de 150 milhões de euros. Para o exercício 2022, a Galp vai propor um dividendo de 52 cêntimos.
A Galp Energia registou um lucro de 457 milhões de euros em 2021, um regresso aos resultados positivos depois dos prejuízos de 42 milhões de euros registados em 2020, de acordo com a informação enviada esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A empresa reviu as perspetivas para este ano e, assim, vai propor um dividendo de 50 cêntimos por ação aos acionistas. As ações da petrolífera abriram o dia a cair mais de 2%, apesar do regresso aos lucros.
O ano passado, os lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) aumentaram 48%, para 2.322 milhões de euros, “potenciados por um enquadramento favorável em termos de preço do petróleo”, explica a empresa em comunicado.
De acordo com a mesma nota, a Galp aumentou o investimento em 4% em 2021, num total de 936 milhões de euros (mais 38 milhões do que no ano anterior). O upstream representou 66% do total dos investimentos, enquanto as atividades de downstream representaram 17%. Já as energias renováveis e os novos negócios receberam 15% dos investimentos. “O investimento líquido foi de 552 milhões de euros, considerando as receitas dos desinvestimentos, com destaque para a venda de uma participação na Galp Gás Natural Distribuição (GGND)” durante o primeiro semestre de 2021, destaca a empresa.
Já a dívida líquida aumentou 14%, ascendendo agora a 2,35 mil milhões de euros. Uma dívida que a petrolífera justifica com os “498 milhões de euros pagos em dividendos a acionistas e 198 milhões a interesses minoritários, bem como outros ajustamentos”. E o rácio da dívida líquida sobre o Ebitda RCA no final do período foi de 1,1x. “Excluindo os efeitos temporários não recorrentes do fundo de maneio relacionados com as contas de cobertura de risco de gás natural, o FCF teria atingido um valor recorde de mil milhões e a dívida líquida sobre o Ebitda RCA no final do ano seria de 0,8x”, detalha a mesma nota.
E se em 2020, com um prejuízo de 42 milhões de euros, a Galp propôs aos acionistas um dividendo de 35 cêntimos, este ano, com um lucro de 457 milhões de euros, a petrolífera resolveu aumentar esta remuneração para 50 cêntimos.
“Em 2021, a Galp apresentou um conjunto de resultados robustos, impulsionados por um forte contributo do negócio upstream, apesar do desempenho desafiante do downstream“, sublinha o presidente executivo na mensagem enviada aos mercados. “Confiantes da nossa solidez financeira e da resiliência do crescimento da nossa tesouraria, o conselho de administração ajustou as distribuições aos acionistas, eliminando os efeitos transitórios que afetaram a posição da dívida líquida no final do ano, com o objetivo de lançar um programa de recompra de ações de 150 milhões de euros, para além do dividendo base proposto, de 0,5 euros por ação”, acrescenta Andy Brown, sublinhando que 2021 foi o seu primeiro ano como CEO.
A empresa também reviu as diretrizes de remuneração aos acionistas, “considerando um dividendo progressivo e programas de recompra de ações suplementares”, estimando distribuir até 1/3 do cash flow operacional ajustado nos próximos anos. O ano passado, o cash flow operacional ajustado (OCF) aumentou 49% em termos homólogos para 1.852 milhões de euros, suportado pelos resultados do upstream.
Assim, para o exercício 2022, a Galp vai propor um dividendo de 52 cêntimos que será feito através de um pagamento intercalar de 26 cêntimos por ação em setembro de 2022, sendo o montante restante pago após a aprovação do dividendo em 2023 pela assembleia geral. Já a recompra de ações relativa a 2022 deverá ser executada durante o próximo ano.
A Galp revela também que prevê continuar a “expandir os seus negócios de renováveis, com a ambição de atingir uma capacidade bruta total instalada de 12 GW até 2030, e explorar outras oportunidades na cadeia de valor energética”, assim como acelerar a “descarbonização das suas operações, com a ambição de ser uma empresa com emissões líquidas zero até 2050 e com objetivos intermédios até 2030”.
(Notícia atualizada com mais informações)
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