Alemanha vai suspender processo de certificação do gasoduto Nord Stream 2
O chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou que a Alemanha vai suspender o processo de certificação do gasoduto Nord Stream 2, à luz do agravamento da crise na Ucrânia.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou esta terça-feira que a Alemanha vai suspender o processo de certificação do gasoduto Nord Stream 2, avançou a Associated Press. As autoridades germânicas vão agora avaliar a capacidade do país satisfazer as suas necessidade energéticas sem o gás natural que lhe chegaria por esta via, numa altura em que as tensões a leste estão a registar um agravamento.
Segundo notou Olaf Scholz numa conferência de imprensa em Berlim, a Alemanha tomou a decisão de parar o processo de certificação deste gasoduto que tem origem na Rússia, num momento em que o Ocidente está a estudar as sanções a aplicar a Moscovo por causa da crise na Ucrânia. Isto depois de Vladimir Putin ter anunciado o reconhecimento da independência de Donetsk e Lugansk e o envio de tropas para estas duas regiões separatistas para “manutenção da paz”, agravando as tensões a leste.
De salientar que há muito que Washington criticava a construção do gasoduto Nord Stream 2, sublinhando que acentuaria a dependência energética do Velho Continente relativamente à Rússia. Essa posição vinha sendo, de resto, partilhada também por alguns países europeus, mas a Alemanha mantinha-se firme na defesa do projeto, que deveria entrar em funcionamento já este ano.
O cenário mudou esta terça-feira, tendo o chanceler alemão anunciado a reavaliação da certificação desse gasoduto, à luz dos acontecimentos recentes na Ucrânia.
De acordo com a Associated Press, a Alemanha satisfaz hoje um quarto das suas necessidades energéticas com gás natural, fatia que deverá aumentar nos próximos anos, com a descarbonização da economia e com o encerramento de, pelo menos, três centrais nucleares. A Rússia fornece atualmente metade do gás natural usado pela Alemanha. Em comparação, a Rússia é o terceiro fornecedor de gás a Portugal, a seguir à Nigéria e aos EUA.
Também em reação à escalada das tensões a leste, o barril de petróleo está já a disparar para perto dos 100 dólares, com receios de que possa provocar disrupções na oferta à boleia desta crise.
O presidente norte-americano, Joe Biden, já garantiu que emitirá “em breve” uma ordem executiva com sanções a aplicar a Moscovo. E Bruxelas também está avaliar uma resposta à decisão de Putin. “A UE e os seus parceiros vão reagir com unidade, firmeza e determinação, em solidariedade com a Ucrânia”, escreveu a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, no Twitter.
(Notícia atualizada às 12h008)
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