INE confirma crescimento de 4,9% do PIB em 2021

A economia portuguesa cresceu 4,9% em 2021, com um contributo positivo expressivo da procura interna e um contributo da procura externa líquida foi bastante menos negativo, indica o INE.

Está confirmado. A economia portuguesa cresceu mesmo 4,9% em 2021, indicam os dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que ficam em linha com a estimativa provisória publicada no final de janeiro.

“No conjunto do ano 2021, o PIB [Produto Interno Bruto] registou um crescimento de 4,9% em volume, o mais elevado desde 1990, após a diminuição histórica de 8,4% em 2020, refletindo os efeitos marcadamente adversos da pandemia Covid-19 na atividade económica”, é explicado na nota conhecida esta segunda-feira.

De notar que este crescimento não só fica acima dos 4,8% previstos pelo Governo no Orçamento para 2022, mas também supera as projeções das principais instituições nacionais e internacionais. Por exemplo, o Banco de Portugal e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico apontavam para um crescimento de 4,8%, o Fundo Monetário Internacional esperava uma subida de 4,4% e a Comissão Europeia previa uma expansão de 4,5%.

De acordo com o INE, o crescimento de 4,9% do PIB português é explicado, por um lado, pelo “contributo positivo expressivo” da procura interna, verificando-se uma recuperação do consumo privado e do investimento, e, por outro, pelo contributo “bastante menos negativo” da procura externa, à boleia de um crescimento significativo das importações e das exportações de bens e de serviços.

Em maior detalhe, a procura interna subiu 5% em 2021, em termos reais, dando um contributo de 5,2 pontos percentuais (p.p.) para o PIB.

O consumo privado registou um crescimento de 4,4%, “recuperando parcialmente da redução de 7,1%” de 2020, evolução que se explica sobretudo pela expansão (de 5,4%) do consumo privado em bens correntes não alimentares e serviços. Já a componente de bens alimentares abrandou, passando de um crescimento de 4,8% em 2020 ara 1,5% em 2021. Por outro lado, a componente dos bens duradouro cresceu 4,6%, com um ligeiro aumento da componente dos veículos automóveis, após a quebra histórica verificada no primeiro ano da pandemia.

Quanto ao consumo público, verificou-se um crescimento de 5%. E o investimento aumentou 7,2%, em termos reais em 2021, recuperação da diminuição de 5,7% registada em 2020.

Do lado da procura externa, o INE sinaliza que houve um “contributo de -0,2 p.p., após o contributo de -2,9 p.p. em 2020″. “As exportações e as importações de bens e serviços cresceram 13,0% e 12,8% em 2021, respetivamente, depois das expressivas diminuições registadas em 2020 (taxas de -18,6% no caso das exportações e -12,1% no das importações)”, avança o gabinete de estatísticas.

No que diz respeito especificamente às exportações de bens, verificou-se um aumento de 11,1% em volume, enquanto as exportações de serviços cresceram 18,6%, refletindo a recuperação do turismo. “Com uma evolução semelhante, as importações de bens cresceram 11,9% e as de serviços 18,1%”, acrescenta o INE.

Já em termos nominais, em 2021, a economia nacional aumentou 5,7%, atingindo cerca de 211 mil milhões de euros.

A nota divulgada esta segunda-feira confirma, além disso, os números relativos ao quarto trimestre do ano. Entre outubro e dezembro, o PIB subiu 5,8%, em termos homólogos, e 1,6% em cadeia. Verificou-se, portanto, uma aceleração na comparação homóloga (no trimestre anterior, a subida tinha sido de 4,4%), mas uma desaceleração na ótica em cadeia (no trimestre anterior, o crescimento tinha sido de 2,8%).

Na comparação com o quarto trimestre de 2020, o INE destaca que o contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB “foi positivo, contrariamente ao trimestre anterior, em consequência da aceleração em volume das exportações de bens e serviços”. Também a nível da procura interna, foi registado um contributo positivo, que até superou ligeiramente o registado entre julho e setembro.

Já na ótica em cadeia, o gabinete de estatísticas salienta que se verificou “uma diminuição do contributo positivo da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB”, daí a desaceleração da economia.

Para 2022, o Governo prevê um crescimento superior a 5,5% da economia nacional, projeção que pode agora ter de ser revista por força da ofensiva que está a ser levada a cabo pela Rússia na Ucrânia.

(Notícia atualizada às 11h55)

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