“Temos de tomar medidas que firam o regime russo, mas não sejam haraquiri para nós”, diz Santos Silva
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE fizeram uma "primeira discussão a nível político sobre novas sanções" contra a Rússia, adiantou Augusto Santos Silva.
A União Europeia está a ponderar endurecer as sanções impostas à Rússia, face à invasão da Ucrânia, nomeadamente através de novas medidas de isolamento nas organizações internacionais, adiantou esta sexta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Augusto Santos Silva falava à saída de uma reunião com os seus homólogos comunitários, na qual foi feita “uma primeira discussão a nível político” sobre esta matéria. “Temos de tomar medidas que firam a economia e o regime russos, mas que não sejam um haraquiri para nós próprios”, atirou o responsável português, em declarações aos jornalistas, transmitidas pela RTP 3.
“Tendo em conta a evolução, infelizmente, muito negativa da situação no terreno, com a continuação e o agravamento da agressão militar russa [contra a Ucrânia], fizemos uma primeira discussão a nível político sobre novas medidas e novas sanções”, explicou o ministro.
Esse agravamento das sanções deverá ter, segundo explicou Augusto Santos Silva, reflexos em quatro áreas.
Primeiro, através de novas medidas de isolamento da Rússia nas organizações internacionais, designadamente nas instituições financeiras multilaterais. Segundo, procedendo-se ao alargamento da lista de personalidades russas ligadas à oligarquia e ao regime a serem sancionadas. Terceiro, avançando-se com a expansão das sanções económicas, “designadamente no que diz respeito ao banimento do acesso ao SWIFT ou à proibição das transações económicas ou financeiras no espaço europeu”. E quarto, diminuindo a dependência europeia face ao gás e petróleo russos.
O ministro dos Negócios Estrangeiros fez questão de notar que não está em cima da mesa um novo quadro de sanções, mas um agravamento das penalizações já impostas, com a adição de novas entidades e personalidades à lista dos visados.
Aos jornalistas, Augustos Santos Silva disse também que é preciso equilibrar o impacto dessas sanções entre os Estados-membros europeus, notando, por exemplo, que há países que dependem do gás russo de modo muito mais significativo do que Portugal. “Temos de tomar medidas que firam a economia e o regime russos, mas que não sejam um haraquiri para nós próprios“, atirou o responsável.
Foi a 24 de fevereiro que a Rússia deu início à invasão da Ucrânia, tendo atacado várias cidades. Desde então, tanto a União Europeia, como os Estados Unidos já impuseram sanções, mas Vladimir Putin não cedeu. Esta madrugada, os russos atacaram a maior central nuclear da Europa, ato que tem gerado críticas e preocupação. Para este fim de semana, está prevista, ainda assim, uma nova ronda das negociações de paz.
(Notícia atualizada às 18h15)
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