Empresas da periferia da Zona Euro deverão emitir 18 mil milhões em dívida lixo
Empresas da periferia da Zona Euro, inluindo Portugal, deverão emitir mais de 18 mil milhões de euros em obrigações consideradas lixo em 2017, ano de normalização do mercado de alto rendimento.
As empresas da periferia da Zona Euro deverão emitir mais de 18 mil milhões de euros em dívida de elevado grau especulativo (considerada “lixo”) ao longo de 2017, uma evolução que marca a normalização do mercado de obrigações empresariais de alto rendimento depois da queda em 2015, diz a Moody’s.
“A procura por rendimentos num ambiente de juros em mínimos históricos e de modesta atividade de fusões e aquisições vai marcar o ritmo de emissões em 2017″, refere Pieter Rommens, vice-presidente da Moody’s. “Contudo, receios económicos e instabilidade política em Itália e Espanha, a sustentabilidade da dívida pública da Grécia e riscos resultantes das eleições em França, Holanda e Alemanha poderão pressionar as emissões”, explica aquele analista.
As necessidades de refinanciamento de grandes empresas na periferia do bloco da moeda única, que inclui Portugal, Espanha, Itália, Grécia e Irlanda, deverão contribuir para o elevado volume de dívida de alto rendimento que será emitido este ano.
"A procura por rendimentos num ambiente de juros em mínimos históricos e de modesta atividade de fusões e aquisições vai marcar o ritmo de emissões em 2017. Contudo, receios económicos e instabilidade política em Itália e Espanha, a sustentabilidade da dívida pública da Grécia e riscos resultantes das eleições em França, Holanda e Alemanha poderão pressionar as emissões.”
Poderão destacar-se a Fiat Chrysler, a Wind, Ardagh Packaging e Telecom Italia como repetentes num ano que deverá manter-se fraco ao nível de estreantes na emissão de obrigações com elevado grau de risco atribuído pela Moody’s.
A agência nota ainda que dificilmente o mercado terá um nível de emissões igual ao de 2014, em que alcançou um recorde de 30 mil milhões de dólares (aproximadamente 28,4 mil milhões de euros), por quatro razões:
- Os chamados empréstimos covenant-lite estão a tornar-se uma alternativa mais atrativa para obrigações de alto rendimento na Europa;
- Persistem preocupações em torno das reformas estruturais e da consolidação orçamental em todos os países da periferia, com exceção da Irlanda;
- As perspetivas de crescimento da Moody’s para a emissão global de rendimento elevado da EMEA são moderadas, na melhor das hipóteses;
- O mercado primário de títulos permanece volátil.
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