Petróleo acelera para 128,85 dólares após notícia de que EUA vão banir importações de energia da Rússia

Casa Branca já terá decidido e vai mesmo avançar sem a União Europeia na proibição da importação de energia da Rússia, avança a Bloomberg.

A Casa Branca prepara-se para anunciar esta terça-feira a proibição das importações de energia da Rússia, uma sanção significativa que visa castigar o Kremlin pela invasão da Ucrânia. A notícia foi avançada pela Bloomberg e confirmada pelo The New York Times.

A proibição deverá abranger as importações de petróleo, gás natural liquefeito (GNL) e carvão. A União Europeia (UE) não participa na medida, apesar de ter sido consultada antes da tomada desta decisão, assegura a agência financeira.

À luz desta notícia, que ainda não foi confirmada oficialmente, os preços do petróleo aceleraram nos mercados internacionais, com os investidores a anteciparem uma redução na oferta disponível. O Brent, referência para as importações portuguesas, sobe 4,6%, para 128,85 dólares o barril, enquanto o WTI avança 4% em Nova Iorque, para 124,27 dólares.

O The New York Times refere que o anúncio por parte da Casa Branca está marcado para as 15h45, hora de Lisboa. Circulam ainda informações sobre a possibilidade de, por volta das 16h00, o Governo britânico anunciar medidas para reduzir, de forma faseada, as importações de petróleo e gás russo pelo Reino Unido.

A Bloomberg escreve que a decisão de Biden terá sido precipitada pela crescente pressão do Congresso norte-americano, que se prepara para avançar com medidas próprias, independentemente da posição da Administração. Na segunda-feira, fonte oficial da Casa Branca tinha dito que nenhuma decisão estava tomada a este nível.

O Presidente Biden vinha a resistir na opção de proibir as importações de energia russa, dado que a sanção pode impulsionar ainda mais os preços já bastante elevados do barril de petróleo. Ainda esta segunda-feira, o Brent chegou a transacionar nos 139 dólares, um valor que não era visto desde 2008.

Por sua vez, a subida dos preços do petróleo gera aumentos nos preços dos combustíveis rodoviários, que atingiram recordes esta semana nos EUA, mas também em Portugal. Este fator tem vindo a penalizar a popularidade de Biden, num ano em que se realizam as eleições intercalares nos EUA, marcadas para 8 de novembro.

A Europa está mais dependente dos fornecimentos russos do que os EUA, dado que a Rússia fornece, aproximadamente, 40% do gás natural consumido no continente. Em contrapartida, só 3% do petróleo que chegou aos EUA no ano passado teve origem na Rússia e, em média, o petróleo russo representa 8% das importações norte-americanas de crude.

Ainda assim, a decisão é bastante significativa do ponto de vista da Rússia, na medida em que o petróleo e derivados, o gás natural e o carvão são, de longe, os principais produtos exportados pelo país.

O petróleo é também a principal fonte de moeda estrangeira para a Rússia, o que deve ser visto à luz da queda acentuada do rublo nos últimos dias e do facto de Vladimir Putin se encontrar impedido de aceder aos 630 mil milhões de dólares de reservas em moeda estrangeira da Rússia, um efeito das sanções aplicadas pelo Ocidente.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h06)

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