Sonae pagou 60 milhões em prémios de desempenho em 2021
O grupo liderado por Cláudia Azevedo teve 4.339 colaboradores a participar em programas de mobilidade interna no ano passado, em que deu também mais de 1,2 milhões de horas de formação.
Num “ano difícil”, em que muitas lojas estiveram encerradas ou a funcionar de forma limitada por causa da pandemia, a Sonae recrutou um total de 744 pessoas, com destaque para os negócios de retalho alimentar (MC) e de moda (Zeitreel), terminando o exercício de 2021 com cerca de 47 mil funcionários nas empresas integralmente consolidadas.
O conglomerado que detém marcas como o Continente ou a Worten distribuiu um total de 60 milhões de euros em prémios variáveis, pelo desempenho dos colaboradores, o que representa uma subida de 10% em relação ao ano anterior. Segundo os números apresentados pela presidente executiva, Cláudia Azevedo, a massa salarial do grupo nortenho aumentou para 707 milhões de euros em 2021.
Na semana passada, a Jerónimo Martins, liderada por Pedro Soares dos Santos, com base nos lucros atingidos, anunciou que vai passar um cheque de cerca de 550 euros a “todas as equipas operacionais”, o que inclui os trabalhadores dos centros de distribuição em Portugal e também os funcionários das lojas do Pingo Doce, Recheio, Jeronymo e Hussel.
Na Sonae, o crescimento no número de postos de trabalho foi acompanhado por um reforço das mulheres em cargos de liderança. No final de dezembro equivaliam a 37% do total, “evidenciando claramente que a Sonae está no caminho certo” para atingir a meta traçada de alcançar uma percentagem de 39% até 2023.
Este sublinhado foi feito em conferência de imprensa pelo membro do comité executivo e diretor da área de desenvolvimento (CDO), João Günther Amaral, notando que o grupo fundado em 1959 e sediado na Maia tem de ter “equipas diversas, com todo o tipo de pessoas, de diferentes géneros, raças, religiões e países”.
Formados, requalificados e… móveis
O gestor destacou ainda a “aposta na educação”, com mais de 1,2 milhões de horas de formação dadas em 2021 (mais 12% do que em relação a 2020), além da participação no programa de reconversão profissional Reskilling 4 Employment (R4R). Uma iniciativa europeia que, até 2025, pretende envolver um milhão de profissionais que vão perder os empregos devido aos efeitos económicos que terão as transições digital ou verde.
Por outro lado, um total de 4.339 colaboradores da Sonae aderiram no ano passado a programas de mobilidade interna, seja dentro de cada empresa ou cruzada entre duas empresas do grupo. “Isto é uma experiência única, enriquecedora, de mudança de chefia, de posto de trabalho, muitas vezes de geografia. São coisas que permitem preparar o amanhã de forma muito intensa”, frisou João Günther Amaral.
A mobilidade interna é uma experiência única, enriquecedora, de mudança de chefia, de posto de trabalho, muitas vezes de geografia,
Consciente de que os refugiados da Ucrânia vão precisar de apoio, que se estende desde a forma como são recebidos, até ao alojamento, à educação das crianças e ao emprego, a empresa portuguesa que reclama o estatuto de ser aquela que mais investe em investigação e desenvolvimento (I&D) –- foram mais de 114 milhões em 2020, o ano mais recente para o qual apresenta dados completos — está a preparar o lançamento da plataforma Sonae For Ukraine.
Os lucros da Sonae aumentaram para 268 milhões de euros em 2021, um crescimento de 45,6% face ao ano anterior. Este é o valor mais elevado dos últimos oito anos. O volume de negócios consolidado da empresa liderada por Cláudia Azevedo subiu 5,3% e atingiu um valor recorde, ultrapassando os sete mil milhões de euros.
Esta quinta-feira, a CEO da Sonae garantiu que “não tem nenhum sinal” de que possam vir a faltar produtos alimentares nas prateleiras do Continente. E apesar do contexto de aumento de custos com a energia e com as matérias-primas, promete igualmente que vai “lutar” por manter os preços baixos para os consumidores e que “não vão faltar as promoções” nos supermercados em 2022.
Numa fase em que continuam “parados” os processos judiciais em Portugal e também em Angola relativamente a Isabel dos Santos, com quem tinha criado a Zopt para juntar os interesses no setor das telecomunicações — e que controlavam em partes iguais —, Cláudia Azevedo admitiu que “a única coisa boa no meio disto tudo é que a Nos mantém um desempenho muito bom e conseguiu-se proteger a empresa de qualquer turbulência acionista”.
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