Portugal apoiaria embargo total da UE a gás e petróleo da Rússia, diz Gomes Cravinho
No dia em que Parlamento Europeu apelou a “um embargo total imediato às importações russas" de energia, João Gomes Cravinho adiantou que Portugal apoiaria "qualquer medida coletiva nesse sentido".
Portugal apoiaria um embargo total da União Europeia às importações de todas as matérias-primas energéticas da Rússia, incluindo gás e petróleo, para ajudar a paralisar o financiamento da máquina de guerra russa, disse esta quinta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros.
No mesmo dia em que o Parlamento Europeu apelou, em Estrasburgo, a “um embargo total imediato às importações russas de petróleo, carvão, combustível nuclear e gás” e questionado sobre se será esse o caminho a seguir, João Gomes Cravinho respondeu que “a prazo, vai ser”.
“Ou seja, a dependência energética por parte de alguns países europeus vai ter de ser completamente repensada. Do lado português, nós naturalmente que apoiaríamos qualquer medida coletiva nesse sentido”, disse o governante, que participou em Bruxelas numa reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO.
Gomes Cravinho observou que a dependência energética de Portugal face à Rússia “é relativamente limitada”, o que “não quer dizer que (a eventual decisão) não tenha algumas consequências negativas”.
“Mas em termos de ajudar a paralisar a economia que sustenta a máquina de guerra russa, é algo que, do nosso lado, nós apoiaríamos. Há outros países europeus para os quais é mais difícil e para esses países o fundamental é conseguirem encontrar outras soluções para diminuírem a sua dependência em relação à Rússia”, disse.
Numa resolução adotada na sessão plenária em Estrasburgo, o Parlamento Europeu apelou a um “embargo total” da UE às importações de matérias-primas energéticas da Rússia, em represália à invasão da Ucrânia, uma questão que divide os Estados-membros, mas que parece colher cada vez mais apoios.
Na quarta-feira, dirigindo-se precisamente ao Parlamento Europeu, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse acreditar que as sanções da UE à Rússia devido à sua agressão à Ucrânia deverão abranger, “mais cedo ou mais tarde”, importações de petróleo e gás russo.
“Eu penso que medidas sobre o petróleo e mesmo o gás também serão necessárias mais cedo ou mais tarde”, disse.
Intervindo a seguir a Charles Michel, a presidente da Comissão Europeia, que na véspera propôs uma proibição de importação pela União Europeia de carvão russo, explicou no hemiciclo o alcance deste quinto pacote de sanções colocado sobre a mesa, que, sublinhou, não será o último.
“Neste ponto crítico da guerra, temos de aumentar a pressão sobre (o Presidente russo Vladimir) Putin e o governo russo. É por isso que propomos um endurecimento ainda maior das nossas sanções. […] Vamos impor uma proibição de importação de carvão da Rússia, no valor de quatro mil milhões de euros por ano. Esta é a primeira vez que sancionamos diretamente a importação de combustíveis fósseis da Rússia, cortando assim uma importante fonte de receitas”, sublinhou.
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