Vodafone e Three estão oficialmente ‘casadas’ no Reino Unido e vão gastar 13 mil milhões na lua-de-mel

Mercado britânico de telecomunicações tem novo xerife: a VodafoneThree acaba de se tornar a nova líder de mercado, após concluída a fusão entre as duas empresas, com 27 milhões de clientes no total.

A subsidiária britânica do grupo Vodafone uniu-se à rival Three para criar um gigante de telecomunicações com 27 milhões de clientesEPA/TOLGA AKMEN

O casamento está consumado. A Vodafone UK e a Three anunciaram esta segunda-feira a conclusão de uma fusão que dá origem a um gigante de telecomunicações no Reino Unido com 27 milhões de clientes. A nova empresa chama-se VodafoneThree e já é líder no mercado britânico, após o fecho desta transação avaliada em 15 mil milhões de libras (17,77 mil milhões de euros).

A fusão entre a Vodafone UK e a Three tinha sido anunciada em 2023 e mereceu a aprovação da Autoridade da Concorrência e dos Mercados (CMA) do Reino Unido em dezembro de 2024, embora sujeita a compromissos. Uma das promessas que ajudou a viabilizar o negócio foi o pacote de investimentos de 11 mil milhões de libras (cerca de 13 mil milhões de euros), para executar ao longo dos próximos dez anos, na melhoria da rede móvel 5G no país — que, segundo o grupo Vodafone, se tornará numa “das mais avançadas da Europa”.

Deste montante, a nova empresa — detida em 51% pelo grupo Vodafone e em 49% pela CK Hutchison, anterior dona da Three — planeia investir 1,3 mil milhões de libras (1,54 mil milhões de euros) já no primeiro ano após esta fusão. “Isto permitirá à empresa acelerar o desenvolvimento da sua rede”, refere a Vodafone num comunicado.

Por ordem do regulador da concorrência, as duas empresas tiveram de aceitar limites nos preços de um conjunto selecionado de tarifários por um prazo mínimo de três anos. Nesse período, ao nível grossista, terão ainda de praticar preços e termos contratuais predefinidos, para assegurar que os operadores móveis virtuais continuam a ter acesso a condições competitivas no mercado.

Ambas esperam que, ao fim de cinco anos, a contar a partir de agora, a combinação dos dois negócios permita gerar sinergias de 700 milhões de libras (829,6 milhões de euros) por ano, ao nível do investimento e de poupanças nos custos. Max Taylor, que era CEO da Vodafone UK, assume agora a liderança da VodafoneThree, que conta com Darren Purkis, que transita da Three, no cargo de CFO.

Com esta fusão entre a terceira e a quarta operadora em quota de mercado, o Reino Unido fica reduzido a três operadoras: a VodafoneThree, a BT/EE (maioritariamente detida pelo grupo indiano Bharti Televentures) e Virgin Media O2 (controlada a meias pela Liberty Global e pela Telefónica).

“Estamos ansiosos por dar início à construção da nossa rede e oferecer rapidamente aos clientes uma maior cobertura e qualidade de rede superior. A transação conclui a reformulação da Vodafone na Europa e, depois deste período de transição, estamos bem posicionados para o crescimento no futuro”, disse Martherita Della Valle, CEO do grupo Vodafone, citada num comunicado.

De acordo com o The Guardian, o sindicato Unite, um dos maiores do Reino Unido, estima que a fusão entre a Vodafone e a Three resulte na perda de 1.600 empregos. Um número que a Vodafone rejeita, argumentando que esta operação resultará na criação de mais emprego.

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Regulador britânico autoriza fusão entre Vodafone e Three, criando um gigante com 27 milhões de clientes

Autoridade da concorrência do Reino Unido permite que a operação de 18 mil milhões de euros avance, desde que as duas empresas invistam "milhares de milhões" no 5G e aceitem limites nos preços.

A autoridade da concorrência do Reino Unido decidiu esta quinta-feira permitir que a Vodafone e a Three se fundam num gigante com 27 milhões de clientes, numa operação que reduzirá de quatro para três o número de operadores presentes no mercado britânico.

O negócio de 15 mil milhões de libras (18,12 mil milhões de euros) tem permissão para avançar desde que as duas empresas assumam compromissos legalmente vinculativos, incluindo investirem “milhares de milhões” na expansão do 5G em todo o país e aceitarem limites nos preços de alguns dos seus tarifários móveis pelos próximos três anos.

“A Autoridade da Concorrência e dos Mercados (CMA) decidiu que a fusão da Vodafone com a Three deve poder avançar se as duas empresas assinarem compromissos vinculativos para investirem milhares de milhões no desenvolvimento de uma rede 5G conjunta no Reino Unido”, anunciou o regulador num comunicado. A Vodafone e a Three são, respetivamente, o terceiro e quarto operador em quota de mercado no país.

A entidade tinha receio de que a fusão resultasse em preços mais altos para os consumidores e condições menos favoráveis para os operadores virtuais, outras empresas que prestam serviços de telecomunicações com base nas redes da Vodafone e da Three. Agora, na decisão final, a CMA assume que a assunção de remédios pelas duas operadoras permite resolver as preocupações, nomeadamente:

  • o cumprimento de um plano conjunto de rede que prevê a atualização e melhoria da rede móvel 5G no Reino Unido ao longo de oito anos, “beneficiando milhões de utilizadores”;
  • limites nos preços de um conjunto selecionado de tarifários e planos de dados móveis durante três anos, “diretamente protegendo” os consumidores de eventuais aumentos de preços;
  • oferta de preços e termos contratuais predefinidos ao nível grossista, durante três anos, assegurando que os operadores móveis virtuais têm acesso a condições mais competitivas no mercado.

A fiscalização do cumprimento destas obrigações será da responsabilidade da própria CMA, mas também da Ofcom, o regulador britânico das comunicações. Com esta decisão, o Reino Unido passa a ser um mercado de três operadores, com a nova operadora que resultará da fusão a ser líder de mercado e a competir diretamente com a BT/EE e a Virgin Media O2.

A Vodafone tem seguido a via da consolidação noutros mercados. Já vendeu a operação em Itália à Swisscom e em Espanha à Zegona. Em Portugal, tentou adquirir a Nowo, mas o negócio foi chumbado pela Autoridade da Concorrência. A Nowo acabou por ser vendida à Digi neste verão.

Num comunicado, a Vodafone congratula-se com o anúncio do regulador britânico da concorrência: “A decisão de hoje cria uma nova força no mercado de telecomunicações do Reino Unido e desbloqueia investimento necessário para construir a infraestrutura de rede que o país merece”, reagiu a CEO da operadora, Margherita Della Valle.

“Os consumidores e as empresas terão acesso a uma cobertura mais ampla, velocidades mais rápidas e melhor qualidade na conectividade em todo o Reino Unido, à medida que construímos a maior e melhor rede no nosso mercado doméstico”, acrescentou a gestora, citada na mesma nota.

Este negócio tinha sido anunciado por ambas as empresas no ano passado, através do qual a Vodafone ficará, inicialmente, com 51% da nova operadora, enquanto a CK Hutchison, acionista da Three, deterá com os restantes 49%. Ao fim de três anos, a Vodafone terá uma opção de compra da posição que não detém.

Com mais este passo, que era decisivo para a concretização do negócio, a fusão entre a Vodafone e a Three deverá estar formalmente concluída na primeira metade de 2025, segundo a Vodafone.

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Receitas trimestrais da Vodafone Portugal sobem 5%

  • ECO e Lusa
  • 25 Julho 2024

A Vodafone Portugal gerou 312 milhões de euros de receitas para o Grupo Vodafone no trimestre de de abril a junho.

As receitas da Vodafone Portugal subiram cerca de 5% no primeiro trimestre fiscal, de abril a junho, tendo atingido 312 milhões de euros. Já as receitas do grupo subiram 2,8% em termos homólogos, para 9.036 milhões de euros, segundo informação preliminar divulgada esta quinta-feira.

A empresa, que não avançou dados sobre os lucros, adiantou que as receitas mais elevadas de serviços orgânicos foram compensadas por movimentos adversos nas taxas de câmbio. O lucro operacional aumentou 42,9% para 1.545 milhões de euros, impulsionado principalmente por um ganho de 700 milhões de euros com a venda de uma participação de 18% na Indus Towers, que deixou a Vodafone com 3,1%.

O grupo anunciou também há poucos dias a venda, por 1.300 milhões de euros, de 10% da sua participação na operadora europeia de torres móveis Vantage Towers, alcançando uma estrutura de propriedade conjunta de 50% com um consórcio de fundos de investimento.

A Vodafone iniciou um processo de recompra de ações por 2.000 milhões de euros depois de concretizar em maio a venda da Vodafone Espanha ao fundo britânico Zegona por 5.000 milhões de euros, segundo o comunicado. A empresa também espera fechar uma fusão com a Three UK no Reino Unido até o final do ano, o que lhe dará 51% da empresa combinada, com 49% no grupo CK Hutchison.

A CEO da Vodafone, Margherita Della Valle, afirma, em comunicado, que o desempenho no primeiro trimestre fiscal “é consistente” com o guidance para o ano. “Continuamos a apresentar um forte crescimento das receitas em África e na Turquia, enquanto a inflação mais baixa está a abrandar o crescimento das receitas na Europa e a acelerar o crescimento do EBITDA do grupo”, refere a CEO.

As receitas de serviço do grupo “cresceram 5,4%, embora na Alemanha tenhamos assistido a uma queda esperada nas receitas de serviço, na sequência do impacto contínuo da alteração da lei da televisão”, prossegue.

“Continuamos a progredir nas nossas transações em Itália e no Reino Unido, bem como na transformação mais ampla da Vodafone, focada na experiência do cliente, no crescimento do negócio e na execução operacional na Alemanha. As ações que estamos a tomar agora irão proporcionar um melhor desempenho e apoiar a recuperação da Vodafone”, conclui a gestora.

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Vodafone vende mais 10% da Vantage Towers por 1,3 mil milhões

Empresa de torres de telecomunicações passa a ser detida a meias pela Vodafone e por um consórcio de fundos.

A Vodafone alienou mais 10% da Vantage Towers ao mesmo grupo de investidores a quem já tinha vendido parte desta empresa em 2022, anunciou a operadora num comunicado.

Com esta operação, a Vantage Towers passa a ser detida em 50/50 pela Vodafone e pelo consórcio de investidores liderado pela Global Infrastructure Partners e KKR, tal como previsto quando a parceria foi estabelecida há dois anos.

A operadora de telecomunicações britânica pretende usar este encaixe na redução do endividamento, tendo já obtido 6,6 mil milhões de euros desde que permitiu a entrada de terceiros no capital da Vantage Towers, empresa que também tem torres de telecomunicações em Portugal.

Nos últimos meses, a Vodafone tem estado vendedora. Em março, deixou o mercado italiano com a venda da operação à Swisscom, por oito mil milhões de euros. Em outubro do ano passado, a Vodafone Espanha foi vendida à Zegona por cinco mil milhões. No Reino Unido, a Vodafone e a Three estão em processo de fusão.

Em Portugal, no entanto, a Vodafone tentou adquirir a concorrente Nowo, mas o negócio foi chumbado pela Autoridade da Concorrência.

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Digi sem acordos de roaming nacional com as operadoras

Apesar de os ter incentivado, a Anacom confirma que ainda não existe nenhum acordo de roaming nacional em Portugal. Digi queixa-se de que ofertas são "caras".

O roaming nacional, que permite aos clientes de uma operadora usarem as redes das empresas concorrentes, foi uma das grandes bandeiras da anterior administração da Anacom para incentivar a partilha de infraestruturas no país. Mas, quase três anos depois de concluído o leilão do 5G, continua a não existir qualquer acordo desse tipo celebrado em Portugal.

“Não existem acordos de roaming nacional em Portugal”, confirmou ao ECO, esta segunda-feira, fonte oficial da autoridade das comunicações — que, nas regras do leilão realizado entre 2020 e 2021, incluiu a obrigação de as operadoras já estabelecidas (Meo, Nos e Vodafone) darem aos chamados “novos entrantes” o acesso a acordos de roaming nacional durante dez anos, prazo que poderá ser estendido se necessário.

O objetivo do regulador, então liderado por João Cadete de Matos, era permitir que empresas como a romena Digi, que comprou licenças 5G e está a preparar a entrada no mercado nacional, pudessem assinar contratos com as concorrentes para acelerar a sua cobertura no país. Porém, “ao que sabemos, a opção da Digi em Portugal tem sido a instalação de infraestrutura própria”, reconhece a Anacom, presidida atualmente por Sandra Maximiano.

Não existem acordos de roaming nacional em Portugal.

Fonte oficial da Anacom

Digi diz que ofertas “são caras”

A empresa, por sua vez, explicou recentemente porque ainda não assinou nenhum acordo de roaming nacional em Portugal: são caros e não compensam.

Durante a apresentação de resultados do primeiro trimestre pelo grupo romeno, Serghei Bulgac, CEO da Digi Communications, explicou aos investidores que, apesar de ter muito interesse em assinar estes acordos com a concorrência, tal não foi possível “devido à falta de ofertas apropriadas recebidas dos operadores existentes”.

“Não existe nenhuma obrigação que nos dê acordos de roaming nacional que possamos usar. Recebemos ofertas para acordos de roaming nacional em Portugal, que são caras e nem nós somos obrigados a aceitá-las, nem os operadores estão obrigados a dá-las. Não existe uma forte obrigação de fornecer acordos funcionais de roaming nacional”, disse o gestor.

“Cabe aos outros operadores, se nos quiserem na sua rede, fornecer uma oferta que funcione. Se não nos querem na sua rede, não nos irão fazer uma oferta”, acrescentou nessa apresentação de resultados aos investidores.

Enquanto era presidente da Anacom, Cadete de Matos foi sempre um firme defensor da partilha de infraestruturas e dos acordos de roaming nacional. Para exemplificar a sua utilidade, queixava-se de que, perto da fronteira, um cliente de uma operadora portuguesa sem cobertura nessa zona é capaz de fazer uma chamada usando a rede de uma operadora espanhola, enquanto deveria poder usar a rede de outra operadora portuguesa presente na região.

Como tal, decidiu incluir no regulamento do leilão a obrigação de as operadoras darem acesso, pelo prazo de dez anos, a acordos de roaming nacional às empresas estreantes no mercado. Em contrapartida, estabeleceu obrigações adicionais de cobertura aos “novo entrantes” que assinarem esses contratos, beneficiando da medida.

Setor já partilha infraestruturas

Apesar da inexistência de acordos de roaming nacional, o setor já partilha infraestruturas. No dia 22 de outubro de 2020, a Nos e a Vodafone assinaram um acordo para “partilha de ativos móveis de abrangência nacional”.

“Nas zonas de menor densidade populacional, tipicamente rurais e no interior do país, a Vodafone e a Nos farão uma utilização comum de infraestruturas de suporte às suas redes móveis (torres, mastros, etc.) e partilharão os seus equipamentos ativos de rádio (antenas, amplificadores e demais equipamentos), sem que haja, porém, partilha de espetro”, explicaram na altura.

Além disso, as duas empresas partilham infraestruturas de fibra ótica desde 2017, tendo expandido esta parceria em janeiro deste ano.

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“Anacom e Governo têm de incentivar a consolidação”, defende CEO da Nos

Miguel Almeida, da Nos, acredita que o caminho "inevitável" das telecom é a consolidação. Mas o CEO da Vodafone discorda e diz que o caso da Nowo criou um precedente negativo.

A entrada da Digi no mercado de telecomunicações em Portugal marcou em grande parte esta quarta-feira o painel ‘Estado da Nação da Comunicações’ no 33ª Congresso da APDC. As reações das três principais operadoras existentes aos comentários da presidente da Anacom sobre a chegada da empresa romena passaram pelo tema do equilíbrio entre concorrência e investimento, mas também pelo da consolidação como solução.

“O caminho é simples e é inevitável, na minha perspetiva e tenho confiança que vai naturalmente acontecer”, disse Miguel Almeida, CEO da Nos. “Portugal costuma ser mais demorado, é uma tradição, mas vai acontecer, e por mim passa pela consolidação“, explicou. “Podem achar estranho estar a falar de consolidação quando comercialmente o tal novo operador ainda não entrou”, admitiu.

Miguel Almeida, CEO da NosHugo Amaral/ECO

Miguel Almeida adiantou que aquilo que vai ter que acontecer em Portugal e aquilo que será a medida de sucesso deste mandato do regulador e também responsabilidade do Governo é de facto criar as condições para a consolidação“.

“E vou mais longe, incentivar e impulsionar que isso aconteça, sob pena, de quando chegarem as novas atualizações de tecnologia, de ter consequências dramáticas para o país, senão ficamos para trás“, vincou.

Luís Lopes, CEO da Vodafone Portugal, não vê o futuro do setor, pelo menos em Portugal, a seguir o caminho das fusões e aquisições, especialmente tendo em conta as dificuldades que a empresa enfrenta na tentativa de comprar a Nowo, uma operadora com uma quota de mercado de 2%.

“Estou em desacordo com o Miguel, não vejo consolidação possível neste mercado porque há aqui um precedente que se está a abrir nesta matéria, bastante surpreendente”, referiu.

Luís Lopes, CEO da Vodafone PortugalHugo Amaral/ECO

“Por isso temo que se calhar um plano de negócio que passaria por consolidação futura possa ser um plano de negócios que de repente vê aqui algumas dificuldades relativamente a esse pressuposto” vincou.

Instado – pelo moderador do painel, António Costa, diretor do ECO – a explicar o que aconteceu nessa operação, Luís Lopes respondeu: “Não tem explicação, começo por essa frase”.

Recordou que há um ano, precisamente no congresso da APDC já tinha ficado surpreendido pelo processo ir para investigação aprofundada, o que quer dizer que existiam algumas dúvidas por parte da Autoridade da Concorrência sobre a operação. “Passou um ano, a operação ainda não está concluída, sendo que existe um sentido provável de decisão há cerca de um mês, no sentido de não aprovar”, vincou.

A Vodafone, sendo uma empresa que tem um acionista estrangeiro, vê esta situação em Portugal com uma perplexidade enorme, uma incompreensão muito grande

Luís Lopes

CEO da Vodafone Portugal

“A Vodafone, sendo uma empresa que tem um acionista estrangeiro, vê esta situação em Portugal com uma perplexidade enorme, uma incompreensão muito grande”, frisou.

Luís Lopes recordou que essa “incompreensão” já aconteceu no passado em relação a matérias como o leilão do 5G, “portanto existe sempre um risco muito grande que um investidor estrangeiro não consiga perceber o que se passa no país e com isso retire investimento”.

A Digi e o equilíbrio

A discussão sobre o caminho a percorrer pelo setor veio no seguimento do keynote speech da sessão, na qual Sandra Maximiano, presidente da Anacom há precisamente cinco meses, explicou que, com vista à promoção da concorrência, o regulador tem promovido medidas do lado da oferta.

“Destaco primeiro o reforço das condições para que as empresas possam entrar e competir ativamente no mercado”, disse. “Em breve um novo operador, a Digi, entrará no mercado português, o que levará, esperemos, a uma reação criativa e saudavelmente competitiva dos operadores”, vincou.

Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal, reagiu de forma direta. “Relativamente à criatividade, na nossa empresa provamos ao longo dos tempos que fomos criativos, porque soubemos inverter o curso das coisas e continuamos a manter a liderança, e talvez fomos o operador que mais foi desafiado por novos entrantes pela liberalização,“ referiu.

“Respeitamos todos os novos entrantes. Não sabemos qual vai ser o posicionamento deste novo entrante, embora podemos ter uma ideia consoante o que faz noutros mercados”, adiantou.

Ana Figueiredo, CEO da Altice PortugalHugo Amaral/ECO

Para Ana Figueiredo, “muitas vezes no nosso setor debate-se muito o tema do preço, competitividade e trazer competividade é trazer um entrante, e dois entrantes e três entrantes”.

Vincou que num setor que é capital intensivo, não é, no entanto, “suposto termos uma multiplicidade de players porque não existe capacidade, nem sequer existe espetro disponível para todos se tivermos uma fragmentação do mercado”.

Miguel Almeida referiu que teve pena de não ter ouvido a presidente da Anacom falar de um ponto essencial que vê como central à missão da Anacom. “Neste setor, que tem características específicas, a função de utilidade, a forma de maximizar o valor para a sociedade, passa por encontrar um ponto de equilíbrio muito importante entre por um lado a concorrência e, por outro, o investimento“.

“É absolutamente crítico e qualquer perspetiva de médio longo prazo tem de encontrar este equilíbrio”, disse. “Agora é evidente se à data de hoje, e basta olhar para os números e a rentabilidade dos operadores, a Nos é cotada, olhando para os números mais recentes não cobre sequer o custo de capital“.

Num mercado como o português, “tão pequeno, com um quarto operador, essa situação só se vai agravar e provavelmente vai se agravar de forma dramática“.

Ignorar o “facto inequívoco, reconhecido pela UE e por todas entidades, que o futuro passa por garantir o investimento, um novo ponto de equilíbrio, estar a realçar pela positiva a entrada de um novo entrante e não referir em nenhum momento do discurso a sustentabilidade dos operadores que existem, dizendo que eles vão ter oportunidade de buscar receitas que me parecem um bocado ficcionadas é desviar a atenção do essencial e parece uma visão de curto prazo”, concluiu.

(Notícia atualizada às 19h59)

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Chumbo da compra da Nowo “inviabiliza reforço do investimento da Vodafone” em Portugal

Operadora discorda da opção tomada pela Autoridade da Concorrência e diz que, a efetivar-se o chumbo à compra da Nowo, tal "inviabiliza o reforço do investimento da Vodafone" em Portugal.

A Vodafone Portugal lamentou esta segunda-feira que a Autoridade da Concorrência (AdC) se prepare para chumbar a compra da Nowo e avisou que, “a confirmar-se, inviabiliza o reforço do investimento da Vodafone no mercado nacional”.

Minutos depois de o ECO ter avançado, em primeira mão, que a AdC tinha adotado um projeto de decisão de oposição à operação, a Vodafone veio “discordar” da opinião do regulador, confirmando que, se a mesma se efetivar, como se espera, a compra da Nowo não se poderá concretizar, perdendo-se “uma oportunidade para reforçar o nível de competitividade do mercado, que traria claros benefícios para os clientes e para o setor”.

“Ao longo de todo o processo, que se prolonga há cerca de um ano e meio, a Vodafone esclareceu sempre todas as dúvidas e procurou responder às preocupações levantadas pela AdC, com a apresentação de pacotes de compromissos. Se aceites, estes teriam permitido mitigar qualquer eventual reforço de posição no mercado, protegendo os consumidores dentro e fora do atual footprint da Nowo”, diz fonte oficial da operadora.

“Não obstante, a AdC decidiu recusar as medidas propostas, no que se distancia surpreendentemente da prática consolidada da Comissão Europeia, que ainda há poucas semanas aprovou em Espanha uma operação de muito maior dimensão aceitando um pacote de compromissos substancialmente mais leve.

Perante este provável desfecho, fonte oficial da Vodafone diz que o chumbo da compra da Nowo ameaça a aposta do grupo britânico no país: “O projeto de decisão agora conhecido, cujos fundamentos a Vodafone se encontra a analisar, a confirmar-se, inviabiliza o reforço do investimento da Vodafone no mercado nacional e é uma oportunidade desperdiçada para aumentar o nível de competitividade e inovação no mercado”.

O chumbo da operação de concentração em Portugal dá-se numa altura em que o Grupo Vodafone enfrenta uma reorganização a nível internacional, depois da venda das subsidiárias em Espanha, à Zegona, e em Itália, à Swisscom. Desde meados deste mês, o grupo passou a contar com cinco divisões — Alemanha, Mercados Europeus, África, Vodafone Empresas e Vodafone Investimentos. Ahmed Essam assumiu o cargo de chairman da Vodafone Alemanha e líder da nova divisão de Mercados Europeus, a quem responde Luís Lopes, CEO da Vodafone Portugal.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h20)

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Autoridade da Concorrência chumba venda da Nowo à Vodafone

Compra da Nowo anunciada a 30 de setembro de 2022 vai cair por terra, após projeto de decisão do regulador que, por se opor à transação com a Vodafone, será vinculativa.

Vodafone não conseguiu convencer o regulador de que a compra da Nowo não teria um impacto negativo na concorrência no setor das telecomunicações

A Autoridade da Concorrência (AdC) aprovou um projeto de decisão que se opõe à compra da Nowo pela Vodafone, apurou o ECO junto de três fontes familiarizadas com o assunto — e confirmaram oficialmente o regulador e a Vodafone já depois da publicação desta notícia –, decorrendo agora um prazo para audiência prévia dos interessados antes de a mesma se efetivar. Significa que, salvo uma reviravolta improvável, a fusão entre as duas operadoras não se poderá concretizar.

A operadora liderada por Luís Lopes — e, na altura do anúncio da operação, por Mário Vaz — não foi capaz de convencer o regulador de que a concentração não teria efeitos negativos para a concorrência no mercado das telecomunicações em Portugal. Em reação, a Vodafone diz que, a confirmar-se o projeto de decisão da AdC, tal “inviabiliza o reforço do investimento da Vodafone no mercado nacional”.

Contactada pelo ECO, fonte oficial do regulador confirmou a oposição à concentração já depois da publicação da notícia pelo ECO: “A AdC confirma que emitiu um projeto de decisão no sentido de oposição à operação. A adquirente, embora tenha apresentado vários pacotes de compromissos, falhou em demonstrar que esta aquisição não teria impacto negativo na concorrência.”

(…) os ativos da Nowo, nomeadamente a sua base de clientes, pode servir para alavancar a entrada de outros operadores no mercado.

Autoridade da Concorrência

O regulador diz-se também convencido de que, se viabilizasse a concentração, tal poderia resultar em aumentos de preços cobrados aos clientes pelas operadoras, e não apenas a Vodafone ou a Nowo.

“As preocupações da AdC com a operação prendem-se com a pressão concorrencial que a Nowo atualmente exerce no mercado nacional das telecomunicações e que deixaria de exercer caso fosse adquirida pela Vodafone. O modelo de simulação da AdC para esta aquisição demonstra que a operação poderia levar, inclusivamente, a aumentos dos preços nas tarifas praticadas pelas operadoras nos serviços móveis e nos fixos”, detalha a mesa fonte.

O chumbo da operação deixa a Nowo e a própria AdC sob pressão, pois o presidente do Conselho de Administração da operadora, Miguel Venâncio, disse ao ECO em fevereiro que uma das possibilidades caso a venda fosse rejeitada era o “encerramento da Nowo” e despedimento de 500 trabalhadores, dos quais 140 são empregos diretos. Na altura, a AdC respondeu ao ECO que não existe risco de “falência iminente” da Nowo e que a empresa tem “cenários alternativos”, como o da venda a outro comprador.

Na resposta ao ECO esta segunda-feira, a AdC acrescenta ainda que, “quanto às alegações de que se a Vodafone não adquirir a Nowo, tal elimina um concorrente no mercado, a AdC discorda porque os ativos da Nowo, nomeadamente a sua base de clientes, pode servir para alavancar a entrada de outros operadores no mercado”.

Serghei Bulgac, CEO da Digi Communications, uma operadora romena que está em vias de entrar no mercado português, disse no início do mês que iria “ver como corre” a compra da Nowo pela Vodafone, depois de questionado se a Nowo não seria um ativo atrativo para a Digi. Segundo o gestor, a Digi está “a monitorizar” este processo.

Vodafone ameaça abrandar no investimento

Fonte oficial da Vodafone também já confirmou ter sido notificada do projeto de decisão da AdC, avisando que, a confirmar-se, tal “inviabiliza o reforço do investimento da Vodafone” no mercado português.

“A Vodafone lamenta e discorda do projeto de decisão hoje anunciado pela AdC que, caso se confirme, inviabiliza a operação de aquisição da Nowo. Perde-se desta forma uma oportunidade para reforçar o nível de competitividade do mercado, que traria claros benefícios para os clientes e para o setor”, começa por dizer fonte oficial.

O projeto de decisão agora conhecido, cujos fundamentos a Vodafone se encontra a analisar, a confirmar-se, inviabiliza o reforço do investimento da Vodafone no mercado nacional (…).

Vodafone Portugal

“Ao longo de todo o processo, que se prolonga há cerca de um ano e meio, a Vodafone esclareceu sempre todas as dúvidas e procurou responder às preocupações levantadas pela AdC, com a apresentação de pacotes de compromissos. Se aceites, estes teriam permitido mitigar qualquer eventual reforço de posição no mercado, protegendo os consumidores dentro e fora do atual footprint da Nowo. Não obstante, a AdC decidiu recusar as medidas propostas, no que se distancia surpreendentemente da prática consolidada da Comissão Europeia, que ainda há poucas semanas aprovou em Espanha uma operação de muito maior dimensão aceitando um pacote de compromissos substancialmente mais leve”, continua fonte oficial da Vodafone.

“O projeto de decisão agora conhecido, cujos fundamentos a Vodafone se encontra a analisar, a confirmar-se, inviabiliza o reforço do investimento da Vodafone no mercado nacional e é uma oportunidade desperdiçada para aumentar o nível de competitividade e inovação no mercado”, remata.

Este projeto de decisão é o culminar de um processo marcado por várias queixas da Vodafone sobre o que entende ter sido a demora da AdC em analisar a concentração. A oferta foi revelada a 30 de setembro de 2022, mas só comunicada à autoridade em meados de novembro desse ano. A 5 de abril de 2023, a AdC abriu uma “investigação aprofundada”, sinalizando, desse modo, ter identificado riscos de que o negócio poderia prejudicar os consumidores.

O ECO também questionou a Nowo, a Altice Portugal e a Nos para obter reações destas empresas a esta notícia. Está a aguardar as respostas.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h55)

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Vodafone vende operação em Itália à Swisscom por oito mil milhões de euros

Grupo britânico de telecomunicações fechou a venda da operação em Itália aos suíços da Swisscom. Vai investir quatro mil milhões de euros na recompra de ações e reduzir o dividendo.

A Vodafone anunciou esta sexta-feira ter assinado um “acordo vinculativo” para vender a totalidade da Vodafone Itália à Swisscom por oito mil milhões de euros. A empresa decidiu também entregar quatro mil milhões de euros aos acionistas por via da recompra de ações e cortar o dividendo de nove para 4,5 cêntimos a partir do ano que vem.

Os investidores estão a aplaudir o anúncio: as ações do grupo Vodafone sobem 4,56% em Londres, para 69,11 libras. Enquanto isso, os títulos da Swisscom ganham 3,06%, para 519,2 francos.

“A venda da Vodafone Itália à Swisscom cria um valor significativo para a Vodafone e garante que o negócio mantém a sua posição de liderança em Itália, que tem sido construída através de um compromisso dedicado dos nossos colegas em servir os nossos clientes ao longo de muitos anos”, diz a CEO do grupo Vodafone, Margherita Della Valle, citada num comunicado.

O acordo de venda à Swisscom pressupõe que a Vodafone “continuará a prestar certos serviços” à empresa pelo prazo de cinco anos. Ambas estão ainda a “explorar uma relação comercial mais próxima para permitir a colaboração num vasto conjunto de áreas” para além do mercado italiano, revelou a companhia.

Noutro comunicado, a Swisscom indica que o objetivo desta transação, financiada com recurso a dívida, é fundir a Vodafone Itália com a subsidiária do grupo suíço no mercado italiano, a Fastweb. “A Vodafone Itália e a Fastweb vão juntar infraestruturas móveis e fixas complementares de alta qualidade, competências e capacidades para criar um challenger convergente líder num mercado com oportunidades de crescimento materiais”, sublinhou a Swisscom, que prevê sinergias anuais de, aproximadamente, 600 milhões de euros.

A saída da Vodafone do mercado italiano, onde a empresa diz “não ser possível” gerar retornos adequados sobre o capital alocado, acontece poucos meses depois de o grupo ter vendido a operação em Espanha à Zegona, no final de outubro de 2023. “As nossas transações em Itália e Espanha proporcionarão 12 mil milhões de euros de receitas iniciais em dinheiro”, nota ainda a gestora.

Estes dois negócios juntam-se ainda à fusão da Vodafone com a Three no Reino Unido em junho do ano passado. “A partir de agora”, segundo a CEO, a Vodafone passa a operar apenas “em mercados de telecomunicações em crescimento”, onde tem “posições fortes”, para “entregar crescimento previsível e forte na Europa”.

“Todos os mercados de telecomunicações dentro da nova pegada geográfica têm crescido ao longo dos últimos três anos e vão agora acelerar o nosso desempenho onde podemos criar valor”, explicou a Vodafone na mesma nota. A estratégia passa ainda por acelerar a aposta no segmento empresarial, isto é, serviços prestados a pequenas e médias empresas ou entidades do setor público.

A Vodafone também está presente em Portugal e é uma das três principais operadoras de telecomunicações. Neste mercado, a empresa está compradora: desde setembro de 2022 que tenta adquirir a Nowo, o quarto operador em quota de mercado, aos espanhóis da MásMóvil. O negócio tem estado a aguardar uma decisão por parte da Autoridade da Concorrência.

Com a notícia da saída de Itália, a Vodafone adota uma nova organização interna para facilitar a execução das “prioridades estratégicas”. O grupo contará, doravante, com cinco divisões: Alemanha, Mercados Europeus, África, Vodafone Empresas e Vodafone Investimentos.

Na Alemanha, a empresa revelou também que Philippe Rogge vai deixar o cargo de CEO da Vodafone Alemanha, estando de saída do grupo, sendo substituído por Marcel de Groot. Ahmed Essam será o chairman da Vodafone Alemanha e líder da nova divisão de Mercados Europeus, a quem responderá Luís Lopes, CEO da Vodafone Portugal.

(Notícia atualizada pela última vez às 10h37)

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Vodafone propõe “segundo pacote de compromissos” para tentar ficar com a Nowo

Operadora mantém o interesse em comprar a Nowo apesar do arrastar do processo. Depois de chumbada a primeira dose, a Vodafone propôs novos compromissos para tentar convencer regulador da Concorrência.

A Vodafone Portugal propôs novos compromissos para tentar convencer a Autoridade da Concorrência a aprovar a compra da Nowo, mas não revela publicamente quais são. Contactada pelo ECO no seguimento de uma notícia avançada pelo Expresso, fonte da empresa confirmou “ter apresentado um segundo pacote de compromissos” ao regulador no âmbito deste processo.

Apesar de questionada especificamente sobre o que prevê essa segunda dose de remédios, fonte da Vodafone disse apenas que “este novo pacote complementa o anteriormente apresentado, onde já se incluía um acordo com a Digi prevendo a cedência de parte do espetro da Nowo e o acesso a uma oferta grossista bitstream sobre a rede de fibra ótica detida pela Vodafone”. A Digi é uma empresa de origem romena que se está a preparar para lançar ofertas de 5G e fibra no mercado português.

Foi a 30 de setembro de 2022 que a Vodafone anunciou uma oferta para comprar a Nowo, mas a Autoridade da Concorrência identificou ameaças à concorrência resultantes desta concentração. O regulador decidiu avançar para investigação aprofundada do negócio e não ficou convencido de que as cedências de espetro e acesso à fibra a uma empresa concorrente, e estreante no mercado, eram suficientes para mitigar essas preocupações.

Em linhas gerais, a tese da Autoridade da Concorrência é a de que as operadoras já estabelecidas, incluindo a Vodafone, são forçadas pela Nowo a oferecer preços mais baixos nas regiões em que esta última está presente. A entidade liderada por Nuno da Cunha Rodrigues tem o poder de chumbar a operação.

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Vodafone aumenta receitas em 7,5% enquanto explora “outras opções” para ficar com Nowo

No dia em que apresentou contas, a Vodafone diz estar a explorar "outras opções" para poder ficar com a Nowo. Receitas em Portugal subiram 7,5% no último trimestre de 2023.

No dia em que apresenta resultados trimestrais, a Vodafone diz estar a “explorar outras opções” para dar resposta às dúvidas da Autoridade da Concorrência (AdC) sobre a compra da Nowo. O regulador chumbou em meados de janeiro os compromissos que tinham sido propostos pela Vodafone para tentar convencer Nuno da Cunha Rodrigues a deixar avançar a fusão.

“Em setembro de 2022, anunciámos que havíamos celebrado um acordo para adquirir o quarto maior operador convergente de Portugal, a Nowo, à Llorca JVCO Limited, dona da Masmovil Ibercom. A transação está condicionada à aprovação regulatória. Submetemos remédios que foram rejeitados em janeiro de 2024. Estamos a rever os comentários da Autoridade da Concorrência e a explorar outras opções para responder às preocupações da autoridade”, lê-se num comunicado da Vodafone divulgado esta segunda-feira, dia em que o grupo britânico apresenta resultados.

Os compromissos propostos pela Vodafone à AdC incluíam a cedência de 40 MHz de espetro 5G da Nowo à concorrente Digi, bem como o acesso desta última à rede de fibra ótica da Vodafone. O regulador liderado por Nuno da Cunha Rodrigues entendeu não serem suficientes, sobretudo pela relevância que considera que a Nowo tem em termos concorrenciais nas regiões em que está presente, forçando as outras operadoras a praticarem preços mais baixos junto dos clientes.

Aumentos de preços engordam receitas

Também esta segunda-feira o grupo Vodafone apresentou resultados do terceiro trimestre fiscal, que corresponde ao período entre outubro e dezembro do ano civil de 2023. Nesses três meses, a Vodafone obteve 301 milhões de euros em receitas de serviços, um aumento de 7,5% face ao mesmo trimestre do ano anterior.

“Em Portugal, tanto o segmento de consumo como empresarial continuaram a crescer fortemente, suportados pelos aumentos de preços contratualmente ligados à inflação em março de 2023, bem como na boa procura por serviços fixos”, refere o grupo Vodafone num comunicado internacional. “Somámos 47 mil clientes clientes com contrato móvel e 31 mil clientes de banda larga fixa durante o trimestre”, sublinha ainda a companhia, que, em Portugal, é presidida por Luís Lopes.

Além do aumento realizado em 2023 à luz da inflação, que foi de até 7,8%, a Vodafone acaba de realizar um novo aumento de preços indexado à inflação. Desde 1 de fevereiro, os clientes da Vodafone pagam mais 4,3% pelos serviços.

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Vodafone Portugal decide oferecer 5G a todos os clientes

Período experimental, que tem vindo a ser prorrogado, iria terminar a 31 de janeiro. A Vodafone tomou agora a decisão de que vai manter a rede acessível a todos os clientes sem encargos adicionais.

Os clientes móveis da Vodafone vão continuar a ter acesso à rede 5G “sem encargos adicionais” a partir de 1 de fevereiro, depois do fim do período de “acesso experimental” que decorre desde que a tecnologia começou a ser lançada há cerca de dois anos, anunciou a operadora esta quarta-feira. Isto é, a operadora decidiu que, concluída a campanha, não irá cobrar a mais pelo acesso à quinta geração.

“A partir de dia 1 de fevereiro, a Vodafone passa a incluir em todos os seus tarifários o acesso livre à rede 5G, permitindo que os seus clientes usufruam, sem encargos adicionais e automaticamente, das potencialidades da quinta geração móvel, designadamente a maior velocidade e qualidade das ligações de dados”, informou num comunicado.

A empresa assegura ser “a primeira operadora no mercado a iniciar uma nova etapa de desenvolvimento desta tecnologia móvel”.

“Estes dois anos em que permitimos o acesso experimental sem encargos ao 5G impulsionaram fortemente o uso desta rede de última geração, contribuindo para a perceção das vantagens e do potencial da mesma por parte dos clientes. Na Vodafone pretendemos que a experiência da tecnologia 5G seja o mais democratizada possível, permitindo também a criação de produtos e serviços diferenciados em benefício dos consumidores. Foi por isso que decidimos incluí-la em todos os nossos tarifários, sem encargos adicionais para os clientes”, explica Luís Lopes, presidente executivo da Vodafone, citado na mesma nota.

De acordo com a Vodafone, 25% dos clientes já estão ligados ao 5G, tecnologia que necessita que os telemóveis sejam compatíveis com a mesma. “Em grandes eventos como festivais de verão ou jogos de futebol, o consumo de dados em 5G representa cerca de 50% do consumo total, refletindo os novos hábitos de utilização”, acrescenta a Vodafone.

Atualmente, o site da Meo convida os clientes a experimentarem “grátis” o 5G “até 31 de janeiro de 2024”. A Nos também refere no seu site que o 5G é gratuito até ao final deste mês.

Apesar de a tecnologia ser livre de encargos adicionais, a Vodafone, à semelhança das concorrentes Meo e Nos, tem vindo a subir os preços significativamente nos últimos dois anos, à boleia da inflação e em linha com o determinado nos contratos. Depois de um aumento de até 7,8% em 2023, os preços subirão 4,3% já a partir de 1 de fevereiro.

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