Nos e Vodafone expandem acordo de partilha de fibra ótica para chegar a quase quatro milhões de casas

Parceria implica partilha de investimento e pressupõe que operadoras mantenham “total autonomia” no desenho das ofertas comerciais e na escolha das soluções tecnológicas.

A Vodafone Portugal e a NOS anunciaram esta terça-feira a celebração de mais um acordo de desenvolvimento e partilha recíproca de fibra ótica, que abrangerá cerca de 1,1 milhões de casas a nível nacional. Considerando a parceria que já tinham firmado em 2017, passam a partilhar o acesso em fibra a 3,9 milhões de casas.

Em comunicado enviado à CMVM, a Nos especifica que a parceria implica a partilha de investimento e pressupõe que as duas empresas mantêm total autonomia no desenho das ofertas comerciais e na escolha das soluções tecnológicas que decidam vir a implementar.

Por outro lado, a operadora garante que está igualmente assegurada a “total independência” na gestão da base de clientes de cada uma das empresas, assim como a confidencialidade no tratamento da informação dos consumidores.

“Materializa o compromisso e missão em levar as melhores e mais inovadoras soluções de comunicações, às famílias e empresas em todo o território nacional. Esta partilha de ativos, que permite à Nos chegar a mais de seis milhões de casas com redes de última geração, contribui largamente para esbater as assimetrias territoriais que ainda existem, levando mais competitividade e escolha aos consumidores”, frisa o CEO, Miguel Almeida.

Por seu lado, a Vodafone destaca, igualmente em comunicado enviado às redações, que a extensão desta parceria “reflete a capacidade dos operadores de encontrarem modelos que continuem a permitir viabilizar projetos de expansão das suas redes em larga escala, em benefício dos clientes”.

“Nos últimos 10 anos, a Vodafone multiplicou por 10 a sua cobertura de rede fixa, através de investimento próprio, acesso grossista e parcerias de rede, como esta que agora expandimos. A permanente modernização da infraestrutura tecnológica do país depende de exigentes investimentos dos operadores nas suas redes, que têm de ser eficientes, sustentáveis e ecologicamente responsáveis, resume Luís Lopes, CEO da Vodafone Portugal.

Num “contexto desafiante” no que respeita à sustentabilidade do setor das comunicações, acrescenta na mesma nota, a partilha de investimento é um “sinal muito positivo de procura de eficiência e geração de valor por parte dos operadores”. “Simultaneamente, esta parceria cria valor para o país, não só por aumentar o nível de cobertura de redes de fibra ótica de última geração, como por dinamizar a concorrência e a diversidade de oferta nas zonas cobertas”, conclui a Vodafone.

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AdC considera que Vodafone ainda “não apresentou compromissos” que viabilizem compra da Nowo

Regulador da concorrência revela que a Vodafone ainda não apresentou remédios que viabilizem a compra da Nowo. Vodafone queixa-se da demora no processo.

Mais de um ano depois de o negócio ter sido anunciado, a Autoridade da Concorrência (AdC) ainda não emitiu um parecer sobre a compra da Nowo pela Vodafone. O grupo britânico está descontente com a demora, mas o regulador responde que a operadora ainda “não apresentou compromissos” que permitam mitigar as ameaças à concorrência identificadas pela autoridade, diz fonte oficial.

Em resposta a perguntas do ECO, a AdC refere que “a Vodafone apresentou, já em segunda fase (após passagem a investigação aprofundada), um modelo econométrico de um consultor externo que foi devidamente considerado e exaustivamente analisado, mas contrariou os dados do modelo efetuado” pelo próprio regulador. Além disso, esta operação coloca-se “num momento de reconfiguração do mercado das telecomunicações decorrente do ainda recente leilão 5G”, justifica a instituição.

As respostas surgem após o presidente executivo da Vodafone Portugal, Luís Lopes, ter-se queixado ao Expresso que a demora da AdC surpreendeu a empresa pela negativa: “Gostaríamos de ver as coisas a funcionar com maior celeridade. Gostaríamos que os reguladores funcionassem de forma mais eficaz, mais eficiente, mais célere. Temos vários exemplos em que assim não é”, afirmou o gestor.

“Sempre dissemos e sempre achámos que seria rápido, estamos perante um operador com 2,5% de quota, e a Vodafone Portugal é, na verdade, o terceiro operador do mercado. Nunca pensámos que tivesse este tipo de demora. Sempre achámos que seria decidido em primeira fase. Não foi”, afirmou Luís Lopes, citado pelo jornal, acrescentando: “Tivemos neste processo 11 pedidos de informação, que julgo que é um recorde em Portugal.”

Em junho, o ECO noticiou que o Grupo Vodafone entende, internamente, estar a enfrentar “resistência” da AdC em aprovar esta fusão, que envolve “dois dos operadores mais pequenos do mercado”. A compra da Nowo foi revelada pela Vodafone a 30 de setembro de 2022 e o parecer da AdC, se negativo, é vinculativo. Ou seja, o regulador tem poder para chumbar a operação.

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Vodafone negoceia venda do negócio em Espanha à Zegona

Britânicos da Zegona confirmaram à bolsa de Londres que estão a negociar a compra da Vodafone Espanha ao grupo que também tem sede no Reino Unido.

Os britânicos da Zegona Communications confirmaram esta sexta-feira que estão em negociações com a Vodafone para comprar o negócio do grupo em Espanha.

Em abril, a agência Bloomberg noticiou que a Vodafone tinha recebido manifestações de interesse de investidores em relação à Vodafone Espanha. Agora, é oficial que decorrem conversações com a Zegona, que o confirmou num comunicado difundido através da bolsa de Londres, depois de a notícia ter sido avançada pelo Expansión.

Na nota, a Zegona diz “notar a especulação da imprensa em relação à potencial aquisição do negócio do Grupo Vodafone em Espanha”. “A empresa confirma que está em discussões com o Grupo Vodafone em relação à potencial aquisição, e com bancos em relação ao respetivo financiamento”, refere.

A empresa recorda também que “não é certo que a potencial aquisição proceda”. “A potencial aquisição continua sujeita a, entre outras coisas, acordo nos termos finais com a Vodafone, conclusão do processo de due dilligence e formalização dos acordos de financiamento”, acrescenta.

Fonte familiarizada com o assunto disse ao ECO que não está em cima da mesa a venda do negócio em Portugal. Contactada sobre este assunto, a Vodafone Portugal não comentou. A Vodafone Espanha é liderada pelo português Mário Vaz desde 1 de abril, que foi CEO da Vodafone Portugal durante mais de dez anos.

A especulação em torno de um potencial negócio em Espanha está a animar o preço das ações da Vodafone. Os títulos do grupo iniciaram a sessão em queda, mas, às 11h51, negociavam com um ganho de 0,94%, para 81,82 libras.

Quando noticiou em abril a existência de interesse no mercado pela Vodafone Espanha, fontes disseram à Bloomberg que, apesar de não procurar ativamente a venda da Vodafone Espanha, o grupo poderia considerar uma transação se o preço correspondesse às expectativas. O valor de uma potencial operação envolvendo a subsidiária espanhola da Vodafone foi apontado em cerca de 3,7 mil milhões de euros.

Em Portugal, é a Vodafone Portugal que está compradora. A empresa liderada por Luís Lopes tem, desde 30 de setembro de 2022, uma oferta para adquirir a concorrente Nowo aos espanhóis da MásMóvil. Quase a completar um ano desde que foi anunciada, a oferta da Vodafone pela Nowo continua a ser avaliada pela Autoridade da Concorrência (AdC). Como o ECO noticiou em junho, a Vodafone espera uma resposta do regulador em breve.

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Portugal solicitou às operadoras “planos de implementação” da medida que exclui Huawei do 5G

Vodafone e Altice confirmam estar a desenvolver "planos de implementação" da decisão das autoridades portuguesas que exclui empresas como a Huawei do 5G. Nos só confirma "diálogo".

As três maiores operadoras do país, Meo, Nos e Vodafone, confirmam já estar a preparar a implementação da medida que as proíbe de recorrerem a fornecedores de “alto risco” nas redes 5G, como a chinesa Huawei. Dizem estar a desenvolver “planos de implementação” da decisão, para submeter à Anacom, que tem mantido o silêncio em todo este processo.

Por ser um tema sensível para a segurança nacional, a informação disponível é escassa. Desde que foi tornada pública a deliberação da Comissão de Avaliação de Segurança (CAS) o regulador do setor nunca se pronunciou sobre o assunto e, contactado pelo ECO, continua a recusar fazê-lo, ainda que a lei lhe confira o poder de “fazer cumprir” a decisão e de “fiscalizar” o seu cumprimento. Fonte oficial da Anacom remete todos os esclarecimentos para a CAS.

Por sua vez, a CAS, encabeçada pelo contra-almirante António Gameiro Marques, também não tem dado muitas explicações sobre a decisão de excluir do 5G as empresas que, entre outros critérios, estejam sedeadas em países fora da União Europeia, da OCDE ou da NATO. Mas, através do órgão em que se insere, o Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço, revelou na semana passada que “as operadoras de telecomunicações estão a desenvolver os respetivos planos de implementação das deliberações da CAS a serem apresentados à Anacom”.

O ECO contactou depois as três principais operadoras. Fonte oficial da Vodafone Portugal confirma que lhe foi pedido para desenvolver esse plano, mas não se alonga em detalhes, nem explica que entidade fez o pedido (se a CAS, se a Anacom): “No âmbito do que lhe foi solicitado, a Vodafone confirma estar a desenvolver um plano de implementação da referida deliberação da Comissão de Avaliação de Segurança.”

Já fonte oficial da Altice Portugal também confirma estar a trabalhar num plano de implementação, a pedido das autoridades nacionais: “A Altice Portugal cumpre integralmente as disposições legais em vigor e presta toda a colaboração que lhe é solicitada pelas autoridades, estando a avaliar as deliberações da Comissão de Avaliação de Segurança e a desenvolver o respetivo plano de implementação.”

A resposta da Nos é mais vaga: “A Nos encontra-se em diálogo com as autoridades e a analisar as deliberações relevantes, bem como os vários planos de ação e os seus impactos, com vista a salvaguardar a segurança e resiliência das redes de comunicações, bem como o melhor interesse dos seus clientes.”

No âmbito do que lhe foi solicitado, a Vodafone confirma estar a desenvolver um plano de implementação da referida deliberação da Comissão de Avaliação de Segurança.

Fonte oficial da Vodafone Portugal

O ECO contactou também fonte oficial da Anacom, questionando, entre outras coisas, se existem prazos que as operadoras têm de cumprir. Mas o regulador voltou a recusar responder, remetendo para a CAS.

Assinada a 23 de maio de 2023, a primeira deliberação da CAS estabelece sete critérios que determinam, no contexto do 5G, se um fornecedor ou prestador de serviços representa um “alto risco para a segurança das redes e serviços nacionais”. Basta que as empresas cumpram um deles para serem consideradas de “alto risco”, ficando excluídas de participar no desenvolvimento desta tecnologia.

Um desses critérios permite expulsar do 5G os fornecedores que estejam domiciliados ou vinculados a um país que não pertença à União Europeia, ou à OCDE, ou à NATO. É o caso da China, onde a Huawei tem sede, em Shenzhen, pelo que a tecnológica avançou no final de agosto com uma ação administrativa contra a CAS, na expectativa de travar a deliberação, avançou o ECO na passada segunda-feira.

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Operadoras vão começar a desligar 3G já a partir de setembro

Com a cobertura de quinta geração a avançar cada vez mais no país, a Vodafone, a Nos e a Altice oficializaram a decisão de começar a desligar a rede 3G daqui a cerca de um ano.

O 5G está no ar. Por isso, a Vodafone, a Nos e a Altice decidiram começar a desligar o velho 3G. No caso da Altice será já a partir do dia 4 de setembro, devendo o processo estar concluído no final de janeiro do próximo ano. Na Vodafone, por sua vez, o processo deverá iniciar dentro de um ano, a partir de julho de 2024, enquanto a Nos adianta que começará a desligar o 3G a partir de meados do próximo ano.

“A Vodafone Portugal vai iniciar dentro de um ano, a partir de julho de 2024, progressivamente, o desligamento da sua rede 3G, um passo importante para reforçar o acesso dos clientes no país a comunicações mais rápidas, eficientes e ainda mais seguras”, dá conta a operadora.

Segundo a empresa, “a esmagadora maioria dos clientes da Vodafone não será afetada por esta mudança”, pois já dispõe de equipamentos e cartões SIM compatíveis com 4G e 5G, que são tecnologias mais recentes. Quanto aos restantes, para não ficarem sem comunicações, serão “atempadamente contactados pela Vodafone e terão um período alargado” de um ano para adquirirem um novo telemóvel ou atualizarem o cartão.

A operadora lembra que lançou as comunicações de terceira geração em Portugal em 2004 e que chegou o momento de evoluir, à semelhança do que já está a fazer em muitos outros países europeus. A decisão insere-se, por isso, numa “tendência mundial de descontinuar tecnologias mais antigas”.

“Esta mudança é inevitável perante a evolução tecnológica e permitirá responder ao crescente consumo de dados, realocando as frequências até agora utilizadas pelo 3G para uso de redes mais modernas como o 4G e 5G. Com esta atualização, que beneficia a digitalização do país, as comunicações ganham mais velocidade, capacidade, estabilidade, eficiência e resiliência”, argumenta a Vodafone Portugal na mesma nota.

Depois da publicação desta notícia, a Nos NOS 0,40% confirmou que também vai iniciar o processo de descontinuação da rede 3G “de forma faseada a partir de meados do próximo ano”, disse à Lusa fonte oficial da operadora de telecomunicações, quando questionada sobre o tema.

Fonte oficial da Nos referiu que “a descontinuação do 3G é um movimento tecnologicamente natural pelo qual todos os operadores de comunicações irão passar”. Trata-se de um “movimento benéfico para os clientes e que reforça a disponibilidade das redes 4G e 5G, permitindo uma melhoria da qualidade de rede, maior velocidade de navegação, menor latência e maior eficiência energética”, adiantou a operadora liderada por Miguel Almeida.

“Também a Nos terá o seu processo de descontinuação do 3G, algo que ocorrerá de forma faseada a partir de meados do próximo ano e que, brevemente, será comunicado a todos os seus clientes”, acrescentou.

À semelhança das suas concorrentes, também a Altice Portugal anunciou que “vai descontinuar, faseadamente, a tecnologia 3G”. Processo que tem início a partir de 4 de setembro e deverá estar concluído a 31 de janeiro de 2024, disse fonte oficial da companhia à Lusa.

Esta evolução “natural da rede móvel da Altice, que combina várias gerações de tecnologia, tem vindo a ser comunicada aos clientes desde 25 de junho, com o compromisso de os acompanhar neste processo que culminará com disponibilização de infraestruturas de alta capacidade face às exigências de comunicação do futuro“, adiantou ainda a mesma fonte.

A dona da Meo “está continuamente a investir nas suas redes e a desenvolver serviços que respondam, de forma eficaz, às necessidades dos seus clientes assegurando a melhor experiência. Este movimento de melhoria das infraestruturas é inevitável face à evolução da tecnologia e à digitalização do país, que a Altice tem liderado, e está a acontecer a nível europeu e mundial”.

Tal “irá permitir uma otimização das potencialidades da rede 4G e 5G, com maior cobertura, velocidade e resiliência e traduzir-se-á em melhorias na experiência do consumidor e das empresas, na utilização de tecnologias mais eficientes e na sustentabilidade ambiental”, concluiu.

(Notícia atualizada com mais informação às 17h49)

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Vodafone enfrenta “resistência” do regulador na fusão com a Nowo

Fonte do Grupo Vodafone fala sobre os bastidores da concentração com a Nowo e admite "resistência" da Autoridade da Concorrência à concretização do negócio, que está a demorar mais do que o esperado.

A Vodafone sente estar a enfrentar “resistência” da Autoridade da Concorrência (AdC) à oferta que lançou em setembro para comprar a Nowo. O grupo pretendia concluir a operação no primeiro semestre, mas já não espera ter aprovação antes de setembro. A concentração está a ser alvo de uma investigação aprofundada do regulador, o que implica que a AdC vê ameaças à concorrência na transação entre a Vodafone e os espanhóis da MásMóvil, os atuais donos da empresa concorrente.

O compra da Nowo foi anunciada pela Vodafone em setembro de 2022, mas a AdC tem vindo a solicitar “mais e mais informação” à operadora, diz ao ECO fonte do Grupo Vodafone conhecedora do dossiê. Sempre que é feito um novo pedido, “o relógio para” até que os documentos cheguem ao regulador, o que acaba por atrasar uma eventual aprovação. Todavia, essa luz verde não está garantida, pois a AdC tem poder para travar esta fusão.

Para já, o certo é que o aval está a “demorar mais do que o esperado” pela companhia. Mas, apesar dos receios do regulador, que já foram assumidos com mais detalhe pela Anacom, a autoridade das comunicações, a Vodafone está confiante de que será capaz de convencer estas entidades do que entende serem os benefícios desta concentração para o mercado e para o país.

Fonte do Grupo Vodafone recorda que a Europa está numa “corrida económica global”, mas a perder contra os EUA e a China no investimento no digital, incluindo nas redes 5G. Para isso, argumenta, é preciso ganhar escala, pelo que o grupo não entende a dificuldade em completar aquilo que acredita ser “uma transação relativamente pequena, pelos padrões europeus”.

A Vodafone entende que “não é sustentável no longo prazo” ter cinco empresas no mercado português – Meo, Nos, Vodafone, Nowo e a Digi, que se prepara para lançar ofertas comerciais no início de 2024, depois de também ter comprado licenças no leilão do 5G –, “dado o nível de investimento exigido, especialmente em tecnologia” de quinta geração. “Esse dinheiro tem de vir de algum lado e não vai vir de cinco redes concorrentes paralelas”, aponta.

“Acredito que esta transação deve e vai ser aprovada”, sublinha fonte do Grupo Vodafone, lembrando que as concentrações que têm sido travadas noutros países, normalmente, “não envolvem dois dos operadores mais pequenos do mercado”. Uma referência ao facto de a Vodafone e a Nowo serem, respetivamente, a terceira e a quarta operadora em quota de mercado.

Segundo esta fonte, “a avaliação [da AdC] foi que a Digi não será uma força competitiva tão forte”. “Mas não, basta olhar para a evidência em Espanha e na Roménia”, argumenta, referindo-se ao facto de o novo player em Portugal estar a conquistar quota significativa no mercado vizinho.

Grupo Vodafone sente “resistência” da Autoridade da Concorrência em aprovar uma transação “pequena” pelos “padrões europeus”EPA/TOLGA AKMEN

Vodafone disponível para “compromissos” que não “destruam valor”

Para facilitar a operação, a Vodafone poderá não ter alternativa a assumir compromissos que mitiguem os riscos que venham a ser identificados pela AdC.

No parecer não vinculativo entregue pela Anacom à AdC, a entidade liderada por João Cadete de Matos considera que “há suficiente evidência de que a presente operação, a concretizar-se tal como notificada, poderá produzir diferentes efeitos nocivos”. Entre outros aspetos, a Anacom exige que a Nowo devolva – “pelo menos” –as licenças 5G que adquiriu na fase exclusiva do leilão. Esta parte da venda, cujo acesso só era permitido às empresas que ainda não tinham ofertas móveis com rede própria, excluía, por isso, a Vodafone, que é um player já estabelecido.

“A eventual aprovação da concentração deverá ser acompanhada de compromissos, frisou o regulador, de forma clara, num comunicado.

Fonte do Grupo Vodafone não descarta a assunção de compromissos, mas revela que “não há remédios propostos até ao momento”. Além disso, a “visão” do grupo internacional é a de que “esta transação deve ser aprovada sem quaisquer remédios”.

Contudo, a mesma fonte comenta que “não faz sentido conseguir uma transação com remédios que destruam valor” ao ponto de a operação ficar irreconhecível, sugerindo que existem linhas vermelhas que o grupo pode não estar disposto a cruzar. Por exemplo, sobre a devolução de espetro, a empresa rejeita “entrar num processo que resulte em espetro inutilizado ao ponto de a economia portuguesa ficar pior”. Assegura que “não quer comprar a Nowo para comprar espetro”, mas reconhece que “o espetro combinado confere aos clientes” da Vodafone “melhor experiência de rede”.

O ECO contactou fonte oficial da AdC esta segunda-feira à tarde, no sentido de obter um comentário, e encontra-se a aguardar uma resposta do regulador.

Em maio, o novo presidente executivo da Vodafone Portugal prometeu que a operadora vai dar resposta às “preocupações” da AdC no âmbito da compra da Nowo. “A AdC levantou preocupações no negócio que serão devidamente endereçadas”, disse Luís Lopes no habitual debate dos CEO das três operadoras, Meo, Nos e Vodafone, inserido no congresso anual da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC).

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Em maio, o novo CEO da Vodafone Portugal, Luís Lopes, prometeu endereçar as “preocupações” da AdC quanto à compra da NowoHugo Amaral/ECO

“Compensação” por exclusões no 5G deve ser discutida com os governos

A Comissão Europeia quer que a maior parte da tecnologia fornecida por empresas de “alto risco” seja removida das redes 5G na União Europeia (UE), uma categoria onde se inserem as chinesas Huawei e ZTE. No final do mês passado, Portugal deu os primeiros passos na implementação da recomendação de Bruxelas, determinando a exclusão desses equipamentos das partes core e não-core do 5G. Um movimento que o co-CEO do grupo Altice, Alexandre Fonseca, disse ser mais agressivo do que o observado noutros países da UE.

Uma das muitas dúvidas que subsistem em torno da deliberação é saber quem vai pagar. Fonte do Grupo Vodafone recusa comentar a deliberação portuguesa, assinada a 23 de maio e que apanhou o setor de surpresa, por, como noticiou o ECO, ir mais além do que as partes consideradas mais críticas das redes de comunicações.

Ainda assim, assume que uma “compensação” às operadoras “deve fazer parte da discussão”, pois estas decisões “vêm com custos que não estavam planeados. “Por exemplo, no mercado que, suponho, deu origem a este debate, os EUA, existe um regime de compensação de quase dois mil milhões de dólares”, justifica. Noutros países em que o Grupo Vodafone está em conversações ao mais alto nível, também estão a ser discutidos “regimes de compensação” que “ainda não foram finalizados”. “Vamos sempre assegurar que é parte do debate”, garante.

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Operadoras vão ter até cinco anos para expulsar Huawei do 5G

Tecnologia chinesa e de "alto risco" deve ser expulsa do "core" do 5G em três anos e da periferia das redes em cinco. Setor surpreendido com posição mais dura que a da UE e questiona: Quem vai pagar?

A recente deliberação que permite expulsar a tecnológica chinesa Huawei do 5G em Portugal surpreendeu os responsáveis do setor das telecomunicações, que não esperavam restrições tão abrangentes. Publicamente, são mais as dúvidas do que as certezas, mas mesmo para alguns dos players existem questões por esclarecer — por exemplo, saber quem paga a fatura. As operadoras terão até cinco anos para banir a tecnologia de “alto risco” das suas redes.

Há quatro anos, o primeiro-ministro, António Costa, rejeitou a introdução de “mecanismos de protecionismo” a “pretexto da segurança”. Mas foi mais além. Citando o exemplo de “países exigentes” como o Reino Unido e a Alemanha, declarou não existir “nenhuma razão para excluir a Huawei do acesso ao mercado” da quinta geração móvel.

Só que, atualmente, a posição desses países é diferente da que tinham então. E a do Governo português acaba mesmo de dar uma volta de 180 graus, por admitir agora a expulsão de equipamentos e serviços de marcas como a Huawei e a ZTE não só das partes mais críticas do 5G, o chamado core, como também da parte periférica das redes, incluindo as antenas.

Nos bastidores, o exemplo mais citado é o de França, que limitou significativamente o recurso à Huawei em regiões estratégicas do país. Quanto à Alemanha, o Governo está a conduzir uma avaliação que, segundo a Reuters, poderá levar à expulsão de alguns componentes da Huawei das redes de telecomunicações do país. Na Bélgica, onde estão sedeados importantes organismos europeus, proibiu-se o uso de equipamentos de fabricantes considerados de “alto risco” do core do 5G e no Reino Unido as operadoras têm até 31 de dezembro deste ano para remover a Huawei também do core.

Portugal vai mais além, numa altura em que, no final do primeiro trimestre, existiam já perto de 7.000 antenas 5G instaladas em território nacional. A primeira leva de obrigações de cobertura que Meo, Nos e Vodafone têm de cumprir tem o prazo de 31 de dezembro. A isso soma-se agora a imposição de remover equipamentos de marcas como a Huawei num período que, segundo disseram ao ECO várias fontes, terá sido fixado em três anos para a parte core do 5G e cinco anos para a periferia das redes, em linha com o que foi revelado no domingo por Paulo Portas no seu comentário semanal na TVI (importa notar que a Huawei não estará já presente no core das redes 5G, por opção das operadoras).

A partir daqui, a informação é escassa. O que se sabe oficialmente é o que está na referida deliberação, tomada pela Comissão de Avaliação de Segurança, um organismo integrado no Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço, e publicada na semana passada no site do Gabinete Nacional de Segurança. Esse documento, assinado pelo contra-almirante António Gameiro Marques enquanto presidente da Comissão, estipula, por um lado, as partes das redes 5G que são abrangidas e os critérios que determinam o que é considerado um fornecedor ou prestador de serviços de “alto risco”. Para este efeito, por exemplo, basta que tenha sede num país fora da União Europeia, da NATO ou da OCDE.

No entanto, existe outro documento, classificado como “Reservado”, onde estão mais detalhes sobre a decisão tomada pela Comissão. Isso mesmo é referido na deliberação e foi confirmado pelo secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa na segunda-feira, ao dizer que “o conteúdo” da decisão é confidencial porque a divulgação podia “contender com os altos interesses do país e dos agentes económicos”.

Mário Campolargo disse ainda que a deliberação “deve ser feita cumprir pela Anacom”, que, nos termos da Lei das Comunicações Eletrónicas, terá de proceder ainda “à fiscalização do seu cumprimento”. Contactada, fonte oficial da Anacom não quis fazer nenhum comentário. Aliás, a sensibilidade do dossiê é patente nas conversas que o ECO tem mantido com vários responsáveis ligados à área das telecomunicações, que, apesar de pedirem o anonimato para poder discutir mais livremente estes temas, mostram apreensão em entrar em pormenores.

As três principais operadoras, ainda assim, já reagiram oficialmente à decisão, mas são parcas em detalhes. Fonte oficial da Altice Portugal diz que “respeitará todas as determinações legais e fará uma análise cuidada da comunicação recebida”, dando a entender, assim, ter sido informada da deliberação pelos canais oficiais. Porta-voz da Nos disse que a operadora “define elevados padrões de seleção de parceiros, tendo em conta a garantia de segurança e qualidade”. Do lado da Vodafone, é dito que “todos os fornecedores selecionados cumprem, naturalmente, elevados padrões de qualidade e fiabilidade”.

Quanto à Huawei, a principal visada por estas medidas, fonte oficial afirmou que a empresa “tem trabalhado com os operadores portugueses para desenvolver as redes de comunicações e prestar serviços de alta qualidade que servem milhões de pessoas”. Acrescentou não ter tido “conhecimento prévio” da deliberação.

Instalação da Vodafone com antenas 4G e 5G junto ao Parque da Bela Vista em LisboaHugo Amaral/ECO

Quem paga a conta?

Neste contexto, para as operadoras, a grande dúvida é saber quem vai pagar este processo, como também tinha sido suscitado por Paulo Portas: “Isto é uma alteração completa dos planos de investimento, alguém vai pagar isto”, dizia no domingo o comentador, no rescaldo da notícia do Jornal Económico que, na sexta-feira, colocou o tema na agenda. Tanto quanto foi possível apurar, nesta fase, não existem indicações do Governo sobre esta matéria.

Além do mais, uma fonte sugeriu que a deliberação não salvaguarda “a vida útil dos equipamentos”. Nesse caso, o prazo de até cinco anos seria rígido, não se permitindo que os equipamentos que passaram a ser proibidos continuem em operação até ao fim do seu tempo de vida útil. Tal faria aumentar os custos da substituição. Mas, em janeiro deste ano, quando noticiou a conclusão dos trabalhos técnicos da Comissão, o Dinheiro Vivo referia que os peritos iriam indicar às empresas de telecomunicações que as substituições deveriam ser feitas tendo em conta os ciclos de renovação normais.

Outro problema que tem sido suscitado é a possível demora na entrega de equipamentos para substituição, no contexto da escassez de componentes, um ponto que, no ano passado, chegou a motivar apelos das operadoras ao Governo para que dilatasse o prazo para o cumprimento das obrigações de cobertura, sem sucesso. Em junho do ano passado, Pedro Santos, diretor de desenvolvimento de rede da Vodafone, confirmou “um atraso muito maior na compra e entrega dos equipamentos” por parte dos fornecedores e disse que a empresa tinha de esperar “entre três e seis meses” pelas encomendas.

O ECO enviou várias perguntas sobre este processo ao gabinete de Mário Campolargo, que responde diretamente ao primeiro-ministro, mas não obteve respostas além das declarações remetidas no início da semana.

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Vodafone já só espera concluir compra da Nowo no segundo semestre

A Vodafone atualizou o calendário da compra da Nowo, esperando agora concluir a compra no segundo semestre. Grupo deixa de divulgar resultados desagregados em Portugal.

A Vodafone já só espera fechar a compra da Nowo na segunda metade deste ano, um adiamento face ao calendário original. Quando anunciou a operação, tinha apontado a conclusão do negócio para o primeiro semestre.

A informação consta do relatório com os resultados preliminares do grupo britânico, divulgado esta terça-feira. A empresa não explica o que motivou a decisão, lembrando apenas que a transação “está dependente da aprovação regulatória”.

Revelada a 30 de setembro de 2022, a aquisição da Nowo pela Vodafone aos espanhóis da MásMóvil está a ser analisada pela Autoridade da Concorrência (AdC), que terá de emitir um parecer que é vinculativo se for negativo.

No dia 5 de abril, passados vários meses da notificação da operação, o regulador decidiu dar início a uma “investigação aprofundada”. A decisão implica que a AdC tem receios de que o negócio possa constituir uma ameaça à concorrência.

Concretamente, o início de uma investigação aprofundada à concentração entre a Vodafone e a Nowo pode significar que a Vodafone terá de propor compromissos para mitigar os riscos detetados pela AdC. No limite, se a AdC entender que os riscos são demasiado grandes, pode acabar por chumbar a operação.

A Anacom, o regulador das comunicações, pôde emitir um parecer não vinculativo e tornou público que fez múltiplos reparos à operação. Entre outras coisas, a Anacom recomendou à AdC que obrigue a Nowo a devolver licenças 5G que adquiriu numa fase do leilão de espetro que estava vedada à Vodafone.

À luz destas informações, Luís Lopes, que assumiu em abril o cargo de CEO da Vodafone Portugal, disse na semana passada, durante um debate, que as “preocupações” da AdC serão “devidamente endereçadas”, sem dar mais detalhes.

Resultados melhoram em Portugal

O Grupo Vodafone apresentou resultados do ano fiscal completo esta terça-feira. A subsidiária portuguesa viu as receitas totais aumentarem cerca de 6,5%, para 1.235 milhões de euros, no ano fiscal concluído em março. O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) ajustado cresceu mais de 11%, para 444 milhões.

A Vodafone refere, no relatório global, que “as receitas de serviço cresceram devido ao forte ritmo comercial” e dá nota de 183 mil novos clientes móveis e de 48 mil fixos no período. O investimento cresceu de 232 milhões para 323 milhões de euros nos 12 meses em análise.

No âmbito de uma ampla reestruturação, devido a resultados pouco satisfatórios para a companhia nos principais mercados, sobretudo na Alemanha, a Vodafone anunciou ainda que vai despedir 11 mil trabalhadores ao longo dos próximos três anos. A nova CEO, Margherita Della Valle, não afasta também um cenário de venda da operação em Espanha, que em janeiro foi integrada no chamado Europe Cluster, liderado por Serpil Timuray. A unidade foi colocada sob “revisão estratégica”, anunciou a gestora. Desde 1 de abril que a Vodafone Espanha é liderada por Mário Vaz, até então CEO da Vodafone Portugal.

No global, o Grupo Vodafone viu os lucros aumentarem de 2,773 mil milhões para 12,335 mil milhões de euros no ano fiscal de 2023. As receitas cresceram apenas 0,3% em termos homólogos, para 45,706 mil milhões. Os investidores estão a castigar a empresa na bolsa: os títulos afundam 6,6%, para 84,04 libras.

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Vodafone estuda vender negócio em Espanha avaliado em 3,7 mil milhões

Vodafone Espanha tem recebido manifestações de interesse e pondera um negócio que, a avançar, poderia ser avaliado em cerca de 3,7 mil milhões de euros, avança a Bloomberg.

A Vodafone estará a estudar manifestações de interesse de alguns investidores pelo negócio em Espanha, noticia a Bloomberg esta quarta-feira. Em causa, contactos recentes da parte de fundos de private equity e outros, num negócio que, a avançar, poderá ascender a quatro mil milhões de dólares (quase 3,7 mil milhões de euros).

Apesar de não procurar ativamente a venda da Vodafone Espanha, fontes disseram à agência que a o grupo poderá considerar uma transação se o preço corresponder às expectativas. Mas, no final, estas manifestações informais de interesse poderão não resultar em nenhuma operação, sendo que não há decisões tomadas nesta fase.

A Bloomberg nota que a Vodafone Espanha tem sido pressionada pela concorrência da Telefónica e da Orange, mas também da MásMóvil. Em Portugal, a Vodafone está a tentar comprar a Nowo à MásMovil, num negócio que está a ser avaliado pela Autoridade da Concorrência (AdC).

Desde 1 de abril que a Vodafone Espanha é liderada pelo português Mário Vaz, que liderou o negócio português da operadora durante mais de dez anos. O gestor rumou ao país vizinho ao mesmo tempo que Luís Lopes regressou a Portugal vindo da Alemanha para assumir a presidência executiva da Vodafone em Portugal na mesma data.

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É cliente da Vodafone? Preços sobem a partir desta quarta-feira

Operadora segue os concorrentes Meo e Nos e aumenta os preços dos produtos e serviços ao nível da inflação registada no ano passado. Tarifas sobem até 7,8%.

A Vodafone Portugal sobe em até 7,8% os preços dos produtos e serviços esta quarta-feira, 1 de março, um mês depois de os principais concorrentes terem realizado aumentos da mesma dimensão. A atualização resulta da inflação elevada que se registou no ano passado.

“A Vodafone Portugal irá atualizar o preço dos serviços de telecomunicações prestados aos seus clientes a partir de 1 de março de 2023, com um aumento máximo de 7,8% no valor global da fatura, conforme os serviços subscritos e de acordo com os termos e condições previstos no respetivo contrato”, anunciou a empresa em janeiro.

A taxa de 7,8% é equivalente à taxa média anual de inflação registada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em 2022, um valor atípico que esteve relacionado com o choque económico provocado pela guerra na Ucrânia e pelas sanções à Rússia. À semelhança da Meo e da Nos, que subiram os preços na mesma ordem no passado dia 1 de fevereiro, o grosso dos clientes da Vodafone estão expostos a este aumento por via de uma cláusula contratual.

Segundo a Vodafone, esta quarta-feira sobem “os valores das mensalidades dos produtos e serviços” da empresa, “bem como a generalidade das tarifas de serviço”. “Não serão atualizados os valores relativos a canais premium, serviços de streaming e outros serviços adicionais de televisão que possa ter subscrito (ex: Sport TV, Benfica TV, Eleven, HBO Max, Netflix, Disney+, filmes de videoclube)”, nem os valores de equipamentos da Vodafone incluídos no serviço e tarifas de âmbito regulatório.

“O setor das telecomunicações tem sido fortemente afetado pelo atual contexto macroeconómico e geopolítico, do qual resultaram aumentos significativos nos preços da energia e das matérias-primas. Este facto, associado à subida da taxa de inflação, resulta em aumentos expressivos nos custos operacionais e de manutenção e gestão da rede de suporte à prestação dos nossos serviços”, justifica a Vodafone Portugal.

Em fevereiro, o aumento anunciado pelas três principais operadoras portuguesas levou a Anacom a propor ao Governo a limitação a seis meses do período máximo de fidelização associado aos pacotes de telecomunicações (atualmente é de dois anos).

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Consórcio europeu recebe ok de Bruxelas para competir com Google e Meta

Deutsche Telekom, Orange, Telefónica e Vodafone tiveram aprovação da Comissão Europeia para criarem uma "joint venture" e competir no mercado da publicidade digital, dominado por Google e Meta.

A alemã Deutsche Telekom é uma das operadoras envolvidas neste projetoMika Baumeister via Unsplash

A Comissão Europeia anunciou ter aprovado a criação de um consórcio internacional de grandes operadoras de telecomunicações para concorrer com a Meta e a Google no mercado da publicidade digital. As quatro empresas envolvidas são a Deutsche Telekom, Orange, Telefónica e Vodafone.

“O consórcio vai fornecer uma plataforma para apoiar as marcas e as atividades de marketing digital e publicidade dos publishers“, explica a Comissão Europeia num comunicado. Através desta joint venture, estas empresas esperam ter escala suficiente para conquistar quota de mercado na publicidade digital, recorrendo a um mecanismo semelhante ao que é usado pelas grandes tecnológicas, que são, sobretudo, norte-americanas.

“Sujeito ao consentimento dos utilizadores, o consórcio vai gerar um código único a partir da assinatura de rede móvel ou fixa do utilizador. Esse código vai permitir às marcas e publishers reconhecer os utilizadores nos seus websites e aplicações com base num pseudónimo, agrupá-los em diferentes categorias e segmentar o seu conteúdo a grupos de utilizadores específicos”, descreve Bruxelas na mesma nota.

A análise levada a cabo pelas autoridades europeias concluiu que a associação entre as quatro empresas europeias de telecomunicações “não levanta preocupações de concorrência” no espaço económico europeu, pelo que a transação foi aprovada sem condições. Segundo a Comissão, os países em que o consórcio vai operar são França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido.

“Com base na investigação ao mercado, a Comissão concluiu que a transação, tal como notificada, não reduzirá significativamente a concorrência” nesses países. A operação tinha sido comunicada a 6 de janeiro de 2023.

(Notícia atualizada pela última vez as 16h48)

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Depois da Meo e da Nos, Vodafone sobe preços até 7,8% a partir de 1 de março

Operadora confirma que preços vão ser aumentados a 1 de março a uma taxa máxima de 7,8%, o valor da inflação em 2022 calculado este mês pelo INE. Clientes Meo e Nos têm aumentos já em fevereiro.

A Vodafone Portugal vai atualizar os preços dos produtos e serviços a partir de 1 de março de 2023, confirma a empresa numa nota publicada no respetivo site. A operadora prevê “um aumento máximo de 7,8% no valor global da fatura”, uma percentagem equivalente à da taxa de variação média anual da inflação em 2022, como confirmado este mês pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Já os clientes da Meo e da Nos terão aumentos logo a partir de 1 de fevereiro.

“A Vodafone Portugal irá atualizar o preço dos serviços de telecomunicações prestados aos seus clientes a partir de 1 de março de 2023, com um aumento máximo de 7,8% no valor global da fatura, conforme os serviços subscritos e de acordo com os termos e condições previstos no respetivo contrato. A atualização foi calculada com referência à taxa de inflação”, explica a empresa de telecomunicações, dando conta de que a informação mais detalhada sobre os novos preços ficará “disponível a partir” de 30 de janeiro.

A operadora liderada por Mário Vaz era a única das três principais em Portugal que ainda não tinha dado qualquer informação sobre a política de preços para este ano. Em outubro de 2022, a presidente da Altice Portugal, Ana Figueiredo, anunciou que os preços da Meo serão atualizados à inflação a 1 de fevereiro e o ECO sabe que as alterações estão agora a ser comunicadas aos clientes, tendo por referência a taxa de 7,8% (que fica acima dos 7,2% referidos pela própria Altice em outubro, a mesma que era esperada pelo Governo). Também a Nos disponibilizou recentemente uma nota no respetivo site a dar conta de “novos preços” a partir de 1 de fevereiro, sem avançar qualquer percentagem.

“Serão atualizados os valores das mensalidades dos produtos e serviços da Vodafone, bem como a generalidade das tarifas de serviço. Os novos preços entrarão em vigor a 1 de março de 2023 e poderá consultar a atualização específica sobre os seus produtos e serviços através do TOBi aqui ou ligue grátis 12 710, a partir de 30 de janeiro de 2023″, explica a Vodafone na informação disponibilizada na internet. O aumento “será refletido no valor final do seu serviço à data da alteração de preços, bem como em alguns serviços extra que tenha subscrito”, refere também a empresa.

Estas informações confirmam, assim, uma notícia avançada em agosto de 2022: com os custos a aumentarem, era certo que os preços das telecomunicações iriam subir em 2023, uma opção prevista na maioria dos contratos. Mesmo assim, a Meo só confirmaria a subida meses depois, em outubro, em declarações à agência Lusa, enquanto a Nos e a Vodafone nunca confirmaram à imprensa os aumentos de preços até à disponibilização das informações online — nem mesmo após as sucessivas questões enviadas pelo ECO, um sinal da sensibilidade do tema dos preços no setor das telecomunicações em Portugal.

“O setor das telecomunicações tem sido fortemente afetado pelo atual contexto macroeconómico e geopolítico, do qual resultaram aumentos significativos nos preços da energia e das matérias-primas. Este facto, associado à subida da taxa de inflação, resulta em aumentos expressivos nos custos operacionais e de manutenção e gestão da rede de suporte à prestação dos nossos serviços”, contextualiza a Vodafone.

No caso da Altice, a presidente da empresa disse em outubro que os preços irão subir em fevereiro à taxa da inflação. Com base na taxa prevista na altura — de 7,2%, em vez dos atuais 7,8% que estão a ser comunicados aos clientes –, a líder da Meo previa que um pacote “TV+Net+Voz” teria uma subida média de dois euros por mês, enquanto um cliente com pacote M4 veria a fatura subir quatro euros mensais. O ECO solicitou na segunda-feira novas simulações, mas ainda não obteve resposta.

Do lado da Nos NOS 0,40% , a que o ECO também tem colocado questões sobre este assunto, a informação que existe é a que foi disponibilizada no site da operadora em 6 de dezembro: “A Nos irá atualizar o preço dos serviços de acordo com o Índice de Preços do Consumidor anual de 2022, a publicar pelo INE em janeiro de 2023. Esta atualização incide apenas sobre as mensalidades dos serviços, mantendo-se inalteradas quaisquer outras tarifas dos serviços”, lê-se na nota informativa que refere que os preços vão entrar em vigor a 1 de fevereiro e que os detalhes serão dados a partir de dia 23 deste mês.

“O setor de comunicações tem vindo a ser pressionado por um forte agravamento dos custos, nomeadamente os de energia, de transporte, de equipamentos de rede e até dos serviços prestados pelos seus fornecedores. Na Nos temos absorvido parte substancial deste aumento generalizado de custos, ao mesmo tempo que continuamos a investir fortemente na expansão e melhoria da rede fixa e móvel, para que Portugal e em especial os clientes da Nos possam gozar de um serviço melhor, mais fiável, mais seguro, mais rápido”, referia a operadora.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h59)

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