CEO do Grupo Vodafone deixa o cargo no fim do ano

  • Mariana Marques Tiago
  • 5 Dezembro 2022

Desde que Nick Read assumiu o cargo, em outubro de 2018, as ações da empresa desceram mais de 40%. A assumir o seu lugar ficará, temporariamente, a administradora financeira do grupo.

O CEO do grupo Vodafone, Nick Read, vai deixar a empresa no final do ano, após quatro anos no cargo. A ocupar o lugar, temporariamente, ficará a administradora financeira, Margherita Della Valle.

O anúncio foi feito esta segunda-feira. Nick Read vai deixar a liderança da Vodafone, após um mandato marcado por uma desvalorização das ações da Vodafone para quase metade.

O ainda CEO liderou o grupo britânico durante a pandemia e vendeu ativos, ao mesmo tempo que aumentou o foco no continente europeu e africano. No entanto, desde que assumiu o cargo, em outubro de 2018, as ações da empresa desceram mais de 40%.

Em declarações, Nick Read avançou: “Concordei com a direção que agora é o momento certo para entregar a liderança a uma nova pessoa que consiga tirar partido dos pontos fortes da Vodafone e aproveitar as oportunidades que se avizinham.” Depois de sair, Read assumirá o papel de conselheiro da administração da empresa até 31 de março.

Enquanto a operadora de telecomunicações procura um novo CEO, a substituta interina será Margherita Della Valle, encarregue de acelerar “a execução da estratégia da empresa para melhorar a performance operacional”, cita a agência Reuters.

Nick Read, que tem sido defensor da consolidação nos principais mercados europeus — nomeadamente Inglaterra, Espanha, Itália e Portugal –, considera que “foi um privilégio passar os últimos 20 anos” da sua carreira na Vodafone e diz estar orgulhoso com aquilo que a empresa deu aos clientes e a toda a sociedade na Europa e África.

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Vodafone notifica Concorrência sobre compra da Nowo

  • ECO
  • 14 Novembro 2022

A Vodafone Portugal notificou esta segunda-feira a Autoridade da Concorrência sobre a aquisição da operadora Nowo, anunciada no final de setembro.

A Vodafone Portugal notificou esta segunda-feira a Autoridade da Concorrência sobre a aquisição da Cabonitel, que detém a operadora Nowo. A autoridade liderada por Margarida Matos Rosa recebe observações sobre a operação nos próximos dez dias.

A telecom liderada por Mário Vaz anunciou em 30 de setembro a intenção de comprar a concorrente Nowo, considerada a quarta principal operadora de telecomunicações em Portugal, depois da Meo, Nos e Vodafone.

“A aquisição da operação da Nowo pela Vodafone vem reforçar a sua competitividade no mercado, dotando-a de maior escala e de maior cobertura, com benefícios para os atuais e para os futuros clientes, bem como para o setor”, declarou a empresa num comunicado divulgado na altura em que anunciou a intenção de compra.

Há três semanas, o presidente da Vodafone disse acreditar que a operação vai ter luz verde dos reguladores, designadamente da Autoridade da Concorrência – que vai agora analisar uma operação de concentração de empresas – e da Anacom, que regula o setor das telecomunicações.

Se for bem-sucedida — algo que depende agora da AdC –, os clientes da Nowo vão ter de “migrar” para os serviços da Vodafone. A transição não terá custos para os utilizadores, assegurou.

Essa migração vai ocorrer em duas vertentes, que passam pela substituição dos equipamentos nas casas das pessoas e pela troca dos cartões SIM dos clientes móveis.

Atualmente, a Nowo oferece serviços 4G subcontratando a rede à Altice Portugal, mas esses clientes vão ter de transitar para a rede da Vodafone, com Mário Vaz a assumir que o fim do contrato entre a Nowo e a Meo será uma das prioridades da Vodafone após a conclusão da transação.

A Nowo é o quarto maior operador convergente em Portugal, com cerca de 250 mil subscritores do serviço móvel e 140 mil clientes do acesso fixo (Pay TV e Banda Larga) em aproximadamente um milhão de casas cobertas com a sua infraestrutura de comunicações

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Vodafone confiante de que reguladores vão aprovar compra da Nowo

CEO da Vodafone Portugal nega que interesse na compra da Nowo sejam as licenças 5G da operadora. Não vê “razão objetiva” para que reguladores rejeitem a concentração.

O CEO da Vodafone Portugal disse esta segunda-feira que “a motivação” para a aquisição da concorrente Nowo nunca foi “comprar espetro” para 5G, mas sim ficar com a carteira de clientes da empresa, que ronda os 250 mil no segmento móvel e 140 mil no fixo. A operadora espera ficar com “todos os ativos” da Cabonitel S.A., que é o veículo que formalmente detém a Nowo.

Num encontro com jornalistas, a propósito dos 30 anos da operadora de telecomunicações, Mário Vaz defendeu não haver “nenhuma razão objetiva” para os reguladores colocarem entraves à concretização do negócio, “em função daquilo que é a dimensão [da Nowo] face àquilo que é a dimensão da Vodafone”. Considerou ainda que a operação não altera a “dinâmica competitiva” no mercado português de telecomunicações.

Deste modo, apontando para a “quota reduzida” da Nowo, o CEO não espera que a Autoridade da Concorrência (AdC) venha a impor “remédios substanciais” à Vodafone — isto é, compromissos — para poder ficar com a concorrente, nem vê “complexidade” na decisão, embora também tenha reconhecido que existem “dúvidas” sobre qual vai ser “a decisão [dos reguladores] relativamente ao espetro” detido por ambas as empresas.

A Vodafone Portugal anunciou em 30 de setembro a intenção de comprar a concorrente Nowo, considerada a quarta principal operadora de telecomunicações em Portugal, depois da Meo, Nos e Vodafone. “A aquisição da operação da Nowo pela Vodafone vem reforçar a sua competitividade no mercado, dotando-a de maior escala e de maior cobertura, com benefícios para os atuais e para os futuros clientes, bem como para o setor”, declarou a empresa num comunicado divulgado na altura.

Segundo o presidente, a operação vai ser notificada à AdC “na primeira quinzena de novembro”. Se for bem-sucedida — algo que depende agora da AdC –, os clientes da Nowo vão ter de “migrar” para os serviços da Vodafone. A transição não terá custos para os utilizadores, assegurou.

Essa migração vai ocorrer em duas vertentes, que passam pela substituição dos equipamentos nas casas das pessoas e pela troca dos cartões SIM dos clientes móveis. Atualmente, a Nowo oferece serviços 4G subcontratando a rede à Altice Portugal, mas esses clientes vão ter de transitar para a rede da Vodafone, com Mário Vaz a assumir que o fim do contrato entre a Nowo e a Meo será uma das prioridades da Vodafone após a conclusão da transação.

Negócio respeita regulamento, diz Vodafone

Mário Vaz foi igualmente questionado sobre as licenças 5G adquiridas pela Nowo no leilão da Anacom, incluindo o artigo do regulamento do leilão que impede a venda dos direitos de utilização das frequências por um período de dois anos a contar a partir do início da prestação dos serviços. Mesmo aqui, o responsável não espera dificuldades.

O CEO respondeu que a limitação diz respeito à “licença per si“, lembrando que “a entidade [que vai ser] adquirida — o acionista da empresa — não é abrangida por esse critério”. A Vodafone vai comprar a Nowo por via da aquisição do seu acionista, a Cabonitel S.A., aos espanhóis da MásMóvil. Apesar de instado a tal, Mário Vaz não quis dar mais detalhes sobre a estrutura formal da operação.

“Não posso adiantar nada sobre o que o regulador possa vir a decidir. Agora, essa cláusula em particular [o travão à venda das licenças por dois anos] não é aplicável ao caso concreto por esta razão. Não é uma alienação da licença, [como seria] a Nowo poder vender as frequências 5G”, entende o CEO da Vodafone.

Dito isto, o responsável acrescentou: “Havia um conjunto de limitações associadas ao leilão. Mesmo a questão dos volumes de espetro de cada um, tudo isso são condições do leilão. Não são, necessariamente, condições de utilização futura”, disse, numa referência ao facto de a soma do espetro da Vodafone e da Nowo superar em 30 MHz o limite de espetro que cada participante podia adquirir no leilão na faixa dos 3,6 GHz, uma das mais importantes para a quinta geração.

Na semana passada, a Anacom, que terá de emitir um parecer não vinculativo sobre a concentração, confirmou ao ECO que “as regras definidas no regulamento do leilão, no caso em apreço os limites à atribuição e titularidade de espetro, aplicavam-se à participação nesse procedimento”.

Mas o regulador das comunicações avisou que, “na análise da operação e na definição do seu posicionamento em relação à mesma, não deixará de ter em consideração a estrutura do mercado e a dinâmica concorrencial existente, incluindo a quantidade de espetro detida pelos envolvidos”.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h15)

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Operadoras resistem a anunciar aumentos de preços

Meo continua sem "plano para alteração de preços", mas admite que a maioria dos clientes têm contratos indexados à inflação. Vodafone assume "enormes desafios" para manter os preços nos níveis atuais.

Sobem os preços da luz. Sobem os preços do gás. Em janeiro, aumentam as rendas, as portagens e até a manutenção do elevador do prédio. As despesas mensais das famílias portuguesas não param de engordar, à medida que as empresas vão anunciando aumentos para cobrir os seus próprios custos. Mas as telecomunicações têm destoado desta realidade – pelo menos até agora.

O setor das telecomunicações não esconde os desafios que enfrenta, nem se compromete a manter os preços. Mas as principais operadoras de telecomunicações garantem ainda não ter mexido nas faturas mensais dos clientes, apesar de o poderem fazer. Em resposta a questões do ECO, a postura continua a ser a de aguardar para ver. Facto é que dificilmente os preços vão continuar nos níveis atuais, à luz das leituras da taxa de inflação, que parece não querer dar sinais de abrandar.

“A esta data, não é possível antecipar a expressão ou timings [o momento] de eventuais alterações de preços”, disse fonte oficial da Vodafone Portugal esta terça-feira. Já a Meo, detida pela Altice Portugal, insistiu na resposta que tem vindo a dar desde o segundo trimestre: “O contexto de inflação está a ser monitorizado pela equipa de gestão da Altice Portugal com o objetivo de mitigar efeitos na estrutura e na operação. De momento não há qualquer plano para alteração de preços”. Fonte oficial da Nos não respondeu até ao fecho deste artigo.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica esta quarta-feira, pelas 9h30, a estimativa rápida da evolução do Índice de Preços no Consumidor em agosto. Os dados, que só serão confirmados mais tarde, em setembro, ganham relevância pois vão permitir calcular já, por exemplo, o coeficiente para a atualização das rendas em janeiro de 2023, ainda que numa versão preliminar.

Sem surpresa, a taxa deverá continuar historicamente elevada, à semelhança do que está a acontecer um pouco por todo o mundo ocidental, no contexto da guerra e do encarecimento da energia. As operadoras estão conscientes disso e admitem que dificilmente conseguirão não passar, ainda que parcialmente, este aumento de custos para a respetiva base de clientes.

Sobre este assunto, a Vodafone tinha afirmado em maio: “Estamos a fazer um esforço para que [a conjuntura] não se reflita nos preços — que, em Portugal, são dos mais baixos a nível europeu — mas não podemos comprometer-nos.” Agora, a mesma fonte confessa: “A expressiva taxa de inflação a que temos estado sujeitos tem colocado à Vodafone enormes desafios internos de forma a evitar refletir esses impactos nos preços dos serviços. Contudo, esse é um esforço não compatível com a expressão da taxa de inflação ou com o seu caráter de médio longo prazo.”

Dito isto, remata: “O setor é fortemente impactado pela inflação, em particular pelos custos de energia e dos combustíveis, bem como pelos distúrbios das cadeias logísticas e consequente aumento de preços e prazos de entrega dos equipamentos. Este aumento de custos tem impacto acrescido num momento em que a Vodafone está a desenvolver múltiplos planos de modernização da rede e de implementação do plano de obrigações de cobertura 5G.”

A expressiva taxa de inflação a que temos estado sujeitos tem colocado à Vodafone enormes desafios internos de forma a evitar refletir esses impactos nos preços dos serviços.

Fonte oficial da Vodafone

Contratos expostos à inflação

No caso da Meo, nos últimos anos, a empresa atualiza em janeiro as mensalidades dos clientes atuais com base na inflação, impondo um aumento mínimo de 50 cêntimos. Mas, nessas alturas, o IPC estava muito longe dos valores atuais, o que significava que, regra geral, as mensalidades subiam meio euro a cada ano, até acabar o prazo de fidelização.

Em julho, um analista questionou o administrador financeiro da Altice International sobre este assunto. Malo Corbin respondeu que 75% dos clientes da Meo têm contratos indexados à taxa de inflação. Apesar de não admitir claramente uma subida, a declaração não tranquiliza os clientes – muitos deles já esmagados pelos preços cada vez mais elevados dos alimentos, bem como pelas faturas mais altas da eletricidade, do gás, dos combustíveis, e, eventualmente, até da água.

Quanto aos novos contratos, o impacto da inflação é bastante mais difícil de medir. As ofertas das operadoras são complexas e incluem diversos descontos e promoções que dificultam a comparação. Ora, a Anacom tem acompanhado de perto a evolução dos preços no mercado, baseando-se no detalhe do IPC divulgado pelo INE. No mais recente relatório, a entidade aponta que os preços das telecomunicações em julho eram 1,7% mais elevados do que em julho de 2021. Mas importa notar que, apesar de representar uma subida, nesse mês, a inflação em Portugal atingiu 9,1%.

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Vodafone sobe receitas em 6,7% com retoma económica e turismo

Retoma da atividade económica e do turismo ajudou as receitas da Vodafone em Portugal. Empresa aumentou base de clientes no móvel, banda larga e TV por subscrição.

A Vodafone Portugal viu as receitas de serviço atingirem 275 milhões de euros no primeiro trimestre do ano fiscal de 2022-2023, um crescimento de 6,7% face ao mesmo trimestre do ano anterior. Esta melhoria é explicada pela “retoma da atividade económica”, principalmente no setor do turismo.

Nesse período, que corresponde ao trimestre de abril a junho, o número de clientes no segmento móvel registou um crescimento homólogo 2,3%, para cerca de 4,668 milhões. Já a base de clientes de banda larga cresceu 7,3%, para 890 mil, “um ritmo constante num ambiente muito competitivo”, enaltece a operadora. No negócio da TV por subscrição, a base de clientes cresceu também 7,3%, para 819 mil.

“Num trimestre marcado pela elevada incerteza e volatilidade, nomeadamente o resultante da pressão inflacionista e do conflito na Ucrânia, o bom desemprenho que foi possível alcançar reflete, por um lado, a retoma da atividade económica no terminus da pandemia, bem como o crescimento da atividade turística, sendo Portugal um dos principais destinos europeus”, comenta Mário Vaz, CEO da Vodafone Portugal, citado num comunicado.

“Por outro lado, espelha o reconhecimento da qualidade e relevância do nosso serviço na atividade das empresas e na retoma da normalidade na vida das famílias portuguesas”, acrescenta o gestor.

De acordo com a Vodafone, a empresa “continuou a expandir a presença da sua fibra de última geração em todo o país”. “No final de junho, a rede FFTH [fibra ótica] da Vodafone abrangia 4,2 milhões de lares e empresas, através de rede própria e de parcerias estratégicas”. Além disso, a Vodafone continuou a expandir a rede 5G, em parceria com a Ericsson.

Receitas do grupo caem na Alemanha

As receitas de serviço da Vodafone subiram 2,5% no trimestre fiscal terminado em junho, em termos homólogos, mas recuaram 0,5% no mercado alemão, o seu maior mercado, refletindo alterações de regulação, divulgou esta segunda-feira o grupo britânico.

No trimestre terminado em junho, as receitas de serviço ascenderam a 9.514 milhões de euros e as receitas totais progrediram 2,7% para 11.278 milhões de euros.

O grupo Vodafone salienta que as receitas de serviço na Alemanha recuaram 0,5%, “refletindo em grande parte o impacto da nova lei das telecomunicações” e que o crescimento na Europa foi “suportado pela aceleração” do aumento no Reino Unido.

O crescimento de 1,7% do serviço empresarial do grupo foi suportado por uma maior receita do roaming e de serviços digitais.

As receitas na Turquia cresceram 35,8%, impulsionadas pela inflação elevada.

Em África, o crescimento foi suportado pelo aumento das receitas de dados e de serviços financeiros.

“Executámos em linha com as nossas expectativas, entregámos outro trimestre de crescimento tanto na Europa e África e assistimos uma aceleração no crescimento do negócio”, refere o presidente executivo, Nick Read, citado em comunicado.

Embora “não estejamos imunes aos atuais desafios macroeconómicos, estamos no caminho certo para entregar resultados financeiros” em linha com o esperado, acrescenta.

No comunicado, o grupo destaca ainda que mantém uma “boa dinâmica comercial” em Portugal, tendo adicionado 46.000 clientes de contrato móvel e 12.000 de banda larga fixa no trimestre em análise.

Em Espanha, a Vodafone faturou 988 milhões de euros no primeiro trimestre fiscal terminado em junho, menos 4% em termos homólogos.

A operadora salienta ainda que mais de 8.000 utilizadores empresariais registaram-se na sua plataforma de ferramentas digitais, lançada em março pelo Governo espanhol para canalizar os fundos de recuperação da União Europeia para pequenas e médias empresas (PME).

(Notícia atualizada às 10h48 com resultados da Vodafone Portugal)

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Vodafone pede mais tempo ao Governo para cumprir metas de cobertura do 5G

Empresa diz ter feito um alerta "junto do Governo" para os riscos da nova conjuntura nos prazos e custos da implementação da rede 5G. Equipamentos são mais caros e demoram a chegar.

A Vodafone fez um alerta “junto do Governo” para os “riscos associados a prazos e custos” na implementação do 5G, disse ao ECO fonte oficial da empresa. As operadoras têm metas de cobertura para cumprir em 2023 e 2025, mas a invasão da Ucrânia pela Rússia alterou a conjuntura macroeconómica. Não só os equipamentos estão mais caros como demoram a chegar, e os custos da energia não param de subir. Em alguns casos a espera pode alcançar seis meses.

O alerta já tinha sido feito pelo CEO da Vodafone no congresso anual da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC). Mário Vaz explicou que a implementação do 5G tem agora custos mais elevados do que há um ano e avisou que as empresas podem “não conseguir cumprir” as obrigações de cobertura impostas pelo Executivo.

Quase um mês depois, a guerra continua sem fim à vista e a inflação mantém-se acelerada. Fonte oficial da Vodafone diz ao ECO que tem tentado sensibilizar o Governo para estas preocupações.

“Na APDC, o CEO da Vodafone fez um alerta, uma vez que as condições macro mudaram de forma muito expressiva e por isso há riscos associados a prazos e custos. O alerta já foi feito também junto do Governo, ainda que reconheçamos que os tempos são de incerteza e por isso, nesta fase, só temos de estar alertados e preparados para eventuais consequências, caso os piores cenários se confirmem”, afirma a operadora. “Isso não significa que a Vodafone não esteja a trabalhar de forma árdua e empenhada em fazer chegar o 5G aos portugueses”, acrescenta.

Além da Vodafone, também a Meo admite haver risco de incumprimento das metas. Numa reação a esta notícia, fonte oficial diz que “a Altice Portugal está, naturalmente, atenta à conjuntura nacional e internacional, que está a provocar constrangimentos logísticos e económicos que, se não forem ultrapassados a breve prazo, poderão colocar em causa o cumprimento das obrigações de cobertura e o plano de investimento das empresas”. O ECO também tinha questionado a Nos sobre este assunto, mas não recebeu resposta até ao fecho deste artigo.

Face a estas informações, o ECO contactou fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e Habitação para esclarecer se a dilatação das obrigações de cobertura à luz da guerra na Ucrânia é uma hipótese em cima da mesa. Também não foi possível obter resposta até à publicação desta notícia.

Contudo, as preces da Vodafone podem não convencer o Governo. Em agosto do ano passado, em pleno leilão do 5G, fonte oficial do Ministério elevou a fasquia à Anacom e às operadoras, lembrando que, apesar dos atrasos evidentes, as metas de cobertura não seriam alteradas: “É expectativa do Governo que todos os intervenientes no leilão (participantes e regulador) tenham presente a necessidade de cumprir estas metas, que se mantêm, independentemente da duração do leilão”, disse fonte da Secretaria de Estado das Comunicações. Nessa altura, porém, a conjuntura macroeconómica era diferente.

Nos termos do leilão do 5G, as operadoras com licenças de quinta geração ficam obrigadas “a uma cobertura de 95% da população total do país e a uma cobertura de 90% da população de cada uma das freguesias consideradas de baixa densidade, de cada uma das freguesias das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores e de cada uma das freguesias que integram municípios com freguesias de baixa densidade”, explicou o Governo no fim do leilão, em outubro. As metas em causa “foram definidas até 2025, com metas intermédias até ao final de 2023 e 2024”.

(Notícia atualizada em 15 de junho, às 15h52, com reação da Altice Portugal)

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Vodafone: “Não podemos comprometer-nos” a manter os preços

Operadoras sem planos para subir os preços dos pacotes de momento, mas nenhuma arrisca prometer não o vir a fazer com este aumento de custos. Vodafone é mais clara e diz mesmo que não se compromete.

A escalada dos preços da energia afeta todos os setores e o das telecomunicações não é exceção. Os equipamentos precisam de eletricidade para funcionar e os técnicos conduzem viaturas que bebem combustível. Neste momento, as três principais operadoras portuguesas dizem não ter planos para subir preços aos clientes, mas nenhuma arrisca prometer não ter de o vir a fazer.

A Vodafone diz ter conseguido absorver este aumento dos custos, castigando a margem do negócio. Mas a empresa é clara ao dizer que não pode garantir que não vai acabar por ter de subir as mensalidades aos clientes: “Não podemos comprometer-nos”, diz ao ECO fonte oficial da empresa.

“O nosso setor é fortemente impactado pelos preços da energia e do combustível”, explica fonte oficial da empresa, que dá como “exemplo”, precisamente, o “negócio fixo” e as “deslocações técnicas a casa dos clientes”. Mas a inflação também se faz sentir em áreas menos óbvias, como nos preços do ferro e do cobre, usados “na construção de torres de telecomunicações e expansão da fibra” ótica.

Neste tipo de situações, as empresas só têm duas hipóteses — absorver o aumento dos custos, refletindo-o negativamente nas margens, e/ou aumentar os preços dos produtos e serviços. Mas este período é particularmente sensível para as operadoras portuguesas, que se encontram a investir na expansão das novas redes 5G, o que não pode ser adiado porque existem obrigações de cobertura ambiciosas que têm de ser respeitadas.

Por isso, a Vodafone não afasta qualquer cenário: “A subida dos preços provocará, necessariamente, um aumento do investimento para garantir essa mesma cobertura, o que é difícil de acomodar nos planos que tínhamos. Estamos a fazer um esforço para que isto não se reflita nos preços — que, em Portugal, são dos mais baixos a nível europeu — mas não podemos comprometer-nos”, assume fonte oficial da empresa liderada por Mário Vaz, ao mesmo tempo que recorda que as obrigações de cobertura “exigem investimentos avultados, planeados com base nos preços antes do leilão de espetro”.

Estamos a fazer um esforço para que isto não se reflita nos preços — que, em Portugal, são dos mais baixos a nível europeu — mas não podemos comprometer-nos.

Fonte oficial da Vodafone

A Altice Portugal, dona da operadora Meo, tem repetido que a comissão executiva está a monitorizar a situação. Mas, para já, não vê necessidade de atualizar as mensalidades dos pacotes: “O contexto da inflação está a ser monitorizado pela equipa de gestão da Altice Portugal com o objetivo de mitigar efeitos na estrutura e na operação. De momento, não há qualquer plano para a alteração de preços”, promete fonte oficial.

É uma mensagem idêntica à da Nos, que diz: “Estamos a acompanhar de perto a situação e, apesar do impacto que o conflito está a ter nas cadeias de valor e custos de produção. De momento, não estão previstas atualizações”, disse fonte oficial da empresa.

Face à conjuntura desafiante, que não é exclusiva do mercado português, as empresas de telecomunicações em vários países da Europa têm explorado oportunidades de consolidação, o que lhes permite ganhar escala e arcabouço para enfrentar as adversidades. Em Espanha, Orange e MásMóvil avançaram para uma fusão e há rumores de que estes últimos, que detêm a Nowo, estarão interessados num movimento deste tipo também no mercado português.

A somar a isto, o presidente executivo do grupo Vodafone, Nick Read, disse há poucos dias que a empresa está em “conversações ativas” para explorar possíveis oportunidades de fusão num conjunto de países europeus. E Portugal está nessa lista.

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Setor português de telecomunicações é “passível de futuras consolidações”, diz Vodafone Portugal

Fonte oficial da operadora liderada por Mário Vaz diz que o número de empresas com licenças 5G em Portugal é "exagerado". Por isso, não descarta operações de consolidação em Portugal.

A era da rede móvel 5G em Portugal vai contar com os players do costume, mas duas novas empresas vão vender serviços aos clientes: a Nowo e a Digi (além da Meo, Nos e Vodafone). Neste contexto, têm havido conversações nos bastidores que podem originar operações de fusão e aquisição. E, numa declaração enviada ao ECO, fonte oficial da Vodafone deixa claro que o mercado português é “passível de futuras consolidações”.

“A Covid-19 e os esforços de investimento a que o setor está sujeito tornam inevitável a sua consolidação na Europa, onde há grande dispersão de operadores, ao contrário do que acontece nos EUA. O CEO do Grupo Vodafone, Nick Read, mencionou Portugal como um dos países onde o número de players no mercado resultante do leilão 5G se tornou exagerado e, por isso, passível de futuras consolidações”, respondeu a empresa a um conjunto de questões enviadas pelo ECO.

Mas Nick Read não disse apenas isso. Este mês, durante a conferência telefónica com analistas, o gestor garantiu que a Vodafone está em “conversações ativas” em “todos” os mercados que tinham sido mencionados anteriormente, como Espanha, Reino Unido, Itália e Portugal. Concretamente no país vizinho, essa consolidação já começou, com a Orange e a MásMóvil a anunciarem a fusão de ambas as empresas nesse mercado.

Não é claro com que empresas é que a Vodafone pode estar a estudar uma hipotética consolidação, mas a imprensa espanhola noticiou recentemente que a MásMóvil, que detém a Nowo em Portugal, estará à procura de uma saída do mercado português, depois de o leilão de frequências ter aberto a porta não a um, mas a dois “novos entrantes”, fragmentando o mercado.

É de recordar também que que, no ano passado, o fundador da Altice, Patrick Drahi, mandatou a butique de investimento Lazard para procurar possíveis compradores para o negócio em Portugal, onde se inclui a Meo. Mas nenhuma operação foi adiante, com as agências internacionais a garantirem que os valores das ofertas não corresponderam às expectativas do magnata.

“Centenas de milhar” com telemóveis 5G

Meo, Nos e Vodafone aceleraram o desenvolvimento das respetivas redes de quinta geração no início deste ano, depois do demorado leilão de licenças que ocupou grande parte de 2021. Mas a evolução do mercado está dependente de os potenciais clientes mudarem para telemóveis com esse tipo de conectividade.

O ECO questionou as três operadoras para aferir uma estimativa de quantos portugueses já terão equipamentos “preparados para 5G”. As empresas, que alargaram até 15 de setembro a disponibilização gratuita do 5G a todos os clientes interessados, não quiseram avançar números concretos, mas deixaram algumas pistas.

No caso da Meo, fonte oficial da Altice Portugal respondeu que “o número de clientes com terminais [telemóveis] 5G situa-se na ordem das centenas de milhar”. No caso da Vodafone, a empresa diz estimar que, “entre os clientes da Vodafone, a percentagem atual de dispositivos aptos para a rede 5G é de 10%.

Ora, contando que a empresa reportou ter cerca de 4,58 milhões de clientes do serviço móvel, o número de clientes móveis da Vodafone com equipamentos 5G poderá rondar os 457,8 mil.

No caso da Nos, a operadora enviou uma resposta à pergunta do ECO. Mas não avançou qualquer detalhe sobre a estimativa do número de clientes com 5G.

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Vodafone admite que talvez nunca venha a saber razão do ciberataque

  • Lusa
  • 18 Fevereiro 2022

Operadora publicou carta aberta nos jornais onde admite que talvez nunca venha a saber qual a razão por detrás do ciberataque de que foi alvo este mês.

A Vodafone Portugal afirma que não sabe e que talvez nunca venha a saber a razão do ciberataque de que foi alvo, que desligou “escolas, hospitais e bombeiros”, numa carta aberta publicada nos jornais esta sexta-feira.

Com o título “uma força que nunca se apaga”, a operadora de telecomunicações liderada por Mário Vaz recorda que no dia 7 de fevereiro viveu um “‘blackout‘” (apagão). “Desligaram escolas, hospitais e bombeiros, empresas, famílias, pessoas, desligaram a vida de milhões de portugueses”, salienta a Vodafone.

“Não sabemos, e se calhar nunca vamos saber, porquê. Talvez a ideia de que conseguiriam destruir o que somos, aquilo que trabalhamos e construímos todos os dias, com colaboradores, clientes, parceiros, Estado e sociedade civil”, prossegue.

“Sabemos que a tecnologia tem um poder astronómico, mas o que nos distingue é o que fazemos com ela”, sublinha, asseverando que, do lado da operadora, esta “estará sempre ao serviço do bem”.

A Vodafone Portugal foi alvo de um ciberataque que afetou a sua rede e os seus quatro milhões de clientes. “Estaremos sempre do lado certo, esta é a força que nunca vão conseguir apagar”, remata a operadora na carta aberta.

Neste ataque sem precedentes, a Vodafone foi confrontada, cerca das 21h00 de 07 de fevereiro “com uma interrupção abrupta da quase totalidade” dos seus serviços de comunicações, com exceção do serviço fixo de Internet e de uma “parte expressiva ainda de clientes de televisão”, afirmou o presidente executivo da operadora, Mário Vaz, em conferência de imprensa no dia seguinte.

“Para terem uma noção da dimensão e do objetivo deste ataque foi claramente tornar indisponível a nossa rede e com um nível de gravidade para dificultar ao máximo a recuperação dos serviços”, sublinhou o gestor, na altura.

A operadora tem dito que não há indícios de que os dados de clientes tenham sido acedidos e/ou comprometidos.

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Os meus dados estão seguros? E quando volto a ter serviço? 10 respostas sobre o ataque à Vodafone<span class='tag--premium'>premium</span>

Quem foram os autores do ataque? Tenho direito a compensação? E porque é que estão a haver tantos ciberataques? O ECO procurou a resposta para algumas perguntas frequentes.

Na semana em que a Vodafone foi alvo de um ciberataque de grande dimensão, o ECO resume as respostas a algumas das questões mais frequentes, como "Roubaram os meus dados pessoais?" ou "quando volta o serviço?" O que aconteceu à Vodafone? A Vodafone foi alvo de um ciberataque na segunda-feira à noite.O incidente foi detetado por volta das 21h00 e, desde então, a operadora tem estado a trabalhar no sentido de restabelecer os serviços que foram atingidos. Que serviços foram afetados? O ciberataque derrubou o grosso das redes e serviços da Vodafone. Isto inclui os serviços assentes na rede móvel, como os dados móveis, as chamadas de telemóvel e as mensagens de texto, o serviço de telefone fixo, o serviço de televisão, entre outrosserviços para clientes empresariais. O presidente executivo

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Impacto do ciberataque nos serviços da Vodafone “em fase final de resolução”

  • Lusa
  • 10 Fevereiro 2022

Fonte oficial da operadora assegurou que "a estabilização da rede está praticamente assegurada" após ciberataque. Serviços de voz móvel e fixa, dados e televisão estão praticamente repostos.

O impacto verificado nos serviços da Vodafone “encontra-se em fase final de resolução”, com “um volume já bastante residual de clientes afetados”, disse à Lusa fonte oficial da operadora de telecomunicações.

“A estabilização da rede está praticamente assegurada, o que inclui voz móvel e fixa, dados e serviço de televisão”, acrescentou.

Em curso, “está o restabelecimento de soluções específicas para clientes empresariais”, sendo que “aumentamos também a disponibilização de mais ferramentas de serviço de apoio ao cliente, incluindo restabelecimento de parte dos canais digitais”, prosseguiu fonte oficial.

A Vodafone criou um site com todas as atualizações relativas ao ciberataque da passada segunda-feira.

A operadora de telecomunicações liderada por Mário Vaz foi alvo de um ciberataque sem precedentes na noite de segunda, o qual afetou a sua rede e os seus quatro milhões de clientes.

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WannaCry? NotPetya? Estes foram alguns dos ciberataques mais mediáticos dos últimos anos em Portugal

Na semana em que a Vodafone assumiu ter sido alvo de um ato de sabotagem informática, que deixou milhões de portugueses sem comunicações, recorde alguns dos maiores ciberataques em Portugal.

A Vodafone junta-se esta semana à lista cada vez mais extensa de vítimas portuguesas de ciberataques mediáticos. Perto de quatro milhões de clientes ficaram sem comunicações eletrónicas.

A maioria dos incidentes de cibersegurança nem chega a ver a luz do dia, e as grandes empresas dizem-se alvo de centenas deles numa base diária. Mas 2022 tem sido pródigo em problemas deste tipo, com impacto no dia-a-dia de milhões de empresas e consumidores.

O ECO revisitou alguns dos ciberataques que chegaram às páginas dos jornais nacionais nos últimos anos, desde o pedido de resgate em bitcoins à Portugal Telecom ao susto que levou o Serviço Nacional de Saúde a desligar o cabo da internet. Recorde-os.

WannaCry, 12 de maio de 2017

O ataque mundial que ficou conhecido por WannaCry tem sido apontado por alguns especialistas como um ponto de viragem na forma de se olhar para a cibersegurança. Até então, o tema era tratado na maioria das organizações como um problema do departamento de TI — agora, é uma preocupação das administrações.

Em 12 de maio de 2017, um software malicioso propagou-se por computadores e sistemas por todo o planeta, chegando a Portugal. Com ele, os atacantes bloqueavam os dados dos utilizadores a cadeado, exigindo 300 bitcoins pela chave. Este tipo de ataque é conhecido por ransomware, o nome técnico dos sequestros de dados.

“Também pedem resgate de bitcoins à PT”, escreveu o ECO na altura. Nesse dia, a operadora que agora se chama Meo publicou no Twitter: “Confirmamos que a PT foi alvo de um ataque informático. Esta situação não tem impacto na segurança dos seus serviços Meo.”

Não foi a única vítima. O ataque prejudicou empresas como FedEx, Boeing e muitas outras. Mais tarde, veio a saber-se que os atacantes terão recorrido a uma vulnerabilidade desenvolvida pela National Security Agency (NSA) dos EUA, denominada EternalBlue, e com potencial para se espalhar por computadores com versões mais antigas do Windows. O caso suscitou um debate em torno dos riscos de grandes potências mundiais deixarem cair as suas ciberarmas nas mãos erradas.

EUA e Reino Unido acusaram a Coreia do Norte de estar por detrás do ciberataque. Estimativas indicam que o vírus informático terá infetado centenas de milhares de computadores em cerca de 150 países e gerado prejuízos de milhares de milhões de dólares.

NotPetya, 27 de junho de 2017

Ainda a economia mundial lambia as feridas do WannaCry quando emergiu outro ciberataque internacional, que acabou por ficar conhecido por NotPetya. O clima de receio era tal que os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) optaram por desligar os correios eletrónicos e a internet no Serviço Nacional de Saúde (SNS), a título preventivo.

Mondelez, Saint-Gobain, Merck e Maersk, a gigante dos contentores que é uma peça fundamental da engrenagem da globalização, foram algumas das empresas afetadas e que enfrentaram pesados prejuízos.

Na altura, o ECO escreveu que eram conhecidos casos de infeção por este vírus informático em Portugal: “O vírus atingiu as empresas do GrupoM Mindshare e MEC, parte do grupo internacional WPP. A Ogilvy Portugal, do mesmo conglomerado, terá instruções para desligar os sistemas.”

EDP, 13 de abril de 2020

Em plena primeira vaga da Covid-19, com meio mundo fechado em casa, a imprensa nacional noticiou que a EDP teria sido alvo de um ataque informático. “Piratas informáticos reclamam dez milhões de resgate à EDP”, escrevia o Jornal de Notícias.

A tese era a de que teria surgido na deep web, uma espécie de segunda camada da internet, um pedido de resgate à EDP por cerca de 10 TB de dados alegadamente roubados à empresa. Em consequência, os atacantes ameaçavam tornar esta informação pública.

Na altura, o ECO conseguiu confirmar que uma página na deep web alegava ter dados sensíveis da EDP, sendo pedido um resgate em bitcoins. Era ainda fornecido um canal de comunicação para eventual negociação.

Os supostos hackers apresentavam também uma amostra da informação alegadamente roubada à elétrica nacional. Mas não foi possível validar a sua autenticidade.

A EDP negou sempre ter sido vítima de ciberataque. E o facto é que, tanto quanto se sabe hoje em dia, não há indícios de que, tendo ocorrido, tenha tido um impacto material relevante na operação ou finanças da companhia.

Altice, 16 de abril de 2020

Dias depois da notícia sobre o alegado ataque à EDP, surgiam novas notícias sobre um novo ciberataque, desta vez à Altice.

A empresa que detém a Meo confirmou na altura ter sido “alvo do ataque”, mas assegurou que “as consequências deste foram praticamente nulas”.

Impresa, 2 de janeiro de 2022

Pulando até 2022, no rescaldo da passagem de ano, em 2 de janeiro, os sites da Impresa, incluindo os da SIC Notícias e do Expresso, foram alvo de um ciberataque de ransomware (o grupo nega que tenha sido pedido um resgate).

Foi o primeiro de uma série de ciberataques mediáticos no arranque deste ano. Durante cerca de uma semana, os sites da Impresa mantiveram-se indisponíveis, até regressarem em formato provisório.

O ciberataque foi reivindicado pelo autointitulado Lapsu$ Group, que também reivindicou a autoria de ataques mediáticos no Brasil.

Mais de um mês depois do incidente, os sites da Impresa continuam a funcionar em versões provisórias e o arquivo digital dos meios de comunicação social do grupo desapareceu.

Parlamento, 30 de janeiro de 2022

Semanas depois do ataque à Impresa, um grupo homónimo publicou num fórum o que alegava serem dados sensíveis da Assembleia da República, conseguidos num ciberataque, em pleno dia de eleições legislativas.

Não tardou até o Lapsu$ Group, no seu canal no Telegram, negar ser autor do ataque ao Parlamento, acusando o autor da publicação de roubo de identidade.

O site do Parlamento foi “desligado” na sequência destas alegações. Na altura, fonte oficial da Assembleia da República explicou que, “na sequência de um alegado ataque informático”, foi “tomada a decisão de impedir todos os acessos externos ao portal internet do Parlamento, de forma a permitir aos serviços informáticos e às autoridades competentes a análise exaustiva de toda a estrutura informática”.

A mesma fonte acrescentou que não houve “evidência de qualquer impedimento no funcionamento do portal”, tendo restabelecido os acessos. A Polícia Judiciária abriu uma investigação.

TAP, 1 de fevereiro de 2022

Em 1 de fevereiro, a conta oficial da TAP no Twitter começou a exibir um comportamento estranho, publicando uma série de mensagens com a palavra “awesome” (fantástico, em português).

Pouco depois, fonte oficial da companhia aérea confirmava que a sua conta tinha sido pirateada. “A TAP confirma que a sua conta oficial no Twitter foi alvo de um ataque informático. A companhia desenvolveu já todas as diligências necessárias para proteger a sua conta, que está de momento suspensa”, disse a empresa.

O incidente terá ficado circunscrito ao Twitter, sem impacto material na empresa. Entretanto, o grupo recuperou o controlo da conta na rede social.

Vodafone, 7 de fevereiro de 2022

Na noite de segunda-feira, por volta das 21h, os clientes do serviço móvel da Vodafone deram por si sem acesso à rede e impossibilitados de fazer chamadas, enviar mensagens e aceder à internet. Os serviços da Vodafone continuaram a enfrentar severas dificuldades técnicas madrugada dentro.

Esta terça-feira de manhã, a operadora divulgou um comunicado a dar conta de que tinha sido alvo de um ciberataque. Numa conferência de imprensa marcada de urgência poucas horas depois, o presidente executivo da Vodafone, Mário Vaz, revelou que a empresa esteve a trabalhar de forma “ininterrupta” toda a noite, classificando o incidente de “ato terrorista e criminoso”.

A empresa disse que o ataque foi dirigido às redes em Portugal, tendo apenas escapado a rede fixa de internet. Segundo Mário Vaz, o ciberataque foi feito de forma a “dificultar ao máximo” a reposição. Ao final do dia de terça-feira, os serviços da Vodafone continuavam a enfrentar algumas dificuldades, embora a operadora tenha conseguido repor alguns dos serviços aos seus quatro milhões de clientes.

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