O dia em direto nos mercados e na economia – 23 de junho

  • ECO
  • 7:36

Ao longo desta segunda-feira, 23 de junho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Pedido dos EUA para estacionar 12 aviões reabastecedores nas Lajes seguiu “procedimento habitual”

  • Lusa
  • 7:33

Ministério da Defesa refere que aviões que se encontram nos Açores são "aviões de reabastecimento aéreo", não se tratando de meios aéreos ofensivos. Pedido americano chegou na quarta-feira.

O Ministério da Defesa Nacional confirmou a presença de 12 aviões reabastecedores dos EUA na Base das Lajes, nos Açores, indicando que o pedido das autoridades norte-americanas foi feito na quarta-feira e que se tratou de um “procedimento habitual”.

Na sexta-feira, a Lusa tinha constatado que estavam na Base das Lajes, nos Açores, 12 aviões reabastecedores da Força Aérea norte-americana, mas fontes do Departamento de Defesa dos Estados Unidos (EUA) não quiseram comentar se a presença destas aeronaves estava relacionada com a situação no Médio Oriente.

Esta presença levou a pedidos de esclarecimentos ao Governo por parte de vários partidos, nomeadamente PS, Bloco de Esquerda, PCP e Livre.

Em comunicado, o Ministério da Defesa Nacional veio hoje à noite confirmar a presença dos aparelhos aéreos, indicando que “no passado dia 18 de junho, [quarta-feira] os EUA solicitaram, através de nota diplomática, autorização para 12 aviões reabastecedores utilizarem a Base das Lajes, a qual foi concedida”.

“Nessa notificação, é referido que a missão das aeronaves é apoiar a Força Naval norte-americana no Atlântico”, acrescenta o ministério na mesma nota informativa.

A tutela liderada por Nuno Melo assegura que “este é um procedimento habitual” e sublinha que “ao abrigo do Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os EUA a utilização da Base das Lajes para o estacionamento ou trânsito de aviões militares está sujeito a autorização prévia do Estado português” e que o país “concede autorizações específicas, trimestrais ou permanentes de sobrevoo e aterragem, não apenas aos EUA, mas a muito outros países”.

Com base nestas autorizações, “o estacionamento de aeronaves militares é normalmente notificado com 72 horas de antecedência ou com antecedência mais curta, devido à imprevisibilidade de algumas missões”, explica o ministério.

O Ministério da Defesa Nacional refere ainda que os aviões que se encontram nos Açores são “aviões de reabastecimento aéreo”, não se tratando de meios aéreos ofensivos.

O Governo esclarece ainda que “não passam meios de combate norte-americanos pela Base das Lajes há mais de um mês” e que para além deste pedido, emitido, “pelas vias regulares e adequadas, não houve mais nenhum contacto por parte das autoridades dos EUA”.

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PME portuguesas têm dificuldade em ganhar dimensão. Só 3,4% subiram de escalão em cinco anos

Apenas 28% das empresas conseguiram crescer de forma consecutiva num período de três anos. Estudo da Associação BRP e Informa DB identifica 396 empresas com elevado potencial.

O ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, sublinhou no debate do Programa de Governo a necessidade de “as pequenas empresas se tornarem médias empresas e as médias empresas se tornarem grandes empresas”. Um estudo divulgado pela Associação Business Roundtable Portugal (BRP), revela que o tecido empresarial tem grande dificuldade em ganhar dimensão. Há, ainda assim, 396 empresas com potencial para dar o salto.

Só 3,4% das empresas conseguiram passar de micro a pequenas, de pequenas a médias e de médias a grandes entre 2019 e 2023, de acordo com o estudo “Ganhar dimensão para ser grande: O caso das empresas Adolescentes e Jovens Adultas”, elaborado pela Informa DB para a BRP. Tirando 0,7% que perderam dimensão, as restantes mantiveram-se no mesmo escalão de volume de negócios.

A percentagem mais baixa de empresas que saltou de escalão ocorre nas micro empresas (2,9%), mas é também muito reduzida nas pequenas (10,6%) e nas médias (9,5%). Nas pequenas, a percentagem das que naquele período de cinco anos baixaram de escalão é até ligeiramente mais elevada (11%) do que as que subiram.

O estudo classifica como “micro” as empresas com faturação até 2 milhões de euros, como “pequenas” as que têm um volume de negócios entre 2 e 10 milhões, como “médias” as que faturam entre 10 e 50 milhões e como “grandes” as que têm receitas acima de 50 milhões de euros.

O tecido empresarial português é composto quase na totalidade por microempresas e por pequenas e médias empresas (PME). Além disso, são muito poucas as que conseguem fazer crescer de forma consistente o volume de negócios ou subir de escalão de dimensão.

Associação BRP

“O tecido empresarial português é composto quase na totalidade por microempresas e por pequenas e médias empresas (PME). Além disso, são muito poucas as que conseguem fazer crescer de forma consistente o volume de negócios ou subir de escalão de dimensão”, assinala a BRP em comunicado.

Segundo o estudo, só 1,3% das 380 mil empresas portuguesas conseguiu crescer de forma consecutiva o volume de negócios nos últimos 10 anos, percentagem que sobe para 6,8% num período de cinco anos e 28% a 3 anos. Mesmo considerando apenas os anos de 2022 e 2023, nem metade (43%) conseguiu crescer as receitas de forma consecutiva.

A falta de crescimento do negócio reflete-se no emprego. Só 0,9% das empresas aumentaram a sua força de trabalho de forma consecutiva num período de cinco anos, 3,1% no espaço de três anos e 7,9% em 2 anos.

396 empresas com potencial para impulsionar o crescimento

A análise da Informa DB identificou 396 empresas que escapam ao retrato mais geral e têm “elevado potencial para impulsionar o crescimento económico” do país. Um universo constituído por empresas com entre 30 e 150 milhões de euros de volume de negócios, controlo nacional do capital, que não operam no setor imobiliário e revelam solidez financeira.

Designadas como “Empresas Adolescentes e Jovens Adultas”, geram um volume de negócios de 22 mil milhões de euros, empregam 94 mil trabalhadores e exportam 4,6 mil milhões de euros. As 396 empresas repartem-se entre 191 “Jovens Adultas” e 205 “Adolescentes”. O número destas últimas cresceu 42,4% face ao estudo realizado o ano passado, o que é explicado pela eliminação de um critério e o facto da edição anterior considerar o período de 2018 a 2022, onde “os impactos negativos da pandemia ainda estavam fortemente refletidos nos resultados de muitas empresas”.

Apesar da juventude implícita na designação, aquelas empresas têm, em média, entre 30 e 35 anos. “Mostra que são, em geral, empresas com uma longa história e que agora estão aptas para o seu próximo salto de desenvolvimento”. Dedicam-se sobretudo à indústria, atividades grossistas e retalho e estão localizadas de forma esmagadora nos distritos do litoral. Mais de um terço (36%) têm gestão familiar.

As Empresas Adolescentes e Jovens Adultas distinguem-se também por terem uma taxa de crescimento médio das receitas entre 2019 e 2023 (9,3%) superior ao conjunto do tecido empresarial (7,1%) e registarem uma rentabilidade dos capitais próprios mais elevada (15,6%). Mais de metade são exportadoras (57%), muito acima dos 11% do tecido empresarial nacional, e apresentaram um crescimento da produtividade de 8%, “o mais elevado entre todos os segmentos”.

O estudo identifica ainda um subgrupo de 63 empresas, com uma taxa de variação média do volume de negócios de 28,4%, que segundo o BRP podem “liderar a próxima geração de grandes empresas portuguesas”.

“Portugal precisa de mais empresas de grande dimensão. Apoiar PME com elevado potencial é essencial para aumentar a produtividade, a riqueza e os salários”, afirma o presidente da BRP, Carlos Moreira da Silva, citado em comunicado. A Associação vai contactar as 396 empresas identificadas para convidar os gestores a participarem no seu programa de Apadrinhamento, que os coloca em contacto com CEO das 43 empresas e grupos empresariais que integram a BRP, com o propósito de os ajudar a ultrapassar obstáculos e identificar novas vias de crescimento.

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Trops investe nove milhões num centro de produção de abacate no Algarve

  • Servimedia
  • 7:30

A Trops, Organização de Produtores especializada na produção e comercialização de abacate e manga de Málaga, inaugurou as suas novas instalações em Tavira, no Algarve (Portugal).

Com um investimento superior a nove milhões de euros, a ampliação das novas instalações da cooperativa permitirá à filial portuguesa calibrar e embalar fruta, convertendo o armazém algarvio numa localização estratégica para a empresa, informa. Até agora, este centro funcionava exclusivamente como ponto de receção da fruta dos produtores nacionais, que depois tinha de ser enviada para o centro de produção de Málaga, em Espanha, para ser embalada e distribuída.

“Acreditamos profundamente no potencial agrícola do Sul de Portugal e no valor dos seus produtores. Este investimento representa mais do que uma expansão física: é um passo firme para a consolidação da presença da Trops no Algarve, num modelo de proximidade, inovação e valorização da produção nacional. Queremos crescer ao lado dos agricultores portugueses, garantindo-lhes um canal de comercialização justo e sustentável”, sublinhou José Linares, presidente da Trops.

“Esta abertura é um marco estratégico para a Trops. É um investimento que reforça a nossa aposta na inovação, na sustentabilidade e no crescimento da produção nacional. É também uma forma de apoiar diretamente os produtores locais e gerar emprego na região, contribuindo para o desenvolvimento económico e social de Tavira e do sotavento algarvio”, afirmou Victor Luque, CEO da Trops.

Este novo centro, com uma área total de 7.195 metros quadrados, é o resultado da expansão das instalações da Trops em Tavira, que teve início em 2020.

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“Ensaladilla” presente em sete de cada dez menus de restaurantes espanhóis

  • Servimedia
  • 7:20

A "ensaladilla" continua a ser um dos pratos mais populares e consumidos nos restaurantes espanhóis, especialmente durante os meses de verão.

Diversos estudos e análises de tendências, como os realizados por plataformas do setor horeca (TheFork, Hosteleo) e consultoras especializadas em consumo, como a Kantar ou a Nielsen, colocam a “ensaladilla” entre as tapas mais populares nos restaurantes espanhóis.

Algumas fontes indicam que poderá representar cerca de 70% das ementas dos bares e restaurantes de cozinha tradicional, especialmente nos meses mais movimentados, como a primavera e o verão. “O seu sucesso explica-se pela sua versatilidade, simplicidade de execução e rentabilidade. É um prato com um baixo custo de produção, fácil de preparar em volume e com uma elevada faturação, o que o torna uma opção recorrente para os restauradores que procuram uma elevada procura e boas margens”, afirma Peio Cruz, chefe de cozinha da Unilever Food Solutions.

A receita mais comum – à base de batata, ovo, legumes cozinhados, atum e maionese – convive agora com versões mais elaboradas que incluem ingredientes premium, bases crocantes ou novas técnicas de apresentação. Esta evolução veio reforçar o papel da maionese na receita; para além da sua função de condimento, é fundamental para a textura, estabilidade e sabor final do prato.

Neste contexto, muitos chefes profissionais optam por maioneses que ofereçam sabor, textura e bom comportamento na cozedura, fatores essenciais para obter um resultado homogéneo. Nas últimas três edições do Campeonato Nacional de Saladas Russas, realizado no âmbito do congresso San Sebastian Gastronomika, os chefes vencedores – Alén Tarrío, Mª Carmen Bedía e Pello Noriega – utilizaram a maionese Hellmann’s nas suas receitas vencedoras. E não é por acaso que três anos seguidos já não é uma coincidência, a qualidade deste ingrediente-chave comum reforça a sua posição como uma das referências mais reconhecidas no setor profissional.

“O facto de três chefes diferentes, em três edições consecutivas de um concurso tão importante como o Gastronomika, terem escolhido a nossa maionese para as suas saladas premiadas, fala por si. Para nós é uma validação muito valiosa, porque são os próprios chefes que confirmam que Hellmann’s funciona nas cozinhas profissionais e cumpre o que eles precisam”, sublinha Peio.

Alén Tarrío (Pampín Bar, 2024), Mª Carmen Bedía (La Viña del Henao, 2023) e Pello Noriega (Castro el Gaiteru, 2022); chefs que venceram as três últimas edições do Concurso Gastronomika San Sebastián com a sua receita de “ensaladilla” e colaboradores de Hellmann’s.

Hellmann’s faz parte do portfólio da Unilever Food Solutions, a divisão de hospitalidade da Unilever, que afirma trabalhar “em estreita colaboração com os profissionais de foodservice para oferecer soluções práticas e adaptadas ao dia a dia da cozinha”. Para além de produtos concebidos para o canal foodservice, a empresa desenvolve recursos de formação, aconselhamento técnico e materiais de apoio para facilitar o trabalho dos chefes e gestores de cozinha em todo o país.

“A ensaladilla é um desses pratos que tem tudo: tradição, flexibilidade e margem. Na Unilever Food Solutions, trabalhamos para que os profissionais possam oferecê-la com a máxima qualidade, incorporando produtos que os ajudem a manter o sabor e a textura em cada serviço”, afirma o chef.

Hellmann’s quis prestar homenagem a esta receita emblemática com a criação de um livro de receitas descarregável que inclui as versões vencedoras do Campeonato Nacional de Ensaladilla, realizado no congresso San Sebastian Gastronomika. Este livro de receitas reúne as receitas vencedoras de Alén Tarrío (Pampín Bar, 2024), Mª Carmen Bedía (La Viña del Henao, 2023) e Pello Noriega (Castro el Gaiteru, 2022).

 

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Caldea espera obter um lucro de 2 milhões de euros, apesar do encerramento parcial para obras

  • Servimedia
  • 7:10

Conforme noticiado, a empresa está imersa num plano estratégico de três anos que culminará com a abertura do hotel em meados de 2026 e que deverá gerar um fluxo de caixa de 10 milhões em 2030.

Caldea, o centro de lazer termal de Andorra, realizou a sua Assembleia Geral Ordinária de Acionistas, que foi presidida por Ramon Visent, vice-presidente do Conselho de Administração. Posteriormente, o Diretor-Geral, Miguel Pedregal, apresentou o relatório de gestão para 2024 e o orçamento para 2025, que prevê um resultado líquido positivo de 2 milhões de euros, e os planos da empresa para o futuro.

No âmbito da Assembleia Anual, o Diretor Geral, Miguel Pedregal, explicou que 2024 foi um ano de grandes desafios para Caldea, uma vez que, coincidindo com a celebração do seu 30º aniversário, foi lançado um plano estratégico a três anos para modernizar a marca e o edifício, inaugurar um hotel na torre e aumentar a rentabilidade do negócio.

Um negócio, disse ele, que ao longo da sua história recebeu 11 milhões de visitantes e que fechou 2024 com um lucro líquido de cerca de 1,8 milhões de euros, um valor semelhante ao de 2023, apesar de ter recebido menos clientes no spa devido ao encerramento da grande lagoa central de abril a julho.

“O desafio é ambicioso”, disse Pedregal, que acrescentou que “até 2025 orçamentámos fechar o ano com um resultado de 2 milhões de euros, um fluxo de caixa de 6,3 milhões e, para o futuro, quando todo o plano estiver implementado, hotel aberto, instalações renovadas, tecnologia ao serviço dos utilizadores e clientes, até 2030 estaremos a aproximar-se dos 10 milhões de fluxo de caixa”.

Seguindo o roteiro estabelecido no plano estratégico, Pedregal recordou que no ano passado foi concluído o lançamento de uma nova estratégia de marca, que visa estabelecer-se definitivamente como a marca emblemática de Andorra, e foi também a vez da renovação da grande lagoa central, que é o principal ícone desta transformação.

Em 2025, será reabilitada a lagoa exterior, que abrirá as suas portas presumivelmente no início de agosto, bem como as instalações técnicas, e iniciar-se-ão os trabalhos de substituição da cobertura de vidro da torre onde se situará o hotel. E no próximo ano, em 2026, será concluída a decoração interior do hotel, cuja abertura está prevista para meados do verão, e será renovado o spa do piso +1, conhecido como spa Orígens. Paralelamente, serão iniciados os trabalhos nos lobbies e a construção da ponte sobre o rio.

No total, serão investidos 32 milhões de euros – cerca de metade dos quais já foram comprometidos – num projeto arquitetónico que visa modernizar as áreas mais obsoletas do edifício, melhorar a circulação e a convivência dos diferentes públicos em todo o edifício e tornar Caldea mais aberta no centro da freguesia de Escaldes-Engordany.

Quanto à construção do hotel, a atividade com a qual se completará o plano estratégico, Pedregal confirmou que os primeiros trabalhos de construção do hotel começarão em breve com a substituição das janelas de vidro da Torre. “Uma grande grua será instalada em breve na porta norte do edifício e um grande andaime móvel, sob a forma de um tapete, será descido pela torre à medida que formos mudando os vidros”, afirmou. afirmou.

Os técnicos especializados construíram outras estruturas ou tetos de vidro, como o Terminal T4 ou o hotel Ritz em Madrid. Quando esta camada de construção da parede cortina estiver concluída, começarão as instalações e o design de interiores.

Conceptualmente, o hotel será o epicentro da boa vida e terá 39 quartos. Será um estabelecimento “Upscale, Adults Only”, especialmente concebido para casais hedonistas. A receção estará localizada num espaço aberto no rés do chão e será completamente isolada da receção do spa no piso inferior. Quanto aos quartos, haverá 4 tipos: standard, deluxe, premium e um apartamento duplex de 60 metros quadrados.

A abertura do hotel significará a integração de uma nova fonte de rendimento e implicará, por um lado, uma transformação do modelo geral de negócio e da cultura organizacional da Caldea e, por outro, a digitalização integral da empresa e a introdução da inteligência artificial. Trata-se de um projeto que está a ser trabalhado há dois anos e que verá a luz do dia na primavera de 2026 com o lançamento de uma nova arquitetura tecnológica e de um novo mapa de soluções tecnológicas na nuvem para a gestão de cada negócio.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 7:05

INE revela dados dos preços das casas e indicadores da conjuntura e o Banco de Portugal divulga endividamento do setor não financeiro. Há ainda reunião de Conselho de Ministros.

A semana arranca com uma forte subida no preço dos combustíveis. O INE divulga dados sobre os preços das casas e os indicadores de conjuntura, enquanto o Banco de Portugal publica informação sobre o endividamento do setor não financeiro. Destaque ainda para a reunião do Conselho de Ministros.

Como evoluíram os preços das casas?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar o índice dos preços da habitação relativos ao primeiro trimestre deste ano. No terceiro trimestre de 2024, o índice de preços da habitação registou o maior aumento em praticamente dois anos, uma vez que teve um acréscimo homólogo de 9,8%, dois pontos percentuais acima dos três meses anteriores, perfazendo o aumento de preços mais expressivo desde o quarto trimestre de 2022.

INE mede o pulso à economia

Também esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga os indicadores da conjuntura relativos a maio. No primeiro trimestre do ano, o crescimento da economia desacelerou para 1,6% face a igual período do ano passado.

Reunião de Conselho de Ministros

O Conselho de ministros vai reunir esta segunda-feira de manhã para debater o tema das migrações, que tem ocupado grande parte do discurso político no início desta nova legislatura. Segundo avançou o Expresso, o Governo vai alterar o regime que permite a cidadãos brasileiros e timorenses que entrem em Portugal como turistas, e, por isso, sem necessidade de visto, poderem pedir uma autorização de residência no país.

Banco de Portugal divulga endividamento do setor não financeiro

O Banco de Portugal (BdP) vai divulgar os dados sobre o endividamento do setor não financeiro, que inclui a dívida do Estado, das empresas e das famílias, relativamente a abril. Em março, o endividamento dos particulares teve um aumento de 1,1 mil milhões de euros, o que se traduziu num crescimento homólogo de 4,83%, o maior desde junho de 2019.

Combustíveis mais caros esta semana

Os preços dos combustíveis vão ficar mais caros esta semana. O gasóleo, o combustível mais utilizado em Portugal, deverá subir oito cêntimos e a gasolina deverá ter um agravamento de três cêntimos. Quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,615 euros por litro de gasóleo simples e 1,723 euros por litro de gasolina simples 95. O Governo afasta, para já, medidas para baixar preço da gasolina.

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Cox lança o seu plano nacional na Extremadura para mais de 200 comunidades energéticas

  • Servimedia
  • 7:00

A empresa lançou a primeira iniciativa do género na região da Extremadura.

Cox apresentou oficialmente a primeira Comunidade Energética da Extremadura em Jaraíz de la Vera. É também a primeira comunidade energética gerida pela empresa, com a qual inicia um plano de expansão que ultrapassará as 200 comunidades em todo o país, constituindo, segundo ele, “um marco no desenvolvimento de modelos energéticos sustentáveis a nível local”.

A cerimónia de apresentação institucional teve lugar em Jaraíz de la Vera e contou com a participação do presidente da Câmara Municipal, Luis Miguel Núñez; de representantes da Junta da Extremadura e de Nacho Moreno, CEO da Cox. Durante o evento, foi destacado o caráter pioneiro do projeto e o seu impacto direto na economia local e na sustentabilidade do município.

A empresa salientou que, graças a esta iniciativa, os residentes de Jaraíz de la Vera poderão aceder a energia limpa “mais barata” gerada a partir de instalações fotovoltaicas localizadas no município, o que também significará uma redução de 66 toneladas de CO₂ por ano e uma redução de quase 60% nas faturas de energia. O projeto terá uma capacidade total de 1.100 kWp, que está a ser desenvolvido em fases e irá abastecer residências, edifícios municipais e iluminação pública.

“As comunidades energéticas democratizam o acesso a energia limpa, justa e partilhada, reforçando o tecido social e económico dos nossos municípios. Na Cox estamos profundamente comprometidos com este modelo, que acreditamos que será a base do sistema energético do futuro. Orgulhamo-nos de que a Extremadura seja o ponto de partida desta transformação e de que a Cox esteja a liderar este impulso para uma transição energética real e sustentável”, afirmou Nacho Moreno, CEO da Cox.

Fabián Juste, Diretor da Cox Energy Comercializadora, afirmou que “o projeto de Jaraíz de la Vera será uma referência em Espanha que também reforça o compromisso da Cox em promover um futuro mais verde para todos. As comunidades de energia não só nos permitem otimizar a utilização de fontes de energia renováveis, como também nos ajudam a oferecer tarifas mais competitivas. Ao incentivar a colaboração e a participação dos cidadãos, podemos assegurar um aprovisionamento energético mais estável e sustentável.

Por seu lado, o Presidente da Câmara Municipal de Jaraíz de la Vera declarou que “a Câmara Municipal adotou esta iniciativa pioneira para garantir que todos os habitantes possam beneficiar de eletricidade limpa, graças às instalações fotovoltaicas, e que também resultará numa poupança significativa para os cofres municipais. ”

A empresa afirma que a implementação da energia comunitária representa um passo “firme” em direção a um modelo mais justo e eficiente, baseado no autoconsumo partilhado e na otimização dos recursos solares disponíveis. Além disso, a Cox afirma estar a introduzir tecnologias inovadoras, como as baterias virtuais, que maximizam a utilização da energia excedente gerada. A Cox prossegue assim a sua expansão no domínio das comunidades energéticas em Espanha, com projetos ativos noutras regiões como Castela-La Mancha, Múrcia e Comunidade Valenciana.

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“Estamos demasiado focados na exportação, mas essa é só a primeira fase da internacionalização”

Católica e Câmara do Comércio e Indústria apontam para outubro a terceira edição do programa de formação desenhado para acelerar a internacionalização das empresas portuguesas.

As empresas portuguesas estão “demasiado focadas na exportação”, mas essa é apenas “a primeira fase da internacionalização”. Quem o diz é Margarida Ramalho, diretora do programa criado pela Universidade Católica e pela Câmara do Comércio e Indústria Portuguesa para apoiar as companhias nacionais a acelerar a sua presença além-fronteiras. A terceira edição está a ser preparada para arrancar em outubro.

“O valor efetivo é captado quando a empresa começa a avançar e a ter presença direta nos mercados estratégicos. Entrar nesses mercados, não tem de ser por investimento direto. Pode ser através de parcerias, alianças ou licenciamentos. Há várias alternativas que não são exploradas pelas empresas portuguesas“, sublinha a responsável, em conversa com o ECO.

E esse leque de opções é um dos pilares do programa de entrada na Academia CEO Future Ready, que pretende ajudar empresários, CEO e membros dos conselhos de administração na internacionalização das empresas que lideram.

O programa, explica Margarida Ramalho, consiste em cinco dias, durante os quais são explorados vários temas: além do já referido, os desafios da globalização e das cadeias de valor globais, a complementaridade e colaboração no seio das organizações, a governança e uma visão mais ampla da inovação (não só ao nível do produto, mas também nos processos e práticas de gestão).

O programa de formação serve para fazer uma reflexão estratégia. Abrimos o apetite. As pessoas têm de sair do curso a dizer que só sabem que não sabem nada

Margarida Ramalho

diretora executiva da Católica International Business Platform

“O programa serve para fazer uma reflexão estratégia. Abrimos o apetite. As pessoas têm de sair do curso a dizer que só sabem que não sabem nada“, realça a diretora, que detalha que é promovida uma lógica de aprendizagem ativa e cocriação. Ou seja, a ideia é que os próprios participantes partilhem entre si experiências, aprendendo e debatendo entre si.

“Neste âmbito, estamos também a fazer uma pool de casos. O primeiro será publicado em setembro, que é o caso da Sumol+Compal em Moçambique, uma experiência de investimento direto, porque o CEO e o chair estiveram disponíveis para aprender com os erros. Nos primeiros cinco anos, tudo correu mal e ajustaram-se”, conta Margarida Ramalho.

Depois de uma edição no verão do ano passado e outra no final de 2024, a Católica (através da Católica International Business Platform) e a Câmara de Comércio estão agora a preparar uma nova edição, que arrancará a 30 de outubro e será dirigida tanto a empresas maiores (que queiram acelerar a sua internacionalização), como mais pequenas (que queiram passar da exportação à efetiva internacionalização).

As empresas não podem ficar à espera que o contexto seja mais favorável. Têm de captar as suas oportunidades.

Margarida Ramalho

Diretora executiva da Católica International Business Platform e responsável deste curso

Damos prioridade às empresas familiares portuguesas, porque raras são as que, quando crescem, não vendem a capital estrangeiro. Isso dói-nos a alma”, acrescenta a diretora, em conversa com o ECO.

Depois de fazerem este programa (que decorre presencialmente e implica um investimento de quase três mil euros), os formandos tornam-se membros da Academia CEO Future Ready, uma comunidade de líderes empresariais. Já fazem parte 25 empresas, de acordo com Margarida Ramalho, que deixa ainda um recado, num momento marcado por instabilidade a nível internacional: “as empresas não podem ficar à espera que o contexto seja mais favorável. Têm de captar as suas oportunidades”.

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IA torna papel do contabilista e auditor “menos burocrático e mais estratégico”

A IA faz hoje parte da contabilidade e da auditoria, libertando os profissionais de tarefas rotineiras e tornando o seu papel mais estratégico. Mas não se pode confiar “cegamente” nesta tecnologia.

A Inteligência Artificial (IA) veio para ficar em todas as áreas, transformando a sociedade e a forma como se trabalha. Uma revolução que os contabilistas certificados e os auditores já estão a viver, mesmo sem darem conta. De acordo com os especialistas ouvidos pelo EContas, já faz parte do dia-a-dia destes profissionais, sobretudo entre as empresas de maior dimensão, tornando o seu papel menos burocrático e mais analítico e estratégico, abrindo a porta à oferta de serviços mais personalizados e, dessa forma, a melhores honorários.

“A IA está a transformar de forma profunda praticamente todas as profissões, sendo que a área da contabilidade não é exceção”, afirma Hélio Silva, consultor da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), realçando que, “volvida sensivelmente uma década desde a revolução que o e-fatura operou na profissão”, levando os softwares de contabilidade a começarem a automatizar tarefas rotineiras, “a IA vem redefinir as competências exigidas e o valor estratégico que os contabilistas certificados podem oferecer aos seus clientes e demais stakeholders”.

Na revisão oficial de contas, esta revolução também já está em curso. “A IA já está a mudar a nossa profissão. Durante muito tempo, olhámos para a IA como algo longínquo, quase um conceito de ficção científica”, diz Virgílio Macedo, bastonário da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC). Hoje, “essa visão já não corresponde à realidade. A IA entrou na nossa rotina profissional e está a transformar a forma como analisamos dados, como avaliamos riscos, como organizamos as equipas e até a forma como nos relacionamos com os clientes”.

É neste cenário que muitos profissionais no setor da contabilidade e auditoria procuram “integrar a IA nos seus processos para melhorar a eficiência, a análise de dados e o apoio à decisão”, ao mesmo tempo que reduzem os erros, nota, por sua vez, Ana Ribeiro, Senior Sales Director da Sage Iberia. “Trata-se de uma mudança que revela não só resiliência do nosso tecido empresarial, mas também um posicionamento estratégico de adaptação e inovação, mesmo perante desafios económicos e operacionais”, acrescenta.

"A IA já está a mudar a nossa profissão. Durante muito tempo, olhámos para a IA como algo longínquo, quase um conceito de ficção científica. Hoje, essa visão já não corresponde à realidade. A IA entrou na nossa rotina profissional e está a transformar a forma como analisamos dados, como avaliamos riscos, como organizamos as equipas e até a forma como nos relacionamos com os clientes.”

Virgílio Macedo

Bastonário da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas

Esta tecnologia permite, hoje, a “automatização de tarefas repetitivas e recorrentes” antes realizadas pelos contabilistas, sendo que “todos os documentos fiscalmente relevantes possuem QR Code” e a sua leitura permite classificá-los do ponto de vista contabilístico e incorporá-los em qualquer sistema integrado de gestão empresarial (ERP, na sigla em inglês), diz Hélio Silva, consultor da OCC, que tem o seu próprio ERP, o Toconline.

Por outro lado, possibilita o tratamento e a análise de dados em tempo real, gerando “dashboards de análise de forma totalmente automatizada, verificando desvios em tempo real, ao mesmo tempo que permite construir diversos cenários e prever o impacto dos mesmos na empresa”, acrescenta. A IA otimiza ainda a “governação e também reforça a segurança, impedindo acessos não autorizados a dados e aplicações confidenciais”, diz Ayise Trigueiros, SAP Solution Advisor e SAP Business AI Expert da SAP Portugal, frisando que a “automatização pode levar à substituição de funções mais operacionais, exigindo uma requalificação profunda da força de trabalho”.

Hélio Silva, da OCC, acredita, ainda assim, que as vantagens trazidas pelas máquinas não vão tirar o lugar aos humanos. “A IA não vai substituir os contabilistas — vai antes amplificar o seu valor. Cabe agora aos profissionais e entidades formadoras preparar a profissão para um novo papel: menos burocrático, mais analítico, mais estratégico”, diz. Uma posição partilhada pelos auditores. “A Revisão Oficial de Contas já não se limita a verificar documentos: é um processo contínuo, com maior componente analítica e valor estratégico. A IA é uma aliada nessa transformação, não um inimigo”, aponta o bastonário da OROC.

Formação é chave

Ainda há, porém, muito trabalho pela frente na adaptação a esta tecnologia. “Do ponto de vista prático, podemos assumir que as empresas de maior dimensão já utilizam a IA com um grau de adoção médio-alto, as micro e pequenas estarão ainda num grau de adoção baixo ou, na melhor das hipóteses, médio”, refere o responsável da ordem liderada por Paula Franco. Mas todos os contabilistas acabam por ter contacto com a IA. “A adoção acontece, em muitos casos, de forma indireta: os contabilistas utilizam funcionalidades baseadas em IA sem darem conta, através dos seus softwares de gestão”, diz ainda.

As Ordens têm ajudado os profissionais a adaptarem-se a esta nova forma de trabalhar, dando formações focadas nesta área. “A utilização de ferramentas baseadas na IA carece de literacia digital por parte dos trabalhadores das empresas de contabilidade que as usam. Pelo que a OCC irá estar atenta e reforçar as ofertas formativas nestas matérias, de modo a que o papel humano do contabilista certificado nunca seja minimizado ou substituível pela máquina”, refere Hélio Silva.

A adaptação à IA “exige preparação, literacia digital e, sobretudo, uma visão clara do papel do revisor no futuro, algo que a OROC tem vindo a defender com firmeza, através de iniciativas de formação contínua. A nossa missão é garantir que nenhum profissional fica para trás nesta transformação e que todos os revisores possam assumir um papel relevante, informado e valorizado na nova era digital”, diz, por outro lado, Virgílio Macedo, bastonário da OROC.

Serviços mais personalizados e mais bem pagos

A formação é importante, entre outros fatores, para saber identificar riscos associados a esta tecnologia. “O maior risco é confiar cegamente na IA. Classificações automáticas de faturas podem induzir erros se não forem revistas por humanos, sobretudo ao converter dados contabilísticos em declarações fiscais, onde a legislação portuguesa é particularmente complexa”, refere Hélio Silva, da OCC. “Acresce ainda a necessidade de acompanhar a evolução da legislação, já que falhas geradas por algoritmos poderão implicar responsabilidades legais”, alerta Ayise Trigueiros, da SAP Portugal.

“Com o desenvolvimento de agentes de IA mais sofisticados, os riscos aumentam e exigem salvaguardas adicionais. A construção destes sistemas deve assentar em sistemas baseados em modelos treinados com dados específicos do setor, em conformidade com as normas legais e éticas”, refere Ana Ribeiro, Senior Sales Director da Sage Iberia, apontando que é “igualmente crucial assegurar que a supervisão humana se mantém no centro do processo”.

Há ainda o risco de provocar desigualdade. “Quem tiver acesso à tecnologia e à formação avança e quem não tiver, fica para trás. Isso pode acentuar as assimetrias já existentes no setor. Além disso, há questões relevantes de cibersegurança, ética e responsabilidade sobre decisões automatizadas que ainda carecem de regulação mais clara”, nota o bastonário dos revisores. Ainda assim, garante, as “oportunidades superam largamente os riscos”.

"A IA permite ao contabilista oferecer serviços mais personalizados, como análises previsionais, apoio à decisão estratégica e consultoria fiscal proativa — áreas com maior valor acrescentado e que justificam honorários ajustados à nova realidade.”

Hélio Silva

Consultor da Ordem dos Contabilistas Certificados

“A adoção da inteligência artificial no setor da contabilidade representa uma oportunidade única para transformar profundamente o papel do contabilista. Estamos a falar de um setor historicamente sobrecarregado e com uma elevada pressão regulatória”, nota Tiago Costa Lima, Diretor de Gestão de Produto para Escritórios de Contabilidade e PME na Cegid.

Além da eficiência, a “IA permite ao contabilista oferecer serviços mais personalizados, como análises previsionais, apoio à decisão estratégica e consultoria fiscal proativa — áreas com maior valor acrescentado e que justificam honorários ajustados à nova realidade”, realça Hélio Silva, consultor da OCC. Além disso, o “risco de erro aritmético passa a ser diminuto, permitindo ao contabilista focar-se mais na componente fiscal”.

Está também a abrir a porta a novos serviços na auditoria. As chamadas “Big Four” estão agora numa corrida para lançar serviços de auditoria focados nesta tecnologia, numa altura em que os seus clientes procuram cada vez mais ter a garantia de que os sistemas de IA funcionam e são seguros. “A IA permite-nos trabalhar melhor, mais depressa e com maior profundidade. Permite libertar tempo dos revisores para se concentrarem no que verdadeiramente importa: a criação de valor acrescentado para os seus clientes”, frisa Virgílio Macedo, bastonário da OROC, concluindo que, “se for bem implementada, a IA vai valorizar o papel do ROC, nunca substituí-lo”.

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Novobanco vende resort de luxo em Cabo Verde que devia 90 milhões ao BES

Novobanco põe de novo à venda os imóveis e o malparado associados ao Vila Verde Resort, na Ilha do Sal, que foi desenvolvido pela Tecnisil, um dos grandes devedores do banco.

O Novobanco colocou de novo à venda um conjunto de imóveis e terrenos que integram o resort de luxo Vila Verde Resort, localizado na Ilha do Sal, em Cabo Verde, com o valor de cerca de 90 milhões de euros, segundo as informações recolhidas pelo ECO junto de fontes do mercado.

Os ativos integram o empreendimento que foi desenvolvido na cidade de Santa Maria pela Tecnisil. Esta promotora imobiliária arrancou com o projeto em 2006, mas foi arrastada pelas crises financeiras de 2007 e 2011, deixando as obras por completar e uma dívida de cerca de 93 milhões ao BES.

Os ativos e o malparado associados à Tecnisil acabaram por ser herdados pelo Novobanco quando o Banco de Portugal decidiu avançar com uma medida de resolução ao banco de Ricardo Salgado, em agosto de 2014.

Esta não é a primeira vez que o Novobanco – que não faz comentários sobre a operação — tenta desfazer-se da exposição à Tecnisil. Em 2019, foi incluída na carteira de grandes devedores Nata II (vendido ao fundo Davidson Kempner), acabando por ser retirada devido à baixa oferta do comprador por aqueles ativos. E voltou a colocar o portefólio ligado à Tecnisil no mercado há três anos, mas de forma individualizada, como adiantou o ECO na altura. Mas também não foi bem-sucedido em desfazer-se da exposição.

Na lista dos grandes devedores

Foi já nas mãos da Lone Star — que acabou de anunciar a venda do banco aos franceses do Groupe BPCE por 6,4 mil milhões de euros — que o Novobanco acelerou a venda de ativos problemáticos herdados do BES.

Entre 2016 e 2024, o rácio de malparado do Novobanco caiu dos 33,6% para os 4,1%, refletindo o esforço de limpeza do balanço aproveitando o mecanismo de capitalização contingente, criado em 2017 com o valor de 3,89 mil milhões de euros, concebido para cobrir as perdas relacionadas com malparado e outros despojos do antigo BES.

Entre os ativos problemáticos que ainda estão no balanço do banco encontram-se estes associados à Tecnisil. A promotora imobiliária surgia na lista dos grandes devedores da instituição em 2016, com uma dívida de 92 milhões e com banco a registar imparidades de 20% desse crédito, de acordo com o Correio da Manhã.

Atualmente, o resort está a ser gerido por outro grupo hoteleiro português, a Agua Hotels, que assumiu o controlo da operação em 2015, depois de a Tecnicil ter avançado com um plano de saneamento da imobiliária para resolver o problema da elevada dívida bancária.

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Petróleo em alta coloca empresas em sobressalto

Com a cotação a disparar devido à guerra no Médio Oriente, as empresas alertam que os preços dos produtos deverão subir e que o Governo poderá ter de tomar medidas para atenuar o impacto na economia.

O Brent chegou a bater máximos de janeiro na semana passada, ao ultrapassar a fasquia dos 79 dólares por barril, numa valorização de quase 15% em euros desde o início dos bombardeamentos israelitas sobre Teerão, colocando os mercados energéticos numa autêntica montanha-russa e levando o tecido empresarial português a preparar-se para o impacto de uma nova crise nos combustíveis.

A guerra no Médio Oriente transformou-se no principal catalisador de volatilidade nos mercados petrolíferos nos últimos dias, que ganhou novos contornos este sábado com o bombardeamento dos EUA a três centrais nucleares iranianas. Mesmo antes deste ataque, os analistas já estavam a incorporar um prémio de risco geopolítico de cerca de 10 dólares por barril, refletindo os receios de interrupções no fornecimento numa região que controla mais de 35% da produção mundial de crude.

O J.P. Morgan elevou a probabilidade do seu “cenário mais adverso” de 7% para 17%, estimando que os preços do crude possam explodir até aos 130 dólares caso o Estreito de Ormuz seja encerrado.

As previsões dos principais bancos de investimento revelam um cenário de grande incerteza quanto ao futuro comportamento do ouro negro, com cenários que vão desde os 60 até aos 130 dólares por barril, dependendo da evolução do conflito, deixando os empresários bastante apreensivas.

“Não há apenas dificultação de comércio que atravessa continentes. Os próprios produtos que são transacionados dentro da União Europeia também serão afetados – e de que maneira – dado que o petróleo consumido passará a ter uma influência ainda maior na formação do preço do produto”, alerta Mário de Sousa, CEO da Portocargo.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Analistas divididos entre otimismo e cenários catastróficos

Enquanto o Goldman Sachs mantém a sua projeção base de queda do Brent para os 60 dólares no quarto trimestre, assumindo ausência de interrupções no fornecimento, reconhece que num cenário de redução da oferta iraniana o preço pode disparar “ligeiramente acima dos 90 dólares“. Esta dualidade de perspetivas reflete a incerteza que paira sobre os mercados energéticos, onde cada movimento militar pode alterar drasticamente as cotações.

Mais pessimista está o J.P. Morgan, que elevou a probabilidade do seu “cenário mais adverso” de 7% para 17%, estimando que os preços do crude possam explodir até aos 130 dólares caso o Estreito de Ormuz seja encerrado, via marítima por onde transita diariamente cerca de um quinto do petróleo mundial.

Esta perspetiva ganhou ainda mais relevância depois do Barclays ter estimado que, se as exportações iranianas fossem reduzidas para metade, o crude poderia escalar para os 85 dólares por barril, potencialmente ultrapassando os 100 dólares num “cenário mais adverso” envolvendo um conflito mais alargado.

Para a operação logística, nomeadamente os transportes rodoviários, o gasóleo representa uma taxa muito significativa dos custos, portanto existem impactos muito grandes nas empresas de transporte em Portugal, assinala

Afonso de Almeida

Presidente da Associação Portuguesa de Logística (APLOG)

O fator de alívio temporário veio da Casa Branca, com o presidente Donald Trump a sinalizar que dará duas semanas para negociações antes de decidir sobre potenciais ataques ao Irão, aliviando os receios de uma intervenção militar americana imediata. “Este adiamento por parte da Casa Branca faz lembrar episódios anteriores durante a presidência de Donald Trump, em que as pressões dos mercados influenciaram decisões de política tarifária — fenómeno que alguns apelidaram de ‘TACO’ [Trump Always Chicken’s Out]”, refere Ricardo Evangelista, CEO da ActivTrades Europe, ao ECO.

Apesar de desde 13 de junho estar a ser atacado por Israel, o Irão tem conseguido manter as suas exportações petrolíferas praticamente intactas, carregando 2,2 milhões de barris por dia esta semana – o valor mais elevado em cinco semanas -, segundo dados da Kpler. “O Irão tem estado a direcionar ainda mais crude para as suas instalações de exportação, preparando-se para enviar o máximo de petróleo possível para o mercado enquanto consegue”, referiu Helge Andre Martinsen, analista da DNB Markets, ao The Wall Street Journal.

Esta estratégia iraniana de maximizar as exportações antes de eventuais interrupções adiciona pressão sobre o tecido empresarial português, que já sente o impacto da subida dos combustíveis. “Tem um impacto fortíssimo. Para a operação logística, nomeadamente os transportes rodoviários, o gasóleo representa uma taxa muito significativa dos custos, portanto existem impactos muito grandes nas empresas de transporte em Portugal”, assinala Afonso de Almeida, presidente da Associação Portuguesa de Logística (APLOG).

A principal preocupação centra-se no facto de o Irão ser o terceiro maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), com uma capacidade de 3,3 milhões de barris diários, e de controlar uma posição estratégica no Estreito de Ormuz. Esta posição geográfica privilegiada transforma qualquer escalada militar numa ameaça direta ao fornecimento energético global.

Empresas nacionais antecipam tempestade perfeita

Com o Brent a negociar em máximos de quase cinco meses e a volatilidade a dominar os mercados energéticos, as empresas portuguesas mostram receios sobre pressões inflacionistas adicionais, numa altura em que a economia europeia ainda se adapta às consequências geopolíticas de outros conflitos regionais.

O setor dos transportes e logística está visivelmente preocupado com uma eventual subida expressiva dos preços dos combustíveis, sobretudo se a situação no Médio Oriente se agudizar e esse aumento se alongar no tempo.

“Quando tudo fluía, a qualquer hora ou minuto, podíamos ter aquilo que estava a ser produzido a dezenas de milhares de quilómetros de distância. Se calhar já não comemos cerejas todo o ano, mas só poderemos comer quando o bom tempo não prejudicar o seu crescimento e amadurecimento em Portugal”, exemplifica Mário de Sousa, da Portocargo, acrescentando que, “infelizmente”, não acredita na força das lideranças para impedir “o início de um problema gravíssimo a nível mundial”.

O impacto da subida do preço do ouro negro estende-se muito além dos transportes. Vítor Poças, presidente da Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP), explica que os custos de transporte com as exportações nesta indústria — florestal, tratores, gruas, maquinaria de serração e carpintaria, transporte das madeiras — rondam os 10% a 12%, pelo que “a influência nos combustíveis é significativa”.

“São operações que exigem grandes volumes de transporte. Ora, são negativamente influenciados pelo aumento do custo dos combustíveis. Num setor como o nosso, a subida do preço dos combustíveis tem um impacto muito significativo. São muitas cargas, deslocações, volumes e máquinas que trabalham com base nesta fonte de energia”, refere ainda Vítor Poças.

Se já estávamos com o problema dos houthis, que fez com que a grande maioria das mercadorias transportadas por via marítima passasse a demorar muito mais tempo e com custos mais elevados pelo desvio para a rota do Cabo da Boa Esperança, via África do Sul, agora é natural que a dificultação da passagem de navios petroleiros e a disrupção na sua extração faça com que os combustíveis aumentem.

Mário Silva

CEO da Portocargo

A complexidade da cadeia logística portuguesa torna o impacto ainda mais severo. “Como o setor trabalha muito em cluster e com interdependência, cada vez que há um transporte de madeira ou produtos de madeira de uma tipologia de indústria para outra, acarreta mais um transporte. Ou seja, além do volume, exige deslocação de matérias-primas e de produtos inter-empresas no contexto nacional”, sublinha o presidente da AIMMP.

Segundo Mário de Sousa, assim como a Covid-19, a guerra entre o Irão e Israel — e neste caso os seus efeitos no mercado petrolífero — são “mais uma das muitas ruturas e disrupções que têm consequências enormes na gestão da cadeia logística”.

A comparação com o período dos ataques dos houthis do Iémen é inevitável. “Se já estávamos com o problema dos houthis, que fez com que a grande maioria das mercadorias transportadas por via marítima passasse a demorar muito mais tempo e com custos mais elevados pelo desvio para a rota do Cabo da Boa Esperança, via África do Sul, agora é natural que a dificultação da passagem de navios petroleiros e a disrupção na sua extração faça com que os combustíveis aumentem“, refere Mário Silva.

Pressão sobre o consumidor final

O efeito dominó não se fica pelos transportadores. “Os preços do petróleo acabam por influenciar toda a economia. Os combustíveis são utilizados por qualquer tipo de empresas, desde uma padaria, restauração, à agricultura”, salienta Mafalda Trigo, vice-presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC).

“Mesmo quem não tem viatura própria ou nenhum consumo de combustível, ao comprar pão ou outro artigo qualquer, acaba por ter que pagar mais caro, porque aumentando os custos de produção ou de distribuição aumentam os preços finais”, salienta Mafalda Trigo.

Os empresários do setor contactados pelo ECO mostram-se pouco crentes na capacidade de os intervenientes no conflito e os líderes mundiais travarem as ofensivas e anteveem que o preço se reflita na fatura a pagar pelos consumidores — nos supermercados, padarias e restaurantes até às lojas de móveis para casas e escritórios.

Se o Governo fizer o exercício para compensar o aumento do preço do petróleo por uma baixa dos impostos, acaba por não se sentir tanto o aumento final do preço de combustível e consegue-se controlar melhor a inflação.

Mafalda Trigo

Vice-presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC)

Ressalvando que a instabilidade geopolítica impossibilita saber o que irá acontecer ou se a subida nos combustíveis vai continuar (e por quanto tempo), Afonso de Almeida, da APLOG, está convencido de que, até ao final de junho ou início de julho, “se a situação se mantiver ou agudizar, seria natural, expectável e positivo que houvesse alguma medida para controlar” preços por parte do Governo.

A responsável da ANAREC vai mais longe e considera que é “benéfico” que haja uma redução do ISP (Imposto sobre os Produtos Petrolíferos) e suspensão temporária da atualização da taxa de carbono, como aconteceu aquando do início da guerra na Ucrânia. “Se o Governo fizer o exercício para compensar o aumento do preço do petróleo por uma baixa dos impostos, acaba por não se sentir tanto o aumento final do preço de combustível e consegue-se controlar melhor a inflação”, afirma Mafalda Trigo.

Ainda assim, há cada vez mais contratos com cláusulas para, na eventualidade de uma subida trimestral elevada, as empresas de transportes e operadores logísticos poderem ajustar preços em função disso. No entanto, “na prática, não significa que aconteça em todas as situações ou que toda a atividade de transportes esteja coberta, mas é uma prática crescente e da maior justiça para todos (transportadoras e seus clientes)”, realça o presidente da APLOG.

A situação complica-se ainda mais se os mísseis atingirem alguma refinaria, poço de petróleo ou mesmo o próprio transporte, como alerta a vice-presidente da ANAREC, numa altura em que o Irão é reconhecido como um dos grandes produtores de petróleo mundial.

A maioria das associações empresariais considera que “ainda é prematuro” o Governo avançar com medidas, mas a pressão para intervenção estatal poderá intensificar-se se a escalada militar no Médio Oriente continuar a empurrar os preços dos combustíveis para níveis insustentáveis para a economia portuguesa.

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