Esta é a chave do Euromilhões. Jackpot é de 73 milhões

  • ECO
  • 16 Agosto 2024

O jackpot desta sexta-feira ronda os 73 milhões de euros, depois de não terem sido registados vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Com um primeiro prémio no valor de 73 milhões de euros, decorreu esta sexta-feira mais um sorteio do Euromilhões. O valor do jackpot voltou a subir depois de não ter havido vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Veja a chave vencedora do sorteio desta sexta-feira, 16 de agosto:

Números: 15, 17, 29, 45 e 49

Estrelas: 1 e 10

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Fogo no Prior Velho agrava-se e mobiliza 108 bombeiros

  • Lusa
  • 16 Agosto 2024

As chamas já consumiram um número indeterminado de viaturas e propagaram-se a outros carros. A situação "complicou-se, pois as chamas propagaram-se a mais veículos", segundo os bombeiros.

O incêndio que lavra num armazém de viaturas no Prior Velho alastrou a mais viaturas, obrigando os bombeiros a mobilizar mais meios para o local, num total de 108 bombeiros e 39 veículos, disse à Lusa fonte oficial.

Cerca das 19:30, o fogo estava a ser combatido por 52 bombeiros auxiliados por 19 viaturas, mas a situação “complicou-se, pois as chamas propagaram-se a mais veículos”, acrescentou Pedro Dias, do Comando Sub-regional de Lisboa do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS).

As chamas já consumiram um número indeterminado de viaturas e propagaram-se a outros carros, estando a ser mobilizados para o local veículos de combate com espuma e veículos com autoescadas (meios elevatórios), frisou.

O alerta para o fogo, que está a consumir um armazém de veículos de aluguer na zona industrial do Prior Velho, foi dado por chamada telefónica, às 17:58. Não há registo de danos pessoais, nem de alastramento das chamas a armazéns próximos, concluiu Pedor Dias.

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Governo dispensa Alojamento Local de aval do condomínio para se instalar num prédio de habitação

Atualmente, os proprietários de um imóvel destinado a habitação têm de autorizar por unanimidade a abertura da atividade. Projeto de diploma retira esta possibilidade e delega na câmara a decisão.

O Governo vai dispensar os donos de Alojamento Local (AL) de autorização prévia do condomínio para poderem abrir a atividade num prédio destinado à habitação, de acordo com o projeto de decreto-lei do Governo, aprovada no Conselho de Ministros de 8 de agosto e enviado para consulta e análise da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e dos Governos dos órgãos próprios das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores.

Neste momento, só é possível instalar uma unidade de AL num apartamento de um imóvel, em regime de propriedade horizontal, que se destine, no título constitutivo, a habitação, se o condomínio aprovar por unanimidade a mudança de utilização do prédio, de acordo com as alterações introduzidas ao regime jurídico do AL pelo anterior Governo ao abrigo do pacote Mais Habitação.

“Sempre que o estabelecimento de alojamento local seja registado em fração autónoma de edifício em regime de propriedade horizontal que se destine, no título constitutivo, a habitação, deve o registo ser precedido de decisão do condomínio para uso diverso de exercício da atividade de alojamento local”, determina a lei n.º 56/2023 de 6 de outubro. E, acrescenta, que essa “decisão” tem de ser aprovada por unanimidade.

Esses dois pontos são revogados no projeto de decreto-lei do Executivo de Luís Montenegro. Assim, e caso o diplome mantenha esta redação, será possível abrir atividade de AL num prédio destinado a habitação sem pronúncia prévia dos proprietários e alteração do uso no título constitutivo. “Esta capacidade para travar a instalação de alojamentos locais será eliminada. Trata-se de uma alteração importante”, sinalizou ao ECO o advogado José Nunes, da CMS Portugal, especializado em Direito Imobiliário e do Urbanismo.

A este respeito, o presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Administração de Condomínios (APEGAC), Vítor Amaral, lembrou que “um acórdão de 2022 do Supremo Tribunal de Justiça, uniformizador de jurisprudência, considerou que os alojamentos locais abertos em prédios destinados a habitação são ilegais, o que levou à corrida aos tribunais”. “O pacote Mais Habitação acabou por transpor esse entendimento para a lei, que agora o Governo atual quer eliminar”, sublinhou.

O acórdão em causa concluiu que, “no regime da propriedade horizontal, a indicação no título constitutivo, de que certa fração se destina a habitação, deve ser interpretada no sentido de nela não ser permitida a realização de alojamento local”.

Vítor Amaral receia, no entanto, que “os condomínios possam voltar a usar esse acórdão para impedir novos alojamentos locais”. Mas o advogado José Nunes esclarece que “as decisões dos tribunais superiores uniformizadores de jurisprudência já deixaram há muitos anos de ter força obrigatória geral”. Ou seja, “os juízes podem ou não seguir essa orientação em novas sentenças”, completa.

Depois de instaladas as unidades de AL, os condomínios continuam a poder solicitar o encerramento da atividade, mas terão de fundamentar esse pedido, obrigação que não é necessária atualmente, e a decisão final caberá ao presidente do município. A lei em vigor permite que dois terços da permilagem do condomínio determinem unilateralmente o fecho de um AL, um poder que este Governo pretende retirar.

“O encerramento de estabelecimentos de alojamento local em frações autónomas de edifícios continua a ser possível. No entanto, a decisão sobre o cancelamento do registo deixa de ser unilateral, passando a ser negociada entre vários intervenientes como o presidente da câmara, o representante do condomínio, o titular do estabelecimento de AL e o provedor do AL, com o objetivo de obter um acordo que satisfaça todas as partes envolvidas”, explicou ao ECO fonte oficial do gabinete do Ministério das Infraestruturas e Habitação.

De acordo com a proposta legislativa, “no caso de a atividade de alojamento local ser exercida numa fração autónoma de edifício, ou parte de prédio suscetível de utilização independente, a assembleia de condóminos pode opor-se ao exercício da atividade de alojamento local na referida fração, através de deliberação fundamentada e aprovada por mais de metade da permilagem do edifício, com fundamento na prática reiterada e comprovada de atos que perturbem a normal utilização do prédio, bem como de atos que causem incómodo e afetem o descanso dos condóminos, solicitando, para o efeito, uma decisão do presidente da câmara municipal territorialmente competente que, por sua vez, em alternativa ao cancelamento imediato do registo do estabelecimento de AL, pode convidar as partes a obterem um acordo”, detalha o gabinete do ministro Miguel Pinto Luz.

Neste momento, é exigido que dois terços (66%) da permilagem do condomínio aprove o encerramento de AL e o Governo propõe baixar aquela fasquia para “mais de metade”. Porém, passa a existir um processo negocial, quando, agora, o efeito é imediato, nos 60 dias após a deliberação.

No âmbito da negociação entre as partes, “os regulamentos municipais podem prever a designação de um ‘provedor de alojamento local’ que apoie o município na gestão de diferendos entre os residentes, os titulares de exploração de estabelecimentos de AL e os condóminos”, indica a mesma fonte. Se, no final do processo negocial, o município determinar o cancelamento do AL, essa unidade terá de ficar encerrada pelo período de cinco anos.

Para o Ministério de Miguel Pinto Luz, “esta alteração elimina certas restrições gravosas e desproporcionadas e aposta na descentralização dos poderes de regulação da atividade de alojamento local para os municípios, cabendo a estes ajustar os regulamentos municipais à realidade local”. De salientar que “a proposta de diploma carece ainda de audição dos órgãos próprios das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores e da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP)”, ressalva o gabinete do ministro.

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AdC autoriza compra da Centro Comercial Torreshopping pelo Fundo Shoppings Iberia I

  • Lusa
  • 16 Agosto 2024

O Fundo Shoppings Iberia I, que comprou o Centro Comercial Torreshopping, detém ainda o centro comercial Tavira Gran Plaza, situado no Algarve.

A Autoridade da Concorrência (AdC) decidiu adotar uma decisão de não oposição à compra da Centro Comercial Torreshopping pelo Fundo Shoppings Iberia I, adiantou esta sexta-feira, num comunicado no seu site.

Assim, o organismo deliberou “adotar uma decisão de não oposição à operação de concentração notificada”, considerando que “a mesma não é suscetível de criar entraves significativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou numa parte substancial deste”.

“A operação de concentração em causa consiste na aquisição, pelo fundo Shoppings Iberia I – Fundo de Capital de Risco, gerido e representado pela entidade gestora Point Capital Partners – SCR, S.A. do controlo exclusivo da Centro Comercial designado por ‘Torreshopping’, situado em Torres Novas, bem como a respetiva operação, através da aquisição de 100% do capital social da sociedade DPPFB”, indicou.

A Point Capital Partners dedica-se à gestão de fundos de capital de risco, investimento imobiliário, empreendedorismo social e investimento alternativo especializado, através da gestão de organismos de investimento alternativo e de fundos específicos.

O Fundo Shoppings Iberia I detém o centro comercial Tavira Gran Plaza, situado no Algarve, de acordo com a informação disponibilizada.

A DPPFB “encontra-se ativa na compra e venda de imóveis, incluindo a revenda de imóveis adquiridos para esse fim, urbanização, construção e gestão de imóveis próprios ou de terceiros, elaboração de projetos e prestação de serviços relacionados com a atividade imobiliária, aquisição de participações ou unidades de participação noutras sociedades ou em fundos de investimento imobiliário, independentemente do seu objeto social”.

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Programa entre DGArtes e AIMA vai apoiar 10 projetos em periferias urbanas

  • Lusa
  • 16 Agosto 2024

O montante médio de financiamento vai ser de 49 mil euros (de uma verba total de 500 mil euros) e quatro projetos terão lugar na Grande Lisboa, três no Norte, um na Península de Setúbal.

O programa de apoio “Arte e Periferias Urbanas”, que resulta de uma parceria entre a Direção-Geral das Artes (DGArtes) e a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), vai apoiar 10 projetos pelo país.

Em comunicado, a DGArtes anunciou que o montante médio de financiamento vai ser de 49 mil euros (de uma verba total de 500 mil euros) e quatro projetos terão lugar na Grande Lisboa, três no Norte, um na Península de Setúbal, outro no Oeste e Vale do Tejo e um no Alentejo.

Na apresentação do programa, em março em Lisboa, o diretor-geral das Artes, Américo Rodrigues, destacou que o mesmo apresenta várias “singularidades”, entre as quais “a obrigatoriedade de parceria formal entre artistas profissionais com pelo menos uma entidade ou grupo informal não profissional de base local”.

Além disso, seria “valorizada a adequação do projeto artístico às características do território e a criação de projetos com a participação e o envolvimento total das comunidades”. “Não é uma simples participação. Não é para fazer de conta, é mesmo para que os artistas locais tenham aqui uma oportunidade de participação plena”, vincou.

O acompanhamento e avaliação do final do impacto do programa nos territórios “será feito pela DGArtes e um centro de investigação, neste caso da área de Sociologia”. Os territórios abrangidos por este programa de apoio não se limitam às chamadas periferias urbanas, como o nome poderia indicar, mas sim a locais “com concentração cumulativa de fragilidades materiais e sociais”.

Dada a inexistência de um mapeamento que identifique e caracterize, a nível nacional, estes locais, eles serão definidos pelos candidatos, “tendo por base a seleção de três das oito dimensões de caracterização dos territórios, identificadas no aviso de abertura”.

Entre essas oito dimensões “contam-se ausência ou dificuldade de acesso a equipamentos sociais, culturais ou artísticos de referência”, “número significativo de crianças e jovens em idade escolar a não frequentar a escola ou com elevada percentagem de insucesso, nomeadamente por abandono escolar”, “condições de habitabilidade deficientes ou precárias e deficientes condições de acesso ao abastecimento de água, saneamento e energia, designadamente em áreas de génese ilegal”, e “territórios marcados pelo estigma social, nomeadamente os que não são frequentados (ou evitados) por habitantes das zonas adjacentes”.

Os projetos deverão durar entre um ano e meio de dois anos e ser executados entre 1 de novembro deste ano e 31 de outubro de 2026.

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UE analisa segunda-feira novas medidas para emergência de Mpox

  • Lusa
  • 16 Agosto 2024

O Comité de Segurança da Saúde da UE, composto por especialistas da Comissão e dos Estados-membros, convocou uma reunião técnica, porque é "muito provável" que haja mais casos importados de mpox.

A União Europeia (UE) vai analisar na próxima segunda-feira novas medidas para responder à emergência de saúde pública internacional declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) devido ao atual surto de mpox na República Democrática do Congo. O Comité de Segurança da Saúde da UE, composto por especialistas da Comissão Europeia e dos Estados-membros, convocou uma reunião técnica, confirmou a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, citada pela agência noticiosa Efe.

Este comité coordena a resposta rápida da UE às ameaças sanitárias transfronteiriças graves, coordena o intercâmbio de informações sobre medidas específicas tomadas por cada país e, juntamente com a Comissão Europeia, define as ações a tomar em termos de preparação, planeamento, comunicação de riscos e respostas.

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) anunciou esta sexta, numa avaliação de risco atualizada, que é “muito provável” que haja mais casos importados de mpox (a doença anteriormente conhecida como ‘varíola dos macacos’), mas descartou que possa haver um contágio contínuo se forem tomadas as medidas adequadas rapidamente. O ECDC apelou para vigilância eficaz, testes laboratoriais, investigação epidemiológica e capacidade de rastreio de contactos, iniciativas semelhantes às preconizadas pela OMS.

Os especialistas admitem que a nova variante mpox se pode propagar facilmente através do contacto próximo entre dois indivíduos, sem que seja necessário contacto sexual, e é considerada mais perigosa do que a variante de 2022, que na altura deu origem a outro alerta semelhante, levantado em maio passado, depois de a sua propagação ter sido contida.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) esclareceu hoje que nenhum dos casos de mpox reportados em Portugal é da variante mais perigosa da doença (clade I), que apareceu na quinta-feira passada pela primeira vez na Suécia. Em resposta à agência Lusa, a DGS referiu que “todos os casos reportados em Portugal são da clade I IIb do vírus monkeypox, não tendo sido identificado nenhum caso pela clade I”.

Na quinta-feira, depois de a Suécia ter registado o primeiro caso de uma variante mais contagiosa e perigosa da doença, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou para a possibilidade de serem detetados na Europa outros casos importados de mpox. A OMS declarou na quarta-feira o surto de mpox em África como emergência global de saúde, com casos confirmados entre crianças e adultos de mais de uma dezena de países e uma nova variante em circulação.

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Cessar-fogo em Gaza está “mais perto do que nunca”, diz Biden

  • Lusa
  • 16 Agosto 2024

"É possível que tenhamos algo (...) mas ainda não chegamos lá", afirmou ainda Biden na Sala Oval da Casa Branca.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou esta sexta-feira que um acordo entre Israel e Hamas para um cessar-fogo na Faixa de Gaza está “mais perto do que nunca”, após a conclusão de nova ronda negocial. “É possível que tenhamos algo (…) mas ainda não chegamos lá”, afirmou Biden na Sala Oval da Casa Branca, em Washington, questionado pela imprensa sobre os resultados das negociações hoje concluídas em Doha sobre a Faixa de Gaza, sob mediação internacional.

Segundo um comunicado conjunto dos mediadores, as 48 horas de discussões sobre um cessar-fogo e a libertação de reféns em Gaza foram “construtivas” e serão retomadas no Cairo na próxima semana. Washington anunciou ter apresentado uma nova proposta de compromisso, apoiada pelo Egito e pelo Qatar, com o objetivo de “preencher as restantes lacunas” e que diz respeito à implementação de um acordo entre Israel e o Hamas, de acordo com a Casa Branca.

Esta proposta americana baseia-se num guião apresentado pelo Presidente Joe Biden no final de maio, que prevê várias fases para a cessação das hostilidades e a libertação dos reféns raptados.

As negociações são mediadas por Egito, Qatar e Estados Unidos, procurando obter a libertação dos reféns israelitas sequestrados em 7 de outubro pelo Hamas e que ainda estejam vivos, além da entrada de ajuda humanitária para a população civil em Gaza; enquanto o Hamas exige a retirada completa das tropas de Israel e um cessar-fogo definitivo.

Contudo, o Hamas já mostrou a sua insatisfação com o que foi discutido nas negociações de Doha para um cessar-fogo em Gaza, garantindo que o que puderam depreender das conversações foi que não existe ainda “um compromisso com o que foi acordado a 2 de julho”, referindo-se à proposta original apresentada pelos Estados Unidos.

Pouco depois de anunciar o fim da reunião na capital do Qatar, o Hamas emitiu um breve comunicado exigindo mais uma vez a aplicação da proposta original de cessar-fogo. O Hamas não enviou uma delegação a Doha precisamente para exigir a implementação do que foi previamente acordado, “em vez de continuar com novas rondas de negociações”.

Os três países mediadores consideraram que os dois dias de negociações em Doha foram “construtivos” e decorreram num “atmosfera positiva”. A comunidade internacional está a pressionar as partes para que cheguem a um acordo de cessar-fogo, com o objetivo também de diminuir as tensões no Médio Oriente, agravadas pela morte do líder do Hamas Ismail Haniyeh, num atentado em Teerão –que o Irão e o movimento palestiniano atribuíram a Israel –, e pelo ataque israelita em Beirute que matou o “número dois” da milícia xiita Hezbollah, Fuad Shukr.

Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para erradicar o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.194 pessoas, na maioria civis.

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 111 dos quais permanecem em cativeiro e 41 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.

As negociações em Doha foram retomadas na quinta-feira, dia em que o número de mortes na Faixa de Gaza em resultado da ofensiva israelita ultrapassou os 40 mil, na maioria civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo Hamas.

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PS admite apreciação parlamentar de diplomas sobre alojamento local

  • Lusa
  • 16 Agosto 2024

“É o próprio Governo, que no meio de uma crise de habitação, vai provocar a diminuição de oferta”, diz deputada do PS, que vai esperar primeiro pela publicação do diploma sobre alojamento local.

O PS vai pedir a apreciação parlamentar dos diplomas do Governo que revogam medidas sobre o alojamento local caso se confirme, por exemplo, que serão retirados poderes aos condóminos, por considerar que vão provocar uma diminuição de oferta habitacional.

Vamos aguardar a publicação do diploma, mas vamos pedir apreciação parlamentar sobre estas questões que dizem respeito à revogação das medidas do alojamento local, nomeadamente também sobre esta notícia mais recente sobre a questão das alterações nos poderes e na capacidade que os condóminos têm na questão da abertura ou do cancelamento de um alojamento local”, adiantou, em declarações à Lusa, a deputada do PS Maria Begonha.

O Público noticia esta sexta-feira que o Governo se prepara para tirar poderes aos condóminos no alojamento local, referindo-se a um projeto de decreto-lei que foi enviado à Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e às regiões autónomas e segundo o qual os condóminos têm que provar que este tipo de alojamento provoca incómodo antes de o fechar, no máximo por cinco anos.

Quando os diplomas são avocados ao parlamento para apreciação parlamentar, os deputados podem alterá-los parcial ou integralmente ou mesmo revogá-los. Esta notícia já tinha merecido críticas do líder do PS, Pedro Nuno Santos através das redes sociais, designadamente de o Governo tomar “medidas que facilitam a retirada de habitações da sua função residencial”.

“Menos casas para viver e menos prédios onde as pessoas possam viver de forma descansada, segura e com vizinhos que não são estranhos. Este governo dá mostras todos os dias que governa para uma minoria”, referiu Pedro Nuno Santos. De acordo com a deputada socialista, o Governo do PSD/CDS-PP “recusa qualquer medida de combate à especulação e recusa mesmo reconhecer o impacto que o alojamento local tem” na crise da habitação.

O que parece ao PS é que o Governo se limita a revogar tudo o que foi feito para limitar o impacto negativo do alojamento local na habitação e é por isso que, a confirmar-se o que está e quando conhecermos o diploma, vamos pedir uma apreciação parlamentar para podermos fazer este debate e vincar as nossas diferenças sobre este retrocesso que o Governo quer promover”, anunciou.

Maria Begonha referiu que o ministro com a pasta da Habitação, Miguel Pinto Luz, em audição parlamentar “não quis responder ao PS se ia avançar para revogar tudo o que se tinha feito para regular e para limitar o impacto negativo do alojamento local na habitação”.

Ficamos a saber que a caducidade acabou, que a intransmissibilidade das licenças acabou e agora também aquilo que se tinha avançado na possibilidade dos condóminos limitarem a proliferação de alojamento local, também terem mais poder de intervenção e de capacidade de reclamar quando o alojamento local coloca problemas também isso foi retirado”, elencou. Segundo a deputada socialista, “é o próprio Governo, que no meio de uma crise de habitação, vai provocar a diminuição de oferta”.

Temos um Governo que nega o impacto das licenças do alojamento local quer no aumento dos preços quer a expulsar classe média, jovens das cidades, temos um ministro que diz que a gentrificação é normal e temos a revogação de um pacote Mais Habitação que foi aprovado há pouco tempo”, criticou.

Também a deputada do BE, Marisa Matias, reagiu a esta notícia do Público e, numa publicação nas redes sociais esta manhã, afirmou que com o agravamento da crise da habitação o “Governo nada mais tem feito que liberalizar ainda mais o mercado do alojamento local”. “Não há casas para os salários portugueses e quando os centros das cidades forem parques temáticos nem os turistas as vão querer”, condenou.

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Liga Portugal #2. Benfica sinónimo de problemas, FC Porto em crescimento e o adulto Sporting

Vistam as camisolas, bebam muita água (que está um calor absurdo) e preparem-se que a segunda jornada já está a bater a porta. O que irá acontecer? Como vai ser a segunda jornada da Liga Portugal.

Muito se passou na primeira jornada da Liga Portugal. O Sporting e o FC Porto entraram a todo o gás com o pé direito, o AVS SAD e Nacional reencontraram-se na elite do futebol português, o Santa Clara arrasou, o Benfica foi arrasado, o Braga empatou e despediu Daniel Sousa e o Vitória SC deu continuidade à incrível maré de resultados.

Além disso, o Boavista e o Moreirense ganharam os seus jogos fora de casa. Entretanto, Carlos Carvalhal regressou ao Braga e já se estreou de forma positiva. Vistam as camisolas, bebam muita água (que está um calor absurdo) e preparem-se que a segunda jornada já está a bater a porta. O que irá acontecer?

Os quatro cantos da jornada

Santa Clara x FC Porto: Arrasaram e agora é braço de ferro

Uma temporada depois volta a haver representação das ilhas na elite do futebol português. Na Segunda Liga, o Santa Clara fez o seu trabalho: dominou e subiu como líder. E agora, na Primeira Liga, não quis tirar o pé do travão e goleou fora de casa o Estoril-Praia. Do outro lado, o FC Porto também saiu com um resultado gordo de 3-0 frente ao Gil Vicente. Agora o Santa Clara e o FC Porto vão enfrentar-se e uma das chaves deste jogo pode estar no domínio/combate pelo meio-campo.

Há que estar atento também ao papel de Nico González e ao protagonismo que Alan Varela pode ter neste novo FC Porto de Vítor Bruno, bem como a construção coletiva, onde se observam movimentos de atração para gerar espaço e procurar a profundidade. Algo a ter em consideração será também a posição de Wenderson Galeno, que alinhou a lateral-esquerdo na última partida. Alisson Safira e MT são nomes interessantes que atuam sob as ordens de Vasco Matos no Santa Clara.

Nacional x Sporting: O recém-nascido e o adulto

Depois da derrota com o FC Porto na Supertaça, o Sporting era obrigado a dar uma resposta e Ruben Amorim lidou muito bem com a situação. Frente a um Rio Ave, que se reforçou muito no mercado (positivo por melhorar o plantel, mas também uma dor de cabeça na definição de dinâmicas e isso repercute-se), o Sporting mostrou uma vez mais que é uma equipa madura e camaleónica que procura extrair o melhor de si e explorar características do adversário. Constrói muito bem em ataque posicional e aposta no espaço nas costas, com movimentos importantes de Pedro Gonçalves e Victor Gyokeres na meia esquerda. Geovany Quenda está em afirmação e pode ter um papel fundamental neste Sporting.

Quanto ao Nacional, que ficou em segundo lugar na última temporada e subiu agora de divisão (daí o “recém-nascido”), iniciou o regresso à Primeira Liga com um empate frente ao AVS SAD e agora prepara-se para receber o Sporting. Joga com o fator casa e deverá ter como prioridade o setor defensivo: dificultar ao máximo a construção do Sporting. O problema é que os leões conseguem atacar bem tanto por fora como por dentro. Importante também assistir o funcionamento do plantel do Nacional e se têm capacidade competitiva para produzir bons resultados nesta Primeira Liga. Há dúvidas. Vem aí teste sério.

Benfica x Casa Pia: Gira o disco e toca o mesmo

Muda a temporada, mas não muda o Benfica. As águias continuam com problemas, sobretudo no ataque posicional pela falta de criatividade ofensiva e isso viu-se muito frente ao Famalicão. Roger Schmidt quer um Benfica a jogar com laterais profundos e uma pressão rápida e assertiva, mas a teoria não corresponde à prática. Ofensivamente o Benfica apresentou uma construção muito previsível com dificuldades no ataque por fora e defensivamente, permitiu o Famalicão (leu muito bem o jogo e fez excelente partida) superar facilmente linhas e observou-se desorganizações em vários momentos.

Enquanto o Benfica foi arrasado pelo Famalicão e perdeu, o Casa Pia também foi derrotado (1-0), mas não foi de todo inferior ao adversário. Diante do Boavista, os Gansos foram melhores e apostaram muito no seu lado esquerdo (Zolotic, Leonardo Lelo e Nuno Moreira, este mais por dentro). Agora tanto o Benfica como o Casa Pia querem dar uma resposta.

Outras equipas da Liga Portugal a observar

Além dos três grandes, há várias equipas que suscitam interesse nesta jornada. O Vitória SC está numa caminhada brutal desde que Rui Borges assumiu o comando: oito jogos, oito vitórias, 18 golos e 0 sofridos! Conseguiu o apuramento para o play-off da Liga Conferência e entrou com o pé direito na Primeira Liga, ao vencer fora de casa o Arouca por 1-0.

Agora vai enfrentar o Estoril-Praia que levou quatro bolas em sua casa do Santa Clara. Será interessante ver se há continuidade do Vitória SC (que tem mais jogos nas pernas devido à Liga Conferência) e se há resposta do Estoril-Praia. O mesmo se pode dizer com o Famalicão (continuidade de bom nível) e o Rio Ave (resposta), mais duas equipas que têm capacidade para fazer uma grande temporada.

Atenção ao Braga e o regresso de Carlos Carvalhal à Liga Portugal. Preparam-se para jogar fora de casa com o Boavista, que ao contrário das equipas mencionadas, é uma equipa que pode encontrar dificuldades nesta temporada. Mesmo tendo começado com os três pontos.

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Coligação de governo alemã modifica acordo sobre orçamento para 2025

  • Lusa
  • 16 Agosto 2024

O ministro das Finanças liberal expressou objeções em relação à constitucionalidade de várias medidas, e alguns relatórios de especialistas levaram a um choque entre Lindner e Scholz.

O governo de coligação alemão liderado por Olaf Scholz anunciou esta sexta-feira um acordo para modificar o orçamento para 2025, apresentado em julho após meses de debates, embora continue obrigado a fazer poupanças para cumprir o limite do défice.

“O projeto de orçamento para 2025 está pronto a tempo para ser debatido no Bundestag (câmara baixa do Parlamento). Isto implica um importante impulso para a segurança, a coesão e para mais crescimento”, escreveu o chanceler Olaf Scholz na rede social X. “As condições do travão constitucional da dívida continuam a ser cumpridas”, adiantou em comunicado Steffen Hebestreit, porta-voz do chanceler, aludindo ao mecanismo que limita o défice a 0,35% do produto interno bruto (PIB).

Em julho, foi anunciado um acordo orçamental entre os partidos da coligação após meses de disputas de social-democratas e verdes – partidários de renunciar ao travão da dívida para poder aumentar gastos – com os liberais – defensores intransigentes da consolidação orçamental. Mais tarde, contudo, o ministro das Finanças, o liberal Christian Lindner, expressou objeções em relação à constitucionalidade de várias medidas, e alguns relatórios de especialistas levaram a um choque entre Lindner e Scholz, com novas disputas.

Agora, entre outras mudanças, os parceiros do governo concordaram que os investimentos em infraestruturas de transportes da DeutscheBahn (a companhia ferroviária) sejam realizados através de uma injeção de capital adicional de 4,5 mil milhões de euros que será financiada nos mercados, em vez de através de subsídios, e não contando tecnicamente para efeitos de cálculo do défice.

Assim, reduz-se de 17.000 milhões para 12.500 milhões de euros o ‘buraco’ orçamental que figurava no anterior compromisso. Juntando 300 milhões de novas receitas procedentes dos pagamentos do resgate da energética Uniper e 200 milhões de poupanças em impostos comunitários, o ‘buraco’ passa para 12.000 milhões de euros, 3.000 milhões mais do que inicialmente previsto, sobre um total de 480.600 milhões de euros orçamentados.

O plano do Governo para cobrir este montante passa agora por efetuar poupanças no exercício orçamental. O orçamento acordado em julho contempla nova dívida de 43.800 milhões de euros, dentro do exigido pela regra orçamental conhecida como “o travão da dívida”, ancorada na Constituição e que exige que em tempos de normalidade económica o défice não supere 0,35% do PIB.

As disputas orçamentais no seio da coligação prejudicaram ainda mais a já escassa popularidade do Governo. Segundo uma sondagem publicada esta sexta-feira pela rede pública ZDF, 62% dos entrevistados pensam que a coligação está a fazer um “mau trabalho”, embora 75% acreditem que aguentará até ao final da legislatura em setembro de 2025.

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Nenhum pedido para consulta de declarações de políticos foi indeferido, diz Entidade para a Transparência

  • Lusa
  • 16 Agosto 2024

“Até ao momento, foram apresentados 133 pedidos de consulta por jornalistas, dos quais 91 foram deferidos, quatro encontram-se em fase de audiência prévia", indica a entidade.

A Entidade para a Transparência rejeitou esta sexta-feira as críticas sobre dificuldades de acesso às declarações de património dos políticos por parte da comunicação social, dizendo estar a cumprir a lei, e indicou que nenhum pedido foi até agora indeferido.

“Até ao momento, foram apresentados 133 pedidos de consulta por jornalistas, dos quais 91 foram deferidos, quatro encontram-se em fase de audiência prévia (aguardando pronúncia do requerente), um foi objeto de desistência, outro foi apenas apresentado em 15.08.2024 e os restantes aguardam esclarecimentos”, indica a entidade.

A Entidade para a Transparência divulgou um comunicado “na sequência da publicação” de notícias sobre o acesso de jornalistas às declarações de património dos políticos.

O organismo defende que, “tendo sido já deferidos 91 pedidos de consulta formulados por jornalistas e não tendo sido nenhum objeto de indeferimento, até ao momento, afigura-se prematura a atribuição a esta entidade de qualquer atuação administrativa desproporcionadamente restritiva do acesso às declarações em causa, ou cerceadora da liberdade de imprensa”.

A Entidade para a Transparência refere também que enquadramento normativo da consulta das declarações únicas está previsto na lei (de 2019) que regula o regime do exercício de funções por titulares de cargos políticos e altos cargos públicos e também pelo regulamento de 06 de março de “normalização dos procedimentos para o registo informático das declarações únicas de rendimentos, património, interesses, incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos políticos, altos cargos públicos e equiparados”.

A entidade indica que, de acordo com a lei, “os campos relativos a rendimento e património constantes das declarações únicas apenas podem ser consultados «mediante requerimento fundamentado»” enquanto a legislação anterior, entretanto revogada, referia que qualquer cidadão poderia consultar as declarações de rendimentos e património dos políticos.

“É a diferente formulação da lei em vigor que tem justificado a posição tomada pela Entidade para a Transparência, no exercício das suas competências e enquanto entidade administrativa independente, não sujeita ao poder de direção ou superintendência do Tribunal Constitucional (a ordens, instruções ou diretrizes que pudessem ser por este emitidas)”, lê-se ainda no comunicado.

Na quinta-feira, o Sindicato dos Jornalistas considerou que a nova lei que limita o acesso às declarações de património dos políticos “é grave” por condicionar a liberdade de imprensa, esperando que se trate de “excesso de zelo”.

De acordo com o jornal Expresso, as declarações únicas de rendimentos, património, interesses, incompatibilidades e impedimentos dos membros do XXIV Governo estão disponíveis há menos de um mês, listadas na plataforma eletrónica da Entidade para a Transparência (EpT), mas com limitações, uma vez que a consulta, que pode ser pedida por qualquer cidadão, passou a exigir um “requerimento fundamentado”, conforme prevê a lei n.º 52/2019, aprovada por uma larga maioria no parlamento.

No caso dos órgãos de comunicação social, a indicação de pesquisa para peça jornalística não é suficiente, porque a EpT está a enviar pedidos de esclarecimento pelo menos a jornalistas, exigindo uma explicação mais alargada para perceber o objetivo da consulta.

Confrontado com esta notícia, o presidente do Sindicato dos Jornalistas disse que esta “é uma matéria muito sensível e é grave que seja apresentado assim como uma tentativa de limitar o trabalho jornalístico”. Em declarações à agência Lusa, o representante dos jornalistas reforçou que, “em Portugal, um jornalista não tem de justificar porque é que pede um acesso a documentos que devem ser públicos”.

 

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Cheque a pensionistas, IRS e aumentos salariais. Medidas já pesam mil milhões de euros

Medida para os pensionistas soma-se às destinada aos jovens, aos acordos com parte dos funcionários públicos e ao impacto da descida do IRS. E engrossam fatura para as contas públicas.

As principais medidas de política, anunciadas ou aprovadas este ano, após o Governo tomar posse, têm um impacto orçamental de mais de 1.000 milhões de euros este ano. Do suplemento extraordinário para as pensões mais baixas, anunciado na quarta-feira pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, na festa do Pontal do PSD, aos apoios para os jovens, passando pelas negociações com professores e forças de segurança, até à redução do IRS nos moldes propostos pelo PS, a fatura continua a subir.

Suplemento extraordinário para pensões mais baixas

O suplemento extraordinário para as reformas mais baixas vai custar cerca de 400 milhões de euros ou “talvez um pouco mais”, revelou esta sexta-feira o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, que adiantou também que o Governo estima que 2,4 milhões de pensionistas serão abrangidos por este “brinde”, que varia entre 100 euros e 200 euros.

Os portugueses com pensões até 509,26 euros (o equivalente ao Indexante dos Apoios Sociais) receberão um suplemento de 200 euros, para quem recebe reformas entre 509,26 euros e 1.018,52 euros, o suplemento será de 150 euros, enquanto as pensões entre 1.018,62 euros e 1.527,78 euros terão direito a 100 euros.

Reforço do Complemento Solidário para Idosos

O Governo aprovou no início de funções o aumento extraordinário do valor de referência do Complemento Solidário para Idosos (CSI) de 600 euros anuais (50 euros mensais), passando para 7.208 euros anuais para um beneficiário isolado ou 12.614 euros anuais no caso de casados ou em união de facto e alargou os critérios. Miranda Sarmento indicou, numa audição parlamentar, que a medida representa um encargo de 50 milhões de euros este ano e 100 milhões de euros no próximo.

Redução das taxas de IRS

As taxas de IRS vão reduzir-se entre 0,25 e 1,5 pontos até ao sexto escalão, atualmente com um rendimento coletável de mais de 27.146 euros até 39.791 euros, face à tabela em vigor. Ainda assim, todos os escalões vão sentir a descida devido à progressividade do imposto.

O Governo está atualmente a trabalhar numa solução em que se aplicarão duas tabelas: uma de aplicação extraordinária em setembro de forma a compensar os efeitos retroativos e a nova tabela para aplicar a partir de outubro.

A medida do PS, aprovada à revelia do Governo, terá um impacto orçamental de cerca de 348 milhões de euros relativos à atualização das tabelas de retenção na fonte este ano e de 115 milhões relativos ao aumento dos reembolsos em 2025.

Isenção de IMT e IS na compra da primeira casa dos jovens

A isenção para jovens do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e Imposto de Selo (IS) na compra da primeira habitação permanente representa um encargo de 25 milhões de euros em 2024 e de 50 milhões de euros em 2025.

O diploma prevê a isenção total para casas de valor até ao quarto escalão do IMT, isto é, até aos 316.772 euros e parcial para imóveis até aos 633.453 euros, aos quais se aplica a taxa correspondente a este escalão (8%). Para serem elegíveis, os jovens também não podem ter sido considerados dependentes para efeitos de IRS no ano da compra da casa.

Reforço do Porta 65

A reformulação do programa Porta 65 Jovem, que faz parte do pacote de medidas destinado à juventude que o Governo de Luís Montenegro aprovou em maio, prevê um reforço de 16 milhões de euros este ano face aos 37 milhões de euros previstos no Orçamento do Estado de 2024. Em 2025, o apoio será reforçado em 26 milhões de euros, de acordo com o gabinete da ministra Margarida Balseiro Lopes.

Revisão da carreira dos professores

A recuperação do tempo de serviço que os professores ainda não tinha conseguido ver contado desde o período de congelamento da troika – seis anos, seis meses e 23 dias – será pago em quatro grandes tranches: 25% em setembro deste ano, 25% em julho do próximo ano, 25% em julho de 2026 e 25% em julho de 2027.

Terá um custo global de cerca de 300 milhões de euros líquidos em 2027 isto é, quando a totalidade do tempo estiver recuperado, segundo indicou o ministro da Educação. A primeira tranche, que será devolvida já a 1 de setembro de 2024, vai custar “cerca de 40 milhões de euros”, sendo que o valor vai “aumentando sistematicamente” até 2027 e à medida que mais professores forem abrangidos.

Aumentos nas forças de segurança

O Governo fechou com os polícias (três sindicatos da PSP e duas associações socioprofissionais da GNR) um acordo para reforço do suplemento de risco. Este suplemento é composto por duas variáveis: a variável, que corresponde a 20% do ordenado base e a fixa, que é um valor certo. Até aqui, essa última componente valia 100 euros, mas subirá agora para 300 euros. Aumentará, depois, em mais 50 euros em 2025, e em mais 50 euros em 2026, atingindo 400 euros.

Este acordo abrange 45 mil agentes da PSP e guardas da GNR (ou seja, não a totalidade destes funcionários, porque há vários sindicatos que não assinaram), tendo o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, adiantado numa audição parlamentar que terá um custo de cerca de 150 milhões de euros por ano.

O Ministério da Justiça e três sindicatos do corpo da Guarda Prisional chegaram ainda, em julho, a acordo para um aumento faseado do suplemento por serviço, aplicando-se uma subida de 200 euros, aos quais se somam um aumento de 50 euros a partir de janeiro de 2025 e de mais 50 euros a partir de janeiro de 2026. Ou seja, o suplemento por serviço dos guardas prisionais subirá 300 euros até 2026, medida cujo impacto orçamental ainda não foi relevado.

Aumento do subsídio dos oficiais de justiça

O aumento do subsídio dos oficiais de Justiça de 10% para 13,5% sobre o salário-base dos trabalhadores vai ter um custo permanente anual de oito milhões de euros, segundo um estudo do Governo publicado numa separata do Boletim do Trabalho e Emprego (BTE).

A subida do suplemento de recuperação processual teve efeitos retroativos a 1 de junho e passou a aplicar-se aos 12 meses do ano quando, até então, era pago relativo a 11 meses.

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