Controlo de rendas prejudica gerações futuras, aponta estudo da Nova SBE

  • Lusa
  • 9 Abril 2025

Limitação à subida das rendas não funciona a médio e longo prazo, aponta estudo da Nova SBE. "O controlo de preço só pode ser eficaz a curto prazo e é geracionalmente injusto", avisam investigadores.

O controlo das rendas prejudica as gerações futuras, que são confrontadas com pouca oferta habitacional e valores exorbitantes, segundo um estudo da Nova SBE que conclui que a medida só é eficaz a curto prazo.

A limitação à subida das rendas não funciona a médio e longo prazo, alerta, assim, uma equipa de investigadores que analisou o impacto do controlo das rendas.

“O controlo de preço só pode ser eficaz a curto prazo e é geracionalmente injusto”, diz Marli Fernandes, uma das investigadoras responsáveis pelo projeto desenvolvido pela Nova SBE Economics for Policy Knowledge Center em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian.

O estudo hoje divulgado conclui que a medida política compromete os direitos e as necessidades das gerações futuras.

No curto prazo, as pessoas sem possibilidades económicas passam a ter acesso a habitação e acabam por ficar nestas casas. Mas no médio e longo prazo a oferta começa a diminuir e os preços sobem“, explica Marli Fernandes, recordando o caso de São Francisco, a cidade norte-americana que também esteve sob forte controlo de preços nos anos 90 e onde essa situação acabou por desmotivar os senhorios a colocar os seus apartamentos no mercado do arrendamento.

Também em Portugal, a percentagem de habitações para arrendamento passou para menos de metade desde 1960, segundo o Censos de 2021. Com menos oferta, os preços acabam por subir. Se nas casas mais antigas ocupadas por pessoas mais velhas ainda é habitual encontrar rendas baixas, nos fogos novos as rendas são muitas vezes proibitivas.

Os dados apresentados no estudo mostram que 70,51% dos portugueses pagam menos de 400 euros por mês. Em Lisboa, a percentagem é menor, mas chega quase a metade da totalidade dos contratos. São contratos antigos, quase sempre celebrados antes de 1991, sublinha Marli Fernandes.

Neste universo de rendas baixas, 30,53% dos arrendatários em Lisboa pagam menos de 200 euros por mês. No Porto, são 44,5% os que pagam menos de 200 euros.

Se as gerações anteriores tiveram acesso e continuam a usufruir de habitações a preços acessíveis, aos mais novos já só são oferecidos contratos de arrendamento com preços elevados: 28,85% dos contratos de arrendamento em Lisboa são de valores iguais ou superiores a 650 euros e quase 10% ultrapassam os mil euros. Em vários bairros lisboetas, os proprietários pedem atualmente cerca de 1.200 euros por um T2, segundo uma análise feita pela Lusa que comparou preços de várias plataformas.

Para os investigadores, o controlo de preços só é eficaz a curto prazo e é geracionalmente injusto, ao contrário do aumento da oferta da habitação que é eficaz e geracionalmente justo.

Os investigadores lembram países como a Finlândia que, no passado, decidiu liberalizar o mercado do arrendamento para aumentar a oferta da habitação e, em simultâneo, desenvolver medidas de apoio às famílias vulneráveis e aumentar o parque da habitação social.

Esta é também a recomendação do estudo da Nova SBE: Liberalização do mercado e crescimento do parque habitacional público. Entretanto, as famílias sem possibilidades de pagar rendas ao preço de mercado “devem ser identificadas e apoiadas”.

Marli Fernandes reconhece que estes problemas não se resolvem em dois ou três anos e por isso o trabalho deve começar pelas famílias vulneráveis e só depois liberalizar o mercado.

Portugal surge na cauda da Europa no que toca a parque habitacional público, que representa apenas 2% da totalidade dos fogos, por oposição à Suécia, onde 40% das casas são habitação social e cooperativa, segundo uma comparação de 13 países.

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Iberdrola BP Pulse investe 75 milhões em pontos elétricos em Portugal até 2026

A empresa de infraestruturas de carregamento elétrico quer ter 600 pontos operacionais até ao final deste ano, e já tem os direitos assegurados para outros 900.

A Iberdrola bp Pulse, a parceria entre a Iberdrola e a BP para a mobilidade elétrica e com foco no carregamento elétrico ultrarrápido, prevê investir um total de 75 milhões de euros em Portugal até ao final de 2026.

O objetivo foi divulgado esta manhã num evento com jornalistas. Atualmente, a parceria conta 180 pontos de carregamento em Portugal, esperando chegar ao final de 2025 com cerca de 600 pontos operacionais.

De momento, a empresa já tem assegurados os direitos sobre locais para a instalação de outros 900 pontos de carregamento, que lhe permitirão chegar a um total de 1.500 pontos no país. Mas o horizonte no qual vão ser executados depende do processo de licenciamento.

A empresa indica que as suas infraestruturas são as únicas a estar integralmente cobertas com a opção de pagar através de terminal multibanco, uma solução útil para clientes esporádicos, estrangeiros ou que simplesmente não tenham ainda cartão de carregamento ou aplicação. “Estamos a ter muita utilização”, indica Ricardo Pacheco, o gestor da Iberdrola BP Pulse em Portugal.

“Estamos a criar uma rede para o futuro”, indica o responsável, na medida em que os pontos de carregamento vão apostar em postos que podem chegar aos 400 KW. São potências que, reconhece, a maioria dos veículos ainda não consegue tirar partido (os pontos podem ser usados mas sem aproveitar o total do potencial), mas que serão úteis à medida que os modelos vão evoluindo. À data, existem oito pontos de carregamento com a potência de 400 KW em Portugal, todos da Iberdrola BP Pulse.

Estes postos estão espalhados por 55 concelhos a nível nacional, mas deverão estender-se a 92 concelhos até ao final de 2025. A ideia é, ainda, que parte dos novos pontos de carregamento estejam adaptados a veículos pesados, mas este objetivo não deverá ser concretizado já em 2025.

Em paralelo, a operadora de pontos de carregamento está a desenvolver serviços para frotas profissionais, em parceria com os sócios BP e Iberdrola, que podem vir a traduzir-se em pacotes de preço mais favoráveis para estes clientes, que representam 60% do volume de utilização em Portugal. Em cima da mesa está a hipótese de oferecer preços mais baixos para que os clientes empresariais desloquem os seus consumos para horas menos concorridas, como as da noite.

Estes pacotes vão estar em avaliação enquanto a regulação estabiliza. De momento, está em consulta pública uma proposta que Ricardo Pacheco diz ter “altas expectativas” de que será aprovada. Com as alterações previstas “podemos ser mais eficientes e oferecer melhores valores aos clientes”. Durante muitos anos, diz, valorizou o modelo instituído em Portugal, mas assume que para o mercado crescer é necessário mudar a legislação no sentido da proposta.

A Iberdrola BP Pulse assume-se como o maior operador ibérico de carga ultrarrápida, embora em Portugal, isoladamente, não seja líder. Espera terminar o ano com 2.000 pontos de carregamento na Península Ibérica, e até 2030 o objetivo é chegar aos 12.000.

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Buscas em estabelecimentos prisionais. Já foram detidos 13 suspeitos

Em causa estão suspeitas da prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, tráfico de estupefacientes, tráfico de substâncias e métodos proibidos, falsificação de documentos e branqueamento.

A Polícia Judiciária (PJ) está a levar a cabo 32 mandados de busca e apreensão, 14 domiciliárias e 18 não domiciliárias, em estabelecimentos prisionais. Em comunicado, a PJ refere que a “Operação Mercado Negro” tem lugar nas zonas de Lisboa, Alcoentre, Sintra e Funchal e já foram detidos 13 suspeitos, dois dos quais são guardas prisionais.

Em causa está um alegado projeto criminoso, praticado, entre outros, por guardas prisionais que facilitam a entrada de substâncias ilícitas nos estabelecimentos prisionais a troco de vantagem patrimonial.

Nesta operação estão suspeitas da prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, tráfico de estupefacientes, tráfico de substâncias e métodos proibidos, falsificação de documentos e branqueamento.

“A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais prestou toda a colaboração à investigação desenvolvida, designadamente, através da Direção dos Serviços de Segurança e do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional”, refere a PJ em comunicado.

Esta operação surge no âmbito de inquérito dirigido pelo DIAP Regional de Lisboa e as diligências foram acompanhadas por uma juíza de instrução, uma magistrada do Ministério Público e cerca de 200 inspetores e peritos da Polícia Judiciária.

Os detidos serão agora presentes a primeiro interrogatório judicial, para aplicação de medidas de coação adequadas.

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Governo leva resposta às tarifas a Conselho de Ministros. PS critica demora nos apoios

  • Lusa e ECO
  • 9 Abril 2025

Depois das reuniões com as associações empresariais no Ministério da Economia sobre o impacto das novas taxas impostas pelos EUA, o Executivo vai decidir sobre os apoios na reunião de quinta-feira.

O Conselho de Ministros de quinta-feira vai discutir o tema das tarifas aduaneiras aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos da América e debater eventuais respostas, depois das reuniões do Governo com associações empresariais.

Fonte oficial do gabinete do primeiro-ministro disse hoje à comunicação social que a reunião do Conselho de Ministros será centrada no tema das tarifas, depois de o presidente da ATP (Associação Têxtil e Vestuário de Portugal) ter afirmado na terça-feira que o Governo está a preparar um plano “robusto” com medidas para apoio às empresas.

“O ministro transmitiu muita confiança de que brevemente vai apresentar um conjunto de medidas bastante abrangentes, desde a parte da formação, internacionalização, ajudas à exportação”, indicou Mário Jorge Machado, após uma reunião com o ministro da Economia Pedro Reis.

O Ministério da Economia está a reunir-se com associações empresariais de diversos setores entre terça-feira e hoje para avaliar “o impacto e as medidas de mitigação” das tarifas que o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na quarta-feira, de 20% a produtos importados da União Europeia e que acrescem às de 25% sobre os setores automóvel, aço e alumínio.

Como o ECO adiantou esta terça-feira, a resposta do Governo português para ajudar as empresas a mitigar os impactos da guerra comercial deverá passar por seguros de crédito à exportação, apoios à formação, apoios à internacionalização e a diversificação dos mercados.

Esta manhã, à margem de uma sessão sobre inovação e digitalização em Portugal, no Museu das Comunicações, em Lisboa, o primeiro-ministro admitiu preocupação com a aplicação das tarifas aduaneiras pelos Estados Unidos da América, mas remeteu para quinta-feira uma resposta do ponto de vista nacional.

“Estamos preocupados, estamos a acompanhar, estamos em diálogo permanente com a Comissão Europeia e estamos também a tratar da nossa parte mais individualmente considerada. Amanhã teremos um Conselho de Ministros que será dedicado a esse tema e falaremos”, afirmou.

À saída da reunião desta manhã no Ministério da Economia, o secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), Hélder Pedro, disse que apesar de Portugal apenas exportar 1% da produção automóvel para os EUA, sendo a UE afetada pelas tarifas de Trump, o país será “indiretamente penalizado”.

“A exportação para o continente americano é de cerca de 1%. [Mas] se afetar os motores da União Europeia, que são a Alemanha e a França, para onde nós exportamos, nós indiretamente seremos naturalmente penalizados”, avançou o secretário-geral da ACAP.

Pedro Nuno acusa Governo de inação

O secretário-geral do PS acusou esta manhã o Governo de inação na resposta às tarifas aduaneiras impostas pelos EUA e defendeu o apoio à diversificação dos mercados das empresas exportadoras e seguros de crédito público.

“As tarifas vão ter impacto nalguma da nossa indústria, nomeadamente dos têxteis, do próprio calçado, mas também indiretamente na nossa indústria de componentes automóveis. E, portanto, aquilo que nós precisávamos era ter um governo que reagisse com maior rapidez, como fez o governo espanhol”, respondeu aos jornalistas Pedro Nuno Santos no final de uma visita ao Mercado de Benfica, em Lisboa.

O secretário-geral do PS apontou que até ao dia de hoje, em que entram em vigor estas tarifas, não se conhece por parte do Governo PSD/CDS-PP “nenhum pacote de ajuda e de apoio à indústria potencialmente mais afetada com as tarifas norte-americanas”. “E nós precisamos é de um governo que seja capaz de atuar rapidamente”, defendeu.

Considerando “evidente para todos” a falta de ação do Governo nesta matéria, Pedro Nuno Santos referiu que, desde o anúncio destas tarifas, a única coisa que houve do executivo “foi uma reunião com as associações empresariais”.

“Nós precisávamos era que se apresentassem propostas, nomeadamente para apoiar a nossa indústria exportadora a direcionar parte das suas exportações para outros mercados”, disse, defendendo o apoio à “intensificação e a diversificação dos mercados das empresas exportadoras”.

Segundo o secretário-geral do PS, “isso implicaria uma reafetação de alguns fundos comunitários”, um trabalho de negociação com Bruxelas “já devia ter começado”. “E nós devemos também ter outras medidas de apoio às nossas empresas, como por exemplo seguros de crédito público para apoiar as nossas empresas a entrarem em mercados que ainda são desconhecidos para elas”, propôs.

IL defende negociações e “resposta cirúrgica” sem entrar em escalada

O presidente da IL defendeu a via negocial para responder às tarifas aduaneiras impostas pela administração norte-americana de Donald Trump e pediu que se adote uma “resposta cirúrgica e assertiva”, sem criar uma “guerra tarifária aberta”.

Em declarações aos jornalistas na Praça do Duque de Saldanha, em Lisboa, onde a IL divulgou hoje um novo cartaz eleitoral, Rui Rocha considerou que Donald Trump iniciou uma “guerra tarifária”, que “é má para todos os portugueses, porque vai atrasar o desenvolvimento económico ou mesmo gerar uma crise económica”.

“Como é que se pode responder a esta situação? A visão da IL é que, do ponto de vista económico, sendo as tarifas negativas más para a economia e para Portugal, não faz sentido ter uma resposta igual, ou seja, aumentar indiscriminadamente tarifas”, sustentou.

Para Rui Rocha, o que faz sentido é tomar medidas que mostrem a Donald Trump que Portugal “não está contente” com as tarifas aduaneiras e adotar uma “resposta cirúrgica e assertiva, focada em aspetos essenciais, mas que não envolva o mundo numa guerra tarifária aberta, indiscriminada”.

Interrogado se considera que o Estado português deve apoiar os setores mais afetados pelas tarifas, Rui Rocha considerou que “essa decisão seria apressada neste momento”, frisando que agora é preciso mostrar a Donald Trump “que esta decisão é errada” para os próprios Estados Unidos.

“E, portanto, estar a tomar já medidas de apoio apressadas sem que se esgote a possibilidade de fazer reverter estas decisões por via negocial… Parece-me que é o momento de esperar, de negociar, de insistir na via diplomática. Medidas de apoio a algo que ainda não está totalmente concretizado não fazem sentido nesta altura”, afirmou.

Já sobre se considera que o Governo desvalorizou esta questão, como criticou o secretário-geral do PS e a coordenadora do BE, Rui Rocha afirmou não lhe parecer que “se possa fazer essa acusação” atualmente. “As questões ainda estão muito no início. Haverá seguramente momento para negociações, já veremos se o Presidente Trump, que tomou esta decisão, tem margem ou não para fazer algum tipo de recuo”, disse.

As tarifas, que o Presidente dos EUA chama de “recíprocas”, entram hoje em vigor, tratando-se de uma taxa que se soma à tarifa mínima global de 10% que se começou a aplicar em 5 de abril.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na passada quarta-feira, num dia que apelidou de “dia da libertação”, uma tarifa de 10% sobre 184 países e territórios, incluindo a União Europeia (UE), bem como a imposição de uma tarifa adicional para aqueles que considera serem os “piores infratores”.

Está em causa uma tarifa “recíproca”, que corresponde a cerca de metade da taxa aplicada pelos outros países aos EUA, disse Trump, tendo exibido uma tabela com o nível das barreiras comerciais e não comerciais sobre produtos norte-americanos em vários países.

Contempla uma taxa de 20% sobre as importações da União Europeia e de 34% sobre os produtos chineses, enquanto os produtos da Índia passam a pagar 26%, de Taiwan 32% e do Vietname 46%. Encontram-se na lista ainda outros países, que podem no entanto entrar em negociações com os EUA para impedir a aplicação imediata das tarifas.

Já a UE espera apresentar a resposta às tarifas de 20% impostas pelos Estados Unidos no início da próxima semana.

 

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Custo de construir uma habitação nova sobe 3,1% só por causa da mão-de-obra

  • Joana Abrantes Gomes
  • 9 Abril 2025

Em fevereiro, construir uma habitação nova era 3,1% mais caro do que um ano antes. Um agravamento explicado quase exclusivamente pela subida de 6,9% do custo da mão-de-obra.

Os custos de construção de habitação nova aumentaram 3,1% em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE).

A subida deste indicador, embora represente uma desaceleração de três décimas face à variação registada em janeiro, é influenciada quase exclusivamente pelo aumento do custo da mão-de-obra, que alcançou 6,9% no segundo mês do ano.

Apesar de ter sido o menor aumento do custo da mão-de-obra desde março de 2024, o agravamento deste custo estará intimamente ligado à escassez de mão-de-obra que se verifica atualmente no setor da construção.

Enquanto isso, o preço dos materiais teve uma variação nula, depois de um acréscimo de 0,4% em janeiro, mostram os dados oficiais divulgados esta quarta-feira.

Variação homóloga dos custos de construção de habitação nova:

Fonte: INE

Feitas as contas, o custo da mão-de-obra contribuiu com 3,1 pontos percentuais (3,2 pontos percentuais no mês anterior) para a variação homóloga do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova, enquanto os materiais tiveram um contributo praticamente nulo. No entanto, “apesar de a variação dos materiais ter sido nula, a um nível mais desagregado existiram contributos positivos e negativos”, refere o INE.

Nesse sentido, os betumes e os materiais de revestimentos, isolamentos e impermeabilização e os vidros e espelhos contribuíram positivamente para a variação agregada do preço, ao registarem uma subida acima dos 10% e de cerca de 5%, respetivamente, no mês em análise, salientou o INE.

Em sentido inverso, as madeiras e derivados, a chapa de aço macio e galvanizada e as tubagens de aço, de ferro fundido e aparelhos para canalizações apresentaram reduções de cerca de 10%.

No que diz respeito à variação em cadeia dos custos de construção de habitação nova, a variação mensal do índice foi de 0,1% em fevereiro, nove décimas abaixo do registado no mês anterior, tendo o custo dos materiais aumentado 0,5% e o da mão-de-obra 0,3%.

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Exportações voltam a disparar. Cresceram 12% em fevereiro, antes da queda do Governo e da guerra comercial

"As exportações e as importações de bens registaram variações homólogas nominais de +11,9% e +3,3%”, revela o INE. Valores de janeiro foram revistos em alta.

As exportações em fevereiro cresceram 11,9% mantendo a trajetória iniciada em janeiro e com uma nova redução do défice da balança comercial, de 483 milhões de euros, antes da queda do Governo e da guerra comercial. O bom desempenho das vendas de bens ao exterior surge na sequência de trabalhos por encomenda.

“Em fevereiro de 2025, as exportações e as importações de bens registaram variações homólogas nominais de +11,9% e +3,3%”, revela o Instituto Nacional de Estatística esta quarta-feira.

“O défice da balança comercial diminuiu 483 milhões de euros em fevereiro de 2025, em termos homólogos, atingindo 1.952 milhões de euros”, acrescenta a mesma nota sobre as estatísticas do comércio internacional.

A economia nacional já tinha arrancado o ano com um crescimento homólogo de 11,9% das exportações e de 8,6% das importações de bens, valores revistos em alta em 0,2 pontos percentuais.

O comportamento das exportações de bens foi ainda melhor se excluídos os combustíveis e lubrificantes – o acréscimo homólogo foi de 13,5%, um ligeiro abrandamento de face aos 13,7% de janeiro.

De acordo com o INE, o bom desempenho das exportações nacionais deve-se às transações TTE, ou seja, com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda (sem transferência de propriedade). Um exemplo são os trabalhos de processamento. Porque se forem excluídas estas vendas ao exterior, “as exportações registaram um acréscimo mais modesto”, de 1,5% face ao período homólogo”.

Assim, as exportações de fornecimentos industriais aumentaram 37,3%, sobretudo de produtos químicos para a Alemanha. “O aumento nesta categoria ficou a dever-se, essencialmente, ao aumento das transações TTE, que representaram 28% da totalidade das exportações nesta categoria (+23,7 p.p. que no período homólogo)”, explica o INE.

Em termos de destinos, tendo em conta os principais países parceiros de 2024, o maior aumento das exportações foi para a Alemanha (+73,4%), sobretudo de ao nível dos fornecimentos industriais, mas quando excluídas as transações TTE, o acréscimo das exportações para a Alemanha foi de apenas 2,3%. Além disso, as exportações para Espanha subiram 5,9%.

As maiores quebras nas exportações foram registadas para Marrocos (-13%), para o Reino Unido (-11,6%) e para a Bélgica (-6,3%).

Bens de consumo, Máquinas e Combustíveis com os maiores aumentos nas importações

Em fevereiro, as importações de bens aumentaram em termos homólogos 3,3% uma forte desaceleração face ao crescimento de 8,6%, em janeiro. Excluindo combustíveis e lubrificantes, a progressão foi de 2,9%, contra os 9,9% de janeiro e excluindo as transações TTE, ou seja, com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda as importações aumentaram 4,8%.

Foi da China que Portugal mais bens importou em fevereiro, com um aumento de 30% das importações. As compras aos Países Baixos e a França aumentaram 15,8% e 15,6%, respetivamente.

As importações dos Estados Unidos aumentaram 9,5% em fevereiro, também numa lógica de antecipação das tarifas que se vieram a confirmar.

A quebra mais significativa foi da Irlanda (-36,7%) e do Brasil (-21,5%).

Tal como nas exportações, os preços das importações registou uma variação positiva, +0,4% contra -0,8%, em janeiro de 2025 e -6,0% em fevereiro de 2024. Excluindo os produtos petrolíferos, a variação foi nula (-0,7%, em janeiro de 2025; -6,0% em fevereiro de 2024), sublinha o INE. Os preços das exportações registaram uma variação positiva de 0,5%, quando no mês anterior tinha sido negativa (-0,4%) e no mês homólogo também (-4,5%). “Excluindo os produtos petrolíferos, a variação foi ligeiramente superior, +0,8% (-0,1%, em janeiro de 2025; -3,5%, em fevereiro de 2024)”, refere o INE.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Faltou transparência no bónus de meia pensão dado por Costa. Novo estudo quer melhoria da comunicação da Segurança Social

Estudo alerta que trabalhadores tendem "a não saber com exatidão a sua idade de reforma" e a ter dúvidas quanto ao valor futuro da sua reforma. Apela a melhorias na comunicação da Segurança Social.

Numa altura em que a inflação estava em níveis recorde, o Governo de António Costa anunciou um bónus correspondente a meia pensão, para apoiar os reformados a enfrentar a subida dos preços. Em contrapartida, as atualizações das pensões de janeiro de 2023 foram, porém, limitadas. Um novo estudo realça agora que “não existiu transparência na forma como a política foi comunicada“. E essa não foi a única vez que a comunicação da Segurança Social gerou mais dúvidas do que certezas, apelando os investigadores a uma melhoria a esse nível.

Este estudo faz parte de um projeto que é apresentado esta quarta-feira, dia 9 de abril, no campus da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (Nova SBE). Em causa está o projeto “Avaliação de políticas numa perspetiva intergeracional“, que visa “contribuir para a construção de um futuro equitativo para todas as gerações“.

Neste âmbito, estão a ser analisadas políticas públicas e preparadas recomendações para as tornar mais alinhadas com uma visão de longo prazo. Para já, seis medidas (entre as quais, a tal limitação da atualização das pensões levada a cabo pelo Governo anterior) já foram avaliadas e os resultados são apresentados esta manhã.

“Em setembro de 2022, o Governo português anunciou que iria atribuir meia pensão aos pensionistas para mitigar os efeitos da elevada taxa de inflação, mas a atualização das pensões em janeiro de 2023 seria inferior ao previsto pela referida lei. Em abril de 2023, o Governo anunciou que a partir de julho as pensões receberiam um reforço estrutural que implicaria que o aumento total ao longo de 2023 seria equivalente ao aumento que teria ocorrido se a fórmula automática tivesse prevalecido”, lembram os investigadores.

Na análise que é apresentado esta quarta-feira, salienta-se que o principal objetivo da atribuição do referido bónus foi mitigar os efeitos da inflação, tendo o Governo reconhecido, depois, que não seria possível aumentar as pensões, de forma normal, no arranque de 2023, para “não comprometer a sustentabilidade da Segurança Social“.

Assim, os investigadores argumentam que “não existiu transparência na forma como a política foi comunicada, o que pode gerar incompreensão e falta de confiança por parte dos cidadãos”, alertam. “Comunicar os benefícios da medida para as próximas gerações com base em evidência científica ajuda a legitimar as políticas“, frisam os mesmos.

Não existiu transparência na forma como a política foi comunicada, o que pode gerar incompreensão e falta de confiança por parte dos cidadãos.

Nova SBE

Pior, este não foi um caso isolado. De acordo com a nova análise, os trabalhadores tendem “a não saber com exatidão a sua idade de reforma“, como funciona o sistema de Segurança Social e “tende a existir incerteza em relação ao valor futuro da sua pensão”, ainda que diversos estudos demonstram que “informar os cidadãos leva a que estes apoiem mais as políticas”.

Assim, os investigadores defendem que “a comunicação de reformas da Segurança social deve melhorar“.

“Informar sobre as medidas é importante para os trabalhadores. A Segurança Social tem impacto na oferta de trabalho no final da vida e, consequentemente, nas decisões de consumo e poupança“, sublinham.

No entanto, no que diz respeito particularmente ao bónus e à limitação das atualizações regulares das pensões, o novo estudo conclui que estas medidas não aumentaram a desigualdade entre as gerações, nem dentro das gerações. Antes, foram eficientes e intergeracionalmente justas.

A atual geração de pensionistas teve de contribuir menos para obter a atual pensão, enquanto as gerações futuras terão de contribuir mais para ter uma pensão igual.

Nova SBE

“A política desfavorece os atuais pensionistas, já que a pensão diminui em termos reais. Todavia, a atual geração está em vantagem, comparativamente às gerações futuras. A atual geração de pensionistas teve de contribuir menos para obter a atual pensão, enquanto as gerações futuras terão de contribuir mais para ter uma pensão igual“, é realçado, em relação à justiça entre gerações.

Por outro lado, quanto à desigualdade intrageracional, observa-se que os aumentos das pensões foram maiores para pensões mais baixas, diminuindo essa desigualdade, notam os investigadores.

Apoio à contratação sem termo pode ter criado injustiça entre gerações

Outras das medidas analisadas no âmbito deste projeto, cujos resultados são agora conhecidos foi o Compromisso Emprego Sustentável.

O Governo anterior aproveitou as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para criar um novo apoio à contratação sem termo de jovens e desempregados, mas este novo estudo alerta que essa medida foi “provavelmente injusta“, no que diz respeito à dinâmica entre as várias gerações.

Esta medida – que, entretanto, foi revogada e substituída por outra pelo atual Governo – que consistiu na concessão aos empregadores de um apoio financeiro à contratação sem termo dos desempregados inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

O objetivo foi fomentar a criação líquida de postos de trabalho, melhorar a qualidade de trabalho e combater o desemprego, nomeadamente, entre os jovens, daí que estivesse a prevista uma diferenciação em função da idade.

“Para que os indivíduos sejam elegíveis, estes [tinham] de estar inscritos no IEFP e desempregados por um mínimo de dois meses, exceto se tiverem entre os 36 e os 45 anos. Neste caso, os indivíduos [necessitavam] de estar desempregados por um período mínimo de seis meses”, sublinham os investigadores.

Ora, de acordo com o novo estudo da Nova SBE, a média do tempo de desemprego era de nove meses em fevereiro de 2022. Mas entre os indivíduos com 55 anos ou mais, a média era de 14 meses, enquanto entre os jovens rondava os quatro meses.

“A política tem o objetivo de retirar indivíduos de desemprego de média e longa duração. Contudo, pode [ter] criado uma situação de injustiça etária“, alerta, assim, a nova análise, que destaca que “a necessidade de se encontrarem desempregados há pelo menos seis meses para serem elegíveis, aumenta a probabilidade de alguns membros serem discriminados negativamente em detrimento das faixas mais jovens e mais velhas“.

O IEFP necessita de reduzir a burocracia e agilizar o processo de candidatura, além de publicitar melhor as medidas e dar mais tempo para as empresas se candidatarem.

Nova SBE

Por outro lado, os investigadores alertam que seis em cada dez das empresas ouvidas não ouviram falar desta medida, sendo que, destas, mais de 35% teriam recorrido a ele, caso o conhecesse.

“O IEFP necessita de reduzir a burocracia e agilizar o processo de candidatura, além de publicitar melhor as medidas e dar mais tempo para as empresas se candidatarem“, recomendam, assim, os especialistas.

Defendem, além disso, que é urgente avaliar a eficácia das políticas ativas do mercado de trabalhado, especialmente dos subsídios à contratação. “Que seja do nosso conhecimento, não existe nenhuma avaliação deste tipo em Portugal, apesar das mesmas existirem há mais de uma década”, rematam.

“Os incentivos políticos estão todos feitos para o curto prazo”

Na apresentação deste novo projeto no campus da Nova SBE, Luís Lobo Xavier, da Fundação Calouste Gulbenkian, salientou que, para tentar equilibrar o curto e o longo prazo, primeiro, é preciso perceber o ponto de partida, sendo que, por vezes, há desequilíbrios já nesse ponto.

O responsável realçou que a tendência é privilegiar o curto prazo, porque há mais informação sobre esse momento. Mas essa não é a única razão, reconheceu. “Geralmente, as gerações futuras não têm voz. Por exemplo, há mais desemprego nas gerações mais jovens, mas a maior parte do valor do subsídio de desemprego que é pago pelo Estado é para as taxas etárias mais elevadas“, apontou Luís Lobo Xavier.

Além disso, os incentivos políticos “estão todos feitos para o curto prazo”, alertou o mesmo. Na mesma linha, Susana Peralta, professora da Nova SBE, defendeu que “há um problema de curto prazismo“, mas admitiu que há o dever de trabalhar para deixar algo de positivo às gerações mais positivas.

Sugeriu, por exemplo, incorporar análises intergeracionais na construção do Orçamento do Estado. “Não vejo como podemos construir sistema político justo sem pensar nas gerações futuras”, atirou.

Por sua vez, Miguel Poiares Maduro, dean da Católica Global School of Law, realçou que é fundamental ter consciência e informação do impacto as políticas públicas num “universo maior” do que o momento presente.

Uma das soluções poderia ser, disse, criar uma segunda câmara no seio da Assembleia da República com as diferentes gerações representadas e que teria um efeito suspensivo, caso as medidas e políticas ameaçassem o futuro. Nesse caso, haveria uma nova deliberação das medidas com a ótica da dinâmica entre as várias gerações.

(Notícia atualizada às 12h47)

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Empresário Carlos Palhares compra histórica marca de calçado Sanjo

Holding do empresário nortenho comprou 51% da M2Bewear, que detém a histórica marca de calçado Sanjo. Fundador da Mecwide quer apostar na internacionalização e na "melhoria contínua do produto".

A Sanjo foi a primeira marca portuguesa de sapatilhas, tendo sido lançada em 1933Instituto Superior de Economia e Gestão

O controlo da empresa que detém a Sanjo acaba de mudar de mãos. Através da holding Head Value, da qual é o único sócio, o empresário Carlos Palhares adquiriu 51% da M2Bewear, que detém a histórica marca de calçado, bem como uma área de negócio dedicada à produção de fardas e equipamentos de proteção individual.

A informação foi divulgada esta quarta-feira num comunicado que não dá detalhes sobre o montante envolvido na transação. Mas, do ponto de vista estratégico, a operação “tem como objetivo acelerar o crescimento e internacionalização dos negócios e marcas da M2Bewear, permitindo à empresa garantir os recursos necessários para a sua próxima etapa de desenvolvimento”, lê-se na nota.

Temos pela frente o desafio da internacionalização e a melhoria contínua do produto num país tão rico no conhecimento da indústria do calçado.

Carlos Palhares

Empresário

A Sanjo foi a primeira marca de sapatilhas portuguesa, lançada pela Companhia Industrial de Chapelaria, em São João da Madeira, em 1933. Chegou a ser a principal marca de calçado desportivo em Portugal, mas enfrentou dificuldades no final dos anos 1990, depois da adesão de Portugal à União Europeia. Viria a renascer já em 2019 graças aos atuais acionistas, Hélder Pinto e José do Egipto.

Estes gestores foram “fundamentais para revitalizar a Sanjo, relançando-a com um forte trabalho de rebranding, inovação no design e melhoria do produto”, aponta o comunicado divulgado esta quarta-feira. “Graças a essa visão, a marca consolidou-se novamente como uma referência no mercado português, conquistando uma nova geração de consumidores e preservando o seu legado histórico”, acrescenta.

Em 2023, com 90 anos, a Sanjo apostou na abertura de uma loja própria no Bairro Alto, a somar à presença em mais de uma centena de lojas multimarca. Dados da InformaD&B mostram que a M2Bewear Lda. emprega 14 pessoas e registou mais de dois milhões de euros em vendas e serviços prestados e um resultado líquido positivo de 7.192,48 euros em 2023.

Já a Head Value opera em vários setores, da indústria ao turismo. O empresário Carlos Palhares foi o fundador da Mecwide, empresa de Barcelos especializada em serviços de engenharia e que nos últimos tempos tem vindo a apostar no setor dos data centers, conforme noticiou o ECO em março deste ano.

Helder Pinto , José do Egipto e Carlos Palhares após a assinatura do acordo.

“A Sanjo fez parte da minha infância e juventude bem como de todos os portugueses da minha geração. É uma marca que nos desafia e obriga a honrar a sua bonita história. Temos pela frente o desafio da internacionalização e a melhoria contínua do produto num país tão rico no conhecimento da indústria do calçado”, reage o empresário, citado em comunicado.

Por sua vez, os até agora acionistas da M2Bewear acreditam que “a experiência da Head Value na internacionalização das suas participadas é uma mais-valia, pois este será um dos pilares desta nova fase da Sanjo”. “A aposta na digitalização e inovação, desde a experiência de compra até à personalização do produto, também permitirá fortalecer a relação com os consumidores e tornar a marca mais competitiva num mercado global”, rematam.

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Apesar da turbulência, Portugal paga menos para emitir 1.047 milhões em dívida a 5 e 12 anos

Num dia em que as obrigações soberanas estão a ser severamente castigadas pela guerra comercial, o IGCP conseguiu pagar juros mais baixos para emitir dívida com maturidades em 2030 e 2037.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) pagou esta quarta-feira juros mais baixos para emitir um total de 1.047 milhões de euros em Obrigações do Tesouro (OT) a cinco e a 12 anos, apesar de um contexto no qual a turbulência nos mercados provocada pela guerra comercial contagia também os ativos de dívida soberana.

No leilão realizado esta quarta-feira, o IGCP vendeu 586 milhões de euros em OT com maturidade em 2037, tendo pago uma taxa de juro de 3,416%. No mercado secundário, a yield desta maturidade negociava nos 3,48% antes do leilão. Na última colocação de uma maturidade semelhante, de 13 anos a 14 de março deste ano, o IGCP pagou uma taxa de 3,633%.

No prazo de fevereiro de 2030, o Tesouro pagou uma taxa de colocação de 2,347%, menos que os 2,9% ao qual as obrigações negoceiam no mercado secundário.

O montante total indicativo era de entre mil e 1.250 milhões de euros. Em termos de procura, foi de 2,01 vezes a oferta nas OT com maturidade em 2037, e de 2,26 vezes na mais curta.

Os mercados financeiros estão a atravessar um período de elevada tensão, marcado por uma correção acentuada nas ações e, sobretudo, por uma queda significativa nos preços das obrigações, acompanhada de uma subida repentina e persistente das yields.

“A dívida soberana tem registado uma elevada volatilidade nas últimas sessões, resultado do anúncio das tarifas impostas por Donald Trump e a dificuldade dos mercados em avaliar plenamente o impacto das mesmas”, referiu Filipe Silva, Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa, sobre as emissões de OT.

“Prevê-se que o consumo seja afetado, que a inflação aumente e que possa ocorrer um abrandamento da economia global, caso não se verifiquem avanços nas negociações”, adiantou.

As yields das obrigações do Tesouro dos EUA (Treasuries) têm mostrado uma resistência inesperada, com a yield a 10 anos primeiramente a cair para níveis abaixo dos 4% no dia a seguir ao anúncio das tarifas de Trump (atingindo o valor mais baixo desde outubro), para posteriormente disparar para uma taxa média ponderada de 4,37%, a que negoceia atualmente. Mas esta quarta-feira, as yields das Treasuries a 10 anos estão a subir 11,8 pontos base, depois de na terça-feira terem subido 10,3 pontos base e na segunda-feira escalado 16,6 pontos base.

[Notícia atualizada às 11h07]

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Forte subida dos juros das obrigações dos EUA assusta investidores

Os mercados estão novamente em ebulição esta quarta-feira com a queda das obrigações e a subida das yields. Trump arrisca transformar incerteza em caos económico, alertam os especialistas.

Os mercados financeiros estão a atravessar um período de elevada tensão, marcado por uma correção acentuada nas ações e, sobretudo, por uma queda significativa nos preços das obrigações, acompanhada de uma subida repentina e persistente das yields.

Este movimento, que desafia as normas tradicionais de refúgio em tempos de instabilidade económica, está a gerar preocupações profundas entre investidores e economistas esta quarta-feira, justamente no dia em que entra em vigor as tarifas mais elevadas sobre as importações dos EUA de vários países do mundo.

As yields das obrigações do Tesouro dos EUA (Treasuries) têm mostrado uma resistência inesperada, com a yield a 10 anos primeiramente a cair para níveis abaixo dos 4% no dia a seguir ao anúncio das tarifas de Trump (atingindo o valor mais baixo desde outubro), para posteriormente disparar para uma taxa média ponderada de 4,38%, a que negoceia atualmente. Só esta quarta-feira, as yields das Treasuries a 10 anos estão a subir 11,8 pontos base, depois de na terça-feira terem subido 10,3 pontos base e na segunda-feira escalado 16,6 pontos base.

A mesma pressão está a ser sentida nas obrigações com maturidades mais longas. É disso exemplo as Treasuries a 30 anos, que em três dias acumulam um aumento da yield de 44,7 pontos base, e estão atualmente a negociar nos 4,85%, segundo o benchmark destas obrigações recolhido pela Refinitiv. É preciso recuar a 7 de janeiro de 1982 para se assistir a uma subida tão repentina e forte das yields das Treasuries a 30 anos, segundo o analista Jim Bianco.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Este comportamento é particularmente significativo porque, em períodos de stress nos mercados acionistas, as obrigações soberanas costumam funcionar como ativos de refúgio, registando subidas nos preços e quedas nas yields. Desta vez, o cenário é diferente. “A administração Trump pode estar a brincar com nitroglicerina líquida”, refere o reconhecido investidor Ed Yardeni, da Yardeni Associates, ao Financial Times, esta quarta-feira.

Os efeitos desta crise não se resumem ao mercado acionista e obrigacionista dos EUA. Estão a ser sentidos além-fronteiras. No Reino Unido, as yields das obrigações a 30 anos sobem atualmente 13,5 pontos base para 5,48%, o nível mais alto desde 1998.

A origem desta turbulência reside na política comercial agressiva promovida por parte da Administração de Donald Trump marcada por um aumento generalizado e cego das tarifas comerciais. Estas medidas estão a criar incerteza sobre o crescimento económico global e a alimentar receios de inflação persistente. “Os mercados estão condicionados para reverter à média; não estão preparados para ruturas de paradigma”, refere Elida Rhenals, da AXA Investment Managers, ao The Wall Street Journal. Este cenário tem levado os investidores a provocar uma onda de venda de Treasuries no mercado esta quarta-feira, numa corrida por maior liquidez.

Outro fator preocupante que está a assustar os investidores é o défice orçamental dos EUA, que já ultrapassa os 6% do PIB e uma dívida pública superior a 37 biliões de dólares. O aumento das yields reflete também receios sobre a capacidade do governo norte-americano em refinanciar esta dívida num eventual cenário de recessão. Ben Wiltshire, estratega de taxas de juro no Citi, afirmou que “o sell-off pode estar a sinalizar uma mudança de regime onde os Treasuries já não são o porto seguro global no mercado obrigacionista”.

Além disso, um leilão recente de Treasuries a três anos encontrou pouca procura, com os dealers primários a absorverem uma percentagem maior do que o habitual neste tipo de operações. Este resultado negativo aumentou o nervosismo dos investidores nos mercados obrigacionistas, que esta quarta-feira estarão particularmente atentos ao resultado de um leilão a 10 anos de 39 mil milhões de dólares, que terá lugar nas próximas horas.

As yields elevadas nas obrigações aumentam o custo de oportunidade para investir em ações, limitando qualquer recuperação nos mercados acionistas.

Os efeitos desta crise não se resumem ao mercado acionista e obrigacionista dos EUA. Estão a ser sentidos além-fronteiras. No Reino Unido, as yields das obrigações a 30 anos sobem atualmente 13,5 pontos base para 5,48%, o nível mais alto desde 1998. No Japão, as yields das obrigações governamentais de longo prazo também registaram aumentos significativos, com os títulos a 30 anos a negociarem perto dos 2,7%, o valor mais elevado desde agosto de 2004.

Os títulos de dívida da República também não passam impunes a esta tempestade, com a curva de rendimentos de Portugal a mostrar uma subida generalizada da yield das obrigações do Tesouro a mais de sete anos.

As obrigações do Tesouro a 10 anos, por exemplo, registam atualmente uma subida de 1,4 pontos base para os 3,256%. Já a yield da linha a 12 anos (OT 4.1% 15abr2037), que será esta quarta-feira será alvo de um leilão de dívida, num valor indicativo em 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros, regista uma subida de 2,9 pontos base, estando a negociar nos 3,48%; enquanto a taxa da obrigação a 5 anos (OT 3,875% 15fev2030) — a outra das duas linhas que o IGCP utilizará para emitir dívida esta quarta-feira –, está a registar uma correção de 2,6 pontos base para os 2,9%.

Estes movimentos estão a criar um ambiente de incerteza nos mercados financeiros globais e a provocar grandes desafios aos investidores. Por um lado, as yields elevadas nas obrigações aumentam o custo de oportunidade para investir em ações, limitando qualquer recuperação nos mercados acionistas. Por outro lado, estas dinâmicas alimentam receios de uma recessão nos EUA e noutras economias desenvolvidas. Além disso, há uma mudança na perceção dos Treasuries como ativos seguros.

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Exposição promovida pelo BPI dedicada à inteligência artificial chega ao Porto

  • + M
  • 9 Abril 2025

A exposição que pretende ser uma "viagem imersiva pelo impacto da inteligência artificial" em diversas áreas, instala-se na sede do BPI, no Porto, entre 9 de abril e 1 de junho.

Após ter atraído mais de 13 mil visitantes em Lisboa, a exposição BPI “AI Innovation Garden”, dedicada à inteligência artificial (IA), ruma ao Porto.

Com o objetivo de oferecer uma “viagem imersiva pelo impacto da inteligência artificial na educação, sociedade, negócios e criatividade“, a exposição instala-se na sede do BPI, na Avenida da Boavista, entre 9 de abril e 1 de junho.

Na “primeira exposição dedicada à inteligência artificial em Portugal”, é apresentada uma “série de ferramentas inovadoras” que permite ao público explorar o “potencial transformador” da IA.

A BPI “AI Innovation Garden” é destinada a estudantes, profissionais, empreendedores e curiosos que queiram compreender como a IA está a moldar o futuro. “Enquanto todos falam sobre os perigos da IA, nós mostramos as suas possibilidades concretas”, diz Hugo Silva, CEO da agência portuguesa United Creative e um dos curadores e idealizadores da exposição, citado em comunicado.

Enquanto exposição dedicada à IA, a BPI “AI Innovation Garden” permite ao público explorar o potencial transformador da IA em diversas áreas.

Na área “AI Business”, os visitantes podem “criar uma empresa completa em 10 minutos, do logótipo a um plano de negócios que permite identificar os concorrentes na sua região e projetar resultados financeiros para os próximos 5 anos”, refere-se em nota de imprensa.

Já no “AI Jobs” é possível descobrir qual o impacto da IA em cada profissão numa “plataforma exclusiva que calcula a percentagem de exposição de qualquer profissão à automação por IA, identifica planos alternativos de carreira e até mede o potencial dos seus hobbies como futura fonte de rendimento, fornecendo um relatório personalizado que pode ser partilhado por email”.

É também possível gravar um vídeo em 17 segundos onde os visitantes se podem ver a falar instantaneamente em qualquer idioma, experimentar um simulador de terapia em realidade virtual, transformar textos em projetos arquitetónicos completos, com plantas e vistas 3D em apenas alguns minutos ou testar o primeiro mouse do mundo com IA incorporada, capaz de redigir e-mails e traduzir textos com um simples clique.

Aprender os “10 mandamentos” para criar prompts eficientes, comparar os principais chatbots do mercado e conhecer as suas vantagens e limitações, transformar textos complexos em podcasts naturais com duas vozes que debatem o assunto de forma dinâmica ou experimentar uma ferramenta que analisa até 50 documentos em simultâneo são outras das funcionalidades que podem ser testadas pelos visitantes.

A entrada na exposição é gratuita, mediante inscrição prévia que pode ser feita aqui.

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China garante “vontade firme e recursos abundantes” para responder a Trump

  • Lusa e ECO
  • 9 Abril 2025

Pequim sublinha que “não há vencedores numa guerra comercial” e que “a China não quer uma”, mas que “não ficará de braços cruzados se os direitos legítimos do seu povo forem violados”.

O Governo chinês assegurou esta quarta-feira que tem “uma vontade firme” e “recursos abundantes” para responder com determinação se os Estados Unidos insistirem em “intensificar ainda mais as suas medidas económicas e comerciais restritivas”.

Com vontade firme e recursos abundantes, a China tomará resolutamente contramedidas e lutará até ao fim”, disse o Ministério do Comércio chinês, num comunicado difundido esta quarta-feira.

O ministério reiterou que “não há vencedores numa guerra comercial” e que “a China não quer uma”, mas “não ficará de braços cruzados se os direitos legítimos do seu povo forem violados”.

Xi JinpingLusa

O Governo chinês publicou na terça-feira um livro branco em que defende a posição da China nas suas relações económicas e comerciais com os Estados Unidos.

No documento, a China afirma que “ambos os países são uma oportunidade e não uma ameaça um para o outro” e apela a Washington para que elimine “imediatamente” a “imposição unilateral de tarifas”.

O documento insta ainda os EUA a “reforçar o diálogo, gerir as diferenças e promover a cooperação” e sublinha que Pequim está “disposta a comunicar” com Washington “sobre as principais questões económicas e comerciais bilaterais e a abordar as suas preocupações através do diálogo e de consultas em pé de igualdade”.

Trump ordenou na terça-feira a aplicação de uma tarifa adicional de 50% sobre os produtos chineses, elevando o total das taxas para 104%.

Pequim anunciou anteriormente uma taxa de 34% sobre os produtos norte-americanos, depois de Trump ter imposto uma taxa na mesma percentagem sobre os produtos chineses.

Trump afirmou que Pequim quer desesperadamente um acordo, mas disse que Pequim não sabe como começar a negociar, sublinhando que a Casa Branca está à espera de um telefonema do seu homólogo chinês, Xi Jinping.

Nas possíveis futuras negociações entre Pequim e Washington está também o futuro das operações da aplicação TikTok nos EUA, que o Governo de Trump exigiu que se desligue da sua empresa-mãe, a chinesa ByteDance, para poder operar em território norte-americano.

Xi Jinping defende que China deve reforçar laços com países vizinhos

O Presidente chinês, Xi Jinping, apelou esta quarta-feira ao “reforço dos laços estratégicos com os países vizinhos”, na sua primeira aparição pública desde que Donald Trump aumentou para 104% as taxas alfandegárias sobre a China.

Xi, que não mencionou o Presidente norte-americano, instou os seus funcionários, durante uma reunião de trabalho, a melhorarem as relações com os países vizinhos “através de uma gestão adequada das diferenças”, com vista a “reforçar os laços nas cadeias de abastecimento”, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.

As relações da China com os países vizinhos estão “no seu melhor nível na História moderna” e, ao mesmo tempo, Pequim está a entrar “numa fase crucial profundamente interligada com as mudanças na dinâmica regional e nos desenvolvimentos globais”, observou.

O líder chinês defendeu que a diplomacia da China com os seus vizinhos se baseará na construção de uma “comunidade de futuro partilhado”, um dos chavões mais repetidos pelos líderes do Partido Comunista Chinês (PCC) em que se defende que a prosperidade só é sustentável se as nações trabalharem em conjunto.

Na reunião foi salientado igualmente que a China deve reforçar o seu sentido de responsabilidade e manter uma “diplomacia de vizinhança de amizade, sinceridade, benefício mútuo e inclusividade”.

Foi igualmente sublinhado que a China deve “apoiar os países da região a manterem as suas próprias vias de desenvolvimento e a gerirem corretamente os conflitos e as diferenças”.

“Devemos construir uma rede de interconexão de alto nível e reforçar a cooperação nas cadeias industriais e de abastecimento”, acrescentou o líder chinês, frisando a importância de “manter conjuntamente a estabilidade regional e cooperar em matéria de segurança e aplicação da lei”.

O líder chinês não fez qualquer referência aos Estados Unidos e Pequim tem sublinhado até agora que não vai ceder às tarifas de Trump.

Trump ordenou na terça-feira a aplicação de uma tarifa adicional de 50% sobre os produtos chineses, elevando o total das taxas alfandegárias para 104%.

Pequim anunciou anteriormente uma taxa de 34% sobre os produtos norte-americanos, depois de Trump ter imposto uma taxa na mesma percentagem sobre os produtos chineses.

Trump afirmou que Pequim quer “desesperadamente” um acordo, mas disse que a China não sabe “como começar” a negociar e sublinhou que a Casa Branca está à espera de um telefonema de Xi Jinping.

Nas possíveis futuras negociações entre Pequim e Washington está também o futuro das operações da aplicação TikTok nos EUA, que o Governo de Trump exigiu que se desligue da sua empresa-mãe, a chinesa ByteDance, para poder operar em território norte-americano.

Banco central da China pede aos credores estatais que reduzam compra de dólares

O banco central da China não vai permitir quedas acentuadas do yuan e, por isso, pediu aos principais bancos estatais que reduzam as compras de dólares norte-americanos, segundo avança a Reuters.

A diretiva das autoridades chinesas surge num momento em que o yuan enfrenta fortes pressões no sentido da baixa, na sequência das tarifas impostas pelos EUA aos produtos chineses e das medidas de retaliação de Pequim.

O Banco Popular da China (PBOC) enviou a orientação aos bancos estatais esta semana, pedindo-lhes que retenham as compras de dólares norte-americanos para as suas contas proprietárias.

Os grandes bancos também foram instruídos a aumentar as verificações ao executar ordens de compra de dólares para os seus clientes, num movimento que os mercados interpretam como uma forma de o banco central conter as negociações especulativas.

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