Próxima paragem: o novo hotel de Philippe Starck em Madrid

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 21 Fevereiro 2025

A capital espanhola acaba de ganhar um novo ícone: o Brach Madrid. Localizado no número 20 da Gran Vía, este boutique hotel de cinco estrelas foi concebido pelo designer Philippe Starck.

Uma pastelaria francesa transvestida de receção. Ou o contrário.

Está na hora de marcar um daqueles fins-de-semana com sabor a férias com o grupo de amigos do costume, recheados de comida, bebida e programas culturais. Nem de propósito, agora que já inaugurou a exposição de Joana Vasconcelos em Madrid, está escolhida a capital. O pretexto? Se o faltasse, sugerimos ir conhecer novíssimo Brach Madrid que, com os seus 57 quartos, um restaurante inspirado nos grandes cafés madrilenos, um bar de cocktails, uma pastelaria francesa e um inovador espaço de bem-estar, promete redefinir a hospitalidade na capital espanhola. Como se não bastasse, respira por todos os poros o bom gosto que caracteriza o designer francês Philippe Starck, que assina o conceito: “uma narrativa em torno da nostalgia feliz de um homem que conheceu a beleza e perdeu o amor, e sonhou com eles desde então”.

Uma fusão de história e modernidade
O edifício que abriga o Brach Madrid foi construído entre 1919 e 1922 e preserva a sua elegante fachada de pedra branca e uma escadaria de ferro forjado. Originalmente, o local albergou o palácio de Masserano, onde viveu Victor Hugo na infância, e mais tarde, sede dos estúdios da famosa dinastia de fotojornalistas Alfonso. Com um projeto de restauro meticuloso, Philippe Starck reinterpretou o espaço, criando um universo onde cada detalhe remete à cultura e à memória de Madrid.

A abordagem de Starck para o Brach Madrid é profundamente narrativa e sensorial. Cada quarto é decorado como se pertencesse a um viajante nostálgico, com elementos cuidadosamente escolhidos: uma cabeceira em pele acompanhada por esboços de um diário de viagem, um guarda-roupa-prateleira repleto de objetos biográficos – luvas de pugilista, castanholas, um tamborim, uma lâmpada simbólica de uma detenção pela polícia secreta (tudo objetos que podemos adquirir). A paleta de cores e materiais combina madeiras jatobá, couro com grossas costuras e elementos decorativos que evocam a tradição espanhola, criando um ambiente de aconchego e refinamento.

Gastronomia: um tributo aos cafés madrilenos
O restaurante e o bar de cocktails do Brach Madrid transportam os hóspedes para a era dourada dos cafés intelectuais da cidade. As paredes revestidas de mogno, os tetos de couro entrançado e os espelhos de brasserie criam um ambiente acolhedor e sofisticado. A cozinha, comandada pelo chef Adam Bentalha, segue uma linha mediterrânica com influências do Médio Oriente, oferecendo pratos para partilhar, carnes grelhadas e receitas clássicas com um toque contemporâneo. O bar, por sua vez, apresenta uma carta de cocktails inspirada nas bebidas artesanais espanholas, com detalhes nostálgicos, como grandes garrafões de vidro que remetem ao vinho rancio catalão.

Diferente dos tradicionais hotéis de luxo, a receção do Brach Madrid é, na verdade, uma charmosa pastelaria francesa. Com um balcão repleto de delícias como tarte de limão merengada, Paris-Brest, éclairs e galette des rois, a Pâtisserie convida tanto hóspedes quanto visitantes a desfrutar da arte da confeitaria francesa, num ambiente vintage que remete para os salões parisienses do século XX.

La Capsule, bem-estar inovador e imersivo
Na cave do hotel, encontra-se La Capsule, um espaço de bem-estar de 400 m² que vai além do conceito tradicional de spa. Desenhado para proporcionar uma experiência holística e transformadora, oferece piscina de 20 metros, sauna de infravermelhos, banho de gelo, câmara hiperbárica de oxigénio, flotarium e tratamentos que combinam tecnologia e práticas ancestrais, como fotobiomodulação LED, acupuntura e hipnose. O design minimalista e etéreo de Starck confere ao espaço uma atmosfera de leveza e introspeção, como se fosse um refúgio suspenso no tempo.

Com este hotel, inaugurado mesmo no final de 2024, a Evok Collection reforça a sua presença internacional, depois do sucesso do Brach Paris. A escolha de Madrid como segunda localização não foi por acaso: a cidade vibra com uma energia magnética, uma fusão entre tradição e vanguarda, que se reflete perfeitamente no conceito do hotel. Segundo Emmanuel Sauvage, CEO da Evok, “Brach é energia, é calor humano, é magnetismo – assim como a Gran Vía, o coração pulsante de Madrid”. Segue-se o Brach Roma, mas esse fica para um outro fim-de-semana…

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Viana do Castelo investe 100 milhões até 2026 com economia verde e azul no horizonte

Com vários projetos inovadores na área da energia do mar, a capital do Alto Minho vê na economia verde outro pilar fundamental no desenvolvimento do concelho. Conheça algumas das iniciativas.

Luís Nobre, Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, na conferência Cidade do Futuro.Ricardo Castelo

A economia verde e azul são prioridades para Viana do Castelo e os projetos nestas áreas deverão garantir o desenvolvimento futuro do concelho, acredita o presidente de Viana do Castelo, Luís Nobre. Com 100 milhões de euros para investir até 2026, o autarca da capital do Alto Minho, que tem atraído importantes investimentos para a região, destina uma fatia importante ao desenvolvimento de infraestruturas nos parques industriais.

Nenhum território se afirmará se não tiver maturidade. E maturidade é um conjunto de fatores: é identidade, dinâmica económica e social, a dinâmica e representatividade que os seus agentes económicos têm. Os agentes económicos são promotores de território, de cidade. Se tiverem objetivos no que é o avanço do projeto, concorrem para notoriedade do território”, começou por explicar Luís Nobre na conferência Cidade do Futuro, organizada pelo ECO colaboração com a autarquia.

Mas esta maturidade inclui também os projetos que os territórios estão a desenvolver, diz o presidente da câmara de Viana, dando vários exemplos de projetos inovadores a serem desenvolvidos na região. Um deles é o SustMar, que está a ser construído com várias empresas na área da energia do mar”. Viana do Castelo conta ainda com um projeto experimental na energia offshore em que leva “sete anos de avanço relativamente a tudo o que está a acontecer no país”, isto além da produção de energia através das ondas, apontou.

A economia do mar, ou economia azul, associada à economia verde, são duas áreas em que o autarca identifica grande potencial. “Se soubermos associar a notoriedade, a economia verde e a economia azul, o sucesso da nossa cidade está garantido“, reforçou. E para garantir que a cidade tem capacidade para continuar a atrair novos projetos, Viana do Castelo tem em curso um plano de investimentos robusto.

Estou certo que se soubermos associar a notoriedade, a economia verde e a economia azul, o sucesso da nossa cidade está garantido.

Luís Nobre

Presidente da câmara de Viana do Castelo

Vamos investir mais de 100 milhões até 2026 no concelho em domínios como infraestruturas nas áreas dos parques industriais”, adiantou Luís Nobre, apontando, desde logo, duas infraestruturas de 33 milhões de euros, uma nova ponte sobre o rio Lima e um novo acesso ao Vale do Neiva, uma região que gera um terço da economia.

Outros investimentos incluem áreas como a habitação, educação, coesão social e transportes urbanos, sendo que na área da mobilidade, a partir de setembro, Viana vai assumir a operação e está a apostar em frotas exclusivamente elétricas.

Luís Nobre destacou ainda o STARTS, um projeto que prevê a reconversão do antigo Matadouro Municipal num espaço que vai acolher a ciência, tecnologia e arte, assente nos valores do Novo Bauhaus Europeu. O projeto, de seis milhões de euros, garantiu um financiamento de cerca de cinco milhões de euros do FEDER.

“Conseguimos ir ao New European Bauhaus e obter uma candidatura vencedora, com um projeto que contribuirá para a nossa massa crítica, aliando ciências, artes e tecnologias, num projeto de afirmação, que servirá certamente de inspiração para outras cidades”, rematou.

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⛽ Gasolina vai descer para a semana, mas o diesel não mexe

A partir de segunda-feira, quando for abastecer, deverá pagar 1,659 euros por litro de gasóleo simples e 1,758 euros por litro de gasolina simples 95.

Os preços dos combustíveis vão voltar a mexer na próxima semana. A gasolina deverá descer 1,5 cêntimos e o gasóleo, o combustível mais utilizado em Portugal, não deverá sofrer alterações, de acordo com os dados publicados pelo Automóvel Clube de Portugal (ACP).

Quando for abastecer, continuará a pagar 1,659 euros por litro de gasóleo simples e passará a pagar 1,758 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Estes valores já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras e a revisão das medidas fiscais temporárias para ajudar a mitigar o aumento dos preços dos combustíveis.

Os preços podem ainda sofrer alterações para ter em conta o fecho das cotações do petróleo brent esta sexta-feira e o comportamento do mercado cambial. Mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras. Além disso, os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento.

Esta semana, o gasóleo subiu 1,3 cêntimos e a gasolina 0,1 cêntimos, um desempenho inferior às expectativas do mercado, que apontavam para uma subida de dois cêntimos do diesel e a manutenção dos preços da na gasolina.

O preço do brent, que serve de referência para o mercado europeu, está esta sexta-feira a descer 0,99% para os 75,72 dólares por barril mas caminha para uma subida semanal devido a preocupações com interrupções no fornecimento na Rússia e uma perspetivas mais positivas relativamente à procura nos Estados Unidos e na China. Em causa está um aumento de 2% esta semana – o maior avanço semanal desde o início de janeiro — uma tendência que se mantém pela segunda semana, após três semanas de queda.

Este desempenho surge num contexto de crescente incerteza sobre o fornecimento. No início da semana, a Rússia reportou uma queda de 30% a 40% no fluxo de petróleo pelo Consórcio do Oleoduto Cáspio, uma importante rota de exportação de crude do Cazaquistão, após um ataque de drones ucranianos a uma estação de bombagem. Por outro lado, a retoma das exportações da região do Curdistão do Iraque permanece incerta, já que a Turquia, que opera o porto de Ceyhan, ainda não recebeu confirmação do Iraque. Além disso, a OPEP+ sugeriu adiar os aumentos da oferta, citando um mercado frágil e dificuldades passadas para atingir as metas de redução da produção.

No entanto, os preços do petróleo enfrentaram uma pressão descendente devido à perspectiva de alívio das tensões entre os EUA e a Rússia e a possíveis conversações de paz sobre a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, o que poderá eventualmente reduzir as sanções à Rússia e restaurar totalmente as suas exportações de petróleo.

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Bom desempenho da economia atira endividamento das famílias, empresas e Estado para mínimo histórico

Dívida das famílias, empresas (excluindo bancos) e Estado cresceu 17 mil milhões de euros no ano passado. Mas o bom desempenho da economia atirou o rácio para um novo mínimo histórico.

O endividamento do setor não financeiro em percentagem do PIB caiu em 2024 para um novo mínimo histórico. A dívida das famílias, empresas (excluindo bancos) e Estado baixou 11,4 pontos percentuais para 286,6% no final do ano passado, o valor mais baixo desde que há registos.

Isto acontece mesmo depois de ter aumentado nominalmente: cresceu 17 mil milhões de euros para se fixar nos 814,1 mil milhões de euros em dezembro. Mas o bom desempenho da economia fez com que o peso do endividamento baixasse pelo quarto ano seguido.

“Apesar de o endividamento do setor não financeiro ter aumentado nominalmente em 2024, o crescimento do PIB foi superior. Assim, o endividamento do setor não financeiro em percentagem do PIB diminuiu 11,4 pontos percentuais para 286,6%”, refere o Banco de Portugal na nota de informação estatística divulgada esta sexta-feira.

Em 2024, a economia portuguesa cresceu 1,9% no ano passado, acima das previsões do Governo.

Endividamento cai há 4 anos

Fonte: Banco de Portugal

O endividamento da economia chegou a superar os 400% durante a crise da dívida, em 2013, mas desde então tem vindo num processo de desalavancagem que foi interrompido no período da pandemia. Desde o segundo trimestre de 2021 que se mantém em tendência de descida, já lá vão 15 trimestres.

Os dados mostram ainda que, no ano passado, o endividamento do setor público reduziu-se cerca de quatro pontos percentuais para 126,6%, e o endividamento do setor privado decresceu de 168% para 160,1% do PIB.

Em termos nominais, da dívida agregada de 814,1 mil milhões de euros, 454,6 mil milhões de euros respeitavam ao setor privado (empresas privadas e particulares) e 359,4 mil milhões de euros ao setor público (administrações públicas e empresas públicas), segundo o Banco de Portugal.

(Notícia atualizada às 11h40)

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Portugal é o quarto país da UE que mais consome energia renovável

Só os austríacos, os suecos e os dinamarqueses consumiram mais eletricidade gerada a partir de recursos naturais em 2023, de acordo com os dados do Eurostat.

Portugal foi o quinto país da União Europeia (UE) que mais consumiu eletricidade gerada a partir de recursos naturais em 2023. Mais consumidores de renováveis que os portugueses (63%) só mesmo os austríacos, os suecos e os dinamarqueses, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Eurostat.

Esse foi um ano recordista em termos de aumento da eletricidade de fontes renováveis na UE, porque as fontes de energia renovável representaram quase metade (45,3%) do consumo bruto de eletricidade na comunidade única. Houve uma subida significativa de 4,1 pontos percentuais (p.p.) em relação a 2022, o que significou o maior aumento anual na quota de energia renovável no consumo bruto de eletricidade desde 2004.

A energia eólica, que representou mais de um terço (38,5%) do total, e a energia hídrica (28,2%) foram responsáveis mais de dois terços do total da eletricidade gerada a partir de fontes renováveis. Logo depois seguiu-se a energia solar, contribuindo com 20,5%, enquanto os biocombustíveis sólidos e outras fontes renováveis representaram 6,2% e 6,6%, respetivamente, segundo o Eurostat.

“O crescimento da eletricidade renovável na última década foi em grande parte conseguido pela expansão da energia eólica e solar. A energia solar é a fonte que mais cresce, passando de apenas 7,4 Terawatts-hora (TWh) em 2008 (representando apenas 1% do total) para 252,1 TWh em 2023”, informou ainda o organismo de estatística da UE, no relatório publicado esta manhã.

Em vários Estados-membros, inclusive Portugal, a maior parte da energia consumida em 2023 veio de fontes renováveis. É o caso também da Áustria (87,8%, maioritariamente hídrica), da Suécia (87,5%, sobretudo hídrica e eólica) e da Dinamarca (79,4%, essencialmente eólica), Croácia (58,8%), Espanha (56,9%), Letónia (54,3%) e Finlândia (52,4%).

A Noruega não é referenciada para efeitos de contagem, tendo em conta que gera mais eletricidade a partir de renováveis do que o que consome no total, logo, a percentagem ultrapassa os 100%.

Por outro lado, a percentagem de eletricidade proveniente de fontes renováveis foi inferior a 20% em Malta (10,7%), Chéquia (16,4%), Luxemburgo (18,0%) e Hungria (19,5%).

Tudo indica que 2024 terá também valores recordistas. Segundo os dados mais recentes da REN, registou-se um recorde de produção de 36,7 TWh, o valor mais elevado de sempre no sistema elétrico nacional, e as renováveis abasteceram 71% do consumo de eletricidade nacional no ano passado.

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Cidades inteligentes descolam do “facilitismo” do carro rumo à sustentabilidade

Vários especialistas participaram na conferência Cidade do Futuro, em Viana do Castelo, onde defenderam a importância de fazer um redesenho da mobilidade rumo a um modelo mais eficiente e sustentável.

Nuno Lago de Carvalho (CaetanoBus), Hélder Rodrigues (ADENE), Álvaro Oliveira Costa (FEUP) e Adelino Ribeiro (Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade) durante a conferência Cidade do Futuro.Ricardo Castelo

Promover um redesenho das cidades, com menos carros, mais transportes públicos e uma estratégia de mobilidade apoiada num sistema de transportes multimodal, que promova meios mais sustentáveis. É esta a visão defendida para o futuro das cidades pelos especialistas que participaram na conferência Cidade do Futuro, em Viana do Castelo, e que veem nos transportes públicos a “âncora” para esta transformação.

“Os autocarros não podem andar cheios. Um autocarro vazio cria valor, porque as pessoas têm uma hipótese de lá andar”, ilustrou Álvaro Oliveira Costa, professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) no evento organizado pelo ECO em colaboração com a Câmara Municipal de Viana do Castelo. Apontando roturas “gravíssimas” na rede de transportes públicos, o especialista lembrou que “a mobilidade tem um impacto brutal na economia” e alertou que os territórios têm de ter uma estratégia. E é preciso começar pelo início: “Não estão a pensar na coisa mais básica. Não há oferta“, atira. “Não me importa como as coisas são organizadas, quero ter oferta“.

José António Baptista da Costa, CEO da Sextante Motriz, na conferência Cidade do Futuro

Também José António Baptista da Costa, CEO da Sextante Motriz, avisou que a questão da mobilidade é fundamental. “Uma cidade não é só um espaço social e económico. A integração da cidade é essencial”. E destacou ainda a importância que esta ligação tem com a economia: “Digam-me qual é o negócio da cidade”.

Quanto ao modelo, o especialista, que já foi administrador da Metro do Porto, defende um sistema multimodal, destacando que hoje “fala-se cada vez mais em transportes coletivos” e num cenário em que algumas câmaras passaram a ser autoridade de transportes. Num mundo em que o autocarro elétrico “mudou tudo”, há, contudo, que admitir que “o carro não vai ser eliminado das cidades”. Mas há a “necessidade de fazer o redesenho das cidades, com menos carros nas cidades”.

“Se as cidades estão a crescer como se dá resposta a isto?”, questiona José António Baptista da Costa. Para o especialista, não há uma resposta única, mas um conjunto de soluções, onde há mais transportes públicos, mais condições para usar bicicletas — “sem que os ciclistas sejam atropelados” — ou passeios confortáveis para andar. “O redesenho das cidades leva a tirar espaço ao automóvel, aumentar o transporte público — o transporte público é sempre a âncora”.

Hélder Rodrigues, Coordenador na Direção de Sustentabilidade e Mobilidade na ADENE (Agência para a Energia), diz que mudança na mobilidade vai demorar a mostrar resultados.Ricardo Castelo

“O desenho das cidades começa a descolar desse facilitismo do uso do carro”, concorda Hélder Rodrigues, Coordenador na Direção de Sustentabilidade e Mobilidade na ADENE (Agência para a Energia). O responsável nota que “vemos a vontade de tornar as cidades mais cicláveis, amigas da mobilidade leve, mas sabemos que cada vez mais andamos mais de carro”. E esta é uma mudança que vai levar o seu tempo. “Vamos demorar a ver os resultados. Vamos precisar de manter estas políticas para conseguir ver os resultados na prática”, antecipa, reforçando que “têm sido tomadas medidas de incentivo à procura dos transportes públicos, mas os resultados ainda estão por ser vistos”.

Adelino Ribeiro, do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade, partilha a mesma opinião: “se não houver planeamento no território é esquecer o resto, quem não tem mobilidade não tem liberdade nenhuma”. Quanto à estratégia, realça que, enquanto antes as vias eram pensadas para os carros, hoje a prioridade são as pessoas. Deu o exemplo de Pontevedra, em Espanha, uma cidade que “é das pessoas e pensada para as pessoas”. “Para viver os territórios temos de ter esta mobilidade”, remata.

Neste novo desenho das cidades, as empresas de transportes públicos surgem como um dos atores principais na mudança. Nuno Lago de Carvalho, CCO na CaetanoBus, realça os avanços que estão a ser conquistados ao nível da tecnologia, referindo que o surgimento do primeiro autocarro elétrico foi um “momento de transformação”. Mas, mesmo nos elétricos, já existem diferenças, apontando o hidrogénio como mais um passo dado rumo a acelerar a descarbonização.

Nuno Lago de Carvalho, CCO na CaetanoBus, na conferência Cidade do FuturoRicardo Castelo

“Para cidades do futuro, a combinação de tecnologia é fundamental. O hidrogénio é uma pequena fábrica de produção de eletricidade a bordo do veículo”, explica o CCO na CaetanoBus, que já conclui os testes do primeiro MetroBus a hidrogénio para o Metro do Porto. Quanto ao chamado sistema BRT — que está a ser explorado também na zona de Coimbra, entre outras –, “traz a vantagem, relativamente ao metro convencional, sem toda a infraestrutura na cidade”, permitindo “garantir uma operação rápida, dentro das condições de cidade”.

Mas o metrobus é apenas uma das peças do tabuleiro da mobilidade. “As cidades devem olhar à integração de soluções numa perspetiva integrada. É preciso ir do do ponto A a B, garantindo que apanha autocarro, depois um metrobus, depois a bicicleta e chega a casa”, completou.

Nuno Lago de Carvalho recordou que desde 2020 a CaetanoBus não produz autocarros sem ser com zero emissões, uma aposta que tem sido suportada pelos apoios financeiros à descarbonização. “E tem de ser. A tecnologia tem que ser apoiada [com fundos], para que depois os privados comecem a ser auxiliados”, defende.

Governo reforça verbas

O Executivo português também está empenhado em investir na mobilidade, em linha com a estratégia europeia. “É imperioso ter uma visão comum para uma mobilidade comum”, defendeu Cristina Pinto Dias, Secretária de Estado da Mobilidade, numa mensagem de vídeo emitida na conferência organizada pelo ECO, que decorreu esta quinta-feira, dia 20 de fevereiro.

Com vista a promover uma mobilidade inclusiva, “que não deixa ninguém de fora”, o Governo reforçou em mais de 223 milhões as verbas para a mobilidade, aumentando o cheque que vai investir para 833 milhões. Ou seja, um aumento de 37%, conforme quantificou a secretária de Estado.

“Estamos a trabalhar para eliminar a pobreza de mobilidade”, destacou Cristina Pinto Dias, referindo que o Governo está a “melhorar a qualidade do transporte público, garantindo que é cada vez mais descarbonizado“. Quanto a Viana do Castelo, a secretária de Estado fez saber que “vão chegar ao município 17 autocarros 100% elétricos“.

Sustentabilidade económica

A mobilidade é um dos elementos centrais dos planos de sustentabilidade, mas Hermano Rodrigues, Principal da EY-Parthenon, lembra que “este conceito de sustentabilidade deve ser visto de forma ampla”. “A sustentabilidade assenta num conjunto de pilares que são muito relevantes, desde logo a sustentabilidade económica“, alerta.

Hermano Rodrigues, Principal da EY-Parthenon, Pedro Diez Gaspar, Future Business Technology Director no CEiiA, e José António Baptista da Costa, CEO da Sextante Motriz, num painel na conferência Cidade do FuturoRicardo Castelo

Uma cidade só é sustentável se tiver capacidade para crescer. Se gerar qualidade de vida, nível de bem-estar para as suas pessoas” e a “componente de ciência e tecnologia é um vetor fundamental”, realça Hermano Rodrigues, apontando ainda à importação do talento e da “capacidade para o atrair”.

O mesmo especialista refere ainda a vertente ambiental, na qual a tecnologia é cada vez mais importante. Tópicos como a “gestão da água, dos resíduos, da iluminação pública, às energias verdes, e depois também as vertentes mais ligadas à mobilidade, são muito importantes”.

E quando o tema é o futuro das cidades, Pedro Diez Gaspar, Future Business Technology Director no CEiiA, é perentório: “O futuro são as pessoas. Colocamos a pessoa no centro do que estamos a desenhar”. “Não há uma bala de prata, tem de ser um conjunto de ações”.

Com a sua plataforma AYR, o centro de engenharia CEiiA pretende ajudar a acelerar a descarbonização. A plataforma de sustentabilidade funciona com uma recompensa para pessoas e comunidades por não emitirem CO2. “Vamos incentivar as pessoas a mudar mobilidade e depois vamos medir“, explica. É um sistema que “funciona como ferramenta de política local“, conclui.

 

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Ana Mesquita reinventa a arte através da sustentabilidade

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 21 Fevereiro 2025

A arte como manifesto e ferramenta de transformação social. Assim se apresenta "Não Descartáveis", a mais recente exposição da artista plástica Ana Mesquita, conhecida como MESQ.

Ana Mesquita e Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde

Inaugurou ontem, no histórico Edifício do Relógio, na Baía de Cascais, depois de quase seis anos de preparação. Para quem, como a Fora de Série, acompanhou este projeto desde o embrião, é com enorme prazer que aceitamos o convite de Ana Mesquita a fazer, com “Não Descartáveis”, uma reflexão sobre sustentabilidade e inclusão através de obras criadas a partir de materiais reutilizados.

Apoiada pela Sociedade Ponto Verde e pela Câmara Municipal de Cascais, esta exposição apresenta 25 obras que traduzem um olhar crítico e inovador sobre o reaproveitamento de materiais. Embalagens de papel e cartão, elementos reciclados e objetos que remetem à natureza e à cultura pop foram trabalhados num minucioso processo de colagem e montagem, transformando resíduos em arte.

Arte que dá nova vida aos resíduos
No centro da exposição destaca-se a instalação “Cidade”, criada a partir de ecopontos de cartão, bem como a escultura de parede “Cavalo Marinho”, que sublinha a interseção entre arte e meio ambiente. Outro destaque é a obra “Temos Tudo”, uma renda de papel que sintetiza o conceito de “Não Descartáveis”, alertando para a relação do ser humano com o desperdício e o consumismo.

“Vivemos rodeados de conforto neste Ocidente estragado de mimos, que se queixa de tudo, em lugar de construir com recursos emocionais, intelectuais e tecnológicos únicos da História do Homem!”, afirma Ana Mesquita, destacando a urgência de um olhar mais consciente sobre a nossa relação com os materiais que descartamos.

Para além da exposição, MESQ estabeleceu uma programação interativa com a comunidade. A artista realizará encontros e workshops sob a chancela da Academia Ponto Verde, nos quais os participantes poderão aprender sobre a reutilização de materiais e criar as suas próprias peças artísticas a partir de embalagens recicladas.

Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde, reforça a importância da iniciativa: “Projetos como este permitem mostrar como é possível dar uma nova vida aos resíduos e inspiram a sociedade a repensar a sua relação com o desperdício. A arte tem o poder de sensibilizar para a reciclagem, e é por isso que integramos a Academia Ponto Verde nesta exposição”.

“Não Descartáveis” desafia o olhar e o pensamento, mostrando que a arte pode ser um veículo poderoso de mudança. Com um atelier aberto ao público e um programa de atividades que inclui aulas de yoga e colaborações com entidades sociais como o Café Joyeux e a Associação Quinta Essência, a exposição reforça a importância da inclusão e do diálogo através da criação artística.

A entrada é gratuita e a exposição estará patente por vários meses no Edifício do Relógio, na Baía de Cascais.

O percurso de Ana MESQuita
Com um percurso marcado pela transversalidade artística, MESQ transita entre o desenho, o design, o jornalismo e a videoarte. Formada em Design de Moda pelo Citex, no Porto, encontrou na expressão visual a sua forma mais autêntica de comunicação. Já expôs em espaços como o MAAT e Serralves, tendo obras públicas em Cascais e Oeiras. O seu trabalho inclui projetos como Frida Miranda, no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, e Viagem Pelo Esquecimento, uma fusão de videoarte, música e poesia apresentada no MAAT em 2022.

Não Descartáveis, de Ana Mesquita
Edifício do Relógio, Baía de Cascais
Entrada livre

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Atividade empresarial na Zona Euro estagna em fevereiro

  • Joana Abrantes Gomes
  • 21 Fevereiro 2025

O Índice de Gestores de Compras (PMI) composto da área da moeda única ficou acima da marca dos 50 pontos, mas estabilizou face ao nível de janeiro. Alemanha melhora, mas França caiu acima do previsto.

A atividade empresarial da Zona Euro registou um crescimento muito ténue em fevereiro, como resultado da diminuição da procura e de uma expansão nos serviços, que mal compensou um declínio continuado da indústria transformadora, de acordo com os inquéritos preliminares do Índice de Gestores de Compras (PMI) composto pelo Hamburg Commercial Bank (HCOB) e compilado pela S&P Global. A Alemanha teve uma nova melhoria modesta, mas

O indicador, divulgado esta sexta-feira, revela que a atividade empresarial da área do euro ficou ligeiramente acima da marca dos 50 pontos — nível que separa o crescimento da contração –, nos 50,2 pontos, tal como em janeiro. Os analistas previam um aumento para os 50,5 pontos.

o PMI que abrange o setor dos serviços desceu 1,2% dos anteriores 51,3 pontos, para 50,7 pontos em fevereiro, ficando também 1,6% abaixo das estimativas preliminares que apontavam para os 51,5 pontos.

Ao mesmo tempo, o indicador relativo à indústria subiu 1,5%, dos anteriores 46,6 pontos para 47,3 pontos, excedendo as expectativas dos analistas de um crescimento mais modesto para 47 pontos. Ao nível da produção industrial, os dados do HCOB revelam também que o setor se manteve em território negativo, embora o ritmo de contração tenha diminuído para 48,7 pontos, em relação aos 47,1 registados em janeiro.

Além disso, o otimismo entre os fabricantes permaneceu forte, apesar da ameaça de tarifas do Presidente dos EUA, Donald Trump, com o índice de produção futura a cair para 59,6 de 60,5 pontos, mas a permanecer acima da sua média de longo prazo.

Os inquéritos mostram ainda que a maior economia da Zona Euro, a Alemanha, teve uma nova melhoria modesta, em vésperas de eleições federais. Mas o cenário foi muito diferente em França, onde o PMI composto caiu muito mais do que o esperado, para o nível mais baixo em mais de um ano.

O PMI Composto do HCOB França caiu para 44,5 em fevereiro, face aos 47,6 de janeiro e ficando muito aquém das previsões do mercado de 48. Este é o sexto mês consecutivo de contração no setor privado. O setor dos serviços foi o que mais contraiu em 17 meses (44,5 vs 48,2), já a indústria melhorou ligeiramente, mas manteve-se em terreno negativo (45,5 vs 45). A procura mais fraca de bens e serviços franceses levou à queda mais acentuada dos novos pedidos do setor privado em quase cinco anos. As exportações também caíram, mas a um ritmo mais fraco em cinco meses.

“A produção económica na Zona Euro quase não se move. A recessão um pouco mais branda no setor da indústria transformadora está apenas a ser compensada pelo crescimento quase impercetível no setor dos serviços”, afirmou Cyrus de la Rubia, economista-chefe do HCOB, assinalando que estes números “ainda não apontam para uma recuperação na Zona Euro”.

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Gouveia e Melo defende dissolução do Parlamento se Governo contrariar promessas

  • ECO
  • 21 Fevereiro 2025

O protocandidato presidencial descreve, numa artigo no semanário Expresso, três cenários em que considera que um Chefe de Estado deve usar a “bomba atómica”.

Henrique Gouveia e Melo distancia-se do estilo presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa e assume uma posição centrista de agente “isento” acima dos partidos. Num artigo publicado esta sexta-feira no Expresso (acesso pago), escreveu que, “na conjuntura atual, um Presidente sem a independência necessária afunila a democracia”. Por isso, “a bem do sistema democrático, devemos querer um Presidente isento e independente de lealdades partidárias”, argumenta.

Contrariamente a adversários, defende que o não cumprimento de promessas eleitorais decisivas ou fazer o contrário do que se prometeu em campanha pode ser motivo de dissolução do Parlamento. “Existir a forte convicção de que o contrato entre governados e governantes foi significativamente comprometido” com a falha de promessas, ao verificar-se “um desfasamento grave entre os objetivos da prática do Governo e a vontade previamente sufragada pelo povo”, é uma das três razões que apresenta para um Presidente poder antecipar eleições.

Os outros dois cenários que levariam a eleições antecipadas seriam “por uma perda de confiança insanável do povo no Parlamento e/ou no Governo em funções” ou por “uma tentativa de usurpação de poder e subversão da Constituição à margem da lei“, o que configuraria o que está estabelecido institucionalmente como “irregular funcionamento das instituições” e motivo para demitir o Governo.

No artigo, o protocandidato presidencial assume-se “entre o socialismo e a social-democracia” e assinala que “vivemos tempos perigosos, com atores poderosos a tentar subverter a ordem mundial em função dos seus interesses”. Porém, agora, reconhece que “a ameaça já não vem apenas do Leste” — isto é, da Rússia e da China — e “surge agora de todas as direções, num cenário de 360 graus”.

Gouveia e Melo defende ainda uma economia de mercado liberta de burocracia, uma sociedade inclusiva, que reduza as assimetrias sociais e que não seja meramente caritativa, e que “a preservação ambiental e o combate às alterações climáticas” estejam presentes em todas as decisões.

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Portugal é o país da OCDE onde é mais difícil comprar casa

  • ECO
  • 21 Fevereiro 2025

Portugal foi o país onde o acesso à habitação mais se degradou. Em dez anos, houve uma degradação de 58,33% no acesso à habitação.

Nunca foi tão difícil ter uma casa em Portugal como é atualmente — ou, pelo menos, desde 1995 (primeiro ano em que existem dados), avança esta sexta-feira o semanário Expresso (acesso pago), citando os dados mais recentes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que remontam ao terceiro trimestre de 2024.

Entre julho e setembro do ano passado, o índice de acessibilidade habitacional, que mede a relação entre a evolução dos preços das casas e a evolução dos rendimentos, atingiu os 157,7 pontos, o valor mais alto desde que a OCDE tem dados para o país. Quanto maior for o valor, mais difícil é o acesso à habitação. Este é o pior desempenho que o país já registou e que o coloca como aquele em que, entre os 30 da OCDE para os quais existem dados disponíveis, é mais difícil aceder à habitação.

Além disso, Portugal foi o país onde o acesso à habitação mais se degradou. No terceiro trimestre de 2014, o índice estava nos 99,6 pontos, ou seja, houve uma degradação de 58,33% no acesso à habitação, já a que a leitura do terceiro trimestre de 2024 é de 157,7 pontos.

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Savannah Resources retoma trabalhos em Boticas após resolução do Governo

"A Savannah Resources está satisfeita por anunciar que pode retomar o trabalho de campo e a campanha de perfuração atual, com efeito imediato", afirma a empresa.

A Savannah Resources, empresa que tem a concessão do lítio em Boticas, pode retomar os trabalhos que tinha interrompido na sequência de uma providência cautelar, interposta por alguns proprietários de terrenos. O recomeço é permitido pelo Governo, que emitiu uma resolução fundamentada, na qual argumenta com o interesse público do projeto, tal como o ECO/Capital Verde havia noticiado que poderia verificar-se.

A Savannah Resources está satisfeita por anunciar que pode retomar o trabalho de campo e a campanha de perfuração atual, com efeito imediato”, afirma a empresa, num comunicado enviado às redações. “Isto segue-se à emissão de uma resolução fundamentada por parte do Estado português”, esclarece a empresa.

A empresa de exploração de lítio afirma que no texto da resolução se lê o seguinte argumento: “Acreditamos que qualquer adiamento da execução do ato administrativo que está em tribunal [o despacho do Governo que é posto em causa pelos proprietários] é mais custoso e seriamente danoso para o interesse público, e que a respetiva efetividade deve ser mantida”.

Um grupo de proprietários interpôs, no início de fevereiro, uma providência cautelar contra o Ministério do Ambiente, ditando a suspensão da servidão administrativa, emitida por despacho por este ministério, que permitia à Savannah Resources fazer prospeções mineiras em terrenos privados de aldeias de Boticas. Apesar de a providência ser avançada por três proprietários, uma vez que suspendia o efeito do despacho que dizia respeito a todos os terrenos, ditou, até agora, a suspensão total dos trabalhos.

Ainda de acordo com os advogados consultados pelo ECO/Capital Verde, a decisão do tribunal em relação à providência cautelar deve demorar, pelo menos, quatro meses a ser emitida. Até lá, contudo, com esta iniciativa do Governo, os trabalhos poderão continuar.

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Hoje nas notícias: Gouveia e Melo, habitação e túnel rodoviário

  • ECO
  • 21 Fevereiro 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Gouveia e Melo defende que o não cumprimento de promessas eleitorais decisivas ou fazer o contrário do que se prometeu em campanha pode ser motivo de dissolução do Parlamento. Entre os 38 países da OCDE, Portugal tem a pior relação entre os preços das casas e os rendimentos. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta sexta-feira.

Gouveia e Melo defende dissolução do Parlamento se Governo contrariar promessas

Henrique Gouveia e Melo distancia-se do estilo presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa e assume uma posição centrista de agente “isento” acima dos partidos. Num artigo no Expresso, escreveu que, “na conjuntura atual, um Presidente sem a independência necessária afunila a democracia” e que, “a bem do sistema democrático, devemos querer um Presidente isento e independente de lealdades partidárias”. Contrariamente a adversários, defende que o não cumprimento de promessas eleitorais decisivas ou fazer o contrário do que se prometeu em campanha pode ser motivo de dissolução do Parlamento.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

Portugal é o país da OCDE onde é mais difícil comprar casa

Os dados mais recentes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que remontam ao terceiro trimestre de 2024, mostram que nunca foi tão difícil ter uma casa em Portugal como atualmente — ou, pelo menos, desde 1995 (primeiro ano em que existem dados). Entre julho e setembro do ano passado, o índice de acessibilidade habitacional, que mede a relação entre a evolução dos preços das casas e a evolução dos rendimentos, atingiu os 157,7 pontos, o valor mais alto desde que a OCDE tem dados para o país. Quanto maior for o valor, mais difícil é o acesso à habitação.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

Governo vai avançar com túnel rodoviário entre Trafaria e Algés

O Governo prepara-se para anunciar um projeto rodoviário e um novo plano estratégico portuário para Portugal, conforme anunciou o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, na conferência “Portugal 2030: Futuro Estratégico para o Setor da Construção”, organizada esta semana pela Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN). Neste pacote de investimentos rodoviários está, segundo o JE, o túnel imerso que liga a Trafaria a Algés. Outra “vontade incessante” do Executivo é garantir a existência de ligação por autoestrada entre Portalegre, Beja e Sines.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

Montenegro assume risco da empresa da família

Luís Montenegro declarou a Spinumviva nas três declarações de rendimentos que entregou à Entidade para a Transparência em 2024, assumindo tratar-se de um risco para o exercício do cargo de primeiro-ministro. Embora tenha deixado de ser sócio da empresa em 30 de junho de 2022, a lei do controlo da riqueza dos titulares de cargos políticos obriga a declarar esta empresa, por essa firma ter a mulher como sócia e desenvolver atividades suscetíveis de gerar incompatibilidades e impedimentos. O líder do Governo já disse que vai dar explicações sobre a Spinumviva no debate desta sexta-feira da moção de censura ao Executivo, no Parlamento.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Contribuintes têm três semanas para se candidatarem ao incentivo dos novos residentes

O Governo vai disponibilizar nos próximos dias os formulários para que os potenciais beneficiários do Incentivo Fiscal à Investigação Científica e Inovação (IFICI) possam apresentar as suas candidaturas. Este incentivo, criado no Orçamento do Estado para 2024, substitui o dos residentes não habituais, permitindo que os contribuintes beneficiem, durante dez anos consecutivos, de uma tributação em IRS à taxa especial de 20% sobre os rendimentos das categorias A e B. Os candidatos terão cerca de três semanas, até 15 de março, para preencher os formulários.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

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