Bolsa de Lisboa brilha na tempestade criada por Trump

Com taxas de dividendos elevadas e fundamentais atrativos, o PSI destacou-se no primeiro trimestre e apresenta argumentos para continuar a ser um refúgio em tempos de incerteza.

A história do primeiro trimestre nos mercados financeiros internacionais parece uma montanha-russa que culminou num vale profundo. Enquanto Wall Street registou o pior desempenho trimestral desde 2022, com o S&P 500 e o Nasdaq a caírem 8,4% e 12% (em euros) respetivamente, o português PSI brilhou como um autêntico oásis, fechando os primeiros três meses do ano em terreno positivo e conseguindo o feito raro de terminar positivo em cada um dos três meses do ano – uma exceção entre os principais índices acionistas.

“O mercado português não é dos mais expostos à economia americana, pelo que é natural que tenha sido um dos menos voláteis neste período”, justifica Pedro Barata, gestor do fundo de ações nacionais GNB Portugal Ações, para a destreza do PSI entre janeiro e março.

A turbulência nos mercados tem sido largamente atribuída às novas políticas comerciais impostas pela administração Trump. “Os investidores renderam-se largamente durante este primeiro trimestre, já que a negociação tornou-se bastante desafiante”, referiu Adam Turnquist, analista da LPL Financial, à Reuters.

As emblemáticas “7 Magníficas”, que impulsionaram os mercados nos últimos dois anos, exerceram desta vez uma pressão negativa sobre as bolsas norte-americanas, com os investidores a desfazerem-se das ações destas empresas, empurrando os títulos para uma queda média de 15,7% nos primeiros três meses do ano. A Tesla, por exemplo, caiu quase 36% no trimestre.

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O calendário não poderia ser mais simbólico. Foi precisamente para o final do primeiro trimestre que Donald Trump preparou o terreno para o que denominou “Dia da Libertação” de 2 de abril, marcando a entrada em vigor de uma série de tarifas abrangentes que prometem afetar o comércio global. “2 de abril é um dia libertador para o nosso país”, afirmou Trump, garantindo que as tarifas vão incidir “essencialmente sobre todos os países”. Entre as medidas mais impactantes está a imposição de uma taxa de 25% sobre todos os carros exportados para os EUA, a partir desta terça-feira.

Até agora, já entraram em vigor taxas aduaneiras de 20% sobre os bens importados da China, assim como uma taxa de 25% sobre o aço e o alumínio e outra de 25% sobre as importações canadianas e mexicanas. Trump também ameaçou aplicar tarifas de 200% sobre “todos os vinhos, champanhe e produtos alcoólicos”, num post publicado na sua rede social “Truth Social”.

Numa altura em que a volatilidade aumenta é natural que os investidores privilegiem os mercados mais defensivos e que ofereçam um bom retorno via dividendos. E neste último ponto, não há outro como o mercado português.

Pedro Barata

Gestor do GNB Portugal Ações

Neste contexto de turbulência global, o índice português PSI destacou-se como uma rara exceção, fechando março em alta e conseguindo um feito invulgar: não só foi o único índice entre os mais populares a fechar março com ganhos como o único a terminar positivo nos três meses do trimestre.

“O PSI foi, em primeiro lugar, beneficiado pela rotação em favor dos mercados acionistas europeus, reduzindo assim uma parte da underperformance dos últimos anos”, explica Virgílio Garcia, gestor do fundo Sixty Degrees Ações Portugal. “Ao mesmo tempo, em especial em março, o PSI foi ‘premiado’ por não ter exposição ao setor tecnológico e outros setores mais penalizados na queda“, acrescenta.

As armas do PSI que atraem os investidores

Os indicadores fundamentais do índice nacional também ajudam a explicar a resistência do PSI neste arranque de ano. Atualmente, o índice da Euronext Lisboa negoceia com uma taxa de dividendo média de 4,35% e com uma cotação equivalente a 11 vezes os resultados por ação (PER). O pan-europeu Stoxx Europe 600, por exemplo, transacionada com uma taxa de dividendo de 3,32% e um PER de 16,5 vezes, enquanto o Euro Stoxx 50 apresenta uma taxa de dividendo de 3,1% e um PER de 16,2 vezes.

“Numa altura em que a volatilidade aumenta é natural que os investidores privilegiem os mercados mais defensivos e que ofereçam um bom retorno via dividendos. E neste último ponto, não há outro como o mercado português”, refere Pedro Barata, sublinhando que “as empresas portuguesas são tradicionalmente generosas com os seus acionistas.”

Um fator que parece estar a sustentar o desempenho positivo do PSI é a política de dividendos das empresas portuguesas cotadas no principal índice da Euronext Lisboa. Mesmo com os lucros do ano passado das cotadas do PSI a reduzirem-se em cerca de 28%, a remuneração acionista vai aumentar em quase 8% face ao ano anterior.

Existem razões para acreditar que o índice [PSI] poderá continuar a ter uma performance relativa mais favorável que os seus congéneres europeus no resto do ano.

Virgílio Garcia

Gestor do Sixty Degrees Ações Portugal

As cotadas do PSI que já anunciaram as suas políticas de dividendos propõem-se a pagar 2,9 mil milhões de euros, dando continuação à tendência de subida que se tem registado desde 2021. Este é um sinal de “resiliência” por parte das cotadas portuguesas, refere Carlos Pinto, gestor do Portugal Golden Opportunities, que classifica o mercado português como “muito sensível à remuneração acionista e que tem, por isso, vindo a preservar o dividendo”.

A NOS NOS 0,80% destaca-se neste aspeto, mantendo-se pelo quarto ano consecutivo como a cotada com maior taxa de dividendos por ação do PSI. Além do pagamento de 35 cêntimos, à semelhança do que aconteceu em 2023, a operadora pretende pagar um dividendo extraordinário de 5 cêntimos.

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Como navegar em águas turbulentas

É difícil antecipar como será o comportamento do PSI no resto do ano, mas Pedro Barata ressalva que “se a volatilidade do mercado se mantiver elevada, é natural que a performance do mercado português continue a destacar-se fruto do seu perfil mais defensivo.”

Para Virgílio Garcia, após o PSI ter acabado o trimestre com uma rendibilidade semelhante à média europeia, tendo recuperado em março da underperformance que se fez sentir nos 2 primeiros meses, refere que “existem razões para acreditar que o índice poderá continuar a ter uma performance relativa mais favorável que os seus congéneres europeus” ao longo do ano.

No entanto, o gestor faz um importante alerta: “Será, no entanto, pouco realista que a performance se mantenha positiva se entrarmos efetivamente num bear market de ações”, ressalvando, no entanto, que “este não é o nosso cenário central.”

Para os pequenos investidores, o desempenho alcançado pelo PSI no primeiro trimestre traz um alento num momento de incerteza global, mas os especialistas recomendam cautela. Sobretudo porque a volatilidade deve continuar alta, especialmente enquanto o impacto real das tarifas de Trump não for completamente absorvido pelos mercados.

Num cenário onde a incerteza parece ser a única certeza, o mercado português oferece uma combinação de valorização atrativa e taxas de dividendos atrativas que pode representar um porto seguro para investidores que procuram estabilidade. No entanto, como sempre, a diversificação continua a ser a melhor estratégia para navegar em períodos de turbulência.

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Banco Montepio paga dividendo de 30 milhões à mutualista

Banco volta a entregar dividendos à Associação Mutualista pelo segundo ano seguido. Auditor renovou reservas nas contas do grupo liderado por Virgílio Lima por causa dos créditos fiscais.

Pelo segundo ano seguido, o Banco Montepio vai pagar dividendos ao seu acionista. O banco liderado por Pedro Leitão prepara-se para entregar cerca de 30 milhões de euros à Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), de acordo com as informações recolhidas pelo ECO.

O banco retomou a política de dividendos no ano passado, depois de uma longa travessia no deserto, tendo distribuído uma quantia simbólica de seis milhões de euros. Agora, e depois de ter quadruplicado o resultado para 110 milhões de euros em 2024, deverá reforçar o dividendo, prevendo entregar cerca de 30% dos lucros.

A proposta ainda tem de ser aprovada em assembleia geral de acionistas e encontra-se dependente da autorização dos reguladores.

A mutualista não quis comentar o assunto, mas o valor dos dividendos foi mencionado pelo presidente Virgílio Lima na assembleia de representantes da passada segunda-feira e que aprovou os resultados individuais da instituição relativos a 2024, segundo adiantaram as fontes consultadas pelo ECO. O banco também não respondeu.

Banco valoriza 120 milhões

A associação mutualista, a maior do país com mais de 600 mil associados, alcançou lucros de 210 milhões de euros no ano passado, quase duplicando em comparação com o ano anterior.

Para o bom desempenho contribuiu em grande medida o aumento da margem associativa, mas também a forte recuperação de perdas por imparidade relacionadas com o banco ajudou a puxar pelos resultados da mutualista, um cenário esperado devido à subida das taxas de juro.

Tanto a AMMG como o Banco Montepio já ultrapassaram a fase de emergência com que se defrontaram nos últimos anos, mas ambas ainda têm pela frente um quadro financeiro desafiante. Reflexo disso mesmo está espelhado no valor a que o banco está registado no balanço da mutualista: estão lá aplicados 2,4 mil milhões de euros, mas a participação está avaliada em apenas 1,68 mil milhões.

No ano passado foi possível recuperar 120,6 milhões da imparidade associada ao banco, mas a AMMG continua a registar perdas potenciais de quase 700 milhões.

Mesmo a atual avaliação que a mutualista dá ao banco é desafiada pelo auditor, que manteve a chamada “ênfase” em relação a este assunto na certificação legal de contas que acompanha o relatório e contas a que o ECO teve acesso. A entidade liderada por Virgílio Lima considera o “valor de uso” do banco na avaliação que faz, algo que a PwC contesta.

Auditor volta a contestar DTA

A avaliação do banco não é a única divergência entre a AMMG e o auditor. A PwC também manteve as reservas em relação ao valor dos ativos por impostos diferidos (DTA), que totalizaram os 943 milhões de euros no final do ano passado, correspondendo a mais de 20% do ativo da associação.

O auditor defende que a mutualista não “demonstra capacidade para gerar resultados tributáveis suficientes que permitam recuperar parte substancial dos DTA registados”, considerando que se encontram sobreavaliados “por um montante materialmente relevante”.

O braço-de-ferro é antigo. Desde 2020 que AMMG e PwC mantêm esta divergência em relação aos créditos fiscais criados em 2017, ainda no tempo de Tomás Correia.

Na altura, a oposição interna criticou esta operação por considerar que se tratou de um truque fiscal e contabilístico para esconder o desequilíbrio entre ativos e passivos da instituição. Sem estes DTA, estaria numa situação de falência técnica.

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Empresa de handling Menzies pediu adiantamento à TAP por necessidade de tesouraria

A Menzies Portugal, ex-Groundforce, pediu em janeiro à TAP que adiantasse o pagamento de uma fatura. Companhia aérea assinala que "o plano de reestruturação da empresa sofreu um atraso considerável".

A TAP fez em janeiro o adiantamento do pagamento de uma fatura à Menzies Aviation Portugal, a antiga Groundforce, devido a constrangimentos de tesouraria da empresa de handling, apurou o ECO junto de fontes conhecedoras do processo.

A SPdH, designação societária da empresa de serviços em escala, tem em marcha um plano de recuperação, aprovado pelos credores, que levou à entrada de um novo acionista, a britânica Menzies Aviation, que é detida pela Agility, uma empresa do Kuwait. De acordo com o plano, o novo investidor, que ficou com 50,1% da SPdH, tinha o foco de “recuperar a imagem de marca e toda a credibilidade, estabilidade e capacidade financeira” da antiga Groundforce. Os restantes 49,9% pertencem à TAP.

Seis meses depois de ter assumido a gestão, a Menzies Aviation Portugal (SPdH) teve em janeiro de pedir um pagamento adiantado superior a 1 milhão de euros à TAP para fazer face a constrangimentos de tesouraria, segundo apurou o ECO junto de fontes conhecedoras do processo. Uma prática que chegou a ser usada antes da insolvência, declarada em agosto de 2021, a pedido da TAP.

Ao que o ECO apurou, o pedido, apesar de correspondido, criou mal estar na TAP, dada a importância da agora Menzies Aviation para a operação da companhia aérea, já que é esta que assegura o check-in e embarque dos passageiros, o carregamento e descarregamento das malas ou o abastecimento e reboque das aeronaves. Se, por alguma razão, o handling parar, os voos têm de ser cancelados.

O plano de reestruturação da SPdH sofreu um atraso considerável, por condições externas à empresa – tribunais e outros e, naturalmente, tem de se ajustar a prática em conformidade. A TAP tem toda a confiança na Menzies para executar o plano que a definiu como compradora da SPdH.

Fonte oficial da TAP

O ECO questionou a Menzies Aviation Portugal e a TAP, para aferir se o adiantamento se tratou de um episódio pontual ou repetido e qual o motivo para a dificuldade de tesouraria. A Menzies não quis responder. Fonte oficial da companhia aérea respondeu que “o plano de reestruturação da SPdH sofreu um atraso considerável, por condições externas à empresa – tribunais e outros e, naturalmente, tem de se ajustar a prática em conformidade”. A companhia aérea acrescentou que a “TAP tem toda a confiança na Menzies para executar o plano que a definiu como compradora da SPdH“.

O processo nos tribunais foi, efetivamente, demorado. Os credores aprovaram o plano em setembro de 2023, mas o processo dilatou-se ainda vários meses devido aos sucessivos recursos interpostos pela Pasogal, do empresário Alfredo Casimiro, que detinha 50,1% da antiga Groundforce, atrasando o trânsito em julgado da sentença de homologação do plano.

Pagamento de dívidas, aumento de custos e um desconto

A tesouraria da empresa é pressionada pelo plano de pagamento faseado das dívidas aos credores — trabalhadores (2,87 milhões), ANA (12,8 milhões), TAP (15,5 milhões) e Segurança Social (6,2 milhões), para referir apenas os maiores — previstos entre 2023 e 2029. Para o primeiro ano eram estimados 5,23 milhões, mas uma vez que o plano só foi homologado em 2024, só nesse ano a SPdH começou a ter de pagar aos credores. Para os dois anos seguintes estavam contemplados 2,36 milhões.

Há outros fatores que pressionam as contas da SPdH. A Menzies Aviation foi a escolhida pelos administradores de insolvência e os credores para adquirir 50,1%, num processo em que enfrentava a concorrência da Swissport. O plano de reestruturação passou por negociações quer com os credores quer com os trabalhadores, que seriam protagonizadas pelos atuais responsáveis, nomeadamente o vice-presidente para Portugal da Menzies Aviation, Rui Gomes, que lidera a empresa desde junho.

No âmbito do plano, foi assinado com a TAP um novo contrato com alterações às tarifas de serviços a partir de janeiro de 2025. Ao que o ECO apurou, a companhia aérea passou a beneficiar de um desconto comercial de 5% este ano, 10% em 2026 e 15% a partir de 2027.

Este desconto tem um impacto relevante, porque a TAP representa cerca de 70% das receitas da SPdH, como assinala o próprio plano apresentado pelos administradores de insolvência. Assumindo a previsão do volume de negócios para 2024, de 174 milhões de euros, um desconto de 5% na fatia correspondente à TAP significa menos 6,1 milhões. O próprio plano de insolvência aponta para um decréscimo no volume de negócios entre 2024 e 2027, apesar do crescimento do tráfego aéreo. Segundo os dados da ANA, o número de movimentos nos aeroportos nacionais aumentou 1,1% em 2024 e 1,9% do conjunto dos primeiros dois meses de 2025.

Se o desconto comercial implica prescindir de receita, o novo Acordo de Empresa com os sindicatos, negociado pela Vieira de Almeida em representação dos acionistas, significou um acréscimo de custos. Num comunicado enviado aos associados a 4 de junho, o mesmo dia em que se consumou a entrada do novo acionista, o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) e o Sindicato dos Trabalhadores de Handling, da Aviação e Aeroportos (STHAA) contabilizavam “mais cerca de 4,9 milhões de euros em ganhos” em 2024, face ao ano anterior. Um montante decorrente da atualização salarial, aumento do subsídio de alimentação, anuidades (antigas e novas) ou evoluções de carreira.

O impacto deste encargo adicional seria compensado pela saída de 300 colaboradores, sobretudo com maior antiguidade na empresa e vencimentos mais elevados, prevista no plano de reestruturação, mas que ficou praticamente em metade. Segundo uma resposta enviada pela Menzies em março, até ao primeiro trimestre só cerca de 160 aceitaram as condições propostas pela empresa, que reservou 9,5 milhões para o pagamento das indemnizações.

A Menzies, que se fundiu com a National Aviation Services do Kuwait, é a maior empresa de serviços de aviação do mundo por número de países (65) e a segunda maior em número de aeroportos atendidos (300).

Segundo os sindicatos contactados pelo ECO, o programa de rescisões foi entretanto suspenso, tendo a empresa avançado em meados de março com um despedimento coletivo de 10 colaboradores, que desempenham funções que considera “redundantes” no novo quadro de atividade internacional do grupo. O plano de reestruturação estimava poupanças de 1,2 milhões com a entrada da Menzies no capital da SPdH “em resultado de sinergias entre áreas potenciadoras de ganhos de eficiência operacional”.

A empresa britânica, que se fundiu com a National Aviation Services do Kuwait, é a maior empresa de serviços de aviação do mundo por número de países (65) e a segunda maior por número de aeroportos atendidos (300). As receitas cresceram 20% em 2024, para 2,6 mil milhões de euros. O EBITDA foi de 382 milhões, com uma margem de 15%, segundo os únicos indicadores financeiros divulgados esta semana.

A Menzies e a TAP comprometem-se, no plano de recuperação, a realizar suprimentos caso seja necessário reforçar os capitais próprios ou para investimentos, na proporção da sua participação acionista. No caso da empresa britânica, o reforço é limitado a 10 milhões de euros e no da transportadora a 9,96 milhões, esta última através da conversão de créditos em capital.

O ECO questionou as empresas sobre esta possibilidade, mas não obteve resposta. Foi contactado também o Ministério das Infraestruturas, que remeteu para a companhia aérea por tratarem-se de temas da gestão.

Está a decorrer o concurso público para a atribuição das licenças de handling nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro. Menzies, Acciona, Clece e Swissport foram selecionadas para a fase seguinte, segundo noticiou o Jornal Económico em fevereiro.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 2 Abril 2025

O Banco de Portugal revela as taxas de juro e há reunião do Conselho de Ministros. Lá fora, Trump anuncia novas tarifas após o fecho da bolsa.

Esta quarta-feira, o Banco de Portugal vai divulgar os dados das taxas de juro referentes a fevereiro. Destaque ainda para a reunião de Conselho de Ministros e para a aprovação das listas de candidatos do PS às legislativas. Já lá fora, Donald Trump anuncia novas tarifas após o fecho da bolsa.

Banco de Portugal revela taxas de juro

Esta quarta-feira, o Banco de Portugal vai divulgar os dados da taxa de juro dos depósitos referentes a fevereiro de 2025. Em janeiro, o juro médio pago pelos novos depósitos a prazo baixou para 1,98%, face aos 2,16% pagos em dezembro. O Banco de Portugal vai ainda revelar os dados do crédito à habitação referente ao segundo mês do ano.

Reunião do Conselho de Ministros

Destaque esta quarta-feira para a reunião do Conselho de Ministros, que decorre no Mercado do Bolhão no Porto, às 11h00. A reunião tem como foco o balanço da governação de Luís Montenegro, no dia em que conclui um ano desde que tomou posse como primeiro-ministro.

Infraestruturas de Portugal reúne-se com trabalhadores

A administração da Infraestruturas de Portugal (IP) reúne-se esta quarta-feira com sindicatos representativos dos trabalhadores para negociar a revisão do acordo coletivo das empresas do grupo IP. Em fevereiro, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) indicou que a revisão do acordo coletivo de trabalho (ACT) mantém salários pouco atrativos e não ajuda a fixar os trabalhadores.

PS reúne-se para aprovar listas de candidatos às legislativas

O Partido Socialista reúne esta quarta-feira a Comissão Política Nacional, na sede nacional, em Lisboa. A reunião convocada pelo secretário-geral, Pedro Nuno Santos, tem como ponto único da ordem de trabalhos a aprovação da lista de candidatos à Assembleia da República.

Trump anuncia novas tarifas após o fecho da bolsa

Dia 2 de abril de 2025 é o dia que Donald Trump apelidou de “Dia da Libertação” e marca a entrada em vigor de uma série de novas tarifas que prometem atingir todos os países, com a implementação das chamadas taxas recíprocas. Os detalhes das novas taxas aduaneiras serão anunciados esta quarta-feira num evento intitulado de “Make America Wealthy Again” que terá lugar no Rose Garden, após o encerramento da bolsa de Wall Street.

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Eco Rallye Mallorca-Inca Ciutat consolida o seu compromisso com a sustentabilidade na sua quinta edição

  • Servimedia
  • 2 Abril 2025

O Eco Rallye Mallorca - Inca Ciutat realizou a sua quinta edição, consolidando a sua posição como uma referência na mobilidade sustentável e no turismo responsável na ilha.

Organizado pela eMallorca Experience e pelo Ajuntament d’Inca, o evento contou com o apoio institucional da Fundació Mallorca Turisme, da Conselleria d’Empresa, Ocupació i Energia del Govern Balear, do Consorci Serra de Tramuntana e do próprio município de Inca.

A competição, que conta para o Campeonato Espanhol de Energias Alternativas, reuniu equipas de toda a Espanha para percorrer mais de 300 quilómetros por diferentes zonas de Maiorca, promovendo a eficiência energética e a condução responsável. Trata-se de uma prova federada que avalia o consumo real de veículos elétricos, híbridos e híbridos plug-in.

O Eco Rallye teve também um forte caráter social e educativo, com atividades paralelas como o “Desafio da Energia” para crianças em idade escolar, workshops participativos e showcookings abertos ao público.

O evento foi possível graças à colaboração de empresas como a OK Mobility, Hyundai, Globatecnic, Scoobic, Hotels VIVA, Amer Obres i Serveis, FAIB, Ecoilles A3 e Empresas por la Movilidad Sostenible, entre outras, que apoiaram o projeto como uma demonstração do compromisso do setor privado com a sustentabilidade.

Na categoria de veículos 100% elétricos (BEV), a equipa Renault España, formada por José Antonio Luján e Carlos Sasplugas, venceu. Na categoria híbrido plug-in (PHEV), venceram Esteve Monjo e Alexandra García (Cupra Motor Palma), e na categoria híbrido elétrico (HEV), Laura Aparicio e Alba Cano (Auto Hebdo Sport).

A Praça de Espanha, em Inca, foi o centro nevrálgico do evento, acolhendo a partida, a chegada e a cerimónia de entrega de troféus, num ambiente festivo com animação, batucadas e uma grande afluência de público. O piloto José Manuel Pérez Aicart recebeu o Troféu Serra de Tramuntana em reconhecimento da sua carreira e do seu empenhamento na mobilidade sustentável.

O Eco Rallye Mallorca-Inca Ciutat reforça assim o seu papel de modelo replicável noutros territórios, unindo instituições, empresas e cidadãos em torno de um objetivo comum: avançar para um turismo mais responsável e uma mobilidade mais amiga do ambiente.

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Casal com dois filhos recebe menos 550 euros de reembolso no IRS. Veja as simulações

Uma família em que cada cônjuge ganhe 1.300 euros só tem direito a 14,06 euros de reembolso. No ano passado, o Fisco devolveu-lhe 562,59 euros para a conta, segundo simulações da OCC.

Um trabalhador solteiro, sem dependentes, com um ordenado de 2.300 ou 2.500 euros brutos mensais, pode receber menos cerca de 800 euros de reembolso no IRS e um casal com dois filhos, em que ambos os cônjuges auferem 1.300 euros, arriscam ter direito a apenas 14,06 euros, menos cerca de 550 euros face à devolução do ano anterior, no caso de entregarem a declaração conjunta, segundo as simulações da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) cedidas ao ECO.

A campanha de IRS arrancou esta terça-feira, dia 1 de abril, e termina a 30 de junho e muitos contribuintes estão a ser confrontados com um reembolso significativamente menor. Outros até vão ter de pagar imposto, pela primeira vez. “Isto acontece porque os contribuintes adiantaram menos imposto ao Estado com a dupla redução das tabelas de retenção, no ano passado”, esclarece a bastonária da OCC, Paula Franco, em declarações ao ECO.

No entanto, sinaliza Paula Franco, “os contribuintes não estão a ser prejudicados, porque o imposto efetivamente baixou e por duas vezes, no âmbito do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) e depois com a aprovação de um novo alívio fiscal, proposto pelo PS e aprovado a meio do ano, com efeitos a 1 de janeiro.

Para fazer refletir a nova redução do imposto, da autoria dos socialistas, com retroativos ao início do ano, o Ministério das Finanças decidiu corrigir as tabelas de retenção nos últimos meses do ano, designadamente, em setembro e outubro, baixando significativamente os descontos. “O que acontece é que os contribuintes ficaram com mais dinheiro no bolso ao longo do ano e agora têm de fazer o acerto de contas”, salienta a bastonária.

Simulações realizadas pela OCC mostram que um trabalhador solteiro e sem filhos, com um salário de mil euros mensais brutos, teve um reembolso de 439,97 euros, no ano passado. E, agora, vai receber 243,39 euros, ou seja, menos 196,58 euros. Esta variação decorre igualmente de uma redução da retenção na fonte em 466 euros, que passou de 1.432 euros para 966 euros. Mas o imposto global também baixou, de 992,03 para 722,61 euros. Nestas contas, foram consideradas deduções à coleta com despesas gerais e familiares, saúde e educação de 600 euros, assinala a Ordem dos Contabilistas Certificados.

No caso de um trabalhador com um ordenado de 2.300 euros mensais ilíquidos, o reembolso vai encolher 794,76 euros, passando de 913,60 euros para 118,84 euros. Mais uma vez, esta diferença reflete a descida dos descontos: em 2023, este contribuinte reteve 7.410 euros e, no ano passado, adiantou apenas 5.560 euros, isto é, menos 1.850 euros. De salientar que, apesar da descida do reembolso, o imposto recuou 1.055,24 euros: a coleta final líquida era de 6.496,40 euros e passou para 5.441,16 euros.

Noutra situação, a OCC nota que um solteiro sem dependente a ganhar 2.500 euros por mês estava habituado a um reembolso de 907,60 euros e, agora, vai receber apenas 70,84 euros. São menos 836,76 euros. De igual modo, esta descida é uma consequência das tabelas de retenção na fonte. Este trabalhador descontou, no passado, 6.506 euros, menos 1.934 euros face aos 8.440 euros que reteve em 2023.

Um casal, com um filho, em que ambos ganham mensalmente 1.000 euros, tiveram um reembolso, em 2024, de 119,95 euros, por referência aos rendimentos obtidos em 2023. Este ano, o Fisco vai devolver 117,21 euros, ou seja, menos 2,74 euros, no caso de entregarem a declaração conjunta. Neste caso, as simulações foram realizadas tendo em conta 850 euros de dedução à coleta com despesas gerais e familiares e por dependente.

Cada um dos trabalhadores do casal costumava descontar 61 euros por mês, e 122 euros, em agosto com a acumulação do salário e o subsídio de férias. Em setembro e outubro, pelo efeito da correção extraordinária das tabelas de retenção na fonte para refletir a descida do imposto com retroativos a janeiro, este casal não descontou valor algum. Como resultado, o valor do reembolso vai encolher.

No caso de os cônjuges auferirem, cada um, 1.300 euros ou, no conjunto do casal, 2.600 euros, o reembolso também irá encolher. No ano passado, o Fisco devolveu-lhes 574,29 euros. Agora, vão receber apenas 110,06 euros, ou seja, menos 464,23 euros.

A OCC mostra também como um casal com dois filhos, em que cada elemento do agregado tem um salário de 1.000 euros mensais brutos, ou de 2.000 euros, no seu conjunto, vai receber menos 260,74 euros de reembolso no IRS. No ano passado, teve direito a 287,95 euros. Este ano, o Fisco vai devolver apenas 27,21 euros.

Se cada um dos elementos do casal ganhar 1.300 euros, o reembolso vai baixar 548,53 euros, passando de 562,59 euros para 14,06 euros.

A descida do valor a devolver pelo Fisco é uma consequência de duas decidas do IRS, uma aprovada por via do OE2024, que atualizou os escalões me 3% e reduziu as taxas entre 1,25 pontos percentuais (p.p.) e 3,5 p.p. até ao quinto patamar de tributação. Depois, o PS conseguiu aprovar um novo alívio fiscal, com ajuda do Chega, e à revelia de PSD, e CDS, os partidos que suportam o Governo da Aliança Democrática (AD) de Luís Montenegro. Esta nova alteração levou a uma descida das taxas entre 0,25 e 1,5 pontos até ao 6.º escalão do IRS com efeitos a 1 de janeiro de 2024. Para além disso, foi viabilizada uma proposta do BE que atualizou a dedução específica, que é a parcela de rendimento isenta de imposto, em 246,24 euros, passando de 4.104 para 4.350,24 euros.

Para fazer retroagir a descida do imposto nas tabelas de retenção na fonte, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, baixou significativamente os descontos nos meses de setembro e outubro do ano passado. Até então, ordenados até 934 euros mensais brutos, no caso de um solteiro sem filhos, não descontava IRS. Com o mecanismo extraordinário criado para aqueles dois meses, salários até 1.175 euros não tiveram de adiantar imposto ao Estado, durante aqueles dois meses.

Nas pensões, não houve lugar a retenção na fonte até aos 1.202 euros para um solteiro, divorciado, viúvo ou casado (dois titulares), quando este reformado costumava descontar a partir dos 838 euros mensais.

“Como consequência, se os contribuintes descontaram muito menos, agora têm de fazer um acerto de contas com o Estado, podendo ter reembolsos menores ou até ter de pagar imposto”, aponta Paula Franco.

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Há cada vez mais dermatologistas a abandonar acordos com seguradoras

  • ECO Seguros
  • 1 Abril 2025

Atualmente, os tempos de espera por consultas de dermatologia através de seguros de saúde são muito superiores aos solicitados por consulta privada (mais caros) podendo chegar até nove meses em Lisboa

Há cada vez mais médicos dermatologistas a abandonar acordos com seguradoras pelo menos desde o último trimestre do ano passado. Os profissionais apontam como principais razões para o afastamento o facto de receberem menos nas consultas comparticipadas do que nas consultas particulares, o excesso de burocracia exigido pelas seguradoras e a elevada procura por parte dos utentes (o que contribui para elevados tempos de espera), avançou o Observador (acesso pago).

Atualmente, os tempos de espera por consultas de dermatologia através de seguros de saúde são muito superiores aos solicitados por consulta privada (mais caros) podendo chegar até nove meses em unidades de saúde privadas em Lisboa.

Na CUF Tejo o único médico que trabalha com seguros só tem vagas em dezembro, no Hospital Luz Lisboa só existem vagas para o final do mês de novembro e mesmo no hospital Lusíadas Lisboa, onde metade dos dermatologistas ainda trabalham com seguros, só existem vagas para setembro, indicou ao jornal o diretor do Departamento de Dermatologia desta última unidade de saúde, Vasco Macias Por sua vez, caso o utente opte por uma consulta particular, os tempos de espera reduzem para três dias para uma consulta na CUF no Parque das Nações, 17 dias no Hospital Lusíadas Lisboa. No Hospital da Luz Lisboa o tempo de espera é de 4 meses, ainda que mais prolongado o utente espera menos tempo do que se recorresse à consulta através do seguro.

O presidente do Colégio de Dermatologia da Ordem dos Médicos (OM) mostrasse preocupado com degradação do acesso aos cuidados de saúde privados através de seguros de saúde “Preocupa-me porque se soma às dificuldades no SNS. A saída dos médicos dos acordos [com as seguradoras no setor privado] dificulta o acesso, porque as pessoas terão de ter capacidade financeira para pagar uma consulta particular. Sem acordo é mais difícil”, refere João Alves.

A Fidelidade foi a única seguradora que respondeu ao Observador dizendo ”que não tem verificado nenhum fenómeno de saída massiva de dermatologistas da sua rede de prestadores” e que a mesma “continua extensa e com grande cobertura nacional”. A Ageas e a Tranquilidade não responderam.

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Tribunal francês só decide sobre inelegibilidade de Le Pen “no verão de 2026”

  • Lusa
  • 1 Abril 2025

Após os recursos, uma segunda decisão sobre se Marine Le Pen pode ou não ser candidatar-se será proferida vários meses antes das eleições presidenciais em França, agendadas para 2027.

O Tribunal de 2.ª Instância de Paris anunciou esta terça-feira que foram apresentados “três recursos” da condenação que tornou inelegível a líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, cuja análise “deverá permitir uma decisão no verão de 2026”.

Se tal prazo for cumprido, isso significa que uma segunda decisão neste caso de desvio de fundos europeus pela dirigente política para pagar a funcionários do seu partido será proferida vários meses antes das eleições presidenciais em França, agendadas para 2027, como pediram vários políticos franceses.

Numa entrevista concedida na segunda-feira à noite ao noticiário do canal televisivo privado TF1, Marine Le Pen condenou o que classificou como “uma decisão política” e “práticas reservadas aos regimes autoritários”, e apelou para que “a justiça se apresse” a reanalisar a sua condenação a cinco anos de inelegibilidade, com efeito imediato, e quatro anos de prisão (dois dos quais de pena efetiva atenuados para uso de pulseira) por desvio de fundos públicos.

As sondagens atribuem à dirigente do partido de extrema-direita União Nacional a posição dianteira, na primeira volta das eleições presidenciais de 2027. Esta decisão do Tribunal Penal de Paris causou escândalo no mundo político francês e provocou reações diferentes, com a direita e a esquerda radical a lamentarem a decisão dos juízes, ao passo que socialistas, ecologistas e comunistas apelaram para o respeito da lei.

A condenação de Le Pen também desencadeou críticas de líderes populistas em todo o mundo, do Kremlin (presidência russa) a Washington, passando pela Hungria.

O Tribunal Penal de Paris decidiu, na segunda-feira, que foi efetivamente posto em prática um “sistema” entre 2004 e 2016 para fazer “poupanças” no partido de extrema-direita Frente Nacional (que se tornou União Nacional em 2018), utilizando o dinheiro do Parlamento Europeu para pagar aos assistentes dos deputados que na prática trabalhavam para o partido.

Mais 23 pessoas foram condenadas, juntamente com o partido, neste caso. Numa conferência de imprensa, Marine Le Pen acusou hoje o sistema judicial francês de “lançar uma bomba nuclear” com a sua decisão que a impede de se candidatar nos próximos cinco anos a cargos públicos sujeitos a sufrágio universal.

“Não vamos deixar que isso aconteça, vamos defender o povo francês, que tem o direito de votar em quem quiser, e defender o país, que está a ser desrespeitado”, declarou a líder histórica da União Nacional na conferência de imprensa, que coincidiu com uma reunião do seu grupo parlamentar na sede da Assembleia Nacional.

Le Pen sublinhou que “utilizará todos os meios ao seu alcance para que os franceses possam votar livremente nos seus futuros dirigentes”.

“A justiça e a verdade devem prevalecer”, afirmou. “Roubaram-nos as eleições legislativas e não vamos deixar que nos roubem as eleições presidenciais”, prosseguiu, acusando os magistrados de “ingerência” em assuntos políticos. “Julgaram-me num processo que é, acima de tudo, político”, observou.

Em seguida, a União Nacional anunciou a convocação de uma manifestação para o próximo domingo, em Paris, de apoio a Le Pen, tal como anunciado na noite de segunda-feira pelo líder do partido, Jordan Bardella, que encorajou a extrema-direita a sair à rua para protestar contra a decisão judicial.

Tal mobilização foi questionada pelo ex-primeiro-ministro Gabriel Attal, atual secretário-geral do partido Renascimento, do Presidente francês, Emmanuel Macron. “É uma manifestação contra a independência do poder judicial”, que é um dos pilares da democracia, argumentou.

Por seu lado, o procurador-chefe do Tribunal de 2.ª Instância do país, Rémy Heitz, defendeu que o veredicto judicial contra Le Pen foi emitido por três juízes “independentes e imparciais”, segundo informações da estação de rádio RTL. “Esta decisão foi tomada em conformidade com a lei e aplicando os textos legais existentes”, sustentou, antes de classificar como “inadmissíveis” os “ataques pessoais feitos a magistrados”.

“As ameaças podem levar à abertura de casos na Justiça”, advertiu, considerando que as palavras de Le Pen “vão demasiado longe”.

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Livre apresenta queixa à CNE e ERC contra PSD, RTP, SIC e TVI sobre debates televisivos

  • Lusa
  • 1 Abril 2025

O partido considera que foi colocado numa "situação de desvantagem" face aos restantes candidatos, depois de a coligação PSD/CDS-PP ter indicado Nuno Melo e não Luís Montenegro para debater com Livre.

O Livre apresentou esta terça-feira uma queixa à Comissão Nacional de Eleições (CNE) e à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) contra o PSD, RTP, SIC e TVI sobre o modelo de debates televisivos, considerando que está em desvantagem.

“Não resta senão ao Livre apresentar a presente queixa, solicitando a intervenção da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, através da Comissão Nacional de Eleições, no sentido de repor a legalidade e o respeito pelos princípios da igualdade e do tratamento equitativo das várias candidaturas”, lê-se na queixa, à qual a Lusa teve acesso.

No texto, assinado por Rui Tavares, o partido considera que foi colocado numa “situação de desvantagem” face aos restantes candidatos, depois de a coligação PSD/CDS-PP ter indicado Nuno Melo e não Luís Montenegro para debater com Livre, BE e PAN nos debates nas televisões. Este modelo “viola o princípio da igualdade de oportunidades das várias candidaturas no âmbito dos debates ao tratar de forma diferente”, afirma.

O Livre pede à CNE e à ERC que intervenham “no sentido de garantir a igualdade e equidade no tratamento das várias candidaturas no âmbito dos debates televisivos para as eleições legislativas de 2025” e lamenta que não tenha havido “disponibilidade, nem dos órgãos de comunicação social, nem das restantes candidaturas, para chegar a um modelo de debate que fosse justo e equitativo para todas as candidaturas”.

Apesar de o CDS-PP ter representação parlamentar (algo que não se verificou nas últimas eleições legislativas), o Livre sai prejudicado deste modelo de debates uma vez que o presidente do PSD, Luís Montenegro, é o atual primeiro-ministro que se apresenta a sufrágio para “tentar revalidar o seu mandato”, sendo também líder do maior partido da coligação, argumenta o Livre.

O partido afirma não compreender que critérios foram utilizados para determinar este modelo, argumentando que tem o mesmo número de deputados no parlamento que o PCP, e criticando o presidente do PSD por “ser o próprio a escolher quais os partidos com os quais está disponível para debater ou não”.

“Não se tratou nesse caso sequer de uma escolha dos órgãos de comunicação social e que portanto se possa enquadrar no âmbito da liberdade ou autonomia editorial. Certo é também que nenhum argumento minimamente objetivo ou coerente foi apresentado para esta recusa do primeiro-ministro em debater com alguns partidos, aceitando debater com outros”, é sustentado na queixa.

No texto, o partido chega a defender duas soluções alternativas: permitir a inclusão do CDS nos debates “a título próprio, respeitando assim a sua «representatividade política e social»”, ou “aferir a representatividade do CDS dentro da coligação, transpondo essa representatividade para o número de debates a realizar” e, depois, “sortear, entre todos os partidos concorrentes, qual ou quais os debates em que o CDS” participaria.

Em declarações aos jornalistas, na sede nacional do partido, em Lisboa, Rui Tavares considerou que “não foram da parte das campanhas e das televisões testadas todas as possibilidades para que estes debates aconteçam, porque Luís Montenegro e a coligação não tiveram abertura para que fossem testadas essas possibilidades”.

“Desafio Luís Montenegro a que, se de facto dá uma enorme importância a que o CDS participe nos debates, então que aceite a proposta que o Livre faz, através desta queixa à Comissão Nacional de Eleições, e que sejam sorteados os debates nos quais é Nuno Melo ou é Luís Montenegro a aparecer”, apelou Tavares.

Os debates televisivos para as legislativas arrancam em 07 de abril na TVI, com Aliança Democrática (AD) e CDU, e terminam em 28, com transmissão na RTP, SIC e TVI do frente-a-frente entre AD e PS. Ao todo serão 27 debates, divididos entre os canais de sinal aberto e de cabo, de acordo com o sorteio, aos quais acresce dois debates a realizar pela RTP.

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Esta é a chave do Euromilhões. Jackpot é de 17 milhões de euros

  • ECO
  • 1 Abril 2025

O prémio desta terça-feira ronda os 17 milhões de euros, depois de ter havido vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Esta terça-feira decorreu mais um sorteio do Euromilhões, com um primeiro prémio no valor de 17 milhões de euros. O jackpot desceu depois de ter havido vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Veja a chave vencedora do sorteio desta terça-feira, 1 de abril:

Números: 9, 24, 30, 46 e 49

Estrelas: 4 e 12

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Israel suspende tarifas a todos os produtos importados dos EUA

  • Lusa
  • 1 Abril 2025

A eliminação de barreiras tarifárias foi adotada por decisão do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

O Governo israelita decidiu esta terça-feira eliminar todas as tarifas aos produtos dos Estados Unidos, o maior parceiro comercial do país, numa altura em que as políticas protecionistas do Presidente norte-americano, Donald Trump, estão a desestabilizar o comércio global.

O Acordo Comercial de 1985 entre os Estados Unidos da América (EUA) e Israel já estipula que a maioria dos produtos norte-americanos importados, 99%, está livre de tarifas, pelo que esta eliminação afetará “um número muito limitado de produtos”. No entanto, segundo frisou o executivo israelita, em comunicado oficial, esta medida visa não só “ampliar o acordo comercial” entre os dois países, mas também “reforçar as relações estratégicas” com os EUA.

Além disso, o Governo contempla uma possível “redução do custo de vida” derivada destas políticas. A eliminação de barreiras tarifárias foi adotada por decisão do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e também dos ministros das Finanças, o ultranacionalista Bezalel Smotrich, e da Economia e Indústria, Nir Barkat, anunciou o executivo.

“Os Estados Unidos são o aliado mais próximo de Israel e também o seu parceiro comercial mais importante. Em 2024, as exportações de bens para os Estados Unidos foram de 17,3 mil milhões de dólares [16 mil milhões de euros] e as exportações de serviços foram estimadas em 16,7 mil milhões de dólares [15,4 mil milhões de euros]”, referiu o comunicado.

Netanyahu tem defendido esta medida com o objetivo de “abrir o mercado à concorrência, diversificar a economia e reduzir o custo de vida”, procurando ao mesmo tempo “reforçar ainda mais a aliança e os laços” com Washington. Os Estados Unidos são também o principal parceiro aliado militar de Israel, em guerra desde outubro de 2023 com o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, e com outras frentes de hostilidades abertas com o Hezbollah no Líbano e os rebeldes Huthis do Iémen.

Também o Vietname anunciou que reduziu as taxas alfandegárias sobre uma série de produtos, incluindo automóveis, gás liquefeito e alguns produtos agrícolas, em resposta à ameaça de tarifas mais elevadas por parte dos EUA.

“A partir de 31 de março de 2025, certos artigos como automóveis, madeira, etanol, pernas de frango congeladas, pistácios, amêndoas, maçãs frescas, cerejas, passas, etc. estarão sujeitos a uma nova taxa preferencial de imposto de importação”, refere um comunicado publicado na segunda-feira à noite no portal de informação do Governo.

O comunicado refere que os impostos de importação sobre alguns automóveis serão reduzidos para metade e a taxa do imposto sobre o gás natural liquefeito descerá de 5% para 2%.

O anúncio surge após declarações do primeiro-ministro Pham Minh Chinh, em fevereiro, de que o país iria rever as tarifas para aumentar as importações dos EUA. O Vietname é o país que tem o maior excedente comercial com Washington, a seguir aos excedentes da China, do México e da União Europeia.

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Família Amorim, a única na lista dos mais ricos do mundo pela Forbes

A viúva de Américo Amorim e filhas são as únicas portuguesas na lista da Forbes, com uma fortuna avaliada em 5,4 mil milhões de euros. Musk, Zuckerberg e Bezos são os três mais ricos do mundo.

Maria Fernanda Amorim, viúva do empresário Américo Amorim, e a família, ocupam a 597.º posição na lista dos mais ricos do mundo em 2025 pela revista Forbes, com uma fortuna avaliada em 5,9 mil milhões de dólares (cerca de 5,4 mil milhões de euros).

A empresária de 90 anos e as três filhas (Paula, Marta e Luísa) desceram 75 lugares em relação à lista compilada em 2024 pela Forbes, embora o património tenha aumentado de 5,7 para 5,9 mil milhões de dólares.

Maria Fernanda Amorim e família herdaram a fortuna de Américo Amorim, que morreu em 2017 depois de sessenta anos à frente da Corticeira Amorim e investimentos no setor energético e bancário. Amorim detém uma participação de 19,5% na Galp Energia, cuja empresa é presidida pela filha mais velha, Paula Amorim.

Musk, Zuckerberg e Bezos são os três mais ricos do mundo

Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, ocupa o primeiro lugar da lista dos mais ricos com uma fortuna avaliada em 342 mil milhões de dólares (mais de 316 mil milhões de euros). Mark Zuckerberg, presidente da dona do facebook (Meta), ocupa a segunda posição do ranking com uma fortuna de 216 mil milhões de dólares (cerca de 200 mil milhões de euros). A fechar o top três está Jeff Bezos, dono da Amazon, com uma fortuna de 215 mil milhões de dólares (cerca de 199 mil milhões de euros).

A edição de 2025 dos bilionários mais ricos da Forbes conta com 3.028 personalidades, mais 247 que na edição anterior. Estados Unidos (902), China (516) e Índia (205) lideram o top três de países como mais multimilionários.

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