Produção automóvel em Portugal sem “exposição significativa” a tarifas dos EUA

  • Lusa
  • 27 Março 2025

Os mais de 300 mil veículos produzidos em Portugal são exportados sobretudo para a União Europeia. Ainda assim, o porta-voz ACAP alerta para o "efeito dominó" da tarifa de 25% anunciada por Trump.

A Associação Automóvel de Portugal (ACAP) disse esta quinta-feira que o país não está diretamente exposto à tarifa dos EUA sobre automóveis importados, uma vez que as exportações destinam-se sobretudo à União Europeia, Mas alertou para o “efeito dominó” na economia global.

“Nós somos um país com produção automóvel, temos mais de 300 mil veículos produzidos em Portugal e esta produção é para exportação, mas, sobretudo, para a União Europeia, portanto não há aqui uma exposição significativa da nossa produção nacional aos Estados Unidos”, apontou o secretário-geral da ACAP, Helder Pedro, em declarações à agência Lusa.

O Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, anunciou, na quarta-feira, a aplicação de uma tarifa de 25% sobre todos os automóveis importados, calculando gerar com a medida receitas fiscais de 100 mil milhões de dólares (93 mil milhões de euros).

“Isto é mau para a economia global, porque, no fundo, se as empresas vão sofrer com esta decisão das tarifas, acaba por ter um efeito dominó e toda a economia é afetada, todos os seus industriais e o automóvel não escapa a esse impacto”, realçou Helder Pedro.

Para a ACAP, esta medida da administração de Donald Trump é “um contrassenso”, porque os construtores europeus têm fábricas nos EUA há várias décadas e, adicionalmente, a partir de 3 de maio vão ser também aplicadas taxas aos componentes que os construtores americanos vão ter de importar, caso contrário a produção para.

“[Os componentes] ficam mais caros, vão aumentar o [preço do] produto, portanto os consumidores americanos pagam mais e também o produto que é para exportar fica mais caro”, explicou Helder Pedro.

Os fabricantes de automóvel europeus e asiáticos caíram esta quinta-feira na abertura das bolsas, depois do anúncio de tarifas adicionais de 25% sobre carros fabricados fora dos Estados Unidos.

As três maiores fabricantes de automóveis da Ásia, Toyota, Honda e Nissan, perderam 2,04%, 2,47% e 1,67%, respetivamente, no índice da bolsa de Tóquio (Nikkei), que reúne as 225 empresas mais representativas do mercado e encerrou o dia com queda de 227,32 pontos, fixando-se em 37.799,97 pontos.

A Hyundai, maior fabricante de automóveis coreana, perdeu 4,28%, a Kia Motors 3,45% e a Mitsubishi 3,20%.

Na Europa, os fabricantes e fornecedores de automóveis também caíram, com a Porsche a perder 4,30% na bolsa de Frankfurt, a Mercedes a recuar 4,31%, a BMW 4,09%, a Daimler 3,18% e a Continental 2,71%.

Na bolsa de Paris, a Stellantis caiu 6,12%, a Valeo 5,65% e a Forvia 5,42%.

A reação à decisão de Donald Trump foi imediata na Ásia, com o Japão e a Coreia do Sul a responderem com tarifas de 16% e 15%, respetivamente, do total de importações de automóveis dos EUA.

A taxa aplicada até agora era de 2,5%, o que significa que os carros importados serão agora taxados em 27,5% do seu valor.

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Cristiano Ronaldo é personagem no novo jogo de luta “Fatal Fury: City of the Wolves”

  • + M
  • 27 Março 2025

O novo jogo da franquia Fatal Fury, lançado 25 anos depois do último, conta com Cristiano Ronaldo como personagem. No jogo, o português usa uma bola brilhante para atacar os seus adversários.

A dimensão de Cristiano Ronaldo já é grande, mas continua a crescer. Agora, o futebolista português faz também parte, enquanto personagem, do novo videojogo de luta da SNK “Fatal Fury: City of the Wolves. O seu estilo de luta assenta na junção entre o futebol e as artes marciais.

Um dos melhores jogadores de futebol do mundo. Usa o seu tempo livre para visitar South Town para aprimorar as suas novas competências futebolísticas. As várias técnicas que desenvolveu a jogar futebol tornam-no uma força imparável, até mesmo para lutadores experientes”, lê-se na descrição da sua personagem.

Com a voz a cargo do ator Juan Felipe Sierra, a personagem de Ronaldo usa uma bola brilhante para atacar os seus adversários, num estilo futebolístico que inclui carrinhos ou pontapés de bicicleta. Quando derrota um adversário, a comemoração é o seu conhecido salto a gritar “Sii”, no meio de faíscas elétricas.

O próprio Cristiano Ronaldo também já anunciou a novidade nas suas redes sociais. “Grandes notícias para partilhar com todos hoje! Serei uma personagem no novo jogo de luta Fatal Fury: City of the Wolves! Vamos divertir-nos no dia 24 de abril [dia de lançamento do jogo]”, lê-se numa publicação do futebolista no Instagram, que já conta com mais de 2,5 milhões de gostos.

Apesar de Cristiano Ronaldo ser uma figura incontornável a nível mundial, a sua aparição no jogo pode provavelmente ser atribuída à sua popularidade na Arábia Saudita, onde joga pelo Al-Nassr, tendo em conta que a SNK é atualmente propriedade da Fundação MiSK, do príncipe-herdeiro Mohammed bin Salman, observa o Polygon.

O jogo “Fatal Fury: City of the Wolves” marca um novo capítulo na franquia de jogos japonesa “Fatal Fury, que não lançava um novo título há 26 anos. O primeiro jogo foi lançado em 1991, tendo gerado 11 sequências ao longo da década, até terminar com o lançamento de “Mark of the Wolves”, em 1999.

Após um quarto de século, a SNK decidiu assim “ressuscitar” a franquia com o lançamento deste novo jogo, cujo lançamento está previsto acontecer a 24 de abril. O jogo estará disponível para a PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox Series X/S e PC.

Recorde-se que Ronaldo já antes tinha feito parte de outro jogo, em 2015, quando, ainda no Real Madrid, integrou “Ronaldo & Hugo: Superstar Skaters”.

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Bruxelas critica “autoflagelação económica” dos EUA com tarifas e pede diálogo com UE

  • Lusa
  • 27 Março 2025

Comissão Europeia critica a "autoflagelação económica" dos EUA pelas novas tarifas de 25% sobre todos os automóveis importados, pedindo diálogo para construir e não destruir a relação transatlântica.

A Comissão Europeia criticou esta quinta-feira a “autoflagelação económica” dos EUA pelas novas tarifas de 25% sobre todos os automóveis importados, pedindo diálogo com a União Europeia (UE) para construir e não destruir a relação transatlântica.

Não queremos ter de aplicar contramedidas às importações dos EUA para a UE pois consideramos que isso não é bom para ninguém. Não é bom para nós e é um ato de autoflagelação económica por parte dos EUA”, reagiu o porta-voz do executivo comunitário para a área do Comércio, Olof Gill.

Questionado na conferência de imprensa da Comissão Europeia, em Bruxelas, sobre o anúncio do Presidente norte-americano, Donald Trump, o responsável salientou: “A nossa prioridade é encontrar uma solução negociada, que funcione para ambas as partes, para a UE e para os EUA e que reforce a nossa relação comercial e económica, que é, de longe, a mais valiosa e importante do mundo – queremos construir essa relação e não destruí-la”.

“Acreditamos que as medidas anunciadas pelos EUA vão na direção completamente errada”, acrescentou.

Garantindo uma “resposta firme, proporcionada, robusta, bem calibrada e atempada a quaisquer medidas injustas e contraproducentes dos EUA”, Olof Gill escusou-se a especificar quando essa reação será anunciada ou que produtos específicos poderão ser abrangidos pelas contramedidas comunitárias.

"“Não queremos ter de aplicar contramedidas às importações dos EUA para a UE pois consideramos que isso não é bom para ninguém. Não é bom para nós e é um ato de autoflagelação económica por parte dos EUA”, reagiu o ”

Olof Gill

Porta-voz da Comissão Europeia para a área do Comércio

Na quarta-feira, Donald Trump anunciou a aplicação de uma tarifa de 25% sobre todos os automóveis importados, calculando gerar com a medida, que estará em vigor a 02 de abril, receitas de 100 mil milhões de dólares (93 mil milhões de euros).

Na UE, as novas tarifas afetam sobretudo a indústria automóvel alemã.

A Associação Automóvel de Portugal disse que o país não está diretamente exposto à tarifa dos EUA sobre automóveis importados dado que as exportações portuguesas se destinam sobretudo à UE, mas alertou para o “efeito dominó” na economia global.

Logo na quarta-feira à noite, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, lamentou o anúncio norte-americano e garantiu que o bloco comunitário vai proteger os seus interesses, face a estas tarifas e outras que poderão surgir.

A União Europeia está a preparar-se para tensões na relação com a nova administração de Donald Trump, especialmente em relação a tarifas comerciais, dados os recentes anúncios.

Antes, o Presidente dos EUA anunciou taxas de 25% impostas ao aço e ao alumínio da UE.

Vários líderes já vieram assegurar que a UE está pronta para negociações difíceis com os Estados Unidos, mas no espaço comunitário paira a incerteza sobre a relação transatlântica, que pode ser afetada por esta nova política económica e comercial da administração norte-americana.

A Comissão Europeia detém a competência da política comercial na UE.

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Governo aprova despesa de 205 milhões de euros para apoio militar à Ucrânia

  • Joana Abrantes Gomes e Lusa
  • 27 Março 2025

Luís Montenegro sublinha que a nova tranche aprovada pelo Conselho de Ministros visa "assegurar que, no processo de paz, toda a dissuasão para a segurança da Ucrânia e da Europa esteja salvaguardada".

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou esta quinta-feira que foi aprovada na reunião do Conselho de Ministros uma autorização de despesa no valor de 205 milhões de euros para reforçar o apoio à Ucrânia.

Em declarações aos jornalistas a partir de Paris, o líder do Governo disse que esta tranche “concretiza o apoio militar em equipamento e em várias áreas que vão dotar as forças armadas ucranianas, para poderem continuar a fazer o seu combate e assegurar que, no processo de paz, toda a dissuasão para a segurança da Ucrânia e da Europa esteja salvaguardada”.

A reunião do Conselho de Ministros decorre ao mesmo tempo que a cimeira de Paris, no Palácio do Eliseu, que juntou líderes e representantes de mais de 20 países num encontro que tem como tema central a paz e segurança para a Ucrânia.

Questionado sobre o envio de militares portugueses para o terreno de guerra, Montenegro respondeu que Portugal não vai estar fora do esforço de busca por “um processo de paz que possa envolver a Ucrânia, com garantias de segurança, e nos quais os parceiros europeus e transatlânticos possam participar – e os EUA são relevantes”. No entanto, salientou que “ainda é precoce falar disso”.

Aliados querem aumentar sanções contra Moscovo

Esta quinta-feira, também em Paris, os aliados da Ucrânia excluíram qualquer levantamento das sanções contra a Rússia, considerando antes a possibilidade de as reforçar para aumentar a pressão sobre Moscovo.

“Não faz sentido pôr fim às sanções enquanto a paz não tiver sido realmente restabelecida e, infelizmente, ainda estamos muito longe disso”, declarou o chanceler alemão, Olaf Scholz, no final da cimeira, citado pela agência francesa AFP.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse que, pelo contrário, os aliados da Ucrânia têm estado a discutir de que forma poderão “aumentar as sanções”.

A cimeira dos aliados da Ucrânia, convocada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, contou com a participação do chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky.

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Fisco perde processo de mais de 160 mil euros. Arbitragem da Ancal a cargo da Dower Law Firm

O Tribunal Arbitral, constituído no âmbito do Centro de Arbitragem Administrativa (CAAD), decidiu a favor da empresa Ancal Plásticos, anulando a liquidação adicional de IRC de 160 mil euros.

O Tribunal Arbitral, constituído no âmbito do Centro de Arbitragem Administrativa (CAAD), decidiu a favor da empresa Ancal Plásticos, anulando a liquidação adicional de IRC referente ao período de tributação de 2019, no valor de 161.599,39 euros.

A decisão centrou-se na interpretação do conceito de “instalações fabris” previsto no artigo 22.º do Código Fiscal do Investimento (CFI), em particular na sua aplicação ao Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI). O tribunal concluiu que os armazéns de matérias-primas e de produtos acabados, essenciais ao processo produtivo da empresa, sedeada em Oliveira de Azeméis, devem ser considerados “instalações fabris” para efeitos de elegibilidade ao benefício fiscal. Com esta decisão, a ANCAL verá devolvido o montante pago indevidamente, e a Autoridade Tributária suportará as custas do processo. Esta decisão reforça a importância da correta interpretação das normas fiscais aplicáveis ao setor industrial e dos benefícios fiscais associados ao investimento produtivo.

“Tratou-se de um processo de elevada complexidade técnica. Esta decisão ajudará muitas empresas no seu processo de decisão quanto à utilização dos incentivos fiscais, designadamente o RFAI.”, explicou Eduardo Castro Marques, advogado da DOWER Law Firm, a quem coube a liderança do processo arbitral da ANCAL.

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) defendia que os investimentos na ampliação de edifícios estavam excluídos do regime, defendendo que armazéns de matérias-primas e produtos acabados não são instalações fabris, uma vez que não desempenham um papel imediato no processo de transformação da matéria-prima em produto final. Para a AT, ainda que os armazéns sejam necessários à atividade da empresa, eles são classificados como edifícios e não como infraestruturas produtivas diretas.

O tribunal arbitral entendeu que, no caso concreto, os armazéns estavam diretamente integrados na cadeia de produção e, portanto, deveriam ser abrangidos pelo benefício fiscal.

Esta decisão reforça a importância da correta interpretação das normas fiscais aplicáveis ao setor industrial e dos benefícios fiscais associados ao investimento produtivo.

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Fotógrafa portuguesa Maria Abranches entre vencedores regionais do World Press Photo

  • Lusa
  • 27 Março 2025

A fotógrafa colabora com o Público e trabalha também com outros meios, como a agência Reuters, o jornal The Guardian e a Fundação Calouste Gulbenkian.

A fotógrafa portuguesa Maria Abranches está entre os 42 vencedores regionais do World Press Photo, anunciados esta quarta-feira, o que a situa como finalista para “a fotografia do ano” a anunciar no próximo dia 17 de abril.

Maria Abranches conquistou o prémio na categoria Histórias, na região Europa, com a reportagem “Maria” sobre a empregada doméstica e cuidadora Ana Maria Jeremias, “traficada de Angola para Portugal aos nove anos, sob falsas promessas de educação”, como indica a apresentação do projeto na página do World Press Photo na Internet.

Na vida de Ana Maria “ecoa a experiência de inúmeras mulheres em toda a Europa”, prossegue a memória descritiva do projeto, que acrescenta: “Passou mais de quatro décadas a trabalhar na casa de outras pessoas, o que constitui uma contribuição vital para suas vidas diárias. Ao centrar-se na história de Ana Maria, a fotógrafa tem por objetivo incentivar a reflexão sobre privilégios, assim como honrar sua vida e a de tantas outras mulheres como ela”.

“Maria”, projeto que já tinha sido distinguido no festival italiano Cortona On The Move e nos Prémios Novos Talentos FNAC, é um trabalho desenvolvido no âmbito da ‘masterclass’ Narrativa, projeto do fotojornalista Mário Cruz.

Maria Abranches optou pela fotografia documental e pelo fotojornalismo, para “destacar questões críticas, amplificar vozes marginalizadas e inspirar mudanças”, indica a sua biografia publicada com o projeto, no ‘site’ da World Press Photo.

Formada em Arquitetura, em que trabalhou durante alguns anos, optou mais tarde por fazer o curso da Ar.Co — Centro de Arte e Comunicação Visual — , em Lisboa, o que a levou a um estágio em fotojornalismo no jornal Público, “após o qual decidiu dedicar a sua carreira exclusivamente à fotografia”.

Abranches mantém a colaboração com o seu jornal de origem e trabalha também com outros meios, como a agência Reuters, o jornal The Guardian e a Fundação Calouste Gulbenkian.

Maria Abranches desenvolveu um interesse pela história colonial portuguesa enquanto documentava a produção de “Pele Escura” (2021), um filme de Graça Castanheira que aborda o racismo e a inclusão.

Esse trabalho está na origem de um dos seus primeiros projetos nesta temática, “Trançar o Mundo” (2022), a partir dos penteados de origem africana e do seu significado cultural, numa abordagem feita com cabeleireiros afrodescendentes.

O projeto “Maria” começou a tomar forma em 2023-2024, quando foi selecionada para a Masterclass Narrativa. O projeto foi finalista do Prix Virginia 2024, do APhF Dummy Award e do Blow Up Press Book Award. No ano passado, Maria Abranches recebeu o prémio LensCulture para talentos emergentes.

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McDonald’s aumenta salário de entrada em 5,9% para 900 euros brutos

A cadeia de restauração tem em curso um processo de recrutamento a nível nacional. Até ao final de junho quer reforçar as equipas com 2.500 colaboradores. 

A McDonald’s aumentou este ano em 5,9% o salário de entrada dos trabalhadores para 900 euros brutos, adiantou fonte oficial ao ECO. A cadeia de restauração tem em curso um processo de recrutamento para a rede de restaurantes. Até ao final de junho quer reforçar as equipas com 2.500 colaboradores.

“A McDonald’s e os seus franquiados comprometem-se em oferecer um salário de entrada superior ao salário mínimo nacional, tendo como referência o valor de 900 euros x 14 [meses], considerando subsídio de férias e de Natal”, refere fonte oficial quando questionada pelo ECO sobre a evolução salarial em 2025. Este ano o salário mínimo nacional (SMN) é de 870 euros. Ou seja, a cadeia está a pagar mais 50 euros do que no ano passado e mais 30 euros que o SMN.

Em média, na totalidade das funções dos restaurantes McDonald’s em Portugal, o aumento percentual nos últimos quatro anos foi de cerca de 30%”, informa.

A cadeia tem em curso um processo de recrutamento para reforçar as equipas da rede de restaurantes. Até final de junho, quer contratar cerca de 2.500 novos colaboradores a nível nacional. “As vagas vão desde funções de entrada – operadores (funcionários), treinadores e relações públicas — até funções de gestão — assistente de gerência, subgerente e gerentes de restaurante”, segundo comunicado enviado às redações.

“Os salários seguem tabelas de progressão ajustadas às funções, de acordo com as responsabilidades inerentes. Ao salário base, adiciona-se um conjunto de benefícios variável, como seguro de saúde, prémios de mérito e de desempenho e veículo da empresa, dependendo das funções“, refere fonte oficial da empresa ao ECO.

“Todos os colaboradores possuem contratos de trabalho sem termo (contratos efetivos) e, em algumas situações, contratos a termo, face à natureza sazonal do negócio e também tendo por base as expectativas do colaborador”, precisa a empresa.

Em Portugal, a empresa tem cerca de 11.000 colaboradores.

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Mesmo com juros a descer, depósitos batem novo recorde. 40% do dinheiro parado no banco sem render

No final de fevereiro, famílias tinham 192,8 mil milhões de euros nos bancos, apesar das menores remunerações oferecidas. Dinheiro deixado parado sem render ainda equivale a mais de 41% dos depósitos.

O valor aplicado pelas famílias em depósitos atingiu 192,8 mil milhões de euros em fevereiro, o que representa um novo máximo histórico. Esta subida acontece num momento em que os bancos estão a reduzir as remunerações oferecidas pelas poupanças. Em janeiro, a taxa de juro paga nos novos depósitos a prazo de particulares já era inferior a 2%.

Segundo os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal, o stock de depósitos de particulares nos bancos em Portugal aumentou 250 milhões de euros face a janeiro. Apesar de os valores guardados nos bancos continuarem a subir, a taxa de crescimento está a abrandar. Os depósitos aumentaram 6,5% face ao período homólogo, abaixo da subida de 6,8% registada em janeiro. Fevereiro foi, assim, o quarto mês consecutivo em que se observou uma desaceleração.

Segundo o Banco de Portugal, “esta variação resultou do aumento de 242 milhões de euros das responsabilidades à vista (constituídas quase na íntegra pelos depósitos à ordem) e do aumento de 9 milhões de euros dos depósitos a prazo (que incluem os depósitos com prazo acordado e os depósitos com pré-aviso)”.

Depósitos das famílias renovam sucessivos recordes

Fonte: Banco de Portugal

As responsabilidades à vista atingiram, em fevereiro, 80 mil milhões de euros. Ou seja, o dinheiro que é deixado parado sem render no banco pesava, no final do mês passado, mais de 41% dos depósitos das famílias. Apesar de esta percentagem ainda ser elevada, reduziu-se muito significativamente desde julho de 2022, quando os portugueses chegaram a ter 96,3 mil milhões de euros à ordem, fruto das remunerações praticamente nulas pagas pelos bancos. Com a subida das taxas de juro, as famílias voltaram a aplicar parte do dinheiro que tinham sem render no banco em depósitos a prazo.

No que diz respeito às empresas, o stock de depósitos das empresas nos bancos residentes totalizava, no final de fevereiro, 68,7 mil milhões de euros, mais 370 milhões de euros do que no final de janeiro de 2025. Relativamente ao mês homólogo, o crescimento foi de 8,8%, a variação anual mais elevada desde janeiro de 2023.

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+M

“Mixórdia de Temáticas”, de Ricardo Araújo Pereira, regressa às manhãs da Comercial seis anos depois

  • + M
  • 27 Março 2025

De regresso à Rádio Comercial a partir de 28 de abril, Ricardo Araújo Pereira será a companhia dos ouvintes da rádio do grupo Bauer Media todas as manhãs, às 8h40.

O programa “Mixórdia de Temáticas”, de Ricardo Araújo Pereira, está de regresso à Rádio Comercial, seis anos depois. A rubrica regressa a 28 de abril — dia em que o humorista celebra o seu 51.º aniversário — com a nova temporada “Série Cardoso”.

Ao longo dos anos, o regresso da Mixórdia foi sempre um desejo dos ouvintes da Comercial e, sempre que o Ricardo voltava às Manhãs por algum motivo, esse desejo era bem notado pelas mensagens que chegavam. Pois bem, chegou a hora de fazer a vontade aos ouvintes: vem aí a série Cardoso”, diz Pedro Ribeiro, diretor da Rádio Comercial, citado em comunicado.

O Mixórdia de Temáticas conquistou entre 2012 e 2019 “milhares de ouvintes com as suas crónicas humorísticas e personagens inesquecíveis, tornando-se um verdadeiro fenómeno da rádio portuguesa”, refere-se em nota de imprensa.

Mesmo sem novos episódios nos últimos seis anos, a rubrica “continua a ser um sucesso no digital”, sendo que em fevereiro ocupava o 22.º lugar do Pod_Scope, o ranking da Marktest, com cerca de 140 mil downloads mensais.

De regresso à Rádio Comercial a partir de 28 de abril, Ricardo Araújo Pereira fará companhia aos ouvintes da rádio do grupo Bauer Media todas as manhãs, às 8h40.

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Há verdadeiramente luxo em Portugal?

Patrícia Barão, Partner e Head of Residential da Dils Portugal, partilha uma reflexão sobre a maturidade (ou falta dela) do mercado de luxo português. O potencial existe. Falta consistência?

Será que Portugal pode ser considerado um destino consolidado de luxo? Nos últimos anos, o país tem conquistado uma posição de destaque neste segmento, mas ainda há um longo caminho a percorrer para se equiparar a mercados maduros, como Paris, Londres ou Nova Iorque. O mercado residencial considerado de luxo tem apresentado um crescimento sustentado, com uma valorização superior a 20% entre 2021 e 2024, mas o verdadeiro luxo não se mede apenas pelo valor das casas, define-se pela exclusividade, pela experiência e pela capacidade de oferecer um serviço absolutamente diferenciado.

Com uma oferta que se expande e se diversifica, Portugal atrai cada vez mais investidores, tanto nacionais como estrangeiros. No mercado do luxo, os portugueses continuam a representar a maioria dos compradores, mas a nível internacional destacam-se os brasileiros, americanos e franceses, refletindo uma tendência de globalização do mercado. Apesar desse interesse crescente, é necessário questionar se Portugal está realmente preparado para atender aos elevados padrões de exigência deste segmento ou se ainda está a construir o seu caminho.

Os prémios e distinções internacionais acumulados nos últimos anos têm reforçado a imagem de Portugal como um destino de excelência. O país foi novamente distinguido como o melhor destino de golfe do mundo nos World Golf Awards e o Algarve recebeu, pela terceira vez, o prémio de Melhor Destino de Praia do Mundo nos World Travel Awards 2024. Estas conquistas são sinais positivos, mas será que são suficientes para consolidar Portugal como um destino de luxo? Ter reconhecimento internacional é importante, mas a consistência da experiência oferecida vai determinar a reputação a longo prazo.

Lisboa, Cascais e o Triângulo Dourado (Quinta do Lago, Vale do Lobo e Vilamoura) continuam a ser os locais mais procurados por este público. Mais recentemente, a Comporta e Melides surgiram como destinos de eleição para projetos imobiliários exclusivos, explorando um conceito de luxo mais ligado à autenticidade e à proximidade com a natureza. No entanto, o luxo vai muito além da localização. O verdadeiro desafio é garantir que a experiência vivida nesses locais está à altura do que se espera de um mercado de topo.

Uma das principais tendências neste setor é o conceito de serviced living, que procura oferecer aos residentes um conjunto de serviços exclusivos que elevam a experiência de habitação a um novo nível. Falamos de projetos que disponibilizam espaços de lazer incríveis, amenities de última geração que vão para além do que atualmente conhecemos, restaurantes com chefs premiados e serviços de concierge personalizados. Estes elementos são fundamentais para criar um ambiente verdadeiramente exclusivo, mas será que já existe uma oferta suficientemente diversificada e consistente em Portugal?

Outro aspeto determinante neste mercado é a qualidade do design e da construção. As branded residences, que combinam arquitetura de excelência com a sofisticação de uma marca reconhecida, estão a ganhar cada vez mais terreno. A atenção ao detalhe, a escolha dos materiais, a personalização dos espaços e a integração de tecnologia avançada são fatores que diferenciam um imóvel de luxo de uma mera casa que vale milhões. Além disso, a sustentabilidade tornou-se um critério essencial, casas inteligentes, energeticamente eficientes e alinhadas com práticas ecológicas são agora um requisito indispensável para os compradores mais exigentes.

Portugal tem potencial para se afirmar como um destino de luxo, mas para isso é necessário garantir que a oferta acompanha a crescente exigência do mercado global. Não basta ter imóveis de valores elevados ou localizações privilegiadas, é fundamental criar experiências únicas, oferecer serviços impecáveis e manter um nível de qualidade irrepreensível. O luxo é, acima de tudo, uma promessa de exclusividade e de excelência, e Portugal ainda tem desafios a superar para consolidar essa promessa de forma consistente.

O crescimento do setor é inegável, mas a questão mantém-se: há verdadeiramente luxo em Portugal ou ainda estamos a dar os primeiros passos rumo a um mercado exclusivo reconhecido internacionalmente?

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Crédito à habitação cresce em fevereiro pelo 14.º mês

O "stock" de empréstimos para a compra de casa continua a aumentar. Créditos à habitação nos balanços dos bancos cresceram 4,8% face ao mesmo mês de 2024, segundo dados do Banco de Portugal.

O “stock” de crédito à habitação continua a crescer em Portugal, com o montante destes empréstimos nos balanços dos bancos a aumentar, em fevereiro, pelo 14.º mês consecutivo, segundo adianta esta quinta-feira o Banco de Portugal (BdP).

O montante total de empréstimos para a compra de casa aumentou 698 milhões de euros face a janeiro, subindo para 103,5 mil milhões de euros no final de fevereiro, revelam os dados do BdP. Trata-se de um aumento de 4,8% face ao período homólogo, com o crédito para a compra de casa a manter a trajetória de aceleração que já dura há mais de um ano, desde o início de 2024.

Crédito à habitação está a acelerar há 14 meses

Em termos de devedores havia, no final de fevereiro, 1,96 milhões mutuários de crédito à habitação, mais 1800 do que no mês anterior. Este indicador não regista uma subida desde junho de 2022, o que significa que, visto que o saldo de crédito total está a crescer, os mutuários de crédito para a compra de casa têm níveis de endividamento maior, devido à tendência de crescimento dos preços das casas.

Ainda esta quinta-feira foi revelado que o valor mediano de avaliação bancária da habitação em Portugal atingiu os 1.810 euros por metro quadrado (euros/m2) em fevereiro de 2025, registando um aumento homólogo de 16,03%. Além de ser o maior crescimento homólogo desde julho de 2022, quando o aumento foi de 16,05%, fevereiro foi o oitavo mês consecutivo de subidas ininterruptas, refletindo uma tendência de valorização no mercado imobiliário nacional.

Apesar da subida contínua dos valores dos imóveis, a descida das taxas de juro tem permitido algum alívio nas prestações pagas ao banco pelas famílias pelos seus créditos. Uma evolução que deverá manter-se nos próximos meses, uma vez que são esperados novos cortes de juros por parte do Banco Central Europeu, com impacto na Euribor, o indexante do crédito à habitação.

No que diz respeito aos outros créditos, o montante de empréstimos ao consumo e outros fins aumentou 132 milhões de euros relativamente a janeiro, para 30,5 mil milhões de euros, o que representa um crescimento homólogo de 6,8%, igual ao registado no mês de janeiro.

O crédito ao consumo desacelerou, apresentando uma taxa de variação anual de 7,0% (7,3% em janeiro). Já os empréstimos para outros fins voltaram a apresentar o maior crescimento anual desde julho de 2008 (6,4%).

O montante total de empréstimos a particulares cresceu 5,2% em fevereiro, em relação ao mesmo mês do ano anterior.

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Portugal é o décimo país com menor PIB per capita da UE

  • Joana Abrantes Gomes
  • 27 Março 2025

Dados preliminares do Eurostat revelam que, apesar de uma melhoria face a 2023, Portugal ainda está 18% abaixo da média comunitária no volume do PIB medido em paridades de poder de compra.

Em 2024, Portugal foi o décimo país com menor Produto Interno Bruto (PIB) per capita da União Europeia (UE), segundo dados publicados esta quinta-feira pelo Eurostat.

Considerando como 100 o índice médio do PIB per capita no bloco comunitário em paridade de poder de compra, Portugal registou 82 pontos em 2024, uma melhoria face aos 81 pontos do ano anterior. Quer isto dizer que o volume do PIB medido em paridades de poder de compra está 18% abaixo da média comunitária.

Fonte: Eurostat

Portugal fica à frente de países como a Bulgária, a Grécia, a Letónia, a Eslováquia, a Croácia, a Hungria, a Estónia, a Polónia e a Roménia, mas longe de países como Espanha, França, Itália ou Alemanha. Recorde-se que em 2022 a Polónia e a Estónia ultrapassaram Portugal, mas a situação voltou a inverter-se no ano seguinte e assim se mantém.

O Eurostat destaca o Luxemburgo e a Irlanda como os dois países da União Europeia com os índices mais elevados, 141% e 111% acima da média da UE, respetivamente, ficando muito à frente dos Países Baixos (35% acima), da Dinamarca (28% acima) e da Bélgica (17% acima).

Ao todo, dez Estados-membros, que equivalem a cerca de 34% da população da UE, excederam a média comunitária em termos de PIB per capita em 2024.

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