Oficiais de justiça lançam abaixo-assinado em protesto contra acordo assinado com o Governo

  • Lusa
  • 5 Julho 2024

Um grupo de oficiais de justiça está a promover um abaixo-assinado em protesto contra o acordo do Governo com o Sindicato dos Funcionários Judiciais defendendo que é insatisfatório.

Um grupo de oficiais de justiça está a promover um abaixo-assinado em protesto contra o acordo do Governo com o Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), defendendo que é insatisfatório e que devem ser discutidos no parlamento outros diplomas.

Segundo o documento, a que a Lusa teve acesso esta sexta-feira, a iniciativa visa forçar “o agendamento para discussão e votação dos projetos de lei” apresentados por Bloco de Esquerda e PCP. Os bloquistas propõem o pagamento do suplemento de recuperação processual (recuperação dos processos pendentes) durante 14 meses e com retroativos a janeiro de 2021, enquanto os comunistas defendem o pagamento desse suplemento a 14 meses e a sua inclusão no ordenado.

“A sociedade contemporânea exige uma constante vigilância sobre as ações governamentais, especialmente quando se trata de decisões que afetam diretamente categorias profissionais. Neste contexto, é imprescindível que todos os oficiais de justiça se unam para apelar ao plenário da Assembleia da República para a discussão e votação”, lê-se no abaixo-assinado.

De acordo com os promotores da iniciativa, os dois diplomas são considerados “essenciais para o futuro profissional, já que o acordo firmado entre o governo e o Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) não responde adequadamente às expectativas, anseios e problemas que afetam a profissão”.

Entre as principais críticas ao acordo assinado em junho entre o Governo e o SFJ estão, segundo o abaixo-assinado, a “precariedade do acordo, com duração limitada”, “a desistência pela integração” do suplemento de recuperação processual no vencimento e o não pagamento desta verba com retroativos a janeiro de 2021.

“Os projetos de lei, da autoria dos grupos parlamentares do BE e do PCP, visam justamente corrigir as injustiças não contempladas no acordo firmado entre o governo e o SFJ”, referiram ainda os promotores, destacando que a “aprovação desses projetos de lei trará um impacto positivo e significativo para a profissão”.

Questionado pela Lusa sobre o abaixo-assinado, o presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ), Carlos Almeida, realçou que o SOJ não é o promotor do abaixo-assinado a circular pelos profissionais de todo o país, mas assegurou que o sindicato se revê no documento.

“Aquilo que dissemos é que, de facto, é importante que o parlamento também possa expressar a sua posição relativamente a projetos de lei que estão no parlamento para ser votados e recordar que o próprio PSD, no passado, teve um projeto de lei idêntico a esses que estarão a ser apreciados”, frisou.

Carlos Almeida enfatizou igualmente que esta ação não se enquadra em “movimentos inorgânicos” na classe dos oficiais de justiça, mas sim “no exercício pleno da democracia”.

O Governo alcançou no passado dia 5 de junho um acordo com o SFJ, que prevê a subida do suplemento de recuperação processual de 10% do salário pago em 11 meses para 13,5% do salário pago em 12 meses, com efeito a 1 de junho.

No entanto, o acordo não foi subscrito pelo SOJ, que já avançou com uma greve por tempo indeterminado e propôs ao Ministério da Justiça a subida de 13,5% para 15% do valor do suplemento de recuperação processual, exigindo ainda a integração deste valor no vencimento dos funcionários judiciais.

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Rendibilidade das empresas baixa pelo terceiro trimestre

Os três primeiros meses ano ficaram marcados por um reforço da autonomia financeira das empresas portuguesas, que atingiu os 44,5% no último trimestre, um máximo desde, pelo menos, 2006.

A rendibilidade das empresas portuguesas baixou pelo terceiro trimestre consecutivo no arranque do ano, num período marcado pelo agravamento dos custos de financiamento. Ainda assim, o peso da dívida caiu, o que permitiu melhorar a autonomia financeira para máximos históricos.

No final do primeiro trimestre, a rendibilidade das empresas — medida pelo rácio entra os resultados antes de amortizações, depreciações, juros e impostos e o total do ativo — foi de 8,8%, uma descida de 0,5 pontos percentuais em comparação com o mesmo período do ano passado. Desde o segundo trimestre de 2023, quando atingiu o valor recorde de 9,5%, que a rendibilidade das empresas tem vindo a descer.

Dois setores contrariaram a tendência no primeiro trimestre: a eletricidade, gás e água viram a rentabilidade subir 4,2 pontos percentuais para 12,9% e a construção registou um aumento de 0,2 pontos percentuais para 6,8%.

Por outro lado, enquanto as empresas privadas estão menos rentáveis (8,8%), no setor público observou-se uma melhoria de 1,8 pontos percentuais para 7,4%.

Ainda segundo o Banco de Portugal, os primeiros meses do ano ficaram marcados por um reforço da autonomia financeira das empresas, que atingiu os 44,5% no último trimestre, um máximo desde 2006 (início da série). A autonomia financeira de uma empresa mede-se pelo peso do capital próprio no total do ativo.

Os dados do supervisor mostram que as empresas reduziram os seus financiamentos para 27,1% do ativo.

“O aumento da autonomia financeira e a diminuição do peso dos financiamentos obtidos no total do ativo continuaram a refletir a conversão de empréstimos de empresas do grupo em capital observada no quarto trimestre de 2023. A redução dos financiamentos obtidos também reflete a redução continuada dos empréstimos contraídos junto do setor financeiro”, explica o Banco de Portugal.

No reforço da autonomia financeira aconteceu num período em que o custo dos financiamentos se agravou para 4,2%, em reflexo do ambiente de taxas de juro elevadas. Há seis trimestres que as empresas pagam mais pelos seus financiamentos.

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Revisão das carreiras de técnicos superiores de saúde e polícias municipais arranca este mês

Secretária de Estado comprometeu-se a atualizar a estrutura salarial dos técnicos de reinserção social, técnicos superiores de saúde, polícia municipais ou dos inspetores externos.

O Governo arranca ainda este mês com a revisão de algumas carreiras da Administração Pública como as de técnicos de reinserção social, polícias municipais e técnicos superiores de saúde, revelou esta sexta-feira o secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesap), José Abraão, à saída de uma reunião com a secretária de Estado da Administração Pública, a Marisa Garrido.

“Foi-nos dito que ainda no final deste mês haveremos de reunir para tratarmos de várias questões como a calendarização das carreiras não revistas nos termos do acordo plurianual que assinámos com o anterior Governo”, afirmou José Abraão.

Em causa está a atualização da estrutura salarial das carreiras de “técnicos profissionais de reinserção social, polícias municipais, técnicos superiores de saúde, administradores hospitalares e de inspetores externos”, detalhou. O acordo plurianual assinado entre o anterior Governo de António Costa e as federações sindicais afetas à UGT (Fesap e STE) – a Frente Comum, da CGTP, ficou de fora – previa que a revisão dessas carreiras ocorrer durante este ano para produzir efeitos em 2025.

As federações sindicais já foram convocadas para uma reunião a 9 de julho com a secretária de Estado da Gestão da Saúde, Cristina Vaz Tomé, com vista à revisão da carreira de técnico superior de saúde“, e outra a 15 de julho com a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, “para preparar o processo de revisão das carreiras de técnico superior de reeducação, técnico superior de reinserção social, técnico profissional de reinserção social e administração prisional”, adiantou o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), em comunicado.

Tal como no encontro da semana passada, o dirigente sindical reconheceu que o processo poderia derrapar. “A previsão era para rever as carreiras não revistas em 2024. Para chegarmos ao final do ano com essas carreiras revistas e, na eventualidade, de poderem entrar em vigor no dia 1 de janeiro de 2025, há aqui algum atraso. Mas cremos que há condições para recuperar tempo”, afirmou.

Por isso, a secretária de Estado da Administração Pública deverá indicar, no final deste mês, um calendário e um protocolo negocial. Por outro lado, esse encontro servirá para dar o pontapé de saída para as rondas negociais para o Orçamento do Estado para 2025. “Ficou o compromisso que reuniremos ainda este mês, antes das férias do verão, para quando chegarmos a setembro, ao processo de negociação geral anual, termos alguma previsibilidade sobre o que pode conter o Orçamento do Estado”, afirmou José Abraão.

A Fesap alertou ainda a secretária de Estado que “há funcionários públicos que sofreram um ou os dois períodos de congelamento”, de 2005 a 2007 e de 2011 a 2017, “que perderam pontos”. “Estes trabalhadores tiveram dois ou três pontos, mas só lhes foi atribuído uma por consequência do período de ajustamento financeiro”, revelou José Abraão. Por isso, a federação sindical questionou o Governo como iria “resolver esta matéria”, mas não foram dadas garantias de que o Executivo iria devolver esses pontos perdidos. “A secretária de Estado tomou nota, mas não ficou clara a sua posição”, afirmou.

A reunião desta sexta-feira serviu para finalizar o processo negocial em torno das portarias que faltavam para que o novo sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho na Administração Pública (SIADAP), que permite progredir com oito pontos em vez dos atuais 10, pudesse entrar em vigor ainda este ano e produzir efeitos a partir 1 de janeiro de 2025. Esses diplomas definem o quadro das competências que serão testadas e a nova plataforma eletrónica do SIADAP, que, “até ao fim do mês, deverá estar tratada para se poder implementar”, indicou o secretário-geral da Fesap.

Neste âmbito, José Abraão sinalizou que “há trabalhadores que ainda não estão avaliados no que diz respeito aos ciclos anteriores”, não podendo beneficiar do acelerador de progressões dirigido aos trabalhadores afetados pelos dois períodos de congelamento, e que, de forma pontual e excecional, possibilita avançar na carreira e, consequentemente, na estrutura remuneratória, com seis pontos.

Frente Comum e STE criticam conceitos “subjetivos” na avaliação dos funcionários públicos

O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), da UGT, espera ainda “melhorias” às portarias que definem as competências que serão avaliadas pelo novo SIADAP, afirmou Maria Helena Rodrigues.

“O STE fez uma análise crítica e sugere algumas melhorias para que se torne mais objetivo, para que deixe de ter conceitos subjetivos e, tornando-se mais objetivo, torna-se mais justo”, indicou a presidente do sindicato. E deu um exemplo: “Não se consegue perceber o que é uma postura confiante”.

Alinhando pelo mesmo diapasão, o coordenador da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (Frente Comum), Sebastião Santana, considera que “há uma questão muito perversa nisto”. Uma das competências que serão avaliadas, indica, é “garantir uma boa imagem dos serviços públicos”, revelou à saída da reunião com a secretária de Estado da Administração Pública.

“Então isto está apenas dependente dos trabalhadores? Os trabalhadores vão ser penalizados se não passarem uma boa imagem dos serviços públicos, quando os responsáveis pela degradação são os políticos que estão a promover estas medidas de avaliação? Isto é de uma injustiça atroz”, atirou.

O líder da Frente Comum, afeta a CGTP, sublinhou que “as competências valem 40% da nota de cada trabalhador“. Por isso, deixar na “esfera individual da opinião do avaliador” a avaliação de critérios tão subjetivos “é perverso”, reforçou.

A presidente do STE, Maria Helena Rodrigues, acredita, porém, que é possível “melhorar a portaria”, no entanto, reconhece que “este é um processo com alguma urgência por parte do Governo para que o SIADAP possa ser aplicado ainda em 2024”.

Sebastião Santana voltou a insistir na revogação do SIADAP por ser “um sistema injusto, porque tem quotas”. “Ninguém concordaria que um professor dissesse aos seus 20 alunos que apenas dois vão poder ter a menção máxima, independentemente das respostas que derem no teste”, exemplificou.

“Isto é de uma injustiça primária. Este sistema de avaliação não é reformável, é preciso criar de raiz outro que consiga tratar todos os trabalhadores da mesma maneira”, defendeu.

Apesar da oposição da Frente Comum, o novo SIADAP vai mesmo avançar este ano, com efeitos em 2025. O processo ficou concluído esta sexta-feira com a conclusão dos trabalhos entre Governo e sindicatos relativos às portarias que faltavam para regulamentar o sistema de avaliação.

“Foi hoje realizada a reunião suplementar, encerrando a negociação coletiva dedicada exclusivamente à finalização da nova metodologia do Sistema Integrado de Gestão e Avaliação de Desempenho da Administração Pública relativo a trabalhadores e dirigentes (SIADAP 2 e 3) com os principais sindicatos da Administração Pública”, segundo uma nota do Ministério das Finanças enviada às redações, no final dos encontros com Fesap, STE e Frente Comum.

No mesmo comunicado, a tutela explica que “a nova metodologia do SIADAP 2 e 3 assenta em duas componentes, uma relacionada com objetivos individuais, que decorrem do plano de atividades e objetivos do serviço, e outra, referente a competências e comportamentos dos dirigentes e trabalhadores, passando a assumir uma periodicidade anual”.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h23)

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China retalia contra tarifas de Bruxelas e avança na investigação às marcas europeias de brandy

  • Joana Abrantes Gomes
  • 5 Julho 2024

Pequim vai realizar uma audiência este mês sobre o inquérito iniciado em janeiro à indústria de brandy da UE, que investiga a venda de marcas na China abaixo dos preços de mercado.

Um dia depois de Bruxelas confirmar que vai avançar com a imposição de direitos de compensação provisórios sobre as importações de veículos elétricos chineses, Pequim anunciou esta sexta-feira novos desenvolvimentos na sua investigação “anti-dumping” à indústria de brandy da União Europeia (UE).

De acordo com a Reuters, o Ministério do Comércio chinês irá realizar uma audiência no dia 18 de julho para discutir a investigação em curso sobre as alegações de que os produtores europeus de brandy estão a vender as suas marcas na China abaixo dos preços de mercado.

A investigação em causa, lançada em janeiro, terá partido de uma queixa de uma associação de bebidas espirituosas do gigante asiático, tendo como principal alvo o conhaque francês, já que a França apoiou a Comissão Europeia quando esta decidiu investigar os subsídios de Pequim a veículos elétricos chineses, por ser um dos países mais expostos.

Mas a abertura de inquéritos pela China a importações europeias não se ficou pelo brandy. Recentemente, a administração do Presidente Xi Jinping avançou com uma investigação aos exportadores de carne de porco do bloco comunitário e, segundo a imprensa estatal chinesa, as próximas “vítimas” deverão ser os produtores de laticínios e os fabricantes de automóveis com motores de combustão.

Não obstante, Pequim afirmou que não quer uma nova guerra comercial e tem manifestado vontade de negociar com Bruxelas, apelando para que cancele as tarifas aduaneiras aplicadas aos veículos elétricos fabricados pelas chinesas BYD Auto (17,4%), Gelly (19,9%) e SAIC (37,6%).

A Comissão Europeia, por seu lado, disse que está em contacto permanente com as autoridades chinesas para encontrar uma solução que não dependa de restrições económicas.

Os direitos compensatórios, que são aplicados a partir desta sexta-feira, 5 de julho, são um tipo de tributação cobrada sobre bens importados para compensar os subsídios concedidos aos produtores desses bens no país exportador.

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Rishi Sunak demite-se depois de vitória esmagadora dos Trabalhistas. “Peço desculpa”

O primeiro-ministro do Reino Unido anunciou que se irá demitir do cargo e da liderança dos Conservadores depois do partido da oposição ter saído vencedor das eleições com maioria absoluta.

O primeiro-ministro britânico demitiu-se depois de os resultados das eleições no Reino Unido terem dado uma vitória esmagadora ao partido Trabalhista (Labour) que irá controlar a Câmara dos Comuns com uma super maioria, na próxima legislatura. Além de se demitir do cargo, Rishi Sunak anunciou que também abrirá mão da liderança do partido.

Gostaria de dizer, em primeiro lugar e acima de tudo, que lamento. Dei tudo por este trabalho, mas os eleitores enviaram um sinal claro de que o governo do Reino Unido tem de mudar e que o vosso é o único juízo que importa. Ouvi a vossa raiva, a vossa deceção. E assumo a responsabilidade por esta perda“, disse Rishi Sunak em Downing Street, naquela que foi a última declaração enquanto primeiro-ministro do Reino Unido. “Em breve irei ter com Sua Majestade o Rei para apresentar a minha demissão do cargo de primeiro-ministro do país”.

Sunak abandonou Downing Street acompanhado pela mulher. Nas ruas, encontram-se vários cidadãos que não evitaram apupar o ex-primeiro-ministro em demonstração do seu descontentamento.

Cerca de meia hora mais tarde, o Palácio de Buckingham confirmava a notícia:

O deputado Rishi Sunak teve uma audiência com o Rei esta manhã e apresentou a sua demissão do cargo de primeiro-ministro e primeiro lorde do Tesouro, que Sua Majestade aceitou com agrado“, lê-se no comunicado divulgado.

Os votos ainda estão a ser contados, mas os resultados são claros. Na próxima legislatura, os Trabalhistas vão ocupar 412 deputados na Câmara dos Comuns, mais 214 face às últimas eleições, garantindo assim uma super maioria absoluta.

Em sentido contrário, os Conservadores perderam 251 assentos para 121 — o pior resultado desde a formação do partido, avança a imprensa inglesa. Um desses lugares, foi o de Liz Truss, a ex-primeira-ministra. Já os Liberais Democratas conseguiram eleger 71 deputados, mais 63. A participação nestas eleições deverá rondar os 60%, uma das mais participadas de sempre.

“A todos os candidatos conservadores que trabalharam incansavelmente, mas sem sucesso, lamento que não tenhamos podido dar o merecido seguimento aos vossos esforços”, lamentou ainda o primeiro-ministro demissionário que agradeceu o “trabalho árduo” de todo o partido.

Na sequência deste resultado, demitir-me-ei do cargo de líder do partido, não imediatamente, mas assim que estiverem concluídas as disposições formais para a seleção do meu sucessor”, acrescentou, sublinhando ser “importante” que os Conservadores “se reconstrua” e se torne num partido da oposição.

Com uma vitória esmagadora dos Trabalhistas, Kier Starmer será o sucessor de Sunak no cargo de primeiro-ministro. “Desejo-lhe felicidades a ele e à sua família. Independentemente das nossas divergências nesta campanha, ele é um homem decente e de espírito público que eu respeito”, afirmou o agora ex-chefe de governo na sua declaração.

Liz Truss culpa Tories por não cumprirem legado

A ex-primeira ministra foi uma das candidatas pelos Conservadores que falhou a eleição desta quinta-feira. Liz Truss atribui a culpa da derrota aos próprios Conservadores que não fizeram o suficiente para “para assumir o legado” que lhes foi deixado durante os 14 anos em que o partido esteve no poder.

“Penso que o problema que enfrentámos enquanto Conservadores foi não termos cumprido suficientemente as prioridades das pessoas. E isso significa manter os impostos baixos, mas também, em particular, reduzir a imigração”, afirmou.

Recorde-se que Liz Truss sucedeu a Boris Johnson em Downing Street, mas apenas permaneceu no cargo por 50 dias.

Starmer promete “mudança”

Ao fim de 14 anos, a liderança dos Conservadores chegou ao fim. “Conseguimos”, felicitou Keir Starmer que será o próximo primeiro-ministro do Reino Unido.

“Fizeram campanha, lutaram, votaram e agora chegou a hora. A mudança começa agora. E sinto-me bem, tenho de ser honesto. Quatro anos e meio de trabalho a mudar o partido. É para isto que ele serve: um partido trabalhista mudado, pronto a servir o nosso país, pronto a devolver a Grã-Bretanha ao serviço dos trabalhadores“, afirmou o líder durante o discurso de vitória proferido durante a madrugada.

Para Starmer, os resultados eleitorais permitem “levantar um fardo que tem pesado sobre os ombros da nação”, anunciando que o Reino Unido pode “olhar de novo em frente e caminhar para a manhã, para um raio de sol de esperança, pálido no início, mas cada vez mais forte ao longo do dia, brilhando mais uma vez num país que, após 14 anos, tem a oportunidade de recuperar o seu futuro”.

Notícia atualizada às 11h41

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Entrada em bolsa da Vila dos Números conta com apoio da Pérez-Llorca

A equipa da Pérez-Llorca envolvida nesta operação foi liderada pelo sócio Manuel Cordeiro Ferreira, que contou com o apoio de Inês Dias Lopes e outros associados.

A sociedade de advogados Pérez-Llorca assessorou a Vila dos Números, Sociedade de Investimento e Gestão Imobiliária (SIGI), na seleção para negociação no Euronext Access Lisboa.

A equipa da Pérez-Llorca envolvida nesta operação foi liderada pelo sócio Manuel Cordeiro Ferreira, que contou com o apoio de Inês Dias Lopes e outros associados. Os sócios Susana Estêvão Gonçalves, Inês Palma Ramalho e Evo Fernandes prestaram ainda assessoria ao cliente em diversas matérias.

A Vila dos Números é uma SIGI com foco no mercado de reabilitação com a finalidade de arrendamento habitacional e turismo na grande Lisboa e no Algarve. Possui uma carteira de ativos em exploração no centro e sul de Portugal e encontra-se a desenvolver novos empreendimentos turísticos e residenciais no Algarve.

“Atualmente, e depois da conversão em SIGI, e respetivo aumento de capital social da empresa, a Vila dos Números já identificou várias propriedades imobiliárias que poderão ser incluídas na sua carteira de investimento muito brevemente“, explica o escritório em comunicado.

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Preços das casas sobem 5 vezes mais em Portugal do que a média da União Europeia

Apesar da subida expressiva dos preços da habitação em Portugal face à média europeia, os dados mais recentes mostram um abrandamento acentuado desta dinâmica.

Os preços das casas em Portugal continuam a subir mais que a média da Zona Euro e da União Europeia, mas a um ritmo cada vez mais lento, segundo dados divulgados esta sexta-feira pelo Eurostat.

No primeiro trimestre de 2024, o mercado nacional registou um crescimento homólogo de 7% mantendo-se bem acima da média de 1,4% dos países da União Europeia e longe da correção de 0,4% registada nos 20 Estados-membros da Zona Euro.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Apesar da subida expressiva dos preços em Portugal, o mercado imobiliário nacional mostra sinais de desaceleração.

  • A variação trimestral fixou-se em apenas 0,6%, um valor bem abaixo dos 1,3% registados no trimestre anterior.
  • E o crescimento homólogo de 7% registado no primeiro trimestre deste ano compara com uma taxa homóloga de 7,8% no último trimestre de 2023.

Este abrandamento sugere que o mercado pode estar a atingir um ponto de inflexão, depois de um período de fortes subidas.

No pódio europeu da valorização imobiliária no primeiro trimestre deste ano está a Polónia, que registou um crescimento homólogo dos preços de 18%, a Bulgária com 16% e a Lituânia com 9,9%.

Portugal figura no 7.º lugar deste ranking, mas é o quarto país com o maior aumento dos preços da Zona Euro, face ao primeiro trimestre de 2023. No extremo oposto da tabela surge o Luxemburgo com uma queda de 10,9%, seguido pela Alemanha (-5,7%) e França (-4,8%).

A dinâmica verificada pelo mercado nacional nos últimos anos pode ser atribuída a vários fatores, como a procura internacional sustentada, a escassez de oferta nas principais cidades e as políticas de atração de investimento estrangeiro.

No entanto, o abrandamento do ritmo de crescimento sugere que o mercado pode estar a aproximar-se de um ponto de viragem, refletindo uma possível estabilização após anos de forte valorização.

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Fullsix lança “laboratório” de inteligência artificial para marcas e agências. CEO explica a estratégia

O objetivo é o de "democratizar" o acesso das marcas e agências às potencialidades oferecidas pela inteligência artificial, desafiando-as a arriscar e criar "coisas novas, diferentes e interessantes".

Fullsix AI Lab”, é este o nome da nova aposta da Fullsix, agência digital do grupo Havas. Este “laboratório” funciona como uma unidade que se foca em inteligência artificial (IA) generativa, “numa lógica de repensar todo o processo de marketing e comunicação, para perceber, desde o briefing até à produção ou análise de dados, como se pode acrescentar valor”, explica Erik Lassche, CEO da agência, ao +M.

Neste sentido, o Fullsix AI Lab pode desempenhar três papéis, começando desde logo com o de “auditoria”, ou seja, desenvolvendo um processo de consulta para perceber qual é a estratégia da marca e como a IA pode acelerar ou melhorar essa estratégia. “Vemos quais são as áreas de atuação, qual podia ser o papel da IA, quais os eventuais riscos, aplicabilidades e investimento e desenhamos um plano”, detalha.

Já outra vertente de atuação, passa pela formação. Ou seja, “treinar as equipas de marketing, seja de clientes ou agências, na utilização de IA generativa em marketing e comunicação, de uma forma muito prática, com formações de um ou dois dias”.

Em terceiro lugar, este “laboratório” pretende ajudar as marcas a lançar conceitos criativos baseados numa utilização da IA. Embora apenas agora tenha sido oficializado, o Fullsix AI Lab e esta sua aplicabilidade já foram testados junto da marca McDonald’s, onde foi desenvolvida a ideia de se usar a IA para reconhecimento da expressão facial dos consumidores para, tendo por base o ‘mood’ detetado na pessoa, a marca oferecer um desconto personalizado.

Erik Lassche, CEO da Fullsix.

É, portanto, “trabalhar, em conjunto, soluções memoráveis, que usam IA de uma forma criativa para tentar resolver desafios específicos”, sintetiza Erik Lassche. A ideia passa por “desafiar as marcas a arriscar e experimentar coisas novas, a criar experiências interessantes e diferentes e a aumentar o engagement“, acrescenta.

Este passo, com esta nova aposta, foi dado pela agência depois de um período já decorrido de grande utilização e democratização de ferramentas de IA a nível interno. “Mudámos muito os nossos processos internos, e agora chegou o momento também de partilhar este know-how e transformá-lo em produtos e serviços. Está na altura certa. Estamos sempre a experimentar ferramentas e chegou a altura de lançar esta oferta ao mercado”, diz Erik Lassche.

Sentimos que havia muita necessidade, desconhecimento, ansiedade de como isto vai mudar e medo de se ficar para trás. Portanto faz sentido, com o seu background de experiência em digital e costumer experience, ser a Fullsix a ajudar marcas e empresas a aplicar a IA na sua cadeia de valor de comunicação.

Erik Lassche

CEO da Fullsix

“Também sentimos que havia muita necessidade, desconhecimento, ansiedade de como isto vai mudar e medo de se ficar para trás. Portanto faz sentido, com o seu background de experiência em digital e costumer experience, ser a Fullsix a ajudar marcas e empresas a aplicar a IA na sua cadeia de valor de comunicação”, acrescenta o CEO da agência.

O objetivo passa assim por “democratizar” o acesso das marcas e agências às potencialidades oferecidas pela inteligência artificial. “Isto não é apenas algo que as agências têm que usar. A IA permite um pouco a mudança do paradigma e ‘requestionar’ como se trabalha em conjunto com agências. E esta democratização é para todos”, entende Erik Lassche.

“A IA e a aplicação à criatividade não é apenas um tema das agências, é um tema que toca a todos e sentimos que para as equipas de marketing – e para os clientes também – este é um tema muito relevante. E tal como houve um aumento de qualidade e um ganho de eficiência aqui na Fullsix com a implementação deste tipo de ferramentas, nós também acreditamos que o mesmo se aplica nos clientes, se for pensado e executado”, afirma ainda.

Esta nova unidade da Fullsix conta com quatro pessoas a trabalhar a tempo inteiro. No entanto, a implementação das ideias, como aconteceu no caso da McDonald’s, é feita por toda a equipa da Fullsix. “A ideia é que o Fullsix AI Lab não produza tudo sozinho. Entra tudo na produção e capacidade da agência, numa lógica de sinergias”, diz Erik Lassche.

Mas estas quatro pessoas, dedicadas em full time ao projeto, “têm perfis e job descriptions, que se calhar há algum tempo não havia”, sublinha o responsável da agência. “Temos pessoas que olham para a criatividade, tecnologia e promp engineering, algo que há dois anos era impensável existir, mas que hoje em dia já existe. Portanto, nós próprios tivemos de redefinir funções e criar funções que não existiam. Mas isso também é interessante, e faz parte da Fullsix, estamos sempre a repensar e reimaginar o nosso negócio, porque esta revolução digital não para”.

A IA já vinha assim a ser bastante usada pela Fullsix a nível interno em diversas tarefas, como na produção audiovisual, área onde a agência conseguiu acelerar muito os tempos de produção, com a edição e legendagem automática de vídeos, por exemplo.

Mas a aplicabilidade da IA na agência estende-se também a outras áreas como à da criação de conteúdos visuais, preparação de planos de conteúdos, gestão de comentários nas redes sociais ou análise de dados, tendo sido possível “aumentar muito a qualidade média”, avança Erik Lassche.

Para isso são utilizadas “dezenas” de ferramentas, as quais estão também sempre a mudar. “Parte da função da equipa da Fullsix AI Lab é isto também – dentro desta avalanche de novidades e de ferramentas novas, baseadas em modelos diferentes, para aplicações específicas – ver, filtrar e analisar o que faz ou não sentido, e experimentar. Este knowledge, que ocupa bastante tempo, faz parte da equipa também”.

De forma a tornar possível a democratização desta tecnologia a nível interno, a Fullsix aposta no conceito de criação de “agentes” – aos quais chama “GPTs” – ou seja, uma espécie de aplicação que, dentro das ferramentas de inteligência artificial e baseadas em prompt engineering, tem uma utilização (use case) muito específica, o que permite a um profissional com menos experiência realizar tarefas mais complexas. É, no fundo, uma app de IA, que só desempenha determinada tarefa.

Eu não quero ter duas pessoas muito boas em utilizar IA na Fullsix. Eu quero que toda a gente aumente a qualidade média [do seu trabalho], usando estas ferramentas. É aí que está o truque. Aí isto ganha escala e conseguimos ter mudanças sistémicas e não só ter um ou dois experts. Preciso desses experts para mudar o paradigma e criar templates e aplicações para depois as outras pessoas também as poderem usar

Erik Lassche

CEO da Fullsix

“Isto requer algum know-how – não é tanto coding – para depois democratizar a utilização deste GPT, desta app. Nós não queremos formar 150 pessoas em escrever prompts corretos. Estamos a criar casos de aplicação concretos, em que as pessoas depois basicamente só têm de seguir as instruções. Se se escrever no ChatGPT que é preciso um briefing, ele não vai escrever um bom briefing. Cada agência tem o seu processo, cada cliente é um caso específico, portanto tem de se criar os ‘templates’ e é isso que fazemos”, explica o responsável.

Eu não quero ter duas pessoas muito boas em utilizar IA na Fullsix. Eu quero que toda a gente aumente a qualidade média [do seu trabalho], usando estas ferramentas. É aí que está o truque. Aí isto ganha escala e conseguimos ter mudanças sistémicas e não só ter um ou dois experts. Preciso desses experts para mudar o paradigma e criar templates e aplicações para depois as outras pessoas também as poderem usar”, diz também Erik Lassche.

A agência está também a utilizar a inteligência artificial para ajudar em termos de análise de focus groups. “O que se consegue fazer com a IA é que, em vez de se ter a informação sobre o target de forma estática, em documentos que normalmente ninguém lê, conseguimos transformar esses dados em personas numa experiência que é muito mais rica e viva”, explica o responsável.

“Pode-se usar a IA para tentar criar personas de raiz, mas não é esse o uso que damos. O que estamos a falar é, imaginando que temos uma marca que já tem os dados – que muitas vezes é o anexo do briefing que ninguém lê – conseguirmos criar um agente, uma minia pp, que representa aquela persona, numa forma de conversação”, refere.

Segundo o responsável, desta forma deixa-se de ter uma folha estática e passa a ser possível fazer perguntas e obter insights que não tinham sido pensados, assim como podem ser validadas ideias ou conceitos, de uma forma bastante rápida. “Não estou a dizer que vai substituir um focus group ou resarch profundo, mas enquanto quick insight é fantástico. Some data is better than no data, e aqui claramente é isto“, diz.

“Se me perguntarem se eu apostava tudo em lançar um novo produto, com estudos baseados em personas sintéticas, se calhar não, pode ser arriscado. Mas isto, em complemento ao dia-a-dia – e muitas vezes não há tempo ou dinheiro para fazer qualquer tipo de validação -, é uma solução muito melhor do que não fazer nada. É desta forma que devemos olhar para isto”, acrescenta.

“Se a nossa marca tem cinco targets principais ou cinco personas, em vez de isso estar num documento, está dentro desta conversa e toda a organização tem acesso e pode validar e testar conceitos ou ideias, de uma forma muito mais interessante e interativa para entender melhor quem é o cliente final e como ele pode reagir a certos tipos de iniciativas. É receber um feedback dinâmico”, refere ainda o responsável.

Quanto ao investimento feito pela agência nesta área tecnológica e nesta valência, Erik Lassche diz que é difícil quantificar, até porque o principal investimento está a ser feito em mão de obra, no acesso a software e em formação. Já o investimento em parcerias, como acontece com a Adobe, é feito ao nível do grupo Havas, o qual anunciou em Cannes que vai investir 400 milhões de euros em inteligência artificial e na sua plataforma de IA, denominada Converged.

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Procuradora que criticou MP em artigo de opinião ilibada em processo disciplinar

  • ADVOCATUS
  • 5 Julho 2024

Maria José Fernandes foi ilibada no processo disciplinar de que era alvo por ter escrito um artigo de opinião com duras críticas ao Ministério Público no seguimento da Operação Influencer.

A procuradora-geral adjunta Maria José Fernandes foi ilibada pelo Conselho Superior do Ministério Público no processo disciplinar de que era alvo por ter escrito um artigo de opinião com duras críticas ao Ministério Público no âmbito da Operação Influencer, avançou a CNN Portugal.

Maria José Fernandes estava acusada de três infrações – violação dos deveres de reserva, correção e lealdade -, mas o processo acabou agora por ser arquivado, prevalecendo o direito à liberdade de expressão da magistrada.

No artigo de opinião em causa, a magistrada defendeu que existe no Ministério Público quem entenda que “a investigação criminal pode ser uma extensão de poder”, denunciando situações de recolha de meios de prova por vezes “intrusivas e humilhantes”.

Entre as criticas, a procuradora-geral adjunta defendeu ainda que se permitiu a criação de “uma bruma de autossuficiência totalmente nefasta e contrária ao que deve ser a qualidade e a excelência desta profissão” na carreira de procurador. “Os desfechos de vários casos já julgados permitem extrair que há aspetos do trabalho dos procuradores de investigação a carecer de revisão e aprimoramento pelo exercício da autocrítica”, assinala.

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TELLES assessora Grupo NORS na venda da Auto-Sueco II Automóveis

A equipa multidisciplinar envolvida na operação foi liderada pelo managing partner Francisco Espregueira Mendes e pelo of counsel Nuno Marques da área de Corporate, Transacional e Private Equity.

A TELLES assessorou o Grupo NORS, um distribuidor mundial de soluções de transporte e equipamentos de construção, na venda de 100% da Auto-Sueco II Automóveis à Carclasse, do Grupo Névoa, e à JOP, do grupo Gocial.

A equipa multidisciplinar envolvida na operação foi liderada pelo managing partner Francisco Espregueira Mendes e pelo of counsel Nuno Marques da área de Corporate, Transacional e Private Equity.

Contou ainda com a colaboração de André Magalhães, associado da área de Corporate, Transacional e Private Equity, Sofia Pamplona, sócia da área de Trabalho e Segurança Social, Leyre Prieto e Joana Whyte, sócia coordenadora e associada da área de Europeu e Concorrência, e João Pedro Lucena, associado da equipa de Imobiliário, Construção e Urbanismo.

O Grupo NORS, é um grupo português, presente em 17 países, que atua nos setores da mobilidade e transportes, equipamentos de construção e agrícolas, distribuição e retalho aftermarket e soluções complementares. Conta com mais de 4.000 colaboradores e um volume de negócios superior a 2 mil milhões de euros.

Do lado do vendedor, a RSA assessorou a Carclasse. A equipa de advogados da firma foi liderada por João Côrte-Real, sócio responsável pela área de M&A, Societário e Comercial, e por Rui Moreira de Resende, sócio responsável pela área de Administrativo e Regulatório. A equipa contou ainda com o sócio João Subtil e os associados Tomás de Almeida Gregório e Joana Mata, sob a coordenação geral de António Raposo Subtil, sócio fundador da RSA.

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Uma Cultura de Saúde Mental nas Organizações: será a transformação real?

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  • 5 Julho 2024

A cultura de saúde mental nas empresas não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas também de saúde pública e económica que não pode ser ignorada. O papel dos líderes é, aqui, fundamental.

Nos últimos anos, tem ocorrido um reconhecimento crescente da importância da saúde mental no contexto do trabalho e as organizações estão cada vez mais conscientes da necessidade de cultivar um ambiente de trabalho que promova o bem-estar emocional e a saúde dos colaboradores. Estabelecer uma cultura de saúde mental no local de trabalho vai garantir o desenvolvimento pessoal e profissional de todos os colaboradores e das organizações.

Contudo, é fundamental reconhecer que essa preocupação nem sempre se traduz em práticas consolidadas e num compromisso genuíno com o bem-estar dos colaboradores. Por detrás das boas intenções, das declarações de compromisso e dos sinceros testemunhos, muitas organizações ainda enfrentam desafios significativos na criação de culturas verdadeiramente saudáveis, inclusivas e de suporte.

É comum encontrarmos organizações que adotam uma abordagem superficial em relação à saúde mental, implementando programas e políticas que parecem estar na “moda”, mas que, na prática, não abordam as questões mais profundas que afetam a saúde e o bem-estar das pessoas em contexto de trabalho. Embora os eventos esporádicos de bem-estar e as iniciativas de autocuidado possam ter uma reação positiva, são insuficientes para lidar com as pressões culturais, sistémicas – e, com um desenho do trabalho ineficaz, podem contribuir para a doença física, para o distress e, em última análise, para o burnout nas nossas organizações.

A falta de recursos e de suporte adequados é outro obstáculo comum na promoção da saúde no local de trabalho. Muitas organizações oferecem apenas serviços limitados de saúde mental, como sejam linhas diretas de apoio ou sessões de aconselhamento de curto prazo, que podem não ser suficientes para atender às necessidades dos colaboradores. Além disso, a cultura de cada organização pode desencorajar os próprios indivíduos a procurar ajuda, devido ao medo ou à insegurança que estão enraizados, criando uma barreira adicional para aqueles que enfrentam dificuldades e que mais necessitam de apoio.

É inegável reconhecer que a aplicação eficaz de uma cultura de saúde requer mais do que simplesmente adotar medidas superficiais. Envolve um compromisso genuíno da liderança na abordagem das questões estruturais que afetam o bem-estar, bem como a criação de um ambiente onde o apoio mútuo e a empatia são valorizados. Isso pode exigir mudanças significativas na cultura organizacional e na forma como o trabalho é estruturado e gerido. Os líderes desempenham um papel determinante na criação e na manutenção de uma cultura de suporte, modelando comportamentos saudáveis, promovendo a transparência e fornecendo recursos e suporte adequados.

Para efetuar uma verdadeira transformação na cultura de saúde mental no local de trabalho é essencial priorizar a segurança psicológica percecionada por todos, todos os dias. Os indivíduos precisam sentir-se seguros para expressar pensamentos, sentimentos e preocupações sem medo de represálias ou julgamentos. Quando os colaboradores podem ser autênticos, isso promove a confiança e a cooperação dentro da equipa, criando um ambiente propício para a criatividade, inovação e colaboração. A segurança psicológica também é fulcral para lidar com desafios e adversidades no trabalho, permitindo o apoio quando necessário e o trabalho em equipa na procura efetiva de soluções.

Além da segurança psicológica, a construção de uma comunidade solidária, de pertença, é um fator determinante para promover a saúde no local de trabalho. Os seres humanos são seres sociais por natureza e a qualidade da relação com os colegas e líderes desempenha um papel fundamental no nosso bem-estar, saúde e produtividade.

Uma cultura organizacional que valoriza a empatia, a compaixão e o apoio mútuo, cria um ambiente onde os indivíduos se sentem conectados e parte do todo, o que não apenas melhora a satisfação profissional, mas também reduz o stress e o burnout, contribuindo para uma força de trabalho mais saudável e resiliente.

Para além disso, é crucial investir em recursos e políticas de apoio que vão além das medidas superficiais. Isso inclui programas estruturados de saúde mental e de capacitação de todos em resiliência, inclusão, proatividade – e de flexibilidade no local de trabalho.

No entanto, apesar dos avanços significativos, ainda há muito a fazer para garantir que a saúde seja uma prioridade no local de trabalho. Muitos colaboradores ainda enfrentam estigma e discriminação quando se trata de questões de saúde mental, e muitas empresas ainda não reconhecem totalmente a importância de investir no bem-estar emocional dos colaboradores através de intervenções na própria cultura de trabalho. Além disso, as pressões do mundo atual, como prazos e metas irrealistas, elevado ritmo de trabalho e a constante conectividade digital, podem contribuir para o aumento do turnover, stress ocupacional e síndrome de burnout.

É, portanto, necessário que as organizações continuem a avançar na criação de culturas organizacionais que priorizem a saúde mental – uma real cultura de saúde. Isso requer um compromisso contínuo de todos os níveis da organização e uma atuação focada na prevenção, na mitigação de riscos e na regeneração. Ao promover a segurança psicológica, construindo comunidades e investindo em recursos e políticas de suporte, as organizações podem não apenas melhorar a saúde e o bem-estar dos seus colaboradores, mas também garantir a realização plena do seu potencial humano e promover um ambiente de trabalho mais produtivo, inovador e sustentável a longo prazo.

Assim, a existência de uma cultura de saúde mental no local de trabalho não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas também uma questão de saúde pública e económica que não pode mais ser ignorada.

Na MindAlliance Portugal, acreditamos nesta real cultura de saúde que os nossos membros tentam implementar no seu dia-a-dia, a todos os níveis da organização. É com satisfação que vemos a Accenture Portugal, a Critical Software, a Ageas, os CTT, a Vieira de Almeida, o Novo Banco, a Multicare, a Fidelidade, o BAI Europa, o Santander, a Linklaters, a AstraZebneca e a JLM&A darem passos seguros nesta direção com a nossa ajuda, criando um verdadeiro ecossistema à volta da saúde mental no local de trabalho. É também com muita satisfação que recebemos agora o ECO como o mais recente membro da nossa organização. Temos as portas abertas para que outros se juntem a nós.

Vamos a isso, pela Saúde Mental de todos.

Liliana Dias, Membro do Conselho de Especialidade de Psicologia do Trabalho, Social e das Organizações da Ordem dos Psicólogos Portugueses e Raquel Sampaio, Diretora Executiva da MindAlliance Portugal

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Qualificações dos jovens não estão a ter o efeito de elevador social esperado

  • Lusa
  • 5 Julho 2024

Estudo do ISCTE revela que o maior acesso a diplomas "não quebrou a reprodução da situação social de origem” e que as mulheres ganham menos do que os homens à entrada no mercado laboral.

O mercado de trabalho está a agravar as desigualdades sociais entre os jovens, revela um estudo divulgado esta sexta-feira, no qual se alerta que o aumento das qualificações não está a ter o efeito de elevador social esperado.

O que mais inquieta neste estudo é que evidencia uma desigualdade estrutural entre os jovens, sugerindo que se distinguem no mercado de trabalho consoante a sua condição de classe“, defende o investigador do ISCTE Renato Miguel do Carmo, que coordenou o trabalho.

É a partir da condição social que os jovens “experimentam distintamente” o mundo do trabalho e a exposição a “graus variáveis” de desemprego, desproteção social e precariedade laboral.

As habilitações literárias dos pais são atributos, não só geradores de diferenciação social, mas produtores de fortes níveis de desigualdade entre os jovens“, refere um documento de apresentação do estudo “Os Jovens e o Trabalho em Portugal – Desigualdades, (Des)Proteção e Futuro”.

A maioria dos jovens de famílias com menos recursos, sobretudo do interior do país, fica limitada a “trabalhos mal pagos e a empregos mais precários”, o que faz com que fiquem mais tempo dependentes da família e dos amigos.

Renato Miguel do Carmo, coordenador do Observatório das Desigualdades, nota que o maior acesso a diplomas “não quebrou a reprodução da situação social de origem”.

O inquérito desenvolvido por uma equipa de investigadores permitiu identificar um elevado número de jovens (63%) que atravessou períodos de desemprego sem qualquer proteção social ou resposta institucional.

Os resultados deram origem a um livro, a publicar na próxima semana, no qual são propostas duas linhas políticas para atacar os problemas: “alargar o Estado social a esta franja da população” e aumentar os salários e a proteção social no emprego.

Além da origem social, também o género marca a entrada no mercado de trabalho, com as mulheres a ganharem “significativamente menos do que os homens”, o que leva a que muitas tenham necessidade de ter mais do que um emprego. Em regra, segundo os investigadores, um licenciado ganha mais do que uma mulher com mestrado ou doutoramento.

“O mercado de trabalho vinca a desigualdade de género que se vive em Portugal, premiando com salários mais elevados os homens, inclusive quando comparados com mulheres com o mesmo nível de escolaridade”, destaca Inês Tavares, investigadora do ISCTE e coautora do livro, citada em comunicado.

Em termos gerais, os inquiridos enquadrados no perfil “integrados e protegidos” residem maioritariamente na Área Metropolitana de Lisboa (58%). “Cada área territorial vai perdendo o seu peso à medida que se afasta dos territórios mais urbanos e se aproxima dos mais periféricos”.

Para a investigadora, as disparidades salariais e as assimetrias contratuais e de proteção social que o mercado de trabalho português está a produzir “contribuem para o aumento e reprodução das várias desigualdades sociais”.

Em declarações à agência Lusa, o coordenador do estudo destacou que muitos jovens, para terem um nível de rendimento razoável, têm de “recorrer a várias atividades” e que são ainda “muito marcantes” as desigualdades de género, mesmo entre as gerações mais jovens.

Uma maioria dos jovens que estiveram no desemprego, não recebeu subsídio de desemprego. Há aqui uma necessidade de uma resposta política“, acrescentou, considerando que os mais jovens são os que mais têm sofrido com as crises.

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