Sabseg lança ferramenta digital que calcula pegada de carbono individual

  • ECO Seguros
  • 22 Abril 2025

Após preencher o questionário, o utilizador recebe um diagnóstico detalhado da sua pegada ecológica, uma comparação com a média nacional e global, e sugestões práticas para reduzir o seu impacto.

A Sabseg anunciou esta terça-feira o lançamento de uma ferramenta digital gratuita que permite calcular a pegada de carbono individual. A ferramenta foi desenvolvida em parceria com a Get2C.

Rui Romeiro, Diretor Geral de Marketing e Comunicação da SABSEG: “Ao disponibilizarmos esta ferramenta de utilização muito intuitiva, estamos a dar o nosso contributo para incentivar uma reflexão coletiva sobre as nossas decisões quotidianas e o seu impacto a longo prazo”

Segundo o comunicado da corretora, a iniciativa “reforça o compromisso estratégico da Sabseg em contribuir para um futuro mais sustentável e consciente” em linha com o Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, especialmente com o ODS 13 – Ação Climática, demonstrando o seu papel ativo e responsável na promoção da sustentabilidade e proteção ambiental.

A nova ferramenta, disponível no site da corretora, proporciona uma “experiência interativa e pedagógica” através de um questionário que abrange quatro áreas, nomeadamente, transportes, alimentação, energia e resíduos. Após o preenchimento do questionário, os utilizadores recebem um diagnóstico detalhado da sua pegada ecológica, uma comparação com a média nacional e global, e sugestões práticas para reduzir o seu impacto.

“No nosso papel, enquanto corretor de seguros líder em Portugal, temos a responsabilidade de antecipar riscos, protegendo pessoas e organizações. Hoje, um dos riscos mais críticos é o ambiental. Com esta ferramenta, damos um passo claro e concreto no sentido de mobilizar cidadãos e empresas para práticas mais responsáveis, contribuindo para a prevenção e redução dos riscos ambientais que já enfrentamos” afirma Carlos Martins, chief operating officer da Sabseg.

A plataforma está disponível em duas versões: uma para os particulares e outra para as empresas de forma a “responder às necessidades de diferentes públicos”.

A versão para os particulares permite ao público em geral calcular a sua pegada ecológica “e receber recomendações práticas e personalizadas sobre como reduzir o seu impacto ambiental”.

Já a outra versão é destinada ao tecido empresarial e “pode servir como referência para ações internas e externas de sustentabilidade, programas ESG e campanhas de sensibilização ambiental corporativa. Desta forma, as organizações podem incentivar os seus colaboradores e parceiros a adotarem, no seu dia a dia, práticas mais sustentáveis e conscientes”, lê-se no comunicado.

“Mais do que proteger bens e património, a nossa visão passa por criar valor partilhado e sustentável. Ao disponibilizarmos esta ferramenta de utilização muito intuitiva, estamos a dar o nosso contributo para incentivar uma reflexão coletiva sobre as nossas decisões quotidianas e o seu impacto a longo prazo” sublinha Rui Romeiro, diretor-geral de marketing e comunicação da SABSEG.

A corretora tem vindo a investir em ferramentas digitais que podem ser utilizadas pelo público disponíveis no site. Este ano lançou uma ferramenta que identifica os principais riscos que as empresas enfrentam e, antes, um novo assistente virtual .

A Sabseg é uma das maiores corretoras de seguros a nível nacional com um volume de negócios superior a 42 milhões de euros em 2023, valor 15% superior ao registado no ano anterior.

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“Mais do que tarifas de Trump”, metalúrgicas estão preocupadas com resposta da União Europeia

Representantes dos setores da metalurgia, tecnologia e vestuário demonstraram esta terça-feira a sua preocupação com a guerra comercial e defenderam uma redução da carga fiscal sobre as empresas.

Empresários representantes dos setores da metalurgia, tecnologia (centros de dados) e vestuário demonstraram esta terça-feira a sua preocupação com a guerra comercial e defenderam uma redução dos custos do trabalho e da carga fiscal sobre as empresas para estimular o investimento e a produtividade.

O vice-presidente executivo da AIMMAP – Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal mostrou-se especialmente temeroso em relação à resposta da União Europeia (UE) à subida das taxas alfandegárias dos Estados Unidos (UE) às importações. “Mais do que preocupados com as tarifas de Trump, estamos preocupados com as tarifas da UE”, referiu Rafael Campos Pereira, numa intervenção durante a 8.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO no CCB – Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

A declaração surge num momento em que decorre a suspensão de 90 dias das tarifas retaliatórias aos produtos dos Estados Unidos por parte de Bruxelas, após a Casa Branca ter anunciado uma pausa temporária nas tarifas. Para o dirigente da AIMMAP, as tarifas anunciadas por Donald Trump são uma “grande preocupação”, mas também a concorrência que virá da China, que “vai precisar de fazer escoar os seus produtos e inundar a Europa”.

Rafael Campos Pereira, Vice-Presidente Executivo da AIMMAP, na conferência Fábrica 2030Hugo Amaral/ECO

Rafael Campos Pereira considera que a atenção também deve estar virada para a segunda maior economia do mundo, até porque “a Europa está muito preocupada com impor tarifas à importação de matérias-primas, mas ao mesmo tempo não há tarifas aos produtos transformados”. “Ou seja, não protege os transformadores de aço e alumínio”, explicou o também vice-presidente do Conselho Geral da CIP – Confederação Empresarial de Portugal e conselheiro do CES – Conselho Económico e Social, numa referência aos setores do automóvel, ferrovia e aeronáutica.

Por sua vez, o presidente da Anivec – Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção e CEO da Calvelex admitiu que as empresas do setor têxtil estão “muito apreensivas” com esta política protecionista da administração Trump e espera que a UE consiga negociar com a contraparte norte-americana no sentido de obter um desfecho positivo.

César Araújo, Presidente da Anivec, na conferência Fábrica 2030Hugo Amaral/ECO

“Já tínhamos taxas aduaneiras de 17%. Agora com tarifas [recíprocas] de 10%, temos 27%. O cliente não consegue refletir as tarifas no consumidor final. E, se forem à falência, deixamos de ter encomendas”, lamentou César Araújo. Na sua opinião, Bruxelas não deve entrar já em retaliação. Porém, “se em 90 dias os EUA insistirem nisso, não nos devemos pôr de joelhos”. Face à avalanche de produtos têxteis chineses que se antecipa, a UE tem de estar atenta “e regular as entradas para não colapsar a economia europeia”, defendeu o presidente da Anivec.

O presidente da Portugal DC – Associação Portuguesa de Centro de Dados revelou que está a encetar esforços para reverter a decisão dos Estados Unidos de colocarem Portugal entre os países com restrições aos chips norte-americanos.

“Estamos a tentar reverter esta classificação de Portugal como país Tier 2. Já estivemos em reuniões com o Ministério da Economia e em breve teremos com a embaixada dos Estados Unidos. Há países que passaram a situação on hold“, disse Luís Pedro Duarte.

“Já tinha sido anunciado pelos EUA, antes das tarifas, a classificação do mundo em três Tiers sobre quem tem acesso ao fabricante norte-americano de chips Nvidia. Portugal foi dos poucos países da Europa com a classificação 2. Tem efeitos nefastos para o investimento“, explicou o especialista em data centers.

Luís Pedro Duarte, Portugal DC, na conferência Fábrica 2030Hugo Amaral/ECO

Luís Pedro Duarte esclareceu que, enquanto Portugal não sair “desta zona cinzenta, ficará “para trás”, o que é prejudicial, até porque existem recursos nacionais de valor para este setor, nomeadamente a localização estratégica através dos cabos submarinos, que ligam o país a todos os continentes.

“Não é por ter fundos americanos que deixam de ser travados por esta restrição”, alertou o líder da Portugal DC, numa referência indireta à Start Campus, que tem em mãos um investimento de milhares de milhões em Sines com capital da Davidson Kempner.

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António Mota deixa vice-presidência da Mota-Engil. Conselho de administração reduzido para 15 membros

Renúncia do histórico empresário, que assumiu a presidência da Mota-Engil entre 1995 e 2023, apresentada esta terça-feira. Quatro vogais estão também de saída, entrando apenas o chinês Li Guangming.

8ª edição da conferência anual do ECO "Fábrica 2030"
Carlos Mota Santos e António MotaHugo Amaral/ECO

António Mota vai deixar o cargo de vice-presidente do conselho de administração da Mota-Engil. A informação consta de um comunicado da construtora enviado esta terça-feira à CMVM relativo à convocatória para a assembleia-geral de acionistas, agendada para 15 de maio.

A renúncia do histórico empresário nortenho, que assumiu a presidência da Mota-Engil entre 1995 e janeiro de 2023, quando entregou a liderança ao sobrinho Carlos Mota Santos, foi apresentada esta terça-feira numa carta dirigida ao presidente do conselho de administração.

Além de António Mota, estão igualmente de saída dos cargos de vogais Ana Paulo Sá Ribeiro, Vai Tac Leong, Feng Tian e João Pedro Parreira. Em sentido contrário, os acionistas vão votar no próximo mês a entrada do chinês Li Guangming na administração para o mandato em curso, que termina em 2026.

Com formação em Contabilidade/Engenharia no departamento de Finanças e Economia do Changsha Jiaotong College e um mestrado em Engenharia de Transportes na Universidade de Hohai, a empresa destaca no percurso profissional de Li Guangming a direção-geral do departamento financeiro da CCCC Malaysia East Coast Railway Project.

Há um ano, o board tinha sido alargado de 17 para 19 elementos, com a entrada da advogada ruandesa Clare Akamanzi e de Guangsheng Peng, chairman e presidente da CCCC Overseas Treasury Management. Agora, com estas cinco saídas e apenas uma entrada, baixa para 15 o número de administradores até ao final do mandato.

Com estas mudanças a meio do mandato, o board passa a ter apenas dois vice-presidentes: Gonçalo Moura Martins (ex-CEO) e Jingchun Wang. No lote de vogais destacam-se nomes como os de Manuel Mota e José Carlos Nogueira, assim como dos independentes Francisco Seixas da Costa, Isabel Vaz, Sofia Salgado Cerveira Pinto e Paulo Portas.

Em 2024, a Mota-Engil registou o melhor resultado de sempre. O lucro da construtora subiu para 123 milhões de euros, mais 8% do que no ano anterior, e levou a empresa a rever em alta os objetivos para os próximos cinco anos. O conselho de administração propõe um dividendo de 0,1497 euros por ação.

“Derrota monumental” por não ter obra em Espanha

António Manuel Queirós Vasconcelos da Mota nasceu em 1954 em Amarante, em criança sonhava ser bombeiro, polícia e engenheiro, mas acabou por tornar-se empresário. Licenciou-se em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e iniciou a sua carreira em 1976 como estagiário na Mota & Companhia, exercendo atividade em diversas direções operacionais da empresa.

Em 1981 assumiu a direção geral da Mota & Companhia e em 1995 sucedeu ao pai ao assumir a presidência da empresa fundada em 1946. António Mota foi considerado o líder e promotor de uma estratégia de internacionalização que elevou a Mota-Engil a tornar-se uma das 25 maiores construtoras europeias.

Após a fusão dos grupos Mota e Engil, no ano de 2000, assumiu a presidência da Mota-Engil SGPS, cargo que exerceu até janeiro de 2023. Em dezembro, António Mota foi distinguido com o prémio Lifetime Achievement na conferência Fábrica 2030. O galardão, entregue pelo ECO, pretende distinguir os empresários que assumem riscos, criam valor e contribuem para o crescimento económico e prosperidade do país.

Nessa altura, confessou ter “uma derrota monumental na vida”, que foi “nunca [ter] conseguido entrar” em Espanha. “Na construção, trabalhamos na África toda, mas nunca estivemos em Espanha. (…) Temos de arranjar forma de irmos para lá ou eles não virem para cá”, referiu o empresário, no discurso proferido na Alfândega do Porto.

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FMI prevê excedente de 0,5% do PIB este ano. Governo diz que mostra “solidez da trajetória orçamental”

Fundo prevê que Portugal alcance um excedente orçamental de 0,5% do PIB este ano e de 0,1% em 2026. Um cenário que o Ministério das Finanças considera que mostra "a solidez da trajetória orçamental".

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que Portugal alcance um excedente orçamental de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e de 0,1% em 2026, de acordo com a base de dados subjacente às previsões económicas de primavera e atualizada esta terça-feira. Um cenário que o Ministério das Finanças considera que mostra “a solidez da trajetória orçamental”.

A instituição liderada por Kristalina Georgieva publica na quarta-feira o relatório de análise orçamental, mas a base de dados já indica que o Fundo estima também a continuação da redução do rácio da dívida pública face ao PIB.

O Ministério das Finanças destaca que a projeção do excedente previsto pelo FMI para este ano é “superior ao saldo orçamental de 0,3% do PIB previsto pelo Governo no Plano Orçamental de Médio Prazo”, que é também o que a AD – Coligação PSD/CDS utiliza no seu cenário macroeconómico e orçamental. Para 2026, o excedente está em linha com o projetado pelo Terreiro do Paço.

A previsão do FMI surge numa altura em que o Governo tem sido questionado sobre as previsões para o saldo orçamental do próximo ano. O Conselho das Finanças Públicas e o Banco de Portugal apontam para um défice de 1% do PIB em 2026, com a instituição liderada por Mário Centeno já estima um défice de 0,1% este ano.

“O FMI projeta assim que as contas públicas manterão um ligeiro excedente orçamental, sendo que entre 2027 e 2030 a previsão é de um superávite de 0,1% PIB. Este resultado decorre sobretudo da redução da despesa pública em percentagem do PIB a partir de 2026, terminado que estará o efeito do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]”, destaca o Ministério tutelado por Joaquim Miranda Sarmento em comunicado divulgado esta tarde.

O Ministério realça que o cenário do FMI para Portugal surge face às projeções de “agravamento dos défices em diversos países
europeus, nomeadamente na Zona Euro”.

A instituição de Bretton Woods prevê ainda que o rácio da dívida pública se reduza de 94,9% registada em 2024 para 92%do PIB em 2025, voltando a cair para 88% em 2026 e aproximando-se de 75% no final da década.

Para as Finanças, as “previsões mostram a solidez da trajetória orçamental, de manutenção do equilíbrio orçamental (nominal e estrutural) e da continuada redução da dívida pública”.

Na atualização das previsões económicas, o FMI cortou o crescimento da economia portuguesa para 2% este ano e 1,7% em 2026, menos três décimas face ao relatório de outubro. O maior pessimismo é transversal à economia mundial e à Zona Euro, refletindo o impacto da elevada incerteza provocada pela guerra comercial.

(Notícia atualizada às 16h09)

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Senhorios com rendas antigas esperam mais de sete meses por compensação, critica Provedoria da Justiça

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

A Provedoria da Justiça alerta que os pagamentos das compensações tem “um atraso que ascendia, em fevereiro de 2025, a mais de sete meses”, quando a lei aponta para 30 dias.

A Provedoria de Justiça alertou esta terça-feira para falhas no regime de compensação aos senhorios com contratos anteriores a 1990, como pagamentos com atraso superior a sete meses, e pediu ao Governo celeridade na sua correção.

“No que se refere ao acesso à compensação e morosidade no respetivo pagamento, foram identificadas quer falhas de conceção quer problemas no tratamento digital”, lê-se num ofício enviado pela Provedoria de Justiça à secretária de Estado da Habitação, Patrícia Gonçalves Costa, enviado também à comunicação social.

No texto assinado pela provedora-adjunta, Estrela Chaby, a entidade alerta que têm vindo a ser efetuados pagamentos das compensações com “um atraso que ascendia, em fevereiro de 2025, a mais de sete meses”, sendo que, de acordo com a lei, o prazo de decisão é de 30 dias a contar da data da receção do pedido.

Entre as principais preocupações identificadas a partir de queixas, que a Provedoria de Justiça diz ter vindo a receber “num número crescente”, estão também as dificuldades de acesso a este regime, a natureza exclusivamente digital do procedimento, a ausência de canais eficazes de apoio aos candidatos e a inexistência de previsão legal para o pagamento de juros indemnizatórios pela demora no processamento das compensações.

“A Provedoria alerta para o facto de o acesso exclusivamente digital não decorrer da lei e constituir uma barreira real ao apoio, sobretudo para os senhorios mais idosos e com menores competências digitais”, destacou.

Assim, a entidade solicitou à secretária de Estado da Habitação uma intervenção célere que permita corrigir as falhas detetadas e propôs, em concreto, a criação urgente de alternativas ao acesso exclusivamente digital e a introdução de uma norma que garanta o pagamento de juros nos casos em que o Estado não cumpra os prazos legais por si estabelecidos.

No âmbito da apreciação, na especialidade, da proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), em novembro, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, disse que o processo de atribuição de um apoio aos senhorios com rendas antigas ia ser alterado para o agilizar, considerando que o modelo em vigor era “dantesco e moroso”.

Segundo o ministro, até então tinham sido submetidas ao Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) cerca de quatro mil candidaturas, um número “risível” face às cerca de 120 mil rendas antigas. O ministro referiu ainda os cerca de 21 mil senhorios que pediram o comprovativo que permite atestar que se trata de um contrato antigo junto da AT “o que mostra que o processo afunila na AT”, equacionando-se, por isso, a eliminação deste comprovativo, até porque há outras formas de perceber se o contrato é anterior a 1990.

No ofício, a Provedoria de Justiça apontou que “não houve auscultação das entidades envolvidas – neste caso, o IHRU e a AT – previamente à aprovação da lei, designadamente para aquilatar da suficiência e adequação dos recursos existentes para a tarefa prevista”. A atribuição de uma compensação aos senhorios com rendas anteriores a 1990 e que não transitaram para o Novo Regime do Arrendamento Urbano está enquadrada no decreto-lei que entrou em vigor no final do ano passado.

As candidaturas a esta compensação arrancaram no início de julho – devendo as mesmas ser feitas no portal da Habitação -, tendo de ser acompanhadas de vários documentos, nomeadamente comprovativos do registo do contrato de arrendamento junto da Autoridade Tributária e Aduaneira, do pedido de isenção do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) – cujo pedido é feito no Portal das Finanças -, do recibo de rendas eletrónico ou do Modelo 44 (para que não passa recibos eletrónicos) e ainda da caderneta predial urbana que ateste o VPT à data de 28 de dezembro de 2023.

O apoio aos senhorios corresponde a uma compensação equivalente à diferença entre o valor da renda e 1/15 do valor patrimonial tributário (VPT) da casa.

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Tarifas. Risco de recessão na economia dos EUA subiu de 25% para 40%

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

O FMI estima que "o crescimento nos Estados Unidos abrande para 1,8%", um valor 0,9 pontos percentuais inferior "ao projetado na atualização de janeiro de 2025", devido à maior incerteza política.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) indicou esta terça-feira que o risco de recessão para a economia dos EUA subiu dos 25% previstos em outubro para 40% neste momento, devido à guerra comercial lançada pelo Presidente Donald Trump.

“Não vemos uma recessão na nossa previsão, mas a probabilidade de uma recessão aumentou de 25% em outubro para cerca de 40%”, disse o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, no lançamento do World Economic Outlook (WEO), citado pela Efe.

O FMI estima que “o crescimento nos Estados Unidos abrande para 1,8%”, um valor 0,9 pontos percentuais inferior “ao projetado na atualização de janeiro de 2025 do WEO, devido à maior incerteza política, às tensões comerciais e à menor dinâmica da procura”, de acordo com o WEO.

“Não se trata de uma recessão”, garantiu, justificando que há uma economia norte-americana que, na opinião da entidade, “está a vir de uma posição de força”, disse Gourinchas, não sem antes advertir que tanto os gastos dos consumidores como a confiança dos consumidores estão em baixa no país.

Este WEO é o primeiro a incorporar o potencial impacto das tarifas de Trump nos parceiros comerciais, e na sua apresentação ficou claro que todos os países foram afetados negativamente. O FMI reviu em baixa as suas previsões para o crescimento da economia mundial, para 2,8% este ano, face aos 3,3% que apontou em janeiro. Para 2026, o FMI estima um crescimento de 3%, inferior aos 3,3% que também estimava em janeiro.

“As perspetivas de crescimento poderiam melhorar imediatamente se os países abrandassem a sua atual posição comercial e promovessem um novo ambiente comercial, claro e estável. A economia mundial precisa de um ambiente comercial claro, estável e previsível”, concluiu o economista.

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Riscos para a estabilidade financeira mundial “aumentaram significativamente”, afirma FMI

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

FMI identifica “três vulnerabilidades”, entre as quais a possibilidade de algumas instituições financeiras poderem ficar “sob pressão em mercados voláteis, especialmente as altamente alavancadas”.

Os riscos para a estabilidade financeira mundial “aumentaram significativamente” com a “elevada volatilidade” que se seguiu ao anúncio de tarifas pelo Presidente dos EUA, disse esta terça-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).

No Relatório sobre a Estabilidade Financeira Mundial, a instituição alertou para a “forte reavaliação dos ativos de risco” que se seguiu a “uma série de anúncios de tarifas por parte dos Estados Unidos desde fevereiro e acelerou após a divulgação, em 2 de abril, de planos para tarifas mais elevadas do que o previsto”.

Segundo o Fundo, “a volatilidade dos mercados financeiros nos mercados de ações, divisas e obrigações aumentou acentuadamente”, sendo que a “reação de outros países aumentou ainda mais as incertezas”.

Assim, e “face à elevada volatilidade dos preços dos ativos, o presente Relatório sobre a Estabilidade Financeira Mundial avalia que os riscos para a estabilidade financeira mundial aumentaram significativamente, principalmente devido a uma maior restritividade das condições financeiras mundiais”. O FMI justifica esta avaliação com a identificação de “três vulnerabilidades” futuras que considera “chave”.

Primeiro, alertou, “apesar da recente turbulência nos mercados, as valorizações permanecem elevadas em alguns segmentos chave dos mercados de ações e obrigações de empresas, o que significa que os reajustamentos das valorizações poderão ir mais longe se as perspetivas se deteriorarem”.

O Fundo acrescentou que “as oscilações negativas dos preços dos ativos podem ter um impacto significativo nos mercados emergentes”. A segunda vulnerabilidade passa pela possibilidade de algumas instituições financeiras poderem ficar “sob pressão em mercados voláteis, especialmente as altamente alavancadas”.

Por fim, avisou o FMI, poderá haver ainda mais turbulência “sobre os mercados de obrigações soberanas, especialmente em jurisdições onde os níveis de dívida pública são elevados”, acrescentando que “de um modo geral, as preocupações dos investidores com a sustentabilidade da dívida pública e outras fragilidades do setor financeiro podem agravar-se”.

O Fundo disse ainda que “o aumento da incerteza política pode também afetar as empresas e as famílias”.

O FMI recomendou ainda políticas para gerir este contexto, apontando um “conjunto de instrumentos para atenuar os riscos para a estabilidade financeira” que “inclui políticas para as infraestruturas de mercado e as bolsas que asseguram o funcionamento do mercado, a supervisão prudencial e a regulamentação das instituições financeiras, bem como a liquidez de emergência e os instrumentos de resolução de crises”.

Para a organização, a “atenuação das vulnerabilidades financeiras e a preparação para a gestão de crises são fundamentais para conter o potencial impacto negativo da evolução do setor financeiro nos resultados macroeconómicos”, lembrando que “a história tem demonstrado repetidamente que as crises financeiras acarretam custos macroeconómicos negativos significativos e persistentes”.

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Matosinhos leva informação em tempo real a 50 paragens de transportes

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

Passageiros de transportes públicos poderão saber horários e quanto tempo falta para chegada do próximo veículo.

A Câmara de Matosinhos lançou nesta terça-feira um concurso público de 292,5 mil euros para instalar informação digital em 50 paragens de transporte público, incluindo horários em tempo real. De acordo com um anúncio publicado em Diário da República (DR), em causa está um concurso público de 292,5 mil euros para a instalação de “informação digital nas paragens de transporte público”. Os concorrentes podem submeter propostas até dia 2 de maio.

Segundo o caderno de encargos do procedimento, consultado pela Lusa, o concurso “tem por objeto a dotação de 50 paragens de transporte público com painéis de informação digital dos horários e capacitados para a indicação do tempo de chegada estimada, vulgo, informação em tempo real”.

“O prazo de execução do presente contrato é de 36 meses, sendo que o fornecimento dos bens deverá estar concluído no prazo de seis meses após a respetiva outorga”, refere o documento, clarificando que estes três anos se devem à duração “e todas as licenças aplicáveis, designadamente de IT [tecnologias de informação], visando o acesso e operação da plataforma, serviço técnico e manutenção”.

De acordo com os requisitos do concurso, o vencedor do mesmo “obriga-se à execução física, de, pelo menos, 30% do fornecimento dos bens até 31 de agosto de 2025, compreendendo, no mínimo, 15 painéis de paragem instalados”.

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Governo espanhol anuncia investimento de 10,5 mil milhões de euros em Defesa

  • Lusa
  • 22 Abril 2025

Espanha é o país da NATO que está mais longe de alcançar o objetivo da NATO de investir 2% do PIB em Defesa até 2029. De acordo com a organização, Madrid investiu 1,2% do PIB em Defesa em 2023.

O primeiro-ministro espanhol anunciou esta terça-feira um investimento de 10,47 mil milhões de euros no âmbito do plano de segurança e defesa, aprovado no Conselho de Ministros.

O objetivo é destinar 2% do Produto Interno Bruto (PIB) para esta área, meta que o Governo espanhol tinha proposto alcançar em 2029.

Pedro Sánchez disse que o plano de indústria e tecnológico, agora aprovado, vai ser enviado para Bruxelas para avaliação pela União Europeia (UE) e pela NATO.

O objetivo é garantir a segurança do país e “consolidar Espanha” como um membro “central e fiável”, afirmou o também secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), num encontro com jornalistas.

Espanha é o país da NATO que está mais longe de alcançar o objetivo dos 2% até 2029. De acordo com a organização, Madrid investiu 1,2% do PIB em Defesa em 2023.

Sánchez garantiu que o investimento adicional será feito sem comprometer os gastos sociais ou ambientais, sem aumentar impostos nem o défice ou a dívida, como já tinha avançado no mês passado.

Indicou que este plano vai criar perto de 100 mil empregos no país, dos quais 36 mil diretos e 60 mil indiretos, na maioria “com níveis de qualificação e salários superiores à média” espanhola.

O primeiro-ministro espanhol apontou que o plano vai resultar no aumento do PIB entre 0,4 e 0,7 pontos percentuais.

O montante adicional de 10,47 mil milhões de euros vai juntar-se ao investimento feito ao longo dos últimos anos até chegar a um valor total de 33,123 mil milhões de euros em Segurança e Defesa, o que pressupõe 2% do PIB.

O primeiro pilar do plano vai concentrar 35% dos gastos para aumentar o número de efetivos das Forças Armadas, melhorar condições laborais e equipamento.

O plano inclui também elaboração, fabrico e aquisição de novas capacidades de telecomunicações e cibersegurança, fabrico e compra de novos equipamentos de defesa e dissuasão — capítulo que vai absorver 19% do investimento –, e o reforço das capacidades militares na resposta a emergências e desastres naturais (17%).

O quinto capítulo do plano será destinado a melhorar as condições de segurança de quase três mil efetivos que integram as 16 missões de paz espanholas no estrangeiro.

Sánchez disse que vai apresentar, durante o dia, o plano aos deputados, mas, de acordo com a Constituição, não precisa da aprovação do Congresso dos Deputados (câmara baixa) por o plano não implicar maior esforço orçamental.

O primeiro-ministro espanhol, que lidera um Governo de coligação dividido sobre este tema, reconheceu a existência de divergências nesta questão. “Existem, mas creio honestamente, creio firmemente que esta é uma questão do país para a qual todos devemos contribuir, afastar diferenças por estar em jogo algo tão sério como a segurança da Europa e de Espanha”, sublinhou Pedro Sánchez.

Em março, Sánchez tinha defendido a criação de uma “política de Segurança e Defesa comum”, com instrumentos financeiros únicos e “compras conjuntas”, tal como aconteceu com as vacinas da Covid-19, assim como indústrias pan-europeias de defesa e a formação de um exército europeu.

O Executivo, formado pelo Partido Socialista (PSOE) e pela plataforma de esquerda Somar, governa sem maioria absoluta e depende de uma ‘geringonça’ de oito partidos de sensibilidades diferentes representados no Parlamento para viabilizar leis como o Orçamento do Estado.

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FMI prevê menos crescimento na Zona Euro e estagnação da Alemanha com tarifas dos EUA

Fundo mais pessimista com crescimento dos países da Zona Euro, devido à incerteza internacional e à guerra comercial. Entre as principais economias, só as previsões para Espanha são revistas em alta.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou a previsão de crescimento da Zona Euro este ano para 0,8%, menos duas décimas do que projetava em janeiro, com revisões em baixa para as principais economias, à exceção de Espanha. Em causa está, sobretudo, a elevada incerteza internacional e a guerra comercial, com a instituição liderada por Kristalina Georgieva a esperar agora uma estagnação na Alemanha.

Na atualização das projeções económicas mundiais, divulgada esta terça-feira, o FMI prevê que a economia dos países do euro avance 0,8% este ano e 1,2% em 2026, menos duas décimas do que esperava em janeiro e menos quatro décimas para este ano do que previa em outubro.

A crescente incerteza e as tarifas são os principais impulsionadores do crescimento contido em 2025. As forças compensatórias que apoiam a modesta recuperação em 2026 incluem o consumo mais forte, devido ao aumento dos salários reais e à flexibilização orçamental esperada na Alemanha, após grandes alterações na sua regra orçamental (o ‘travão da dívida’)”, explica a instituição.

Entre as grandes economias da Zona Euro, o FMI prevê que, após uma recessão de 0,2% em 2024, a Alemanha estagne neste ano de 2025. Um cenário mais pessimista do que o esperado em janeiro, quando o FMI acreditava numa taxa de crescimento alemã de 0,3%. Para 2026, a projeção é de uma recuperação, para 0,9% — ainda assim, menos duas décimas do que no último relatório.

Fonte: World Economic Outlook, FMI, abril de 2025

A instituição de Bretton Woods projeta ainda que o crescimento da economia francesa desacelere dos 1,1% registados em 2024 para 0,6% este ano, voltando a acelerar em 2026 para 1%. Um corte de duas décimas e uma décima, respetivamente, face a janeiro. Para Itália, a expectativa é também de desaceleração face aos 0,7% registados em 2024. A instituição antevê uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,4% este ano e 0,8% em 2026, menos três décimas e uma décima, respetivamente, face a janeiro.

Em contraciclo, Espanha continua a ‘brilhar’, com o FMI a rever em alta de duas décimas a projeção para este ano e a manter inalterada a do próximo. Os técnicos de Washington apontam para uma taxa de 2,5% em 2025 e 1,8% em 2026, após um crescimento de 3,2% em 2024, refletindo o efeito de um desempenho melhor do que o esperado no ano passado e a atividade de reconstrução após as cheias.

Incerteza desacelera crescimento mundial

A rápida escalada das tensões comerciais e os elevadas níveis de incerteza irão ter um impacto significativo na atividade económica global. O alerta é do FMI no mesmo relatório, onde também revê em baixa as previsões de crescimento mundial para 2,8% este ano e 3% em 2026, menos cinco décimas e três décimas do que o projetado em janeiro.

O cenário significa uma desaceleração este ano quando comparado com a taxa de 3,3% registada em 2024. Entre as economias avançadas o maior corte tem lugar na projeção para os Estados Unidos. A instituição com sede em Washington prevê um crescimento de 1,8% este ano e de 1,7% em 2026, menos nove décimas e quatro décimas, respetivamente, do que no relatório anterior.

A revisão em baixa para a economia americana é resultado de maior incerteza política, tensões comerciais e uma perspetiva de procura mais fraca, dado o crescimento do consumo mais lento do que o previsto, explica o FMI. Destaca ainda que as tarifas também devem pesar sobre o crescimento em 2026, com um consumo privado moderado.

O FMI destaca que as tarifas por si só já são “um grande choque negativo para o crescimento”. Acresce que a esse cenário soma-se a “imprevisibilidade” com que as medidas têm sido levadas a cabo, com um “impacto negativo na atividade económica e nas perspetivas e, ao mesmo tempo, torna mais difícil do que o habitual fazer suposições”.

Neste sentido, adverte que “a intensificação de uma guerra comercial, juntamente com uma incerteza ainda maior na política comercial, pode reduzir ainda mais o crescimento a curto e longo prazo, enquanto a erosão das reservas políticas enfraquece a resiliência a choques futuros”.

(Notícia atualizada às 14h29)

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FMI corta previsão de crescimento de Portugal para 2% este ano

Fundo Monetário Internacional reviu em baixa o crescimento da economia portuguesa para 2% este ano e 1,7% no próximo, menos três décimas do que em outubro.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está mais pessimista em relação a Portugal, tendo revisto em baixa o crescimento da economia portuguesa para este ano e o próximo. A instituição aponta agora para uma taxa de 2% e 1,7%, respetivamente, ambas abaixo do previsto pelo Governo e das previsões mais recentes do Banco de Portugal e do Conselho das Finanças Públicas (CFP).

Na atualização das projeções económicas mundiais divulgadas esta terça-feira, o FMI corta em três décimas a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), quer para este ano quer para o próximo, face ao relatório de outubro.

A instituição liderada por Kristalina Georgieva, cujo perfil de previsões é tradicionalmente mais conservador, revela-se assim menos otimista do que o Governo português. A previsão oficial do Ministério das Finanças é de que, após um crescimento de 1,9% em 2024, a economia avance 2,1% em 2025.

Porém, no programa eleitoral da AD, a coligação que junta PSD e CDS aponta para uma expansão do PIB de 2,4% este ano, acelerando para 2,6% em 2026. Já o PS espera um crescimento de 2,3% este ano, com a economia a desacelerar ligeiramente para 2,1% no ano seguinte.

Entre as restantes instituições económicas, depois da Comissão Europeia — cuja projeção de 1,9% remonta a novembro –, o FMI e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) esperam a menor taxa de crescimento em 2025, enquanto o Banco de Portugal antevê a maior (2,3%). Enquanto isso, o Conselho das Finanças Públicas aponta para um crescimento de 2,2%.

Para 2026, a previsão do FMI torna-se a mais baixa entre as restantes instituições, que variam entre os 2% esperados pela Conselho das Finanças Públicas e pela OCDE e os 2,2% previstos pelo Ministério das Finanças.

A posição mais pessimista da instituição de Bretton Woods é transversal à generalidade das economias. Na semana passada, no tradicional discurso que antecede o início das reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial, que decorrem esta semana em Washington, Georgieva já tinha adiantado que as novas projeções de crescimento iriam “incluir reduções significativas, mas não recessão”, refletindo já os riscos da guerra comercial desencadeada pelos EUA.

Assim, o FMI reviu esta terça-feira em baixa o crescimento do PIB mundial para 2,8% em 2025, menos cinco décimas do que em janeiro, e o da Zona Euro para 0,8%, menos duas décimas do que anteriormente.

O FMI prevê ainda que a taxa de de inflação em Portugal, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), desacelere de 2,7% em 2024 para 1,9% em 2025 e 2,1% em 2026. Já para a taxa de desemprego aponta para uma redução gradual, passando dos 6,5% registados no ano passado para 6,4% este ano e 6,3% em 2025.

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Bright Pixel investe na VanishID para ajudar a proteger digitalmente CEO

O braço de investimento da Sonae participa na ronda de 8,7 milhões de euros da empresa de cibersegurança que criou solução IA para proteger digitalmente CEO e as suas famílias.

A Bright Pixel reforçou o investimento na VanishID (antiga Picnic Corporation) ao participar como coinvestidora na ronda de investimento de 10 milhões de dólares (cerca de 8,7 milhões de euros) levantada pela tecnológica de cibersegurança. Com esta injeção de capital, a tecnológica vai apostar no desenvolvimento de uma solução de proteção digital para presidentes executivos (CEO) e as suas famílias através de inteligência artificial (IA).

“Como parceiros da VanishID, desde 2023, quando ainda se chamava Picnic Corporation, e tendo coliderado a ronda de investimento série A, estamos orgulhosos em reforçar o nosso apoio com este novo investimento e em continuar a contribuir para a evolução da VanishID. Através deste financiamento, a VanishID irá reforçar a sua oferta, com o desenvolvimento de novas soluções de cibersegurança, baseadas em inteligência artificial, para continuar a proteger as empresas e executivos de ataques de engenharia social”, diz Carlos Neto, manager na Bright Pixel, o braço de investimento da Sonae, citado em comunicado.

Liderada pela Dell Technologies Capital, além da Bright Pixel, a ronda contou com a participação de Mark D. McLaughlin, antigo CEO e presidente da Palo Alto Networks, bem como da Crosslink Capital, da Rally Ventures, da Energy Impact Partners e da LockStep Ventures.

Com este financiamento, a tecnológica irá desenvolver a nova solução de proteção digital para CEO com base em IA autónoma (Agentic AI), “concebido especificamente para proteger os executivos e as suas famílias contra os riscos de privacidade e segurança digital que enfrentam“.

A solução promete proteger “contra usurpação de identidade em dispositivos pessoais e redes sociais, estendendo essa proteção a até 25 familiares ou pessoas próximas”. A exposição de dados públicos, contendo informação pessoal identificável, possibilita ciberataques, fraudes e ameaças físicas a executivos.

Mais de 93% dos executivos de topo (C Suite) tem o seu endereço de residência exposto, e 99,97% já esteve envolvido numa violação de dados, pode ler-se em comunicado.

“As pessoas representam a maior superfície de ataque não protegida em qualquer organização. A distância entre a cibersegurança e a segurança física dos colaboradores está a diminuir, e os líderes empresariais estão a reagir”, refere Raman Khanna.

“Num mercado tradicionalmente dominado por soluções de consumo, baseadas em trabalho manual offshore, a VanishID criou a primeira solução empresarial baseada em IA autónoma (Agentic AI) que resolve este problema à escala”, acrescenta o managing director da Dell Technologies Capital, citado em comunicado.

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