Inflação na zona euro abranda para 2,2% em véspera de reunião do BCE

A confirmação dos dados da inflação em março surge na véspera da reunião do Banco Central Europeu (BCE) na qual será decidido o rumo das taxas de juro na moeda única.

A taxa de inflação na zona euro continua a abrandar. O Eurostat confirmou esta quarta-feira que a taxa de inflação desacelerou em março para 2,2%, tal como tinha avançado na estimativa rápida, no início de abril. É um abrandamento de uma décima face ao mês anterior e de duas décimas em termos homólogos. Portugal tem a sexta menor taxa de inflação (1,9%).

Segundo o Eurostat, a taxa de inflação na União Europeia desacelerou para 2,5%, contra os 2,7% do mês anterior. Em março de 2024 a taxa de inflação na UE era de 2,6%.

Inflação abranda para níveis próximos da meta do BCE

Fonte: Eurostat

França (0,9%), Dinamarca (1,4%) e Luxemburgo (1,5%) são os países que apresentam taxas de inflação mais baixas, tendo em conta o Índice Harmonizado dos Preços no Consumidor (IHPC), que permite fazer comparações europeias. No extremo oposto, as taxas homólogas mais elevadas foram observadas na Roménia (5,1%), Hungria (4,8%) e Polónia (4,4%).

Em comparação com fevereiro, a inflação anual diminuiu em 16 Estados-membros, permaneceu estável num deles e aumentou em dez países.

A confirmação dos dados da inflação em março surge na véspera da reunião do Banco Central Europeu (BCE) na qual será decidido o rumo das taxas de juro na moeda única. Os mercados antecipam um novo corte de 0,25 pontos nas taxas oficiais, mas é possível que Christine Lagarde opte por uma pausa para avaliar os efeitos das tarifas impostas pela Administração Trump, que podem ter um efeito efeito inflacionista, mas também recessivo.

A queda de 1,4% nos preços da energia (em relação ao mesmo mês do ano passado)foi a que mais contribuiu para a desaceleração dos preços. Em termos mensais registaram uma queda de 1% e não 1,2% como inicialmente estimado.

Já os preços dos alimentos processados tiveram a maior aceleração, com a taxa anual a passar dos 3% em fevereiro para os 4,2% em março, um valor revisto em alta numa décima. Os preços dos serviços surgem em segundo lugar, com uma taxa de inflação de 3,5% que, ainda assim, apresenta uma desaceleração face aos 3,7% do mês anterior.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Chave na mão e motor a postos: compre esta casa em Cascais e leve um Aston Martin para a garagem

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 16 Abril 2025

Compre uma casa de sonho em Cascais e receba um Aston Martin. Um par à altura: arquitetura de exceção e engenharia britânica — elegância dentro e fora da garagem.

Há casas que oferecem conforto. Outras, distinção. Esta em Cascais oferece ambos — e ainda um Aston Martin. Parece cena de filme — e é. A icónica marca britânica de automóveis, imortalizada por James Bond, está agora no centro de uma proposta tão arrojada quanto irresistível: quem comprar esta moradia de luxo em Birre, avaliada em 5,6 milhões de euros, leva para casa — literalmente — um carro avaliado em cerca de 250 mil euros.

A ideia partiu da equipa de vendas da The Agency Portugal, responsável pela comercialização do imóvel, que viu na proposta uma forma original de casar dois mundos: o imobiliário e o lifestyle automóvel. “Achamos que esta é uma casa com tanto charme e sofisticação, que faz todo o sentido vir com um carro à altura. Por isso, quem comprar esta casa, leva um Aston Martin consigo”, afirma Vera Leite, consultora da The Agency, consultora americana que celebra dois anos em Portugal.

A moradia, localizada numa das zonas mais exclusivas de Cascais, é um T5 implantado num terreno de 957 metros quadrados e conta com 713 metros quadrados de construção. Cada detalhe foi pensado para elevar a experiência de habitar: sala de cinema, ginásio, sauna, uma garrafeira imponente e uma zona social com acabamentos premium são apenas alguns dos atributos. O sistema de domótica avançada permite controlar toda a casa através do telemóvel — da climatização à iluminação.

A escolha do carro não foi acidental. A Aston Martin representa não só o luxo clássico britânico, mas também um certo espírito aventureiro, cosmopolita e sedutor — o mesmo que esta casa promete a quem nela viver. Não é todos os dias que se pode estacionar um ícone na garagem, já incluído na escritura. Mas neste caso, a compra da casa vem mesmo com motor incluído.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pedidos de ajuda para pagar a renda aumentaram 67%

  • Lusa
  • 16 Abril 2025

Deco registou um "aumento significativo de contactos" até ao final de março e refere que já há pessoas a reduzir os gastos na alimentação para poder pagar a casa.

O número de pedidos de ajuda por dificuldade em pagar a renda aumentou no primeiro trimestre 67% face ao mesmo período do ano passado, indica Deco, que recebeu mais de 300 solicitações até ao final de março.

O Diário de Notícias escreve esta quarta-feira que a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco) registou um “aumento significativo de contactos” até ao final de março e que já há pessoas a reduzir os gastos na alimentação para poder pagar a casa.

Em causa estão famílias que não conseguem cumprir com o pagamento da prestação mensal da renda de casa, indica a associação, que classifica o cenário como um “desespero” para os agregados que viram os subsídios provenientes do apoio extraordinário à renda cortados ou reduzidos ou que aguardam uma resposta do programa Porta 65.

De acordo com o jornal, face a 2023, 87 mil contribuintes perderam o apoio à renda. No início de fevereiro, 46 mil pessoas viram suprimidos este subsídio sem qualquer aviso prévio, devido a falhas ou incongruências nas declarações devidas à Autoridade Tributária (AT), adianta.

A Deco aponta que este apoio, que pode chegar aos 200 euros por mês e que é atribuído de forma automática através do cruzamento dos dados disponibilizados por entidades como a Autoridade Tributária ou a Segurança Social, é vital para assegurar o cumprimento das obrigações para milhares de arrendatários.

“Há quem esteja verdadeiramente desesperado e não saiba como é que vai agora conseguir pagar as rendas”, conta a coordenadora do Gabinete de proteção Financeira da Deco, Natália Nunes.

“É na alimentação que as famílias depois vão reduzir para conseguirem pagar as rendas. Muitas entram em situações de atraso ou incumprimento”, nota, adiantando que o endividamento é outra das vias que continua a ganhar escala: “Estas pessoas acabam por recorrer ao cartão de crédito ou a créditos pessoais de forma a conseguirem ter dinheiro para pagar a renda“.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banca arrecada 1,5 mil milhões com dinheiro estacionado no BCE

  • ECO
  • 16 Abril 2025

Ao longo de 2024, o montante estacionado pelos bancos nacionais em Frankfurt cresceu até agosto, mas a descida das taxas de juro fez cair o stock de depósitos no BCE.

Os bancos oferecem nos depósitos taxas inferiores à que lhes é paga pelo Banco Central Europeu (BCE), o que, em 2024, lhes rendeu 1,5 mil milhões de euros, segundo cálculos do Jornal de Negócios (acesso pago). Atualmente, as instituições financeiras são remuneradas pelo BCE com uma taxa de 2,5%. Aos depositantes, nos números mais recentes, de fevereiro, a remuneração média do stock era de 1,72%, enquanto nos novos a taxa média era 1,83%.

Ao longo do ano passado, o dinheiro que os bancos nacionais tinham em Frankfurt cresceu até agosto e diminuiu nos meses seguintes: em janeiro, o montante era de 39,9 mil milhões de euros (quando a remuneração do BCE estava no máximo de 4%, rendendo, por mês, mais de 130 milhões de euros), sendo que nos três meses seguintes a taxa manteve-se neste nível historicamente elevado; em agosto, o rendimento mensal era de 140 milhões, mas a aceleração da redução das taxas de juro diretoras pelo BCE fez com que os bancos chegassem ao final do ano em valores abaixo de 34 mil milhões de euros.

As contas têm por base dados do Banco de Portugal: enquanto o stock de depósitos a prazo e a respetiva taxa média permite saber a remuneração potencial das famílias a cada mês, a evolução mensal do volume de depósitos das instituições financeiras junto do banco central, cruzada com a taxa de facilidade de depósitos ditada pelo BCE e aplicável em cada momento permite contabilizar a remuneração dos próprios bancos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo lança 95 concursos do PT2030 e assina 800 contratos PRR em abril e maio

  • Lusa
  • 16 Abril 2025

Os concursos do PT2030 que têm maiores verbas envolvidas são os que apoiam a inovação produtiva em territórios de baixa densidade, com 151 milhões de euros disponíveis.

O Governo anunciou esta quarta-feira que vai lançar 95 concursos do Portugal 2030 (PT2030) em abril e maio, com um montante superior a 1.059 milhões de euros, e assinar 800 contratos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Os concursos do PT2030 incidem sobre vários temas, desde incentivos à criação de emprego até à conservação da natureza, segundo o comunicado do gabinete do ministro Adjunto e da Coesão Territorial, sendo que “os que têm maiores verbas envolvidas são os que apoiam a inovação produtiva em territórios de baixa densidade, com 151 milhões de euros disponíveis”.

“Já no que diz respeito à Conservação da Natureza, serão abertos concursos que rondam os 20 milhões de euros”, lê-se.

Quanto ao PRR, serão assinados 800 contratos entre abril e maio, no valor de quase 160 milhões de euros, “com destaque para os da componente da Habitação (68 milhões de euros), Capitalização e Inovação Empresarial (26 milhões de euros), Administração Pública Mais Eficiente (44 milhões de euros) ou as Respostas Sociais (7,4 milhões de euros)”.

“As autarquias levam a maior parte neste período: 111 milhões de euros em 294 contratos. Seguem-se as empresas, com 21 milhões em 63 contratos. As instituições do sistema científico e tecnológico nacional vão receber 9,4 milhões em 96 contratos, enquanto os 105 contratos a assinar com as Instituições Particulares de Solidariedade Social ascendem a 8,8 milhões de euros”, acrescenta o Governo.

O ministro Castro Almeida afirma, citado em comunicado, que mesmo em gestão, o Governo vai “continuar a acelerar o ritmo de execução dos fundos europeus como temos vindo a fazer até aqui”.

Recorde-se que o IAPMEI — Agência para a Competitividade e Inovação iniciou, esta terça-feira, a reprogramação das Agendas Mobilizadoras, ajustando os projetos às novas possibilidades do PRR.

A reprogramação do PRR foi aprovada por Bruxelas na sexta-feira. No âmbito da reprogramação, foi solicitada a extensão do prazo de alguns investimentos para 30 de junho de 2026 de modo a garantir a implementação eficiente dos investimentos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: Banca, Igreja e rendas

  • ECO
  • 16 Abril 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O sistema financeiro nacional arrecadou 1,5 mil milhões de euros em 2024 com o dinheiro que tem “estacionado” no Banco Central Europeu (BCE), remunerado a uma taxa de 2,5%. A Diocese do Porto está a vender património imobiliário da Igreja ao desbarato. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

Banca encaixa 1,5 mil milhões com dinheiro aplicado no BCE

Os bancos oferecem nos depósitos taxas inferiores à que lhes é paga pelo Banco Central Europeu (BCE), o que, em 2024, lhes rendeu 1,5 mil milhões de euros. Atualmente, as instituições financeiras são remuneradas pelo BCE com uma taxa de 2,5%. Aos depositantes, nos números mais recentes, de fevereiro, a remuneração média do stock era de 1,72%, enquanto nos novos a taxa média era 1,83%. Ao longo do ano passado, o dinheiro estacionado pela banca nacional em Frankfurt cresceu até agosto e diminuiu nos meses seguintes.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Igreja vende casas no Porto ao desbarato e em negócios simulados

A Diocese do Porto está a vender ao desbarato património oferecido por portuenses em esquemas imobiliários que lesam a própria Igreja. Além das 15 casas da Rua das Eirinhas, avaliadas em pelo menos quatro milhões de euros e permutadas por um T0 no valor de 230 mil euros, também permutou três prédios de quatro andares em Miragaia — uma zona altamente privilegiada e onde o custo das habitações disparou por estar numa área classificada como Património da Humanidade pela UNESCO — por três T1, que valem 200 mil euros cada. Em ambos os casos, os compradores são os mesmos: uma empresa da Póvoa, sem espaço físico e criada para negociar as casas da Diocese do Porto.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Pedidos de ajuda para pagar a renda aumentam 67% e famílias já cortam na alimentação

A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco) registou um “aumento significativo de contactos” no primeiro trimestre deste ano por parte de famílias que não conseguem cumprir com o pagamento da prestação mensal da renda de casa. Até ao final de março, mais de 300 pessoas recorreram à Deco para solicitar aconselhamento relacionado com o pagamento da renda, mais 67% face ao mesmo período de 2024. “Este aumento está, em grande medida, associado ao fim ou à redução do apoio extraordinário à renda, bem como aos atrasos registados na atribuição do programa Porta 65″, explica, assinalando que “é na alimentação que as famílias depois vão reduzir para conseguirem pagar as rendas”.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

“A Defesa não é despesa, é investimento”, diz Nuno Melo

O ministro da Defesa garante, em entrevista ao podcast “Política com Assinatura”, da Antena 1, que alocar 2% do PIB para a Defesa não vai interferir no Estado Social. “Em nenhum momento poderão ser postas em causa as prestações sociais”, assegura Nuno Melo, assinalando que o dinheiro virá do Orçamento do Estado e do investimento na indústria da Defesa, que significa retorno para a economia nacional. Além disso, recusa a ideia que investir na Defesa é preterir outras áreas — é, no seu entender, uma “ideia totalmente equívoca”. “A Defesa não é despesa, é investimento”, reforça o líder do CDS, que quer aproveitar as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para restaurar edifícios e transformá-los em habitação a custos sociais que podem ser ocupados pelos militares das Forças Armadas.

Leia a entrevista completa na Antena 1 (acesso indisponível)

APA não está a controlar a remoção de matérias perigosas do lixo eletrónico

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) não valida há vários anos os relatórios das duas entidades gestoras de resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos (REEE), nos quais se verificam grandes disparidades nas taxas de descontaminação obrigatória, que incluem mercúrio, chumbo e retardadores de chama bromados. De acordo os sites da Electrão e da European Recycling Platform (ERP), esses documentos aguardam validação da APA e da Direção-Geral das Atividades Económicas (DGAE) desde 2020 e 2019, respetivamente.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Galp recebe primeiro carregamento de gás de empresa dos EUA

Desde 2022 que a Galp esperava que a americana Venture Global LNG cumprisse o contrato assinado em 2018 para o fornecimento de um milhão de toneladas de gás natural por ano.

A Galp anunciou esta quarta-feira ao mercado que recebeu o primeiro carregamento de gás natural liquefeito GNL da Venture Global LNG, a empresa norte-americana com a qual assinou um contrato de 20 anos.

“Este primeiro carregamento assinala o início dos direitos e obrigações de take-or-pay estabelecidos no SPA de 20 anos, assinado a 2 de maio de 2018, com a Venture Global LNG, para 1 mtpa, da unidade de exportação de Calcasieu Pass LNG, na Louisiana, EUA”, lê-se no comunicado.

Em plena guerra comercial, com os Estados Unidos a exigirem que a Europa compre mais gás norte-americano para equilibrar as trocas comerciais entre os dois blocos, estava por cumprir o acordo de fornecimento de um milhão de toneladas de gás natural por ano, como noticiou o Público.

Na conferência com analistas a propósito da apresentação dos resultados de 2024, a co-presidente da Galp, Maria João Carioca, disse que a Galp não estava, novamente, a contar este ano com volumes provenientes do terminal de Calcasieu Pass. “Se esses volumes chegarem, serão um potencial benefício”, disse a responsável.

A Galp juntou-se às queixas formais apresentadas pela BP e Shell contra a Venture Global LNG em 2022 – ano de crise energética –, acusando a empresa norte-americana de não honrar contratos de fornecimento multibilionários assinados entre as partes, para lucrar com a venda do gás a compradores dispostos a pagar no mercado à vista.

“A entrega bem-sucedida desta primeira carga reforça a posição da Galp no setor do gás natural e GNL, diversificando e acrescentando flexibilidade ao seu portefólio”, escreve a Galp em comunicado ao mercado.

A fábrica de GNL da Venture Global, localizada na costa do Golfo, no estado do Luisiana, nos Estados Unidos, começou a produzir GNL em janeiro de 2022 e exportou a sua primeira carga dois meses depois. Mas a empresa argumentava não ter ainda alcançado capacidade para dar resposta às operações comerciais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 16 Abril 2025

Pedro Nuno reúne com representante dos reformados. No mesmo dia, é assinado acordo para compra veículos para o Metro do Porto, o IGCP volta ao mercado e o Eurostat divulga dados da inflação.

Os debates para as legislativas continuam colocando esta quarta-feira frente a frente candidatos de espectros políticos opostos. No mesmo dia é assinado acordo para aquisição de novos veículos para o Metro do Porto, Pedro Nuno Santos vai-se reunir com a representante dos reformados e o IGCP volta ao mercado. Já o Eurostat vai divulgar dados sobre a inflação deste ano.

Como evolui a inflação na Zona Euro?

O Eurostat vai divulgar como evoluiu a taxa de inflação na Zona Euro em março deste ano. Em fevereiro a taxa de inflação fixou-se em 2,3%, abaixo dos 2,6 homólogos e 2,5% de janeiro, com Portugal acima da média (2,5%) dos países da moeda única. O órgão de estatística europeu vai ainda divulgar dados relativos à balança de pagamentos, dados dos novos negócios e falências, ambos relativos a fevereiro. Já o Banco de Portugal (BdP) apresenta o indicador da balança de pagamentos relativo a fevereiro.

Cerimónia de assinatura do acordo para aquisição de 22 novos veículos para o Metro do Porto

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, participa na cerimónia de assinatura do contrato referente à aquisição de mais 22 novos veículos para o Metro do Porto. O evento está marcado para as 12h15 na estação de metro do Campo 24 de Agosto no Porto. O acordo é assinado com a CRRC, que ganhou o concurso público internacional, num investimento de 69,5 milhões de euros financiado pelo Sustentável 2030 e pelo Fundo Ambiental. As novas composições deverão começar a chegar à Invicta no final do próximo ano, antes da entrada em operação da Linha Rubi.

IGCP vai ao mercado

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) volta ao mercado esta quarta-feira para um leilão de Bilhetes do Tesouro (BT) pelas 10h30, com maturidade em março de 2026 e montante indicativo de entre mil milhões de euros e 1.250 milhões de euros.

Pedro Nuno reúne-se com representante dos reformados

O Secretário-Geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, reúne-se esta quarta-feira pelas 11h00, com Maria do Rosário Gama, Presidente da Direção da Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados (APRe!). O encontro terá lugar na Sede Nacional do PS, no Largo do Rato.

Continuam os debates para as legislativas

Continuam os debates para as eleições legislativas marcadas para 18 de maio. Os dois debates marcados para esta quarta-feira colocam frente a frente candidatos de diferentes espectros políticos. O primeiro será entre Nuno Melo (AD) e Mariana Mortágua (BE), às 21h00, na RTP. Uma hora depois, começa na CNN Portugal o debate entre André Ventura (CH) e Paulo Raimundo (CDU).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O dia em direto nos mercados e na economia – 16 de abril

  • ECO
  • 16 Abril 2025

Ao longo desta quarta-feira, 16 de abril, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Há sempre dificuldade em perceber quanto é que se vai receber no fim do mês”. Ouça o podcast “Trinta e oito vírgula quatro”

Os portugueses trabalham, em média, 38,4 anos. É esse o valor que dá título a este podcast que se debruça em entrevistas quinzenais sobre os temas mais quentes do mundo do trabalho.

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

Se pudesse mudar algo na forma como os salários são discutidos em Portugal, Martim de Botton introduziria mais transparência nos impostos para que fosse mais fácil perceber, afinal, quanto do salário bruto chega à carteira de cada empregado. O CEO do LACS é um dos convidados do novo episódio do podcast “Trinta e oito vírgula quatro”, que conta também com a participação de Isabel Moço, professora da Universidade Europeia. Revela que há trabalhadores dispostos a receber menos vencimento em troca de dias de teletrabalho.

“Sinto que há sempre essa dificuldade da pessoa perceber, primeiro, quanto é que vai receber e quanto é que a empresa vai gastar por esse salário”, salienta o responsável do LACS, que durante oito anos foi administrador da Santini. Martim de Botton nota, por outro lado, que o tabu em tornos dos vencimentos é, neste momento, mais fraco do que há alguns anos.

Já Isabel Moço, da Universidade Europeia, realça que houve uma mudança de atitude em relação ao trabalho com um maior foco na conciliação da carreira com a vida pessoal. Mais, há mesmo quem esteja disposto a receber menos em troca de dias de trabalho à distância, porque percebe que, deste modo, consegue alguma economia (nas deslocações e vestuário, por exemplo) e melhor qualidade de vida.

Ainda assim, a professora alerta para o potencial impacto do teletrabalho na progressão na carreira e até mesmo na desigualdade entre géneros.

O “Trinta e oito vírgula quatro” é um podcast de entrevistas quinzenais sobre as tendências que estão a fazer mexer o mercado de trabalho.

Estamos a viver mais, mas também estamos a trabalhar durante mais tempo. Numa década, a duração média estimada da vida de trabalho dos portugueses cresceu dois anos para 38,4. É esse o valor que dá título a este podcast e torna obrigatória a pergunta: afinal, se empenhamos tanto do nosso tempo a trabalhar, como podemos fazê-lo melhor?

Nesta temporada especial (de nove episódios, entre abril e junho), vamos explorar essa questão do ponto de vista dos rendimentos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Inteligência artificial e energia. Do consumo às emissões em cinco gráficos

Conheça melhor a relação entre a indústria dos centros de dados e a energia em cinco gráficos.

A inteligência artificial alimenta-se de dados e de eletricidade.” A frase é da diretora de Sustentabilidade, Tecnologia e Projeções da Agência Internacional de Energia (AIE), Laura Cozzi, que apresentou recentemente um relatório sobre Energia e Inteligência Artificial (IA).

Uma das principais conclusões é que a eletricidade consumida por centros de dados deve duplicar até 2030 face aos dias de hoje e triplicar em 2035. Uma tendência que acompanha os números de investimento que têm sido divulgados: só a Microsoft, Meta, Amazon e Apple comprometeram 300 mil milhões de dólares em investimento para a construção de centros de dados e equipamento tecnológico em 2025.

Por outro lado, embora muita desta eletricidade deva ser suportada por fontes renováveis, também o gás natural e o carvão serão impulsionados por esta indústria. Nesse sentido, as emissões de carbono associadas à energia consumida pelos centros de dados devem atingir as 500 milhões de toneladas em 2035. Por outro lado, podem ajudar a evitar a emissão de 1.400 milhões de toneladas, embora exista uma elevada incerteza quando a esta possibilidade e efeitos colaterais. Veja abaixo cinco gráficos sobre a relação entre a energia e esta tecnologia emergente.

Centros de dados devem duplicar consumo de eletricidade até 2030 e triplicar até 2035

Em 2024, os centros de dados representaram 1,5% do consumo global de eletricidade, ou o equivalente a 415 terawatts-hora (TWh). Globalmente, o consumo de eletricidade por centros de dados já cresceu 12% desde 2017, quatro vezes mais rápido que o crescimento do total do consumo.

A AIE estima que o consumo de eletricidade a partir de centros de dados vai duplicar para cerca de 945 terawatts-hora em 2030. “Isto é um pouco acima do consumo total de eletricidade do Japão ao dia de hoje”, lê-se no relatório, que identifica a inteligência artificial como o principal motor deste crescimento. Apenas cinco anos depois, em 2035, a AIE prevê que o consumo ascenda aos 1200 terawatts-hora.

Centros de dados crescem e multiplicam o consumo próprio

Os centros de dados estão a crescer “muito rapidamente” em tamanho, indicou Laura Cozzi. Atualmente, o maior centro de dados em construção prevê um consumo de energia 20 vezes superior ao típico hyperscaler, um centro considerado de grandes dimensões ao dia de hoje – salta-se de um consumo equivalente ao de 100.000 famílias, neste último caso, para um consumo correspondente a dois milhões de lares domésticos. Além disso, a tendência é que os centros de dados se concentrem cada vez mais nas mesmas localizações, criando desafios para a capacidade de rede.

Ainda assim, tudo dependerá de como a tecnologia evolua: tanto pode exigir mais energia, caso sejam criadas novas funções que peçam um maior consumo, como pode crescer a eficiência do setor da inteligência artificial de forma a alterar, em baixa, as suas necessidades energéticas.

Renováveis ganham na Europa, mas não lá fora

Uma grande variedade de fontes vão ser necessárias para responder à procura por energia que é criada por estes centros. A nível mundial, as renováveis vão ficar a ganhar, mas a energia com origem no gás natural e no carvão, assim como a nuclear, também deverão ser solicitadas. Vão ser necessários 450 TWh extra de capacidade renovável até 2035, para dar resposta às exigências dos centros de dados, enquanto se calcula que sejam necessários 175 TWh extra de gás natural e a mesma quantidade de energia nuclear adicional no horizonte de uma década.

O “cabaz” energético usado dependerá de região para região, com a União Europeia a abastecer-se sobretudo com base renovável, os Estados Unidos a apresentarem um maior peso no que diz respeito ao gás natural, e a China a “ganhar” no consumo de carvão.

Ciberataques às energéticas triplicam em quatro anos

Em 2024, uma entidade típica do setor energético, como uma empresa de gás ou eletricidade, registou mais de 1.500 ciberataques por semana, o triplo do valor registado em 2020, assinala o estudo. Contudo, ressalva Cozzi, a inteligência artificial também ajudou a que estes problemas tivessem uma resposta mais imediata.

Inteligência artificial gera emissões, mas também as reduz

As emissões de dióxido de carbono que resultam do consumo de eletricidade dos centros de dados deverão aproximar-se das 500 milhões de toneladas em 2035.

Contudo, existem alguns usos desta tecnologia que têm potencial para baixar as emissões, apesar de a respetiva evolução ser “altamente incerta”, ressalva a AIE. Entre esses usos estão a redução de fugas de metano nas operações de petróleo e gás, que podem ser mais facilmente detetadas e reparadas com o uso de IA; a otimização energética de processos industriais; a maior eficiência que podem induzir no setor dos transportes caso a IA seja usada para agilizar os fluxos de trânsito ou no setor imobiliário, otimizando o consumo de energia. Num cenário de adoção generalizada da inteligência artificial para estes fins, a AIE estima que as poupanças nas emissões de CO2 podem chegar a 1.400 milhões de toneladas.

Ainda assim, existe mais um fator, difícil de contabilizar, a ter em conta: o “efeito ricochete” que pode verificar-se se o crescimento da procura por parte dos centros de dados for acompanhado por uma descida dos preços dos combustíveis fósseis, estimulando mais a sua adoção.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Como é que recibos verdes e senhorios podem pagar menos IRS?

Quem teve rendimentos de trabalho independente, de rendas de casa ou mais-valias pela venda de imóveis têm direito a deduzir gastos específicos, o que permite baixar o imposto.

Trabalhadores a recibos verdes, senhorios e contribuintes que declararam mais-valias pela venda de imóveis também têm direito a abater no IRS despesas relacionados com o tipo de rendimento que obtiveram, um benefício que permite pagar menos imposto ou até ter um reembolso maior. São as chamadas deduções específicas.

Tal como o ECO já tinha noticiado, os trabalhadores dependentes, com rendimentos de categoria A, e os pensionistas, de categoria H, podem deduzir ao IRS a liquidar este ano, por referência aos ganhos de 2024, 4.350,24 euros à matéria coletável, valor que até pode ser majorado com pagamento de quotas para sindicatos e ordem profissionais. Mas outras tipologias de rendimento usufruem igualmente de deduções específicas, com montantes que são variáveis, segundo vários fiscalistas consultados pelo ECO.

“As deduções específicas são deduções que abatem ao rendimento bruto dos contribuintes e que como tal, reduzem o valor da matéria coletável, ou seja, permitem que o valor sobre o qual incide o imposto seja menor. Diz-se que são específicas, porque tais deduções variam consoante a categoria de rendimento em causa”, esclarecem as fiscalistas Maria Inês Assis e Joana Monteiro de Oliveira, da Abreu Advogados, em declarações ao ECO.

No caso de trabalhadores independentes ou, vulgarmente chamados de recibos verdes, os rendimentos de categoria B podem beneficiar de uma isenção diferente, consoante o sistema em que estejam inscritos. Assim, “os contribuintes que optaram pelo regime simplificado deduzem 10% do rendimento bruto mais a dedução específica dos rendimentos de categoria A, ou seja, os tais 4.350,24 euros, e as despesas alocadas no e-Fatura à atividade profissional, com o limite global de 25% do rendimento bruto”, explica ao ECO o fiscalista Luís Nascimento, da Ilya. “Isto significa que a maior parte dos recibos verdes em Portugal paga imposto sobre 75% do seu rendimento bruto global anual”, indica.

Profissionais com contabilidade organizada podem deduzir todas as despesas sem o teto de 25% do rendimento bruto. “Este regime é mais benéfico para quem tem a convicção de que os gastos inerentes à atividade profissional são superiores àquele limite máximo”, sinaliza.

Os senhorios também beneficiam de uma dedução específica relacionada com os rendimentos prediais, de categoria F, obtidos com arrendamento de imóveis. “Todos os gastos efetivamente suportados e pagos pelo sujeito passivo para obter ou garantir tais rendimentos podem ser deduzidos no IRS, como quotas de condomínio, renovações e manutenção, IMI, incluindo os seguros de renda, com exceção dos gastos de natureza financeira, como juros de financiamento bancário utilizado para a aquisição do imóvel, dos relativos a depreciações e a mobiliário, eletrodomésticos e artigos de conforto ou decoração”, de acordo com o fiscalista Francisco Furtado, da Broseta. Ou seja, há várias despesas que o proprietário teve com o imóvel que abatem no imposto, desde que o contribuinte as declare no IRS.

O IRS a pagar pelas mais-valias geradas pela venda de imóveis também pode ser atenuado, se o contribuinte apresentar gastos relacionadas esse tipo de ganho (categoria G). “As despesas necessárias e efetivamente suportadas inerentes à aquisição e alienação dos bens” são dedutíveis no IRS, esclarecem as fiscalistas Maria Inês Assis e Joana Monteiro de Oliveira, da Abreu Advogados.

Luís Nascimento salienta que não só a “comissão imobiliária” que o contribuinte suportou pela compra e venda da casa é dedutível como também “o IMT e Imposto de Selo que foram pagos aquando da compra do imóvel”. “Muitas pessoas esquecem-se e já não sabem qual foi a fatura com esses impostos, mas é possível, no e-balcão do portal das Finanças, pedir à Autoridade Tributária que indique quanto é que o contribuinte pagou”, sugere.

Salários e pensões ganham brinde adicional em 2026

A dedução específica vai aumentar novamente este ano, para 4.462,15 euros, com efeitos na entrega da declaração de IRS em 2026, por via do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), que voltou a alterar a regra de atualização. Assim, trabalhadores por conta de outrem e pensionistas podem contar com um brinde extra que pode chegar aos 79 euros de poupança anual no imposto a liquidar em 2026 por referência aos ganhos obtidos em 2025, segundo as simulações da consultora Ilya para o ECO.

Este pequeno bónus na carteira só é possível porque a dedução específica, isto é, o valor que abate ao rendimento para apurar a matéria tributável, sobe dos atuais 4.350,24 euros para 4.462,15 euros. São mais 111,91 euros limpos de imposto.

O OE2025 voltou a alterar o mecanismo da dedução específica. Em vez de se guiar pela taxa de atualização do IAS passou a corresponder a 8,54 vezes o valor desse mesmo indicador. Como o IAS foi atualizado em 2,6%, este ano, tendo em conta a inflação de novembro de 2024 sem habitação, apurada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), aquele referencial subiu igualmente 2,6%, passando de 509,26 euros para 522,50 euros. Aplicando a regra inscrita no diploma orçamental, 8,54 vezes o IAS (509,26 euros), dá uma dedução específica de 4.462,15 euros.

Para um trabalhador solteiro sem filhos ou um pensionista que receba de 900 euros brutos por mês, significa uma poupança adicional de 15 euros, no IRS a liquidar em 2026. Este valor está integrado no ganho global, de 342 euros, conseguido também graças à atualização dos escalões em 4,6% e ao mínimo de existência, que é o patamar até ao qual os rendimentos estão isentos de imposto, e que subiu dos atuais 11.480 euros para 12.180 euros, correspondendo assim a 14 vezes o salário mínimo do próximo ano, que deu um salto de 50 euros para 870 euros. Os cálculos realizados pelo fiscalista da Ilya, Luís Nascimento, já incluem os 250 euros de limite para a dedução à coleta das despesas gerais.

No caso de um solteiro ou reformado a auferir 1.000 euros, a subida da dedução específica vai dar um bónus extra anual de 18 euros, aquando da entrega da declaração do IRS. Vencimentos brutos mensais de 1.500 terão um ganho adicional, para o conjunto do ano, de 25 euros; salários de 2.000 euros terão um benefício de 36 euros e remunerações de 2.500 euros vão sentir um alívio fiscal de 40 euros por via da atualização da dedução específica. Veja mais simulações aqui.

A dedução específica esteve congelada nos 4.104 euros entre 2011, ou seja com a entrada da troika em Portugal, e 2023, tendo sido atualizada em 2024 e 2025. Até 2010, seguia uma regra de atualização em que o seu valor deveria ser igual a 72% de 12 vezes o salário mínimo nacional, que, este ano, está nos 870 euros. Se este mecanismo ainda fosse aplicado, a dedução específica devia estar nos 7.516,8 euros, o que significaria uma subida de 3.054,65 euros ou de 68,5% face ao montante em vigor, de 4.462,15 euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.