Eduardo Piedade é o novo administrador executivo da Sonae

Sonae mexe na hierarquia do grupo: Eduardo Humberto Santos Piedade substitui João Günther Amaral como administrador executivo.

Eduardo Humberto Santos Piedade, CEO da Bright Pixel – empresa da Sonae especializada em investimento em tecnologia para retalho, infraestrutura digital e cibersegurança –, passa a ser o administrador executivo da empresa da Maia, substituindo João Günther Amaral no cargo. Este responsável assume agora o cargo de Eduardo Piedade como CEO da Bright Pixel.

Em comunicado divulgado esta quinta-feira, no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa avançou que “João Günther Amaral apresentou a renúncia ao cargo de Administrador Executivo da Sonae SGPS, com efeitos a partir de hoje”.

A Sonae, sob liderança de Cláudia Azevedo, justifica esta troca de cadeiras e consequente reorganização interna na empresa com “o compromisso estratégico de desenvolvimento de talento e criação de valor em todo o grupo”. A decisão foi unânime no Conselho de Administração.

Esta mudança de posições está alinhada com as diretrizes estratégicas da Sonae, que visam potenciar o talento dentro do grupo, trazendo novas perspetivas para funções e posições-chave de liderança e promovendo maior inovação e dinamismo na forma como a empresa opera”, explica a empresa na mesma nota.

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Macron quer acordo comercial UE-EUA rápido e com tarifas baixas

  • Lusa
  • 3 Julho 2025

Por enquanto, “aplica-se 10%” e “o que nos preocupa é que possa chegar a 25% ou mais”, disse o presidente francês.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu esta quinta-feira um acordo comercial “o mais rápido possível” entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos, com os direitos aduaneiros “mais baixos possíveis”.

“Para mim, o bom acordo é aquele que é concluído o mais rapidamente possível, com as tarifas mais baixas possíveis, e que deve ser justo e firme”, declarou o Presidente francês à margem de uma visita à localidade de Roquefort sur Soulzon, em Aveyron (sul da França), a seis dias do prazo fixado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.

O comissário europeu para o Comércio, Maros Sefcovic, está em Washington a tentar concluir o acordo comercial com as autoridades norte-americanas. Inicialmente, Macron tinha dito esperar “o acordo mais ambicioso”, ou seja, “zero por zero” por cento de direitos aduaneiros.

Se não for alcançado um acordo até 9 de julho, o Presidente norte-americano poderá duplicar as taxas das importações da UE para 20%, ou mesmo aumentá-las para 50%, como anunciou em maio. “Nós pensamos que não são tarifas que devem existir entre os Estados Unidos e a Europa, mas um mercado aberto onde os produtos possam circular”, defendeu o chefe de Estado francês.

Mas, por enquanto, “aplica-se 10%” e “o que nos preocupa é que possa chegar a 25% ou mais”, observou Macron, que visitou os produtores de queijo roquefort, que podem ser duramente atingidos por tal aumento. No âmbito das negociações em curso, cujo prazo foi fixado para 9 de julho por Donald Trump, Macron deseja “obter o que é o mínimo hoje para os norte-americanos”, ou seja, “10% por 10%” de direitos aduaneiros.

Também espera que “a tarifa de 0% que existia anteriormente” em certos setores, como “a aeronáutica”, “possa ser mantida”, acrescentou. O Presidente francês também defendeu que sejam “valorizados” na discussão “os esforços de defesa” que a UE pretende realizar, ou ainda o facto dos 27 “serem compradores” de “gás liquefeito” dos EUA, a fim de reduzir a sua dependência da Rússia.

Também o chanceler alemão, Friedrich Merz, apelou à UE para que chegue a um acordo “rápido e simples” com os Estados Unidos, privilegiando certas “indústrias-chave”.

“Precisamos agora de alcançar rapidamente um acordo com os Estados Unidos para que as nossas empresas sejam isentas das taxas alfandegárias excessivamente elevadas que atualmente têm de pagar quando exportam para os Estados Unidos”, disse Merz num discurso a uma federação de bancos alemães.

Como líder da maior economia da Europa, Friedrich Merz tem defendido repetidamente uma solução “simples”, mesmo que isso signifique aceitar um acordo assimétrico em que os europeus concordariam com certas sobretaxas, sem compensação. Desde o seu regresso à Casa Branca, em janeiro, Donald Trump fez das taxas alfandegárias um pilar fundamental da sua política, promovendo uma guerra comercial internacional.

Em Washington, Sefcovic tem reuniões agendadas com o representante para o Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, e o secretário do Comércio norte-americano, Howard Lutnick, informou a Comissão Europeia esta semana.

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PS critica substituição do Intercidades por “automotoras obsoletas” no Alentejo

  • Lusa
  • 3 Julho 2025

A CP retirou recentemente “as modernas e confortáveis carruagens Intercidades” do Alentejo e trocou-as por “automotoras UTE 2240, material manifestamente inadequado para longas distâncias”, diz o PS.

O PS criticou esta quinta-feira a substituição das carruagens do comboio Intercidades por “automotoras obsoletas” no Alentejo, considerando tratar-se de “um grave retrocesso na qualidade” do serviço prestado pela CP e “um desrespeito pelos seus utentes” na região. A agência Lusa questionou a CP – Comboios de Portugal sobre o assunto, na quarta-feira à tarde, através de correio eletrónico, após ter tido conhecimento de várias críticas de utentes, mas, até agora, não obteve resposta da empresa.

Em comunicado, a Federação de Évora do PS indicou que a CP retirou recentemente “as modernas e confortáveis carruagens Intercidades” do Alentejo e trocou-as por “automotoras UTE 2240, material manifestamente inadequado para longas distâncias”.

“Esta medida representa um grave retrocesso na qualidade do transporte público da região e um desrespeito pelos seus utentes”, afirmou a estrutura socialista. Também a Direção Regional do Alentejo do PCP referiu que as ligações ferroviárias entre Lisboa e Évora “estão a ser feitas com material circulante desadequado da procura, com queixas permanentes dos utilizadores”.

Já o PS de Évora, alegou que a decisão de substituir as carruagens no Alentejo surgiu na sequência do acidente que envolveu um comboio Intercidades e um camião, ocorrido há duas semanas, na Linha da Beira Baixa. “A troca de material circulante penaliza diretamente os milhares de passageiros que diariamente dependem do comboio para trabalhar, estudar e se deslocar, forçando-os a viajar em condições de desconforto e indignidade”, realçou.

Assinalando que foi um Governo socialista que, em 2019, permitiu ao Alentejo receber pela primeira vez o Intercidades, o PS salientou que esta decisão “anula essa conquista e repõe uma política de discriminação que se julgava ultrapassada”. Citado no comunicado, Luís Dias, presidente da Federação Distrital de Évora do PS e deputado do partido eleito por este círculo eleitoral, considerou que a decisão da CP “é inaceitável e revela um profundo desrespeito pelos alentejanos”.

“Não somos, nem aceitamos ser, cidadãos de segunda. A conquista de um transporte ferroviário digno foi um passo importante para a coesão territorial e o desenvolvimento do Alentejo. Retirar-nos agora essa condição, usando a nossa região como solução de recurso, é uma afronta que não vamos tolerar”, sublinhou.

No comunicado, a federação socialista exigiu a reposição imediata das carruagens Intercidades nas ligações ao Alentejo e um compromisso por parte da CP e da tutela de que “o Alentejo não voltará a ser discriminado na alocação de material circulante”.

“A continuidade do investimento na modernização da ferrovia na região, essencial para o seu desenvolvimento económico e social”, é outra das reivindicações dos socialistas.

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Centro tecnológico do Politécnico de Viana distinguido com prémio “Mais a Norte”

Centro do IPVC é estratégico na ligação entre a investigação científica e as necessidades dos territórios rurais, sobretudo na viticultura, enologia e gestão do território.

O Nutrir – Núcleo Tecnológico para a Sustentabilidade Agroalimentar, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), foi distinguido com o prémio “Mais a Norte” na categoria Norte Ruris atribuído a projetos com impacto direto na região nortenha, pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N). Em causa estão “os contributos na valorização agroalimentar, proteção da biodiversidade e dinamização da economia local”, descreve o politécnico.

Sediado na Escola Superior de Desporto e Lazer (ESDL) do IPVC, localizada em Melgaço, este centro tem sido estratégico na ligação entre a investigação científica e as necessidades dos territórios rurais, sobretudo nas áreas de viticultura, enologia, gestão do território e valorização dos recursos animais autóctones.

“O objetivo [do Nutrir] é transpor os resultados do conhecimento gerado para as empresas e população em geral, criando valor sustentável e promovendo a inovação no setor agroalimentar regional,” assinala o coordenador deste projeto, Nuno Vieira e Brito.

Para este responsável, esta distinção “é um estímulo para a continuidade de uma política de conhecimento e inovação, que é da responsabilidade do IPVC, e que pode, com projetos de proximidade ao território, criar valor e oportunidades de negócio”.

O objetivo [do Nutrir] é transpor os resultados do conhecimento gerado para as empresas e população em geral, criando valor sustentável e promovendo a inovação no setor agroalimentar regional.

Nuno Vieira e Brito

Coordenador do projeto Nutrir, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC)

Entre os objetivos deste centro de investigação constam a dinamização dos territórios de baixa densidade do Alto Minho, a sua caracterização territorial, avaliação das potencialidades e condicionantes das principais atividades agrícolas. Acresce ainda “a promoção e transferência do conhecimento gerado no meio académico para os agentes económicos e para a administração local, contribuindo para a sustentabilidade dos territórios rurais através da inovação, qualificação e dinamização empresarial”, detalha o politécnico num comunicado.

O politécnico informa que este projeto “já trouxe mudanças concretas à comunidade local, destacando-se a caracterização do terroir em Monção e em Melgaço”, possibilitando aos “produtores implementarem uma Denominação de Origem na Região dos Vinhos Verdes, com as implicações económicas e de notoriedade associadas.”

Noutras áreas, acrescenta Nuno Vieira e Brito, “a caracterização das plantas locais na região do Parque Nacional da Peneda-Gerês e Serra de Arga tem potenciado novos usos industriais“.

Segundo o IPVC, “este projeto já colaborou na mitigação dos impactos da linha de alta tensão Ponte Lima-Fonte Fria, em parceria com a REN, e funcionou como vetor para a criação do futuro centro de valorização e transferência de tecnologia 3AR, que está em candidatura para financiamento pela CCDR-N”.

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Mercadona abre centro logístico em Almeirim e passa a maior empregador do concelho

  • ECO
  • 3 Julho 2025

O processo de formação dos 630 novos trabalhadores do bloco logístico de Almeirim representou um investimento de 7,2 milhões de euros.

A Mercadona investiu 290 milhões de euros no seu maior bloco logístico em Portugal, tendo criado 630 novos postos de trabalho no concelho de Almeirim. É o maior empregador.

“A Mercadona é hoje o maior empregador do concelho, sendo que ao mesmo tempo dinamizou uma zona que, apesar das possibilidades, não estava a ser usada como zona de atividades económica e que tem um enorme potencial, como já é visível com a instalações de muitas outras empresas. Este é um investimento estratégico que está a mudar para melhor a cidade, o concelho e a região”, disse, em comunicado, Pedro Ribeiro, presidente da Câmara Municipal de Almeirim, aquando da inauguração do espaço.

O processo de formação dos novos trabalhadores representou um investimento de 7,2 milhões de euros.

Mais de 700 empresas nacionais participaram na construção do bloco logístico da cadeia de retalho alimentar, num terreno de 440.000 m2, com uma área total construída de cerca de 120.000 m2, composta por um armazém de frio de 49.000 m2, um de secos de 50.000 m2, um edifício de serviços gerais e escritórios e uma oficina de lojas.

O bloco logístico de Almeirim é o maior centro de distribuição da Mercadona em Portugal, através do qual abastece 63 lojas, permitindo a continuidade do seu projeto de expansão no país.

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Blackrock aposta em Portugal com otimismo renovado

A maior gestora de ativos do mundo reforça a confiança em Portugal, destacando o equilíbrio entre a estabilidade económica e o potencial de crescimento, com a capacidade de atração de investimento.

Os choques da política de Washington na economia mundial e a incerteza criada pelas várias tensões geopolíticas no Médio Oriente e na Europa parecem ter virado o mundo do avesso. Contudo, para a Blackrock, “esta é apenas a evolução de um novo regime de transformação que já dura há vários anos”.

A maior gestora de ativos do mundo apresentou esta quinta-feira aos jornalistas o seu “Mid-Year Outlook” e, longe de se retrair, reforça a convicção de que “os resultados de curto prazo são mais claros do que os de longo prazo – uma inversão da lógica habitual de investimento – pelo que atribuímos maior peso às visões táticas”.

A Blackrock tem um stock de investimentos em Portugal entre 5 mil milhões e 6 mil milhões de euros. Apesar de significativo, é muito inferior aos cerca de 80 mil milhões de euros que tem em Espanha.

De acordo com o relatório “Controlando a incerteza”, a visão de investimento da gestora para os próximos seis meses assenta “numa forte componente de risco”, com os analistas da Blackrock a apostarem num ambiente “excecional para gerar alfa [valor acrescentado]”. É nesse sentido que a gestora norte-americana mantém a convicção de que os mercados periféricos europeus – em que Portugal se destaca – oferecem oportunidades sólidas num contexto de volatilidade acrescida.

“Na Europa gostamos particularmente dos países periféricos. O que significa que estamos otimistas também para Portugal”, destacou esta quarta-feira André Themudo, responsável da Blackrock para Portugal e Espanha. Esta confiança assenta numa análise estrutural que vai além dos números conjunturais, e que aporta em grande medida para o setor das infraestruturas, área em que a gestora norte-americana antevê um forte crescimento nos próximos anos.

“Portugal surge como um contribuidor forte no contexto europeu”, beneficiando de uma “sólida procura doméstica” e atravessando “um bom momento de captação de investimento”, destacou o responsável aos jornalistas. A inflação controlada na economia nacional é um dos pilares desta visão otimista. Com uma expectativa de 2,2% para este ano, Portugal consegue manter “um crescimento real dos salários relativamente controlado” que “estimula o crescimento do consumo”.

Esta estabilidade macroeconómica é reforçada pela “baixa exposição do país às tarifas comerciais norte-americanas”, criando aquilo que André Themudo descreve como “um excelente mix entre estabilidade e potencial económico”.

Entre os setores que merecem mais atenção no quadro nacional estão o setor industrial e o setor financeiro, e ainda o setor das infraestruturas, área em que a Blackrock tem feito vários investimentos no mercado nacional através da aposta em parques de energia renovável por via dos seus fundos de infraestrutura e energia renovável Renewable Income Europe e Global Renewable Power III/IV), como é o caso do invesitmento na Central Solar da Glória, o primeiro PPA solar merchant de longo prazo em Portugal, construída com capital do fundo Renewable Income Europe.

Recorde-se que através dos seus muitos fundos de investimento, a Blackrock é um dos principais investidores da bolsa portuguesa, contando com várias posições nas maiores cotadas, como é disso exemplo as posições de 6,85% na EDP e de 3% na EDP Renováveis, que se traduzem numa posição de investimento superior a 1.400 milhões de euros.

Com base nestas e noutras participações, André Themudo revela que a Blackrock tem um stock de investimentos em Portugal entre 5 mil milhões e 6 mil milhões de euros. Apesar de significativo, é muito inferior aos cerca de 80 mil milhões de euros que tem em Espanha.

Perspetivas para lá de Portugal

A confiança em Portugal insere-se numa estratégia europeia mais abrangente, com a Blackrock a apontar oportunidades de investimento em setores como a defesa, onde a Europa detém “empresas líderes mundiais”; semicondutores, com “a Europa a apresentar empresas competitivas”; e no setor industrial, com a Europa a apresentar também “excelentes empresas, muito ligadas à Alemanha”, destaca André Themudo.

O setor das utilities também merece destaque pela gestora como mais um setor com capacidade para captar boas oportunidades no segundo semestre no Velho Continente, beneficiando da crescente procura energética ligada à inteligência artificial.

Apesar da queda de 12% do dólar este ano face ao euro, e de a moeda norte-americana estar a negociar em mínimos de 2021, a Blackrock descarta com completo o fim da hegemonia da moeda verde.

A sustentar o otimismo da gestora na Europa está também a previsão e mais um corte das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE) até ao final do ano, com André Themudo a salientar que o BCE revela-se atualmente num player mais previsível do que a Fed, que desde o arranque do ano não fez qualquer corte das Fed Funds, sendo que os mercados antevêm dois cortes até ao final do ano – que compara com a previsão da Blackrock de apenas um corte.

No entanto, a maior gestora de ativos do mundo descarta por completo a ideia que se tem propagado de o Euro poder vir a tornar-se na moeda de referência mundial. No outlook para os próximos seis meses, a Blackrock refere que apesar da queda de 12% do dólar este ano e de a moeda norte-americana estar a negociar em mínimos de 2021, está completamente descartado o fim da hegemonia da moeda verde.

“Vai continuar a ser a moeda dominante do mundo”, refere André Themudo, sublinhando que continuará a haver uma “predominância do dólar”, apesar da Blackrock antever que o dólar possa continuar a cair mais um pouco este ano, mas que esse quadro de domínio perante as outras moedas “não irá mudar nem vai acontecer”. O responsável da gestora para a Ibéria destaca, por exemplo, que mais de 90% das transações cambiais e que cerca de dois terços dos títulos de dívida global envolvem a negociação através do dólar.

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Pedidos de nulidade, idas ao wc sem autorização e muitos raspanetes da juíza. Assim foi a primeira sessão de julgamento da Operação Marquês

Mais de dez anos depois da detenção de José Sócrates, arrancou esta quinta-feira o julgamento do processo Operação Marquês. Antigo primeiro-ministro fez jus à alcunha de "animal feroz".

Uma manhã agitada mas que de pouco valeu. Durante mais de uma hora, o primeiro dia de julgamento do maior processo da justiça portuguesa, a Operação Marquês, pautou-se por um confronto entre, de um lado do ringue, o advogado de Sócrates e o próprio José Sócrates e, do outro, a juíza presidente do coletivo, Susana Seca. Objetivo? A defesa do principal arguido, o ex-primeiro ministro acusado de 22 crimes, que quer (e bem tentou) à força toda travar o início do julgamento.

Mais de dez anos depois da detenção que surpreendeu o País, arrancou esta quinta-feira, no Campus de Justiça, o julgamento do processo Operação Marquês que tem como principal arguido o antigo primeiro-ministro José Sócrates, que está acusado de 22 crimes – três de corrupção, 13 de branqueamento de capitais e seis de fraude fiscal.

Estão em causa 117 crimes, incluindo corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal, pelos quais serão julgados os 21 arguidos neste processo. Para já, estão marcadas 53 sessões que se estendem até ao final deste ano, devendo no futuro ser feita a marcação das seguintes. Durante este julgamento serão ouvidas 225 testemunhas chamadas pelo Ministério Público e cerca de 20 chamadas pela defesa de cada um dos 21 arguidos.

O empresário e amigo do antigo primeiro-ministro, Carlos Santos Silva, é o arguido com mais crimes imputados pela acusação do Ministério Público, respondendo por 23 crimes, contra os 33 iniciais, entre eles um de corrupção passiva de titular de cargo político, um de corrupção ativa, 14 de branqueamento de capitais e sete de fraude fiscal qualificada.

Entre o rol de arguidos estão ainda o ex-banqueiro do extinto Banco Espírito Santo, Ricardo Salgado, que responde por três crimes de corrupção ativa, um dos quais de titular de cargo político, e oito crimes de branqueamento de capitais.

Ricardo Salgado já respondeu em tribunal num processo extraído da Operação Marquês, tendo sido condenado por abuso de confiança a oito anos de prisão efetiva, uma pena cujo cumprimento ficou condicionado à avaliação da condição de saúde do ex-banqueiro, diagnosticado com Alzheimer.

Outro dos arguidos já condenados em processos extraídos do processo principal é Armando Vara, ex-ministro de António Guterres e ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos, que no processo principal vai responder por um crime de corrupção passiva de titular de cargo político e um crime de branqueamento de capitais.

Vão ainda responder perante o coletivo liderado por Susana Seca dois ex-administradores da extinta Portugal Telecom, Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, Rui Horta e Costa, ex-administrador do empreendimento de luxo no Algarve Vale de Lobo, o empresário luso-angolano Helder Bataglia, o primo de Sócrates, José Pinto de Sousa, a ex-mulher do antigo primeiro-ministro, Sofia Fava, assim como o ex-motorista do antigo governante, João Perna.

Como foi o dia 1 do julgamento?

Pedro Delille, advogado do antigo primeiro-ministro, pediu que fosse decidido o requerimento que apresentou no dia anterior a solicitar a suspensão do julgamento, criticando o facto de a juíza não ter decidido juntar a este processo um outro – o “mini” Marquês – em que Sócrates consta acusado de três crimes de branqueamento de capitais.

No total foram três requerimentos e inúmeras reclamações e pedidos de nulidade – incluindo a tentativa de afastar a juíza – por várias questões processuais formais. Mas se, no início, a juíza manteve a calma e compostura, a meio da manhã decidiu manter a ordem na sala: “Quem preside ao tribunal coletivo sou eu, não é o senhor!”, disse em tom agressivo e professoral. Logo de seguida, José Sócrates sorria.

O ex-primeiro-ministro José Sócrates (E), principal arguido da Operação Marques, acompanhado pelo seu advogado, Pedro Delille (D), após a sua chegada após uma pausa no Tribunal Central Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça. EPA/ANTÓNIO PEDRO SANTOSEPA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Perante isto, a juíza decide ordenar que os atos processuais “que manifestamente e abusivamente possam embaraçar ou protelar os trabalhos” podem levar a advertimentos ou, eventualmente, “à retirada da palavra”.

“Vamos ficar muito claros quanto a isso. Não é o senhor doutor que decide quando fala nem é o arguido que decide quando fala”, diz a magistrada, dirigindo-se a Pedro Delille, advogado de Sócrates. Susana Seca, em tom de raspanete, avisou que não vai “compactuar com os instrumentos que atrasam o andamento do processo. O senhor doutor não pode desrespeitar o tribunal coletivo!”, diz a juíza, protagonizando o momento mais tenso da manhã.

Mas o episódio mais insólito acabou por ser a saída de Sócrates da sala de audiência (quando a sessão começara apenas há cerca de meia hora) para ir à casa de banho, sem pedir autorização. Mas esta saída não foi logo notada. Ao questionar o seu advogado sobre o paradeiro do cliente, a juíza fica visivelmente incomodada e diz: “Pediu autorização para sair da sala?”, questionou Susana Seca. Regressado à sala, Sócrates pediu para prestar declarações mas o pedido foi recusado. “Não, este não é o momento. Tem de se sentar como os restantes. Tem de se sentar e aguardar o momento. Neste momento, o tribunal não lhe dá a palavra”, disse a juíza. Esta frase foi repetida em simultâneo com a insistência de Sócrates, em jeito de desobediência. “A senhora juíza não me dá a palavra, é isso? O tribunal não me dá a palavra e ainda me adverte?”, questionou Sócrates.

Já fora da sala de audiências, José Sócrates, acompanhado de agentes da PSP, reforçou que o comportamento da presidente do coletivo de juízes foi o de alguém com um “complexo de autoridade”. ” A juíza vai mostrando a sua completa parcialidade”, acrescentou, sublinhando que todas as magistradas à frente do processo estão em exclusividade e que isso cria “um problema muito sério” em relação ao processo, por estar a “exercer uma tutela administrativa sobre um processo judicial”.

Da parte da tarde, outro embate. Agora com o advogado de defesa de Sofia Fava, ex-mulher de Sócrates, que chegou atrasada à sala de audiência. Filipe Baptista pediu a palavra logo no recomeço da sessão da tarde para apresentar um requerimento de nulidade do acórdão da Relação de Lisboa de 25 de janeiro de 2024, que recuperou então o essencial da acusação do Ministério Público e pronunciou a maioria dos arguidos para julgamento, revertendo a decisão de Ivo Rosa, de abril de 2023. “Este é o único momento adequado para o fazer”. Mas a juíza responde: “pode ser feito por requerimento escrito. Não vai fundamentar. Vai apresentar por escrito”. O advogado questionou: “vai começar sem apreciar esta questão?”. Susana Seca mostrou-se inflexível: “Vamos começar”. O advogado concluiu: “Gostava que ficasse registado em ata que a juíza me impediu de exercer os direitos de defesa”.

Carlos Santos Silva (à direita), empresário e amigo do ex-primeiro-ministro José Sócrates (não fotografado), à sua chegada após um intervalo no Tribunal Central Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSAANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

E o que disseram as outras defesas?

A segunda sessão do julgamento, que teve início já passava das 14h30 no Campus de Justiça, ficou marcada pela intervenção das defesas dos vários arguidos, mas algumas abdicaram desse direito e remeteram-se ao silêncio. Foi o caso da advogada de Carlos Santos Silva, da sua companheira Inês do Rosário e da empresa XLM que optou pelo não tecer nenhuma palavra nas exposições introdutórias. “Carlos Santos Silva prescinde de exposições introdutórias e Inês do Rosário igualmente”, disse Paula Lourenço.

Também os advogados dos arguidos Helder Bataglia, Rui Horta e Costa – representados por Rui Patrício – e Diogo Gaspar Ferreira – representado por João Medeiros – optaram por não fazer exposições introdutórias.

Em sentido contrário, e usando da sua palavra, a defesa do arguido Joaquim Barroca, vice-presidente do grupo Lena, sublinhou que o seu cliente foi acusado 11 anos depois do início do processo e essa “delonga” processual não pode ser “imputada aos arguidos, que se estão a defender de factos e crimes graves”.

Assumiu que pretende demonstrar que o Ministério Público “errou profundamente”, nomeadamente por ter colocado em causa os contratos alcançados com o Governo, como a construção de um troço importante do TGV. “A corrupção não aconteceu e o Ministério Público não conseguirá demonstrar isso”, disse a advogada Ana Pais.

Joaquim Barroca durante a sua audição perante a II Comissão Parlamentar de Inquérito à Recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e à Gestão do Banco, na Assembleia da República, em Lisboa.Rodrigo Antunes/Lusa 16 maio, 2019

“O Grupo Lena foi descrito como um grupo periférico que viveu em torno de Sócrates como base da sua sobrevivência – isso não traduz a realidade”, alerta a defesa.

A advogada repudiou ainda a inclusão de inspetores da Autoridade Tributária no leque de testemunhas arroladas pelo Ministério Público para o julgamento. “Todos aqui desempenham o seu papel processual. Desta defesa o tribunal pode contar com uma luta judicial e só esta. É precisamente pelo respeito das normas jurídicas que se entende não poderem ser ouvidos como testemunhas os inspetores da Autoridade Tributária. Não será por ser prática nestes casos que se torna necessariamente legal ouvir pessoas que desempenharam funções de órgão de polícia criminal”, disse.

A advogada refutou o crime de corrupção, bem como a prática dos crimes de branqueamento e fraude fiscal.

Outro dos críticos da atuação da Justiça portuguesa foi o advogado de Ricardo Salgado – que devido ao seu estado de saúde não marcou presença na sessão. Francisco Proença de Carvalho afirmou que a defesa do ex-banqueiro “está amarrada pela ausência física e cognitiva do cliente” e que Salgado está incapaz de participar num julgamento por motivo de doença.

“O arguido nem sabe que hoje começa o julgamento“, sublinhou o advogado que espera que esta exposição introdutória sirva “para chamar a comunidade à atenção” da doença do seu cliente. “Está ali uma pessoa física despojada da sua capacidade cognitiva, dos seus sentimentos, da sua memória”, acrescenta.

Uma coisa é certa: acredita que se o seu cliente não se chamasse Ricardo Salgado ele não estaria naquela sala de julgamento esta quinta-feira. “É com desilusão profunda que não tenha havido uma mente jurídica humana que se desviasse desta tese de que só se estiver morto é que poderá não ser julgado”, remata.

Mas o advogado foi mais longe e assegurou: “aqui [no tribunal] já não se fará Justiça, seja ela qual for”. A defesa de Salgado considera também que todos os arguidos entram na sala de julgamento a “perder cinco ou seis a zero”, mas que espera que a justiça “equilibre o jogo”. Francisco Proença de Carvalho pediu ainda a absolvição do ex-banqueiro.

O ex-diretor da extinta Portugal Telecom, Zeinal Bava (D), chega ao Tribunal Central Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça, em Lisboa, Portugal, a 3 de julho de 2025. EPA/MIGUEL A. LOPESEPA/MIGUEL A. LOPES

a defesa de Zeinal Bava garantiu que o ex-CEO da TAP não era funcionário público, e nesse ponto centrou a sua estratégia. “O MP imputa a Zeinal Bava ser funcionário público e por isso estarmos perante um crime de corrupção. Isto é um tema jurídico. Seria funcionário público por ser funcionário de uma empresa detentora de uma concessão pública de telecomunicações. Mas não há nada que se tenha passado na PT Comunicações, passou-se na PT SGPS. E esse é um tema que vai orientar muito a nossa perspetiva”, referiu José António Barreiros.

Isto porque o Ministério Público classifica, à data, Bava como funcionário público para lhe imputar o crime de corrupção. Mas o empresário é ainda acusado de um crime de fraude fiscal e um de branqueamento de capitais. Bava, acusado de agir em prol de Ricardo Salgado, para impedir a OPA da Sonae à PT “não praticou nada de ilícito. Se a OPA foi derrotada, tal decorreu pela lógica do mercado”.

José António Barreiros defendeu ainda que os interesses do seu cliente não estavam alinhados com as intenções do Grupo Espírito Santo. “Tornamos claro desde a instrução e na contestação, e está documentado, que o engenheiro Zeinal Bava entendia que a participação na Vivo era estratégica. Se isto compactuava com os interesses privados, não era a função dele. A Telefonica espanhola, que tinha uma vontade histórica de participação, foi fazendo propostas. O mercado funcionou”, sublinhou.

Assim, a defesa de Bava considera que “não há alinhamento convergente entre os interesses de Zeinal Bava e os interesses do Grupo Espírito Santo. É isso que pretendemos provar”. Sobre a aquisição de papel comercial do GES, reforça que “durante todo o mandado de Bava, tudo quanto foi adquirido em matéria destes títulos foi pago com vantagens para a PT”.

O ex-diretor da extinta Portugal Telecom, Henrique Granadeiro (E), deixa o Tribunal Central Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça. MIGUEL A. LOPES/LUSAMIGUEL A. LOPES/LUSA

Outra das defesas que marcou posição no julgamento foi a de Henrique Granadeiro. A advogada Dirce Rente focou-se no bloqueio da OPA da Sonae à PT, em que o antigo administrador da companhia é acusado de ter influenciado a decisão para favorecer os interesses de Ricardo Salgado e do BES.

Segundo a advogada, o projeto não avançou, porque não era “meritório” e os “acionistas assim não o decidiram”. “O projeto visava que a Sonae se tornasse no maior player das redes fixas, com uma quota acima dos 65%”, referiu. Dirce Rente garantiu que a tese acusatória assenta num “manifesto desconhecimento do mercado e da forma como são geridas as empresas”.

“A acusação reduz Henrique Granadeiro a um mero executante de Ricardo Salgado por relações de amizade que justificam tudo. Quem conhece Henrique Granadeiro sabe que veio de origens humildes, que honra as origens de onde veio, procura fazer o bem e nunca se deixaria corromper por pretensas relações de amizade. O retrato que a acusação pretende fazer passar de Henrique Granadeiro não podia estar mais longe da verdade”, disse.

Sobre a venda das participações da PT na Vivo para depois investir na brasileira Oi, a defesa assegurou que o BES votou a favor da venda, mas Henrique Granadeiro votou contra. “Faz pouco sentido para alguém que está acusado de estar na dependência de Ricardo Salgado”, refere. E concluiu com o pedido de absolvição do arguido, que responde no julgamento da Operação Marquês por cinco crimes: “Todos estes factos farão que a acusação não colha. E todos estes factos sustentam uma só decisão: a absolvição do Dr. Henrique Granadeiro”.

O advogado de Sofia Fava (ex-mulher de Sócrates) diz que é uma violência “sujeitar a julgamento” a sua cliente, uma arguida sobre a qual, na sua ótica, não há prova que a ligue aos crimes dos quais é acusada, admitindo apresentar um requerimento ao tribunal. “Sofia Fava vem acusada de branqueamento. Branqueamento de quê? Um empréstimo? Os capitais do banco? Contrato de prestação de serviços? Acusada de falsificação?”, interroga.

A tarde terminou com a identificação formal dos arguidos, encerrando este animado primeira dia de trabalhos, mas que pouco trouxe de substancial.

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Montenegro anuncia cimeira luso-moçambicana em 8 e 9 de dezembro em Portugal

  • Lusa
  • 3 Julho 2025

"Estamos ambos na condição de podermos emprestar uma nova energia à relação entre os governos, entre os países e entre os povos de Portugal e de Moçambique”, disse o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro anunciou esta quinta-feira a realização da cimeira luso-moçambicana em 8 e 9 de dezembro, em Portugal, e defendeu que os dois países têm lideranças em início de ciclo com capacidade de transmitirem nova energia à cooperação.

Luís Montenegro falava após ter recebido em São Bento o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, que antes já tinha estado com o chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém.

Na sua breve intervenção, após a reunião bilateral, o primeiro-ministro afirmou que a prioridade de Portugal é a de estabelecer “um diálogo político inclusivo com o Presidente de Moçambique, tendo em vista estreitar os laços de cooperação política, institucional, cultural e económica”.

“Estamos numa primeira fase do ciclo político, que se iniciou com a eleição do Presidente Daniel Chapo, e também estamos numa primeira fase do ciclo político que se iniciou com a reeleição do atual Governo português. Portanto, estamos ambos na condição de podermos emprestar uma nova energia à relação entre os governos, entre os países e entre os povos de Portugal e de Moçambique”, sustentou Luís Montenegro.

Neste contexto, o líder do executivo português anunciou que, durante a conversa com Daniel Chapo, ficou decidida a realização da VI Cimeira entre Portugal e Moçambique. “Tivemos a ocasião de agendar, de forma indicativa, para os próximos dias 8 e 9 de dezembro. Não há melhor expressão desta vontade de dar este novo impulso às nossas relações do que retomarmos a realização destas cimeiras bilaterais”, completou.

De acordo com o primeiro-ministro, nessa cimeira, que se realizará em Portugal, os dois países irão procurar “desenvolver mais os instrumentos de cooperação em áreas como a saúde, a educação, a mobilidade, a segurança e a Defesa. Do ponto de vista económico, prometeu que o seu Governo “tudo fará para criar os instrumentos apropriados no sentido de desenvolver mais trocas comerciais e, também, mais investimentos”.

Temos cerca de 400 empresas portuguesas em Moçambique e a nossa vontade é que possam ter um volume de negócios ainda maior e possam também juntarem-se a elas mais algumas”, disse. A seguir, neste mesmo contexto, o primeiro-ministro fez uma alusão à crise política aberta após as eleições presidenciais moçambicanas e deixou a mensagem de que as reformas em Moçambique são “um esteio” para desenvolver a cooperação económica bilateral.

“Temos acompanhado, com espírito positivo e com esperança nos resultados, todo o processo de estabilidade política e de implementação de reformas e transformações em Moçambique, que são um esteio para podermos empreender este reforço da cooperação económica e do investimento empresarial. É isso que poderá dinamizar não só a continuação de muitos dos setores de atividade que têm marcado essa presença, como também podermos abrir novos setores e novas oportunidades”, salientou.

Com Daniel Chapo ao seu lado, deixou, ainda, uma mensagem sobre a cooperação e solidariedade de Portugal no que respeita ao combate travado por Moçambique contra o terrorismo na região de Cabo Delgado.

“Portugal continua fortemente comprometido em apoiar politicamente, financeiramente, o Estado moçambicano para diminuir a instabilidade e o incremento de práticas terroristas. Acompanhamos as diligências com vista a ultrapassar a situação em Cabo Delgado, tanto de forma direta e bilateral, como ao nível da União Europeia, onde temos, de resto, sido insistentes na defesa da continuidade do respetivo apoio financeiro”, acrescentou Luís Montenegro.

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Ministro da Economia admite que Portugal pode não crescer 2,4% este ano

Governo vai assinar contrato com o Fundo Europeu de Investimento para "colocar na economia 6.500 milhões de euros a uma taxa de juro mais baixa" alavancados com 500 milhões de euros.

O ministro da Economia e da Coesão admitiu, pela primeira vez que, afinal, Portugal pode não crescer 2,4% este ano. Apesar do efeito das tarifas de Trump, da guerra na Ucrânia e da incerteza que assola a economia mundial, Manuel Castro Almeida considera que o país “crescerá mais de 2% este ano”.

No segundo trimestre vai haver uma normalização do crescimento. Pode não se cumprir o objetivo dos 2,4% que estava inicialmente traçado, mas será sempre acima dos dois pontos percentuais”, disse Castro Almeida quarta-feira no “Negócios da Semana”, na Sic Notícias.

O ministro das Finanças tem recusado admitir que Portugal poderá crescer menos, tendo em conta o contexto internacional. Um contexto que ditou a revisão em baixa das previsões por parte da maior parte das instituições.

A Comissão Europeia, nas previsões da Primavera, prevê que Portugal cresça apenas 1,8% este ano e acelere para 2,2% no seguinte; o Fundo Monetário Internacional antecipa que Portugal cresça 2% este ano e 1,7% no próximo, o Conselho das Finanças Públicas aponta para um crescimento de 2,2% e o Banco de Portugal é o que mais pessimista com uma previsão de progressão de 1,6% do PIB, uma forte revisão em baixa em junho face aos 2,3% previstos em março.

Miranda Sarmento, que até já chegou a admitir que Portugal poderia mesmo crescer 2,5% este ano, admitiu no entanto que a estimativa de 2,4% “não está descartada, mas é mais exigente”. Em todo o caso, os números que temos apontam para crescimento acima de 2% com toda a incerteza que existe, recessão nos EUA, tarifas muito elevadas, ou seja, vários fatores de incerteza”, sublinhou Miranda Sarmento, na “Grande Entrevista”, na RTP3, em maio.

Cerca de 15 dias depois, Miranda Sarmento, já dizia apenas: “Continuamos a perspetivar um crescimento económico acima de 2%. Os próximos trimestres corrigirão o que foram os dados do primeiro trimestre”.

De acordo com os dados do INE, o PIB contraiu-se 0,5% na comparação em cadeia, quando no trimestre anterior tinha subido 1,4%. Reflexo de um contributo nulo da procura interna (após ter sido positivo nos últimos três meses de 2024) e do contributo negativo da procura externa líquida.

Castro Almeida desdramatiza este desempenho, explica que se deve ao excelente resultado do quarto trimestre de 2024 – “o melhor trimestre desde que há euro” –, quando Portugal “cresceu praticamente o dobro da média europeia”. “Não vai ser nenhum drama”, garantiu rejeitando liminarmente um cenário de recessão técnica (dois trimestres consecutivos de crescimento negativo). “Seria uma surpresa enorme para mim, acho que isso não vai acontecer”, frisou.

“Este ano vamos continuar a crescer mais do que a UE”, antecipou o novo super-ministro.

“A guerra, os problemas com as tarifas americanas trouxeram instabilidade à economia, é impossível ficar de fora destes problemas. O Governo vai tentar superar estas dificuldade para ter um crescimento”, explicou, frisando que o objetivo é “com políticas corretas” fazer com que Portugal, “a cada ano, se aproxime da média europeia”. “Há 30 anos que estamos a 82% da média europeia. Temos estado em estagnação”, diz.

Castro Almeida sinalizou que as empresas nacionais “estão muito descapitalizadas e, por isso, é preciso recurso ao crédito”. Por isso, o ministro sublinhou que, no próximo dia 11, “vai estar em Portugal a presidente do FEI para assinar um contrato com o Estado português em que vai ser intermediário o Banco de Fomento, que “permitirá mobilizar 6.500 milhões de euros para apoio a 30 mil empresas que vão poder beneficiar de crédito com garantia europeia”.

Ou seja, 50% do crédito que o banco concede vai ter uma garantia europeia. O banco comercial “só corre risco sobre os restantes 50%” e assim “vai poder baixar a taxa de juro”. Castro Almeida antecipa que “empresas que hoje pagam um spread de 1,25% ou 1,5% passem a pagar 0,6% ou 0,7%”.

“Os 6.500 milhões são mobilizados apenas com 500 milhões de euros”, acrescentou. Em causa está a implementação da “gaveta nacional” do Programa InvestEU, que é financiada com 450 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a que se somam mais 50 milhões sob a forma de garantias do Estado português a favor da União Europeia.

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Allianz lança campanha com “uma miúda de cabelo azul” e música d’Os Azeitonas

  • + M
  • 3 Julho 2025

A campanha, que "celebra a liberdade e a empatia, numa marcação clara de um novo território estratégico", é um reflexo da proximidade e afinidade que a seguradora quer reforçar em Portugal, diz a CEO.

Assinada pela agência Nossa, a nova campanha da Allianz Portugal procura uma “aposta clara numa marca mais próxima, emocional, com um leve sorriso no rosto e uma cor diferente na cabeça“. Tendo “uma miúda de cabelo azul” como protagonista, o filme conta ainda com a música “Pessoas”, d’Os Azeitonas, como banda sonora.

A ” miúda de cabelo azul” é assim o fio condutor do filme que “mistura liberdade, quotidiano e portugalidade, tornando-se num retrato afetivo e surpreendente do que é ser português hoje” e que “celebra a liberdade e a empatia, numa marcação clara de um novo território estratégico para a Allianz em Portugal“, refere-se me nota de imprensa.

“Há quem pense que a liberdade é poder fazer tudo. Nós acreditamos que é poder não se preocupar com nada”, diz a seguradora no spot, numa ideia que “ganha vida num filme através da leveza, da cor e da confiança”.

“Somos uma seguradora que protege, mas também que compreende. Que está cá para cuidar do que importa, olhando para cada pessoa como ela é – com as suas singularidades, os seus caminhos e os seus sonhos. Esta campanha é um reflexo dessa proximidade e afinidade que queremos reforçar com todos os nossos clientes”, diz Teresa Brantuas, CEO da Allianz Portugal, citada em comunicado.

Já por parte da Nossa, Nuno Presa Cardoso, responsável pela direção criativa da campanha, explica que a utilização do cabelo azul foi um “ponto de partida para mostrar como a diferença pode ser memorável” e como uma marca como a Allianz “pode ser mais leve, emocional e culturalmente ligada a Portugal e ao nosso tempo.”

Presente em televisão, digital, outdoor e rádio, a nova campanha da Allianz “reforça o valor das relações humanas, convidando a olhar para as pessoas com tempo, carinho e um verdadeiro sentimento de liberdade, promovendo uma ligação mais profunda e emocional”. O planeamento de meios é da EssenceMediacom.

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Da conversão de dívida até taxar grandes fortunas. ONU sai de Sevilha com 130 iniciativas

  • Lusa
  • 3 Julho 2025

A quarta conferência da ONU sobre financiamento ao desenvolvimento terminou com as primeiras 130 iniciativas, que vão desde a conversão de dívida até à taxação de grandes fortunas.

A quarta conferência da ONU sobre financiamento ao desenvolvimento terminou esta quinta-feira, em Sevilha, com um documento aprovado que pretende servir de base ao combate à pobreza na próxima década e as primeiras 130 iniciativas para perseguir esse objetivo.

A conferência das Nações Unidas sobre financiamento para o desenvolvimento só se realiza a cada dez anos e esta ocorreu num momento de “escalada das tensões comerciais, cortes acentuados na ajuda pública ao desenvolvimento” e “aumento do peso da dívida” dos países mais pobres, como reconheceu a secretária-geral adjunta das Nações Unidas, Amina J. Mohammed, na sessão de encerramento do encontro.

Amina J. Mohammed referiu os “danos colaterais” para o combate à pobreza e a promoção do desenvolvimento de haver neste momento outras e maiores prioridades nos orçamentos dos países doadores: “O apoio ao desenvolvimento já não se pode dar por garantido“.

Apesar disso, perante este cenário preocupante, a conferência de Sevilha deu uma resposta forte“, adotando o documento “Compromisso de Sevilha”, “centrado em soluções”, que “mostra que a cooperação multilateral ainda é importante e ainda funciona”, e que reafirma “o compromisso” da comunidade internacional e reaviva “a esperança”, considerou.

O “Compromisso de Sevilha”, um documento de 68 páginas subscrito por 192 dos 193 países da ONU, estabelece metas e compromissos, assim como propõe medidas para tentar responder a três questões fundamentais para o desenvolvimento.

A primeira é mobilizar mais recursos, públicos e privados, para reduzir o défice de financiamento, estimado pelas Nações Unidas em mais de quatro biliões de dólares americanos (mais de 3,4 biliões de euros); a segunda é aliviar o peso das dívidas soberanas nos orçamentos dos países mais pobres para assim libertar verbas para investimentos de combate à pobreza; a terceira é dar mais protagonismo e voz aos países em desenvolvimento nos processos de cooperação internacional e na arquitetura de financiamento global.

“Os países em desenvolvimento têm de ser ouvidos como foram ouvidos nesta conferência”, defendeu Amina J. Mohammed.

Plataforma soma 130 iniciativas: da eliminação da dívida ao taxar grandes fortunas

Foi ainda lançada nesta conferência a “Plataforma de Sevilha para a Ação”, que junta iniciativas conjuntas de países, organizações não-governamentais (ONG), organismos e agências multilaterais, setor privado e bancos de desenvolvimento que pretendem transformar em ações concretas o que está enunciado no documento global (o “Compromisso de Sevilha”).

Nos quatro dias da conferência foram apresentadas ou entregues à plataforma 130 iniciativas, como alianças para suspensão de dívidas públicas em determinados cenários; para conversão das dívidas soberanas em projetos de desenvolvimento e de economia verde ou para taxar de forma extra voos privados e grandes fortunas para assim gerar verbas para financiar projetos de desenvolvimento.

Passaram esta semana por Sevilha delegações de 192 países, 60 das quais encabeçadas por chefes de Estado e de Governo. Destes, a maioria era de países em vias de desenvolvimento, num claro desequilíbrio de representação entre doadores e devedores.

Gostávamos ter tido mais líderes dos países doadores“, reconheceu a vice-secretária-geral adjunta da ONU, em resposta a perguntas dos jornalistas numa conferência de imprensa final da conferência.

Amina J. Mohammed acrescentou que, no entanto, este desequilíbrio de participação não diminuiu “a esperança” com que a ONU sai de Sevilha, sublinhando que quase todas as delegações tiveram representação “de alto nível” e que seguramente assim será nas próximas reuniões e nas que darão seguimento a esta conferência.

Estados Unidos ausentes

O único país da ONU ausente de Sevilha e que não subscreveu o “Compromisso de Sevilha” foi os EUA, tradicionalmente o maior doador do mundo, mas que cortou as verbas de apoio ao desenvolvimento desde que Donald Trump regressou à presidência do país, em janeiro.

Amina J. Mohammed disse que a ONU lamenta a ausência dos EUA e este “retrocesso repentino”, mas que espera “que seja temporário e que os EUA regressem”, acrescentando que, porém, “como demonstrou a conferência de Sevilha”, “apesar de tudo”, os países e o mundo avançam.

A Conferência de Sevilha foi considerada um êxito do multilateralismo, num contexto geopolítico atual marcado pelas tensões, pela ONU, pela generalidade dos Estados-membros da organização e por organismos multilaterais, como os bancos de desenvolvimento ou o Banco Mundial.

Outra opinião manifestaram porém as centenas de ONG que também participaram na conferência, que consideram o “Compromisso de Sevilha” pouco ambicioso e que houve um boicote dos países ricos a medidas eficazes para aliviar dívidas soberanas dos mais pobres.

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Rita Cunha Leal e José Azevedo Rodrigues entram na administração da Parpública

Rita da Cunha Leal e José Azevedo Rodrigues entram para o conselho de administração como vogais não executivos para terminar o mandato 2024-2026.

A Parpública informou esta quinta-feira, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que foram eleitos, com efeitos a 1 de julho de 2025, dois novos membros para a administração.

“Rita Domingues dos Santos da Cunha Leal e José Miguel Azevedo Rodrigues foram eleitos, como vogais não executivos do conselho de administração da Parpública e, simultaneamente, vogais da comissão de auditoria, para completar o mandato 2024-2026″, lê-se no comunicado.

Licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Rita Cunha Leal estava como coordenadora da Unidade de Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP) desde setembro de 2024.

Foi também entre junho de 2015 a junho de 2016, advogada na sociedade de advogados Gomez -Acebo & Pombo, integrando a equipa de Direito Público e Regulatório, com atividade predominante nas áreas de contratação pública, parcerias público-privadas, project finance e contencioso administrativo. Entre outubro de 2003 e abril de 2008, foi advogada no Sérvulo Correia & Associados (hoje Sérvulo & Associados). O mesmo escritório de advogados que a Parpública contratou sem autorização do Ministério Finanças.

Licenciado em Gestão pelo Iscte, José Miguel Azevedo Rodrigues é revisor oficial de contas e partner na Azevedo Rodrigues, Batalha, Costa e Associado. É ainda docente no Iscte Executive Education e consultor da CBR – Consultoria e Investimentos, onde desenvolve projetos na área da fiscalidade e do controlo de gestão, de acordo com o currículo publicado no site do Iscte.

Foi ainda administrador não executivo da Parpública – Participações Públicas entre 2020 e 2024, onde presidiu a respetiva comissão de auditoria.

A Parpública concentra as participações empresariais do Estado em empresas como a Estamo, Companhia das Lezírias ou Águas de Portugal e também está a gerir o processo de privatização da TAP. Atualmente é liderada por Joaquim Cadete, que substituiu José Realinho de Matos o ano passado.

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