Dower Law Firm reforça equipa com três associados

Luís Correia da Silva, Manuel César Machado e Noémia de Sousa são os novos associados da Dower Law Firm. A firma reforça assim as equipas de Penal, Corporate e Laboral.

A Dower Law Firm reforçou as suas equipas de Direito Penal, Corporate e Laboral com três novos advogados: Luís Correia da Silva, Manuel César Machado e Noémia de Sousa.

Transitando da Cerejeira Namora, Marinho Falcão, Luís Correia da Silva junta-se à Dower como associado principal, atuando na área de Direito Penal. Por outro lado, Noémia de Sousa, que integrava a PRA, vai reforçar a equipa de Direito Laboral, na qualidade de associada.

Por fim, Manuel César Machado, que anteriormente desempenhava funções na Andersen, assume a posição de associado na Dower, onde atuará predominantemente na área de Corporate.

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📹Como funcionam as eleições presidenciais dos EUA?

Na ida às urnas, os norte-americanos votam em “delegados” e não nos candidatos à presidência. Quem receber mais votos no “Colégio Eleitoral”, e não a nível nacional, é que vence a eleição.

As eleições norte-americanas da próxima terça-feira, dia 5 de novembro, vão ditar quem será o 47.º Presidente dos Estados Unidos. Kamala Harris e Tim Walz, pelos democratas, e Donald Trump e J.D. Vance, pelos republicanos, concorrem pela liderança da Casa Branca durante um mandato de quatro anos.

A votação já arrancou há algumas semanas em pelo menos 25 estados. De acordo com o Election Lab da Universidade da Florida, mais de 60,6 milhões eleitores já tinham votado antecipadamente até às 14h45 (hora de Lisboa) desta quinta-feira.

No entanto, o sistema de voto nos EUA é diferente em relação à maioria das democracias: em vez de os norte-americanos votarem diretamente em Kamala Harris ou Donald Trump, votam em delegados que representam os seus estados e que depois é que irão votar nos candidatos à presidência e vice-presidência, consoante o partido que assumiram apoiar.

Trata-se de um método de votação indireto, conhecido como “Colégio Eleitoral”. É composto, no total, por 538 delegados, ou “grandes eleitores” – um número que corresponde aos 100 membros do Senado mais os 435 membros da Câmara dos Representantes e três delegados de Washington DC –, que dão os votos decisivos para eleger o presidente e vice-presidente dos Estados Unidos.

Cada estado tem um determinado número de votos do Colégio Eleitoral. No mínimo, têm direito a três votos, mas quanto mais população tiverem, mais “grandes eleitores” serão somados ao valor inicial. Por exemplo: o Texas tem mais de 29 milhões de habitantes e 38 delegados, enquanto o Alasca, onde residem cerca de 700 mil pessoas, tem apenas três “grandes eleitores”.

À exceção do Maine e do Nebraska, o candidato que alcançar a maioria dos votos num Estado e no Distrito de Colúmbia (capital federal) conquista todos os votos do Colégio Eleitoral desse Estado. Significa isto que um candidato pode ganhar no voto popular (ou seja, receber o maior número de votos da população), mas ainda assim perder no Colégio Eleitoral se não reunir o voto de 270 ou mais delegados. Foi o que aconteceu à democrata Hillary Clinton nas presidenciais de 2016, que perdeu para Donald Trump.

A votação do Colégio Eleitoral” está agendada para 17 de dezembro, com os novos Presidente e vice-presidente a tomarem posse em janeiro do próximo ano.

Eleição decidida nos swing states

A corrida à Casa Branca tem ainda outra particularidade. Tipicamente, a maioria dos 50 estados inclina-se muito claramente a votar nos candidatos de um determinado partido. A título de exemplo, Califórnia e Nova Iorque são favoráveis aos democratas, enquanto o Texas e a Florida tendem para os republicanos.

O resultado das eleições decide-se, por isso, em poucos estados onde a disputa é mais renhida. Denominados swing statesbattleground states ou toss-up states são outros termos usados para designar estes “campos de batalha” –, são, segundo os analistas, os estados em que as sondagens mostram uma margem de vitória inferior a 5 pontos percentuais.

Para estas eleições, há sete swing states onde os candidatos têm investido mais tempo e meios da campanha eleitoral e que valem, no seu conjunto, 93 votos no Colégio Eleitoral: Arizona (11); Geórgia (16); Michigan (15); Nevada (seis); Carolina do Norte (16); Pensilvânia (19); e Wisconsin (10).

De acordo com a plataforma RealClear, que calcula a média de várias empresas de sondagens, Donald Trump está à frente da atual vice-presidente por meio ponto percentual (48,5% versus 48,0%) a nível nacional. Nos swing states, Kamala Harris surge à frente do republicano apenas no Wisconsin e no Michigan.

Mas no dia 5 de novembro os norte-americanos votam também a composição do Congresso, estando em jogo 33 dos 100 lugares no Senado (mais o lugar do presidente da câmara alta, que será ocupado pelo vice-presidente dos EUA) e todos os 435 assentos da Câmara dos Representantes. Além disso, 11 estados elegem os seus próximos governadores.

A eleição para as duas câmaras é igualmente importante, porque se o partido do Presidente eleito não tiver maioria no Congresso é mais difícil aprovar legislação e, assim, cumprir a sua agenda.

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Alívio europeu após vitória de Sandu nas presidenciais moldavas

  • Lusa
  • 4 Novembro 2024

“Os moldavos mostraram mais uma vez a sua determinação em construir um futuro europeu, apesar das tentativas híbridas de minar a democracia”, reagiu o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

Os aliados ocidentais da Moldávia, com Moscovo em silêncio, saudaram esta segunda-feira a reeleição da presidente pró-europeia Maia Sandu, uma vitória que, no entanto, esconde fortes divisões nesta antiga república soviética. Após uma campanha tensa, ensombrada por suspeitas de interferência russa, a candidata de 52 anos venceu a segunda volta das eleições com 55,41% dos votos, contra 44,59% do seu adversário, Alexandr Stoianoglo, apoiado pelos socialistas pró-russos.

Este resultado é um alívio para a União Europeia (UE), que iniciou oficialmente as negociações de adesão com o pequeno país de 2,6 milhões de habitantes em junho, tanto mais que o referendo de 20 de outubro, destinado a consagrar o objetivo europeu na Constituição, quase não deu em nada. Acabou por ser aprovado por pouco, mas fez temer o pior.

“Os moldavos mostraram mais uma vez a sua determinação em construir um futuro europeu, apesar das tentativas híbridas de minar a democracia”, reagiu o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, na rede social X. A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tinha antes transmitido uma mensagem semelhante.

Entre os 27 Estados-Membros, o presidente francês, Emmanuel Macron, saudou o facto de a “democracia” ter “triunfado sobre todas as interferências e manobras”, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, saudou o “rumo europeu” escolhido por Chisinau. Quanto à vizinha Ucrânia, também candidata à adesão à UE, os moldavos fizeram “uma escolha clara”, declarou o seu presidente Volodymyr Zelensky, apelando a “uma Europa pacífica e unida”.

O Kremlin, que nega “categoricamente” as alegações de interferência, ainda não reagiu, ao contrário dos socialistas pró-russos na Moldova, que contestaram a legitimidade de Sandu, reeleita na véspera graças aos votos da diáspora. “Maia Sandu é uma presidente ilegítima, é uma presidente da diáspora, reconhecida apenas pelos seus apoiantes no estrangeiro. O povo moldavo sente-se traído e roubado”, afirmou, em comunicado, o partido que apoiou Stoianoglo.

“O Partido Socialista da República da Moldova não reconhece a votação nas assembleias de voto no estrangeiro, através da qual Sandu foi declarada vencedora das eleições”, declarou o partido num comunicado publicado no seu portal na web. Primeira mulher a ocupar a Presidência moldova, em 2020, Sandu falou de “uma lição de democracia” face ao “ataque sem precedentes” de “forças hostis e criminosas”.

Nas últimas semanas, a polícia denunciou inúmeras alegadas “tentativas de desestabilização” por parte de Moscovo, desde a desinformação à compra maciça de votos, ameaças de morte, ciberataques e “transporte organizado” de eleitores. Mas “é também uma lição de humildade” para Sandu e para os seus apoiantes, analisou o especialista Andrei Curararu, do grupo de reflexão WatchDog, para a AFP, referindo-se à desilusão de alguns com a lentidão das reformas e a recessão económica.

No seu discurso de domingo à noite, a antiga economista do Banco Mundial (BM) dirigiu-se aos que não a escolheram, falando mesmo em russo, a par do romeno, a língua oficial, e prometendo ser “a Presidente de todos”. O país, um dos mais pobres da Europa, está extremamente polarizado, com a diáspora e a capital de um lado, predominantemente a favor da integração na UE, e as zonas rurais e duas regiões, a província separatista da Transnístria e a autónoma Gagauzia, do outro, viradas para a Rússia.

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Mais de 100 mil carros danificados e destruídos nas cheias em Espanha

  • Lusa
  • 4 Novembro 2024

O Consórcio de Compensação de Seguros já recebeu cerca de 46 mil pedidos de indemnizações por causa deste temporal, sendo que metade dos pedidos é relativo a carros.

O temporal da semana passada na região espanhola de Valência deixou danificados e destruídos mais de 100 mil carros que estão a ser retirados e levados para centros de abate, segundo as estimativas das empresas de remoção no terreno.

A Rede de Empresas de Assistência na Estrada (REAC) de Espanha enviou para as zonas afetadas pelas inundações de Valência 70 gruas e 100 pessoas, que estão a atuar em coordenação com a Unidade Militar de Emergências (UME) das Forças Armadas, removendo veículos das zonas rastreadas pelas equipas de resgate. Segundo a coordenadora da REAC, Sonia Luque, citada pela agência de notícias EFE, a estimativa é de que mais de 100 mil veículos tenham ficado afetados pelo temporal.

O temporal de terça-feira da semana passada deixou milhares de carros amontoados em estradas, ruas e parques de estacionamento das cidades da região de Valência, muitas vezes empilhados uns nos outros em verdadeiras montanhas de veículos, naquilo que é já uma das imagens mais associadas a estas inundações.

Após quase uma semana, a coordenação nos trabalhos para a limpeza e remoção dos carros das vias e recintos em que permanecem melhorou e está a funcionar melhor e de forma mais ágil, disse Sonia Duque à EFE. A REAC está a trabalhar em coordenação com os serviços de emergência e limpeza no terreno e os carros estão a ser removidos e levados para espaços entretanto criados para esse objetivo, em diversos pontos de Valência, assim como para os centros de abate de veículos da região.

Além da REAC, estão no terreno, com gruas e a colaborar com as autoridades, as empresas de abate de carros da Comunidade Valenciana, cuja associação alertou já que a gestão de tantos veículos danificados ou para desmantelamento terá de contar com o apoio de outras regiões autónomas espanholas, por não haver recursos suficientes na região para uma resposta desta dimensão.

Todas as associações e empresas que estão no terreno a remover carros danificados pelo temporal têm ainda a missão de fazer a ligação com os seguros, para serem iniciados processos de registo e de contacto com os proprietários. Segundo o Ministério da Economia de Espanha, será feita uma ficha para cada carro, com o objetivo de agilizar procedimentos e pagamentos de indemnizações.

Ainda segundo o ministério, o Consórcio de Compensação de Seguros já recebeu cerca de 46 mil pedidos de indemnizações por causa deste temporal, sendo que metade dos pedidos é relativo a carros.

O leste de Espanha, em especial a região de Valência, foi atingido na terça-feira por um temporal que causou, provavelmente, as maiores inundações da Europa neste século, disse no sábado o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que reconheceu haver uma “situação trágica”. Além dos mais de 210 mortos confirmados até agora, dezenas de famílias continuam a procurar pessoas desaparecidas, segundo as autoridades. Além das vítimas mortais, o temporal causou danos em infraestruturas de abastecimento, comunicações e transportes.

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Governo revê em alta aumentos salariais na Função Pública para 56,58 euros ou 2,15%

Executivo dá mais 1,32 euros para ordenados até 2.620 euros e mais 0,05 pontos para vencimentos superiores, em 2025 e 2026. As ajudas de custos são atualizadas em 5%.

O Governo reviu ligeiramente em alta a proposta de aumentos salariais para a Função Pública em 2025 e 2026: ordenados até 2.620,23 euros terão um aumento nominal de 56,58 euros, o que significa mais 1,32 euros face ao texto inicial; vencimentos superiores àquele patamar vão beneficiar de um incremento de 2,15% em vez dos 2,1% apresentados na primeira versão.

A novidade foi revelada esta segunda-feira pela presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), Maria Helena Rodrigues, no final da quinta ronda negocial com a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, e confirmada pelas restantes estruturas sindicais: Fesap e STE.

Assim, a maioria dos funcionários públicos, cerca de 87% dos 750 mil que o Estado emprega, vai ter aumentos salariais acima da inflação prevista para 2025, de 2,3%. Ou seja, ordenados entre 869,84 euros e 2.457,57 euros terão um incremento, no próximo ano, entre 6,4% e 2,3%, resultante da valorização nominal de 56,58 euros que o Governo apresentou agora na contraproposta para 2025 e 2026 que entregou esta segunda-feira aos sindicatos representativos da Função Pública (Fesap, Frente Comum e STE).

“Cerca de 650 mil trabalhadores terão aumentos superiores ou iguais à inflação de 2025 apenas cerca de 100 mil terão aumentos inferiores, de 2,15%”, sinalizou como positivo o secretário-geral Federação dos Sindicatos da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesap), José Abraão. Porém, Maria Helena Rodrigues, do STE, lamenta que “os quadros superiores que estão nas posições mas avançadas da carreira não tenham grande atualização e contribuam para aquilo que é um aumento dos restantes trabalhadores”. “Esta questão deve ser cuidada”, reforçou.

Para além disso, “em 2027, o aumento salarial também avança para um mínimo de 60,52 euros” para ordenados até 2.620,23 euros “ou de 2,3% “acima daquele patamar, “tal como já estava previsto para 2028”, indicou o líder Fesap. De lembrar que, para 2027, a secretária de Estado tinha proposto um incremento de 57,89 euros ou de 2,2%.

Ajudas de custo sobem 5% mas subsídio de refeição não mexe

“As ajudas de custo, que estavam congeladas desde 2010, vão ser atualizadas em 5%, o que é positivo, mas em relação ao subsídio de refeição não houve nada”, assinalou ainda Abraão. À partida, a compensação monetária pela alimentação vai manter-se inalterada nos seis euros por dia, quando a Fesap tinha proposto sete euros.

Para o dirigente sindical, “houve uma importante aproximação do Governo à contraproposta”, contudo salienta que ainda “é poucochinho”. A Fesap vai reunir o secretariado nacional durante a tarde desta segunda-feira para decidir se vai ou não subscrever o novo acordo apresentado pelo Governo.

Há ainda outras matérias que “serão melhoradas” como a “antecipação em um ano na revisão das carreiras ainda não revistas”, revelou Abraão. “As que estavam previstas para 2026 e 2027, como a carreira de polícia municipal ou da carreira dos tripulantes de embarcações salva-vidas, passam para 2025 e 2026″, detalhou.

Para além disso, “o Governo mostrou abertura para alargar o acelerador de progressões”, que permite dar um salto na tabela remuneratória com apenas seis pontos, em vez dos oito exigidos, a quem tenha pelo menos 18 anos de serviço e tenha sofrido os dois períodos de congelamento (de 2005 a 2007 e de 2011 a 2017), “aos funcionários públicos que tiveram apenas um período de congelamento”, assinalou o secretário-geral da Fesap.

Maria Helena Rodrigues, do STE, constatou que “houve uma evolução” embora seja “pequena”. Questionada se vai assinar o acordo, a dirigente sindical respondeu que a estrutural sindical ainda não tomou uma posição. “Se há um processo que vem alterar alguma coisa, preferimos manter o processo negocial. Se não aceitarmos este acordo mantém-se o acordo em vigor que não é tão vantajoso”, alertou.

Governo admite nova valorização das carreiras gerais

O texto do acordo que está a ser elaborada pelo Ministério das Finanças deverá ainda incluir cláusulas que permitem “novas valorizações dos assistentes operacionais, dos assistentes técnicos e dos técnicos superiores das carreiras gerais para além da atualização anual dos salários”, apontou José Abraão.

Ou seja, é possível, ao longo da legislatura, um novo salto remuneratório para os trabalhadores destas carreiras que se irá somar aos aumentos salariais previstos no acordo de 56,58 euros ou 2,15% em 2025 e 2026 e de 60,52 euros ou de 2,3% em 2027 e 2028.

Recorde-se que, durante o anterior Governo de António Costa, estes funcionários públicos já beneficiaram de uma valorização extraordinária, em 2023, que chegou a dar até mais 121,25 euros aos técnicos superiores e até mais 104,23 euros aos assistentes técnicos. No caso dos assistentes operacionais, foram aprovadas benesses que permitem, por exemplo, a quem detenha entre 23 e 31 anos de serviço avançar uma posição remuneratória, o equivalente a cerca de 52 euros a mais no ordenado, para além da atualização regular dos ordenados.

A este respeito, José Abraão calcula que, “no próximo ano, milhares de trabalhadores vão ter aumentos entre 100 e 150 euros” não só no caso dos assistentes operacionais que, com 23 anos de casa, vão poder progredir mas também pelo efeito conjugado do acelerador de carreiras que vai permitir dar um salto remuneratório com apenas seis pontos e por via do fim do ciclo avaliativo de 2023/2024 que terá impacto em 2025 e que já só vai exigir oito pontos em vez dos antigos 10 para avançar na carreira. Não é por acaso que o Governo inscreveu 448 milhões de euros no Orçamento do Estado para 2025 só para “progressões e promoções e remuneração mínima mensal garantida”.

Frente Comum está fora do acordo e ameaça com novos protestos

Tal como no anterior acordo, subscrito pelo Governo socialista de António Costa e as estruturas sindicais afetas à UGT (Fesap e STE), também neste a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (Frente Comum) ficará de fora. O coordenador da federação sindical, afeta à CGTP, indicou, no final da reunião com a secretária de Estado da Administração Pública que a estrutura “não vai assinar” o acordo proposto pelo Governo, uma vez que não estão “dispostos a patrocinar uma política de empobrecimento de trabalhadores da Administração Pública e de degradação dos serviços” públicos.

Este acordo “parece que foi desenhado a régua e esquadro para garantir que a Frente Comum não assinava“, afirmou Sebastião Santana. O líder da Frente Comum considera que “a evolução que o Governo fez” relativamente à atualização geral dos salários da Função Pública para o próximo ano “não chega a cinco cêntimos por dia em relação à última proposta”, ficando “muito aquém” da “boa-fé negocial”.

Para a Frente Comum, o Governo “acabou de comprar mais contestação social”, avisou Sebastião Santana, indicando que se vão juntar à manifestação convocada pela CGTP, para dia 9 de novembro.

Para dia 19, está marcada uma nova reunião com secretária de Estado para “negociar e clarificar os pedidos de autorização legislativa que constam da proposta do Orçamento do Estado para 2025 sobre férias, greves e baixas médicas”, apontou José Abraão.

(Notícia atualizada pela última vez às (15h11)

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Loulé atribui a construção de sete fogos habitacionais por 1,3 milhões de euros

  • ECO
  • 4 Novembro 2024

O município atribuiu a construção de sete fogos habitacionais à empresa Alberto Couto Alves SA com um investimento superior a um 1,3 milhões de euros.

O município de Loulé atribuiu a obra de requalificação e ampliação de um edifício habitacional localizado na Rua de São Paulo à empresa Alberto Couto Alves SA. O edifício tem um investimento superior a 1,3 milhões de euros.

A obra será realizada num terreno com 353 metros quadrados, e permitirá criar sete fogos para habitação, sendo três deles destinados a arrendamento apoiado e financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência em cerca de 430 mil euros. Os restantes quatro destinam-se a arrendamento acessível.

A construção das habitações tem um prazo de execução de dois anos e começará com a parte estrutural do edifício e renovação das infraestruturas de águas, esgotos, eletricidade e telecomunicações.

O edificio encontra-se junto ao casco antigo da cidade de Loulé, “na zona histórica da malha urbana”, como destaca o comunicado. O imóvel remonta aos finais do século XIX e conta com “um prazo dilatado, dado o seu enquadramento arqueológico”, refere o representante da empresa construtora, Bruno Cardona, em comunicado divulgado pela Câmara Municipal de Loulé.

O investimento é feito através da Estratégia Local de Habitação 2019-2030 do município.

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CUF compra rede de 13 clínicas na Grande Lisboa

  • ECO
  • 4 Novembro 2024

A CUF adquiriu as clínicas miMed e vai passar a oferecer, a partir do próximo ano, unidades de proximidade na região da Grande Lisboa.

A CUF fez um acordo com a Sociedade Francisco Manuel dos Santos para adquirir a miMed, uma rede de 13 clínicas na região da Grande Lisboa. Com este negócio, a CUF passa a oferecer unidades de proximidade, que estarão disponíveis para o público a partir do primeiro trimestre do próximo ano.

“O compromisso da CUF é promover cuidados de saúde de excelência, com qualidade clínica e proximidade às populações, permitindo uma melhor compreensão e resposta às suas necessidades. Desta forma, a CUF reforça essa proximidade e amplia a capacidade de acompanhar todos os elementos da família em todas as fases da sua jornada, desde a prevenção e promoção da saúde até aos cuidados mais complexos”, refere o presidente da Comissão Executiva da CUF, Rui Diniz, em comunicado divulgado à imprensa.

As unidades de proximidade, segundo o comunicado, irão atender toda a família e vão oferecer serviços como consultas de medicina geral e familiar, medicina ocupacional, medicina dentária, psicologia, nutrição e cuidados de enfermagem. As clínicas também terão disponíveis tratamentos, análises clínicas e exames essenciais.

Com esta ampliação, a CUF pretende reforçar a sua rede nacional e passa a oferecer um modelo integrado de saúde, que inclui hospitais, clínicas, cuidados domiciliários, hospitalização em casa e teleconsulta.

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Fabricante de sofás de Lordelo abre loja em Joanesburgo e perspetiva expansão para mais três cidades sul-africanas

Loja surge de uma parceria com retalhista sul-africana especializada em soluções de luxo de colchões e mobiliário de quarto. Objetivo é abrir mais lojas na Cidade do Cabo, Durban ou Pretória.

A Suffa, fabricante de sofás premium localizada em Lordelo, no concelho de Paredes, acaba de abrir uma loja em Joanesburgo, a primeira fora de Portugal. O projeto resulta de uma joint-venture com a Vencasa, retalhista sul-africana especializada em soluções de luxo de colchões e mobiliário de quarto, presente há 40 anos no mercado da África do Sul. O objetivo é abrir mais lojas nas principais áreas metropolitanas do país.

Localizada na zona de Fourways (Joanesburgo), a loja de 465 metros quadrados representa um investimento conjunto de 210 mil euros. O CEO da Suffa conta que “este espaço comercial é o ponto de partida de uma aposta num país que poderá vir a ser muito maior”.

“O objetivo é que a loja em Fourways sirva de teste e adaptação ao mercado. Num período entre seis a 12 meses, caso se verifique o forte potencial que pensamos que o mercado tem, temos o objetivo de chegar às principais cidades da África do Sul com novos pontos de venda”, adianta André Fernandes.

Caso se verifique o potencial que acreditamos que o mercado tem, a médio prazo, temos a meta de a Suffa estar representada entre três a cinco das principais áreas metropolitanas da África do Sul, como Cidade do Cabo, Durban ou Pretória.

André Fernandes

CEO da Suffa

O líder da Suffa revela ao ECO que, caso se verifique o potencial do mercado, a ideia é a “Suffa estar representada entre três e cinco das principais áreas metropolitanas da África do Sul, como Cidade do Cabo, Durban ou Pretória“. André Fernandes conta ainda que “assim que estes mercados estiverem bem estabelecidos, consideram uma posterior expansão para as províncias (da África do Sul) Gauteng, KZN e Cabo Oriental”. Posteriormente, depois de consolidar o negócio, poderá estar em cima da mesa abrir em outros países africanos.

O CEO da Suffa explica ao ECO que o primeiro contacto com a Vencasa surgiu em janeiro do ano passado no âmbito de uma prospeção de mercado. Depois de uma reunião online, André Fernandes reuniu com o CEO da retalhista sul-africana para “conhecer pessoalmente a empresa e o potencial de mercado”. Alinhadas as negociações, as empresas uniram-se para expandir o negócio.

“A Vencasa, com todo o know-how que tem sobre o funcionamento deste mercado já desde 1985 e num segmento que é também o nosso – o premium – é o parceiro ideal para a nossa aposta na África do Sul, para nos ajudar a levar a cabo o aliciante plano de expansão que temos para este país”, afirma André Fernandes, CEO da Suffa, que tem fábrica e showroom em Paredes, bem como uma loja na Rua Castilho, em Lisboa.

“Com este espaço, que é neste momento a nossa maior loja, pretendemos proporcionar uma experiência de compra que demonstre a este país o nosso alto nível de expertise na criação de sofás que são desenhados e criados de modo personalizado por uma equipa de designers e totalmente produzidos em Portugal”, acrescenta o mesmo responsável.

Para Greg Smart, CEO da Vencasa, “a Suffa traz algo de novo ao mercado sul-africano no segmento de sofás de alta qualidade. O estilo de design e a qualidade de produção posicionam a marca no segmento de quiet luxury, onde os consumidores podem usufruir de padrões de qualidade europeus, acessíveis aos segmentos médio-alto e alto do mercado”. Em paralelo, acrescenta, “esta colaboração foca-se em proporcionar ao nosso mercado a tranquilidade de saber que a Suffa é apoiada por um retalhista de forte reputação local, com quase 40 anos de experiência na África do Sul”.

“Um dos principais fatores diferenciadores da Suffa é a incorporação de funcionalidades de relaxamento, com sofás e conjuntos de sala de estar reclináveis e automatizados, aliando design elegante e moderno (…) As unidades de energia recarregáveis permitem uma disposição fácil do mobiliário nas salas de estar, sem a necessidade de alinhar os assentos de acordo com as tomadas disponíveis na divisão. Evitam-se assim extensões de cabos e tomadas visíveis, dando aos proprietários a liberdade de organizar a configuração do seu espaço como desejarem”, destaca o retalhista sul-africano.

Criada em 2010, com sede e fábrica em Lordelo, no concelho de Paredes, a Suffa trabalha há mais de 12 anos para os mercados internacionais no segmento de private label e vende dez mil sofás por ano, sobretudo para o mercado francês. Emprega 55 pessoas e fatura 5,2 milhões de euros.

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Chumbo do IRC pelo PS? “Vamos manter vincada a nossa posição”, garante ministro das Finanças

Ministro das Finanças alerta PS que "qualquer mexida" na proposta do IRC "consensualizada" com o Governo comprometeria metas orçamentais e espera esclarecimentos a Pedro Nuno Santos.

O ministro das Finanças garante que o Governo vai manter “vincada” a sua posição em relação à proposta de descida do IRC em um ponto percentual (pp) no Orçamento do Estado para 2025 (OE 2025), admitindo ter ficado “espantado” com as notícias de que o PS deverá chumbar a proposta na fase de debate na especialização, em novembro.

“Temos uma proposta que procurámos consensualizar com o PS de redução de 1 ponto percentual. É sobre esta proposta que vamos vincar a nossa posição“, afirmou Joaquim Miranda Sarmento, em declarações aos jornalistas, à margem da reunião do ECOFIN, em Bruxelas, esta segunda-feira. “Espanta-me que o PS não aceite essa consensualização uma vez que viabilizou o Orçamento do Estado. Ainda não ouvi o secretário-geral a falar sobre o tema. Vamos aguardar serenamente“, respondeu.

Em causa está a notícia avançada pela CNN Portugal que dá conta o PS deverá chumbar, na fase da especialidade, a proposta para o IRC apresentada pelo Governo no OE2025. À estação televisiva, fontes socialistas confirmam ser “certo”um chumbo da medida por “falta de acordo” entre o Executivo de Luís Montenegro e o partido liderado por Pedro Nuno Santos. Apesar de o secretário-geral ainda não se ter manifestado publicamente sobre este tema, o ministro das Finanças deixou já um aviso:

“O secretário-geral do PS sempre disse que estava comprometido com o objetivo orçamental que o Governo fixou no Orçamento do Estado (0,3%) do PIB. Qualquer mexida nessa matéria e não seria possível manter esse valor de superávit“, disse atirando a responsabilidade de prestar esclarecimentos para Pedro Nuno Santos. “Compete ao secretário-geral dizer o que o PS vai fazer“, sublinhou.

Recorde-se que depois de uma fase de negociação entre o Governo e o PS, as duas partes acordaram em fazer cair o IRC de 21% para 20% em 2025, sem a referência a descidas futuras como exigia o PS. Foi uma cedência face ao objetivo inicial do executivo para que houvesse uma descida para 19% já em 2025, mas que ainda assim não conseguiu convencer os socialistas a viabilizar o OE 2025.

Descida da dívida pública mostra “compromisso” com contas equilibradas

O ministro das Finanças aproveitou o momento para comentar os dados divulgados pelo Banco de Portugal e que dão conta que a dívida pública caiu pelo terceiro mês seguido para 97,4% do PIB.

“Os dados mostram uma trajetória de descida sustentada, e é esse o compromisso do país de continuar a manter as contas públicas equilibradas e continuar a descer a dívida pública para conseguirmos manter uma posição confortável”, sublinhou Miranda Sarmento, em Bruxelas.

Em setembro, a dívida pública voltou a cair. Segundo dados do Banco de Portugal divulgados esta segunda-feira, a dívida das Administrações Públicas na ótica de Maasctricht baixou 0,54%, ou 1,48 mil milhões de euros, para 272,2 mil milhões de euros, fazendo desde o terceiro mês consecutivo em que o stock da dívida registou uma queda mensal em termos nominais.

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Serviços do Centro de Saúde de Tondela de regresso às instalações provisórias

  • Lusa
  • 4 Novembro 2024

As unidades do Centro de Saúde de Tondela regressaram hoje às instalações provisórias, depois de o mau tempo ter obrigado a deslocalizar os serviços, anunciou a Câmara.

As unidades do Centro de Saúde de Tondela regressaram hoje às instalações provisórias, junto ao Pavilhão Desportivo Municipal da cidade, depois de o mau tempo ter obrigado a deslocalizar os serviços, anunciou a Câmara.

Os serviços foram deslocalizados, temporariamente, nas últimas semanas por vários locais, devido ao mau tempo e enquanto decorriam as obras de conclusão do espaço, que é composto por vários contentores de modo a garantir todas as condições de segurança para os utentes e profissionais de saúde, justifica a autarquia em comunicado.

O executivo municipal, liderado pela social-democrata Carla Antunes Borges, refere que no espaço provisório para onde regressaram hoje as unidades do Centro de Saúde, “além da cobertura e de um novo piso, foi colocada uma nova sala de espera”.

A Câmara Municipal de Tondela, distrito de Viseu, lembra que “as diferentes unidades que integram o Centro de Saúde mudaram-se para instalações provisórias em meados de setembro para que o edifício do serviço de saúde entre em obras”.

Uma mudança que foi alvo de críticas pela concelhia do Partido Socialista (PS) que propôs “a eventualidade de se utilizarem outras instalações disponíveis na União de Freguesias Tondela e Nandufe ou noutras freguesias do concelho, ou a distribuição dos utentes pela Unidade de Saúde Familiar de Canas de Santa Maria e Extensão de Saúde de Molelos, o que foi então recusado”.

“A intervenção, que tem um prazo de execução de 12 meses, segue já a bom ritmo. A empreitada prevê uma profunda remodelação do imóvel, que data de 1989, sobretudo ao nível do interior”, afirma hoje o executivo camarário na nota de imprensa.

A requalificação vai “melhorar as condições de atendimento à população, o acesso aos cuidados de saúde, a qualidade e a assistência clínica aos utentes e a eficiência energética”, assim como “a cobertura que será substituída”.

“O projeto orçado em 1,7 milhões de euros conta com o apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e visa dotar o edifício do Centro de Saúde das condições de salubridade, iluminação e conforto que os cuidados médicos e de enfermagem exigem, garantindo uma melhor prestação dos cuidados de saúde primários à população”, justifica a Câmara.

O Centro de Saúde de Tondela, que abrange mais de 12 mil utentes, alberga a Unidade de Saúde Familiar (USF), a Unidade de Cuidados à Comunidade (UCC), a Unidade de Saúde Pública (USP) e a Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados (URAP).

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“A gostar de se lançar a coisas novas”, Catarina Castro, da Egor, na primeira pessoa

Em meia década de vida, Catarina Castro, diretora de marketing da Egor, conta com um percurso cheio. Começou no fitness, passou pelos eventos e entrou no marketing. Adora correr e fazer desporto.

Tenho tido bons e grandes momentos na minha vida, porque, lá está, gosto sempre de me lançar a coisas novas“, diz Catarina Castro. Com cinquenta anos feitos recentemente, a atual diretora de marketing do grupo Egor começou a trabalhar aos 16 anos na área do fitness, foi diretora de uma agência de eventos, fez o evento FeelWoman para celebrar o dia da mulher, lançou uma revista online para mulheres e liderou a “primeira agência digital só para redes sociais”. Entretanto é docente universitária e formadora, treina muito – o mínimo que corre são sete quilómetros – e adora ópera.

Formada em Relações Públicas, Publicidade e Comunicação Aplicada pelo Instituto Superior de Novas Profissões, e embora já desse aulas de fitness ainda antes da maioridade, foi no Holmes Place, enquanto activity manager, que Catarina Castro iniciou efetivamente a sua carreira profissional, num grupo com uma cultura empresarial internacional e que lhe proporcionou um investimento em formação “extraordinário”.

“Tinha pouco mais de 25 anos e estava a ter formação extraordinária ao nível do que era a liderança, a gestão de pessoas, tudo”, relata ao +M, acrescentando que esse período superior a cinco anos foi “muito bonito” e que, quando saiu de lá, o fez com “o coração apertadinho”.

Depois há um “corte radical”, sendo “imediatamente exposta a um cargo muito grande”, enquanto diretora da agência de eventos Certame. “Eu era muito nova, não tinha experiência nenhuma de eventos e tive que realmente por a mão na massa. Foram anos muito interessantes e impactantes”, afirma.

Segue-se a passagem enquanto CEO na AllGlow, uma agência de marketing e eventos, onde realizou inclusive o FeelWoman, “o mais alto momento do ano quando se trata de comemorar a mulher portuguesa”. O evento, que passados alguns anos deixou de ser realizado, tinha a duração de três dias e decorria no Centro de Congressos de Lisboa e Exponor, onde marcavam presença mais de 70 marcas e por onde passava um número médio de 50 mil visitantes, segundo o LinkedIn de Catarina Castro.

Com os eventos há aquilo que eu chamo de um ‘empurrão gigante’ para seguir aquilo que tinha estudado academicamente, tendo depois claramente abraçado o marketing. E desde então o caminho e a jornada têm sido extraordinários“, refere.

Entrou então para a Sales Engine Online, onde, entre outras incumbências ao nível do marketing, lançou uma revista digital para as mulheres”, a Supawoman. Um dos “trunfos” do projeto passava por “ter sempre grandes caras com grandes fotógrafos”. Quem fotografou a estilista Fátima Lopes quando foi capa, foi o seu irmão, Paulo Lopes, exemplifica Catarina Castro, reconhecendo que o conseguiu, uma vez que também foi modelo da Face Models, agência de modelos da estilista, até aos 38 anos.

Eu conseguia ter a conjugação de vários mundos, onde acabava por haver uma complementaridade muito grande entre eles. O facto de ter estado nesse mundo de modelos fez-me conhecer muita gente, são coisas de que as marcas querem estar perto, e com o FeelWoman também fiquei com muitos conhecimentos ao nível das marcas”, recorda.

Noutro passo dado na sua carreira, aceitou um convite para ser diretora da TribeAgency, a “primeira agência digital só para redes sociais”. “Era algo que não havia no mercado. Havia apenas as grandes agências que tinham pessoas que trabalhavam as redes sociais, cuja expressão estava a aumentar cada vez mais, com as marcas cada vez mais atentas – sob o princípio de seguirem onde está o cliente – e então resolvi embarcar na aventura“, diz.

Foi extraordinário, e trouxe-me aqui uma visibilidade de mercado muito grande. Trouxe-me muita musculatura e aprendizagem em termos de digital. Errei muito, mas hoje, enquanto marketeer e mulher apaixonada pelo digital, quando falo, falo de voz ativa“, refere.

Foi passado cerca de quatro anos que sentiu a “necessidade” de ir para o cliente final, onde queria “testar se conseguia fazer crescer uma marca”. Após uma passagem de cerca de pouco mais de dois anos pela Angus Heritage, enquanto head of marketing communications, rumou para a Panidor, onde desempenhou a mesma função, até ir depois “parar ao grupo Egor“, começando a trabalhar enquanto diretora de marketing numa empresa que “nunca tinha tido um departamento de marketing”.

Foi com muita honra que vim abrir o departamento de marketing da Egor. O primeiro ano foi para aprender, ou seja, para sentir o que era a área de recursos humanos. O segundo foi para aquilo que estou a fazer agora: grandes campanhas comerciais, trabalhar com uma profundidade e uma aproximação muito grande à área comercial, e efetivamente ter como objetivo que a Egor volte a tornar-se uma top voice na geração Z, que ainda não nos conhece”, afirma.

Quanto à atual comunicação da Egor, Catarina Castro explica que esta é uma comunicação que foi “pensada estrategicamente” e iniciada com o rebranding do grupo, que aconteceu há cerca de um ano, e que contou com a criação de mais duas marcas “para de alguma forma distinguir os seus serviços e aquilo que são as diferentes propostas de valor para cada uma das áreas”.

Nesse sentido, foram criadas a Synchro (especializada em outsourcing) e a The Bridge (especializada em trabalho temporário), marcas com “personas diferentes”. Enquanto a Synchro “precisa de ser quase camaleónica” – uma vez que há outsourcing em diferentes áreas, o que leva a que o consumidor final seja “completamente distinto” — a The Bridge apresenta-se como uma “marca muito racional e objetiva”.

Já a Egor, “será uma persona mais madura e responsável” — embora também lhe tenha sido trazida uma ligeireza e frescura com o rebranding — tendo “duas responsabilidades em cima dela”, uma enquanto grupo e outra enquanto marca “totalmente relacionada com o recrutamento especializado”.

“Ou seja, o que queremos é realmente focar mais as personas. Em vez de termos uma marca que dá para tudo nós queremos cada uma das marcas com um papel e as suas áreas de negócios atribuídas para depois comunicar. É muito mais facilitador e cria-nos mais proximidade com os clientes e com os candidatos“, explica Catarina Castro.

No cômputo geral, “o que quisemos trazer para a marca foi o grande fator que são as pessoas“. “Mesmo que existam estas interfaces todas, nós, Egor, somos conhecidos lá fora por sermos excelentes com as pessoas. Sejam essas pessoas os clientes ou os candidatos, e por isso é que temos uma faturação extremamente saudável e estamos nos principais players”, diz.

Atualmente, as marcas do grupo Egor estão a apostar em “estratégias de aproximação tanto aos clientes como aos candidatos muito mais cirúrgicas“. “E o facto é que tem dado um resultado significativo para a área comercial, e é nisso que eu quero continuar a investir, cada vez mais aliando o marketing com a área comercial“, afirma.

Na Egor, Catarina Castro lidera uma equipa composta por outras quatro pessoas, embora conte depois com o trabalho de vários colaboradores externos. Em termos de agências, desde que chegou à empresa, a diretora de marketing diz que ainda só “investiu” numa, a Corpcom, uma vez que o capital criativo e intelectual interno consegue “dar resposta”.

Paralelamente, Catarina Castro é professora universitária na Universidade Lusófona e formadora na Century 21. Diz ter um “afeto profundo” pela formação embora também goste muito de “testar”, pelo que não se vê a ter de optar por apenas uma das duas vertentes.

Entende que cada vez que dá formação é obrigada a atualizar os seus conhecimentos, o que lhe traz “musculatura”. As duas vertentes são um “verdadeiro complemento” e ajudam-na bastante numa relação simbiótica. Enquanto formadora é positivo contar com a experiência prática, e no trabalho prático é bom contar com a atualização de conhecimentos que o ter dar formação lhe traz, explica.

Atualmente vive em Oeiras, com o marido e o filho de 24 anos, este num “in e out”, uma vez que “às vezes está com o pai e outras vezes está com a mãe”. Natural de Lisboa, viveu com os pais no Barreiro, tendo depois mudado de margem.

Em retrospetiva, olha para a infância e adolescência como anos “traquinas” vividos por uma rapariga “hiper energética”. “Se tivesse nascido à data de hoje, os meus pais tinham-me dado comprimidos por hiperatividade”, diz, acrescentando que talvez por esse motivo começou a correr no Sporting Clube Lavradiense ainda antes de completar cinco anos de idade.

Se começou cedo a fazer desporto, também cedo começou a dar aulas de fitness — com 16 anos — no que é hoje o Grupo Desportivo Fabril do Barreiro, mas que na altura se denominava como Grupo Desportivo da Quimigal. Algumas das suas alunas tornaram-se naquelas que são hoje as suas melhores amigas, num grupo formado há mais de 30 anos.

Entretanto tornou-se também atleta de alta competição porque “treinava que nem um animal” e ia a provas como o Raid das Quinas. Como exemplo de prova dá a que fez entre a Serra da Estrela e Coimbra, numa equipa composta por quatro homens e uma mulher (era obrigatório serem equipas mistas) em representação do Instituto Superior Técnico, onde teve de fazer cerca de 200 kms de forma não motora, o que passou por BTT, rafting e caminhada. O limite para conclusão da prova seriam 10 dias, sendo que a sua equipa completou a prova em aproximadamente dois dias/dois dias e meio.

Competíamos com equipas de Rangers e Comandos e nós levávamos umas tendinhas, porque não havia Decathlons nem nada disso, enquanto os Comandos e os Rangers tinham grandes tendas. Mas de facto tenho a honra de dizer que ficávamos sempre em primeiro. E porquê? Porque a malta tinha de se matar a treinar e o elemento feminino era muito importante e estas equipas não faziam grandes investimentos em elementos femininos”, recorda.

Entretanto, continua a fazer meias-maratonas e a treinar muito – pois é esse o seu “psicólogo” – , sendo que o mínimo que corre são sete quilómetros. No entanto, agora quando faz maratonas, já não se dá ao sofrimento, só ao prazer.

Gosta de música, principalmente ópera, já tendo perdido a conta às vezes que assistiu ao “O Fantasma da Ópera”.

Mas a sua paixão passa mesmo pelo desporto, prática de que não abdica nem quando vai para o outro lado do mundo. Por exemplo, foi recentemente à Tailândia, viagem em que aproveitou para fazer mergulho: “estar lá em baixo é como se me sentisse como uma astronauta”, diz.

O desporto não é só desporto, é onde procuro a minha paz de espírito. Por isso é que faço tanto desporto, seja trail ou surf… faço um pouco de tudo”, confessa.

Para lá do desporto, gosta também de estar sempre a aprender, a procurar informação e a estudar. Há dois anos voltou ao ensino universitário para tirar uma especialização em negociação pela Universidade Católica, tendo já na mira um próximo curso em gestão e marketing.

Catarina Castro em discurso direto

1 – Que campanhas gostava de ter feito/aprovado? Porquê?

Nacionalmente, adoraria ter aprovado a campanha “Vai Portugal” da Sagres durante o Euro 2016, uma combinação impecável de emoção e conexão nacional. Internacionalmente, a campanha “Share a Coke” da Coca-Cola marcou-me. Ambas conseguiram criar uma ligação genuína com o público e construíram um sentido de pertença à marca.

2 – Qual é a decisão mais difícil para um marketeer?

Decidir quando é o momento certo para fazer mudanças radicais numa marca consolidada. Pode ser a chave para evoluir, mas traz sempre riscos.

3 – No (seu) top of mind está sempre?

O público. Se não estivermos alinhados com o que o público quer, tudo o resto falha.

4 – O briefing ideal deve…

Ser claro, direto, sem margens para dúvidas e com uma visão bem definida.

5 – E a agência ideal é aquela que…

Desafia a nossa visão, traz ideias frescas e não tem medo de nos confrontar, sempre em prol da qualidade.

6 – Em publicidade é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

Arriscar. A publicidade que mais fica na mente é a que teve coragem de sair do comum.

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

Investiria numa campanha de notoriedade de longo prazo, focada em plataformas digitais, com uma abordagem completamente interativa e personalizada.

8 – A publicidade em Portugal, numa frase?

Um mercado em crescimento, mas que precisa de mais ousadia.

9 – Construção de marca é?

Um trabalho de longo prazo que exige coerência e conexão emocional contínua.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em marketing?

Provavelmente, investigadora. É uma área que exige análise e compreensão humana, algo que o marketing também exige, mas numa perspetiva mais profunda e experimental.

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Filipe Neves é o novo managing director da Arena Media

Filipe Neves é novo responsável da Arena Media, avançou a Havas Media Network ao +M. O profissional regressa ao grupo do qual saiu em 2022, após dois anos a trabalhar do lado do cliente.

Filipe Neves, no último ano head of agencies na MC – Sonae é o sucessor de Rodrigo Albuquerque na Arena Media. O nome foi avançado ao +M pela Havas Media Network. O grupo liderado por Fernanda Marantes optou assim por um profissional vindo do lado do cliente, embora com vasta experiência em agências.

Filipe Neves regressa então ao grupo ao qual já tinha estado ligado, como key account manager da Havas Media Portugal, entre 2016 e 2022. Antes, e durante 11 anos, esteve no Omnicom Media Group, os últimos três anos como media account director da OMD. Ainda nas agências, e antes de ingressar a primeira vez no grupo Havas, foi account director da ZenithOptimedia Group.

Após sair do grupo liderado por Fernanda Marantes foi diretor de marketing da Filorga Portugal e, no último ano, head of agencies na MC.

“Estou muito entusiasmado por regressar a uma casa que já me acolheu tão bem no passado, desta vez com um desafio acrescido na Arena Media. É, sem dúvida, uma agência que tem demonstrado o seu valor e estou confiante de que a minha experiência, ao lado de uma equipa tão talentosa, nos vai permitir continuar a contribuir para um caminho de sucesso e contínua inovação no setor da comunicação“, comenta ao +M Filipe Neves. Lidl, Mercedes-Benz Portugal, Leroy Merlin ou Vodafone, são algumas das marcas com as quais o profissional já trabalhou.

Filipe Neves reforçará a liderança da Arena Media e contribuirá para continuar a fomentar o crescimento estratégico da agência no mercado nacional e internacional, acrescenta o grupo. Continente, Nos ou Worten são alguns dos principais clientes da maior agência do grupo Havas, que no acumulado dos primeiros nove meses do ano ocupa a terceira posição do ranking MediaMonitor.

Rodrigo Albuquerque, recorde-se, deixou a Arena Media, da qual foi diretor-geral nos últimos 11 anos no início de setembro. O profissional, há quase duas décadas na holding de agências de meios liderada por Fernanda Marantes, trocou o grupo Havas pelo WPP, no qual ingressou com a função de chief growth officer do GroupM.

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