Indústria alemã dá sinais de recuperação, mas mantém-se em contração

Apesar do PMI da indústria alemã ter atingido um máximo de três meses em outubro, o índice permanece num nível 14% abaixo dos 50 pontos que separam a contração da expansão.

O setor industrial alemão mostrou sinais de melhoria em outubro, com o índice PMI a subir 5,9% para 43 pontos, face aos 40,6 registados em setembro, alcançando o valor mais elevado dos últimos três meses.

Os dados calculados pelo Hamburg Commercial Bank (HCOB) e divulgados esta segunda-feira pela S&P Global ficaram também ligeiramente acima das expectativas dos analistas, que apontavam para 42,6 pontos.

“O estado de espírito da indústria alemã manteve-se sombrio em outubro. No entanto, há sinais de que já se pode ter atingido o ponto mais baixo”, escreve Jonas Feldhusen, economista do HCOB, em comunicado.

Apesar da subida, o índice PMI permanece bem abaixo dos 50 pontos que separam a contração da expansão, indicando que a maior economia europeia continua a enfrentar desafios significativos no setor industrial.

“Embora o PMI global tenha permanecido em território recessivo em outubro, mostrou uma ligeira melhoria a partir de um nível muito baixo. No entanto, é necessário ter cuidado ao interpretar os valores, uma vez que se trata apenas de uma melhoria num mês”, destaca ainda Jonas Feldhusen.

Os números revelam ainda que tanto a produção como as novas encomendas continuaram a cair em outubro, embora a um ritmo mais lento do que no mês anterior. O emprego no setor também registou uma queda, mas menos acentuada do que em setembro, quando atingiu o nível mais baixo em mais de quatro anos.

Contudo, “a questão dos cortes de empregos está a tornar-se cada vez mais aguda, não apenas na Volkswagen, onde se discutem três encerramentos de fábricas e despedimentos extensivos, mas em todo o mercado de trabalho”, sublinha ainda Jonas Feldhusen.

Apesar da ligeira melhoria, as empresas do setor industrial alemão mantêm-se pessimistas quanto ao futuro, citando a incerteza económica e política, bem como preocupações com os setores automóvel e da construção.

O relatório indica ainda que os preços de produção caíram a um ritmo mais acelerado em outubro, refletindo a forte concorrência por novos negócios e a pressão para repassar as poupanças de custos resultantes dos preços mais baixos dos insumos.

Embora estes dados sugiram uma possível estabilização nos próximos meses, a indústria alemã continua a enfrentar ventos contrários significativos, incluindo taxas de juro elevadas, incerteza económica e fraca procura por parte da China.

À boleia do comportamento da indústria alemã, também o setor industrial da área do euro mostrou sinais de melhoria em outubro, com o índice HCOB Eurozone Manufacturing PMI a subir para 46 pontos, o valor mais elevado dos últimos cinco meses.

Apesar desta subida, tal como sucede com o PMI da Alemanha, o índice europeu permanece abaixo dos 50 pontos, indicando que o setor continua em contração, embora a um ritmo mais lento do que nos meses anteriores.

“O ambiente da política monetária pode ser um pequeno raio de esperança para a indústria transformadora”, destaca Jonas Feldhusen, notando que o HCOB Economics prevê uma nova redução das taxas de juro na zona euro e duas nos EUA em 2024 e que “estas medidas poderão aliviar a pressão do financiamento e apoiar a procura no setor industrial alemão orientado para a exportação”.

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Carregar carros elétricos na rede pública pode custar o dobro do que em casa

  • Lusa
  • 4 Novembro 2024

Estudo da Católica Lisbon School dá conta que "o preço da rede pública para veículos elétricos é similar ao preço de abastecer um carro a gasóleo". Reduzida concorrência eleva os preços.

O carregamento de veículos elétricos na rede pública pode ser duas vezes mais caro do que em casa, segundo um estudo da Católica Lisbon School of Business & Economics, que aponta o dedo à “reduzida concorrência” neste mercado.

“O preço da rede pública para veículos elétricos é similar ao preço de abastecer um carro a gasóleo, mas seria consideravelmente mais barato se o utilizador apenas o carregasse em casa”, refere o estudo realizado em outubro, com base em preços de março de 2024.

Segundo o estudo “Mobilidade Elétrica em Portugal: Onde estamos e para onde vamos?”, realizado em outubro de 2024, pela Católica Lisbon School of Business & Economics, “este preço elevado na rede pública poderá ser também exacerbado pela reduzida concorrência no mercado de infraestruturas de carregamento, no qual 57% dos postos de carregamento são detidos pelos três maiores operadores”.

Além do custo, “a insuficiente infraestrutura de carregamentos de veículos elétricos em Portugal, especialmente de carregadores rápidos e, sobretudo, ultrarrápidos” – 101 municípios portugueses ainda não possuem estações públicas rápidas e 231 municípios não têm carregadores públicos ultrarrápidos – é outra das lacunas referidas no estudo que mostra que “Portugal não conseguirá atingir as metas a que se propôs no Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 (RNC2050)”.

“Inclusive na presença de cenários irrealistas, como caso fosse proibida a venda de veículos tradicionais, ou caso a quota de mercado de veículos elétricos em Portugal crescesse à taxa da quota da Noruega, líder na adoção de EV, as metas não seriam atingidas”, sentencia.

Adicionalmente, lê-se ainda no documento, “é possível identificar lacunas nas políticas públicas” na mobilidade elétrica.

Reconhecendo que “Portugal possui já incentivos à aquisição de veículos elétricos, como subsídios e deduções ou isenções fiscais“, faltam “apoios à instalação e manutenção de infraestruturas de carregamento na rede pública, como oferecidos em outros países com elevadas taxas de adoção de veículo elétrico”.

“A única medida de apoio à infraestrutura é dirigida a carregadores localizados em condomínios, e possui restrições no número de carregadores que podem receber o apoio por condomínio”, explica, defendendo que, segundo a revisão de literatura realizada, “os apoios mais eficazes e consistentes são incentivos à infraestrutura”. ”

“Por seu lado, os apoios à aquisição apresentam uma grande variabilidade de resultados, não se mostrando tão fortes e eficientes. Assim, deve existir uma mudança no foco das políticas públicas, no sentido de incentivar a infraestrutura”, propõe.

Considera ainda que outros apoios, como portagens gratuitas e acesso a vias prioritárias para utilizadores de veículos elétricos, poderão ser úteis e rentáveis em Portugal”.

Citada no comunicado, Joana Silva, professora da CATÓLICA-LISBON, salienta que “o progresso de Portugal no setor dos veículos elétricos é notável e já existem cerca de 130 mil veículos 100% elétricos. Mas Portugal não atingirá as metas de neutralidade carbónica até 2035 e 2050, mesmo que todos os novos veículos vendidos a partir de hoje sejam elétricos”.

Os objetivos são que, em 2050, 100% do parque automóvel seja EV, com uma meta intermédia de 36% em 2035.

O estudo “Mobilidade Elétrica em Portugal: Onde estamos e para onde vamos?” foi financiado pelo Grupo Brisa.

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Inovação em Portugal: o potencial para a transformação e competitividade

  • BRANDS' ECO
  • 4 Novembro 2024

Como transformar ideias em valor real? Jurados do Prémio INOVA+ destacam a inovação como motor de competitividade e sustentabilidade para as empresas portuguesas.

A inovação tem-se tornado um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento e crescimento da economia portuguesa, refletindo não só no fortalecimento do mercado nacional, como também no impacto social e ambiental positivo. No cenário atual, onde a competitividade e a diferenciação são essenciais, a capacidade de inovar vai além de introduzir novas tecnologias: trata-se de aplicar ideias criativas que tragam valor às comunidades, aos trabalhadores e aos consumidores.

As organizações que se dedicam a inovar de maneira contínua e estratégica acabam por assumir um papel relevante na transformação do mercado e da sociedade, introduzindo soluções que atendem a desafios globais, como a sustentabilidade e a digitalização. Estas iniciativas de inovação permitem criar não só vantagens competitivas, mas também se adaptem rapidamente às mudanças do mercado, garantindo resiliência e relevância a longo prazo. Nesse contexto, o Prémio INOVA+ surge como um reconhecimento às melhores práticas de inovação em Portugal, destacando projetos que se enquadrem em três categorias: Inovação Científica, Inovação Empresarial e Inovação para Cidades Criativas.

Entre as iniciativas premiadas nas duas edições deste prémio, os jurados destacaram especialmente a relevância do impacto direto destas inovações nas áreas de sustentabilidade, tecnologia e economia circular. Para António Sousa Pereira, reitor da Universidade do Porto, que marcou presença no evento de entrega dos prémios na qualidade de representante do CRUP (Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas), o caminho para uma inovação realmente impactante começa pela criação de produtos que gerem valor económico e aumentem a competitividade do país. “Um dos problemas sérios que nós temos no nosso país é o facto de termos uma economia muito assente na produção de produtos de baixo valor acrescentado”, alertou.

Suprir necessidades com inovação

“Muitas vezes, a produção de produtos inovadores faz com que os royalties associados não fiquem cá”, disse, ao mesmo tempo que destacou a necessidade de criar produtos que revertam diretamente para a economia nacional. A mesma opinião foi partilhada por Diogo Gomes de Araújo, da ANI, que também apontou a inovação como uma ferramenta essencial para enfrentar desafios globais, como “o aquecimento global e a digitalização da economia e da sociedade.”

A importância da implementação estruturada de inovação dentro das empresas foi, ainda, reforçada por Benvinda Catarino, da AIP (Associação Industrial Portuguesa): “As empresas têm de perceber que é um processo como outro qualquer”, sendo necessário identificar e classificar ideias, além de desenvolver um sistema interno robusto para gestão de inovação.

Nesse sentido, Eurico Neves, Chairman da INOVA+, salientou a importância da “excelência científica, do impacto e da capacidade de implementação” como três pilares fundamentais para transformar boas ideias em resultados práticos. Segundo o responsável da INOVA+, para que a inovação seja verdadeiramente eficaz, é crucial que as ideias enderecem “necessidades bem específicas do mercado”, criando uma sinergia entre ciência e necessidades reais.

Projetos inovadores impulsionados pelo reconhecimento

O Prémio INOVA+ surgiu, por isso, como uma iniciativa essencial para o reconhecimento e a promoção da inovação. António Sousa Pereira vê este prémio como uma oportunidade para “estimular a competição” e ajudar as empresas a aperfeiçoar as suas ideias, o que considera essencial para o crescimento do ecossistema nacional de inovação. E, na mesma lógica, Diogo Gomes de Araújo completou: “Portugal tem feito o seu percurso a nível da investigação, mas é fundamental continuarmos a acarinhar os nossos investigadores, tecnólogos e empresas que apostam e investem numa área que tem retorno a longo prazo”.

Outro ponto que ganhou consenso entre os especialistas é o papel da transição digital e verde como estratégicas para a competitividade europeia e nacional. “As empresas têm de digitalizar os seus processos e os seus modelos de negócio porque isso também introduz sistemas colaborativos”, afirmou Benvinda Catarino. A representante da AIP destacou, ainda, que o alinhamento com os critérios de ESG (Environmental, Social and Governance) está a tornar-se essencial à medida que as PME portuguesas entram em cadeias de valor mais exigentes.

Esta perspetiva foi também abordada por Bruno Coelho, da DGArtes, mas a partir do ponto de vista das indústrias criativas, onde a inovação assume uma forma diferenciada. Segundo ele, no mercado das artes, a inovação manifesta-se na “criação de um olhar diferente em relação ao que havia anteriormente”, demonstrando como cada setor tem abordagens distintas, mas igualmente valiosas, sobre o conceito de inovação.

O papel da Inteligência Artificial

Os desafios que surgem das novas tecnologias, como a Inteligência Artificial, também foram destacados como oportunidades para o futuro das empresas. Maria de Fátima Nunes de Carvalho, Presidente do Instituto Politécnico de Beja e júri do prémio INOVA+ em representação do CCISP (Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos), vê a IA não só como uma ferramenta para melhorar a eficiência, mas também como uma oportunidade para a simbiose entre as universidades e as empresas, permitindo avanços significativos em várias áreas, da saúde aos serviços.

Eurico Neves acrescentou, ainda, que a IA e a sustentabilidade representam tendências que “vão mudar toda a nossa vida, a forma como as empresas trabalham e até mesmo o impacto dos negócios”. No entanto, António Sousa Pereira alertou para o facto de também na se viver apenas do “chavão da Inteligência Artificial”. “A IA é obviamente importante, mas não é a panaceia para todos os males. Portanto, cada empresa deve ter uma cultura de identificar muito bem quais são os problemas que tem e de procurar ajuda junto de gente altamente qualificada para ajudar a resolver esses problemas”, referiu.

A inovação para as empresas portuguesas vai além de uma simples vantagem competitiva – ela redefine estratégias e conecta-se a um propósito mais amplo: o desenvolvimento sustentável e o impacto positivo na sociedade. Os jurados do Prémio Inova+ deixaram, por isso, evidente que a inovação exige mais do que boas ideias: pede visão de mercado, recursos qualificados e uma cultura de adaptação constante.

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Faber lança novo fundo até 60 milhões para impulsionar deeptech no Sul da Europa

O fundo será aplicado em projetos na Península Ibérica e no Sul da Europa, com "investimentos pontuais" no resto da Europa e, "ocasionalmente", fora do continente.

Equipa da Faber

A Faber lançou um novo fundo até 60 milhões para investir em deeptech no Sul da Europa. O FaberTechIII, que alcançou um primeiro closing de 31 milhões de euros, tem entre os principais investidores o Fundo Europeu de Investimento (EIF), o NATO InnovationFund e a Caixa Capital.

“Esta é uma estratégia de continuidade que traduz o nosso posicionamento diferenciado e a nossa convicção no potencial de deeptech na Europa. Embora o fundo anterior [o Faber Tech II] tivesse um forte foco em Inteligência Artificial/Machine Learning aplicada, muitas empresas do portefólio já envolvem combinações inovadoras de hardware e software, bem como algoritmos proprietários, computação de alto desempenho, visão computacional, fotónica ou tecnologia espacial”, diz Alexandre Barbosa, managing partner da Faber, ao ECO.

“Este foco especializado em startups de deeptech, fundadas por empreendedores com background científico e a desenvolver ou aplicar tecnologias altamente avançadas e com grande propriedade de IP, é agora reforçado com o novo fundo”, continua.

Apostamos em investimentos que incluem IA vertical (em saúde, indústria, por exemplo), robótica, biologia e química computacionais, infraestrutura de dados e novos métodos de computação (semicondutores, por exemplo). Para apoiar este tipo de fundadores e empresas, é preciso investir com uma abordagem especializada e a Faber é dos poucos venture capital em seed stage equipadas para isso”, destaca.

O Fundo Europeu de Investimento (EIF), o NATO Innovation Fund e a Caixa Capital estão entre os principais investidores deste novo fundo que arranca com 31 milhões, mas que tem o objetivo de alcançar um montante de até 60 milhões de euros. “Estamos a angariar capital sobretudo na Europa, com um conjunto de processos em curso com institucionais, family offices, fundos de fundos internacionais e nacionais“, diz Alexandre Barbosa.

“Graças ao nosso track record e ao nosso posicionamento especializado e abordagem disciplinada, estamos a ter muito boa recetividade e vemos os próximos meses de reforço do capital com confiança“, reforça.

O fundo será aplicado em projetos na Península Ibérica e no sul da Europa, com “investimentos pontuais” no resto da Europa e, “ocasionalmente”, fora do continente, virando para investimentos em fase pré-seed e seed.

Até ao momento o fundo já investiu três startups. No entanto, a Faber prefere não avançar com os nomes das empresas nem com os montantes envolvidos.

“Os nossos primeiros três investimentos previstos são um reflexo claro desta estratégia, em áreas como chips fotónicos, design de chips analógicos e biologia sintética, em Portugal, Espanha e Países Baixos. Os nomes e os montantes ainda não são públicos e serão anunciados em breve”, diz Alexandre Barbosa, sem mais detalhes.

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Montepio passa de prejuízo a lucro. Ganhou 96 milhões até setembro

Montepio deu a volta aos resultados e passou de um prejuízo nos nove primeiros meses de 2023 para um lucro de 96,1 milhões este ano. Desconsolidação do Finibanco Angola ajudou as contas.

O Banco Montepio registou um lucro consolidado de 96,1 milhões de euros, nos primeiros nove meses do ano, o que representa um aumento de 117,3 milhões em termos homólogos. Num comunicado ao mercado, a instituição liderada por Pedro Leitão justifica a passagem de prejuízos a lucros com o aumento do produto bancário, pela redução das imparidades e provisões e pelo efeito da desconsolidação do Finibanco Angola inscrito nas contas de 2023.

O banco detido pela associação mutualista com o mesmo nome realça o aumento do produto bancário para 372,8 milhões de euros, mais 7,4 milhões face ao período homólogo (2%) e o decréscimo das imparidades que se fixaram em 11,2 milhões contra os 32,9 milhões o período homólogo (-50,7%).

No entanto os custos operacionais aumentaram — totalizaram 202,4 milhões nos primeiros noves meses de 2024, comparando com 198,8 milhões no período homólogo (+1,8%) à boleia das “subidas dos gastos gerais administrativos em 5,5 milhões e das depreciações e amortizações em 5,3 milhões”. Um agravamento de custos registado mesmo com a redução dos custos com pessoal em 7,2 milhões. “Os gastos gerais administrativos nos primeiros nove meses ascenderam a 52,6 milhões de euros, comparando com 47,2 milhões apurados no período homólogo”, um aumento que o banco justifica com “o impacto da inflação na contratação e na renovação de contratos relacionados com a prestação de serviço custos operacionais para 64,3 milhões (menos 1,6 milhões)”.

“No final de setembro de 2024, os recursos de clientes atingiram o máximo histórico de 14.558 milhões de euros, refletindo um crescimento notável de 1.191 milhões (+8,9%) YtD. Os depósitos a prazo registaram um aumento de 1.076 milhões (+13,8%) YtD, em resultado do acréscimo da procura por decisões de investimento mais seguras com rendimentos garantidos”, diz o Montepio em comunicado.

A margem financeira do banco Montepio caiu 1,7% nos primeiros nove meses apesar da “evolução dos juros do crédito a clientes”. “A margem financeira ascendeu a 296 milhões nos primeiros nove meses de 2024 face aos 301,1 milhões relevados no período homólogo. Pese embora a evolução dos juros do crédito a clientes, induzido pelo comportamento favorável do crédito e pelo efeito do repricing dos contratos, e dos juros resultantes das aplicações efetuadas em títulos e do excesso de liquidez depositado no Banco de Portugal, ainda assim, não foi possível compensar a subida dos juros de depósitos pagos a clientes e o custo do financiamento via mercado de capitais”, explica o banco.

as comissões líquidas totalizaram 95,6 milhões nos primeiros nove meses, um aumento de 0,1% em termos homólogos.

E os resultados em operações financeiras foram negativos em 3,5 milhões, mas houve “uma evolução favorável de 11,8 milhões face ao valor apurado no período homólogo, devido aos melhores resultados de reavaliação cambial que compensaram os menores resultados da carteira de títulos e dos instrumentos derivados (de cobertura) líquidos do justo valor de ativos e passivos financeiros”.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Hoje nas notícias: inquilinos, obstetras e imigrantes

  • ECO
  • 4 Novembro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Um inquilino não pode substituir-se ao senhorio na declaração do contrato de arrendamento junto das Finanças, apesar de o pacote Mais Habitação prever que isso seja possível — só que a norma nunca foi regulamentada, o que impossibilita os inquilinos de aceder ao apoio à renda. O presidente da Comissão de Saúde Materna, da Criança e do Adolescente diz que está a ser preparada uma proposta para um novo modelo de incentivos que abrangerá todos os profissionais dos serviços de obstetrícia e pediatria. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta segunda-feira, dominada pelas eleições nos Estados Unidos.

Inquilinos não conseguem declarar contratos sem registo dos senhorios

O pacote Mais Habitação, lançado pelo anterior Governo de António Costa, incluiu uma alteração ao Código do Imposto do Selo segundo a qual, se os proprietários não comunicassem à Autoridade Tributária os contratos de arrendamento assinados com os seus inquilinos, estes (locatários e sublocatários) poderiam “fazê-lo, em declaração de modelo oficial, nos prazos e termos a regulamentar por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças”. Só que, passado mais de um ano, a norma continua por regulamentar, pelo que se um senhorio decidir não declarar junto das Finanças o contrato de arrendamento assinado com o seu inquilino, este não pode substituir-se ao proprietário e tratar ele próprio dessa formalidade, visto não ter o dito modelo oficial.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Comissão quer incentivos para todos os profissionais dos serviços de obstetrícia e pediatria

O presidente da Comissão de Saúde Materna, da Criança e do Adolescente, Alberto Caldas Afonso, adianta que o grupo está a preparar uma proposta para um novo modelo de incentivos que abrangerá todos os profissionais de ginecologia-obstetrícia e pediatria, incluindo os que não fazem urgência. Em entrevista ao Público, o médico revela, por outro lado, que foi abandonada a ideia de dar 750 euros por cada parto acima da média às equipas, uma medida que fora anunciada em maio pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins. “Os 750 euros eram só para os profissionais que faziam urgência, mas há internamentos, consultas, técnicas, meios auxiliares de diagnóstico… temos de dar oportunidade a todos. Obviamente que a disponibilidade para o serviço de urgência tem de ser majorada”, realçou Alberto Caldas Afonso.

Leia a entrevista completa no Público (acesso condicionado)

Há mais utentes inscritos no SNS, mas menos sem médico de família

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) registou um total de 10.448.221 utentes inscritos em setembro, o valor mais elevado desde o início deste ano. No entanto, os dados do Portal de Transparência do SNS mostram que, no mesmo mês, ainda havia mais de 1,58 milhões de portugueses sem médico de família, menos 87.660 do que em agosto, quando teve início a “limpeza” das listas de utentes dos centros de saúde. Desde então estão a ser contactados 265 mil cidadãos para atualizarem os dados junto do SNS, uma condição obrigatória para manter inscrição ativa nos cuidados de saúde primários, sendo que há ainda 130 mil utentes retirados, entre portugueses emigrados e estrangeiros a viver em Portugal que não vão a consultas há mais de cinco anos.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Imigrantes ganham em média 600 euros brutos por mês

A contribuição média anual dos trabalhadores estrangeiros para a Segurança Social foi de 2.926 euros em 2023, um valor que, considerando 14 meses, corresponde a uma remuneração-base média mensal de 601 euros bruto, 160 euros abaixo do salário mínimo nacional do ano passado (760 euros) e 220 euros abaixo do atual (820 euros). A Segurança Social registou a contribuição de 914.963 imigrantes, que, no total, descontaram mais de 2,67 mil milhões de euros, de acordo com os dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

“Mais inspeções fiscais é a forma mais eficaz de recuperar auxílios” na Zona Franca da Madeira

Um relatório do Tribunal de Contas revelou que a Autoridade Tributária (AT) só conseguiu recuperar 66 milhões dos 839 milhões de euros que a Comissão Europeia identificou como sendo apoios ilegais a empresas instaladas na Zona Franca da Madeira. Segundo Sónia Reis, professora de Direito Fiscal na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL), o baixo valor de dívida recuperado até agora pode dever-se a critérios “bastantes amplos” no usufruto dos benefícios fiscais ou a que estes tenham já expirado o prazo de caducidade para que a AT possa notificar o contribuinte para cumprir as obrigações fiscais. A docente sugere realizar um “maior número de inspeções fiscais, verificando se se encontram ou não preenchidos os requisitos legalmente exigidos” para que as empresas possam beneficiar dos auxílios de Estado, de modo a que o Fisco consiga uma recuperação mais eficaz dos valores em dívida.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

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Greenvolt vai manter Manso Neto como CEO apesar da acusação

Apesar do despacho de acusação deduzido contra Manso Neto pelo Ministério Público, relacionado com as funções que exerceu na EDP, conselho de administração vai mantê-lo em funções como CEO.

A Greenvolt decidiu manter o CEO João Manso Neto em funções, apesar do despacho de acusação deduzido contra ele pelo Ministério Público, relacionado com as funções que exerceu na EDP. Garantindo que já estava na posse desta informação vários anos antes de Manso Neto ter assumido funções na Greenvolt, o conselho de administração diz que vai continuar “a acompanhar a evolução do processo”.

“O Conselho de Administração da Sociedade foi informado do despacho de acusação deduzido contra o Dr. João Manso Neto pelo Ministério Público e relacionado com o exercício de funções no Grupo EDP vários anos antes de o Dr. João Manso Neto ter assumido quaisquer funções na Greenvolt“, sublinha a empresa em comunicado ao mercado.

“Com base na informação recebida, nas discussões em curso com o Dr. João Manso Neto, e na análise realizada até ao momento, o Conselho de Administração deliberou não haver alteração quanto à função do Dr. João Manso Neto como CEO da Greenvolt. O Conselho de Administração continuará a acompanhar a evolução do processo“, acrescenta a mesma nota.

A defesa de João Manso Neto e António Mexia considera que a acusação do processo dos CMEC é “frágil e sem fundamento”, tal como o ECO avançou. Os advogados João Medeiros, Inês Almeida Costa e Rui Costa Pereira garantem a acusação não tem fundamento: “as regras relativas à implementação dos CMEC e à extensão do Domínio Público Hídrico foram fixadas em momento anterior à entrada de António Mexia e João Manso Neto no Conselho de Administração da EDP, não geraram qualquer benefício à empresa, as decisões foram sempre colegiais; e foram devida e amplamente escrutinadas, em particular pela Comissão Europeia”.

O Ministério Público proferiu o despacho de acusação relativo ao Caso EDP-CMEC ao fim de mais de 12 anos de inquérito e depois de mais de 24 adiamentos para a conclusão da investigação.

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Regulação europeia sobre o digital “é claramente a mais restritiva do mundo”, diz CEO da Nos

  • Lusa
  • 4 Novembro 2024

O presidente executivo (CEO) da Nos admite, em declarações à Lusa, que a IA tem riscos, mas primeiro "é preciso criar o problema para se regular o problema".

O presidente executivo (CEO) da Nos considera, em declarações à Lusa, que a regulação europeia do digital “é claramente a mais restritiva do mundo” e que a transposição da diretiva sobre cibersegurança “impõe uma carga terrível adicional” para as empresas.

“A Europa não tem nenhuma empresa com dimensão, com relevância, com impacto na inteligência artificial [IA]. No entanto, fomos os primeiros a regular“, começa por dizer Miguel Almeida, quando questionado sobre o tema.

Em suma, “somos muito rápidos a regular, mas não sei muito bem o que é que estamos a regular”, afirma.

Até porque “a regulação sobre o digital da Europa é claramente a mais restritiva do mundo e não temos empresas de dimensão na esfera digital, incluindo na inteligência artificial. Porque é que será“, questiona o gestor.

Não é “certamente” por incapacidade ou falta de empreendedorismo dos europeus, “porque muitas das empresas, nomeadamente nos Estados Unidos”, até são europeias, acrescenta.

Agora, “enquanto a Europa achar que deve regular, em vez de estimular o crescimento, nomeadamente nas novas tecnologias, que são decisivas para a competitividade das economias do futuro, qual é a nossa preocupação enquanto europeus? Regular”, reforça.

Ou seja, “já temos uma regulação para a inteligência artificial, não temos a inteligência artificial”, prossegue.

Tal afeta “essencialmente as empresas que fazem o desenvolvimento dos modelos” de IA, mas “não existem empresas na Europa, nem existirão com este tipo de regulação no que diz respeito à adoção por parte das empresas de todos os setores”, diz.

No caso da Nos, o grupo já aposta na IA “há anos”, quando ainda não se falava de inteligência artificial generativa, nem do ChatGPT.

“Em termos de aplicação, nomeadamente machine learning, já temos um track record [historial] com alguns anos” e agora “tudo isto é exponenciado pelos modelos do generativo”, explica Miguel Almeida.

“Estamos também a incorporar esta vaga e temos na empresa exemplos concretos de processos, de atividades, de métodos de decisão assente em inteligência artificial, não é teoria”, assevera o CEO da Nos.

Todos os dias “há uma série de processos da Nos que já assentam na inteligência artificial”, mas “não é aí que está o valor”, este está no “desenvolvimento dos próprios modelos” e para isso “basta a ver as valorizações implícitas das empresas americanas ou chinesas que estão nessa frente” da IA, comenta.

Miguel Almeida admite que a IA tem riscos, mas primeiro “é preciso criar o problema para se regular o problema”.

A questão na Europa, “nomeadamente na inteligência artificial é que ainda não tínhamos o problema e já estávamos a regular, não digo que não viessem ou que não venham a existir problemas, mas primeiro tem que se dar espaço para as coisas crescerem e, depois, então progressivamente controlá-las”, considera.

Agora, se o processo é feito ao contrário, a consequência é que “não vão existir empresas europeias nessa frente”, adverte.

Sobre a transposição da diretiva de segurança das redes e sistemas de informação [NIS2 – Network and Information Security], vulgo cibersegurança, Miguel Almeida que as ameaças de ciberataques “crescem todos os dias” e é preciso “investir em múltiplas frentes”.

Ou seja, “isto é um jogo do gato e do rato e (…) temos de estar sempre a pedalar um bocadinho mais rápido do que aqueles que querem fazer mal”. E isso “cada vez mais recursos, mais especializados, que sejam capazes de contrariar aquilo que são gente talentosa a tentar fazer o mal”, explica.

Portanto, “mais investimento” e “em cima disso há regulação, mais uma vez, nomeadamente a regulação europeia” da NIS2, aponta.

Isto “impõe uma carga terrível adicional e, portanto, continuamos — não é só na cibersegurança, mas esse é um bom exemplo — a pôr carga em cima das empresas, a pôr ónus em cima das empresas, seja de atividades concretas, seja de reporte”, cujas exigências são muitas, nomeadamente para uma empresa de infraestrutura crítica.

Relativamente ao talento, o CEO considera que onde estiverem “as melhores oportunidades” é “para aí que o principal talento vai”. “Estamos a esvaziar a Europa e o país, como o caso de Portugal. Acho que estamos a esvaziar o país de talento” e o problema é abrangente.

Portugal tem um “problema de dimensão” e não tem a escala que, por exemplo, uma empresa norte-americana tem para pagar a um especialista de IA. Mas este é um problema que também assola a Europa.

As oportunidades em Portugal, para quem tenha ambição, são muito limitadas e as pessoas emigram, cada vez mais, todos os anos, temos milhares de jovens, dos mais talentosos, dos que têm melhor formação que saem das nossas escolas, muitas delas públicas onde o país investiu numa formação que tem qualidade”, a irem para fora do país, sublinha.

A questão “é como é que criamos oportunidades” para reter esse talento.

Relativamente à Nos, “fizemos investimentos consideráveis ao longo dos últimos anos, que nos dão um portfólio de capacidades e de ativos distintivos muito importante que vamos alavancar para continuar este caminho de crescimento”, assevera.

Contudo, “nestas condições de mercado que se avizinham, obviamente que isso não vai ser suficiente e vamos ter que trabalhar também na eficiência dos processos e na eficiência da empresa como um todo para poder acomodar aquilo que é o contexto de mercado que vamos enfrentar”, conclui.

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Prosegur aumenta as suas vendas em 6,4% para 3.584 milhões de euros, com um crescimento orgânico de 37,1%

  • Servimedia
  • 4 Novembro 2024

Relativamente à rentabilidade das operações, o Ebitda situou-se em 399 milhões de euros, uma melhoria de 5,9% face ao ano anterior, enquanto a margem avançou para 11,1%.

A Prosegur registou vendas totais de 3.584 milhões de euros durante os primeiros nove meses de 2024, o que representa um aumento de 6,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado líquido aumentou 3,2% para 66 milhões de euros.

A empresa de segurança assinala em comunicado que o Grupo Prosegur continuou a demonstrar “um elevado grau de solidez financeira”, levando a cabo uma redução do nível de alavancagem, uma melhoria do custo da dívida e uma sólida geração de caixa. Concretamente, a dívida financeira líquida diminuiu no final dos primeiros nove meses de 2024, com um rácio de dívida financeira líquida sobre EBITDA de 2,6 vezes.

A Prosegur Security registou vendas no valor de 1.833 milhões de euros, o que representa um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano anterior. Este aumento foi impulsionado por uma estratégia de crescimento orgânico de mais de 33%.

A Prosegur Cash registou um resultado líquido consolidado de 66 milhões de euros, mais 4,1% do que nos primeiros nove meses de 2023. A filial especializada na gestão de tesouraria registou vendas de 1.523 milhões de euros até setembro, mais 1,7% do que no mesmo período do ano anterior.

A divisão de alarmes da Prosegur registou um aumento significativo da sua carteira de clientes, atingindo um total de 937.000 utilizadores. Deste número, 404.000 correspondem a Alarmes Prosegur, enquanto os restantes 533.000 pertencem a Alarmes Movistar Prosegur. Isto representa um aumento de 9,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Por fim, as divisões AVOS Tech e Cipher apostaram, segundo a empresa, na apresentação de soluções inovadoras nos primeiros nove meses do ano. A unidade de tecnologia lançou o AVOS Tech Insurance Suite, uma solução para apoiar a digitalização das seguradoras, que deverá representar 25% das suas receitas até 2025. E a Cipher abriu o primeiro Centro de Operações de Segurança em Andorra, em colaboração com a empresa local Menta Grup, com o objetivo de reforçar as medidas de cibersegurança no principado.

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No primeiro semestre de 2024, foram comunicadas 5,3 milhões de transmissões piratas em direto e 64% foram ignoradas pelos intermediários

  • Servimedia
  • 4 Novembro 2024

Um relatório da Grant Thornton sobre a pirataria no desporto e noutros eventos ao vivo reflete o buraco negro da fraude audiovisual: até 81% das queixas não resultaram na suspensão da transmissão.

A empresa de consultoria Grant Thornton publicou um relatório sobre o impacto das recomendações da Comissão Europeia para combater a pirataria em linha no desporto e noutros eventos em direto, publicadas em 2023. O relatório revela que, só no primeiro semestre de 2024, foram detetadas 5,3 milhões de notificações de transmissões fraudulentas de eventos em direto, que receberam um pedido de cessação e desistência.

Deste número, apenas 19%, ou seja, 980.000 notificações, resultaram na suspensão da emissão pirata antes do final do evento. Por outras palavras, quatro em cada cinco denúncias não resultaram na suspensão da emissão pirata antes do final do evento. Dentro desta estatística, 64% do total, ou seja, 3,4 milhões de notificações, não foram objeto de qualquer tratamento. Os restantes 17% (920 000) foram processados pelo intermediário, mas não tiveram como resultado o corte da emissão. Estes dados põem em evidência o buraco negro por onde está a escapar uma grande parte dos esforços de luta contra a fraude audiovisual.

Em relação aos destinatários destas queixas, de acordo com este relatório, durante os primeiros seis meses de 2024, foi registado um total de 3,82 milhões de queixas dirigidas aos fornecedores de servidores que alojam sítios que difundem conteúdos fraudulentos, o que representa 72% do total. Destas, apenas 12% resultaram na suspensão da difusão por parte desses servidores.

Por outro lado, o relatório revela que 11% do número total de notificações foram dirigidas a plataformas online, das quais 89% resultaram na cessação da difusão. Como refere o relatório, uma grande parte destas queixas às plataformas em linha (81%) teve por base acordos de cooperação para a remoção de conteúdos audiovisuais não autorizados. Esta percentagem “é significativamente superior aos 2% de notificações que foram processadas contra prestadores de serviços, o que demonstra o impacto positivo destes acordos de cooperação” com os intermediários, conclui o relatório.

O relatório salienta ainda a magnitude deste problema que afeta a cadeia de valor do entretenimento, com dados que mostram que “em muitos casos, as notificações são ignoradas”. O estudo da Grant Thornton baseia-se em dados fornecidos pela Live Content Coalition (LCC), constituída por vários organismos que envolvem entidades desportivas mundiais como a Premier League, a LALIGA, a Bundesliga, a Serie A, o Moto GP, a Ryder Cup, a ITF (Federação Internacional de Ténis), a UEFA, a FIFA, as Ligas Europeias, a ECA, etc.

O estudo inclui também as recomendações que a Comissão Europeia fez aos países membros para combater a fraude audiovisual. Entre elas, a Comissão afirma que “as retransmissões não autorizadas de acontecimentos em direto têm um impacto significativo nas receitas dos organizadores de eventos e dos organismos de radiodifusão. O desenvolvimento da tecnologia e das infra-estruturas tornou cada vez mais difícil para os Estados-Membros gerir o seu impacto na economia e na comunidade.

Além disso, o organismo da UE reconhece nestas recomendações, que têm eco no estudo, que “a transmissão e a retransmissão destes eventos requerem investimentos significativos e contribuem para o crescimento económico e a criação de emprego. A perda de receitas decorrentes da transmissão não autorizada destes eventos tem um impacto substancial em toda a cadeia de valor.

O setor do futebol profissional representa 1,44% do PIB nacional em Espanha, sem ir mais longe. Organizações nacionais como a LALIGA, que lidera a luta contra a fraude audiovisual em Espanha, bem como outras competições e canais de televisão internacionais, já denunciaram repetidamente algumas das conclusões agora refletidas neste relatório da Grant Thornton. Concretamente, a inação de intermediários como Google, X ou Cloudflare, que o seu presidente Javier Tebas qualificou como colaboradores em todo o processo de fraude audiovisual. Da mesma forma, a LALIGA também tem vindo a solicitar legislação que permita o bloqueio de jogos em direto antes do final dos mesmos.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 4 de novembro

  • ECO
  • 4 Novembro 2024

Ao longo desta segunda-feira, 4 de novembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Konecta e Google Cloud formam aliança estratégica para impulsionar a inovação da experiência do cliente com base em IA

  • Servimedia
  • 4 Novembro 2024

A parceria inclui a melhoria do Digital Drive da Konecta com o Customer Engagement Suite da Google Cloud e as soluções de IA generativa.

A Konecta, líder global em experiência do cliente (CX) e serviços digitais, e a Google Cloud anunciaram esta segunda-feira uma parceria estratégica de três anos. A parceria reforça a liderança da Konecta no fornecimento de soluções inovadoras de experiência do cliente, alimentadas por IA, automação e tecnologias de nuvem.

A parceria permitirá à Konecta transferir a sua força de trabalho de 100.000 pessoas para o Google Workspace, melhorando a colaboração e a produtividade das suas equipas globais. Como fornecedor certificado do Google Cloud, a Konecta também implementará o Customer Engagement Suite do Google Cloud para os seus próprios clientes, melhorando as suas operações de serviço ao cliente.

Além disso, através desta parceria, até 500 engenheiros da Konecta serão certificados em tecnologias Google Cloud, ajudando a impulsionar o desenvolvimento e a implementação de soluções de IA de próxima geração para os clientes. Ao integrar as capacidades de IA do Google Cloud nos seus serviços, a Konecta irá melhorar os seus serviços de experiência do cliente (CX), ajudando as empresas a automatizar as interações com os clientes, a tirar partido da IA da Vertex para criar e implementar agentes de IA e a proporcionar experiências mais personalizadas.

Os pilares da parceria entre a Konecta e a Google Cloud para os próximos três anos incluem uma Unidade Digital alimentada por IA e soluções CX melhoradas. A parceria acelera o crescimento da Unidade Digital da Konecta, que se dedica a fornecer soluções de ponta de CX e Contact Center as a Service (CCaS). A Konecta e a Google Cloud irão colaborar em iniciativas de go-to-market (GTM) para introduzir serviços baseados em IA que melhoram a satisfação do cliente, automatizam tarefas de rotina e melhoram a eficiência operacional.

Também ofertas avançadas de CX com integração de IA e CCaS. A Konecta integrará tecnologias de IA e CCaS nas suas ofertas de CX, permitindo às empresas tirar partido de soluções automatizadas de serviço ao cliente, agentes de IA e plataformas de comunicação personalizadas. Estas soluções avançadas transformarão a forma como as empresas gerem as interações com os clientes, melhorando os resultados e a satisfação.

Com mais de 500 engenheiros certificados em tecnologias Google Cloud, a Konecta proporcionará um novo nível de especialização técnica aos seus clientes, assegurando uma implementação perfeita de soluções de IA e CCaS. Esta certificação reforça ainda mais a posição da Konecta como um fornecedor fiável de soluções de IA e de serviço ao cliente baseadas na nuvem.

Nos próximos três anos, a Konecta irá migrar o seu ambiente de comunicações internas de 30.000 funcionários atuais para mais de 100.000 no futuro, utilizando o Google Workspace, melhorando a colaboração, a segurança e a produtividade das equipas globais. Esta transformação permitirá à força de trabalho da Konecta servir melhor os clientes, fornecendo respostas mais rápidas e ágeis às suas necessidades.

Nourdine Bihmane, CEO da Konecta, disse que o acordo estratégico “com o Google Cloud permite-nos melhorar significativamente as nossas soluções de experiência do cliente com GenAI e automação. Como fornecedor certificado da Google Cloud, estamos a capacitar as nossas equipas com as ferramentas e conhecimentos para fornecer operações de serviço ao cliente mais personalizadas, eficientes e inteligentes. Este é um passo fundamental na nossa missão de liderar o setor da experiência do cliente baseada em IA.

Os consumidores atuais exigem interações mais rápidas, mais informadas e personalizadas com as marcas em que confiam”, disse Tara Brady, presidente da Google Cloud EMEA. A nossa parceria estratégica com a Konecta vai permitir que os seus clientes ofereçam experiências de serviço ao cliente de alto nível e acelerem a sua transformação digital. Juntos, estamos a ajudar as empresas a aproveitar o poder da IA para alcançar resultados comerciais significativos.

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