Como “comprar de forma inteligente” na Black Friday, segundo a blackfriday.pt

  • + M
  • 30 Outubro 2024

Com uma tendência de consumo crescente na Black Friday, planear com antecedência, verificar a autenticidade dos descontos ou rever as políticas de devolução são alguns dos conselhos para esta fase.

Numa altura em que a Black Friday se aproxima a passos largos, e com os portugueses cada vez mais adeptos deste período de compras, a blackfriday.pt avança oito dicas para ajudar os consumidores a “comprarem de forma inteligente”.

Este ano há mais portugueses a querer aproveitar as oportunidades de compra proporcionadas pela Black Friday — que se assinala a 29 de novembro –, com 90% dos cidadãos a afirmar ter intenção de comprar na Black Friday, numa subida de dois pontos percentuais em relação ao ano passado (88%).

Por outro lado, cresce também a percentagem de pessoas (31%) que tenciona gastar mais este ano do que em 2023 (26%), sobretudo na faixa etária dos 25-34 anos, ao mesmo tempo que recua a percentagem de pessoas que preveem gastar menos nesta campanha (31%), em relação ao ano anterior (42%). Uma grande parte dos inquiridos (38%) do estudo Black Friday 2024, elaborado pela NetSonda para a Worten, diz ainda que pretende gastar o mesmo que no ano passado.

O mesmo estudo nota ainda que dois quintos dos potenciais compradores da Black Friday costumam começar a acompanhar os preços com uma antecedência de entre um a dois meses, enquanto cerca de um terço não faz qualquer tipo de preparação.

no ano passado, as vendas online a nível global cresceram 8% com a Black Friday, atingindo os 70,9 mil milhões de dólares (cerca de 65,5 mil milhões de euros), segundo a Salesforce, com a média da taxa de descontos a nível global a situar-se nos 28%.

O consumo nesta fase específica do ano tem assim vindo a aumentar, estando novamente cada vez mais próxima a avalanche de descontos e promoções, com uma miríade de marcas a prometerem grandes oportunidades de poupança e ofertas imperdíveis. No meio de tanta oferta, pode ser um desafio saber como aproveitar ao máximo este evento anual, pelo que a blackfriday.pt, uma plataforma suíça dedicada às promoções da Black Friday e da Cyber Monday, deixa algumas recomendações.

Planear com antecedência

Antes do “dia D”, é importante que cada consumidor faça uma lista dos produtos que realmente necessita ou deseja adquirir. Além disso, é importante estabelecer um orçamento para cada item, de forma a evitar gastos impulsivos e a manter o controlo financeiro, recomenda a blackfriday.pt.

Verificar a autenticidade dos descontos

“Nem todos os descontos são tão vantajosos quanto parecem”, avisa a plataforma, aconselhando os consumidores a acompanhar os preços dos produtos com antecedência e a utilizar ferramentas online que permitam verificar o histórico de preços. “Desta forma, poderá confirmar se o desconto é genuíno e se está realmente a poupar”, diz.

Estar atento às promoções antecipadas

A Black Friday decorre no dia 29 de novembro, mas são muitas as lojas que começam a oferecer descontos dias ou mesmo semanas antes desse dia. Deste modo, os consumidores devem ficar atentos às pré-promoções.

Combinar o melhor do online e do offline

“Embora o e-commerce tenha ganho destaque, as lojas físicas continuam a ter vantagens, como promoções exclusivas para quem compra presencialmente. Uma abordagem híbrida pode ajudar a maximizar as oportunidades, combinando a conveniência do online com as vantagens do offline”, refere a blackfriday.pt.

Evitar o consumo impulsivo

Esta fase de descontos e promoções pode gerar um entusiasmo que, por sua vez, pode levar a compras desnecessárias. “Antes de finalizar qualquer aquisição, pergunte a si mesmo se realmente precisa do produto e se o uso será frequente”, recomenda a plataforma.

Dar prioridade à segurança online

No caso de se optar por compras online, é importante que os consumidores utilizem websites seguros e evitem clicar em links suspeitos que possam surgir em emails ou redes sociais. Além disso, devem também verificar as políticas de privacidade e proteção de dados.

Rever as políticas de devolução

Antes de comprar, é importante consultar as políticas de devolução da loja para saber como proceder em caso de troca ou devolução, uma informação essencial para evitar complicações posteriores.

Evitar endividamento desnecessário

A Black Friday também “não deve ser uma desculpa para contrair dívidas”, avisa a blackfriday.pt. “Utilize cartões de crédito com responsabilidade e mantenha o controlo financeiro para evitar situações de endividamento”, aconselha.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo publica decreto-lei com novas regras para Certificados de Aforro

O novo regime dos Certificados de Aforro promove a sua desmaterialização, elimina a figura do "movimentador", alarga o prazo de prescrição para 20 anos e cria novas regras para futuras emissões.

O Governo publicou esta quarta-feira em Diário da República o decreto-lei que revê o regime jurídico dos Certificados de Aforro, concretizando as medidas anunciadas há dias pelo Executivo em Conselho de Ministros, com vista a tornar este produto financeiro mais acessível, seguro e atrativo para os aforradores.

A desmaterialização total dos Certificados de Aforro é uma das principais novidades. Todos os títulos, incluindo os das séries A e B, passarão a existir exclusivamente em formato digital. O decreto-lei explica que esta medida visa a simplificação e desmaterialização dos procedimentos relativos à subscrição, gestão e reembolso dos Certificados de Aforro. Esta mudança promete reduzir custos operacionais e facilitar a gestão dos investimentos por parte dos aforradores.

Outra alteração significativa é a eliminação da figura do movimentador, um “processo já iniciado com a criação da série E dos Certificados de Aforro”. Até agora, era possível designar um terceiro para gerir os Certificados em nome do titular. O novo regime põe fim a esta prática, reforçando o controlo direto dos aforradores sobre os seus investimentos.

No entanto, o decreto-lei sublinha que “a supressão da figura não prejudica a possibilidade de o titular dos certificados de aforro conferir a terceiros poderes de movimentação dos valores, por via de mandato específico para o efeito.”

O prazo de prescrição dos Certificados de Aforro após o falecimento do titular também sofre uma alteração importante. O período de prescrição após o falecimento do aforrador é alargado de 10 para 20 anos, aplicando-se a todas as séries, incluindo as A e B.

O diploma prevê que “na criação de uma série poderá ser definida a possibilidade de os Certificados de Aforro dessa série serem reembolsados antes da data de vencimento (resgate antecipado), sendo estabelecidas as condições em que tal será efetuado”.

O documento esclarece que “no caso de falecimento do titular de um Certificado de Aforro, os seus herdeiros podem requerer, no prazo de 20 anos a contar da data do falecimento a transmissão do Certificado a seu favor ou a amortização do Certificado pelo valor que este tiver à data em que a mesma for efetuada.” Esta medida dá mais tempo aos herdeiros para reclamar os valores investidos.

Também como já tinha sido anunciado, o novo regulamento dos Certificados de Aforro agora publicado em Diário da República torna mais claro o texto sobre as instituições que poderão comercializar estes títulos de dívida desenhados para as famílias. Segundo o decreto-lei, além do IGCP podem ainda ser entidades comercializadoras de Certificados de Aforro:

  • Instituições de crédito, as sociedades financeiras, instituições de pagamento e instituições de moeda eletrónica autorizadas pelo Banco de Portugal e indicadas para o efeito pelo IGCP,
  • Prestadores de serviços postais indicados para o efeito pelo IGCP,
  • Serviços ou entidades designadas para o efeito pelo membro do Governo responsável pela área das Finanças,

Mas as alterações aos Certificados de Aforro não se limitam a questões administrativas. O decreto-lei também introduz mudanças nas características dos próprios títulos.

Por exemplo, o diploma prevê que “na criação de uma série poderá ser definida a possibilidade de os Certificados de Aforro dessa série serem reembolsados antes da data de vencimento (resgate antecipado), sendo estabelecidas as condições em que tal será efetuado”, e poderão vencer juros a taxa de juro fixa ou a taxa de juro indexada ou ainda ser emitidos a desconto numa periodicidade trimestral, semestral ou anual.

O Governo espera que estas medidas, juntamente com o recente aumento dos limites de subscrição, revitalizem o interesse pelos Certificados de Aforro. Nos últimos meses, este produto de poupança tem enfrentado uma queda significativa na procura por parte das famílias, e o Ministério das Finanças vê nestas alterações uma oportunidade para tornar os Certificados de Aforro mais atrativos para os portugueses.

As novas regras entrarão em vigor nos próximos dias. O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública deverá em breve disponibilizar informações detalhadas sobre a implementação prática destas alterações, permitindo aos aforradores adaptar-se ao novo regime.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Misericórdias aumentam mensalidades devido ao bónus dos pensionistas

  • ECO
  • 30 Outubro 2024

União das Misericórdias Portuguesas vai atualizar a mensalidade cobrada aos utentes com base no suplemento extraordinário de pensões atribuído aos idosos. Associações dizem que é "desumano".

A mensalidade cobrada aos utentes da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) vai aumentar em novembro devido ao suplemento extraordinário de pensões dado pelo Governo aos idosos. As associações de reformados criticam a decisão, que consideram “injusta” e “desumana”, avança o Jornal de Notícias.

A instituição defende que o acerto está previsto na lei, que refere que a comparticipação familiar pode ser revista “por alteração das circunstâncias que estiveram na base da definição da comparticipação familiar de determinado agregado familiar, designadamente, no rendimento per capita mensal”.

No entanto, esta decisão está a gerar indignação por parte da Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados (APRe). “É desumano. É um bónus que é dado aos idosos, muitos deles com pensões muito baixas. É triste”, afirma Maria do Rosário Gama, presidente da associação, citada pelo jornal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal teve oterceiro maior crescimento da Zona Euro no terceiro trimestre

PIB da Zona Euro cresceu 0,4% no terceiro trimestre, face aos três meses anteriores. Portugal teve um desempenho abaixo da média do euro em cadeia.

A economia da Zona Euro cresceu 0,4% no terceiro trimestre deste ano, face ao trimestre anterior, e 0,9% em termos homólogos, de acordo com a estimativa rápida do Eurostat divulgada esta quarta-feira. Portugal teve o terceiro maior crescimento (1,9%) face ao terceiro trimestre de 2023, entre os países para os quais já há dados disponíveis.

A economia da área do euro mantém assim a trajetória de crescimento com a Alemanha a inverter a contração registada no segundo trimestre (cresceu 0,2% no terceiro trimestre, em cadeia, tal como Portugal) e Irlanda também. Dublin passou de uma contração de 1% de abril a junho para um crescimento de 2% nos três meses seguintes – o mais expressivo entre os países para os quais já há dados disponíveis. Em segundo lugar surge Espanha, o maior parceiro comercial de Portugal, com uma progressão de 0,8%.

“Embora tenha evitado uma recessão técnica, a economia alemã continua pouco maior do que era no início da pandemia”, sublinham os analistas do ING numa nota de análise, classificando a Alemanha como “íman para notícias macroeconómicas negativas”.

França, a segundo maior economia da zona euro, também cresceu passou de uma progressão de 0,2% nos dois primeiros trimestres do ano para 0,4% no terceiro, em linha com a média das economias do euro.

Pela negativa destacam-se a Letónia, a Hungria e a Suécia que entraram em recessão técnica (dois trimestres consecutivos de contração do PIB).

Os analistas antecipam que a atividade empresarial da zona euro e a confiança dos consumidores deverão recuperar cautelosamente nos próximos meses, tendo em conta a redução das taxas de juro e o arrefecimento da inflação.

Os dados do organismo de estatística europeu indicam que, no terceiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) ajustado sazonalmente aumentou 0,9% tanto na zona euro como na UE, em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, e uma progressão face à taxa registada no segundo trimestre (+0,3 pp e +0,1 pp, respetivamente). O lugar de destaque vai para Espanha com um crescimento homólogo de 3,4%.

Entre os países da moeda única quatro economias contraíram, em termos homólogos, sendo a quebra mais significativa a da Letónia (-1,4%). A Alemanha, o ‘motor’ da zona euro está em queda desde o primeiro trimestre de 2023, e voltou a cair 0,2%, tal como nos três meses anteriores. Na União Europeia, a Hungria contraiu 0,7% e a Suécia 0,1%.

(Notícia atualizada com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Confiança dos consumidores piora em outubro, mas clima económico mantém-se em máximos de abril de 2023

  • Joana Abrantes Gomes
  • 30 Outubro 2024

Clima económico mantém-se em máximos desde abril do ano passado, destacando-se os setores da construção e dos serviços. Já a confiança dos consumidores contraria o aumento registado em setembro.

O indicador de confiança dos consumidores diminuiu em outubro, invertendo a tendência verificada no mês anterior, de acordo com os dados dos inquéritos de conjuntura publicados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Em simultâneo, o clima económico continua em máximos desde abril de 2023, após um aumento nos dois últimos meses, com um otimismo acentuado na construção e nos serviços.

Os resultados dos “Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores” indicam que o indicador de confiança dos consumidores piorou de -12,8 pontos para -14,7 em outubro, depois de uma ligeira melhoria em setembro. Esta evolução, segundo o INE, “resulta, sobretudo, do contributo negativo das perspetivas de evolução futura da situação económica do país”, que caíram de -12,9 pontos para -19,1 pontos este mês.

Evolução do indicador de confiança dos consumidores

Fonte: INE

“Em menor grau”, as opiniões sobre a realização de compras importantes por parte das famílias (de -27,7 para -28,5 pontos) e a situação financeira do agregado familiar nos últimos 12 meses (de -11,1 para -11,6 pontos) também influenciaram negativamente a evolução do indicador de confiança dos consumidores, acrescenta o gabinete estatístico.

As expectativas dos consumidores acerca da evolução futura da situação financeira do agregado familiar foram a única componente do indicador de confiança a registar um contributo positivo, subindo de 0,4 para 0,5 pontos, um aumento “ténue” após a ligeira diminuição registada em agosto.

O INE destaca também que o saldo das opiniões dos consumidores sobre a evolução dos preços nos últimos 12 meses “aumentou significativamente” em outubro, de 38,3 pontos para 49,3 pontos, após ter diminuído em agosto e setembro. De igual forma, o saldo das perspetivas relativas à evolução futura dos preços também cresceu de forma expressiva neste mês (de 13,4 para 20,9 pontos), superando a diminuição significativa de 5,9 pontos registada de agosto para setembro.

Por outro lado, no caso das empresas, os indicadores de confiança “aumentaram de forma acentuada na construção e obras públicas e nos serviços, tendo estabilizado no comércio e diminuído na indústria transformadora“. Como tal, o indicador de clima económico, que sintetiza os saldos de respostas dos inquéritos às empresas, aumentou de 2,1 pontos em setembro para 2,5 em outubro.

Evolução do indicador de clima económico

Fonte: INE

O INE nota ainda que o saldo das expectativas dos empresários sobre a evolução futura dos preços de venda “diminuiu em outubro na construção e obras públicas, verificando-se aumentos deste saldo nos restantes setores, de forma moderada no comércio e nos serviços, enquanto na indústria transformadora aumentou expressivamente, registando o máximo desde janeiro de 2023”.

(Notícia atualizada pela última vez às 10h56)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Economia volta a crescer 0,2% no terceiro trimestre. Exportações tiveram contributo negativo

Contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB aumentou ligeiramente, mas as exportações mantiveram impacto negativo na variação face ao mesmo período do ano anterior.

A economia nacional cresceu 0,2% no terceiro trimestre, face aos três meses anteriores, impulsionada pelo consumo interno, e 1,9% em termos homólogos, avançou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). O PIB regista assim uma progressão idêntica aos 0,2% do segundo trimestre, em cadeia, mas acelerou face aos 1,6% relativos à comparação com o ano anterior.

“O Produto Interno Bruto (PIB), em termos reais, registou uma variação homóloga de 1,9% no terceiro trimestre de 2024, taxa superior em 0,3 pontos percentuais à verificada no trimestre precedente”, avança o INE na sua estimativa rápida.O contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB aumentou ligeiramente no terceiro trimestre, verificando-se uma aceleração do consumo privado e uma diminuição do investimento”, detalha o instituto de estatística.

Em cadeia — ou seja, face ao segundo trimestre — o “contributo da procura interna para a variação em cadeia do PIB permaneceu positivo no terceiro trimestre, observando-se um crescimento do investimento e do consumo privado, enquanto a procura externa líquida manteve um contributo negativo”, explica o INE.

Os economistas apontavam, em média, para uma evolução em cadeia de 0,4%, no terceiro trimestre, mas as estimativas variavam entre 0% e 0,7%. No entanto, todos sugeriam que o consumo interno seria o grande motor da economia nacional. Em setembro, os indicadores de confiança dos consumidores e das empresas apresentaram uma subida expressiva, o que indiciava o contributo positivo da procura interna e o aumento do crédito ao consumo também ajudou. A expectativa é que haja uma evolução mais positiva para o final do ano, até porque o quarto trimestre tem mais dias úteis.

Mas o contributo da procura interna não foi maior devido à diminuição do investimento, a componente cujo desempenho mais dividia os economistas. A persistência de fracos níveis de expansão do investimento pode ser um reflexo do atual ambiente externo. Os indicadores avançados já revelavam, por exemplo, um mau desempenho ao nível do setor da construção.

O INE revela ainda que o “contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB manteve-se negativo, registando-se uma aceleração das importações e das exportações de bens e serviços“, diz o INE.

Apesar de esta estimativa rápida incorporar informações novas relativamente ao comércio internacional de bens relativo ao segundo trimestre, o INE não fez qualquer revisão nas taxas de variação homóloga ou em cadeia do PIB. Os resultados mais detalhados sobre a evolução da economia no terceiro trimestre serão conhecidos a 29 de novembro.

(Notícia atualizada com mais informações)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Economia espanhola cresce 3,4% no terceiro trimestre, um máximo do último ano e meio

  • Lusa
  • 30 Outubro 2024

O crescimento em cadeia foi de 0,8%, o mesmo que no trimestre anterior. A taxa de inflação, por sua vez, acelerou três décimas face a setembro, para 1,8%.

O Produto Interno Bruto (PIB) de Espanha avançou 3,4% no terceiro trimestre, mais duas décimas do que no segundo trimestre e a taxa mais elevada do último ano e meio.

Em cadeia, a economia espanhola cresceu 0,8% no terceiro trimestre do ano, o mesmo que no trimestre anterior, graças, sobretudo, à despesa pública, que avançou a um ritmo trimestral de 2,2%, uma taxa superior em 1,6 pontos à do trimestre anterior, e ao consumo das famílias, que aumentou 1,1%, mais uma décima, segundo os dados antecipados das Contas Nacionais publicados na quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Evolução trimestral do PIB de Espanha

Fonte: INE espanhol

Esta taxa, idêntica à do segundo trimestre, é superior às previsões do Banco de Espanha, que esperava um crescimento de 0,6% e confirma a boa saúde da quarta maior economia da Zona Euro, ao contrário da maioria dos seus vizinhos europeus.

De acordo com o INE espanhol, este facto deve-se à força das exportações, que aumentaram 0,9%, depois de já terem subido 0,7% no segundo trimestre, mas também ao forte consumo das famílias (+1,1%), num contexto de abrandamento da inflação.

Esta dinâmica refletiu-se no bom desempenho do setor dos serviços, onde a atividade aumentou 1,1%, num contexto de um número recorde de turistas, com 21,8 milhões de visitantes estrangeiros recebidos entre julho e agosto.

O setor agrícola (+0,5%) e, em menor escala, o setor industrial (+0,2%) também foram beneficiados. Por outro lado, a atividade diminuiu no setor da construção (-1,4%), após três trimestres consecutivos de crescimento, segundo o INE.

Os resultados do terceiro trimestre colocam Espanha numa posição favorável para atingir o objetivo de crescimento anual de 2,7% fixado pelo Governo — uma previsão que foi revista em alta em 0,3 pontos em setembro.

Este objetivo está abaixo das expectativas do Banco de Espanha e da OCDE, que apostam num crescimento de 2,9%, e também do FMI, que reviu em alta a sua projeção em 0,5 pontos para 2,9% em meados de outubro.

De acordo com o Banco Central Europeu (BCE), este valor é muito superior ao previsto para a Zona Euro, onde o crescimento deverá ficar pelos 0,8%, devido sobretudo às dificuldades da economia alemã.

Na semana passada, o primeiro-ministro Pedro Sánchez felicitou a Espanha por “um momento extraordinário”, insistindo, num fórum económico, que o país estava “à frente de todos os países desenvolvidos”.

Esta mensagem foi repetida pelo seu ministro da Economia, Carlos Cuerpo, que afirmou que Espanha será “um dos principais motores de crescimento da Zona Euro este ano”, graças ao turismo e ao dinamismo das exportações.

O INE espanhol reviu em alta de uma décima de ponto percentual o crescimento homólogo do segundo trimestre para 3,2%.

Espanha com inflação de 1,8% em outubro

Os preços em Espanha subiram 1,8% em outubro, mais três décimas do que no mês passado, segundo uma estimativa da inflação divulgada também esta quarta-feira pelo Instituto de Estatística espanhol.

Esta evolução da inflação (aumento dos preços em relação ao mesmo período do ano anterior) deveu-se, principalmente, a uma subida dos combustíveis e, em menor medida, também da eletricidade e do gás, que tinham descido em outubro de 2023.

Quanto à taxa de inflação subjacente (sem a energia e os produtos alimentares frescos, tradicionalmente os mais voláteis do cabaz de compras), o INE estima que tenha sido 2,5% em outubro, mais uma décima do que em setembro.

Se se confirmarem estas estimativas, a inflação subiu em outubro em Espanha após quatro meses consecutivos de descida.

Variação da taxa de inflação homóloga em Espanha

Fonte: INE espanhol

Espanha acabou no final de setembro com o IVA zero em alguns alimentos e espera repor até ao final de 2024 todos os valores normais deste imposto, terminando assim com quase três anos de medidas extraordinárias para controlar a inflação.

O Governo de Espanha adotou pacotes para responder à subida dos preços depois de no primeiro semestre de 2022 ter tido dos valores mais elevados da União Europeia (UE) e de em julho daquele ano ter registado a inflação mais alta no país desde 1984 (10,77%).

Acabou por fechar 2022 com a inflação mais baixa da UE (5,7%) e a taxa continuou a baixar no ano passado, apesar de algumas oscilações, chegando a dezembro nos 3,1%.

Só ao longo de 2022, Espanha aprovou vários pacotes de medidas para responder à inflação superiores a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), com um valor de cerca de 45.000 milhões de euros, entre ajudas diretas a consumidores e empresas e benefícios fiscais, como a redução do IVA da eletricidade e do gás ou um desconto na compra de combustíveis.

Segundo a estimativa oficial mais recente, a taxa de inflação nos países da moeda única da UE (Zona Euro) desacelerou em setembro para 1,7%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: Misericórdias, pensões e médicos

  • ECO
  • 30 Outubro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A mensalidade cobrada aos utentes da União das Misericórdias Portuguesas vai aumentar no próximo mês devido ao bónus dado pelo Governo aos pensionistas. O Governo está a ser pressionado pelo Parlamento a reforçar os aumentos permanentes nas pensões, uma possibilidade que a ministra da Segurança Social admitiu para um momento futuro da legislatura. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

Misericórdias retêm parte do bónus dado a pensionistas

A mensalidade cobrada aos utentes da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) vai aumentar em novembro devido ao suplemento extraordinário de pensões dado pelo Governo aos idosos. A instituição defende que o acerto está previsto na lei, que refere que a comparticipação familiar pode ser revista “por alteração das circunstâncias que estiveram na base da definição da comparticipação familiar de determinado agregado familiar, designadamente, no rendimento per capita mensal”. As associações de reformados criticam a decisão, que consideram “injusta” e “desumana”.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Governo pressionado a reforçar aumentos permanentes de pensões

A ministra da Segurança Social, Rosário Palma Ramalho, admitiu a possibilidade de, no futuro, o Governo reforçar os aumentos permanentes das pensões. No entanto, a governante reiterou, em audição no Parlamento sobre o orçamento para a Segurança social para o próximo ano, que este deve ser “prudente”, sublinhando que o objetivo é “reforçar a sustentabilidade, mantendo o nível de transferências para o Fundo de Estabilização da Segurança Social.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível).

Mais de 9.000 médicos em dedicação plena no SNS. São mais de 40% dos especialistas

Até setembro, 9.125 médicos trabalhavam em regime de dedicação plena no Serviço Nacional de Saúde (SNS) num universo de 21.721 especialistas no ativo, segundo dados dos Recursos Humanos e Vencimentos. Este número corresponde a 42% do total dos especialistas no SNS, mas, se se considerar apenas os cerca de 16 mil médicos que trabalham nos hospitais, a percentagem dos que aderiram a este regime desce para cerca de um terço do total. Os 9.125 médicos em regime de dedicação plena incluem 3.768 médicos de família, que transitaram automaticamente para esta modalidade.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Medo na Carris Metropolitana força a alterações nas linhas noturnas

Os motoristas de autocarros de transportes públicos sentem-se inseguros nas zonas onde ocorreram desacatos na semana passada, na sequência da morte de um cidadão baleado pela PSP na Cova da Moura. Vários condutores estão mesmo a recusar-se a circular em alguns dos bairros da Grande Lisboa, o que está a levar à supressão parcial ou a desvios em algumas linhas da Carris Metropolitana nos concelhos em redor da capital, especialmente nos horários noturnos.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Idosos com CSI pouparam 4,2 milhões de euros na farmácia

Os beneficiários do Complemento Solidário para Idosos (CSI), que desde junho podem aceder gratuitamente a medicamentos sujeitos a prescrição médica, já gastaram menos 4,2 milhões de euros nas farmácias, segundo cálculos do Ministério Saúde relativos aos primeiros quatro meses de aplicação da medida, em que foram dispensadas 2,5 milhões de embalagens de medicamentos a estes utentes. No que diz respeito à despesa do SNS com medicamentos dispensados aos beneficiários do CSI, a tutela revela que totalizou 33,7 milhões de euros entre junho e setembro, mais 4,3 milhões do que teria gasto se a comparticipação ainda fosse de apenas 50%.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Há mais mulheres nos conselhos de administração, mas maioria está em cargos não executivos

Há mais mulheres nos conselhos de administração das 30 maiores empresas em Portugal, mas 83% estão em cargos não executivos. Novo estudo mostra que Portugal ainda está atrás da UE.

Os conselhos de administração das maiores empresas portuguesas contam hoje com mais mulheres do que há uma década, mas a maioria ocupa cargos não executivos. O cenário é traçado num novo estudo da multinacional Odgers Berndtson Board Solutions, que indica que só 17% dessas profissionais estão em cargos de decisão.

“Houve melhorias significativas na diversidade de género, tendo a percentagem de mulheres em conselhos de administração subindo de 10% em 2013 para 34% em 2024“, é realçado no estudo, que teve por base os dados das 30 maiores empresas em Portugal, incluindo todas as cotadas.

Em declarações ao ECO, o autor, Nuno Fernandes, sublinha que estão a ser dados passos, mas é preciso mais, até porque, apesar da referida melhoria, Portugal continua a comparar mal com muitos países europeus, “onde a representação feminina está, frequentemente, próxima dos 40% ou até acima”.

Segundo o especialista, França, Itália, Dinamarca e Bélgica são os países que saem melhor na fotografia, sendo que há apenas um em pior situação do que Portugal: Espanha.

Além disso, apesar dos conselhos de administração portugueses contarem hoje com mais mulheres do que há dez anos, a maioria destas profissionais está em cargos de não decisão. Cerca de 83% ocupam posições não executivas, o que significa que só 17% estão em cargos executivos.

“E a representação feminina na liderança mantém-se baixa, com apenas 7% dos lugares de presidente do conselho e 4% das posições de CEO a serem ocupadas por mulheres“, destaca o estudo.

Em Portugal, desde 2017 que há uma lei que determina que as empresas cotadas têm de ter, pelo menos, 33,3% dos cargos dos conselhos de administração ocupados por mulheres, mas não define quotas para as posições executivas e não executivas.

Questionado sobre se é preciso estipular esses mínimos, face aos dados agora conhecidos, Nuno Fernandes recusa comentar. Antes, defende que para ir mudando o cenário é preciso um recrutamento mais inclusivo, além de programas internos de mentoria e os estabelecimentos de planos de sucessão diversos.

Já em março deste ano, a professora universitária e investigadora Sara Falcão Casaca, citada pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, apelava à definição de quotas para cargos executivos e não executivos, tendo em conta a preponderância feminina em cargos de não decisão.

Conselhos sem grande renovação arriscam perder frescura

Em dez anos, os conselhos de administração portugueses não ficaram apenas mais diversos, em termos de género. Ficaram, também, mais envelhecidos.

A idade média dos membros subiu de 56 anos em 2013 para 58 anos em 2023. E entre os presidentes, a idade média é mesmo de 64 anos, neste momento.

Além disso, houve “uma diminuição significativa dos membros na faixa etária dos 40 anos aos 50 anos”, observa o novo estudo. Só 21% dos membros estão hoje nesse escalão etário, enquanto 43% têm entre 50 anos e 60 anos, 25% entre 60 anos e 70 anos e 10% mais de 70 anos.

“Tal é explicado por grande parte dos conselhos de administração não ter feito uma renovação significativa nos últimos dez anos. Cerca de 25% dos membros já lá estavam há uma década”, assinala Nuno Fernandes, em declarações ao ECO.

Apesar de reconhecer a importância da experiência, o especialista sublinha que os conselhos de administração mais envelhecidos arriscam ter “poucas perspetivas frescas”. Daí ser importante haver um equilíbrio entre experiência e renovação.

Para isso, Nuno Fernandes recomenda “políticas de refrescamento”, como a definição de idades máximas, a boa definição de planos de sucessão e o recrutamento por competências.

Outra mudança registada nos conselhos de administração na última década foi um reforço da diversidade internacional. “A presença de membros estrangeiros nos conselhos cresceu de 14% para 18%, com 94% ocupando cargos não executivos”, explica o estudo. Ainda assim, 37% dos conselhos de administração analisados continuam a não ter membros internacionais, é apontado.

Melhorias na governação?

Apesar dos progressos já referidos, os conselhos de administração portugueses continuam a apresentar “níveis abaixo da média europeia em vários indicadores de governação, como a separação entre os papéis de CEO e presidente, a diversidade de liderança e a representação internacional”, nota a multinacional Odgers Berndtson Board Solutions.

“O alinhamento com as melhores práticas globais será essencial para que as empresas portuguesas possam enfrentar os desafios da governança moderna e as expectativas dos investidores internacionais”, defende a mesma, no estudo “The state of board diversity: Portugal’s journey and its place in Europe in 2023” agora conhecido.

No que diz respeito especificamente à separação de papéis, há a destacar que 30% das empresas portuguesas mantêm a mesma pessoa como CEO e presidente, uma prática que até “aumentou ligeiramente ao longo da última década”.

Por outro lado, subiu de 29% em 2013 para 35% em 2023 a percentagem de membros independentes em conselhos de administração, “refletindo uma melhoria na governação”, sublinha o referido estudo.

Portugal está, porém, aquém dos 50% de independentes recomendados globalmente como boas práticas, “e ainda mais abaixo da média europeia, evidenciando a necessidade de avanços adicionais”, assinala a Odgers Berndtson Board Solutions.

Quanto ao tamanho dos conselhos, num década deu-se um aumento ligeiro do número médio de membros, de 11 em 2013 para 12 em 2023. “E os os mandatos continuam relativamente longos, com baixa rotatividade de membros nos conselhos portugueses”, é salientado. A duração média está, neste momento, em sete anos, como mostra o gráfico acima.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

União Europeia arrisca ver duplicar quota de elétricos chineses para 40% até 2035

  • Lusa
  • 30 Outubro 2024

A Agência Internacional da Energia (AIE) considera que a solução para a União Europeia (UE) competir com os elétricos chineses passa pela criação de cadeias de abastecimento.

A União Europeia pode reduzir para metade a quota de mercado dos elétricos chineses até 2035 se criar uma cadeia de abastecimento e produção integrada, que reduza custos de fabrico, apontou a Agência Internacional da Energia (AIE).

Ao ritmo atual, os veículos chineses atingirão 40% da quota de mercado dos veículos elétricos na UE até 2035, o dobro dos atuais 20%, mesmo com as recentes taxas alfandegárias aprovadas por Bruxelas, afirmou a AIE, num relatório sobre indústrias estratégicas para a transição energética, difundido na terça-feira.

O documento indicou que, para a indústria automóvel europeia competir no mercado dos elétricos, é essencial reduzir os preços de fabrico e conseguir a plena integração das cadeias de abastecimento, incluindo as baterias, que representam cerca de 40% do custo total.

A AIE considerou que a produção europeia de tecnologias para a transição energética dependerá do sucesso da implementação do Regulamento Indústria de Impacto Zero, que considera ter objetivos “facilmente alcançáveis” nas tecnologias eólica e de bombas de calor, mas com desafios “muito maiores” no setor automóvel. O documento sublinhou que, a nível mundial, o desenvolvimento uniforme das indústrias de tecnologias limpas e o seu comércio serão fundamentais para conter as alterações climáticas.

A AIE recordou que o mercado mundial das seis principais tecnologias de energia limpa (fotovoltaica, eólica, veículos elétricos, baterias, eletrolisadores e bombas de calor) quadruplicou entre 2015 e 2023, ultrapassando 700 mil milhões de dólares (647,2 mil milhões de euros). O crescimento vai continuar a um ritmo acelerado, com o valor a quase triplicar até 2035, para mais de dois biliões de dólares (1,8 biliões de euros), um valor equivalente ao do mercado mundial de petróleo bruto nos últimos anos, sublinhou a AIE.

O relatório recordou que existe “uma enorme onda de investimento na produção de tecnologias limpas” em todo o mundo, estimando que o investimento na produção deste setor tenha atingido 235 mil milhões de dólares (217 mil milhões de euros) até ao final de 2023, um acréscimo de 50%.

União Europeia tem de construir cadeias de abastecimento para melhor competir com a China no mercado dos carros elétricos, alerta a AIELusa

China é o maior produtor de tecnologias limpas

A China é atualmente o principal centro mundial de produção de tecnologias limpas, mas a AIE salientou que tal não se deve apenas aos baixos custos de produção, mas também a outros fatores como o enorme mercado interno, economias de escala e empresas e instalações altamente integradas na cadeia de abastecimento.

Ao ritmo atual, a China exportará mais de 340 mil milhões de dólares (315 mil milhões de euros) em tecnologias limpas até 2035, o equivalente à soma das exportações de petróleo da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos em 2024.

Nos Estados Unidos, o relatório salientou que as leis para reduzir a inflação e para promover a construção de infraestruturas estão a dar frutos, com 230 mil milhões de dólares (212 mil milhões de euros) já mobilizados até 2030, o que significa que a procura norte-americana por painéis fotovoltaicos será coberta quase totalmente pela produção interna até 2035.

Relativamente à América Latina, AIE salientou o importante papel que o México pode desempenhar como centro de produção para o mercado norte-americano, tal como acontece atualmente com os veículos de combustão interna.

O relatório salientou igualmente o potencial do Brasil, que já possui uma importante indústria de pás eólicas (produz atualmente 5% do total mundial) e que, graças à sua abundância de energias renováveis – tal como os seus vizinhos – poderia exportar para os países desenvolvidos produtos produzidos com quase nenhumas emissões de gases com efeito de estufa, como o aço ou o amoníaco, destinados a mercados onde o seu fabrico é mais dispendioso, como o Japão ou a Europa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

A Norrsken House Barcelona celebra o seu primeiro ano como catalisador do ecossistema de impacto da Europa

  • Servimedia
  • 30 Outubro 2024

Desde a sua inauguração, o maior hub de impacto e tecnologia do continente já conta com mais de 140 startups, 280 empresas e uma série de empresas de capital de risco e aceleradoras.

A fundação sueca sem fins lucrativos Norrsken está a celebrar o seu primeiro ano em Barcelona com o objetivo de continuar a avançar com a sua missão de “ligar os empresários aos recursos, conhecimentos e redes de que necessitam, e impulsionar negócios que contribuam para tornar este mundo um lugar melhor”.

Com uma comunidade de 1200 membros, a Norrsken House Barcelona afirmou-se como o hub tecnológico e de impacto da Europa e emergiu como um ecossistema que já está a impulsionar o crescimento de mais de 140 startups e 280 empresas, que coabitam com cerca de vinte empresas de capital de risco e aceleradores.

Para além de acolher mais de 15.000 visitantes ─ alguns deles da estatura do fundador do Skype e da Atomico, Niklas Zenström, ou de Ana Patrícia Botín ─ e 244 eventos, a Norrsken House Barcelona surgiu neste primeiro ano de atividade como um catalisador de iniciativas de impacto, que conseguiram angariar mais de 30 milhões de euros.

É o caso da Mitiga Solutions, a primeira plataforma científica global para o risco climático, que conta já com cinquenta empregados e angariou 8 milhões de euros desde que se juntou ao hub; da Cooltra, líder em mobilidade sustentável na Europa, com mais de 60 empregados e que angariou 22 milhões de euros na sua última ronda de financiamento; ou de empresas emergentes no domínio das energias limpas e da conservação dos oceanos, como a Ocean Ecostructures e a Delfos Energy, que angariaram 2 milhões de euros e 4,5 milhões de euros, respetivamente, nas suas duas últimas rondas.

Neste contexto, empresas de capital de risco como a M-Ventures, com 600 milhões de euros na sua carteira; Kompas VC, (160 milhões de euros); LUMO (100 milhões de euros); Spintop Ventures (30 milhões de euros) ou o family-office da Evergreen, Blink VC, desempenham um papel crucial no ecossistema Norrsken na capital catalã. Através de aceleradores como o S2Xpeed, o Zubi Labs e o Bitesize Ventures, estes fundos de impacto fornecem as ferramentas e os recursos necessários de que as empresas em fase de arranque precisam para inovar e crescer.

“Trata-se de ter um impacto positivo, social ou ambiental, para que possamos crescer dentro dos limites das fronteiras planetárias e não para além delas. O nosso objetivo é promover soluções em áreas como as tecnologias climáticas, os cuidados de saúde, a biotecnologia e outros setores emergentes. Para tal, criamos ecossistemas para empresas em fase de arranque, como este em Barcelona, ou os que temos em Estocolmo e Kigali, onde as empresas em fase de arranque, os investidores e os facilitadores colaboram entre si”, explica Marc Jordana, Diretor Executivo da Norrsken House Barcelona.

A fundação sueca enfrenta agora novos desafios em Barcelona, como continuar a construir pontes, tanto com as principais entidades locais (ACCIÓ, Barcelona Ativa…) como com o resto dos ecossistemas das principais cidades europeias; atrair novos investidores internacionais para a capital catalã; desbloquear novas oportunidades para novos fundadores; e inspirar novas gerações a iniciar projetos de impacto. “Queremos ver o talento escolher este novo tipo de negócio, onde existe um elevado potencial de crescimento e um objetivo significativo”, acrescenta Jordana.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O dia em direto nos mercados e na economia – 30 de outubro

  • ECO
  • 30 Outubro 2024

Ao longo desta quarta-feira, 30 de outubro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.