Euribor cai para novos mínimos a três e a seis meses e sobe a 12 meses

  • Lusa
  • 1 Outubro 2024

Os indexantes utilizados no crédito à habitação têm vindo a baixar nos últimos meses, fruto da inversão na política monetária do Banco Central Europeu.

A Euribor desceu esta terça-feira a três e a seis meses para mínimos desde abril e março de 2023, e subiu a 12 meses, depois de terminar setembro com médias inferiores nos três prazos e abaixo de 3% no prazo mais longo.

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, baixou para 3,092%, menos 0,013 pontos do que na anterior sessão e um mínimo desde 21 de março de 2023.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2023, subiu esta terça-feira, para 2,749%, mais 0,002 pontos do que na segunda-feira.
  • Já a Euribor a três meses desceu, ao ser fixada em 3,252%, menos 0,027 pontos e um novo mínimo desde 27 de abril de 2023.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a julho mostram que a Euribor a seis meses representava 37,1% do ‘stock’ de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 34,2% e 25,4%, respetivamente.

A média da Euribor em setembro desceu a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em agosto e com menos intensidade nos prazos mais curtos.

A média da Euribor em setembro desceu 0,114 pontos para 3,434% a três meses (contra 3,548% em agosto), 0,167 pontos para 3,258% a seis meses (contra 3,425%) e 0,230 pontos para 2,936% a 12 meses (contra 3,166%).

Na mais recente reunião de política monetária, em 12 de setembro, o BCE desceu a principal taxa diretora em 25 pontos base para 3,5%, depois de em 18 de julho ter mantido as taxas de juro diretoras.

Na reunião anterior, em junho, o BCE tinha descido as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.

Na quarta-feira, em 18 de setembro, foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 17 de outubro na Eslovénia.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Mercado ibérico da eletricidade faz 20 anos, mais robusto mas mais extremado

O mercado ibérico da eletricidade é tido como um projeto de sucesso. Porém, anos recentes têm revelado novos desafios e maior instabilidade nos preços, incitando a reflexões sobre o futuro.

Esta terça-feira é marcada pelos 20 anos do Mercado Ibérico da Energia Eléctrica – Mibel, o mercado no qual os produtores vendem a sua energia aos comercializadores (ou até a grandes consumidores, diretamente). O balanço é positivo, de acordo com os especialistas consultados pelo Eco/Capital Verde. No entanto, 20 anos depois, o contexto é radicalmente diferente, o que coloca novos desafios a este mercado. O armazenamento é uma das soluções mais unânimes para lidar com a recente instabilidade de preços.

Foi em outubro de 2004 que os governos português e espanhol assinaram, em Santiago de Compostela, o acordo que fazia nascer este mercado, com o objetivo de promover a integração dos sistemas elétricos dos dois países. A aproximação entre os dois polos energéticos iniciou-se em 1998 mas, depois da assinatura do acordo, passaram-se ainda três anos antes de o mercado estar ativo de ambos os lados da fronteira.

Foi em 2007 que os mercados português e espanhol negociaram pela primeira vez de mãos dadas, no âmbito do Mibel. A ligação foi-se estreitando, com os valores lusos e castelhanos a ficarem cada vez mais próximos, até mal se distinguirem. Na ótica dos especialistas do setor contactados pelo ECO/Capital Verde, a história do Mibel é unanimemente uma “história de sucesso”. Está hoje “mais adulto e robusto”, classifica João Nuno Serra, presidente da ACEMEL — Associação dos Comercializadores de Energia no Mercado Liberalizado.

"Os dois países tiveram grandes benefícios com o Mibel.”

António Vidigal

Consultor de energia

“Os dois países tiveram grandes benefícios com o Mibel”, defende contudo o ex-CEO da EDP Inovação, António Vidigal. Alguns dos maiores beneficiados são os consumidores: “se tivéssemos um mercado exclusivamente nacional, não teríamos acesso aos preços da energia que temos hoje. Os consumidores de uma forma geral beneficiaram e muito“, sublinha João Serra, presidente da ACEMEL — Associação dos Comercializadores de Energia no Mercado Liberalizado.

Acresce a este ponto forte, na opinião de João Serra, a cada vez maior penetração de renováveis no mix energético, que acredita ter sido impulsionada pelo modelo de mercado. A união entre Portugal e Espanha estimula o investimento nestas novas tecnologias. Um reforço da interligação com França daria “mais força” a esta dinâmica, realça ainda.

Houve também um benefício em termos de segurança de aprovisionamento para ambos os sistemas, “alavancada pela forte interligação elétrica entre os dois países”, assinala António Vidigal. Se, por um lado, Portugal tem podido beneficiar dos excedentes de produção de Espanha, Espanha tem podido exportar para Portugal excedentes que de outra forma seriam desperdiçados, uma vez que a capacidade de interligação de Espanha com França e com Marrocos é “substancialmente menor do que a interligação com Portugal”, afirma.

Os objetivos originais do mercado também foram bem sucedidos noutras frentes como a criação de concorrência, através da multiplicação no número de operadores, e a convergência de preços, aponta Nuno Ribeiro da Silva, ex-CEO da Endesa em Portugal e atual consultor na área da energia. A convergência regulatória, por outro lado, “pode ser o tema que não evoluiu com tanto sucesso”, avalia, apelando a que lhe seja dada particular atenção no futuro. Este desencontro, entende, foi particularmente visível durante a crise energética, quando foi criado

Modelo está para ficar. Talvez com “ajustes”

Desde a inauguração que o preço médio anual mais comum se situa em torno do intervalo dos 40 a 50 euros por megawatt-hora. No entanto, nos últimos cinco anos, viveram-se oscilações mais extremas nos preços — as quais fizeram, até, levantar questões ao nível do modelo que sustenta este mercado desde os seus primórdios.

Durante a mais recente crise energética, que se iniciou em 2022 e prolongou ainda em 2023, atingiram-se máximos históricos no Mibel: em agosto de 2022 chegou a registar-se um pico de 544,98 euros por megawatt-hora (euro/MWh). Na altura, os preços energéticos pressionavam os consumidores domésticos e industriais de tal forma que chegou mesmo a aplicar-se um “remendo” a nível ibérico: foi criado o mecanismo ibérico que colocava um tecto nos preços da eletricidade originada com base em gás natural.

Mais recentemente, os ânimos exaltaram-se pelo motivo oposto: em março registaram-se mínimos de 10 anos e abril abriu com algumas horas a marcar valores negativos no mercado ibérico. O setor alertou para potenciais “problemas” dos preços baixos, em particular na viabilização de projetos renováveis, e apontou a necessidade de reequilibrar o mercado.

 

A questão de manter ou não o modelo marginalista, que determina de momento a formação dos preços da eletricidade no mercado grossista, foi fechada nos recentes trabalhos em Bruxelas, que emitiu regulação quanto ao mercado europeu da eletricidade, relembra Nuno Ribeiro da Silva. A Comissão Europeia optou por, na altura, não mexer no modelo. No entanto, concede o especialista, “os países podem, dentro do chapéu definido por Bruxelas, e sabendo que a regra do mercado marginalista é a regra-mãe, encontrar formas de amortecer e mitigar esses efeitos” de oscilações pronunciadas.

Para António Vidigal, “faz todo o sentido repensar o modelo“, já que “o preço do mercado grossista é quase sempre determinado pelo preço do gás natural, embora ele só satisfaça uma percentagem baixa do consumo, quando comparado com as energias renováveis”. Numa situação em que o mercado passe a funcionar predominantemente com base em contratos a prazo (como Contratos de Aquisição de Energia –PPA ou Contratos por Diferenças –CfD), o OMIP poderia “aumentar a sua relevância”.

"Os países podem, dentro do chapéu definido por Bruxelas, e sabendo que a regra do mercado marginalista é a regra-mãe, encontrar formas de amortecer e mitigar esses efeitos [das oscilações de preço].”

Nuno Ribeiro da Silva

Consultor de energia

João Serra, por outro lado, acredita que o modelo atual é o que confere maiores garantias e maior transparência, o que “não quer dizer que não se evolua”, ressalva. Para o presidente da ACEMEL, o fim das tarifas subsidiadas vai ajudar a um melhor funcionamento deste mercado.

As maiores oscilações, a seu ver, “só revelam a falta de flexibilidade do mercado. Só temos centrais dispostas a pagar para injetar a rede porque não têm capacidade para armazenar”, indica, referindo-se mais diretamente aos preços perto de zero e negativos. Apesar de estes extremos não serem benéficos, entende que o sistema os deve permitir, como o faz atualmente, a bem de refletir o mais fielmente possível o equilíbrio entre oferta e procura.

Futuro passa pelo armazenamento

O futuro, no que diz respeito aos preços, augura subidas: se de janeiro a setembro o preço médio está nos 52,71 euros, a 27 de setembro, a previsão de preço para o próximo trimestre apontava para uma média de 76,97 euros por megawatt-hora. E, no ano que vem, o valor é semelhante: 70,73 euros/MWh.

Olhando ao histórico, estes são preços relativamente altos, mas longe daqueles praticados em momentos de crise. Nuno Ribeiro da Silva aponta algumas razões para esta evolução no curto prazo. Por um lado, a aproximação do inverno, que pressiona do lado da procura ao mesmo tempo que a produção solar diminui; por outro, reflete também os crescentes investimentos na geração e em redes, indica.

Acho que o futuro é muito promissor porque neste momento os Portugal e Espanha estão a trabalhar mais na flexibilidade“, afirma João Serra, apesar de avaliar que Portugal está aquém do desejável nas metas, e que compara mal com Espanha. Para já, Portugal só prevê um gigawatt de capacidade de armazenamento no plano estratégico até 2030, enquanto o país vizinho aponta para os 26 gigawatts (GW). No entanto, a secretária de Estado da Energia já veio anunciar que a versão final deverá ser mais ambiciosa, tal como o Eco/Capital Verde avançou.

António Vidigal concorda que o sistema ibérico precisa de mais flexibilidade. Defende que na Península Ibérica fosse desenvolvido um mercado único de serviços de sistema, que compensam em tempo real os desvios nas previsões de consumo e geração. “É o que os países nórdicos estão a fazer”, realça. Em paralelo, considera importante que sejam avançados mecanismos de capacidade, que definam uma remuneração adequada para as centrais a gás natural e para as baterias. “Espanha tem avançado e deverá lançar o primeiro leilão no início do próximo ano. Portugal teria vantagem em adotar um mecanismo semelhante”, afirma, balançando que seria mais benéfico ter estes produtos também a nível ibérico.

"Acho que o futuro é muito promissor porque neste momento os Portugal e Espanha estão a trabalhar mais na flexibilidade.”

João Nuno Serra

Presidente da ACEMEL

Certo, é que “a realidade de hoje é substancialmente diferente da que vivíamos quando o mercado de eletricidade foi criado em 2004”, remata Nuno Ribeiro da Silva. “Vamos ver até que ponto é que a máquina que até agora foi montada, das instituições do Mibel, está preparada para afinar e cumprir não só os objetivos originais como os desafios que emergem da evolução em termos de metas e tecnologias”, conclui, frisando que “o momento para sentar e repensar todas estas questões é agora”.

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Savannah adia produção de lítio em Boticas para 2027

  • Lusa
  • 1 Outubro 2024

O "processo burocrático para a conclusão do processo da servidão administrativa foi infelizmente mais demorado do que o previsto", justifica a empresa, que antes pretendia iniciar a produção em 2026.

A Savannah Resources ajustou o calendário para o início da produção na mina de lítio do Barroso, em Boticas, para 2027, porque o processo burocrático foi mais demorado do que o previsto, disse a empresa em comunicado. Anteriormente, estava previsto dar o pontapé de partida em 2026.

“Fizemos bons progressos em todas as frentes no primeiro semestre do ano. É agora momento de iniciarmos, com entusiasmo, mas também com sentido de responsabilidade, o trabalho de campo necessário para conclusão do Estudo de Viabilidade Definitivo (DFS) e do processo de licenciamento ambiental”, afirmou o presidente executivo (CEO) da Savannah, Emanuel Proença, citado em comunicado.

A empresa que quer explorar a mina de lítio em Covas do Barroso, concelho de Boticas, distrito de Vila Real, explicou que o “processo burocrático para a conclusão do processo da servidão administrativa foi infelizmente mais demorado do que o previsto, o que obrigou a um ajuste de calendário”.

Por isso, prevê agora concluir o Estudo de Viabilidade Definitivo no segundo semestre de 2025, com a conclusão do processo de licenciamento ambiental prevista para uma data próxima, e, adiantou, “o comissionamento e a primeira produção do projeto decorrerão, ainda assim, o mais cedo possível ao longo do ano de 2027”.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) viabilizou ambientalmente a exploração de lítio na mina do Barroso emitindo uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável a 31 de maio de 2023 que integra um conjunto alargado de condicionantes, estando inicialmente previsto o arranque da produção para 2026.

“Sempre foi nosso desejo poder completar acordos de compra ou arrendamento com todos os proprietários num prazo que tivesse permitido um início mais precoce desta fase de trabalhos. No entanto, embora já tenhamos adquirido para cima de uma centena de terrenos e continuemos a adquirir mais, não foi ainda possível chegar a acordo com todas as partes”, afirmou Emanuel Proença.

Por isso, acrescentou que a empresa recorreu “à figura de servidão administrativa temporária para acesso aos terrenos, um processo comum em projetos industriais” como este. “Continuamos empenhados em prosseguir as compras e arrendamentos de terrenos através de acordos amigáveis com todas as partes interessadas relevantes, de forma a que uma expropriação futura abranja o mínimo de parcelas de terreno possível”, apontou.

A Savannah apresentou na segunda-feira os resultados operacionais dos primeiros seis meses do ano. “Os resultados apresentados refletem o intenso trabalho de todos os membros da equipa da Savannah — das equipas de Boticas, Lisboa, Perth e Londres — para desenvolvimento de um projeto de alta qualidade. A nível local estamos cada vez mais presentes, fazendo crescer a nossa equipa e trabalhando com cada vez mais pessoas e entidades da região de que fazemos parte”, acrescentou o CEO.

A Savannah estabeleceu em junho um acordo de parceria estratégica com a o grupo AMG Critical Materials (AMG), dono da primeira grande refinaria de lítio da Europa, aberta há menos de 15 dias a sul de Berlim, na Alemanha. “O acordo de parceria com a AMG coloca-nos numa posição sólida, que nos permite encarar as próximas fases do projeto com solidez e confiança. Estou grato por estes resultados e pelo esforço de tantos. Estamos empenhados em fazer cada vez melhor, e disponíveis para acolher contributos positivos de todos”, salientou.

A Savannah Resources é uma empresa de desenvolvimento de recursos minerais e única proprietária do projeto de lítio do Barroso, no Norte de Portugal, referindo que se trata do maior recurso de espodumena de lítio identificado até à data na Europa, tendo aqui concentrado os seus esforços nos últimos sete anos. A exploração mineira é, no entanto, contestada por autarcas e populares que se juntaram na associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso (UDCB).

 

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Novo secretário-geral da NATO quer mais investimento sem análises “custo-benefício”

  • Lusa
  • 1 Outubro 2024

"Para fazer mais precisamos de investir mais, não há uma análise custo-benefício que possa ser feita se queremos proteger as nossas pessoas", refere Mark Rutte.

O novo secretário-geral da NATO afirmou esta terça-feira que a sua prioridade é assegurar que a Aliança Atlântica “continua forte” e para isso é “preciso investir mais”, sem fazer “análises custo-benefício” na segurança.

Na primeira intervenção que fez enquanto secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Mark Rutte definiu a sua prioridade para o início do mandato: “Assegurar que a NATO continua forte.”

O ex-primeiro-ministro dos Países Baixos disse que para o cumprir esse objetivo são necessárias “mais forças, com mais capacidades e mais inovação”.

“Para fazer mais precisamos de investir mais, não há uma análise custo-benefício que possa ser feita se queremos proteger as nossas pessoas”, completou, no início de uma reunião do Conselho do Atlântico Norte, minutos depois de tomar posse, no quartel-general da NATO, em Bruxelas.

Também no arranque do seu mandato, Mark Rutte estabeleceu como prioridade “aproximar ainda mais a Ucrânia da NATO”, dando sequência à criação do Conselho NATO — Ucrânia, criado com esse propósito na cimeira de 2023.

“Não há segurança duradoura na Europa sem uma Ucrânia forte e independente. Sei por experiência própria, com o voo MH14, que o conflito na Ucrânia não está circunscrito às suas fronteiras”, sustentou.

O avião MH14, que voava de Amesterdão para Kuala Lumpur, foi atingido por um míssil disparado por separatistas russos na Ucrânia, em 2014, de acordo com as conclusões de uma investigação independente ao incidente.

“Esta é agora a minha casa longe de casa”, finalizou o novo secretário-geral da NATO, iniciando os trabalhos do Conselho do Atlântico Norte.

A reunião foi, no entanto, interrompida por instantes para cumprimentos de saudação a Mark Rutte e de despedida a Jens Stoltenberg.

Do Médio Oriente a Donald Trump

Mark Rutte, ex-primeiro-ministro dos Países Baixos, tomou esta terça-feira posse como secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO). Mark Rutte, de 57 anos, sucedeu a Jens Stoltenberg, durante uma cerimónia no quartel-general da organização político-militar, em Bruxelas.

A tomada de posse ocorreu pelas 09:30 locais (08:30 em Lisboa). Mark Rutte é o 14.º secretário-geral da NATO, o quarto oriundo dos Países Baixos.

Na realidade, houve 16 pessoas a encabeçar a organização político-militar desde a sua génese, em 1949, mas os italianos Sergio Balanzino (outubro a dezembro de 1995) e Alessandro Minuto-Rizzo (dezembro de 2003 e janeiro de 2004) ocuparam interinamente o cargo, até ocorrer a transição.

Mark Rutte foi primeiro-ministro dos Países Baixos durante 14 anos e foi confirmado como sucessor de Jens Stoltenberg em 26 de junho deste ano.

O novo secretário-geral da Aliança Atlântica inicia funções numa altura em que as tensões geopolíticas estão no nível mais elevado dos últimos anos.

Não só a guerra na Ucrânia continua, a caminho dos três anos de conflito, sem grandes avanços de parte a parte e sem perspetiva real de um cessar-fogo, como o conflito no Médio Oriente poderá alastrar, com os recentes confrontos entre Israel e o Hezbollah no Líbano.

Para início de mandato, o novo secretário-geral da NATO terá de assegurar que o financiamento dos países do bloco continua a aumentar, para que o limite de investimento de 2% do Produto Interno Bruto em defesa seja o mínimo e que haja cada vez mais contingentes preparados para intervir.

Em simultâneo, depois de 05 de novembro, a NATO poderá ter de enfrentar o regresso de Donald Trump à Casa Branca e o seu ceticismo em relação à Aliança Atlântica, que no passado chegou a ameaçar com a saída dos Estados Unidos da América.

No entanto, minutos antes de tomar posse, Mark Rutte disse que “não está preocupado” com o resultado das eleições e que trabalhará com Donald Trump ou com a democrata Kamala Harris, que concorre contra o republicano.

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Inflação em queda pressiona BCE a agir já em outubro

Olli Rehn, membro do Conselho do BCE, considera que desaceleração da inflação e o enfraquecimento das perspetivas de crescimento da Zona Euro devem levar o BCE a cortar as taxas de juro já em outubro.

O Banco Central Europeu (BCE) parece estar a preparar o terreno para um possível corte nas taxas de juro já em outubro. Olli Rehn, membro do Conselho do BCE, lançou pistas nesse sentido no decorrer de uma conferência de imprensa realizada esta manhã em Helsínquia, afirmando que a “direção da política monetária é clara”, embora sublinhe que as decisões continuarão a depender dos dados económicos.

Num tom cauteloso, mas revelador, o governador do Banco da Finlândia afirmou que “o crescimento da Zona Euro pode ser mais fraco do que o previsto” e que “é muito cedo para declarar uma ‘aterragem suave’.”

Mas Olli Rehn foi ainda mais longe, sugerindo que fatores económicos recentes estão a inclinar a balança para uma ação mais imediata. “O recente enfraquecimento das perspetivas de crescimento da Zona Euro também pende a balança na direção de um corte em outubro”, afirmou. Além disso, Rehn salientou ainda que “a desaceleração da inflação significa que existem agora mais razões para justificar um corte nas taxas em outubro.”

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Estas declarações surgem pouco antes de se conhecerem os dados de setembro da inflação (que pela primeira vez desde março de 2021 ficou abaixo dos 2%) e num momento em que os mercados financeiros já atribuem uma probabilidade superior a 85% para um corte das taxas diretoras do BCE na reunião de 17 de outubro, em Liubliana, na Eslovénia.

No entanto, fiel à tradição de prudência do BCE, Rehn fez questão de sublinhar a importância de uma análise cuidadosa antes da autoridade monetária da Zona Euro tomar qualquer decisão, advertindo que “devemos monitorizar de perto os dados e realizar uma análise abrangente antes de tomar decisões”, sublinhando ainda que o ritmo e a escala dos cortes nas taxas dependerão de uma avaliação global do Conselho do BCE, reunião a reunião, com base nas perspetivas de inflação, na dinâmica da inflação subjacente e na força da transmissão da política monetária.

O BCE já procedeu a dois cortes de taxas neste novo ciclo (junho e setembro), ambos em reuniões que coincidiram com novas projeções económicas. No entanto, a possibilidade de um corte numa reunião sem novas previsões, como a de outubro, está agora em cima da mesa, refletindo a crescente confiança do banco central na trajetória descendente da inflação.

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Inflação na Zona Euro baixa da fasquia dos 2% em setembro

Depois de ter baixado de 2,6% para 2,2% em agosto, a taxa de inflação recuou para 1,8% em setembro, segundo uma estimativa rápida do Eurostat divulgada esta terça-feira.

Depois de ter desacelerado em agosto para o valor mais baixo em mais de dois anos, a taxa de variação homóloga da inflação na Zona Euro caiu para 1,8% em setembro, de acordo com a estimativa rápida da inflação divulgada pelo Eurostat esta terça-feira. O índice de preços do consumidor volta, assim, abaixo do objetivo de 2% do Banco Central Europeu, abrindo espaço para um corte de juros em outubro.

A inflação deverá ter voltado a cair no conjunto dos 20 países da moeda única europeia, no mês passado. Depois de ter acelerado para 2,6% em julho, o índice caiu para 2,2% em agosto e, agora, para 1,8%, mínimos de abril de 2021, segundo os números conhecidos esta terça-feira.

A descida foi suportada sobretudo pela queda na componente da energia, onde a inflação baixou 6% em setembro, o dobro da descida registada em agosto (-3%). Já os bens industriais registaram um aumento de 0,4%, em linha com os valores verificados um mês antes.

Os serviços continuam a ser a componente com a inflação, tendo aumentado 4%, seguidos pelos bens alimentares, álcool e tabaco, com uma taxa de 2,4%, face aos 2,3% registados no mês anterior.

A inflação subjacente, que exclui a energia e alimentos, bebidas e álcool, registou um alívio em setembro, tendo passado de 2,8% em agosto para 2,7% em setembro.

Esta descida vem dar como quase certo um corte de juros por parte do Banco Central Europeu na reunião deste mês. Vários membros do banco central têm vindo a apontar nesse sentido e, com a taxa de inflação abaixo daquela que é a meta da autoridade monetária para o índice de preços, a entidade liderada por Christine Lagarde fica com via aberta para anunciar uma nova redução das taxas de juro na região.

(Notícia atualizada às 10h30)

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Governo insiste na redução do IRC, mas terá “espírito de cedência”. Assinado acordo de concertação

Já foi assinado o acordo de concertação que prevê subida do ordenado mínimo para 870 euros em 2025, reforço do benefício em IRC para empresas que reforcem os vencimentos e isenção fiscal dos prémios.

O Governo, as quatro confederações empresariais e a UGT assinam esta terça-feira o novo acordo tripartido sobre valorização salarial e crescimento económico, que prevê, nomeadamente, a subida do ordenado mínimo para 870 euros em 2025, o reforço do benefício em IRC para empresas que reforcem os vencimentos e a isenção fiscal dos prémios de produtividade.

Recorde aqui os principais momentos da cerimónia desta manhã, que foi presidida pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.

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Indústria da microeletrónica já executou 60% do projeto de 68 milhões no PRR

Indústria de semicondutores e microeletrónica lidera execução financeira entre as agendas mobilizadoras, prevendo 25 novos produtos, processos e serviços. Observatório é apresentado esta terça-feira.

A Agenda da Microeletrónica, que visa fortalecer a indústria de semicondutores e microeletrónica em Portugal, já atingiu cerca de 60% de execução global, de acordo com o balanço feito esta terça-feira pelos promotores deste projeto no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O investimento total ascende a 68 milhões de euros e o plano inclui 25 novos produtos, processos e serviços. As principais áreas de investimento são centradas no “Semiconductor Advanced Packaging”, industrialização de produtos baseados em circuitos óticos integrados, novas redes de acesso de alto débito e tecnologias híbridas de produção que servem a indústria automóvel, segurança, comunicações e energia.

Constituído por um total de 17 entidades, o consórcio é liderado pela Amkor Technology e integra pequenas e médias empresas industriais de capital português, como a HFA – Henrique, Fernando & Alves (assemblagem e teste de equipamento eletrónico e de telecomunicações) ou a Exatronic (serviços de inovação, investigação, engenharia e fabricação no setor da eletrónica).

“Dois anos após o seu lançamento, [prevemos] o cumprimento dos objetivos estipulados. Com cerca de 60% de taxa de execução à data de hoje, as entidades que compõe o consórcio planeiam executar o investimento previsto, de forma a cumprirem os objetivos. Os resultados até agora alcançados demonstram o nosso compromisso em reforçar a indústria de semicondutores e microeletrónica”, resume Pedro Almeida, diretor técnico da Agenda da Microeletrónica.

Em comunicado enviado às redações, o consórcio sustenta, por outro lado, que no último relatório da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR, que apresentou uma análise comparativa de execução financeira e física destes grandes projetos, “a Agenda da Microeletrónica é líder na execução financeira e encontra-se muito bem posicionada na execução física do projeto”.

Pedro Almeida, diretor técnico da Agenda da Microeletrónica

Esta terça-feira vai ser lançado o Observatório da Microeletrónica, apresentada como uma plataforma inovadora que agrupará as empresas do setor em Portugal, facilitando a sua classificação dentro da cadeia de valor da indústria dos semicondutores e microeletrónica em Portugal.

Esta plataforma, que com auxílio da Inteligência Artificial quer tornar-se num “repositório dinâmico de informação relevante”, vai ser apresentada durante o II Congresso da Agenda da Microeletrónica, no Teatro Aveirense, que a organização pretende que sirva para fomentar a partilha de conhecimento, networking, debate estratégico, tendências e novas colaborações estratégicas para o setor em Portugal.

Entre os oradores confirmados no evento estão Francisco Rodrigues, CEO da PICadvanced; António Barny Monteiro, R&D Senior Manager da Amkor Portugal; Célio Albuquerque, VP of Engineering da Synopsys; Paulo Freitas, Diretor do INESC Microssistemas e Nanotecnologias; Rui Lopes, Presidente da Inova-Ria e Afonso Duarte, Delegado e Ponto de Contacto Nacional para o Horizonte Europa – Digital (Cluster 4).

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Inês Ramires reforça Pinto Ribeiro Advogados

A Pinto Ribeiro Advogados anuncia nova área de prática jurídica dedicada ao emprego e administração pública, concretizada com a entrada de Inês Ramires para a sua coordenação como Of Counsel.

A Pinto Ribeiro Advogados vai passar a contar com uma área de prática exclusivamente dedicada ao emprego e administração pública, em resposta a uma necessidade crescente do mercado relativamente a uma assessoria especializada nestas matérias.

Para impulsionar este desafio, a Pinto Ribeiro contará com Inês Ramires. “Com vasto percurso profissional ligado à assessoria de gabinetes de membros do Governo, nos últimos anos, Inês Ramires dedicou os últimos quatro anos ao desempenho de responsabilidades governativas, como Secretária de Estado da Educação, e como Secretária de Estado da Administração Pública”, segundo comunicado do escritório.

Licenciou-se em Direito pela NOVA School of Law, em 2005, tendo-se especializado em Direito Público após conclusão de Mestrado na mesma universidade, em 2012. Já atuou como consultora jurídica na sociedade de advogados BAS, entre 2011 e 2015, tendo prestado apoio jurídico nas áreas do trabalho, do emprego público e do direito administrativo.

De acordo com o Managing Partner André Miranda, esta contratação “coloca a Pinto Ribeiro Advogados numa posição de destaque, permitindo dar continuidade à estratégia de captação dos melhores talentos ”.

Inês Ucha, Sócia e Coordenadora do Departamento de Direito Público, considera que “a criação desta nova área de prática vem na sequência de uma forte consolidação da Pinto Ribeiro Advogados no universo do Direito Público. Poder contar com a experiência e com a reconhecida competência da Inês Ramires para vir coordenar esta área traz-nos um entusiasmo acrescido porque estamos certos de que vai permitir-nos oferecer serviços de uma qualidade absolutamente diferenciada no atual panorama de mercado”.

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António Pedro Braga vai coordenar corporate & personal taxation da Garrigues

O advogado irá liderar a equipa de Fiscal do escritório do Porto e coordenar a área de "corporate & personal taxation" do departamento de Direito Fiscal em Portugal.

A Garrigues reforça o seu departamento de Direito Fiscal em Portugal com a integração de António Pedro Braga. O advogado irá liderar a equipa de Fiscal do escritório do Porto e coordenar a área de “corporate & personal taxation” do departamento de Direito Fiscal em Portugal. A nomeação aguarda ratificação na próxima assembleia de sócios da Garrigues.

Ao longo dos últimos 25 anos, António Pedro Braga trabalhou sempre no âmbito do Direito Fiscal, com especial destaque para a tributação nacional e internacional dos rendimentos de empresas financeiras, comerciais e industriais, bem como na área do contencioso tributário, IVA, impostos sobre a propriedade e tributação de pessoas singulares com grandes patrimónios. É licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa, no Porto, e possui uma pós-graduação em Finanças pela Escola de Negócios do Porto e um Mestrado em Fiscalidade pelo Institute of Advanced Legal Studies da University of London. Além disso, frequentou vários programas de especialização na área.

Para António Pedro Braga, a sua integração na Garrigues representa um marco significativo na sua carreira: “Trabalhar na maior sociedade da União Europeia como sócio de Tributário e integrar a maior equipa de fiscalistas da Europa é um desafio altamente aliciante e uma oportunidade extraordinária. Com a minha experiência e conhecimento, poderemos continuar a apoiar os clientes da sociedade numa área em constante evolução, onde a crescente regulação, tanto a nível local como internacional, impõe desafios cada vez maiores”.

João Miranda de Sousa, sócio responsável da Garrigues Portugal, destaca que a chegada de António Pedro Braga “consolida ainda mais a posição de liderança do departamento de Fiscal da Garrigues em Portugal, uma posição que tem sido reiteradamente reconhecida pelos clientes e pelos principais diretórios internacionais”.

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Globalia vai injetar até 80 milhões na Air Europa após falhar venda ao IAG

O IAG, um dos grupos interessados na compra da TAP, desistiu de comprar a Air Europa devido à lista de remédios imposta por Bruxelas para aprovar o negócio.

A Globalia, dona da Air Europa, está a finalizar a aprovação para um aumento de capital entre 50 e 80 milhões de euros na companhia aérea, avança o El Economista. Esta é a alternativa encontrada para evitar o colapso da Air Europa, após a venda ao International Airlines Group (IAG), que confirmou recentemente o interesse na TAP, ter falhado recentemente devido às exigências colocadas por Bruxelas.

O aumento de capital, que não está aberto a terceiros, será subscrito pela família Hidalgo, que controla a Globalia, faltando saber se o IAG — que controla 20% do capital da companhia aérea — vai acompanhar o aumento de capital ou diluir a sua participação na empresa espanhola.

A Air Europa encerrou o ano de 2023 com um património líquido negativo de 499 milhões de euros, frente aos 645 milhões do ano anterior. A Lei das Sociedades de Capital espanhola estabelece que quando, como consequência das perdas, o património líquido de uma empresa fica abaixo de metade do capital social, a sociedade entra em causa de dissolução.

O IAG desistiu recentemente de avançar com a aquisição da Air Europa, depois de a Comissão Europeia ter exigido que a dona da British Airways e da Iberia adotasse mais medidas para dar luz verde ao negócio.

Como avançou o ECO, o IAG continua interessada na privatização da TAP e está a monitorizar “de perto” o processo. Segundo fontes do setor contactadas pelo ECO, o interesse do IAG na companhia aérea portuguesa inclui a manutenção do hub do aeroporto de Lisboa e as rotas que a TAP opera para os Estados Unidos e América do Sul.

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Shigeru Ishiba nomeado novo primeiro-ministro do Japão

  • Lusa
  • 1 Outubro 2024

Antigo ministro da Defesa promete estimular a economia japonesa ao incentivar o investimento nacional nos setores tecnológico dos semicondutores e da inteligência artificial.

A câmara baixa do parlamento do Japão nomeou esta terça-feira Shigeru Ishiba, o novo líder do partido no poder no país, como primeiro-ministro nipónico, horas depois da demissão do antecessor, Fumio Kishida.

Ishiba, de 67 anos, foi eleito com 291 votos a favor no parlamento japonês, a Dieta, dominado pela coligação governamental liderada pelo conservador Partido Liberal Democrata (LPD, na sigla em inglês).

Fumio Kishida, que anunciou em agosto que não se iria candidatar a um novo mandato de três anos, tinha-se demitido horas antes, abrindo caminho a que Shigeru Ishiba assumisse o cargo.

O secretário-chefe do Governo, Yoshimasa Hayashi, anunciou que Fumio Kishida e os seus ministros se demitiram numa reunião do executivo, realizada esta manhã. Assumiu o cargo em 2021, mas anunciou a saída em agosto para que o partido pudesse ter um novo líder depois de o Governo ter sido assolado por vários escândalos de corrupção.

Shigeru Ishiba, antigo ministro da Defesa, foi eleito na sexta-feira líder do LPD, vencendo outros oito candidatos nas primárias do partido que governa o Japão de forma quase contínua há décadas.

Na segunda-feira, o sucessor tinha anunciado que pretende convocar eleições legislativas antecipadas a 27 de outubro. “Penso que é importante que o novo governo seja julgado pelo povo o mais rapidamente possível e, se as condições estiverem reunidas, espero convocar eleições [legislativas] antecipadas para 27 de outubro”, declarou o futuro chefe do governo, durante uma conferência de imprensa.

“Estou ciente de que é bastante invulgar alguém que [ainda] não é primeiro-ministro fazer este tipo de declarações… mas não creio que seja inapropriado”, acrescentou Shigeru Ishiba.

Durante a sua campanha para líder do LDP, Ishiba, de 67 anos, prometeu estimular a economia, incentivando o investimento nacional nos setores tecnológico dos semicondutores e da inteligência artificial.

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