Governo afasta para já medidas para baixar preço da gasolina

Ministro das Finanças diz que está a "a acompanhar a situação", mas sublinha que "o preços do petróleo ainda está muito longe dos preços de 2022", altura em que se criou um "conjunto de apoios".

O Governo afasta, para já, medida para baixar os preços dos combustíveis. “Iremos acompanhar a situação, vamos ver como se desenvolve o conflito no Médio-Oriente e, em função da evolução futura do preço do petróleo poderemos ou não atuar”, afirmou esta sexta-feira o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, à margem da reunião do Ecofin.

Na próxima semana os combustíveis vão subir significativamente. O gasóleo deverá subir oito cêntimos a partir de segunda-feira, e a gasolina deverá ter um agravamento de três cêntimos, avançou ao ECO fonte do mercado. A escalada do conflito no Médio Oriente está a alimentar receios de perturbações no abastecimento e o barril de brent já ultrapassou os 77 dólares esta semana.

O ministro das Finanças indicou que o Executivo está “a acompanhar a situação”, reconhecendo que, “nos últimos dez dias, o preço do petróleo teve uma subida que depois reflete-se no preço da gasolina e do gasóleo”. No entanto, alertou que “o preço do petróleo está em 72, 73 dólares o barril, muito longe dos preços de 2022”. “A gasolina e o gasóleo estão muito longe dos preços de 2022, o que levou que a nível europeu se criassem um conjunto de apoios para o setor da energia”.

Nesta fase, o governante entende que é a altura de acompanhar e aguardar por desenvolvimentos futuros. E lembrou que, “no início do ano, houve uma subida do preço do petróleo durante algumas semanas que teve reflexos no preço da gasolina e do gasóleo”. “Nessa vez, também disse que era preciso ter calma e esperar para ver o evoluir dos acontecimentos e, passadas algumas semanas, os preços dos combustíveis baixaram”, salientou. Em fevereiro deste ano, Miranda Sarmento afirmou que só iria baixar o ISP se os combustíveis subissem para níveis “insuportáveis”, o que não veio a acontecer.

“Vamos acompanhar o que se vai passar nas próximas semanas, o preço da matéria-prima que desenvolveremos terá a evolução do conflito e, se for necessário, atuaremos”, insistiu.

Quando for abastecer, na próxima segunda-feira, deverá passar a pagar 1,615 euros por litro de gasóleo simples e 1,723 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Apesar das subidas, e caso se confirmem estes valores, desde o início do ano os preços do diesel desceram 1,8 cêntimos e os da gasolina 5,3 cêntimos.

Os valores podem ainda sofrer alterações para ter em conta o fecho das cotações do petróleo brent esta sexta-feira e o comportamento do mercado cambial. Mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras. Além disso, os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento.

Esta semana, o gasóleo subiu 1,7 cêntimos e a gasolina 1,4 cêntimos, subidas superiores às expectativas do mercado, que apontavam para valorizações de 1,5 cêntimos e um cêntimo, respetivamente.

Entretanto, os contratos futuros do brent, que servem de referência para o mercado europeu, estão esta sexta-feira a descer 0,46%, para 76,81 dólares por barril, mas caminham para a terceira semana de ganhos, pois a escalada das hostilidades no Médio Oriente continuou a alimentar receios de interrupções no fornecimento regional. Esta semana, o ganho esperado é de 4%.

Os ataques entre Israel e Irão persistem. Telavive ordenou a intensificação dos ataques contra alvos estratégicos e governamentais em Teerão, após um míssil iraniano ter atingido uma ala vazia de grande hospital em Israel. Os olhos estão postos na Casa Branca, enquanto o Presidente Donald Trump pondera o envolvimento direto dos EUA no conflito. A decisão deverá ser tomada dentro de duas semanas. Apesar dos riscos elevados, os relatórios indicaram que o Irão está a manter as exportações de crude, carregando 2,2 milhões de barris por dia até agora esta semana — o nível mais elevado em cinco semanas.

Os preços do petróleo subiram também fruto de uma queda mais acentuada do que o esperado nos stocks de crude dos EUA no início da semana, com os dados do governo a mostrarem o maior declínio semanal num ano.

(Notícia atualizada às 13h43)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

+M

LVMH vence Grand Prix de Luxo no Festival Cannes Lions

  • + M
  • 20 Junho 2025

O grupo de luxo francês arrecadou a maior distinção da categoria de Luxo com o trabalho ‘The Partnership That Changed Everything’, que contou com a criatividade da Havas Play e da Havas Paris.

A LVMH conquistou o Grand Prix da categoria de Luxo no Festival Cannes Lions, o mais importante festival de criatividade do mundo, que termina esta sexta-feira. Foi a primeira vez que a França venceu um Grand Prix na categoria de Luxo do festival.

O conglomerado de marcas de luxo francês conseguiu, entre as 181 inscrições recebidas na categoria Luxo, arrecadar a mais importante com o trabalho ‘The Partnership That Changed Everything’, que conta com criatividade da Havas Play e da Havas Paris.

Com este projeto, a LVMH, em vez de patrocinar os Jogos Olímpicos de 2024, em Paris, optou por se tornar cocriadora do evento. Sob o mote “Artesãos de Todas as Vitórias”, o grupo de conseguiu, com várias das suas marcas, “misturar artesanato, desporto e orgulho nacional numa história singular contada por cada uma de suas Maisons”, refere a LVMH em comunicado.

Enquanto a Chaumet projetou as medalhas, por exemplo, a Louis Vuitton criou as caixas das medalhas, as tochas e bandejas, a Berluti vestiu os atletas franceses para as cerimónias de abertura, a Dior desenhou os vestidos para vários artistas nas cerimónias de abertura e encerramento e a Moët Hennessy, enquanto fornecedora oficial de champanhe, esteve presente nos espaços dedicados à celebração das vitórias.

Além disso, a LVMH também se tinha comprometido em apoiar diretamente atletas olímpicos e paralímpicos franceses “cujas trajetórias inspiradoras deram vida ao conceito de ‘Artesãos de Todas as Vitórias’ em toda a sua diversidade”, pelo que Antoine Dupont, Léon Marchand, Mélanie de Jesus dos Santos, Enzo Lefort, Pauline Déroulède, Marie Patouillet e Timothée Adolphe foram destacados em campanhas e conteúdos veiculados pela LVMH durante os Jogos Olímpicos de Paris.

Os resultados da iniciativa foram “excecionais”, tanto em termos de visibilidade quanto de engagement com o público, tendo conseguido ainda uma “cobertura sem precedentes” na imprensa internacional e nas redes sociais, refere-se em nota de imprensa.

“Este Grande Prix é uma alegria imensa para todas as nossas equipas e Maisons. Um ano depois, estamos igualmente orgulhosos! Estamos muito felizes por termos apresentado a França com o nosso artesanato e contribuído para criar memórias inesquecíveis de uma aventura que cativou o mundo inteiro”, diz Antoine Arnault, representante da LVMH, citado em comunicado.

Portugal também conseguiu amealhar diversos prémios no festival Cannes Lions. Enquanto o trabalho “Etiquetas Escondidas”, da Uzina e Ikea, conquistou dois ouros, duas pratas e um bronze, a Dentsu Creative, com a campanha “Outnumbered”, para o canal História, ganhou dois bronzes. A Stream and Tough Guy, com “Save Us From The USA”, para a Change the Ref, e a Judas, com o trabalho “Drinkable Anthem”, para a Super Bock, também ganharam um bronze cada uma.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Young Lions ganham bronze em filme

"From Underseen to Understood" é a proposta com a qual João Bronze e Beatriz Roque responderam ao briefing. Veja o filme criado para assinalar o Dia Mundial do Cancro do Ovário.

João Bronze e Beatriz Roque, a dupla que representou Portugal na competição internacional Film, nos Young Lions, subiu a palco para receber um bronze.

“From Underseen to Understood” é a proposta com a qual a dupla da BBDO respondeu ao briefing, no qual foi pedido um filme poderoso e inspirador para assinalar o Dia Mundial do Cancro do Ovário (8 de maio). A campanha devia ser facilmente adaptável a várias geografias, despertar a esperança, promover o apoio da comunidade, alertar para a importância de um diagnóstico precoce e incentivar o público à ação, através de voluntariado, donativos ou partilha de informação.

Na competição principal, o trabalho “Etiquetas Escondidas”, da Uzina para a Ikea, recebeu mais uma prata esta quinta-feira, desta vez na categoria de Brand Experience. A este, recorde-se, somam-se já dois ouros, nas categorias de Direct e de Creative Media, uma prata em Direct e um bronze em Creative Data.

Aos prémios da Uzina, à que juntar a Dentsu Creative, com a campanha “Outnumbered”, para o canal História, que ganhou bronze em Outdoor e em Print. Também a Stream and Tough Guy, com “Save Us From The USA”, para a Change the Ref, ganhou bronze em Outdoor e a Judas, com o trabalho “Drinkable Anthem”, para a Super Bock, ganhou bronze em Direct.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal é o sétimo país com mais reservas na Europa 

Se olharmos para a Europa do Sul e Mediterrânica, Portugal é o quinto destino com mais pesquisas e o quarto com mais reservas, mostra o estudo da Amadeus e a UN Tourism.

Portugal está entre os dez destinos mais populares da Europa e ocupa a sétima posição do país com mais reservas e pesquisas entre maio de 2024 e abril de 2025, de acordo com o relatório publicado pela Amadeus e a UN Tourism. Espanha, Reino Unido e Itália lideram o top três.

Se olharmos para a Europa do Sul e Mediterrânica, Portugal é o quinto destino com mais pesquisas e o quarto com mais reservas, numa altura em que o turismo nunca pesou tanto no PIB português. Espanha, Itália e Turquia ocupam o top três tanto me pesquisas como em reservas.

Em termos de cidades, Lisboa ocupa o sexto lugar da lista, tanto em termos de pesquisas como de reservas. Istambul, Roma e Madrid continuam a ser os destinos mais procurados e reservados.

A capital não é a única cidade destacada, o relatório Travel Insights 2025: Focus on Europe mostra ainda que o “Funchal está a registar um crescimento substancial no interesse de pesquisa – com aumentos anuais entre 24 e 31%, mas ainda não se refletem nos principais destinos reservados”.

Os destinos com maior crescimento em termos de reservas entre maio de 2024 e abril de 2025 são Alicante (com um crescimento de 15% face ao período homologo), seguido de Palma e Ponta Delgada, ambas com crescimentos de 10%.

Entre os 30 maiores destinos turísticos, o Azerbaijão foi o que mais cresceu, registando um aumento de 26% nas reservas aéreas em comparação com o ano anterior.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

⛽ Combustíveis disparam na segunda-feira com conflito no Médio Oriente. Gasóleo sobe oito cêntimos e gasolina três

A partir de segunda-feira, quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,615 euros por litro de gasóleo simples e 1,723 euros por litro de gasolina simples 95.

Na próxima semana os combustíveis vão subir significativamente, sobretudo o gasóleo — por isso, se puder, não espere pela segunda-feira para atestar o automóvel.

O gasóleo, o combustível mais utilizado em Portugal, deverá subir oito cêntimos a partir de segunda-feira, e a gasolina deverá ter um agravamento de três cêntimos, avançou ao ECO fonte do mercado. A escalada do conflito no Médio Oriente está a alimentar receios de perturbações no abastecimento e o barril de brent já ultrapassou os 77 dólares esta semana. É preciso recuar a 24 de julho de 2023 para encontrar uma subida mais expressiva do diesel (8,4 cêntimos) e a 24 de março deste ano no caso da gasolina (3,7 cêntimos).

Assim, quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,615 euros por litro de gasóleo simples e 1,723 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Apesar das subidas, e caso se confirmem estes valores, desde o início do ano os preços do diesel desceram 1,8 cêntimos e os da gasolina 5,3 cêntimos.

Os valores podem ainda sofrer alterações para ter em conta o fecho das cotações do petróleo brent esta sexta-feira e o comportamento do mercado cambial. Mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras. Além disso, os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento.

Esta semana, o gasóleo subiu 1,7 cêntimos e a gasolina 1,4 cêntimos, subidas superiores às expectativas do mercado, que apontavam para valorizações de 1,5 cêntimos e um cêntimo, respetivamente.

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Entretanto, os contratos futuros do brent, que servem de referência para o mercado europeu, estão esta sexta-feira a descer 0,46%, para 76,81 dólares por barril, mas caminham para a terceira semana de ganhos, pois a escalada das hostilidades no Médio Oriente continuou a alimentar receios de interrupções no fornecimento regional. Esta semana, o ganho esperado é de 4%.

Os ataques entre Israel e Irão persistem. Telavive ordenou a intensificação dos ataques contra alvos estratégicos e governamentais em Teerão, após um míssil iraniano ter atingido uma ala vazia de grande hospital em Israel. Os olhos estão postos na Casa Branca, enquanto o Presidente Donald Trump pondera o envolvimento direto dos EUA no conflito. A decisão deverá ser tomada dentro de duas semanas. Apesar dos riscos elevados, os relatórios indicaram que o Irão está a manter as exportações de crude, carregando 2,2 milhões de barris por dia até agora esta semana — o nível mais elevado em cinco semanas.

Os preços do petróleo subiram também fruto de uma queda mais acentuada do que o esperado nos stocks de crude dos EUA no início da semana, com os dados do governo a mostrarem o maior declínio semanal num ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Importações da UE vindas do Mercosul dispararam 50% numa década

  • Joana Abrantes Gomes
  • 20 Junho 2025

As importações do bloco comunitário provenientes dos quatro países sul-americanos envolvem principalmente produtos agrícolas, vegetais e minerais. UE exporta, sobretudo, produtos farmacêuticos.

As importações da União Europeia (UE) provenientes dos países do Mercosul registaram um crescimento homólogo de 4,2% em 2024, para 56 mil milhões de euros, ano em que os dois blocos concluíram as negociações de um acordo comercial, que vinha a ser negociado há 25 anos. Já as exportações do bloco comunitário para o bloco sul-americano totalizaram 55,2 mil milhões de euros, menos 1,3% do que em 2023.

Os dados, divulgados esta sexta-feira pelo Eurostat, mostram que as importações da UE aumentaram 50,3%, ou 18,8 mil milhões de euros, na última década. As exportações, por sua vez, tiveram um crescimento menor no mesmo período: de 25,1%, ou 11,1 mil milhões de euros.

Fonte: Eurostat

Segundo o gabinete estatístico europeu, o Brasil foi o maior parceiro comercial do Mercosul no ano passado, com uma quota-parte no comércio total da UE (importações e exportações) de 89,5 mil milhões de euros, sendo seguido, a larga distância, pela Argentina (16,4 mil milhões de euros).

A maioria das importações provenientes dos quatro países sul-americanos foram bens primários (81,3% do total), ao passo que a UE exportou, sobretudo, bens manufaturados, que equivalem a 86,6% do total das exportações dos 27 Estados europeus para a Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai.

Importações que explicam as resistências ao acordo, nomeadamente dos agricultores franceses. Receiam que este promova uma concorrência desleal entre os dois blocos. Por isso exigem que sejam adotadas cláusulas-espelho para que as exportações de bens e serviços provenientes da América Latina sigam as mesmas regras e regulamentos a que estão sujeitos os produtos europeus exportados. A exportação de carne bovina é ilustrativa das preocupações dos agricultores europeus, porque a criação de bovinos em países como o Brasil ou Argentina não respeitam as mesmas normas sanitárias e ambientais que na Europa, sendo estes animais criados com custos laborais mais baixos o que, por sua vez, torna o produto final mais barato.

No que toca aos produtos mais importados pela UE, em termos de valor, o petróleo e produtos e materiais conexos (12,1 mil milhões de euros) lideram, seguindo-se os alimentos para animais (7,1 mil milhões de euros), o café, o chá, o cacau e as especiarias (5,2 mil milhões de euros), os minérios metálicos e sucata metálica (4,9 mil milhões de euros) e as sementes oleaginosas e frutos oleaginosos (3,7 mil milhões de euros).

Já os produtos mais exportados da União Europeia para o Mercosul foram os medicamentos e produtos farmacêuticos (6,8 mil milhões de euros); as máquinas e equipamentos industriais gerais (5,4 mil milhões de euros); os veículos rodoviários (4,8 mil milhões de euros); as máquinas especializadas para determinadas indústrias (3,4 mil milhões de euros); e as máquinas, aparelhos e dispositivos elétricos (3,0 mil milhões de euros).

Depois do acordo político alcançado em 2019, as longas negociações entre a UE e o Mercado Comum do Sul foram finalmente concluídas em dezembro do ano passado. Falta apenas ratificar o acordo de comércio livre entre os dois blocos, estando agora a decisão nas mãos dos 27 Estados-membros e do Conselho Europeu, com o Parlamento Europeu a ter de dar a luz verde final para a adoção efetiva do acordo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ministros das Finanças da UE aprovam financiamento recorde do BEI de 100 mil milhões este ano

  • Lusa
  • 20 Junho 2025

O novo teto de financiamento do BEI para 2025 resulta de uma revisão intermédia do plano operacional da instituição e inclui uma fatia de 3,5% do total do financiamento destinado à segurança e defesa.

Os ministros das Finanças da União Europeia (UE) aprovaram um teto de financiamento recorde do Banco Europeu de Investimento (BEI), de 100 mil milhões de euros neste ano, alocando 3,5% à segurança e defesa europeia.

“Os acionistas do Banco Europeu de Investimento – Grupo BEI -, os Estados-membros da UE, aprovaram um teto de financiamento recorde de 100 mil milhões de euros para este ano e novos programas para reforçar a competitividade, a liderança tecnológica e a segurança da Europa”, indicou a instituição em comunicado.

Reunidos no Luxemburgo na sua reunião regular do mês, os ministros das Finanças da UE, que compõem o Conselho de Governadores do BEI, confirmaram a aprovação dos Conselhos de Administração do BEI e do Fundo Europeu de Investimento para este aumento do financiamento destinado à segurança e defesa, redes de energia e a um novo programa para impulsionar a liderança tecnológica da Europa.

Citada no comunicado, a presidente do grupo BEI, Nadia Calviño, sublinhou o “apoio unânime dos acionistas, os 27 Estados-membros, às propostas para financiamento recorde da defesa, segurança energética e liderança tecnológica”.

Segundo a responsável espanhola, isto “mostra o papel crucial do grupo BEI no apoio às prioridades estratégicas da Europa”.

O novo teto de financiamento do grupo BEI para 2025 resulta de uma revisão intermédia do plano operacional da instituição e inclui uma fatia de 3,5% do total do financiamento destinado à segurança e defesa europeias, um financiamento recorde superior a 11 mil milhões de euros para redes de eletricidade e armazenamento na Europa e ainda apoio reforçado à inovação tecnológica e industrial da UE.

Foi também aprovado que o ministro das Finanças checo, Zbynek Stanjura, assuma a presidência do Conselho de Governadores por um ano e que a nova presidente do Comité de Auditoria seja Katja Pluto, substituindo no cargo o português Nuno Gracias Fernandes.

O BEI é a instituição de empréstimo a longo prazo da UE, propriedade dos seus Estados-membros. Enquanto banco da UE, financia investimentos em prioridades centrais como a ação climática, digitalização, segurança e defesa, coesão, agricultura e bioeconomia, infraestruturas sociais, União dos Mercados de Capitais e o fortalecimento do papel da Europa.

Em 2024, o grupo BEI assinou quase 89 mil milhões de euros em novos financiamentos para mais de 900 projetos de alto impacto, mobilizando mais de 100 mil milhões de euros em investimento para a segurança energética da Europa e cerca de 110 mil milhões de euros em capital de crescimento para ‘startups’ e empresas inovadoras.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Investimento nos Certificados de Aforro abranda com juros em queda

Famílias aplicaram mais 475 milhões de euros nos Certificados de Aforro em maio em termos líquidos, o montante mais baixo em quatro meses.

O investimento nos Certificados de Aforro abrandou em maio perante a descida da remuneração oferecida por estes títulos de poupança do Estado.

Estes certificados captaram 475,2 milhões de euros no mês passado em termos de subscrições líquidas de resgates, montante que fica abaixo dos valores registados nos três meses anterior. Em abril, tinham atraído 541,6 milhões, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal.

Isto acontece numa altura em que a remuneração dos Certificados de Aforro está a perder brilho por conta da descida da Euribor a 3 meses. Em abril, deixaram de render o teto máximo de 2,5% em abril. Em maio as novas subscrições feitas nesse mês viram a taxa de remuneração base cair para 2,216%. E continua a cair.

Ainda assim, as aplicações nos Certificados de Aforro continuam a engordar para níveis históricos: as famílias portuguesas tinham perto de 37,5 mil milhões de euros investidos nestes certificados.

Certificados de Aforro captam menos em maio

Fonte: Banco de Portugal

Já os Certificados do Tesouro registaram subscrições líquidas negativas de 172 milhões de euros em maio. Há 43 meses que sai mais dinheiro do que entra nestes certificados onde, ainda assim, estavam aplicados 8,97 mil milhões no final do mês passado.

Tudo somado, as famílias confiavam ao Estado 46,47 mil milhões de euros através das poupanças que estavam aplicadas tanto nos Certificados de Aforro como nos Certificados do Tesouro no final do mês passado, segundo os dados do supervisor.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo quer fim da exceção para brasileiros e timorenses que entram no país como turistas e pedem autorizações de residência

  • ECO
  • 20 Junho 2025

Lei vai ser alterada para que brasileiros e timorenses só possam aceder à autorização de residência se entrarem em Portugal com visto para obtenção de autorização de residência ou visto de trabalho.

O Governo vai alterar o regime que permite a cidadãos brasileiros e timorenses que entrem em Portugal como turistas, e, por isso, sem necessidade de visto, poderem pedir uma autorização de residência no país. O objetivo, segundo o Expresso (acesso pago), é que só possam aceder à autorização de residência se entrarem em Portugal com visto para obtenção de autorização de residência ou visto de trabalho.

O Executivo de Luís Montenegro teme que esta facilidade prevista em acordos bilaterais com o Brasil e Timor-Leste possa vir a tornar-se uma espécie de “manifestação de interesse light”. Ainda ninguém teve acesso a este regime, porque a regulamentação da lei não está concluída, mas a entrada de vários milhares de processos na Justiça para obrigar a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) a analisar os pedidos fez soar alarmes.

Contudo, estas alterações não implicam a suspensão do acordo CPLP nem mudanças nos vistos ou nas autorizações de residência CPLP precedidas de vistos consulares. O Governo tenciona agir apenas sobre pedidos realizados em território nacional, que não têm por base quaisquer vistos ou vistos de turismo. Os cidadãos brasileiros e timorenses vão continuar a poder viajar para Portugal sem visto, apenas não poderão iniciar um pedido de regularização.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Intenções de voto em Gouveia e Melo caem com subida de Marques Mendes

  • ECO
  • 20 Junho 2025

No barómetro da Intercampus de junho, o almirante reúne 27,3% das intenções de voto, enquanto as do social-democrata cresceram 4,6 pontos percentuais face a março, para 18,5%. Seguro tem 11%.

As intenções de voto em Henrique Gouveia e Melo para as eleições presidenciais do próximo ano caíram depois de o militar na reserva ter confirmado e apresentado a sua candidatura, segundo mostra o barómetro da Intercampus de junho para o Correio da Manhã, a CMTV e o Jornal de Negócios. Apesar de se manter como o preferido para suceder a Marcelo Rebelo de Sousa, o ex-chefe do Estado-Maior da Armada reúne 27,3% das intenções de voto, menos 8,3 pontos percentuais em relação ao barómetro de março. Luís Marques Mendes, por sua vez, ganhou terreno, ao crescer de 13,9% para 18,5% entre as duas sondagens.

António José Seguro, por seu lado, parece ter beneficiado do anúncio da sua candidatura ao Palácio de Belém, ao reunir 11% das intenções de voto, deixando-o à frente do líder do Chega, André Ventura — que tem sido incentivado por militantes para avançar, mas ainda não o fez –, embora numa situação de empate técnico. Segue-se Mariana Mortágua, que parece não ter sido prejudicada com o desastre do Bloco de Esquerda nas legislativas antecipadas de 18 de maio e tem mais uma décima do que António Sampaio da Nóvoa. Há, porém, uma elevada percentagem de inquiridos que não sabe quem escolher (23,2%).

Num cenário de segunda volta, a distância entre Gouveia e Melo e Marques Mendes também encurtou: o almirante surge com 41,1% das intenções de voto, menos 10,5 pontos percentuais face a março, enquanto as intenções de voto no antigo líder do PSD subiram 6,9 pontos, para 35,4%. Nas mesmas circunstâncias, António José Seguro apresenta 32,3% das intenções de voto contra o militar e 30% contra o candidato social-democrata.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

FMI alerta que Zona Euro está em risco de entrar em estagnação se não adotar reformas profundas

Apesar da resiliência, o Fundo Monetário Internacional refere que a área do euro tropeça em barreiras internas, investimento anémico e uma fragmentação que mina a ambição de crescer.

A economia da Zona Euro está numa encruzilhada. Apesar da resiliência demonstrada, com desemprego em mínimos históricos e inflação controlada, o Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta que sem medidas decisivas, sem reformas, a área do euro caminha para a estagnação económica.

No mais recente relatório sobre a região, o FMI mantém a projeção de um crescimento modesto de apenas 0,8% para 2025 revelado anteriormente o World Economic Outlook de abril, num cenário onde as tensões comerciais, os desafios geopolíticos e a fraca produtividade ameaçam comprometer o futuro económico do bloco.

O FMI nota que a economia da Zona Euro “continua resiliente, com o desemprego em níveis historicamente baixos, inflação geral próxima da meta e um sistema financeiro estável”, mas salienta que o cenário de aparente estabilidade esconde fragilidades estruturais profundas.

Os analistas do FMI estimam que as barreiras remanescentes dentro do mercado único são equivalentes, em média, a uma tarifa de 44% sobre bens e 110% sobre serviços.

O Fundo refere que os riscos para o crescimento económico são predominantemente negativos. “A incerteza da política comercial, uma maior escalada tarifária ou tensões geopolíticas poderiam pesar mais do que o esperado sobre a procura e o crescimento”, alertam os técnicos da instituição liderada por Kristalina Georgieva.

O relatório identifica vários fatores que contribuem para este cenário desafiante: “Tensões comerciais, aumento da procura por gastos com defesa e a necessidade de garantir a segurança energética — tudo isso enquanto lidam com uma produtividade abaixo do ideal, envelhecimento populacional acelerado e fraco crescimento no médio prazo”, destacam os analistas.

Aprofundar o mercado único adotar ajustes orçamentais

Para o FMI, a solução mais eficaz para os problemas estruturais da Europa passa por uma ação decisiva ao nível da União Europeia, com especial foco no aprofundamento do mercado único. “Aprofundar o mercado único da União Europeia é a principal ferramenta disponível para os decisores políticos aumentarem o investimento, a inovação e a produtividade”, defende o Fundo.

A análise do FMI revela que as barreiras remanescentes dentro do mercado único são equivalentes, em média, a uma tarifa de 44% sobre bens e 110% sobre serviços. A eliminação destas barreiras poderia impulsionar significativamente o crescimento económico do bloco. É neste sentido que relatório destaca quatro prioridades fundamentais para completar o mercado único:

  • Reduzir a fragmentação regulatória.
  • Avançar com a União dos Mercados de Capitais (UMC) para facilitar uma canalização mais eficiente da poupança para o capital de risco das empresas.
  • Aumentar a mobilidade laboral intra-União Europeia.
  • Integrar o mercado energético da União Europeia.

Simulações do FMI sugerem que a implementação destas medidas poderia aumentar o PIB potencial da região da União Europeia em cerca de 3% ao longo de uma década, beneficiando todos os países membros.

O FMI recomenda que todas as economias da Zona Euro, excluindo a Alemanha, melhorem o seu saldo estrutural primário para um excedente de 1,4% do PIB até 2030.

O FMI é também claro quanto à necessidade de ajustes orçamentais significativos, especialmente para os países com elevada dívida pública. “Para os países com dívida elevada e espaço orçamental limitado, são necessários ajustamentos orçamentais significativos para mitigar os riscos, enquanto os países com espaço orçamental podem adiar o ajustamento orçamental”, afirmam os técnicos.

O FMI recomenda que todas as economias da Zona Euro, excluindo a Alemanha, melhorem o seu saldo estrutural primário para um excedente de 1,4% do PIB até 2030. Isto exigiria “uma redução cumulativa adicional do défice de cerca de dois pontos percentuais no período 2024-2030, em comparação com o cenário de base”, estimam o Fundo.

Esta consolidação orçamental torna-se ainda mais desafiante face às crescentes pressões de despesa. O FMI estima que as pressões resultantes do aumento dos juros, do envelhecimento da população, da transição climática e da segurança energética e defesa “atingirão 4,4% do PIB por ano nas economias europeias até 2050”.

A utilização de cláusulas de salvaguarda para apoiar o aumento das despesas de defesa dos Estados-membros deve limitar-se à fase inicial.

Fundo Monetário Internacional

Relatório de 19 de junho do FMI sobre a declaração final dos serviços do FMI sobre a missão de 2025 relativa às políticas comuns para os países membros

Um ponto particularmente relevante do relatório refere-se ao aumento das despesas com defesa, tema que ganhou urgência no atual contexto geopolítico europeu. O FMI reconhece a necessidade destes investimentos, mas adverte quanto à sua implementação.

“A utilização de cláusulas de salvaguarda para apoiar o aumento das despesas de defesa dos Estados-membros deve limitar-se à fase inicial”, alerta o FMI. O Fundo insta Bruxelas e os Estados-membros a analisarem continuamente o impacto destes gastos na sustentabilidade da dívida pública e a “desenvolverem planos para colocar a dívida numa trajetória estável ou decrescente a médio prazo”.

Esta recomendação surge num momento em que vários países europeus, incluindo Portugal, procuram aumentar significativamente os seus orçamentos de defesa, recorrendo às cláusulas de salvaguarda previstas no Pacto de Estabilidade e Crescimento.

Política monetária com portas abertas para a neutralidade

No campo da política monetária, o FMI considera que, com a inflação a aproximar-se da meta e o hiato do produto ligeiramente negativo, “uma postura de política monetária próxima da neutralidade é justificada”.

“Mantendo a taxa de política em 2% ajudará a manter a inflação em torno da meta na segunda metade de 2025 e além”, recomenda o Fundo. Esta posição alinha-se com as expectativas dos analistas de mercado, que preveem que o BCE mantenha a taxa de juro dos depósitos em 2% até ao início de 2028, após uma última redução em junho.

O FMI reconhece, no entanto, que “as perspetivas são altamente incertas, e o caminho da política pode precisar de ser ajustado com base nos dados recebidos ou nos desenvolvimentos”. Esta abordagem cautelosa reflete as preocupações com possíveis choques inflacionários ou deflacionários num ambiente económico volátil.

O FMI recomenda que as autoridades “estejam prontas para enfrentar potencial stress de liquidez, incluindo a preparação de um quadro para a provisão de assistência de liquidez de emergência às instituições financeiras não bancárias.

A avaliação do setor financeiro europeu pelo FMI é globalmente positiva, mas com importantes ressalvas. “O sistema bancário geralmente parece adequadamente capitalizado e líquido, mas as autoridades devem monitorizar de perto as vulnerabilidades do crescente setor das instituições financeiras não bancárias (NBFI)“, alerta o relatório.

Embora os riscos de estabilidade financeira ligados ao anterior aperto monetário estejam a diminuir, o FMI identifica novos riscos sistémicos, “particularmente da volatilidade do mercado devido a tarifas mais elevadas e exposições dos bancos às NBFI”.

O Fundo recomenda que as autoridades “estejam prontas para enfrentar potencial stress de liquidez, incluindo a preparação de um quadro para a provisão de assistência de liquidez de emergência às NBFI, juntamente com uma supervisão mais próxima”.

Os analistas do FMI consideram que “o orçamento da União Europeia tenha de aumentar pelo menos 50%, se os programas existentes forem para ser mantidos”.

Um tema recorrente no relatório do FMI é a necessidade de maior coordenação ao nível europeu para enfrentar os desafios comuns. “Esforços coordenados ao nível da União Europeia e investimentos direcionados podem ajudar a enfrentar desafios partilhados de forma rentável, apoiando os Estados-membros na gestão dos trade-offs orçamentais”, defendem os analistas.

Para apoiar investimentos em áreas prioritárias como inovação, transição energética e defesa coletiva, o FMI considera que “o orçamento da União Europeia tenha de aumentar pelo menos 50%, se os programas existentes forem para ser mantidos”.

O relatório sublinha que “investimentos coordenados que melhor internalizem externalidades positivas transfronteiriças e minimizem esforços nacionais duplicados gerarão poupanças orçamentais líquidas para os Estados-membros”.

Na área da transição energética, por exemplo, o FMI estima que “uma melhor coordenação e planeamento ao nível da UE pode reduzir os custos de investimento em 7%”.

O relatório do FMI representa um alerta para os decisores políticos europeus: sem ações decisivas e coordenadas, a Zona Euro arrisca-se a entrar num período prolongado de baixo crescimento. As recomendações do Fundo apontam para um caminho exigente que visa aprofundar o mercado único, garantir a sustentabilidade orçamental, manter a estabilidade monetária e financeira, e reforçar a coordenação europeia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Para cisões artificiais criadas por fins políticos e demagógicos não contem comigo”, diz bastonário dos advogados

O Bastonário da Ordem dos Advogados, João Massano, encerrou a 8ª edição da Advocatus Summit. Na sua intervenção referiu que o seu Conselho Geral enfrenta muitos desafios relativamente à advocacia.

“A primeira garantia que deixo aqui – e que também foi outro dos ataques de que fui alvo – é que comigo não há separação entre advocacias. Não há separação entre a prática societária e o apoio judiciário, nem entre a prática individual e a prática societária, ou qualquer outra distinção que queiram fazer”. O bastonário da Ordem dos Advogados, João Massano, encerrou a 8ª edição da Advocatus Summit. Na sua intervenção referiu que o seu Conselho Geral enfrenta muitos desafios relativamente à advocacia, e que é necessário tomar muitas decisões que impactarão a classe.

“Para cisões artificiais criadas por fins políticos e demagógicos não contem comigo. Não as farei. Sempre defendi, e continuarei a defender, que todos somos Advogados, independentemente da área de prática e das diferenças que, não nego, existem. Por isso, serei o Bastonário (como já disse várias vezes) de todos e não apenas de uma parte da classe, muito menos contra outra parte da mesma classe”, disse o bastonário.

Referindo- se à Inteligência Artificial, disse ainda que a mesma “levanta-nos diversos problemas. Ainda esta semana, no âmbito da procuradoria ilícita, interrogava-me sobre a possibilidade de haver procuradoria ilícita praticada, por exemplo, pelo ChatGPT – o que é, de facto, uma questão. Não vamos estar a ‘processar’ o ChatGPT, mas não deixa de ser curioso o risco que daí advém, ainda para mais sabendo nós da evolução vertiginosa que está a acontecer com estas plataformas. Muito especificamente, falo de uma ferramenta da Google que me foi apresentada esta semana e que me deixou francamente – por um lado – maravilhado com o tempo que me permite poupar, pois é capaz de redigir articulados com um grau muito satisfatório. Naturalmente exige programação, e aí está a grande vantagem desta plataforma. Uma das coisas que nos têm sido vendidas – a nós, Advogados – é que um bom escritório de Advocacia que queira sobreviver no futuro precisa de ter a Inteligência Artificial ao seu lado, a funcionar da forma mais correta e eficaz possível, e… um engenheiro informático”.

Veja aqui o vídeo na íntegra:

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

O bastonário da Ordem dos Advogados disse ainda que “a advocacia e o seu Bastonário estiveram, nos últimos cinco ou seis anos, numa posição quase de líder da oposição. E isso prejudicou-nos imenso. Basta ver o que está à nossa volta. A nossa classe foi claramente prejudicada por termos estado de costas voltadas para o Ministério da Justiça. Pelo menos, já há fotografias do Bastonário com a Ministra da Justiça — o que já é uma vantagem. Já andamos nas redes sociais. Mas espero que, para além do folclore das redes sociais, consigamos alcançar mudanças concretas na prática da profissão. É por isso que vou lutar”.

 

“A descredibilização da Justiça não serve à sociedade. Só serve a quem quer explorar brechas, desinformação e fake news para fazer passar uma mensagem e minar as instituições. Por mais que se goste ou não da Procuradora-Geral da República, do Bastonário da Ordem dos Advogados ou da Ministra da Justiça, precisamos de uma Justiça forte e credível. Só essa serve toda a gente”, disse ainda o advogado João Massano. “Só essa permite a convivência social de que tanto precisamos”.

E sugeriu que é necessário “partir a reforma da Justiça em pedaços mais pequenos, para que pelo menos alguma coisa se faça.
E não passemos o tempo apenas a falar em reformas”.

A Advocatus Summit realizou-se nos dias 29 e 30 de maio. Naquela que já é a sua 8ª edição, este ano o evento realizou-se no Auditório da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

Durante duas manhãs, reunimos alguns dos principais nomes da advocacia de negócios em Portugal para debater os grandes temas que moldam a prática jurídica: Fiscalidade, governance e compliance, investimento em Portugal, Cibersegurança e IA, Concorrência e direitos do consumidor, Agribusiness, smart cities e o papel do advogado em projetos cross-border.

O principal evento que liga a advocacia aos agentes empresariais e da economia é uma iniciativa ECO e ADVOCATUS que conta com o apoio de: Abreu Advogados, CMS Portugal, CS’Associados, Deloitte Legal, EY Law, Morais Leitão, Pérez-Llorca, PLMJ, PRA – Raposo, Sá Miranda & Associados, Proença de Carvalho, PwC Portugal, Sérvulo & Associados, SRS Legal, TELLES e Vieira de Almeida.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.