Avaliação bancária das casas sobe 13,7% em novembro

Valor mediano de avaliação bancária na habitação fixou-se em 1.740 euros por metro quadrado. Número de avaliações subiu 27,1% face ao mesmo mês do ano passado.

O valor mediano de avaliação bancária na habitação subiu 13,7% em novembro face a igual período do ano passado, fixando-se em 1.740 euros por metro quadrado (euros/m2), de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Esta evolução representa uma taxa de variação acima dos 12% registados em outubro, traduzindo-se em mais 19 euros do que nesse mês.

Os dados revelam também uma maior atividade na concessão de crédito, uma vez que foram realizadas 37.181 avaliações, mais 27,1% que no período homólogo. Em comparação com o período anterior, realizaram-se mais 2.276 avaliações bancárias, o que corresponde a um acréscimo de 6,5%.

Fonte: INE

Por tipologia, o valor mediano de avaliação bancária de apartamentos foi 1.944 euros/m2, 14,6% superior a novembro de 2023, tendo os valores mais elevados sido registados na Grande Lisboa (2.569 euros/m2) e no Algarve (2.289 euros/m2), enquanto o Alentejo apresentou o valor mais baixo (1.276 euros/m2). A Região Autónoma dos Açores apresentou o crescimento homólogo mais expressivo (27,1%), não se tendo verificado qualquer descida.

Comparativamente com o mês de outubro, o valor de avaliação subiu 1,3%, registando a Região Autónoma da Madeira a maior subida (3,8%), tendo-se verificado uma única descida, no Algarve (-0,1%).

No que toca às moradias, o valor mediano da avaliação bancária ascendeu a 1.320 euros/m2, o que representa uma subida de 10,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior. De acordo com o INE, os valores mais elevados observaram-se na Grande Lisboa (2.466 euros/m2) e no Algarve (2.423 euros/m2), registando o Centro e o Alentejo os valores mais baixos (1.015 euros/m2 e 1.019 euros/m2, respetivamente).

Já o Algarve apresentou o maior crescimento homólogo (17,3%), não se tendo registado qualquer descida.

De acordo com o Índice do valor mediano de avaliação bancária, a Grande Lisboa, o Algarve, a Região Autónoma da Madeira, a Península de Setúbal e o Alentejo Litoral e apresentaram valores de avaliação superiores à mediana do país em 47,1%, 32,9%, 17,2%, 12,9% e 3,4%, respetivamente.

Por outro lado, Beira Baixa, Beiras e Serra da Estrela e Alto Alentejo foram as regiões que apresentaram valores mais baixos em relação à mediana do país (-49,4%, -49,3% e -48,6%, respetivamente).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Receita com impostos ambientais cresceu à boleia do ISP em 2023

A receita com as licenças de emissão de gases com efeito de estufa foi, em 2023, a terceira mais elevada no total dos impostos com relevância ambiental.

A receita dos impostos ambientais ascendeu a 5,4 mil milhões de euros, aumentando 15,7% em 2023 relativamente ao ano anterior, indica o Instituto Nacional de Estatística.

O aumento justifica-se, sobretudo, pelo “crescimento da receita do imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP), em consequência do aumento do consumo de combustíveis e da reversão da política de mitigação do aumento dos preços dos combustíveis”, explica o INE.

O início do descongelamento gradual do valor da taxa de carbono, iniciado em maio de 2023, contribuiu também para potenciar o aumento da receita do ISP. O consumo de gasóleo, no ano passado, regressou aos valores pré-pandemia e o consumo de gasolina atingiu valores que não se registavam desde 2011.

O imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos manteve desta forma a importância relativa no total dos impostos com relevância ambiental, fixando-se em 60,2%. Ainda assim, o valor colhido com este imposto não excedeu a quantia angariada em 2021.

Esta informação é divulgada no âmbito da publicação do boletim Estatísticas do Ambiente – 2023, lançado esta sexta-feira pelo gabinete de estatística.

Já no caso do imposto sobre veículos, do imposto único de circulação e das licenças de emissão de gases com efeito de estufa, em 2023 foram obtidas receitas superiores em comparação com 2022 e 2021. A receita com as licenças de emissão de gases com efeito de estufa foi, em 2023, a terceira mais elevada no total dos impostos com relevância ambiental (673,2 milhões de euros).

Olhando ao conjunto de impostos sobre a aquisição e utilização de veículos automóveis, que engloba o imposto sobre produtos petrolíferos e energéticos, imposto sobre veículos e imposto único de circulação, estes pesam 84,5% da receita total dos impostos com relevância ambiental, valor inferior aos 86,2% registados em 2022.

Já a análise por tipo de contribuinte, que refere a dados de 2022, indica que 43% das receitas com estes impostos teve origem nas famílias e 55,1% nos diversos ramos de atividade económica. O aumento das receitas relativas às licenças de emissão de gases com efeito de estufa, que são pagas exclusivamente pelas empresas, tem levado a uma perda do peso por parte das famílias na receita de impostos ambientais. A maior parte dos impostos com relevância ambiental pagos pelo setor produtivo (excluindo as Famílias) estão concentrados na categoria impostos sobre a energia (74,9%).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Metro de Lisboa com horário reduzido no Natal

  • Lusa
  • 20 Dezembro 2024

Metropolitano de Lisboa encerrará o serviço de exploração às 22:00 de dia 24 de dezembro e recomeçará a exploração às 08:00 de dia 25 de dezembro.

O Metropolitano de Lisboa vai encerrar mais cedo na noite de 24 de dezembro e abrir mais tarde no dia de Natal, tendo em conta a diminuição da procura por aquele serviço de transporte nestes dias festivos, anunciou esta sexta-feira a empresa.

“Face à acentuada redução da procura habitualmente verificada na noite de Natal e no dia de Natal, o Metropolitano de Lisboa encerrará o serviço de exploração às 22:00 de dia 24 de dezembro e recomeçará a exploração às 08:00 de dia 25 de dezembro“, informa uma nota de imprensa divulgada esta sexta-feira.

O horário de funcionamento do Metropolitano nos dias normais é entre as 06:30 e as 01:00 nas quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião).

A mesma nota esclarece ainda que vão estar encerrados no dia 24 os serviços de atendimento ao cliente, como o posto de cobrança de coimas, o centro de atendimento e os espaços do cliente das estações do Campo Grande e do Marquês de Pombal, bem como os postos de cartões urgentes.

Os postos de venda vão estar também fechados, à exceção dos das estações do Colégio Militar/Luz, Marquês de Pombal II, Cais do Sodré e do Oriente.

“Os pedidos de cartão urgente realizados no dia 23 só poderão ser levantados no dia 26“, informa ainda o Metro.

O serviço online de adesão ao cartão navegante personalizado vai estar a funcionar, mas os cartões só poderão ser entregues no dia 26.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Afinal, o que se passa com o luxo?<span class='tag--premium'>premium</span>

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 20 Dezembro 2024

Há nuvens negras a pairar sobre a indústria do luxo. Será apenas um reajuste, depois do boom consumista chinês pós-Covid? Ou aproximam-se tempos complicados? Fomos ouvir o que os players têm a dizer.

Este artigo integra a 11.ª edição do ECO magazine. Pode comprar AQUI.Há nuvens negras a pairar sobre a indústria do luxo. Desde o início da pandemia, o mercado tem enfrentado flutuações nas vendas, alterações de comportamentos, preferências de consumo imprevisíveis, contextos de incerteza permanente. Durante a última década, o setor do luxo registou o que parecia ser uma tendência de crescimento ilimitada, com as marcas dos grandes grupos (como Kering, LVMH ou Richemont, Hermès ou Chanel) a subirem os preços e os consumidores a pagarem sem questionar. Pelo meio chegou a Covid-19 e, com ela, toda a economia mundial se ressentiu, espalhando ondas de choque pela indústria do luxo. Com os confinamentos, deu-se a queda acentuada no movimento nas lojas físicas e o valor do mercado encolheu

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tupperware encerra fábrica em Constância e deixa 200 pessoas no desemprego

Autarca de Constância anuncia encerramento na página oficial do município. Fecho acontecerá a 8 de janeiro, mas equipa de embalamento mantém-se até que o stock seja escoado, apurou o ECO.

A Tupperware vai encerrar a fábrica de Constância, onde trabalham cerca de 200 pessoas. A decisão terá sido comunicada na quinta-feira aos trabalhadores e a notícia foi avançada esta sexta-feira na página do Município no Facebook.

A Câmara Municipal de Constância tomou conhecimento que no dia de ontem [quinta-feira] foi comunicado aos trabalhadores da empresa que a mesma encerrará a 8 de janeiro de 2025“, anunciou esta sexta-feira o presidente da autarquia, Sérgio Oliveira.

O autarca escreve ainda: “Face a esta situação difícil para o nosso Concelho e para a nossa Região, deixamos uma palavra de solidariedade a todos os trabalhadores e respetivas famílias.”

Recorde-se que a empresa norte-americana Tupperware, que detém esta fábrica ribatejana desde 1980, apresentou em setembro um pedido de insolvência no seu país, numa situação em que acumulou 700 milhões de euros de dívida.

De acordo com os pedidos de falência apresentados ao tribunal de falências do Delaware, a Tupperware tem um passivo entre mil milhões e 10 mil milhões de dólares, enquanto os ativos valem entre 500 milhões e mil milhões de dólares. Porém, o grupo não divulga as contas desde 2022, ano em que reportou uma queda de 42% do volume de negócios face a 2017, para 1,3 mil milhões de dólares. Além disso, a empresa tem negociado com os credores sobre a forma de gerir as dívidas de mais de 700 milhões de dólares (cerca de 630 milhões de euros), que tem tido dificuldades em abater devido à subida das taxas de juro nos últimos anos.

Em setembro, quando se soube da situação vivida nos EUA e perante a ausência de esclarecimentos da empresa, tanto do outro lado do Atlântico como na fábrica de Montalvo, o presidente da Câmara de Constância solicitou o auxílio do ministro da Economia para chegar à fala com a administração na sede norte-americana. Conforme apurou o ECO/Local Online na altura, Pedro Reis deu indicação às estruturas do Estado para que dessem seguimento ao pedido de esclarecimento. “O Governo está a acompanhar o desenvolvimento da situação da empresa nos EUA e não deixará de o fazer relativamente à situação da empresa em Portugal“, afirmou então o ministério.

A preocupação principal manifestada pelo presidente da câmara era para com o impacto tão vasto na comunidade pequena deste município do Médio-Tejo. “O que nos preocupa são os postos de trabalho e as famílias inteiras que ali trabalham“, notou o autarca. “O concelho é pequeno, conheço famílias em que trabalham lá ambos os membros do casal, ou pai e filho, por exemplo. O sentimento das pessoas é de tristeza, há pessoas com 30, 40 anos ali, vivem na incerteza, não sabem se haverá continuação dos postos de trabalho”, explicava, em meados de setembro.

Num processo que já leva três meses de indefinição para os que estão ligados à Tupperware de Montalvo, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE-CSRA) lamentava, no final de outubro, a falta de informação. “O sindicato olha com grande preocupação para a questão dos trabalhadores da Tupperware e reconhecemos que os trabalhadores neste momento estão num impasse”, afirmou então, à Lusa, Ricardo Rodrigues, do SITE-CSRA, após se ter reunido com trabalhadores da empresa.

Segundo o dirigente sindical, “o encerramento da Tupperware, caso se concretizasse, significaria um drama para as centenas de trabalhadores” e “seria igualmente desastroso para o concelho de Constância, para a região e para o país”, tendo defendido que o problema “deve merecer a maior atenção e tomada de medidas por parte do Estado e, em particular, do Governo”.

A incerteza terminou agora, com a confirmação do encerramento feita aos trabalhadores. Segundo apurou o ECO/Local Online, apenas a equipa de embalamento ficará operacional, enquanto haja stock para escoar.

A unidade portuguesa segue assim o curso do encerramento gradual de operações que a companhia norte-americana tem vindo a realizar. Um dos exemplos é a África do Sul, onde termina a produção e venda a 31 de dezembro.

Em termos internacionais, segundo um acordo de credores validado pela justiça dos EUA, o nome Tupperware irá continuar agora com novo acionista e apenas em mercados chave, nomeadamente o país natal da marca, os vizinhos Canadá e México, o Brasil e os asiáticos China, Coreia do Sul, Índia e Malásia.

Sem esclarecer se o Governo teve conhecimento deste encerramento antes de ser comunicado aos trabalhadores e tornado público pelo autarca Sérgio Oliveira, o secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, afirma: “Estamos atentos e a seguir muito de perto a notícia do encerramento da fábrica da Tupperware. O Ministério da Economia está em contacto com a Câmara Municipal de Constância e em articulação com o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, no sentido de apoiar estes trabalhadores“.

Notícia atualizada às 18h com declarações do Governo

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Anacom já pode cobrar taxas de regulação de 2024. Operadoras fazem adiantamento até 15 de fevereiro

Governo publicou o decreto-lei que legaliza as taxas da Anacom, depois de terem sido declaradas inconstitucionais. Operadoras ganham mais mês e meio para fazer pagamento por conta das taxas deste ano.

O Governo já legalizou as taxas regulatórias cobradas pela Anacom aos operadores de comunicações eletrónicas, permitindo que o regulador efetue a cobrança das taxas relativas a 2024. O decreto-lei vai permitir que as empresas façam o pagamento por conta da taxa relativa a este ano até ao dia 15 de fevereiro de 2025, mais mês e meio do que o prazo normal. No mesmo diploma, o Executivo admite ainda vir a reavaliar “o modelo de financiamento da Anacom no seu conjunto”.

No passado dia 29 de outubro, o Tribunal Constitucional declarou inconstitucional a cobrança das taxas de regulação, por estarem regulamentadas numa portaria de 2008, alterada em 2013. O Governo e o regulador tiveram, então, de procurar uma solução para este imbróglio, sob pena de ficarem por cobrar as taxas de regulação relativas ao ano corrente. Essa solução foi aprovada em Conselho de Ministros menos de um mês depois, no dia 28 de novembro.

“O Tribunal Constitucional declarou a inconstitucionalidade da contribuição que os operadores de telecomunicações pagavam para a Anacom. Nós entendemos que quem deve pagar a regulação independente são os regulados e, portanto, aprovámos hoje [28 de novembro] um diploma que, de forma legal, cumprindo as limitações definidas pelo Tribunal Constitucional, cria esta contribuição que esperamos possa ser paga ainda relativamente ao ano de 2024″, disse, na altura, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro.

O diploma a que se referia o ministro foi esta sexta-feira publicado em Diário da República, com o ano já na reta final, assumindo a forma de um decreto-lei para resolver o problema identificado pelos juízes do Palácio Ratton. Na prática, o diploma incorpora a referida taxa na Lei das Comunicações Eletrónicas (LCE), que tinha sido alterada em 2022, na sequência da transposição do Código Europeu das Comunicações Eletrónicas (CECE).

No texto introdutório, o Executivo explica que, “após as recentes decisões jurisprudenciais do Tribunal Constitucional, no espírito de lealdade constitucional e boa-fé, considera-se adequado proceder a uma alteração legislativa que mantém, em parte, a solução acolhida no anexo” da portaria de 2008, que foi considerado inconstitucional. Deste modo, “a LCE – que agora prevê uma efetiva contribuição financeira – adapta-se assim à jurisprudência constitucional”, assegura o Governo.

Esta alteração não prejudica que se reavalie o modelo de financiamento da Anacom no seu conjunto, tendo em conta as diversas vertentes envolvidas na delimitação dos custos (gastos) administrativos de regulação e o seu impacto no Orçamento do Estado, garantindo a independência orçamental e a autonomia financeira daquela autoridade reguladora.

Decreto-Lei n.º 114/2024, de 20 de dezembro

A lei passa a prever agora a obrigatoriedade do pagamento de uma “contribuição financeira” à Anacom pelas “empresas que oferecem redes e serviços de comunicações eletrónicas abrangidas pelo regime de autorização geral”.

Esta contribuição é anual e depende de vários fatores. Desde logo, “é determinada em função dos custos administrativos decorrentes da gestão, controlo e aplicação do regime de autorização geral”, bem como “custos de cooperação internacional, de harmonização e normalização, análise de mercados, vigilância do cumprimento e outros tipos de controlo do mercado, bem como trabalho de regulação que envolva a preparação e execução de legislação derivada e decisões administrativas, como decisões em matéria de acesso e de interligação”. Por outras palavras, a contribuição paga a regulação do setor exercida pela Anacom, que é presidida há pouco mais de um ano pela economista Sandra Maximiano.

Para o cálculo da taxa a pagar por cada operador, são contabilizados os chamados “rendimentos relevantes diretamente conexos com a atividade de comunicações eletrónicas”, de acordo com uma tabela de escalões. Uma empresa que tenha rendimentos até 250 mil euros faz parte do escalão 1. O segundo escalão vai dos 250.001 a 1,5 milhões de euros. O terceiro e último escalão, onde entram Meo, Nos e Vodafone, pressupõe rendimentos acima dos 1.500.001 euros, sem limite máximo.

O pagamento da taxa anual de regulação é, depois, feito em dois momentos. A lei requer que as empresas façam um “pagamento por conta” até ao final de dezembro do próprio ano. Depois, quando apurados os rendimentos e o montante exato da taxa devida, as empresas pagam o restante até ao dia 30 de setembro do ano seguinte, ou recebem o reembolso se o pagamento por conta tiver sido superior.

As taxas deste ano, contudo, serão cobradas de forma diferente. “Dada a proximidade da entrada em vigor do presente decreto-lei ao final do ano de 2024, estabelece-se, em norma transitória, a admissibilidade de o pagamento por conta relativo a 2024 ser efetuado até 15 de fevereiro de 2025″. No ano que vem, as operadoras já terão de fazer o pagamento por conta à Anacom até ao final de dezembro, adverte o decreto-lei.

As taxas cobradas pela Anacom têm sido alvo de várias ações judiciais por parte das operadoras e são um tema polémico no setor. Com isto como pano de fundo, o Governo admite, na nota introdutória do decreto-lei, que esta alteração não prejudica que se desenhe um novo modelo no futuro.

“Esta alteração não prejudica que se reavalie o modelo de financiamento da Anacom no seu conjunto, tendo em conta as diversas vertentes envolvidas na delimitação dos custos (gastos) administrativos de regulação e o seu impacto no Orçamento do Estado, garantindo a independência orçamental e a autonomia financeira daquela autoridade reguladora”, refere.

Este mês, a presidente da Anacom, Sandra Maximiano, revelou aos jornalistas que apenas um operador requereu a devolução de taxas regulatórias já pagas. A situação do potencial reembolso de centenas de milhões de euros cobradas irregularmente está a ser analisado juridicamente, explicou a responsável.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dona da Mimosa torna permanente suplemento de 1 cêntimo por litro aos produtores de leite

Lactogal calcula que valor a incorporar no preço base custará cerca de oito milhões de euros por ano e “garante o pagamento de uma remuneração justa aos produtores pelo trabalho diário realizado”.

A Lactogal, que é o maior grupo lácteo ibérico e a maior empresa agroalimentar em Portugal, chegou a acordo com as suas acionistas para tornar permanente, a partir de 1 de janeiro de 2025, o suplemento de um cêntimo por litro de leite a todos os produtores, que foi atribuído nos meses de novembro e dezembro.

A dona de marcas como Mimosa, Agros, Matinal ou Gresso, que no ano passado recebeu e processou mais de 1.235,7 milhões de litros de leite, calcula que este aumento, a incorporar no preço base, corresponda a um valor anual superior a oito milhões de euros e “garante o pagamento de uma remuneração justa aos produtores pelo trabalho diário realizado”.

José Marques, que há poucas semanas sucedeu a José Capela e Casimiro de Almeida na presidência do conselho de administração do grupo nortenho fundado em 1996, deixando a administração da União de Cooperativas Lacticoop, fala em comunicado num “acordo sustentável economicamente porque contribui para a viabilidade das unidades produtivas leiteiras no nosso país”.

Trata-se de um acordo sustentável economicamente porque contribui para a viabilidade das unidades produtivas leiteiras no nosso país.

José Marques

Presidente da Lactogal

“E é sustentável ambientalmente, porque o pagamento deste valor estará associado ao cumprimento de critérios objetivamente definidos e diretamente ligados ao bem-estar animal, à redução das emissões de gases com efeito de estufa e à biodiversidade, entre outros”, acrescenta o gestor, que iniciou o percurso profissional como produtor de leite em 1980 e foi um dos fundadores do Clube de Produtores da Sonae.

A Lactogal, que fatura 1.131 milhões de euros e emprega 1.800 pessoas, sublinha na mesma nota que está a “trabalhar intensamente com as suas acionistas na criação de um programa Produtor Lactogal”. Será divulgado durante o próximo ano e “sustentado por uma abordagem baseada em dados, integrando trabalho de campo e análise de informações recolhidas nas unidades produtivas leiteiras”.

Este anúncio do grupo que lidera o setor em Portugal acontece poucos dias depois de a Federação Nacional das Cooperativas de Produtores de Leite (Fenelac) antever que o preço do leite ao consumidor possa subir em 2025, fruto do agravamento dos custos de produção. À Lusa, o presidente citou o aumento dos custos de produção, sobretudo associados à energia, apontando o produtor como o elo mais fraco da cadeia.

Nessa ocasião, Idalino Leão alertou ainda que, sem sustentabilidade económica, o abandono da atividade vai aumentar e poderá mesmo pôr em causa a soberania alimentar do país. E referindo-se diretamente aos supermercados, assinalou que “não gostaria que a distribuição fosse tentada a ceder a alguma oferta de leite mais barato” vindo do estrangeiro.

Segundo dados publicados esta semana pelo Eurostat, depois dos aumentos verificados nos últimos três anos, impulsionados sobretudo pela pandemia de Covid-19 e pela guerra na Ucrânia, em 2024, os preços do leite diminuíram em 16 dos 27 países da União Europeia, com as descidas mais acentuadas a acontecerem na Finlândia (-12%), em Portugal (-10%) e em Espanha (-8%).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Embaixada portuguesa na Ucrânia atingida após ataque russo. Rangel vai apresentar protesto formal

  • Joana Abrantes Gomes e Lusa
  • 20 Dezembro 2024

Ministro Paulo Rangel já chamou o encarregado de Negócios da Federação Russa ao Palácio das Necessidades para apresentar protesto formal ao Kremlin.

A embaixada portuguesa na Ucrânia foi atingida na madrugada desta sexta-feira pelos ataques das forças russas contra Kiev, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado.

De acordo com o gabinete do ministro Paulo Rangel, os ataques provocaram “danos materiais” em missões diplomáticas de vários países, incluindo na chancelaria de Portugal. “É absolutamente inaceitável que qualquer ataque possa visar ou ter impacto em zonas de instalações diplomáticas”, condena a tutela, no comunicado.

Na mesma nota, o gabinete do chefe da diplomacia portuguesa revela que o encarregado de Negócios da Federação Russa foi chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) na sequência dos ataques desta madrugada, “para que seja apresentado um protesto formal” junto do Kremlin.

Entretanto, em declarações à RTP3, o ministro Paulo Rangel adiantou outros países cujas embaixadas em Kiev foram atingidas na sequência dos ataques russos, tais como a Albânia, Argentina e Montenegro, que têm as missões diplomáticas no mesmo edifício que Portugal.

“Qualquer ataque da Federação Russa à Ucrânia merece a nossa mais forte condenação, mas é absolutamente inaceitável que possa haver ataques que tenham impacto ou visem instalações diplomáticas“, disse o governante, apontando que não houve danos pessoais, apenas danos materiais “ligeiros” como “janelas partidas”, e que, “para já”, a missão diplomática portuguesa em Kiev mantém-se aberta.

Portugal não tinha outra solução senão reagir com firmeza“, afirmou, por sua vez, o Presidente da República, em defesa da decisão do Governo de chamar o encarregado de Negócios da Rússia ao MNE. Marcelo, que falava às televisões ao final da manhã, sublinhou que os danos sofridos na embaixada portuguesa e noutras na sequência de um ataque russo constituem uma violação do direito internacional”.

Entretanto, na rede social X, a presidente da Comissão Europeia afirmou que o “desrespeito de Putin pela lei internacional atingiu um novo patamar”, na sequência do ataque de mísseis russos que danificou a embaixada de Portugal em Kiev. “Mais um ataque horrendo da Rússia contra Kiev. Desta vez contra um edifício que alberga a embaixada de Portugal e outros serviços diplomáticos“. “Solidariedade com Portugal”, escreveu, em português, Ursula von der Leyen.

Segundo avançou a Lusa esta manhã, pelo menos uma pessoa morreu no ataque russo realizado esta madrugada na capital ucraniana, assumido por Moscovo como uma resposta ao ataque de quarta-feira contra a região de Rostov, no sudoeste da Rússia.

O presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, declarou na rede social Telegram que as equipas de busca e salvamento localizaram um corpo após o ataque russo, antes de especificar que quatro dos cerca de dez feridos “foram hospitalizados”.

Klitschko indicou que há danos materiais em vários bairros devido ao impacto de “fragmentos” dos mísseis intercetados, antes de afirmar que “630 edifícios residenciais, 16 instituições médicas, 17 escolas e treze creches estão sem aquecimento” como resultado do ataque.

Já o Ministério da Defesa russo sublinhou no Telegram que o bombardeamento foi uma resposta a um ataque com seis mísseis ATACMS — de fabrico norte-americano — e quatro mísseis Storm Shadow — construídos pelos britânicos –, realizado na quarta-feira contra a região russa de Rostov.

(Notícia atualizada às 12h50 com declarações do ministro Paulo Rangel e do Presidente da República e a reação da presidente da Comissão Europeia)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

FC Porto lança campanha solidária de recolha de presentes. Criatividade é da Legendary Iberia

  • + M
  • 20 Dezembro 2024

Os atletas portistas Alan Varela, Samu, Inês Oliveira, Joana Resende, Toney Douglas e Diogo Rêma protagonizam a campanha, acompanhados por funcionários, sócios e adeptos.

O Futebol Clube do Porto lançou a iniciativa “Porto Presente”, uma campanha de recolha de presentes nos jogos em casa, para os entregar a crianças de diversas instituições. O conceito criativo é da Legendary Iberia.

Os atletas portistas Alan Varela, Samu, Inês Oliveira, Joana Resende, Toney Douglas e Diogo Rêma protagonizam a campanha, acompanhados por funcionários, sócios e adeptos, “as verdadeiras estrelas” que têm a possibilidade de “proporcionar um Natal azul e branco a quem mais precisa”, refere-se em nota de imprensa.

A cargo da Legendary Iberia, em parceria com a LesDiables, ficou a produção do vídeo, bem como a criação dos materiais digitais e da landing page Porto Presente.

Tendo como mote “As verdadeiras estrelas do Natal são os nossos adeptos”, a iniciativa já angariou até ao momento 10 mil presentes, os quais serão distribuídos por várias instituições de solidariedade social.

Para participarem na iniciativa, aos adeptos basta entregar um presente no próximo jogo em casa, dia 28 de dezembro, num dos postos de recolha devidamente identificados na Friendzone (Praça do Dragão) e no Hall do Museu FC Porto, ou nas nas zonas Corporate do Estádio do Dragão (portas 1 e 15).

A Abraço – Associação de Apoio a Pessoas com VHI/SIDA, a Acreditar- Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro, a Associação Protetora da Criança contra Crueldade e Abandono, a Casa Acolhimento Especializado — Coração d´Ouro, o Centro Comunitário S. Cirilo, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais — Centro Educativo de Santo António, o Centro Juvenil Campanhã – Seminário dos Meninos de Desamparados, a Associação Portuguesa para o Direito da Criança e da Família – CrescerSer, a Fundação Nuno Silveira e a Obra de Nossa Senhora das Candeias compõem o conjunto de instituições parceiras a quem serão entregues os presentes doados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fisco muda de posição e força EDP e Movhera a pagar IMI das barragens

  • ECO
  • 20 Dezembro 2024

Notas de liquidação já foram emitidas pelo Fisco, que deixou de defender a posição da EDP. Empresas que negociaram a venda de seis barragens em 2020 ainda podem impugnar decisão.

As câmaras de Miranda do Douro, Mogadouro, Torre de Moncorvo e Carrazeda de Ansiães, municípios onde estão instalados os centros de produção de energia elétrica adquiridos pelo consórcio da francesa Engie à EDP há quatro anos, estão perto de receber mais de três milhões de euros em Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). Segundo avança o Público (acesso condicionado), a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) foi forçada a mudar a interpretação de que as barragens, por estarem registadas como bens do domínio público, ficam isentas do pagamento de impostos.

Esta mudança de posição surgiu na sequência da “pressão das entidades locais e com a ajuda de peritos fiscais”, acabando por “quebrar uma injustiça com 15 anos”, realçou o vereador Vítor Bernardo, da Câmara Municipal de Miranda do Douro. Desde 2016 que a AT ignorava a prática anterior consolidada num parecer de 2006 do Conselho Consultivo do Ministério Público que concluíra que as barragens, ainda que reconhecidas de utilidade pública, quando são exploradas por concessionárias, não integram o domínio público.

Agora, o Fisco já emitiu as notas de liquidação, que a EDP e a Movhera ainda podem impugnar, mas terão de prestar no imediato uma garantia bancária correspondente ao valor do imposto a pagar, acrescida de 15%. As autarquias, por seu lado, vão continuar a luta judicial em torno da cobrança do Imposto Municipal sobre Transações Onerosas de Imóveis (IMT) e o Imposto de Selo relativa à venda das barragens de Miranda, Picote, Bemposta, Foz do Sabor, Feiticeiro e Foz Tua pela EDP à Movhera por 2,1 mil milhões de euros em 2020.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BCE avança com alterações na avaliação de bancos “sistemicamente importantes” na Zona Euro

  • ECO
  • 20 Dezembro 2024

BCE anuncia nova metodologia para avaliação de buffers de capital de instituições sistemicamente importantes na Zona euro para promover igualdade de condições para todos os bancos na União Bancária.

O Banco Central Europeu (BCE) revelou esta sexta-feira uma nova forma de avaliar os bancos mais importantes para a economia da Zona Euro. Esta nova abordagem, que avança já a partir de 1 de janeiro do próximo ano, pretende tornar as regras mais justas e consistentes para todos os bancos através de uma atualização significativa na sua abordagem à avaliação dos buffers de capital para as “outras instituições sistemicamente importantes” (O-SIIs) na União Bancária.

A entidade liderada por Christine Lagarde revela em comunicado que esta mudança “contribuirá para a estabilidade financeira dentro da União Bancária, em linha com o mandato do BCE sob o Artigo 1 do Regulamento do SSM, ao avaliar a importância sistémica de todas as O-SIIs para a união bancária como um todo.”

Uma das principais inovações desta abordagem é a inclusão de uma perspetiva da união bancária na avaliação da importância sistémica dos bancos. Até agora, o BCE considerava apenas uma perspetiva nacional. Com esta mudança, o BCE pretende reduzir a heterogeneidade injustificada nos níveis de buffer para os bancos mais sistemicamente importantes na União Bancária, tornando o sistema bancário mais resiliente a choques e aumentando a igualdade de condições.

“A redução da heterogeneidade injustificada nos níveis de buffer para os bancos mais sistemicamente importantes na União Bancária tornará o sistema bancário da união bancária mais resiliente a choques e aumentará a igualdade de condições”, refere o BCE em comunicado.

Outra novidade relevante é o reconhecimento do progresso feito na harmonização da regulação, supervisão e resolução bancária dentro da União Bancária. Isto reflete-se na forma como as exposições transfronteiriças dentro da União Bancária serão tratadas, sendo parcialmente equiparadas a exposições domésticas. O comunicado do BCE explica que “desde o início da metodologia O-SII do BCE em 2016 houve uma maior harmonização da regulação, supervisão e resolução (embora alguns elementos da união bancária ainda não estejam completos)”. “Esta harmonização mitiga o risco sistémico decorrente de exposições transfronteiriças dentro da união bancária”, diz.

A implementação desta nova metodologia será gradual. O BCE garante que será neutra em termos de capital em 2025 e 2026. Após esse período, o piso da União Bancária será aumentado em dois níveis, com a metodologia aprimorada totalmente implementada a partir de 1 de janeiro de 2028.

O BCE sublinha ainda que “o período de transição, juntamente com a sólida capitalização e rentabilidade dos bancos da União Bancária, deverá permitir que os bancos afetados cumpram os potenciais pisos mais altos de buffer O-SII a partir de 1 de janeiro de 2028 e descartem potenciais efeitos procíclicos.”

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

A Cartier da Avenida da Liberdade reabriu (ainda mais incrível)

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 20 Dezembro 2024

A Cartier de Lisboa acaba de reabrir e só nos ocorre dizer “Uau”. A cada passo somos surpreendidos por obras de arte recheadas de simbolismo, recantos confortáveis e uma luminosidade impressionante.

À chegada, quase conseguimos esquecer que estamos na esquina do número 240 da Avenida da Liberdade e que o estaleiro das obras do plano geral de drenagem de Lisboa fica mesmo em frente. Uma obra importante para o futuro da cidade e que não dá para contornar, bem sabemos, mas cuja visão desaparece de imediato assim que nos abrem a porta. Entramos e, na zona da joalharia, a renovação da boutique, concebida pelos arquitetos Bruno Moinard e Claire Bétaille, salta logo à vista: uma grande cúpula de vidro, obra do artista de vitrais Jorge Aragone, filtra a luz em tons suaves e dá as boas-vindas aos visitantes.


A cúpula é uma homenagem ao artesanato da Art Nouveau do final do século XIX, que mostra o meticuloso processo de esmaltagem plique-à-jour, no qual o fio de ouro soldado traça motivos complexos. O brilho da peça tem o dom de ampliar o espaço e de dar uma luz especial às peças de alta joalharia Cartier que encontramos nas vitrinas à volta, “Panthère” e “Grain de Café”.
Na parede, destaca-se um marcante painel em laca e marqueterie de palha, assinado pelos ateliers Lison de Caunes e Midavaine, onde encontramos a imagem de uma panthère (um dos símbolos mais icónicos da maison). Um trabalho de extrema delicadeza – a palha é um material frágil mas resistente, com uma beleza e um brilho naturais, que atravessou civilizações e que simboliza longevidade e savoir-faire. O motivo no fundo, como quase todos os aspetos desta renovada boutique, reflete as influências locais, inspirando-se nos azulejos tradicionais que encontramos no Museu Nacional do Azulejo e nas formas triangulares presentes na bandeira da Câmara Municipal de Lisboa. O simbolismo não acaba aqui: os tons de azul e amarelo evocam o Mosteiro dos Jerónimos.

Moinard e Bétaille idealizaram um espaço que juntasse de forma harmoniosa a sofisticação característica da Cartier ao rico património cultural de Portugal. Dos azulejos pintados à mão às esculturas em têxtil, cada pormenor conta uma história de perícia artesanal e dedicação, fazendo da boutique uma homenagem viva à sua localização. Refletindo a história marítima de Portugal, o design da boutique honra este legado e celebra a identidade cultural atual do país através de um jogo de tradição e modernidade.

Com tonalidades claras e suaves, o espaço intimista da zona de Bridal irradia um ambiente marinho sereno que realça as coleções de diamantes da maison. No centro, uma instalação criada pela artista Véronique de Soultrait apresenta cordas de vários tamanhos e cores, adornadas com pátinas madrepérola e douradas. Estas tranças, cada uma delas símbolo de paciência e mestria, evocam o movimento rítmico do mar e remetem para os cabos outrora utilizados pelos navegadores portugueses. Nenhum detalhe foi descurado: a alcatifa com padrão de ondas conecta a sala à costa portuguesa, integrando na perfeição as curvas graciosas dos anéis da Cartier. Os estofos de inspiração coral e um painel em madrepérola com motivos de conchas realçam ainda mais o tema aquático. Um candelabro com gotas transparentes desce como gotas de água, conferindo um toque final de elegância etérea ao espaço.

Visto o primeiro nível, é tempo de subir dois degraus que nos levam a um ambiente distinto do anterior: a Sala Jardim. Aqui, destaca-se, na parede lateral direita, uma incrível instalação têxtil criada pelo estúdio português de decoração de interiores Casa do Passadiço, inspirada nos bordados tradicionais das colchas de Castelo Branco, numa homenagem a este trabalho artesanal que perdura no tempo. A paleta quente de tons amarelos, verdes, azuis e encarnados com motivos inspirados na natureza dá eco às tradições dos bordados e recebe com conforto as coleções de joalharia mais icónicas da Cartier – “LOVE”, “Trinity” e “Juste un Clou”.
A viagem prossegue, e entramos agora no espaço dedicado à relojoaria. Inspirado na natureza, mergulhamos numa atmosfera vibrante, onde cores vivas e materiais requintados destacam as coleções “Santos”, “Panthère”, “Tank”, “Baignoire”. A obra da artista portuguesa Vanessa Barragão, que transforma a arte tradicional do croché numa obra-prima escultural, reforça este tema, refletindo a beleza e a fragilidade da natureza.

Quase a chegar ao fundo deste corredor, já vislumbramos a Sala Privada, no seu requinte discreto, onde os têxteis ricos e uma mistura sofisticada de azul, branco e amarelo proporcionam uma experiência intimista e exclusiva. O teto inspira-se na arquitetura grandiosa da Galeria da Basílica do Palácio de Mafra, criando uma atmosfera dramática, mas equilibrada. Mas o grande foco vai para a peça central, um painel de azulejos Viúva Lamego com a icónica panthère da maison pintada à mão por Cédric Peltier. Mais uma vez, a união entre a tradição e a contemporaneidade, fundindo dois séculos de história e transportando as peças desta fábrica de azulejos artesanais para a arte complexa de Cédric.

Ao lado, a área de assistência pós-venda, mais um recanto que reflete a energia da portugalidade dando as boas-vindas aos clientes com as cores arrojadas do papel de parede De Gournay, intrincadamente bordado com motivos florais. Aqui encontramos as coleções de “Arte de Viver” e fragrâncias da maison. Com inspiração no Mediterrâneo, o espaço oferece uma atmosfera serena influenciada pelo jardim da Quinta da Regaleira, em Sintra, criando um ambiente tranquilo.


A Cartier mantém-se, também com este projeto, fiel no seu compromisso de preservar o artesanato, colaborando com artesãos qualificados para criar instalações que honram o património do país. Cada peça, desde a marcheterie complexa até ao bordado artesanal, é um testemunho do legado intemporal de um savoir-faire excecional. Um orgulho para o Diretor Administrativo da Cartier Ibéria, Nicolas Helly: “desde a sua abertura em 2013, a boutique Cartier em Lisboa tem acompanhado o renascimento da Avenida da Liberdade para se tornar um destino obrigatório para os visitantes. Com esta renovação, o novo espaço Cartier presta homenagem ao rico património cultural português através da visão contemporânea de diferentes artistas locais e tornar-se-á um ponto de encontro para todos os lisboetas e visitantes da cidade”.

Boutique Cartier
Avenida da Liberdade, nº240 – Lisboa

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.