As propostas da AD e do PS para quem quer poupar e investir

A coligação AD e o PS disputam os votos das próximas eleições com medidas que procuram pesar na carteira de aforradores e de pequenos investidores. Conheça as propostas.

Certificados de Aforro oferecidos a recém-nascidos, contas-poupança sem impostos e maior proteção para os investidores são algumas das medidas previstas nos programas eleitorais dos dois maiores partidos políticos para convencerem os portugueses a entregar-lhes o seu voto nas eleições legislativas de 18 de maio.

Numa altura em que a taxa de poupança em Portugal continua abaixo da média europeia — apesar de ter fechado 2024 nos 12,2%, uma taxa que só encontra paralelo durante o período da pandemia — a Coligação Aliança Democrática (PSD/CDS) e o Partido Socialista (PS) apresentam soluções distintas para incentivar os portugueses a pouparem mais e melhor.

Propostas da AD para incentivar a poupança

O programa da Coligação AD apresenta várias medidas destinadas a estimular a poupança e diversificar as opções disponíveis para os pequenos investidores.

  • Contas-poupança isentas de impostos: Uma das medidas emblemáticas do programa da AD, e que já constava no seu programa de 2024 mas que ainda não foi implementada, é a criação de contas-poupança isentas de impostos. Esta proposta visa incentivar a poupança através de benefícios fiscais diretos, permitindo que os rendimentos obtidos nestas contas-poupança específicas não sejam tributados. Atualmente, os juros e outros rendimentos de capital estão sujeitos a uma taxa liberatória de 28%, o que reduz significativamente o retorno efetivo das aplicações financeiras. A eliminação desta tributação poderia tornar as contas-poupança muito mais atrativas para os aforradores portugueses.
  • Combate ao bundling de produtos bancários: A AD propõe a “promoção da concorrência no setor bancário com restrições ao bundling de produtos”. O bundling é a prática pela qual os bancos condicionam a oferta de determinados produtos ou condições (como taxas mais favoráveis) à aquisição de outros produtos ou serviços do mesmo banco. Esta medida poderia permitir aos aforradores aceder a produtos financeiros em condições mais favoráveis sem serem obrigados a subscrever outros serviços de que não necessitam, aumentando a transparência e reduzindo os custos efetivos para os consumidores.
  • Acesso simplificado a fundos e dívida pública: Outra proposta relevante da AD é a “promoção de acesso a fundos do mercado monetário e a dívida pública de forma simples, permitindo um acesso mais generalizado a instrumentos muito líquidos e concorrentes dos depósitos bancários“. Os fundos do mercado monetário são veículos de investimento que aplicam em instrumentos de curto prazo com elevada liquidez e risco relativamente baixo. Facilitar o acesso a estes fundos poderia proporcionar aos pequenos investidores alternativas aos depósitos bancários tradicionais, potencialmente com melhor remuneração. Da mesma forma, simplificar o acesso à dívida pública, para além das já existentes opções de Certificados de Aforro e do Tesouro, poderia diversificar ainda mais as opções disponíveis para os aforradores portugueses.

Apostas do PS para aforradores e pequenos investidores

O programa eleitoral do Partido Socialista assume várias medidas específicas para fortalecer a confiança e ampliar as oportunidades para os aforradores portugueses.

  • Mais produtos de aforro: Uma das principais propostas do PS passa por “ampliar a oferta de produtos de aforro do Estado (Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro), melhorando a qualidade da informação e reforçando a digitalização dos serviços e dos canais de distribuição”. Esta medida visa facilitar o acesso a estes produtos de poupança tradicionalmente considerados seguros e com remuneração atrativa, especialmente em períodos de juro mais elevados.
  • Programa “Pé-de-Meia”: Uma das propostas mais inovadoras do PS é a criação do Programa “Pé-de-Meia”, através do qual “o Estado atribui 500 euros em Certificados de Aforro a cada criança nascida, valor que pode ser reforçado e resgatado aos 18 anos de idade“. Esta medida visa não apenas incentivar a poupança desde o nascimento, mas também criar um mecanismo que permita aos jovens iniciar a vida adulta com um pequeno capital acumulado. O programa permitiria que familiares e amigos possam reforçar este valor ao longo dos anos, funcionando como um mecanismo de aforro de longo prazo para as crianças.
  • Maior proteção para os investidores: O PS pretende também reforçar a “segurança de diferentes instrumentos financeiros, criando um fundo de garantia de produtos de seguros e duplicando para 50 mil euros a cobertura do Sistema de Indemnização aos Investidores”. O Sistema de Indemnização aos Investidores (SII) cobre atualmente até 25 mil euros por investidor em caso de falência de uma instituição financeira. A duplicação deste valor reforçaria significativamente a proteção dos investidores portugueses, aproximando Portugal dos padrões mais elevados de proteção aos investidores existentes na União Europeia. Quanto ao proposto fundo de garantia de produtos de seguros, seria uma novidade no mercado português, criando um mecanismo adicional de proteção para os consumidores de produtos de seguros com componente de investimento.

As propostas apresentadas pelos dois maiores partidos portugueses revelam abordagens distintas, mas complementares, para incentivar a poupança e o investimento em Portugal.

Um ponto de convergência entre os programas dos dois partidos é a importância atribuída à educação e literacia financeira dos portugueses. Tanto PS como AD mencionam a necessidade de promover estas competências, embora nenhum dos programas avance com medidas específicas ou detalhadas nesta matéria.

A literacia financeira é amplamente reconhecida como fundamental para que os cidadãos possam tomar decisões informadas sobre a gestão das suas finanças pessoais, incluindo poupança e investimento. No entanto, a ausência de medidas concretas nesta área deixa em aberto como esta promoção será efetivamente concretizada.

As propostas apresentadas pelos dois maiores partidos portugueses revelam abordagens distintas, mas complementares, para incentivar a poupança e o investimento em Portugal. Enquanto o PS se foca mais na ampliação e melhoria da oferta de produtos de aforro do Estado e no reforço dos mecanismos de proteção aos investidores, a AD aposta mais em medidas de incentivo fiscal e no aumento da concorrência no setor financeiro.

Para os aforradores e pequenos investidores, estas propostas representam potenciais melhorias nas condições de poupança e investimento disponíveis no mercado português, independentemente de quem venha a formar o próximo Governo.

No entanto, a eficácia destas medidas dependerá não apenas da sua implementação efetiva, mas também da capacidade dos portugueses para compreenderem e aproveitarem as oportunidades que estas possam criar — daí a importância da literacia financeira que ambos os partidos reconhecem, ainda que sem apresentarem propostas concretas para a promover.

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“Via verde” da imigração chega ao terreno. CIP recebeu “imensos pedidos de esclarecimento”

Empregadores podem pedir a partir desta terça-feira agendamento para atribuição de vistos a trabalhadores recrutados lá fora, no âmbito da "via verde" assinada no início do mês.

As cinco confederações empresariais que assinaram o protocolo de cooperação para a migração laboral regulada — conhecido como “via verde” para a contratação de imigrantes — podem fazer, a partir desta terça-feira, os pedidos de agendamento para a atribuição mais célere de vistos aos trabalhadores recrutados lá fora.

Em declarações ao ECO, o diretor-geral da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) adianta que têm chegado “imensos pedidos de esclarecimento” sobre este mecanismo. Já fonte oficial da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) indica que, até ao momento, já registou quatro pedidos de visto através do protocolo.

“Via verde” para a imigração promete vistos em 20 dias.Unsplash

“A CIP subscreveu o protocolo de cooperação para a migração laboral regulada devido à premência da situação presentemente verificável ao nível dos recursos humanos“, começa por explicar Rafael Rocha, em resposta enviada ao ECO.

O responsável sublinha que o sucesso da implementação deste protocolo exige “particular cuidado, ponderação e razoabilidade na definição das regras concretos“, pelo que foi criado um grupo de trabalho entre os subscritores do protocolo que está a ultimar os aspetos operacionais.

Já questionado sobre quantos pedidos de agendamento está a CIP a preparar para apresentar a partir desta terça-feira, Rafael Rocha garante que chegaram aos serviços da confederação “imensos pedidos de esclarecimento”, não detalhando quantos avançarão.

O sucesso da implementação do protocolo, que todos firmemente desejamos, exige particular cuidado, ponderação e razoabilidade na definição das regras concretas.

Rafael Rocha

Diretor-geral da CIP

Também João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), salienta que, neste momento, as empresas ainda estão a colocar dúvidas.

“Nesta fase, ao abrigo do protocolo, os pedidos terão que passar pelas entidades empresariais que subscreveram o protocolo. Neste momento, estamos na fase de de informação e esclarecimento de dúvidas aos associados, e não ainda na fase de pedidos em concreto, o que é normal, face ao curto tempo que decorreu desde a assinatura do protocolo“, assinala o responsável.

Em contraste, fonte oficial da CAP adianta que, até ao momento, “registou quatro pedidos de visto através do protocolo”, mas indica que “está ainda a aguardar pela disponibilização de um formulário e de uma checklist por parte da Direção Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas“.

Esse formulário, quando for disponibilizado, será preenchido pelas empresas e enviado para a confederação, esclarece a CAP. “Estes processos não serão submetidos no dia 15 de abril, mas poderão sê-lo muito em breve“, observa fonte oficial.

O ECO também questionou as demais duas confederações que assinaram o protocolo em causa — do Turismo de Portugal (CTP) e da Construção e Imobiliário (CPCI) — sobre os pedidos que têm preparados para avançar a partir desta terça-feira. Da parte do turismo, a confederação explicou que não está ainda em condições de adiantar informação sobre o tema.

Estamos na fase de de informação e esclarecimento de dúvidas aos associados, e não ainda na fase de pedidos em concreto, o que é normal, face ao curto tempo que decorreu desde a assinatura do protocolo.

João Vieira Lopes

Presidente da CCP

Em ocasiões anteriores, as confederações já tinham deixado elogios à “via verde” em causa. Por exemplo, na assinatura do protocolo, o presidente da CAP, António Mendonça e Moura, salientou que está em causa um “virar da página relativamente ao que funcionou menos bem até agora“, alertando que o envolvimento de todas as partes “é indispensável” para o sucesso deste mecanismo.

Já da parte do Comércio e Serviços, Ana Vieira, secretária-geral da CCP, salientou que, ao abrigo deste protocolo, abre-se a possibilidade de apresentar pedidos em grupo, “o que facilita a vida às empresas”, lembrando que as empresas “normalmente vão buscar trabalhadores, mais do que um ou dois trabalhadores”.

Quanto ao Governo, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, tem destacou a “visão regulada e humanista” da política de imigração que tem sido levado a cabo, acusando o Executivo anterior de irresponsabilidade por “falta de controlo” das entradas de imigrantes.

Como vai funcionar?

“Via verde” para a imigração exige contrato de trabalho, formação e acesso a alojamento adequado.Unsplash

A criação desta “via verde” foi anunciada no verão do ano passado, quando o Governo apresentou um plano para pôr um ponto final à “entrada sem regras” de imigrantes no país (nomeadamente, acabando com as manifestações de interesse).

Através deste protocolo, as confederações empresariais e as maiores empresas (pelo menos, 150 trabalhadores e 20 milhões de volume de negócios) podem pedir o agendamento prioritário para a emissão de vistos, sendo que a decisão final sobre esses pedidos deverá ser emitida em 20 dias.

O processo terá cinco passos. Primeiro, a entidade empresarial terá de reunir toda a documentação necessária relativamente aos estrangeiros recrutados e enviar, por e-mail, para a Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas (DGACCP) o pedido individual ou grupal de agendamento para apresentação do pedido de visto.

Depois, a DGCACCP remeterá o processo para o posto consular correspondente, no prazo de dois dias. E o posto consular procederá, então, ao agendamento do atendimento dos requerentes de visto para efeitos de apresentação da respetiva documentação original. Além disso, analisará e procederá à instrução dos pedidos individuais de visto.

A Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA) e a Unidade de Coordenação de Fronteiras e Estrangeiros do Sistema de Segurança Interna (UCFE/SSI) terão, entretanto, de emitir pareceres para a concessão dos vistos em causa, sendo que o primeiro desses órgãos terá um prazo de três dias, enquanto o segundo disporá de até cinco dias. Com os pareceres emitidos, os postos consulares tomarão a decisão derradeira.

Este protocolo entrou em vigor a 1 de abril, mas, de acordo com o documento a que o ECO teve acesso, só a partir desta terça-feira, dia 15 de abril, é que as “entidades empresariais subscritoras originárias” — isto é, as referidas cinco confederações — podem fazer os pedidos (individuais ou grupais).

A apresentação de pedidos individuais ou grupais [pode] ocorrer pelas entidades empresariais subscritoras originárias, a partir de 15 de abril de 2025.

Protocolo de cooperação para a migração laboral regulada

Para os demais empregadores (por exemplo, as grandes empresas), os pedidos podem ser feitos “a partir do momento em que se encontre validada a sua adesão ao protocolo”.

Em troca da celeridade na atribuição dos vistos, os empregadores têm, porém, de cumprir uma série de condições: garantir um contrato de trabalho válido (não é obrigatório que seja permanente, admitindo-se contratos a prazo); Garantir oportunidades de formação profissional e de aprendizagem da língua portuguesa a realizar ou em território nacional ou no de origem; Garantir o acesso a alojamento adequado.

Sobre este último ponto, importa explicar que o envolvimento do empregador pode ter “diferentes modalidades”, segundo o protocolo a que o ECO teve acesso. Não estão definidas, porém, que modalidades são essas. Além disso, será preciso fazer um plano que confirme a existência ou eventual reforço do alojamento disponível na região em que o trabalho é prestado, “de modo que o recrutamento não agrave a pressão habitacional na região”.

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Setor dos ‘data centers’ inicia esforços para tentar captar uma Gigafábrica de IA para Portugal

Reunião entre setor dos 'data centers' e Ministério da Economia abordou dinamização de uma eventual candidatura portuguesa às Gigafábricas de IA da Comissão Europeia.

A PortugalDC está a iniciar esforços para tentar dinamizar uma candidatura portuguesa a uma das cinco Gigafábricas de IA da Comissão Europeia. Os trabalhos estão numa fase “muito embrionária”, mas a associação setorial dos data centers acredita que o país poderá ter condições para atrair este investimento.

A Comissão Europeia pretende que sejam criadas na Europa até cinco Gigafábricas de IA, grandes data centers pensados especificamente para o treino e desenvolvimento de modelos de inteligência artificial (IA). Para tal, está a desenhar apoios diretos e subsídios para aumentar o apetite de consórcios privados.

Na semana passada, responsáveis da PortugalDC reuniram-se no Ministério da Economia com o secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira. No encontro, que contou com representantes de outras entidades públicas, a dinamização de uma candidatura a uma Gigafábrica de IA foi um dos temas em cima da mesa, diz ao ECO o presidente da associação, Luís Pedro Duarte.

Segundo o responsável, terá sido o CEO do Banco Português de Fomento (BPF), Gonçalo Regalado, também presente no encontro, a lançar o repto para que Portugal não deixe passar esta oportunidade, apresentando uma candidatura. “Pediram explicitamente a nossa ajuda para dinamizar o processo”, diz o presidente da PortugalDC.

“A associação está a agendar uma reunião de board esta semana para podermos responder ao repto lançado pelo Banco de Fomento”, revela ainda Luís Pedro Duarte, que viu no Governo “bastante interesse” em desenvolver uma estratégia nacional para o setor dos data centers. Tal ajudaria o país a captar este tipo de oportunidades, defende o responsável.

Do lado da Comissão Europeia, o processo também está numa fase inicial. No dia 9 de abril foi lançada uma call para aferir o interesse dos privados em desenvolver estas infraestruturas, que irá decorrer até 20 de junho. O procedimento está sob a alçada do EuroHPC, o organismo europeu que coordena os esforços na área da supercomputação.

Apesar de não ser vinculativo, os consórcios interessados terão de preparar, já nesta fase, um autêntico plano de negócios detalhado que responda a múltiplas questões, incluindo uma proposta de localização e a respetiva justificação.

A proposta terá ainda de contemplar um sumário do projeto, requisitos de energia, mecanismos de governação, o orçamento previsto, necessidades ao nível dos recursos humanos e perspetivas futuras de mercado, bem como uma análise a potenciais clientes-alvo. As linhas orientadoras já foram disponibilizadas.

Na fase seguinte, a Comissão Europeia irá discutir com os interessados de forma mais detalhada, enquanto fecha o mecanismo de financiamento público e clarifica todas as considerações necessárias ao nível das regras das ajudas de Estado, assegurando os recursos financeiros necessários “para apoiar uma ou mais Gigafábricas de IA”. Está previsto o lançamento da call oficial no quarto trimestre deste ano, altura em que deverão ser conhecidos mais detalhes.

Para que seja apresentada uma candidatura portuguesa terão de existir empresas interessadas em investir — e com bolsos fundos. No Plano de Ação Continente IA, a própria Comissão Europeia considera que criar cinco Gigafábricas é um objetivo ambicioso, com o qual pretende mobilizar 20 mil milhões de euros, o que daria uns quatro mil milhões por cada infraestrutura. A Comissão diz mesmo que uma única Gigafábrica representa, por si só, um investimento avultado na sua construção e operação.

O mercado nacional tem sido apontado como um bom destino alternativo para data centers e atraído o interesse de vários investidores privados. A PortugalDC, criada em 2023, conta atualmente, ela própria, com 100 membros, incluindo 11 operadores de data center, dos quais oito com número de identificação fiscal português.

Mas o país pode estar em desvantagem face a outros Estados-membros, admite o líder da PortugalDC, devido ao facto de os EUA, no início do ano, não terem considerado Portugal um “aliado e parceiro chave” para exportações de componentes tecnológicos sensíveis, tais como os processadores da Nvidia. Desse modo, Portugal arrisca ficar sujeito a restrições na quantidade de chips que pode adquirir, ao contrário de outros mercados, como Espanha e França. “É claramente uma desvantagem, isso foi um dos temas que trouxemos para a reunião”, acrescenta Luís Pedro Duarte.

O ECO colocou várias questões à Comissão Europeia sobre este plano, e também ao Banco de Fomento na segunda-feira ao fim da tarde, encontrando-se a aguardar resposta.

(Notícia alterada às 12h20 com número atualizado de membros da associação)

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Portugal ataca economia da defesa com drones, aviões e veículos anti-motim

Portugal vai investir 5 mil milhões de euros na defesa e várias empresas nacionais estão a investir neste segmento. Não restam dúvidas que é "uma oportunidade" que o país não pode desperdiçar.

Num mundo conturbado, a defesa assume um papel principal e várias empresas portuguesas estão a olhar para o setor como uma “oportunidade” de negócio, sejam drones, aviões militares, veículos anti-motim, placas de proteção balística e até intercomunicadores de última geração. A Tekever, EID, Beyond Composite, Jacinto e a idD Portugal Defence não têm dúvidas que todos podem sair a ganhar numa altura que Portugal vai investir cinco mil milhões de euros na defesa até 2029.

“O setor da defesa apresenta oportunidades significativas para Portugal e para as empresas portuguesas“, assegura ao ECO, Ricardo Mendes, CEO da Tekever, referência europeia no segmento dos drones de reconhecimento. A Tekever é um exemplo de uma empresa portuguesa que desenvolveu sistemas e tecnologias avançadas de defesa, atualmente utilizados por organizações, governos e agências de segurança em todo o mundo.

O líder da empresa das Caldas da Rainha que ficou conhecida pelo seus drones serem utilizados pela força britânica na Ucrânia, assegura que “reforçar as capacidades de defesa da Europa não passa apenas por aumentar o investimento — é essencial investir com inteligência e transformar o ecossistema industrial”.

Reforçar as capacidades de defesa da Europa não passa apenas por aumentar o investimento — é essencial investir com inteligência e transformar o ecossistema industrial.

Ricardo Mendes

CEO da Tekever

Ricardo Mendes conta que, em 2019, abraçaram os primeiros grandes projetos de vigilância à escala europeia ao começarem a operar para a Agência Europeia da Segurança Marítima (EMSA), e para o governo britânico na vigilância do Canal da Mancha. “São os dois maiores projetos de drones da Europa”, assegura.

Atualmente os drones da Tekever, que podem voar até 20 horas consecutivas, monitorizam oleodutos em África “prevenindo danos causados por terrorismo, roubo e refinarias ilegais — protegendo infraestruturas energéticas críticas”.

Ricardo Mendes, CEO da Tekever

Munida com um novo financiamento de 70 milhões de euros angariados em novembro do ano passado, a Tekever emprega mais de 800 pessoas espalhadas entre os escritórios em Portugal, Reino Unido (onde inclusive já fabrica), França e EUA.

Dos aviões aos veículos anti-motim

Portugal apresentou o primeiro avião civil-militar numa feira no Brasil, a primeira aeronave projetada e fabricada em Portugal, que deverá realizar o primeiro voo em 2028. Batizada de LUS-222 é um bimotor de asa alta com porta de carga traseira projetado pelo Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEiiA), a Força Aérea Portuguesa e a empresa Geosat.

O avião terá a capacidade de transportar 19 passageiros ou até duas toneladas de carga, podendo atuar em missões militares, missões de busca e salvamento e também na aviação comercial regional. A aeronave terá um alcance de até 2.100 quilómetros e poderá atingir velocidade de até 370 quilómetros por hora.

LUS-222CEIIA

Localizada na Charneca da Caparica, a EID voou também até ao Brasil para apresentar na LAAD 2025, a maior feira de Defesa e Segurança da América Latina, um sistema de intercomunicadores de última geração desenvolvido a 100% in-house.

A empresa vende sistemas integrados de comunicação para o setor da defesa em países europeus e da NATO, bem como nações da América Latina, Médio Oriente, Sudeste Asiático e Austrália.

“O reforço da capacidade militar na Europa, impulsionado pelo atual contexto internacional, traduz-se numa oportunidade significativa para a empresa expandir a sua presença e estabelecer novas parcerias estratégicas”, diz ao ECO Gregory Flippes, diretor comercial da EID.

O reforço da capacidade militar na Europa, impulsionado pelo atual contexto internacional, traduz-se numa oportunidade significativa para a empresa expandir a sua presença e estabelecer novas parcerias estratégicas.

Gregory Flippes

Diretor comercial da EID

Com sede em Canelas, Vila Nova de Gaia, a Beyond Composite desenvolve produtos para o setor da defesa, nomeadamente placas de proteção balística para serem inseridos em coletes balísticos, capacetes e escudos com proteção balística para os soldados.

A empresa, que foi fundada por investigadores da Universidade do Minho e recentemente adquirida pela Sonae Capital Industrials, continua empenhada no negócio da defesa. Fernando Cunha, CEO da Beyond Composite, conta ao ECO que estão a “desenvolver e implementar uma estratégia de investigação e desenvolvimento a curto, médio e longo prazo que passará por desenvolver produtos mais leves, com melhor performance e com novas funcionalidades, tais como monitorização do impacto balístico e proteção eletromagnética”.

O líder da empresa considera que as oportunidades estão “sobretudo na Europa, mas também na América Latina”, e que surgem “através de concursos Internacionais para aquisição destes equipamento de proteção pessoal, mas também através do desenvolvimento de parcerias locais e estratégicas”.

Fundada há 71 anos pelo bombeiro voluntário Jacinto Marques de Oliveira, a Jacinto começou a produzir, na década de 80, em parceria com a Salvador Caetano, veículos de combate a incêndio, até que no final de 2016 começaram a olhar para a defesa com outros olhos. Iniciaram o percurso na defesa com a produção de um veículo anti-motim para a GNR, um contentor para o exército português e no final do ano passado cinco veículos anti-motim para a República Dominicana.

Veículo anti-motim da JacintoJacinto

A empresa de Esmoriz, que emprega 170 pessoas e fatura 50 milhões de euros, quer estar na linha da frente da defesa e lançou oficialmente esta semana uma linha de produtos direcionados à defesa e segurança nas áreas militares e polícia.

Esperamos que esta aposta possa alavancar a entrada de uma empresa portuguesa na produção de veículos de defesa militar que muito elevaria esta indústria em Portugal”, diz ao ECO o diretor-geral, Jacinto Reis, que pertence à quarta geração da família.

A Jacinto está neste momento a disputar um concurso de 200 milhões para produzir 800 veículos para o exército argentino.

Portugal vai investir cinco mil milhões na defesa

Na abertura do Land Defence Industry Day, que decorreu esta semana no Quartel da Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia, o primeiro-ministro insistiu no investimento em defesa, classificando-a como uma “prioridade”, numa altura que Portugal é o quinto país da UE que menos gasta do PIB para defesa. Consciente desta lacuna, Luís Montenegro, anunciou na quinta-feira que o Governo vai “antecipar a meta de 2% do PIB de investimento em Defesa que estava previsto até 2029″, através de um “amplo consenso político”, e “sem por em causa o Estado social e estabilidade das contas públicas”.

Sem se comprometer com prazos, o chefe do Executivo afirmou apenas que o objetivo é contribuir “para o dinamismo da indústria nacional, potenciando a capacidade exportadora”, “investir em “drones de última geração” e nos setores aeronáutico e marítimo.

Ricardo Pinheiro Alves, presidente da idD Portugal Defence, antecipa que “considerando os 2%, Portugal vai investir na defesa cinco mil milhões de euros, entre 2025 e 2029, em equipamentos e outros investimentos”, diz o líder idD Portugal Defence. “É uma oportunidade ótima para as empresas portuguesas e mesmas as próprias organizações, como a NATO ou a UE, vão investir mais”, afiança Ricardo Pinheiro Alves.

Do calçado à mecânica de precisão todos podem sair a ganhar

Luís Montenegro considera que a “indústria portuguesa pode reconfigurar-se para produzir equipamentos de defesa”, destacando que “Portugal tem excelentes condições para albergar investimentos na área da defesa”. O presidente da idD Portugal Defence corrobora a ideia do primeiro-ministro em gestão e destaca que “Portugal está bem posicionado para aproveitar as oportunidades na defesa” e que “há todas as razões para as perspetivas serem otimistas”.

 

O porta-voz da idD Portugal Defence não tem dúvidas que a defesa poderá ser uma oportunidade para setores como o “agroalimentar, que pode fornecer rações de combate, ou o têxtil e calçado, sem esquecer a mecânica de precisão, que podem fornecer peças únicas de engenharia”. “São áreas em que Portugal é muito forte, como os materiais compósitos, coletes de proteção, IA nos drones aéreos ou navais, entre outros”, salienta Pinheiro Alves, que nota que “há mais empresas com interesse no setor e a recolher informação”.

A defesa poderá ser uma oportunidade para setores como o agroalimentar, que pode fornecer rações de combate, ou o têxtil e calçado, sem esquecer a mecânica de precisão, que podem fornecer peças únicas de engenharia.

Ricardo Pinheiro Alves

Presidente da idD Portugal Defence

“Temos vindo a visitar empresas que não trabalham com a defesa, como as empresas que fornecem o setor automóvel e têm capacidade para fornecer o exército com blindadosTudo que é a parte mecânica os portugueses conseguem fazer”, conclui o líder da entidade promotora de políticas públicas para a Economia da Defesa.

“A indústria da defesa passou a ser uma prioridade“, conclui o presidente da idD Portugal Defence,

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Rui Rocha critica “irresponsabilidade” da gestão de Montenegro. Líder do PSD fala em “montenegrização” do pensamento político

Em debate com Luís Montenegro, o líder da Iniciativa Liberal acusou o primeiro-ministro de irresponsabilidade, mas não fechou a porta a possíveis entendimentos nas eleições legislativas de 18 de maio.

Rui Rocha disse que Luís Montenegro “geriu com irresponsabilidade” a crise política que ditou a queda do seu governo. A ideia foi defendida num frente a frente entre os dois líderes partidários, transmitido na RTP1 no âmbito das eleições legislativas de 18 de maio, onde o presidente da Iniciativa Liberal (IL) assegurou que o seu partido está comprometido e com sentido de responsabilidade com o objetivo de assegurar estabilidade, mudança e reformas e na recuperação da dignidade das instituições.

Se estamos aqui é porque Luís Montenegro geriu com irresponsabilidade”, deixando que “a situação se avolumasse e quando não deu explicações atempadas”, apontou Rui Rocha. Sobre possíveis coligações ou entendimentos após 18 de maio, Rui Rocha diz que depende de Luís Montenegro mostrar “capacidade de estar à altura” do “compromisso absoluto com a responsabilidade e estabilidade do país” da Iniciativa Liberal.

Depois de observar que tem assistido a uma “grande aproximação” de todos os partidos às propostas e à moderação da AD – a que apelidou de “montenegrização” –, Luís Montenegro apontou que a AD tem “boa convivência em várias matérias” com a IL mas também divergências.

Segundo o primeiro-ministro, a AD não é socialista nem liberal. “Não somos socialistas porque não queremos ter um país demasiado estatizado” mas, no entanto, “somos defensores de que o Estado tem de cumprir as suas funções soberanas e garantir os serviços essenciais aos que têm maior vulnerabilidade”, em contraste com a IL que “pensa que o mercado resolve tudo”, disse Luís Montenegro.

A saúde, por exemplo, é um campo que separa as duas forças políticas, segundo Luís Montenegro. “Nós não abdicamos que o nosso sistema de saúde tenha no seu epicentro o serviço nacional de saúde”, disse.

Quanto à eventual manutenção da ministra da saúde no cargo, o primeiro-ministro diz que Ana Paula Martins é um “quadro qualificadíssimo” e que continuará na equipa “logo se vê em que funções”.

“Em princípio será eleita deputada e, a partir daí, quando tivermos de formar Governo, tomaremos as nossas opções”, acrescentou.

Rui Rocha apontou também uma “diferença de velocidades” entre os dois partidos, observando que o slogan da AD é “Portugal não pode parar”, mas que a IL quer é “acelerar Portugal”.

“A preocupação da IL é dar resposta por via da racionalização do Estado e do crescimento económico ao conjunto de pessoas e aos jovens do país que não podem continuar à espera anos a fio de uma velocidade baixa que a AD também apresentou”, afirmou.

Montenegro disse ainda confiar na economia portuguesa, defendendo que Portugal “é hoje um país atrativo para o investimento”, que tem “fatores de competitividade que fazem gerar oportunidades mesmo num plano conturbado a nível externo”.

Mas se a AD confia nos portugueses, “a Iniciativa Liberal confia ainda mais”, respondeu Rui Rocha, acrescentando que numa legislatura a quatro anos é possível “fazer os ajustamentos necessários para acomodar alguma perturbação que venha [do exterior]”.

O líder da IL disse também não criticar que tenham sido feitos ajustamentos na função pública, mas sim a forma como isso foi realizado. “Foi feito sem nenhum critério reformista. Parecia que um determinado grupo fazia barulho e o Governo passava o cheque. A seguir vinha outro e o Governo passava o cheque. E isto não teve subjacente uma reforma da administração pública, a tal racionalização que nós desejamos, e também não teve presente o critério de mérito. E portanto parece às vezes atirar dinheiro para os problemas sem resolver as coisas na base”, afirmou.

Este ciclo de debates televisivos, que vão colocar frente a frente os candidatos às eleições legislativas de 18 de maio, prolonga-se até 28 de abril, dia em que se enfrentam os líderes dos dois principais partidos – Luís Montenegro (AD) e Pedro Nuno Santos (PS) – numa transmissão que será feita em simultâneo na TVI, RTP e SIC a partir das 21h00.

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Ventura exige explicações a Montenegro e acusa Governo de fraude com o IRS

  • Lusa
  • 14 Abril 2025

O líder do Chega critica níveis "historicamente elevados" de carga fiscal. "Havia um governo que ia tirar diretamente e há um que finge que não tira, mas vai tirar. E vai tirar ainda mais", diz.

O líder do Chega, André Ventura, exigiu esta segunda-feira explicações ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, sobre as alterações nas tabelas de retenção do IRS e acusou o Governo de promover “uma fraude” para “enganar as pessoas”.

“Gostava de exigir ao governo uma explicação sobre isso. Não podemos estar a enganar as pessoas. O que aconteceu em matéria de IRS foi uma fraude. Foi uma fraude”, afirmou André Ventura aos jornalistas durante uma arruada no centro de Ponta Delgada, nos Açores.

O presidente do Chega disse não ter encontrado “ninguém que diga que está melhor do que há um ano atrás” e criticou a “carga fiscal histórica” existente quer com o atual governo, quer com o anterior, liderado por António Costa (PS).

“Percebe-se agora porque é que os níveis de carga fiscal continuam historicamente elevados, porque havia um governo que ia tirar diretamente e há um que finge que não tira, mas vai tirar. E vai tirar ainda mais”, sustentou.

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Governo concede tolerância de ponto na tarde de Quinta-feira Santa

  • Lusa
  • 14 Abril 2025

No documento assinado por Luís Montenegro justifica-se a tolerância de ponto com a prática habitual de deslocação de muitas famílias para fora dos seus locais de residência no período da Páscoa.

O Governo vai conceder tolerância de ponto aos trabalhadores do Estado na tarde de Quinta-feira Santa, dia 17, segundo um despacho assinado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, a que a Lusa teve acesso esta segunda-feira.

“É concedida tolerância de ponto aos trabalhadores que exercem funções públicas nos serviços da administração direta do Estado, sejam eles centrais ou desconcentrados, e nos institutos públicos no período da tarde de Quinta-feira Santa, dia 17 de abril de 2025”, lê-se no despacho a que a Lusa teve acesso.

No documento assinado por Luís Montenegro justifica-se a tolerância de ponto com a prática habitual de deslocação de muitas famílias para fora dos seus locais de residência no período da Páscoa. Da tolerância de ponto ficam, contudo, excluídos “os serviços e organismos que, por razões de interesse público, devam manter-se em funcionamento naquele período, em termos a definir pelo membro do Governo competente”.

Para os trabalhadores que não usufruam da tolerância na quinta-feira, os dirigentes máximos dos serviços e organismos a que pertencem “devem promover a equivalente dispensa do dever de assiduidade” em dia a fixar oportunamente, “sem prejuízo da continuidade e da qualidade do serviço a prestar”.

Os trabalhadores do Estado passam assim a gozar, além do feriado de Sexta-feira Santa, a tarde de quinta-feira.

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Impresa repete liderança do ranking de podcasts em fevereiro. Renascença lidera enquanto marca

  • + M
  • 14 Abril 2025

A Renascença encabeça o ranking de marcas, seguida pelo Observador e pela Rádio Comercial. O Extremamente Desagradável é o podcast com melhores resultados e, enquanto grupo, lidera a Impresa.

Com 3,3 milhões mensais, a Renascença é marca com o maior número de downloads dos seus podcasts em março. Seguem-se, no top 3, o Observador (2,5 milhões) e a Rádio Comercial (2,1 milhões). Os números, que revelam um crescimento nestas três marcas, mostram também uma alteração nas duas posições seguintes, com a SIC Notícias (2 milhões) a ultrapassar o Expresso (1,8 milhões).

Os dados são da terceira edição do Pod_Scope, ranking mensal promovido pela Bauer Media, pela Impresa, pelo Observador e pelo grupo Renascença Multimédia e elaborado pela Marktest.

Analisando por grupos, a Impresa lidera o ranking, com 5 milhões de downloads mensais e 688 mil listeners (dispositivos/apps conectados à internet, que efetuaram downloads de podcasts, durante o período), registando também a maior variação ao mês de fevereiro, no qual registou 3,8 milhões de downloads e 529 listeners.

O Grupo Renascença Multimédia ocupa a segunda posição, com 3,7 milhões de downloads mensais e 365 mil listeners, o Observador situou-se nos 2,5 milhões de downloads e 288 mil listeners e a Bauer Media nos 2,3 milhões e 185 mil listeners.

Por podcasts, o Extremamente Desagradável (Renascença), O Homem que Mordeu o Cão (Rádio Comercial), Contas-Poupança (SIC Notícias), Bem-vindo a mais um episódio de… (Rádio Comercial) e Blitz Posto Emissor (Expresso) são os formatos com o maior número de downloads em março.

O Pod_Scope Rank, recorde-se, apresenta o Top 200 dos resultados auditados dos acessos a podcasts, por ouvintes localizados em Portugal, destes quatro editores.

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PRR

PRR. IAPMEI inicia reprogramação das Agendas Mobilizadoras

  • Lusa
  • 14 Abril 2025

IAPMEI vai realizar, esta terça-feira, um webinar com os consórcios das 52 Agendas Mobilizadoras, no qual será abordada a necessidade de ajustes no planeamento de projetos.

O IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação inicia, esta terça-feira, a reprogramação das Agendas Mobilizadoras, ajustando os projetos às novas possibilidades do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). A reprogramação do PRR foi aprovada por Bruxelas na sexta-feira.

“O IAPMEI dá início a um processo de reprogramação das Agendas Mobilizadoras, aumentando a ambição e ajustando estes projetos às novas circunstâncias e possibilidades no quadro da reprogramação do PRR”, indicou, em comunicado. No âmbito da reprogramação do PRR, foi solicitada a extensão do prazo para cumprimento da meta final até 30 de junho de 2026 para garantir a implementação eficiente dos investimentos.

Face à aprovação do prazo, é importante reprogramar os projetos, procedendo a ajustamentos das condições contratualizadas, de forma a concretizar “a meta final na data limite de implementação dos projetos e certificar a sua execução, assegurando o desembolso de fundos do PRR para Portugal”.

Neste sentido, esta terça-feira, será realizado um webinar com os consórcios das 52 Agendas Mobilizadoras, no qual será abordada a necessidade de ajustes no planeamento de projetos, clarificadas as principais alterações e impactos esperados e revistas as metas e eventuais ajustes financeiros.

As Agendas Mobilizadores destinam-se a acelerar a inovação e fomentar a colaboração entre empresas, instituições de ensino superior e centros de investigação. O IAPMEI destacou, no mesmo documento, que a componente do PRR CO5 – Capitalização e Inovação Empresarial representa 7.700 milhões de euros de investimento, distribuídos pelas 52 agendas.

Estes projetos envolvem, atualmente, 1.757 milhões de euros e têm 2.874 milhões de euros de apoios públicos. “Esta componente representa 13% da dotação global do PRR e 63% da dotação das componentes do PRR sob a responsabilidade do IAPMEI, traduzindo a relevância da execução do PRR no domínio empresarial”, sublinhou.

O PRR, que tem um período de execução até 2026, pretende implementar um conjunto de reformas e investimentos tendo em vista a recuperação do crescimento económico. Além de ter o objetivo de reparar os danos provocados pela covid-19, este plano tem o propósito de apoiar investimentos e gerar emprego.

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Funchal com escalas de cruzeiros recorde no primeiro trimestre

  • Lusa
  • 14 Abril 2025

I número de passageiros movimentados subiu 19,64% e o de escalas de navios de cruzeiros 36,36%, face aos primeiros três meses de 2024.

O Porto do Funchal, na Madeira, registou este ano o melhor primeiro trimestre de sempre, com um movimento de 266.964 passageiros, num total de 105 escalas, foi anunciado esta segunda-feira.

Em comunicado, a Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira (APRAM) indica que o número de passageiros movimentados subiu 19,64% e o de escalas de navios de cruzeiros 36,36%, face aos primeiros três meses de 2024. “Foi o melhor primeiro trimestre de sempre”, destaca a APRAM, acrescentando que passaram ainda pelo Porto do Funchal 92.903 tripulantes, mais 26,32% do que os contabilizados no primeiro trimestre do ano passado (73.541).

Este movimento de passageiros e cruzeiros terá gerado “mais de 22 milhões de euros de impacto direto na economia regional”, tendo por base um estudo realizado pela Associação Comercial e Industrial do Funchal, que estima um gasto médio de 61,40 euros por passageiro/tripulante.

“São dados muito importantes para a região e que resultam do trabalho que tem sido desenvolvido pelos Portos da Madeira em conjunto com os nossos parceiros: companhias, agentes de navegação e operadores turísticos”, realça a presidente da APRAM, Paula Cabaço, citada na nota de imprensa.

A responsável acrescenta que este “crescimento sustentável” revela o interesse da indústria dos cruzeiros na Madeira e “mostra que a região é um ativo importante para um setor competitivo e global”.

Salientando que 2024 foi o “melhor ano de sempre para o turismo de cruzeiros na Madeira”, a APRAM considera que o primeiro trimestre deste ano “deixa boas indicações para os resultados de 2025”.

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Português com autorização de residência permanente nos EUA detido por agentes de imigração

  • Lusa
  • 14 Abril 2025

Rui Murras, que vivia nos EUA desde os dois anos, foi detido ao regressar aos EUA após uma viagem ao exterior, estando atualmente sob custódia do Serviço de Imigração e Alfândega.

Um português com autorização de residência permanente nos Estados Unidos, e a viver em solo norte-americano desde os dois anos, foi detido pelas autoridades de imigração ao regressar de uma viagem ao exterior, denunciou a família do jovem.

Numa página de arrecadação de fundos criada para cobrir as despesas legais do caso, a cunhada do português, Sofia Cabral-Murras, apresentou detalhes sobre o caso, explicando que o jovem foi detido ao regressar aos EUA após uma viagem ao exterior, estando atualmente sob custódia do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) e mantido numa prisão fora de Massachusetts, estado onde reside legalmente.

O Rui reside nos Estados Unidos desde os dois anos de idade. Tem um bom emprego, paga os seus impostos e vive com a sua namorada de longa data. É um residente legal com um ‘Green Card — autorização de residência permanente nos EUA — válido. Viajou para fora do país em férias e foi detido pela Patrulha da Fronteira quando regressou, por causa de um registo criminal antigo”, explicou Sofia Cabral-Murras.

“O Rui não é um criminoso. É uma boa pessoa que não merece ficar na prisão enquanto isto é esclarecido”, assegurou a cunhada, frisando: “Nunca imaginámos estar nesta situação.” A detenção ocorreu no final de março.

De acordo com o jornal local The New Bedford Light, o português em causa — Rui Murras —, de 32 anos, está atualmente detido em Portland, cidade no estado do Maine, enquanto a sua família luta para o trazer de volta a casa. Nascido em Portugal, Rui Murras viveu quase toda a sua vida em New Bedford.

No jornal indica-se que o português chegou a ter problemas com a Justiça em 2012, quando foi “acusado de distribuir uma substância controlada de Classe D — tipicamente marijuana — e de conspiração para violar as leis de drogas”, sendo que a acusação de conspiração foi rejeitada por recomendação do departamento de liberdade condicional, em julho de 2013.

Em 2017, Murras foi acusado de dirigir sob influência de álcool, mas o caso foi arquivado no ano seguinte, após o português concluir um programa de educação sobre álcool. A defesa do português acredita que a detenção se baseia na acusação de tráfico de drogas de 2012, que acabou resolvida.

Mesmo sendo portador de um visto de residência permanente, o português pode vir a ser deportado, como está a acontecer com outros estrangeiros. Igualmente no mês passado, as autoridades de imigração norte-americanas interrogaram e detiveram um cidadão alemão detentor de um ‘Green Card‘ quando regressava de uma viagem ao Luxemburgo.

Fabian Schmidt, um engenheiro eletrotécnico de 34 anos, foi transportado para um centro de detenção federal no estado de Rhode Island após ter sido interrogado e detido no Aeroporto Logan, em Boston. Segundo a mãe de Schmidt, o alemão também teve problemas com a Justiça há mais de uma década, após as autoridades terem encontrado marijuana no seu carro em 2015, num caso que terá sido arquivado.

A residência permanente legal — concedida através do ‘Green Card‘ — concede o direito de viver e trabalhar nos Estados Unidos por tempo indeterminado, mas não protege os indivíduos da deportação. Cerca de 12,8 milhões de portadores de ‘Green Card‘ vivem nos Estados Unidos, de acordo com as últimas estimativas do Gabinete de Estatísticas de Segurança Interna.

Desde que Donald Trump regressou à Presidência dos Estados Unidos, somam-se os casos de cidadãos detentores de ‘Green Card‘ que estão detidos e em processo de deportação. O exemplo mais mediático é o de Mahmoud Khalil, um estudante da Universidade de Colúmbia que liderou protestos contra a guerra na Faixa de Gaza e que teve o seu ‘Green Card‘ revogado e o processo de deportação iniciado.

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+M

Montenegro e Ventura empatados a nível de menções nas redes sociais

  • + M
  • 14 Abril 2025

O debate que gerou mais menções foi o que colocou frente a frente o líder do Chega, André Ventura, e o líder do Livre, Rui Tavares, com 18% das menções.

Luís Montenegro e André Ventura chegaram ao final da primeira semana de debates empatados ao nível de menções nas redes sociais, revela o Barómetro Cision/Brandwatch Eleições Legislativas 2025.

De acordo com o estudo, que analisa o X, Facebook, Instagram e Bluesky, Luís Montenegro e André Ventura estão empatados com 19% das menções dos internautas. O terceiro lugar é ocupado por Paulo Raimundo com 15%, seguido do líder do PS, Pedro Nuno Santos, e de Rui Rocha, da Iniciativa liberal, ambos com 11%.

No que diz respeito aos temas, a Habitação é, no final da primeira semana de debates, o tema mais abordado, recolhendo 37% das menções. Segue-se a Imigração com 27% e da Saúde com 22%.

Ao final da primeira semana de debates para as Eleições Legislativas do próximo dia 18 de maio, o debate que gerou mais menções foi o que colocou frente a frente o líder do Chega, André Ventura, e o líder do Livre, Rui Tavares, com 18% das menções. Em sentido contrário, o debate entre Mariana Mortágua e Inês Sousa Real foi aquele que menos menções gerou.

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