EY Portugal e Evercore assessoram suecos da Boliden na compra da mina Neves-Corvo

A aquisição à Lundin Mining contou com assessores financeiros portugueses, nomeadamente os sócios João Vaz, que fez a 'due diligence' financeira, e Jaime Rocha, a cargo da diligência fiscal.

A consultora EY Portugal e o banco de investimento Evercore prestaram assessoria financeira aos suecos da Boliden no processo de aquisição da Somincor — que explora a mina de Neves-Corvo — e da mina Zinkgruvan, na Suécia. A transação, que estava a ser finalizada desde meados de novembro, teve também o apoio de um escritório de advogados internacional (Vinge), além da Morais Leitão e Uría.

A compra à empresa sueco-canadiana Lundin Mining contou com o trabalho de assessores financeiros portugueses da EY, nomeadamente João Vaz, que fez a due diligence financeira, Jaime Rocha, a cargo da fiscal, Ana Sousa, António Pires Alves, João Rodrigues, Mafalda Andrade, Margarida Santos Pereira e Tiago Rolim, que fizeram a due diligence à Somincor, apoio à elaboração do contrato de compra e venda (SPA – Sales and Purchase Agreement) e estruturação fiscal.

A equipa de M&A da sociedade Vinge foi liderada por Ulrich Ziche e constituída por Maria Dahlin Kolvik, Egil Svensson e Helena Liljenberg (M&A), Johan Cederblad (Ambiente), Niclas Winnberg (Imobiliário), Emil Lindwall e Louisa Fagarasan (Laboral), Victor Ericsson (Fiscal), Mario Saad (Societário) e Johanna Engström (Apoio às Transações), enquanto o grupo de Mercado de Capitais foi encabeçado por Jesper Schönbeck e composta por Amanda Knutsson, Joel Wahlberg, Joel Magnusson e Adrian Filipovic.

No início da semana passada, a Boliden assinou um acordo para adquirir a Somincor, concessionária da mina de Neves-Corvo, e a Zinkgruvan por um preço inicial de 1,3 mil milhões de dólares (cerca de 1,2 mil milhões de euros) mais um pagamento de até 150 milhões de dólares (na ordem dos 143 milhões de euros) em contrapartidas sob determinadas condições contratuais.

O comprador estima que a produção de concentrado de zinco e cobre aumentará de 35% para 70% da capacidade de fundição de zinco e de 30% para 40% da capacidade de fundição de cobre, de acordo com a informação veiculada aquando do negócio. Ademais, é expectável que também a produção de metais aumente nas minas (95% para zinco e 43% para cobre em relação a 2023).

Já a contribuição do EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) das minas de Neves-Corvo e Zinkgruvan, nos próximos cinco anos, está prevista entre 300 milhões e 350 milhões de dólares anuais (286-334 milhões de euros).

“A anexação de duas minas de zinco e cobre geradoras de fluxo de caixa em Portugal e na Suécia tem uma forte lógica industrial, bem como um ajuste estratégico. Otimizar essas unidades bem-investidas, bem como desenvolver o mix de alimentação para as fundições que temos criará valor no curto e longo prazo para as nossas áreas de negócios. No futuro, também teremos maiores oportunidades de desenvolvimento para exploração próxima à mina nessas regiões de mineração atrativas”, referiu o presidente e CEO da Boliden, Mikael Staffas.

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O Papel Evolutivo dos RH na Definição do Futuro do Trabalho

  • Conteúdo Patrocinado
  • 17 Dezembro 2024

Renata Bobião, Senior Consultant EY, People Consulting, explica como os recursos humanos influenciam o futuro do trabalho.

Enquanto o local de trabalho sofre mudanças transformadoras, os Recursos Humanos estão na linha da frente, impulsionando a inovação, estratégias de talento, adoção de tecnologia e evolução cultural.

O mundo do trabalho está a evoluir a um ritmo sem precedentes. Fatores como os rápidos avanços tecnológicos, a alteração das expectativas dos colaboradores e os desafios globais que têm vindo a surgir redefiniram a forma como as organizações operam. No centro destas mudanças, os Recursos Humanos passaram de uma função mais tradicional para um facilitador estratégico, crucial para moldar o futuro do trabalho.

Atualmente, os líderes de RH são parceiros estratégicos, alinhando os processos da força de trabalho com os objetivos organizacionais. De acordo com a Gartner, 68% dos líderes de Recursos Humanos acreditam que o seu papel se expandiu para além das fronteiras tradicionais, tendo um desenvolvimento mais preponderante em áreas como o desenho organizacional, a transformação digital e a experiência dos colaboradores.

A responsabilidade dos RH na definição do futuro do trabalho começa com a compreensão das principais tendências que influenciam os locais de trabalho. O World Economic Forum previa que, até 2025, 50% dos colaboradores iriam necessitar de requalificação devido aos avanços tecnológicos, especialmente referentes à automatização e IA. Será que as organizações estão preparadas? A capacidade dos Recursos Humanos para identificar os futuros requisitos de competências e criar programas de requalificação será fundamental para manter a competitividade organizacional.

À medida que a procura de competências digitais e cognitivas aumenta, os Recursos Humanos devem liderar os esforços de requalificação e atualização das competências. A Harvard Business Review sublinha a importância do planeamento da força de trabalho com base nas competências, em que as funções são definidas não por títulos de cargos, mas pelas competências necessárias. Esta abordagem não só colmata as lacunas de competências, como também promove a mobilidade interna, permitindo aos colaboradores prosperar num ambiente em rápida evolução.

Renata Bobião, Senior Consultant EY, People Consulting

Para o conseguir, as equipas de Recursos Humanos estão a utilizar tecnologias como os sistemas de gestão de formação, avaliações de competências baseadas em IA e planos de desenvolvimento personalizados. Estas ferramentas permitem às organizações abordar proativamente os défices de competências, enquanto cultivam uma cultura de aprendizagem contínua.

A força de trabalho do mercado atual é caracterizada pela imprevisibilidade. Os Recursos Humanos têm de fomentar a agilidade, promovendo a colaboração multifuncional, permitindo transições rápidas de funções. O World Economic Forum salienta que a agilidade será um fator determinante do sucesso organizacional na próxima década.

O papel dos RH estende-se à promoção de uma mentalidade de resiliência e adaptabilidade nos colaboradores. Isto inclui fornecer formação sobre gestão da mudança, encorajar a experimentação e recompensar a resolução inovadora de problemas. Ao criar uma força de trabalho ágil, os Recursos Humanos asseguram que as organizações podem enfrentar os desafios futuros com confiança.

Enquanto responsáveis da transformação do local de trabalho, os líderes de Recursos Humanos desempenham um papel fundamental na definição do futuro do trabalho. Ao promover o desenvolvimento de competências, melhorarem a experiência dos colaboradores e tirarem partido da tecnologia, os RH estão a redefinir a forma como as organizações atraem, retêm e mantêm os talentos. O caminho a percorrer está repleto de desafios, mas com uma visão estratégica e de inovação, os Recursos Humanos podem liderar o caminho para um local de trabalho mais inclusivo, ágil e preparado para o futuro.

Renata Bobião, Senior Consultant EY, People Consulting

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Fernando Medina já é arguido na Operação Tutti-Frutti

Defesa diz que Fernando Medina "já prestou declarações em inquérito, nada mais havendo de novo ou a acrescentar", diz o advogado Paulo de Sá e Cunha, em comunicado.

O ex-ministro das Finanças, Fernando Medina, foi interrogado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) e ficou sujeito ao termo de identidade e residência, no âmbito da Operação Tutti-Frutti.

O ECO contactou o advogado de Fernando Medina, Paulo de Sá e Cunha, que apenas confirmou que o cliente é arguido.

Horas mais tarde, em comunicado, a defesa de Medina defendeu que “nada há a acrescentar ao que já foi publicamente divulgado a este respeito, aquando do pedido de levantamento da sua imunidade parlamentar para ser ouvido no referido inquérito na qualidade de arguido. O pedido deu entrada na Assembleia da República em julho último e, em setembro, foi deliberado o levantamento da imunidade”, escreveu o advogado Paulo de Sá e Cunha.

“Sublinhe-se que sempre foi reiterada, pelo Dr. Fernando Medida, a intenção de esclarecer prontamente, em sede própria, os factos sobre os quais recaiam as suspeitas do Ministério Público, tendo o mesmo solicitado, com caráter de urgência, o levantamento da sua imunidade parlamentar. O Dr. Fernando Medina já prestou declarações em inquérito, nada mais havendo de novo ou a acrescentar”, concluiu.

Fernando Medina anunciou a 29 de julho, em comunicado, que o MP solicitou a sua audição na qualidade de arguido no âmbito do processo “Tutti Frutti”, acrescentando, na altura, ter solicitado à Assembleia da República o levantamento da imunidade parlamentar “com a maior brevidade possível” para poder, “pela primeira vez em tantos anos, ter a oportunidade de esclarecer em sede própria as dúvidas que o MP tem”.

No mesmo comunicado esclareceu ser suspeito da “prática de um alegado crime de prevaricação”.

Em causa está a atribuição alegadamente indevida, “por mim, enquanto Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, em 23 de março de 2017, de um apoio financeiro no valor de duzentos mil euros – a realizar em dois anos – à XV – Associação Amigos do Rugby de Belém, no âmbito do apoio ao associativismo desportivo”, explicou então Fernando Medina.

O deputado disse ter visto, “com perplexidade, que a fundamentação do MP assenta num erro grosseiro e inexplicável”, recusando qualquer ilegalidade, e salientou que, apesar de já terem decorrido mais de sete anos desde o início do inquérito e de se ter manifestado disponível para prestar declarações, “o Ministério Público em nenhum momento considerou relevante” ouvi-lo para “qualquer propósito, designadamente de busca da verdade”.

“Fá-lo agora, desta forma”, lamentou no comunicado de julho.

Entre os erros que aponta ao MP, Fernando Medina salienta em particular que, de acordo com a lei, “o presidente da Câmara não pode atribuir apoio a clubes, associações e outras entidades de âmbito cultural, desportivo, social, recreativo ou outras”, questionando “qual o sentido de constituir alguém arguido por um ato que, reconhecidamente, não pode praticar”.

“Esta competência é, de acordo com o Regime Jurídico das Autarquias Locais, (…) uma competência exclusiva e não delegável do órgão executivo do município que é a câmara municipal, isto é, do coletivo constituído dos vereadores eleitos pelos diversos partidos políticos”, referiu.

Medina defendeu que foi esse “o caso do apoio concedido à XV – Associação Amigos do Rugby de Belém”, salientando que todas as propostas submetidas a deliberação do executivo camarário “são preparadas pelos serviços municipais e avaliadas por um conjunto significativo de pessoas, de todos os partidos, antes de serem presentes à reunião da câmara para apreciação e votação”.

“Assim aconteceu com a proposta de apoio à XV – Associação Amigos do Rugby do Belém, a qual, após análise e apreciação de todo o executivo municipal, foi aprovada por unanimidade dos vereadores eleitos por todos os partidos políticos. Sem exceção. Em que se baseia o Ministério Público para invocar qualquer ilegalidade no ato da câmara municipal?”, perguntou Medina.

A operação batizada de “Tutti Frutti” investiga desde 2018 alegados favorecimentos a militantes do PS e do PSD, através de avenças e contratos públicos, estando em causa suspeitas de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido.

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Novo aeroporto vai custar cerca de 8 mil milhões e é financiado só com taxas e extensão da concessão

Relatório Inicial da ANA entregue ao Governo prevê que a construção da infraestrutura seja financiada apenas por taxas aeroportuárias e extensão da concessão. Acessibilidades cabem ao Estado.

Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas, Thierry Ligonnière, CEO da ANA, José Luís Arnault, chairman da ANA, Joaquim Miranda Sarmento, ministro das Finanças, Hugo Espírito Santo, secretário de Estado das Infraestruturas, e João Jesus Caetano, presidente do Instituto da Mobilidade e dos Transportes, com a imagem do projeto do aeroporto Luís de Camões, no Campus XXI.

O Relatório Inicial do novo aeroporto de Lisboa entregue esta terça-feira pela ANA ao Governo estima um custo um pouco acima dos oito mil milhões de euros para a construção da infraestrutura, apurou o ECO. A obra será financiada através da alteração das taxas aeroportuárias e da extensão do prazo de concessão, sem aporte de verbas do Orçamento do Estado.

O ministro das Finanças afirmou esta terça-feira, durante uma cerimónia de entrega do documento no Campus XXI, que espera que “os encargos para o Orçamento do Estado sejam o mais limitado possível, de preferência sem impacto para os contribuintes”, admitindo a possibilidade de existir esse custo.

No entanto, o High Level Assumption Report o documento que dá o pontapé de partida para a negociação entre a concessionária e o Governo sobre o projeto do novo aeroporto –, não prevê dinheiro dos contribuintes para a construção da infraestrutura.

O modelo de financiamento assenta apenas na alteração das taxas aeroportuárias e na extensão temporal do contrato de concessão, que atualmente termina em 2062, como avançou o ECO.

O contrato deixa, no entanto, de fora as acessibilidades ao novo aeroporto, que ficam a cargo do Estado, logo dos contribuintes.

O aeroporto Luís de Camões, que será localizado no Campo de Tiro de Alcochete, tem um custo estimado no Relatório Inicial um pouco acima dos 8 mil milhões, para a construção de duas pistas. O valor final dependerá de alterações que o Governo venha a propor e fiquem plasmadas no projeto definitivo. No relatório da Comissão Técnica Independente (CTI) era estimado um custo de 6.105 milhões para a construção de duas pistas no Campo de Tiro de Alcochete.

O Executivo pretende ter a infraestrutura pronta entre 2034 e 2035 e a concessionária deverá apresentar o calendário de realização o mais condensado possível para aproximar-se desse objetivo.

Após a entrega do High Level Assumption Report, o Governo tem 30 dias para confirmar por escrito à concessionária se pretende que esta prepare a candidatura ao novo aeroporto de Lisboa.

“A entrega do relatório manifesta a vontade da ANA aeroportos em investir no país. Estamos numa cerimónia simbólica, mas muito marcante para a prossecução deste objetivo de ter um aeroporto a servir a região de Lisboa, que é essencial para o progresso de Portugal”, salientou esta terça-feira o ministro das Infraestruturas, Miguel Luz.

O Governo analisará aquilo que foi apresentado. Temos 30 dias para dar uma resposta definitiva“, acrescentou.

Ultrapassada esta fase, o contrato de concessão dá à concessionária 36 meses para apresentar a candidatura completa ao novo aeroporto, processo que prevê um conjunto alargado de documentos, como o Relatório das Consultas, o Relatório sobre o Local Selecionado, um Estudo de Impacte Ambiental, o Relatório Técnico e o Relatório Financeiro. Prazo que o Ministério das Infraestruturas quer que seja encurtado, de forma a permitir o início mais cedo da obra.

Vamos falar agora [com o Governo] do conteúdo do dossiê, mas estamos muito felizes, depois deste tempo de trabalho, com o nosso relatório e essa proposta que vai ser o início, de facto, do trabalho com o Governo.

Thierry Ligonnière

Presidente executivo da ANA

Após receber a candidatura da ANA ao Novo Aeroporto de Lisboa, o Governo tem 90 dias para dar conta da sua decisão. Se a candidatura for em frente, seguem-se 12 meses de negociações para formalizar um acordo sobre todos os documentos e autorizações necessárias. Correndo tudo bem, será necessário contar com mais cerca de quatro anos para os projetos de especialidade de engenharia, concurso público para a construção e realização da obra.

“Estamos muito otimistas”, afirmou José Luís Arnaut, chairman da ANA, durante a cerimónia desta manhã. “Vamos aguardar por 17 de janeiro, que o Governo se pronuncie [sobre o documento]”, apontou, citado pela Lusa.

“Vamos falar agora [com o Governo] do conteúdo do dossiê, mas estamos muito felizes, depois deste tempo de trabalho, com o nosso relatório e essa proposta que vai ser o início, de facto, do trabalho com o Governo”, afirmou o presidente executivo da ANA, Thierry Ligonnière.

(Notícia atualizada às 14h00)

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UTAO avisa que apoio às rendas vai custar 21,4% mais do que o previsto

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental alerta que o encargo com esta medida irá alcançar 326 milhões de euros este ano, mais 57 milhões face ao previsto no Orçamento do Estado para 2024.

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) assinalou que o impacto orçamental do apoio extraordinário às rendas vai situar-se este ano acima do previsto. No relatório divulgado esta terça-feira, a unidade coordenada por Rui Nuno Baleiras indica que o encargo anual com esta medida irá situar-se em 326 milhões de euros, mais 21,4% face ao previsto no Orçamento do Estado para 2024 (OE/2024).

Na análise à execução orçamental até outubro, os técnicos que dão apoio aos deputados indicam que a despesa com o apoio extraordinário a rendas (235,4 milhões de euros) corresponde a 97,1% do impacto orçamental negativo com as medidas de política no pacote “Inflação”, operacionalizadas pela Segurança Social, que refletem um impacto orçamental negativo de 242,5 milhões de euros.

“Como assinalado pela UTAO, a despesa com a medida de apoio extraordinário às rendas, registada até outubro, confirma que esta será significativamente superior ao valor inicialmente previsto no OE/2024, motivo pelo qual foi objeto de revisão”, refere.

Numa análise divulgada em maio, os técnicos já tinham alertado que “o grau de execução da medida de apoio extraordinário a rendas no primeiro trimestre indicia a possibilidade de a despesa anual se vir a situar acima do previsto no OE/2024“.

Neste sentido, a equipa de Rui Nuno Baleiras indica agora que esta medida implicará encargos até dezembro de 2028, e que, para 2024, o valor inicial inscrito no Orçamento do Estado (268,8 milhões de euros) é inferior ao registado em 2023. “Contudo, face às alterações introduzidas, confirmou-se que o valor executado será superior ao inicialmente projetado. Assim, o nível de despesa anual foi revisto em alta na estimativa de execução orçamental, ascendendo a 326,4 milhões de euros“, aponta.

Em novembro de 2023, o apoio extraordinário à renda foi reforçado, sendo o montante mensal do apoio apurado, a partir de 1 de janeiro de 2024, com base no valor da renda mensal atualizado por um coeficiente de 1,0494.

Adicionalmente, permite que os arrendatários ou subarrendatários de habitação permanente que, em consequência da atualização da renda mensal, a partir de 1 de janeiro de 2024, não sendo beneficiários do apoio extraordinário à renda previsto no referido decreto-lei, possam requerer um apoio financeiro correspondente à aplicação de um coeficiente de 1,0494 sobre o valor da renda mensal anterior à atualização.

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Durão Barroso quer Europa a investir mais em Defesa. E Trump pode ser uma ajuda

  • Lusa
  • 17 Dezembro 2024

O antigo presidente da Comissão Europeia diz que a Europa deve investir na sua própria Defesa e que a reeleição de Donald Trump nos EUA pode ser o incentivo que faltava.

O antigo presidente da Comissão Europeia Durão Barroso defendeu esta terça-feira que a Europa deve investir na sua própria Defesa e referiu que a reeleição de Donald Trump nos EUA pode ser o incentivo que faltava.

A Europa “tem de investir na sua própria Defesa, tem de ter uma certa autonomia, no âmbito da NATO, com certeza, mas sem estar sempre a queixar-se dos outros”, afirmou José Manuel Durão Barroso, à margem do Fórum EuroAméricas, que decorre em Carcavelos, Cascais.

Para Durão Barroso, que liderou a Comissão Europeia durante uma década (2004-2014), “a melhor forma de evitar uma guerra é estar preparado para ela, é não dar qualquer espécie de hipótese àqueles que são os adversários de pensarem que podem aproveitar uma situação de fraqueza”, afirmou, sublinhando “deseja ardentemente a paz”.

“Eu quero a paz, acho que é fundamental. Não quero pensar, sequer por um momento, que os meus netos podem ter de estar em guerras na Europa, eu pensava que não havia mais guerras na Europa”, garantiu.

Embora reconhecendo que já existe uma guerra no continente — a da Ucrânia com a Rússia –, lembrou que não inclui membros da União Europeia ou da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), organizações das quais Portugal faz parte.

E “se o querermos, temos de estar preparados para desincentivar qualquer potencial agressor. É por isso que precisamos de uma Defesa forte. Para garantir e proteger a paz”, argumentou.

Para Durão Barroso, que também assumiu funções de primeiro-ministro em Portugal (entre 2002 e 20024) e é atualmente presidente do Fórum EuroAméricas, a vitória nas eleições presidenciais norte-americanas de Donald Trump, abre uma hipótese para a Europa se decidir a apostar mais na sua Defesa.

“Abre a hipótese de a Europa perceber que, em vez de se estar a queixar daquilo que os outros fazem ou não fazem, tem de fazer o seu próprio trabalho de casa, tem de investir na sua própria Defesa, tem de ter uma certa autonomia”, afirmou.

A Europa “tem de entender que é defendendo os seus interesses que pode também afirmar os seus valores”, concluiu.

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IAPMEI começou a pagar os 42 milhões em falta às agendas mobilizadoras do PRR

IAPMEI notificou as agendas com pagamentos em falta informando que estes foram processados esta terça-feira, uma notificação que surge no dia em que o ministro da Economia é ouvido no Parlamento.

O IAPMEI começou a pagar, esta terça-feira, às agendas mobilizadoras os 42 milhões de euros em falta, apurou o ECO. As Agendas Mobilizadoras, financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), já submeteram 1.067 pedidos de reembolso num montante total de 126,7 milhões de euros, mas ainda só tinham sido pagos 84 milhões, de acordo com um balanço do IAPMEI, ou seja, 66% do montante global.

O instituto liderado por José Pulido Valente notificou as agendas com pagamentos em falta informando que estes foram processados esta terça-feira e, portanto, devem cair nas contas das empresas quarta-feira, uma notificação que surge no dia em que o ministro da Economia é ouvido no Parlamento, no âmbito das audições regimentais.

Os atrasos nos pagamentos estavam a criar problemas de tesouraria às empresas. Segundo avançou o Jornal de Negócios, a semana passada, há empresas a esperar pagamentos desde abril e por isso ameaçam sair do PRR devido aos atrasos nos reembolsos.

Em comunicado, o IAPMEI revelou que as agendas mobilizadoras “submeteram, no âmbito do quinto pedido de pagamento, 1.067 pedidos de reembolso, que correspondem ao mesmo número de copromotores envolvidos, num montante total de 126,7 milhões de euros”. Sendo que tinham sido “processados os pagamentos relativos a 752 copromotores, no valor total de cerca de 84 milhões”. Ou seja, estavam por processar pagamentos a 315 copromotores, no montante de 42,7 milhões de euros”. Pagamentos que o IAPMEI garantia que já tinham sido “devidamente analisados e aprovados” e que começaram a ser pagos esta terça-feira.

O IAPMEI apontava para que estes pedidos de pagamento estivessem a ser concluídos durante a esta semana.

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Confiança dos investidores na Alemanha melhora em dezembro

  • Lusa
  • 17 Dezembro 2024

Apesar de cenário atual negativo, a confiança dos investidores na Alemanha subiu de 8,3 para 15,7 pontos em dezembro, impulsionada pelo cenário de eleições antecipadas e cortes nas taxas do BCE

A confiança dos investidores na Alemanha melhorou em dezembro em relação a novembro devido ao maior otimismo face às eleições antecipadas no país em fevereiro e à perspetiva de novos cortes nas taxas de juros pelo Banco Central Europeu (BCE).

Segundo o Centro de Investigação Económica Europeia (ZEW), o índice de confiança dos investimentos na Alemanha situou-se em 15,7 pontos, mais 8,3 pontos do que no mês anterior.

“Com a aproximação das eleições antecipadas na Alemanha e as consequentes expectativas de uma política económica que encoraje o investimento privado, bem como a perspetiva de novos cortes nas taxas de juro, as perspetivas económicas estão a melhorar“, afirmou o presidente do ZEW, Achim Wambach.

A instituição alemã explicou que os peritos continuam a esperar novas reduções das taxas de juro no próximo ano, depois de o BCE ter baixado as taxas em 25 pontos de base na quinta-feira, que parecem considerar a recente subida da inflação “como um fenómeno temporário”.

Em contraste com o aumento da confiança no investimento, a avaliação da situação atual na Alemanha caiu 1,7 pontos relativamente ao mês anterior para -93,1, o seu nível mais baixo desde maio de 2020, no auge da pandemia do coronavírus.

No caso da Zona Euro, o sentimento entre os especialistas do mercado financeiro aumentou de 12,5 pontos em novembro para 17 pontos em dezembro. No entanto, a avaliação da situação atual “está a deteriorar-se claramente”, após o indicador ter caído 11,2 pontos em relação ao mês anterior, para -55 pontos.

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Ainda sabemos conversar? O jogo BeeMind nasceu para fomentar a conversa

  • + M
  • 17 Dezembro 2024

Inês Sardo Condeço (Fnac), Filipe Rebelo (Wome Box) e a fotógrafa Isabel Saldanha estão a lançar um jogo que pretende fomentar a conversa e convidar à reflexão.

Um jogo que promete transformar o tema das conversas e permitir momentos de conexão profunda com família e amigos ou mesmo para fazer reflexões consigo mesmo. É esta a proposta de BeeMind, um jogo lançado por Inês Sardo Condeço (diretora de marketing e comunicação da Fnac), Filipe Rebelo (Wome Box) e a fotógrafa Isabel Saldanha, “três amigos unidos pela curiosidade, pela paixão pelo conhecimento e pelo desejo de criar algo que fosse além das conversas triviais”.

O jogo é composto por 12 temas de conversa que são objetos de reflexão desde os filósofos gregos: Amor, Sentido da Vida, Tempo, Liberdade, Futuro, Religião e Espiritualidade, Prazer, Mudança, Morte, Medo, Justiça e Ética, Arte, descrevem os autores.

Depois, cada tema é jogado com um baralho de cartas — 365 cartas no total dos 12 baralhos — “com reflexões, rastilhos para o pensamento profundo e para o elevar de consciências, afastando do mundano e superficial, mas sobretudo para criar conexões reais com quem nos rodeia“.

Seguindo as regras, o desafio é dedicar um momento de, pelo menos, 60 minutos a um tema de jogo e premiar os melhores pensamentos, ideias e reflexões, ganhando quem recolher mais moedas. “O objetivo do jogo não é necessariamente ganhar, mas elevar consciências e despertar um pensamento mais profundo sobre o mundo e o que nos rodeia e criar relações mais profundas com o grupo”, explicam.

Trabalhado durante cerca de dois anos, e apresentado em modo soft launch em novembro, o BeeMind começa agora a ser comercializado.

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Teresa Anjinho é a nova provedora de Justiça europeia

Teresa Anjinho foi eleita, com 344 votos, na segunda ronda de votação, obtendo assim a maioria necessária dos votos expressos. A ex-secretária de Estado da Justiça sucede a irlandesa Emily O’Reilly.

O Parlamento Europeu elegeu esta terça-feira a ex-secretária de Estado da Justiça Teresa Anjinho como provedora de Justiça europeia, sucedendo a irlandesa Emily O’Reilly que estava no cargo desde 2013. O mandato terá a duração de cinco anos.

Teresa Anjinho foi eleita, com 344 votos, na segunda ronda de votação, obtendo assim a maioria necessária dos votos expressos. A votação, para além da representante portuguesa, estavam mais cinco candidatos: Emilio De Capitani (Itália), Marino Fardelli (Itália), Julia Laffranque (Estónia), Claudia Mahler (Áustria) e Reinier van Zutphen (Países Baixos).

A nova provedora da Justiça europeia é especialista em direitos humanos e investigadora, membro do Comité de Fiscalização do Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF). Anteriormente, foi também secretária de Estado da Justiça e provedora-adjunta de Justiça de Portugal.

Na audição pública na Comissão das Petições, Teresa Anjinho comprometeu-se a reforçar a confiança entre a União Europeia (UE) e os seus cidadãos, defendendo os mais elevados padrões de integridade, responsabilização e capacidade de resposta. “O mundo de hoje não compreende a indecisão por trás de formalidades ou burocracias desnecessárias, nem aceita atrasos injustificados. Temos sempre de respeitar as garantias processuais, as regras e os procedimentos formais essenciais, mas também temos de cumprir. Trata-se de uma questão de confiança na instituição, mas também – no final – na UE no seu conjunto”, disse.

O Presidente da República felicitou “calorosamente” a eleição de Teresa Anjinho no site oficial da presidência.É um orgulho para Portugal ter mais uma portuguesa numa função de elevado destaque no quadro da União Europeia, nomeadamente no exercício de funções que têm vindo a ser ampliadas e que passam, nomeadamente, pelo garante da transparência e dos direitos dos cidadãos”, lê-se.

A cerimónia de juramento terá lugar no próximo dia 27 de fevereiro no Tribunal de Justiça da União Europeia, no Luxemburgo.

Criado em 1995, o Provedor de Justiça Europeu investiga casos de má administração nas instituições, órgãos, organismos e agências da UE, agindo por iniciativa própria ou em resposta a queixas de cidadãos da UE.

(Notícia atualizada às 16h37)

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Parlamento avalia fim de 110 uniões de freguesias. Veja quais

Comissão do poder local reúne-se esta terça-feira para analisar o relatório do grupo trabalho das freguesias. Saiba onde estão as 110 separações aprovadas e as 78 que não passaram no crivo.

A comissão parlamentar de poder local e coesão territorial vai analisar esta terça-feira o relatório do grupo de trabalho das freguesias que propões a desagregação de 110 uniões de freguesias. A decisão será depois submetida a votação dos deputados em plenário, em janeiro. Caso a proposta do grupo de trabalho seja aprovada, o país terá mais cerca de duas centenas de novas freguesias nas próximas autárquicas.

A desagregação de freguesias, matéria que tem gerado expectativa nos locais onde, em 2013, a “lei Relvas” produziu efeitos, está dependente da finalização do processo na comissão parlamentar liderada pelo social-democrata Jorge Paulo Oliveira. O início da reversão da união de freguesias, decida por altura da troika, ocorreu há três anos, quando entrou em vigor uma nova lei da responsabilidade do Partido Socialista.

Nos últimos meses, o Grupo de Trabalho das Freguesias (GTF) analisou os processos que tiveram provimento, excluindo à partida os que não chegaram à Assembleia da República no prazo legal de 21 de dezembro de 2022 – data que foi alvo de discordância, por uns entenderem que a partir dali não se poderiam entregar mais processos de desagregação à comissão parlamentar, e outros a defenderem que o limite temporal deveria estar ligado à finalização dos processos nas assembleias de freguesia, e não à entrega destes.

Dos 182 pedidos iniciais, nove foram considerados completos e 148 “careciam de aperfeiçoamento”, como indica o relatório do GTF, a que o ECO/Local Online teve acesso e noticiado esta terça-feira pelo Jornal de Notícias. Destes, 131 enviaram, a partir de novembro de 2023, a documentação solicitada pelo grupo de trabalho. Com a queda do Governo de António Costa, o processo parou no Parlamento, e só em maio foi reconstituído o GTF. Já na nova legislatura, chegaram mais seis processos.

Entre 4 e 6 de dezembro, os deputados deste grupo analisaram um total de 188 propostas de desagregação, das quais, em votação, a maioria declarou que 78 não reuniam condições para haver a separação desejada.

A reunião da comissão parlamentar adiada para esta terça-feira para não colidir temporalmente com a preparação do congresso do PCP, irá decidir sobre a matéria transmitida pelos deputados do grupo de trabalho.

Para que as novas freguesias vão a eleições nas autárquicas deste ano, é necessário que estejam criadas até final de março, ou início de abril, de modo a se perfazerem seis meses até à realização do ato eleitoral. No período que intermediar os dois momentos, as novas freguesias serão governadas por uma comissão instaladora, conforme indica o relatório do grupo de trabalho das freguesias.

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Para saber que freguesias pediram desagregação e que decisão proferiu o grupo de trabalho, carregue aqui.

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Assimetrias regionais económicas disparam com separação de Setúbal e Área Metropolitana de Lisboa

Disparidades do PIB per capita agravaram-se de 44 pontos percentuais para para 90 pontos, em 2023. A Grande Lisboa regista o índice mais elevado e a Península de Setúbal mantém o valor mais baixo.

Com a nova geografia territorial, que separou a Península de Setúbal da Área Metropolitana de Lisboa (AML), as assimetrias regionais económicas “atingiram a sua expressão máxima”, conclui o Instituto Nacional de Estatística (INE), num relatório com as contas regionais preliminares para 2023, divulgado esta terça-feira.

“A nova geografia territorial (NUTS2024), que desagrega a anterior Área Metropolitana de Lisboa em Grande Lisboa e Península de Setúbal, regiões que apresentam o maior e o menor índice do PIB per capita conduziu a um agravamento da disparidade regional, que passou de 44 pontos percentuais (p.p.), em 2021, para 87 p.p., em 2022, aumentando para 90 p.p. em 2023“, destaca o gabinete de estatísticas. O PIB per capita mede a quantidade de riqueza produzida num país por habitante. Ou seja, o diferencial entre a Grande Lisboa, região com maior índice de desigualdade (158) e a Península de Setúbal, que tem o menor índice (67,5), subiu para 90 p.p..

O INE recorda que “a nova organização das unidades territoriais para fins estatísticos foi estabelecida pelo Regulamento Delegado (UE) 2023/674 da Comissão, de 26 de dezembro de 2022 […] relativo à instituição de uma Nomenclatura Comum das Unidades Territoriais Estatísticas (NUTS)”. A NUTS2024, que cria as regiões Península de Setúbal, Grande Lisboa e também a de Oeste e Vale do Tejo, passou então a ser obrigatória na transmissão de informação ao Eurostat desde 1 de janeiro de 2024.

Em 2023, e segundo os dados preliminares, a Grande Lisboa (158) continua com o índice de disparidade regional do PIB per capita mais elevado e superior aos números registados em 2022. Segue-se a Região Autónoma da Madeira (108,3) com o segundo maior índice, superior também ao de 2022, e ao do Algarve (108). Já a Península de Setúbal mantém o indicador mais baixo de todas as regiões (67,5) e inferior ao de 2022, aponta o INE.

Fonte: INE

Os dados preliminares de 2023 indiciam assim um aumento da disparidade regional do PIB per capita face a 2022, tendo o índice da Península de Setúbal melhorado em 1,5 pontos, passando de 69 para 67,5, e o da Grande Lisboa piorado em 2,4 p.p. para 158 pontos.

Já em 2022, o INE refere que “as assimetrias do PIB per capita entre as 26 regiões NUTS III atingiram a sua expressão máxima na comparação do índice da Grande Lisboa (155,6) com o da região Tâmega e Sousa (63,5), tal como acontecia em 2021″. O Alentejo era, há dois anos, a região com maior disparidade regional (62,1 p.p.), fruto da assimetria entre os índices do Alentejo Litoral (135,8) e do Alto Alentejo (73,7).

Em termos nominais de PIB per capita, a maior discrepância observa-se entre a Grande Lisboa, onde cada habitante gera em média 31.618 euros anuais, e a Península de Setúbal, com o valor mais baixo (14.714 euros) — as duas regiões que, antes, constituíam a Área Metropolitana de Lisboa.

“A Península de Setúbal, com 7,8% da população residente, origina no seu território apenas 5,5% do PIB, sendo uma das regiões com menor peso de emprego no total da sua população residente (32,5% face a 59,7% da Grande Lisboa)”, assinala o INE. Estes resultados, acrescenta, “são indissociáveis do facto de grande parte dos residentes na Península de Setúbal exercerem a sua atividade profissional na região da Grande Lisboa, obtendo aí grande parte dos seus rendimentos, especificamente remunerações, contribuindo para o PIB desta região”.

Por isso, a desigualdade ao nível dos rendimentos das famílias, que subiu ligeiramente, “é significativamente inferior à do PIB per capita, devido à correção dos movimentos pendulares que existe na afetação do rendimento disponível, fundamentalmente devido às remunerações, que refletem o local de residência e não o local de trabalho”, explica o INE.

Economia cresce mais na Madeira, Açores e Lisboa e estagna no Alentejo

Em 2023, o crescimento real de 2,5% do PIB do país traduziu-se num crescimento económico em todas as regiões, sendo que foi mais prenunciado na Madeira (4,5%), nos Açores (3,4%), no Algarve e na Grande Lisboa (ambas com 3,3%), e na região do Oeste e Vale do Tejo (2,9%), conclui ainda o INE. A região Norte (2,3%), a Península e Setúbal (1,7%) e o Centro (1,4%) apresentaram crescimentos mais moderados, tendo o Alentejo registado o desempenho mais fraco (0,4%).

Fonte: INE

Nas regiões autónomas e no Algarve, “o acréscimo real do PIB, resultou sobretudo do crescimento mais dinâmico do Valor Acrescentado Bruto (VAB) do ramo do comércio, transportes, alojamento e restauração, atividade com relevância na estrutura produtiva destas regiões e fortemente influenciada pela atividade turística, que registou um acréscimo, em volume, de 6,7%, 5,6% e 4,7% respetivamente”, justifica o gabinete de estatísticas.

No caso da Grande Lisboa, o crescimento do PIB beneficiou sobretudo do contributo o desempenho do “VAB dos ramos das atividades de informação e comunicação e dos serviços prestados às empresas, que registaram acréscimos de 6,1% e 6%, respetivamente e, ainda, o crescimento mais moderado do VAB do comércio, transportes, alojamento e restauração e das atividades imobiliárias (ambas com 3,8%)”, acrescenta.

No Oeste e Vale do Tejo, a variação real do PIB foi ligeiramente superior à do país, “beneficiando do crescimento do VAB dos ramos da agricultura, silvicultura e pesca (8,6%) e da indústria e energia (2,0%) ter sido superior ao nacional”.

Na Península de Setúbal e no Alentejo o crescimento mais moderado do PIB resultou, sobretudo, da diminuição da riqueza criada nas áreas da indústria e energia (-1,3% e -3,8%, respetivamente). “O decréscimo do VAB das atividades informação e comunicação (-4,6%) na Península de Setúbal e o das atividades imobiliárias (-2,0%) no Alentejo, também contribuíram para a evolução mais moderada”, justifica o INE.

Na região Centro, o ligeiro crescimento do PIB foi “influenciado pelos ramos do comércio, transportes, alojamento e restauração (0,5%) e dos serviços prestados às empresas (3,5%), com crescimentos inferiores ao do país”, segundo o mesmo relatório.

(Notícia atualizada às 12h11)

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