Apagão ibérico atingiu “o nível mais grave” na escala internacional

Os peritos internacionais dispõem de um prazo de mais de um ano para poderem entregar o relatório que apontará as causas do apagão. Por cá, o prazo é de 20 dias mas pode ser prorrogado.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) indica que, de acordo com a Escala de Classificação de Incidentes da Rede Europeia de Operadores de Redes de Transporte de Eletricidade (ENTSO-E), o apagão ibérico será classificado como “ICS 3 – Blackout”, o nível mais grave da escala internacional de incidentes.

No mesmo comunicado, o regulador português esclarece que haverá esforços tanto a nível nacional como internacional para estudar o apagão de 28 de abril. O objetivo é perceber as causas do incidente, elaborar uma análise exaustiva do ocorrido e formular recomendações.

A nível europeu, a investigação será conduzida por um grupo de peritos criado para o efeito e a ENTSO-E já contactou a Agência de Cooperação dos Reguladores de Energia (ACER) e os reguladores nacionais para nomearem os seus representantes no painel de peritos.

Os peritos terão seis meses a contar desde a data do incidente, ou seja, até 28 de outubro, para apresentar o relatório factual que servirá de base ao relatório final. Este último pode ser publicado até 30 de setembro do próximo ano. Só este último deverá debruçar-se sobre as causas do incidente e ações corretivas.

Em paralelo, a ENTSO-E publica anualmente até ao final de setembro, um relatório sobre os indicadores de segurança operacional baseados na Escala de Classificação de Incidentes, que também incluirá informação sobre este incidente.

Indemnizações podem ser suspensas

A nível nacional, os operadores das redes têm três dias para apresentar um relatório preliminar, o qual a REN diz já ter entregue à ERSE, embora nenhuma das duas entidades tenha partilhado o conteúdo, apesar de contactadas nesse sentido. Um relatório final deve ser entregue até 20 dias após o apagão, com a ressalva de que este pode ser prorrogado pelo regulador.

Os incidentes de grande impacto, como é o caso do apagão, podem ser classificados como “eventos excecionais”, desde que haja um pedido fundamentado por parte das entidades afetadas, dentro de 30 dias, prazo que ainda decorre. A ERSE tomará uma decisão quanto a esta classificação. Até à decisão definitiva, a aplicação de incentivos financeiros à continuidade do serviço, bem como o pagamento de compensações individuais a cada um dos clientes afetados, pode ser suspensa, indica a ERSE.

Existem ainda outras questões económicas que estão pendentes. Os reguladores português e espanhol, assim como a entidade que junta os reguladores europeus (ACER), estão a debruçar-se sobre a definição dos procedimentos a adotar para a liquidação dos mercados de energia e os respetivos acertos.

A título de exemplo, está a ser trabalhada a forma como se efetua a liquidação (pagamentos e recebimentos) da energia que foi transacionada para dia 28 de abril e não foi, depois, produzida e consumida. “Espera-se que a metodologia a aplicar às liquidações finais se possa estabelecer a muito breve prazo, salvaguardando a reposição dos equilíbrios financeiros que o apagão de 28 de abril afetou”, lê-se no comunicado.

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Fernando Medina alerta partidos para “custos” e “opções exigentes” de gastos em defesa

Medina defende esta quarta-feira, na FEP, que "Portugal terá de ser capaz de levar à prática muitas das ideias que estão expostas no relatório de Mario Draghi para melhorar a sua competitividade".

Em plena campanha eleitoral para as legislativas, o ex-ministro das Finanças Fernando Medina vai, esta quarta-feira, à Faculdade de Economia do Porto da Universidade do Porto (FEP) deixar um recado aos partidos: “Devem tornar claro aos portugueses que o reforço do investimento em energia e defesa comporta custos, e opções difíceis e exigentes, em especial para os que querem proteger o Estado social”.

Esta é uma das ideias que Fernando Medina vai defender esta quarta-feira, durante o seu discurso de encerramento na II Finance Summit da FEP. Para o antigo ministro do Governo de António Costa, “encontrar os recursos financeiros para esta política, reforçando o Estado social, é um desafio tão fundamental como exigente”, lê-se num comunicado enviado pela Reitoria da Universidade do Minho em conjunto com a FEP.

Na sua intervenção sobre o “Futuro da Competitividade da Europa”, baseada no “Relatório Draghi” e nas suas propostas de ambiciosas reformas estruturais, Fernando Medina vai deixar um alerta: “Portugal terá de ser capaz de levar à prática muitas das ideias que estão expostas no relatório de Mario Draghi para melhorar a sua competitividade”, lê-se na mesma nota.

Encontrar os recursos financeiros para esta política, reforçando o Estado social, é um desafio tão fundamental como exigente.

Fernando Medina

Ex-ministro das Finanças

Mais, prossegue Medina, “Mario Draghi aponta com clareza os caminhos que teremos de percorrer, seja no forte aumento do investimento público e privado, seja na aposta na industrialização de setores estratégicos como a energia e a defesa, desenvolvendo uma nova política industrial”.

Segundo a FEP Finance Club, organismo estudantil desta Faculdade de Economia que organiza o evento, o político vai “propor uma reflexão sobre os caminhos estratégicos para o desenvolvimento europeu num cenário global marcado por transformações económicas, geopolíticas e tecnológicas”.

A segunda edição do Finance Summit visa debater a literacia financeira e proporcionar novas experiências de aprendizagem aos estudantes, fazendo a ‘ponte’ entre estudantes e profissionais do setor financeiro. Em análise estarão temas como gestão de património, imobiliário, capital de risco, private equity, finanças pessoais e finanças públicas.

A iniciativa arranca com uma atividade prática para aplicação de conceitos fundamentais da literacia financeira, destinada a alunos do ensino secundário, dinamizada por Maria Furtado de Mendonça e Cláudia Barroso Muller, da Fundação António Cupertino de Miranda.

O programa do Finance Summit inclui ainda a intervenção de Pamela Macedo da Casa de Investimentos que vai sensibilizar os participantes para a importância de desenvolver hábitos de investimento informados e conscientes de modo a atingirem uma maior autonomia na gestão financeira pessoal.

Já para os alunos do ensino universitário esta segunda edição prevê, além da sessão com Fernando Medina, uma outra sessão com sobre finanças públicas, orientada por José Vidrago, presidente do Conselho Diretivo do Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social, e Carlos Guimarães Pinto, deputado da Iniciativa Liberal.

Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP)

Em análise vão estar temas como o panorama atual das finanças públicas, a carga fiscal, as opções de política orçamental, o peso da dívida pública e a sua implicação na justiça interjecional, além do papel do Estado na economia.

A inteligência artificial no setor financeiro, nomeadamente ao nível da automatização de processos, da análise de dados e da tomada de decisão em contextos de investimento, é outro dos assuntos em debate. Participam nesta sessão Gonçalo Freire, fintech solutions director e advisor to Portugal Fintech Board, Pedro Baldaia, head of equities do Banco Carregosa, e Filipa Castro, head of AI Tech Lab da Euronext.

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Ministra da Energia acusa França de ‘pouco interesse’ em ligar-se à Ibéria e de criar barreiras ao mercado interno

Sobre as causas, a ministra adianta que já se conhecem os primeiros centros eletroprodutores que se desconectaram da rede e a respetiva zona, mas não é claro sequer se o problema surgiu nessa área.

A ministra da Energia em Portugal, Maria da Graça Carvalho, acusa França de “não ter muito interesse” em reforçar as ligações a Espanha, e alerta para as consequências a nível europeu dessa postura, ao mesmo tempo que assume que os governos ibéricos vão insistir “com mais força” em relação a este tema, junto da Comissão Europeia.

Penso que França não tem muito interesse [em reforçar as interconexões com a Península Ibérica] porque tem muita energia nuclear“, avalia a ministra da Energia, em declarações ao jornal espanhol El País, indicando que os problemas ambientais associados à ligação são ultrapassáveis. E sublinha que França terá benefícios com esta interconexão no caso de uma crise energética.

A mesma garante que ambos os governos ibéricos vão retomar o tema “com mais força” junto da Comissão Europeia. “Esta não é uma questão trilateral ou bilateral, é uma questão europeia”, até porque França “está a colocar barreiras ao mercado interno”, acusa.

Sobre as causas, a ministra adianta apenas que já se conhecem os primeiros centros eletroprodutores que se desconectaram da rede e a respetiva zona, mas não é claro sequer se o problema surgiu nessa mesma área. Eventuais pedidos de compensação a Espanha são, para já, inoportunos, desconhecendo-se a origem, considera.

Em relação à separação dos dois mercados, que foi revertida parcialmente na quinta-feira passada, Maria da Graça Carvalho afirma que “foi uma precaução” por questões de segurança e que tem “um custo”, do qual o Governo estava consciente, e que se traduziu na subida de preço no mercado grossista. Contudo, caso a conexão fosse reposta prematuramente, poderia existir um novo incidente, pelo que se optou por uma postura “cautelosa”.

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Nos reformula comissão executiva

  • Lusa
  • 12 Maio 2025

A assembleia-geral foi aproveitada "para reformular a Comissão Executiva, de acordo com os mesmos princípios aplicados à reorganização do grupo Nos como um todo", escreveu Miguel Almeida.

O presidente executivo (CEO) da Nos anunciou esta segunda-feira alterações na Comissão Executiva (CE) na distribuição de pelouros, adiantando que esta reformulação segue os mesmos princípios aplicados à reorganização do grupo, antecipando os desafios do futuro. Esta informação consta de um email enviado por Miguel Almeida aos trabalhadores da Nos, ao qual a Lusa teve acesso.

No email, o CEO começa por lembrar que na assembleia-geral de acionistas, no mês passado, elegeram-se os órgãos sociais da Nos para o mandato 2025-2027 e, consequentemente, uma nova Comissão Executiva. O momento “foi aproveitado para reformular a Comissão Executiva, de acordo com os mesmos princípios aplicados à reorganização do grupo Nos como um todo, atento o objetivo de transformar a empresa antecipando os desafios do futuro”, acrescenta Miguel Almeida.

“Aos que não continuam esta viagem connosco, deixo uma palavra de agradecimento pelo enorme contributo para tudo o que conseguimos até agora. Tenho absoluta confiança que todos que mantêm as atuais ou assumem novas responsabilidades, nas diferentes áreas e níveis da organização, irão escrever páginas de ainda maiores sucessos, tornando a Nos mais forte e aportando ainda mais valor aos seus diversos stakeholders, ao mesmo tempo que nos levam à liderança do mercado”, conclui o CEO da Nos.

A CE é liderada por Miguel Almeida e composta por seis elementos. O CEO tem como pelouros a transformação, estratégia e desenvolvimento de negócio, Nos Madeira e Nos Açores. Os pelouros de cibersegurança, redes, sistemas de informações, operações, entre outros, estão sob a alçada de Jorge Graça.

Além da área financeira, Luís Nascimento tem os pelouros de pessoas e organização, conteúdos, audiovisuais, cinemas, relação com investidores & corporate finance, entre outros. Sob a alçada de Daniel Beato estão áreas como PME, comercial B2C, marketing B2C, marca e comunicação, com Filipa Carvalho a ter os pelouros jurídico, compras e logística, regulação e concorrência e sustentabilidade, entre outras.

Já Manuel Eanes fica com a recém-adquirida Claranet, o centro para a transformação de empresas, Ten Twenty One e soluções empresariais, entre outros. A Nos tem vindo, nos últimos anos, sobretudo no segmento empresarial, a introduzir cada vez um maior número de soluções tecnológicas, nomeadamente integração de sistemas, serviços de cloud, inteligência artificial (IA), entre outros.

Esta reorientação estratégica conta com a criação da Ten Twenty One, a compra de uma participação na DareData e a aquisição da Claranet Portugal.

De acordo com fontes contactadas pela Lusa, nesta evolução da empresa, haverá por um lado, funções redundantes, e outras que precisarão de ser preenchidas, pelo que isso significa que haverá pessoas a sair do grupo e outras que serão contratadas com outros perfis e competências. A reorganização começou na CE, com redução do número de elementos e alteração de pelouros e responsabilidades, os quais foram, então, anunciados.

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As novas diretrizes do Banco de Portugal sobre o sistema de controlo interno

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  • 12 Maio 2025

O novo Aviso n.º 2/2025 do Banco de Portugal altera o Aviso n.º 3/2020, implicando a necessidade de uma nova uma adaptação do sistema de controlo interno das instituições financeiras.

Os requisitos estabelecidos no Aviso n.º 3/2020, referente aos sistemas de governo e controlo interno e aos padrões mínimos em que deve assentar a cultura organizacional das instituições financeiras, não são novos e não foram descurados pelo Banco de Portugal, que considerou essencial atualizar este instrumento através da publicação do Aviso n.º 2/2025. São vários os capítulos que, citando o Banco de Portugal, mereceram uma “atualização e clarificação” e, alertando para a necessidade de uma rápida adaptação das instituições financeiras, sublinhamos os requisitos alterados com maior destaque.

Uma das principais alterações prende-se com a obrigatoriedade de aprovação de regulamentos internos e planos de formação próprios por parte dos órgãos de administração e fiscalização, cuja intenção consiste em garantir a qualificação adequada e a atualização regular sobre os riscos existentes e emergentes. Embora represente uma sobrecarga acrescida para as instituições de menor dimensão, este reforço visa fortalecer a capacidade de resposta num setor em permanente evolução, implicando, naturalmente, custos adicionais relevantes para estas instituições.

O Banco de Portugal prevê, também, o alargamento da obrigação de adoção de um órgão de fiscalização a todas as instituições abrangidas pelo Aviso, com exceção das sucursais de instituições de crédito, de instituições financeiras e de empresas de investimento com sede em países que não sejam Estados-Membros da União Europeia. Apesar de visar fortalecer a supervisão interna, tal medida representará, mais uma vez, um encargo considerável para as instituições que atualmente não o detenham, traduzindo-se num desafio adicional decorrente da obrigatoriedade de formalização de procedimentos pelo órgão de fiscalização, necessários para o exercício adequado das suas funções, além do custo associado a esta fiscalização.

Foram também introduzidas alterações nos requisitos da Política sobre Transações com Partes Relacionadas, passando a ser exigidos procedimentos mais rigorosos na monitorização e no reporte dessas transações. Da mesma forma, os requisitos sobre a Política de Seleção e Designação do Revisor Oficial de Contas (“ROC”) ou das Sociedades de Revisores Oficiais de Contas (“SROC”) foram objeto de revisão, passando a incluir, como requisito adicional, a definição de procedimentos adequados para o reporte, tendo ainda sido clarificado que esta obrigação se aplica a todas as entidades habilitadas a receber depósitos.

Com a publicação do Aviso n.º 2/2025, uma das novas exigências é a introdução de uma avaliação formal das funções de controlo interno, que deve ser realizada anualmente e será parte integrante do Relatório Anual de Autoavaliação. O Banco de Portugal prevê ainda a necessidade de introdução de requisitos adicionais quanto ao conteúdo deste relatório e dos relatórios anuais das funções de controlo interno, como a análise detalhada dos riscos identificados e a avaliação da efetividade das políticas de controlo interno, além da alteração do período de referência, passando de 30 de novembro para 30 de setembro de cada ano.

Contudo, nem todas as alterações representam encargos para as instituições. No que diz respeito ao sistema de controlo interno e gestão de riscos, o novo Aviso elimina o conceito de “incumprimentos”, sendo agora também agregados na base de dados central de deficiências.

Além disso, é flexibilizado o modelo organizativo das funções de controlo interno, permitindo o desdobramento da função de gestão de riscos em várias unidades de estrutura.

O novo Aviso estabelece ainda que a subcontratação de tarefas operacionais das funções de controlo interno possa ocorrer de forma permanente, deixando de ser, por regra, meramente ocasional.

Em consequência destas alterações, com a nova data de reporte estabelecida para 15 de novembro e considerando a ausência de um período transitório para a adaptação dos processos vigentes, torna-se imperativo que as instituições desenvolvam esforços atempados no sentido de endereçar as alterações regulamentares com vista à sua implementação.

Daniela Arruda, Senior Manager EY, Consulting Financial Services
Letícia Sabrosa Pimenta, Consultant EY, Consulting Financial Services

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Papa Leão XIV pede libertação de jornalistas presos e defende liberdade de expressão

  • Lusa
  • 12 Maio 2025

O Papa afirmou querer "reiterar a solidariedade da Igreja para com os jornalistas presos por procurarem e reportarem a verdade". Leão XIV destacou ainda que o potencial da IA exige responsabilidade.

O Papa Leão XIV pediu esta segunda-feira a libertação dos jornalistas presos e “a salvaguarda do bem precioso da liberdade de expressão e de imprensa“, durante uma audiência com a comunicação social que acompanhou o conclave.

Perante milhares de jornalistas reunidos no Salão Paulo VI para a primeira audiência do seu pontificado, o primeiro Papa norte-americano disse querer “reiterar a solidariedade da Igreja para com os jornalistas presos por procurarem e reportarem a verdade“, pedindo a sua libertação.

“A Igreja reconhece nestes testemunhos — penso naqueles que narram a guerra, mesmo à custa da própria vida — a coragem daqueles que defendem a dignidade, a justiça e o direito dos povos a serem informados, porque só as pessoas informadas podem tomar decisões livres”, afirmou Robert Francis Prevost, na sua mensagem.

O sofrimento destes jornalistas presos desafia a consciência das nações e da comunidade internacional e convoca-nos a todos para salvaguardar o precioso valor da liberdade de expressão e de imprensa“, acrescentou.

O Papa, de 69 anos e eleito há quatro dias, iniciou a sua mensagem com as palavras: “Bem-aventurados os que trabalham pela paz”, pedindo aos profissionais da imprensa que “usem um tipo diferente de comunicação, que não procure o consenso a todo o custo, que não se revista de palavras agressivas, que não abrace o modelo da competição e que nunca separe a busca da verdade do amor com que devemos procurá-la humildemente”.

Para Leão XIV, a forma como comunicamos é de importância fundamental, pelo que se deve “dizer não à guerra das palavras e das imagens”.

Admitindo que o mundo está “a viver tempos difíceis de navegar e de comunicar”, o Papa lembrou aos jornalistas que “estão na linha da frente”, quando narram conflitos e esperanças de paz ou situações de injustiça e pobreza”. Por isso, pediu-lhes que “escolham consciente e corajosamente o caminho da comunicação da paz”, tendo sido aplaudido pelos jornalistas em vários momentos do discurso.

Leão XIV destacou ainda que o imenso potencial dos desenvolvimentos tecnológicos e da inteligência artificial exige responsabilidade e discernimento. Um tema que já tinha abordado no fim de semana, quando explicou que a escolha do seu nome de Papa se deveu ao facto de acreditar que a Igreja deve enfrentar atualmente os desafios de “outra revolução industrial” que é o desenvolvimento da inteligência artificial.

“O Papa Leão XIII, com a histórica Encíclica ‘Rerum Novarum’, abordou a questão social no contexto da primeira grande revolução industrial e hoje a Igreja oferece a todos o seu legado de doutrina social para responder a uma nova revolução industrial e aos desenvolvimentos da Inteligência Artificial, que traz novos desafios na defesa da dignidade humana, da justiça e do trabalho”, concluiu.

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Fundo de pensões dos professores do Canadá compra olival no Ribatejo à Trilho Saloio

Liderada por Rita Barosa e detida a 100% pelo fundo OTPP, que controla a Logoplaste, Aggraria fica com a exploração com 180 hectares de olival em Santarém. Trilho Saloio passa apenas a produzir nozes.

A Aggraria comprou uma exploração com cerca de 180 hectares de olival localizado em Alcanhões, no concelho de Santarém. O negócio, cujo valor não foi divulgado, foi fechado com a Trilho Saloio, que com a venda desta propriedade no Ribatejo ficará apenas dedicada à produção de nozes na região centro do país.

Detida a 100% pelo fundo de pensões canadiano OTPP (Ontario Teachers’ Pension Plan Board), acionista de referência da Logoplaste, a empresa fez o primeiro investimento em 2003. Processa as azeitonas num lagar com capacidade de transformar 90 milhões de quilos por campanha, em Ferreira do Alentejo, descreve esta aquisição como um “caminho de crescimento natural da empresa”.

“É o primeiro investimento numa região com muita tradição na produção de azeite. Continuamos focados em crescer no olival, onde atualmente temos cerca de 7.000 hectares de área sob gestão”, sublinha Rita Barosa, CEO da Aggraria, que controla explorações de olival em regime de propriedade ou arrendamento a longo prazo.

A propriedade ribatejana, comprada agora por esta que se apresenta como uma das maiores empresas de olival a nível mundial, estava nas mãos da Trilho Saloio, liderada por João Sanches, que fala nesta transação como uma “redefinição estratégica”. A empresa que detém uma participação na Gonuts (lavagem, secagem, calibragem e embalagem) vai concentrar-se a partir de agora na produção de nozes para abastecer o mercado ibérico.

Citado em comunicado, o CEO da Trilho Saloio salienta que este setor das nozes está “em franca recuperação com a subida gradual dos preços e o aumento do consumo”, pelo que antevê “uma oportunidade única para colocar esta região de excelência na mira dos principais compradores e consumidores europeus deste fruto seco”.

É a confirmação de que Portugal não se limita apenas ao Alentejo e ao Alqueva, que, apesar de ser o principal hub agrícola nacional, é já um destino muito concorrido para este tipo de investidores.

Manuel Albuquerque

Head of Agribusiness para o Sul da Europa da CBRE

Esta transação, apontada como “particularmente relevante por ser um dos primeiros investimentos institucionais em culturas permanentes na região do Ribatejo”, foi assessorada pelo departamento de agribusiness da consultora imobiliária CBRE, que em fevereiro também foi responsável pela venda da Herdade da Zambujeira do grupo Agrihold (famílias Martinavarro e Ballester) a um fundo da igreja mórmon.

“É um passo importante para a região e a confirmação de que Portugal não se limita apenas ao Alentejo e ao Alqueva, que, apesar de ser o principal hub agrícola nacional, é já um destino muito concorrido para este tipo de investidores. O investimento institucional tem-se diversificado tanto em culturas como em regiões, e Portugal continua a ser um mercado muito atrativo”, resume Manuel Albuquerque, Head of Agribusiness para o Sul da Europa da CBRE.

O interesse dos investidores nacionais e internacionais pelo setor agrícola na Península Ibérica subiu nos últimos anos, com a maior parte do volume de investimento concentrado nas regiões de Alqueva e Andaluzia. Segundo dados da consultora, entre 2022 e 2024, o investimento total na Ibéria atingiu 4.100 milhões de euros e “a profissionalização do setor agrícola tem facilitado a entrada de investidores institucionais”.

Por outro lado, finaliza a CBRE em comunicado enviado esta segunda-feira às redações, o setor está a atrair a comunidade investidora “devido às rentabilidades atrativas e à possibilidade de desenvolver portefólios diversificados, minimizando a volatilidade e reduzindo a relação risco/retorno das carteiras”.

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Bernard Arnault entrega Moet Hennessy ao filho, Alexandre. Missão: ressucitá-la!

  • ECO
  • 12 Maio 2025

É o braço do grupo LVMH com piores resultados e uma tarefa diplomática mais espinhosa: as tarifas norte-americanas.

MH. São as duas letras com pior desempenho quando se fala do grupo de luxo LVMH e o assunto suscitou mudanças na companhia. Alexandre, um dos cinco filhos de Bernard Arnault, e, como todos, na calha para suceder ao pai, passou em fevereiro para a Moet Hennessy, companhia de champanhes, espirituosas e vinhos, e tem agora como missão ressuscitar esta divisão do grupo – a que apresentava piores resultados e que agora enfrenta uma guerra de tarifas com os EUA.

Não por acaso, Alexandre Arnault, 33 anos, acompanhou o pai na semana passada até Washington para a tomada de posse de Steve Witkoff como enviado ao Médio Oriente. Trump referiu-se a ele como “o futuro” e terá mantido uma reunião com pai e filho. A LVMH, contactada pela Reuters, declinou comentar o encontro.

A guerra tarifária pode afetar produtos de origem protegida como os champanhes Moet Hennessy que só podem ser produzidos na região demarcada com o mesmo nome, em França. As tarifas são agora de 10% e podem chegar aos 20% em junho.

A Moet Hennessy fechou 2024 com um dos piores resultados do grupo, cerca de seis mil milhões de dólares de volume de negócios e, pelo segundo ano consecutivo, em queda.

Alexandre Arnault chegou em fevereiro à Moet Hennessy, ao lado de um dos homens de confiança de Bernard Arnault, Jean-Jacques Guiony. Uma das primeiras medidas foi anunciar cortes na MH e concentrar os orçamentos de marketing nas grandes marcas. O novo administrador afirmou que a divisão de ultra luxo da empresa de bebidas será autonomizada e ficará diretamente sob a sua alçada.

O executivo estava até agora na joalheira Tiffany e é um dos cinco filhos de Bernard Arnault que desempenham cargos na LVMH. Delphine, 50 anos, é CEO da Dior. Antoine, 47, é diretor de comunicações. Frederic, 30, tornou-se recentemente CEO da Loro Piana e Jean, lidera o marketing dos relógios Loius Vuitton. Qualquer um deles lhe pode vir a suceder, embora, para já, Bernard Arnault, 76 anos, não dê mostras de querer sair.

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Caixa de Previdência dos advogados quer jovens a pagar menos

  • ADVOCATUS
  • 12 Maio 2025

A medida faz parte de um conjunto de propostas da instituição e enviado à Comissão criada pelo Governo para estudar o atual sistema de previdência dos advogados e solicitadores. 

A Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) tem em estudo a “criação de um novo escalão intermédio entre os atuais 4.º e 5.º escalões”. A intenção é que a progressão dos beneficiários advogados que iniciam o exercício da profissão seja mais lenta, avança o Jornal de Negócios.

A medida faz parte de um conjunto de propostas da instituição e enviado à Comissão criada pelo Governo para estudar o atual sistema de previdência dos advogados e solicitadores.

Atualmente, o 5.º escalão, o mais baixo, é o que preenche grande parte dos beneficiários — no ano passado foram 26.089, no total de 39.972 beneficiários, que pagaram contribuições à CPAS. Mas implica a contribuição mensal de 288,65 euros. A criação de um escalão intermédio seria, assim, “uma medida muito importante para os jovens profissionais e que se afigura de toda a justiça”, sublinha Victor Alves Coelho, ao Negócios.

Em contrapartida, o responsável da CPAS admite que os estagiários passem a contribuir obrigatoriamente, na mesma medida em que, de acordo com as novas regras resultantes da revisão da lei das associações profissionais, os estágios também passam a ser obrigatoriamente remunerados. Com efeito, hoje em dia já está prevista uma contribuição mais baixa para os estagiários, mas esta é facultativa.

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“Não temos interesse na fusão”, diz Abanca sobre Sabadell

Banco galego já reagiu à notícia sobre o interesse do Sabadell para uma fusão. "Não estamos interessados", responde a instituição liderada por Juan Carlos Escotet.

“Perante as recentes informações publicadas em vários meios sobre uma possível operação corporativa com o Banco Sabadell, o Abanca deseja insistir que não tem interesse nesta operação”, responde assim o banco galego liderado por Juan Carlos Escotet.

De acordo com a imprensa espanhola, o Sabadell está a explorar uma possível fusão com o Abanca e com quem manteve conversações preliminares recentemente, num esforço para travar a oferta pública de aquisição (OPA) hostil lançada pelo BBVA. Mas o banco com sede na Galiza não está interessado.

“Somos uma entidade comprometida com a geração sustentável de valor para os nossos clientes, trabalhadores e acionistas, e qualquer decisão estratégica que tomemos estará sempre alinhada com este objetivo”, sublinha o Abanca em comunicado publicado no seu site.

Mais: “Queremos enfatizar que apenas participaremos em operações que garantam a preservação do nosso modelo de governança e o nosso modelo de negócio, pilares fundamentais do nosso êxito”.

"Perante as recentes informações publicadas em vários meios sobre uma possível operação corporativa com o Banco Sabadell, o Abanca deseja insistir que não tem interesse nesta operação.”

Abanca

Recentemente, o Abanca fechou a aquisição do banco português Eurobic e que lhe permitiu tornar-se no sétimo maior banco no mercado luso. É nesta operação que os galegos estão focados. “A nossa prioridade atual é terminar com sucesso a integração do Eurobic em Portugal, um passo chave do nosso plano estratégico 2025-2027, que está focado no fortalecimento integral das nossas áreas de negócio e em consolidar a nossa presença nos mercados onde operamos”, indica a instituição.

Sobre a operação de fusão em apreço, o Abanca refere que não fará mais comentários sobre “especulações de mercado”.

O BBVA lançou uma OPA hostil há exatamente um ano e desde então o Sabadell tem procurado contrariar as intenções do banco concorrente e é neste contexto que surge uma potencial fusão com o Abanca.

Caso a fusão avance, o Abanca daria um grande salto no mercado espanhol. No final de 2024, a entidade com sede na Galiza tinha 97 mil milhões de euros em ativos. O banco que resultasse da fusão passaria a controlar perto de 281 mil milhões de euros em ativos, tornando-se no quarto banco do sistema espanhol, atrás do Caixabank, Santander e BBVA.

(Notícia atualizada às 13h52)

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Miranda Sarmento sublinha necessidade de UE chegar a acordo com EUA sobre tarifas

Ministro das Finanças defende que a Europa tem de olhar para os seus interesses, mas procurar chegar a um entendimento para que não haja aplicação de tarifas.

O ministro das Finanças reiterou esta segunda-feira que a Comissão Europeia deve negociar com a Administração Trump para chegar a um entendimento sobre as tarifas. Joaquim Miranda Sarmento falava aos jornalistas à entrada para o Eurogrupo, em Bruxelas, quando foi questionado sobre se o entendimento entre os EUA e a China era um sinal de esperança também para o bloco comunitário.

É preciso negociar, sentar à mesa com a Administração americana. Há um processo negocial a decorrer. A Europa tem de olhar para os seus interesses, mas procurar chegar a um entendimento para que não haja aplicação de tarifas ou que sejam o mais mitigado possível“, disse Joaquim Miranda Sarmento.

O governante sublinhou que quer a Europa quer os outros blocos estão a fazer o seu trabalho de sentar com a administração americana e perceber o que pode ser obtido na questão das tarifas.

A Comissão continua a fazer o seu trabalho. Há aqui um tempo de negociação onde naturalmente há avanços e recuos como é normal nestes processos. No final do dia, o importante é que as políticas comerciais dos blocos económicos não prejudiquem os agentes económicos, os consumidores e os de menor rendimento“, disse.

Indicadores da economia portuguesa mostram recuperação

O ministro garantiu ainda que o Governo mantém a previsão de crescimento de 2,4% este ano, apesar do desempenho abaixo do esperado no arranque do ano.

“Esperamos recuperar nestes três trimestres. Apesar de algum impacto que o apagão teve, os indicadores estão a mostrar alguma recuperação. Também tivemos a Páscoa este ano no segundo trimestre e não no primeiro, isso tem algum impacto no consumo e no turismo”, frisou.

Para Miranda Sarmento, “não há nenhuma informação que obrigue a qualquer revisão”.

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Pedidos de exame para radioamador disparam após apagão energético

Anacom recebeu 40 pedidos de exame de aptidão para radioamadorismo na semana de 1 a 7 de maio, quando costumam ser em média 45 por mês.

O interesse pelo radioamadorismo cresceu entre os portugueses depois do apagão que pôs a Península Ibérica às escuras. O número de pedidos de realização de exames de radioamador numa semana foi quase o mesmo do que costuma ser num mês inteiro, de acordo com a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom).

Entre os dias 1 e 7 de maio, logo depois da falha elétrica generalizada de 28 de abril, o serviço de atendimento ao público contabilizou 40 solicitações de exames de aptidão, quando nos primeiros quatro meses do ano a média mensal foi de 45 pedidos.

Quem recorre ao regulador das comunicações para pedir testes de radioamador, geralmente fá-lo por duas razões: para ter acesso a comunicações que não estejam dependentes de eletricidade, cabos ou antenas e por considerar que o serviço de rádio amador é um meio alternativo eficaz em catástrofes.

“As estações de amador são meios fiáveis e persistentes de comunicação através de radiofrequências. Essas estações são, por norma, constituídas por vários equipamentos de rádio, incluindo os acessórios necessários, como as antenas que permitem a emissão e/ou a receção das comunicações”, recorda a Anacom, em comunicado divulgado esta segunda-feira.

A instituição liderada por Sandra Maximiano considera que este aumento de pedidos e demonstrações de interesse “contraria a tendência que se tem verificado, marcada por uma redução do número de radioamadores” e acredita que é necessário promover a sua utilização junto dos mais novos (maiores de 16 anos).

As estações de amador permitem comunicar ponto-a-ponto ou ponto-multiponto sem infraestruturas de rede como os telemóveis, mas existem três tipos diferentes. As estações móveis são utilizadas em carros e precisam de alimentação externa (a bateria do veículo), enquanto as portáteis têm as suas baterias e as fixas dependem da rede elétrica ou geradores.

O exame de aptidão para radioamador, realizado pela Anacom, é o principal mecanismo de acesso e de progressão entre as categorias de amador 1, 2 e 3. É uma atividade recreativa, mas implica que os candidatos entendam de temas como legislação, segurança, radioeletricidade, transmissão e propagação para estarem aptos a comunicar através destes meios que envolvem telegrafia, walkie talkies dual band (duas faixas de frequência e diferentes dos convencionais) ou operações por satélite.

Se estiver interessado em fazer um teste para a categoria 1 (nível elevado), a Anacom disponibiliza no site oficial alguns exemplos de perguntas que são colocadas, como acontece nos exames nacionais de acesso ao ensino superior. Por exemplo: “A lei das malhas de Kirchhoff também se designa por?” com escolha múltipla entre “lei das potências”, “lei das tensões”, “lei das correntes” ou “lei das resistências”.

No comunicado de imprensa publicado esta manhã, a Anacom recorda que, em 2022, entregou ao Governo um anteprojeto de alteração do decreto-lei que define as regras aplicáveis aos serviços de radiocomunicações de amador e de amador por satélite, bem como o regime de atribuição de certificados e autorizações especiais aos amadores e de licenciamento de estações de uso comum. Porém, a legislação ainda não teve alterações.

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