Moçambique prevê tributar em 2025 e 2026 mais-valias da Galp em venda de participação
O Governo moçambicano espera o pagamento de impostos sobre mais-valias pela Galp em 2025 e 2026, da venda da participação de 10% no consórcio na Área 4 de gás natural.
O Governo moçambicano espera o pagamento de impostos sobre mais-valias pela Galp GALP 0,37% em 2025 e 2026, da venda da participação de 10% no consórcio na Área 4 de gás natural, segundo documentação oficial consultada pela Lusa.
“Em 2024, a empresa Galp anunciou a intenção de vender a sua participação de 10% na Área 4 à companhia petrolífera nacional dos Emirados Árabes Unidos, Adnoc. Espera-se que algumas transações relacionadas com esta operação se concluam em 2025 e 2026, o que deverá gerar pagamentos de imposto sobre mais-valias”, lê-se no Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP), documento aprovado em 24 de junho, em Conselho de Ministros.
A Área 4 é operada pela Mozambique Rovuma Venture (MRV), uma joint venture em copropriedade da ExxonMobil, Eni e CNPC (China), que detém 70% de interesse participativo no contrato de concessão.
A Galp (até este ano), Kogas (Coreia do Sul) e a ENH – Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (Moçambique) detêm cada uma participação de 10%.
O documento do Governo moçambicano refere que “dada a natureza incerta deste fluxo de receitas”, as estimativas atuais “não incorporam valores específicos para o imposto sobre mais-valias, sendo esperado que as projeções sejam atualizadas oportunamente à medida que novas informações estejam disponíveis”.
A Galp anunciou em 28 de março último que concluiu a venda da sua participação de 10% na Área 4 em Moçambique por 881 milhões de dólares (816 milhões de euros) à XRG, uma subsidiária integral da Abu Dhabi National Oil Company (ADNOC).
Em comunicado enviado à Comissão do Mercados de Valores Mobiliários (CMVM), a Galp informava que o montante recebido “inclui o valor patrimonial das ações, o reembolso de suprimentos das ações e investimentos acumulados realizados desde a data de referência da transação de 31 de dezembro de 2023”.
A petrolífera portuguesa adiantou que podia haver lugar a “pagamentos contingentes adicionais de 100 milhões de dólares e 400 milhões de dólares” após a conclusão da transação, sujeitos à decisão final de investimento da Coral Norte e Rovuma LNG, respetivamente.
A Área 4, detalhava a empresa, inclui o Coral Sul FLNG [sigla em inglês que identifica a plataforma flutuante], a operar desde 2022, bem como os desenvolvimentos ‘onshore’ nos prospetivos Coral Norte FLNG e Rovuma LNG, ambos com previsão de aprovação em 2024/2025″.
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