Caixabank afasta aquisições de outros bancos em Portugal

Questionado sobre um eventual interesse no BCP ou Novobanco, Gonzalo Gortázar adiantou que a estratégia do BPI passará pelo crescimento "puramente orgânico".

O BPI “está a fazer as coisas bem” e irá continuar a crescer e “de forma puramente orgânica” nos próximos anos, adiantou esta terça-feira o líder do Caixabank, Gonzalo Gortázar, afastando o interesse na aquisição de outros bancos em Portugal.

O grupo espanhol tem sido apontado como o principal candidato a mexer na consolidação do setor bancário em Portugal, seja com o BCP ou com o Novobanco, que se prepara para ser vendido pelo fundo americano Lone Star.

Mas esse não é o plano que os espanhóis têm para o BPI, que controlam a 100%. “Porque o BPI está a fazer as coisas bem, com o apoio de uma grande instituição como o Caixabank, (…) não contemplamos nenhuma operação de crescimento que não seja puramente orgânico em Portugal”, afirmou Gonzalo Gortázar em conferência de imprensa para a apresentação do plano estratégico 2025-2027. “Queremos continuar a crescer no BPI de forma orgânica”, frisou.

O plano estratégico para os próximos três anos prevê que o BPI reforce a quota de mercado em Portugal, apontando para taxas de crescimento anuais acima de 4% até 2027, quando se espera que a redução das taxas de juro venha a afetar os lucros do setor.

Gortázar notou que o BPI dispõe de um rácio de capital “notável”, o que dá ao banco português uma boa margem para distribuir dividendos. “Mas será sempre respeitando o rácio de solvência, que é mais elevado em Portugal do que em Espanha, e assegurando sempre que o BPI tem capital para continuar a crescer”, apontou o líder do grupo espanhol.

Na sua estratégia, o Caixabank prevê distribuir entre 50% e 60% dos seus resultados entre 2025 e 2027 e o rácio de payout do BPI “não será diferente”, assegurou o gestor espanhol.

Sobre o Banco Fomento Angola, revelou confiança no processo de venda através da bolsa. “Estamos contentes por acompanhar o Estado angolano na venda do BFA, trabalharemos com o Estado e com o BFA para tornar isso possível”, disse.

*O jornalista viajou a Madrid a convite do Caixabank.

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Presidente da FFMS diz que “é fundamental perceber se Portugal está a perder ou a ganhar qualificações”

O país necessita de afinar os dados do fluxo migratório, para se conhecer o perfil dos que saem do país para trabalhar noutros países, e de quem está a chegar às fronteiras, alerta Gonçalo Matias.

O fluxo migratório em Portugal está a criar desequilíbrios de habilitações académicas, alerta o presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS). “Há muita gente a entrar no país com qualificações, mas em idade da reforma, ou para criar empresas, não para reforçar o tecido produtivo”, nota Gonçalo Saraiva Matias, no painel sobre retenção e atração de talento da 1.ª Local Summit, realizada pelo ECO/Local Online nesta terça-feira, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

“Se olharmos para o tipo de imigração que estamos a receber e o tipo de saídas que estamos a ter, há um défice de qualificação. Se olharmos para o perfil da emigração, vemos que é altamente qualificada. Há cerca de 50 mil pessoas a sair por ano, a esmagadora maioria entre 18 e 35 anos, mais de metade com ensino superior”, nota Gonçalo Saraiva Matias.

“Não temos dados exatos da imigração, mas se pensarmos que 30% do stock de imigração é brasileira, temos 10% que vêm do Hindustão, e os setores preferenciais são agricultura e turismo, percebemos os perfis de que estamos a falar”.

Se olharmos para o perfil da emigração, vemos que é altamente qualificada. Há cerca de 50 mil pessoas a sair por ano, a esmagadora maioria entre 18 e 35 anos, mais de metade com ensino superior.

Gonçalo Saraiva Matias

Presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos

Sobre os mais qualificados, cita dados do Eurostat, que “mostram que há entrada significativa de pessoas com qualificações elevadas, mas temos de ver em que termos”.

“Há gente muito qualificada a entrar, mas em nichos. Não estamos a falar de grandes números. Há muitas pessoas a entrar, com altas qualificações que não estão em idade ativa, têm mais de 65 anos. São reformados dos países europeus”.

O país necessita de uma radiografia do fluxo migratório, e a FFMS está preparada para a tarefa. Há um trabalho a fazer, insta o Gonçalo Saraiva Matias. “Quais são as qualificações que estão a sair, as que estão a entrar, em idade ativa ou não ativa. Não acredito que o trabalho esteja feito em Portugal em termos de finura destes dados. A Fundação Francisco Manuel dos Santos está disponível para fazer este trabalho”, assegura.

É fundamental perceber se Portugal está a perder ou a ganhar qualificações”, alerta, apontando o caso dos jovens portugueses, que já hoje são dos mais qualificados da Europa, mas continuam a auferir média salarial de mil euros.

“Portugal fez um investimento brutal em educação. Os jovens portugueses têm formação acima da média da UE em termos de qualificações, estão em quinto lugar europeu em competências digitais, mas a média dos salários está nos 1000 euros e a idade de saída de casa dos pais está quatro, cinco anos acima da média europeia. Se juntarmos tudo isto, o resultado é evidente”, lamenta. “É bom que os jovens saiam [do país]. O problema é se não tiverem condições para voltar. Com estes factos, e impossível pensar que vamos dar condições de regresso”.

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Pensões, touradas e IRC. UTAO recebe cinco pedidos de avaliação sobre propostas de alteração ao Orçamento

PSD solicitou avaliação de propostas do PS e Chega sobre pensões e da IL sobre abolição da derrama estadual. Chega quer análise sobre IRC e PAN, Livre e Bloco de Esquerda sobre IVA nas touradas.

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) recebeu cinco pedidos de avaliação sobre propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), centradas em três temas: pensões, IRC e IVA das touradas. O maior número de solicitações partiu do PSD, enquanto o Chega pediu a análise a uma proposta dos sociais-democratas e dos centristas que os proponentes à partida votarão contra.

O PSD fez chegar à unidade coordenada por Rui Nuno Baleiras três pedidos, dois dos quais sobre o impacto orçamental de alterações que têm em vista a atualização de pensões. Os sociais-democratas querem não só uma avaliação da proposta do PS sobre uma atualização extraordinária de forma estrutural e permanente para as pensões até aos 1.566 euros, o que corresponde a três Indexantes dos Apoios Sociais (IAS) em 1,25 pontos percentuais, acima da atualização regular de janeiro, como também da proposta do Chega, que determina uma subida extraordinária de 1,5% para reformas até 1.018,52 euros mensais brutos.

O Governo prevê para as pensões o aumento regular previsto na lei e comprometeu-se com um ‘bónus’ extraordinário caso as condições económicas e financeiras o permitam. O PSD e o CDS-PP, os dois partidos que suportam o Executivo de Luís Montenegro no Parlamento, apresentaram mesmo no âmbito da especialidade uma proposta para verter na lei para o próximo ano este compromisso. A proposta não define, contudo, concretamente quais as condições que serão avaliadas.

Do lado do Governo não há disponibilidade para acomodar as propostas da oposição nesta matéria, mas poderá ver a vontade contrariada por uma coligação negativa. Para passar, a proposta do PS precisa de somar aos 78 votos do PS, o voto favorável ou a abstenção dos 50 parlamentares do Chega. A abstenção favorece sempre o lado com mais votos e o PSD, com 78 lugares, o CDS, com dois, e a IL, com oito, perfazem 88, ou seja, menos do que os 92 de toda a esquerda (tradicionalmente favorável a aumentos para os pensionistas) junta.

Além das pensões, o PSD solicitou também à UTAO uma avaliação à proposta da Iniciativa Liberal que prevê a eliminação completa da derrama estadual, imposto adicional sobre o IRC. Os liberais argumentam que “a medida tem-se revelado prejudicial para a competitividade económica e para a atração de investimento em Portugal, constituindo uma carga fiscal adicional que penaliza especialmente as empresas em crescimento e as que possuem maior capacidade de contribuir para o desenvolvimento económico do país”.

Aos pedidos do PSD soma-se o pedido de avaliação do Chega à proposta dos socias-democratas que gerou tensão na tarde de sexta-feira passada com o PS, a da redução do IRC em dois pontos percentuais, isto é, dos atuais 21% para 19%. O partido liderado por André Ventura pediu a análise sobre o impacto da medida dos grupos parlamentares do PSD e CDS-PP, embora tenha uma proposta idêntica.

Contudo, a proposta dos dois partidos que suportam o Governo deverá ficar pelo caminho. Os sociais-democratas e os centristas apresentaram a medida de modo a condicionar o PS, anunciando que apenas votariam a favor da sua proposta caso os socialistas chumbassem a redução do IRC de 21% para 20% prevista na proposta do OE2025. Horas mais tarde, o grupo parlamentar do PS esclareceu que iria viabilizar a diminuição do imposto prevista na proposta orçamental, pelo que acabará por ser chumbada pelos próprios proponentes.

À UTAO chegou ainda um pedido de avaliação do PAN, Bloco de Esquerda e Livre para estimar a perda de receita fiscal com a redução do IVA das touradas da atual taxa máxima de 23% para a taxa mínima de 6% proposta pelo PSD e CDS-PP. Aquando da apresentação da proposta, o líder da bancada do CDS, Paulo Núncio, estimou que a medida terá um impacto negativo de “cerca de um milhão de euros por ano”. Os três partidos querem também que a UTAO avalie se a redução cumpre as diretrizes da União Europeia sobre as taxas mínimas de IVA.

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Aumentam os acidentes de trabalho não fatais. Homens são mais afetados

Num ano, foram registados 2,97 milhões de acidentes de trabalho não fatais na União Europeia, indica o Eurostat. Em causa está um aumento de 3% entre 2021 e 2022, por causa da retoma pós Covid-19.

O número de acidentes de trabalho não fatais registados na União Europeia (UE) aumentou em 2022 face ao ano anterior, à boleia da retoma da atividade pós pandemia e do levantamento das restrições que ficaram associadas à Covid-19. Os dados foram publicados esta terça-feira pelo Eurostat, que dá conta que os homens são significativamente mais afetados do que as mulheres por acidentes de trabalho.

“Houve quase 2,97 milhões de acidentes de trabalho não fatais na UE em 2022, um aumento de 3% face aos 2,88 milhões de acidentes de trabalho não fatais registados em 2021 (+87.139 acidentes)”, informa o gabinete de estatísticas, num destaque publicado esta manhã.

Ainda assim, os acidentes de trabalho fatais diminuíram, para 3.286, ou seja, menos 61 mortes do que em 2021 e menos 122 do que em 2013. Com base nestes números, o Eurostat calcula que por cada acidente de trabalho fatal acontecem 905 não fatais.

“Os homens têm uma probabilidade consideravelmente maior do que as mulheres de terem um acidente no trabalho”, observa ainda o gabinete de estatística. Em concreto, em cada três acidentes não fatais registados em 2022, dois envolveram homens.

A explicar esta diferença de género estão, nomeadamente, a maior participação masculina no mercado de trabalho, o tipo de funções assumidas pelos homens e as atividades nas quais eles tendem a trabalhar mais do que elas.

“Por exemplo, há mais acidentes nas minas, na indústria e na construção, setores que tendem a ser dominados pelos homens“, explica o Eurostat. Por outro lado, o trabalho a tempo parcial é mais frequente entre mulheres, o que faz emagrecer a probabilidade de um acidente de trabalho.

Por outro lado, o Eurostat calcula que, em 2022, por cada 100 mil pessoas empregadas na União Europeia, houve 1,66 mortes por acidentes deste tipo, abaixo da taxa de 1,76 mortes verificadas em 2021.

Entre os Estados-membros, Malta, França e Bulgária são os países onde esse rácio é mais elevado, como mostra o gráfico acima. Já os Países Baixos, a Grécia e a Alemanha destacam-se pelo motivo oposto. Portugal, com um rácio próximo de três mortes por cada 100 mil empregados está mais próximo do primeiro grupo do que do segundo.

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Economia “forte” leva Moody’s a melhorar ratings de sete bancos portugueses

A agência justificou as subidas com um perfil mais forte 'macro' de Portugal e a evolução do desempenho e dos fundamentais de vários bancos. BCP e Novobanco sobem para 'baa3' e CGD para 'a3'.

A Moody’s subiu esta terça-feira as notações que atribui a sete bancos portugueses, explicando os upgrades com a melhoria das condições operacionais em Portugal, que conduziram a uma subida do perfil macroeconómico do país de “Forte-” para “Forte”, bem como pela continuação dos progressos no desempenho e nos fundamentais de vários bancos.

“As condições operacionais melhoraram em resultado do crescimento económico estável de Portugal, com um crescimento real do PIB previsto de 1,8% para 2024 e 1,9% para 2025, muito acima da média europeia”, referiu.

A agência recordou que as condições de crédito em Portugal também melhoraram significativamente nos últimos anos, com uma diminuição significativa da alavancagem do setor privado (embora permaneça relativamente elevada), reforçando a capacidade de empréstimo dos bancos à economia real.

A agência vincou que o crédito malparado (NPL) diminuiu para 2,9% dos empréstimos brutos em junho de 2024, contra 3,5% um ano antes, ligeiramente acima da média da União Europeia de 2,2%.

“Além disso, a qualidade de crédito dos bancos portugueses é apoiada por boas condições gerais de financiamento, em grande parte devido a uma base estável de depósitos de clientes que cobre a maior parte das necessidades de financiamento dos bancos, e por fortes indicadores de liquidez, não obstante o reembolso de empréstimos ao abrigo das operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas do Banco Central Europeu (ORPA direcionadas)”, sublinhou.

A Moody’s adiantou que o upgrade do Baseline Credit Assessment (BCA) da Caixa Geral de Depósitos de ‘baa1’ para ‘a3’ reflete a melhoria da qualidade de crédito do banco num contexto de condições operacionais mais fortes para os bancos portugueses. “O BCA da CGD reflete o sólido perfil de risco de crédito do banco, nomeadamente o forte desempenho da qualidade dos ativos e os excelentes níveis de cobertura (169% no final de junho de 2024, face a 134% no ano anterior) e os rácios de capital muito elevados (rácio de fundos próprios tangíveis (TCE) em relação aos ativos ponderados pelo risco de 19,6% no final de junho de 2024)”.

A agência coloca agora o BCP BCP 0,67% e o Novobanco em ‘baa3’, com ambas as notações a subirem de ‘ba1’.

Em relação ao banco liderado por Miguel Maya, a Moody’s teve em consideração “o reforço da qualidade de crédito do banco, em particular a melhoria dos seus indicadores de risco dos ativos em resultado de uma estratégia bem-sucedida de derisking implementada em Portugal nos últimos anos, os seus níveis de capital mais elevados ” e a melhoria, embora ainda modesta, da rendibilidade dos resultados do grupo, que continuará a ser pressionada durante o período de perspetivas por provisões legais consideráveis associadas à carteira de hipotecas em francos suíços da filial polaca.

A subida da notação do Novobanco, cuja venda ou colocação em bolsa pelo fundo norte-americano deverá ocorrer em 2025, reflete a melhoria contínua da fiabilidade creditícia do banco no contexto de condições de funcionamento mais favoráveis para os bancos portugueses, segundo a Moody’s. “O perfil de crédito do Novo Banco melhorou significativamente nos últimos anos, em resultado da conclusão com êxito de um plano de reestruturação acordado com a Comissão Europeia”.

A Moody’s explicou as subida do ratings do Banco Santander Totta e do BPI para ‘baa1’ de ‘baa2’, com as melhorias dos perfis de crédito dos grupos no contexto de um ambiente operacional mais forte para os bancos portugueses.

A agência subiu ainda a notação da Caixa Central do Crédito Agrícola de ‘baa3’ para ‘baa2’ e a do Banco Montepio de ‘ba2’ para ‘ba1’.

BCP, Novobanco e Montepio podem subir mais

A perspetiva positiva para os ratings de depósitos de longo prazo do BCP, Novo Banco e Banco Montepio e para os ratings da dívida sénior sem garantia do Novo Banco e do Banco Montepio refletem a opinião da que os BCA e os ratings de longo prazo destes bancos “poderão ser melhorados se as melhorias nos perfis de crédito dos bancos se mantiverem nos próximos 12 a 18 meses, em particular a melhoria das métricas de risco dos ativos, níveis de capital mais fortes e maior rendibilidade recorrente”.

No caso do BCP, as notações dos depósitos a longo prazo do banco só seriam melhoradas se os ventos contrários enfrentados pela sua filial polaca Bank Millennium se mantivessem contidos”, alertou, no entanto.

A Moody’s conclui que o outlook estável para os ratings de depósitos de longo prazo e de dívida sénior não garantida da CGD, Santander Totta, BPI e Caixa Central (quando aplicável) “reflete a opinião de que o desempenho esperado dos fundamentais financeiros do banco nos próximos 12-18 meses já está refletido nos ratings atuais“.

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Excedente externo atinge recorde no terceiro trimestre

Excedente externo da economia portuguesa subiu para 3,9% do PIB nos primeiros nove meses do ano. Balança de bens e serviços aumentou 2,5 mil milhões de euros face ao mesmo período de 2023.

O excedente externo da economia portuguesa atingiu um novo máximo histórico no terceiro trimestre deste ano, ao alcançar 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Em termos nominais ascendeu a 8,2 mil milhões de euros, mais do dobro do registado no período homólogo, de acordo com dados do Banco de Portugal (BdP) divulgados esta segunda-feira.

O excedente externo alcançado no terceiro trimestre supera, assim, o máximo de 3,81% do PIB registado no primeiro trimestre deste ano (ver gráfico) e volta a subir face à ligeira queda no segundo trimestre (3,08%). No terceiro trimestre de 2023, fixou-se em 2,37% do PIB.

Fonte: Banco de Portugal

Em termos nominais, até setembro, o excedente situou-se em 8,2 mil milhões de euros, um valor superior aos 4,7 mil milhões de euros registados no período homólogo.

Esta evolução resulta de uma diminuição do défice da balança de bens, de 712 milhões de euros, com as exportações a aumentarem e as importações a diminuírem, do aumento do excedente da balança de serviços, de 1.798 milhões de euros, tendo a evolução do saldo de viagens e turismo e do saldo dos serviços de transporte “justificado grande parte desta variação” e da diminuição do défice da balança de rendimento primário, de 949 milhões de euros, influenciada por uma maior atribuição de fundos da União Europeia a título de subsídios.

Ademais, verificou-se um aumento do excedente da balança de rendimento secundário, de 358 milhões de euros, fruto, “em grande medida, dos recebimentos dos prémios do Euromilhões” e a diminuição do excedente da balança de capital, de 325 milhões de euros, explicado, sobretudo, pela menor atribuição a beneficiários finais de fundos da União Europeia com vista ao investimento.

O saldo das balanças corrente e de capital ascendeu a 1.278 milhões de euros em setembro, o que traduz uma subida de 625 milhões de euros face ao mesmo mês de 2023. A influenciar esta evolução esteve o aumento de 742 milhões de euros em relação ao mesmo mês de 2023 da balança de bens e serviços, que atingiu 1.321 milhões de euro, mas também o aumento do excedente da balança de serviços, de 250 milhões de euros, para 3240 milhões de euros.

O Banco de Portugal indica que as exportações e importações de serviços aumentaram, respetivamente, 7,8% e 7% em relação a setembro de 2023. A subida das exportações e importações reflete, sobretudo, o contributo das viagens e turismo, com um aumento de 252 milhões de euros e de 48 milhões de euros, respetivamente.

O excedente externo da economia portuguesa verificado em setembro de 2024 traduziu-se num saldo da balança financeira de 885 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 11h51)

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Governo quer reter Função Pública por três anos no regime de mobilidade

Em vez de o trabalhador se consolidar nas novas funções ao fim de 6 ou 24 meses, o Executivo pretende alargar o período para os 36 meses. Baixas médicas serão passadas também pelo privado.

O Governo quer reter os funcionários públicos que troquem de serviço em regime de mobilidade, e a ganhar mais, durante três anos, quando, neste momento, a consolidação na carreira acontece ao fim de seis ou 24 meses (dois anos), de acordo com a proposta de pedido de autorização legislativa apresentada esta terça-feira pela secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, às federações sindicais representativas dos trabalhadores do Estado, à qual o ECO teve acesso.

“O posicionamento remuneratório detido durante a mobilidade […] só se consolida após um período de exercício efetivo de funções com a duração de 36 meses”, lê-se no diploma. Isto é, o trabalhador só fica efetivo na nova categoria três anos depois. Atualmente, a consolidação acontece ao fim de seis meses, se for por acordo, mas o prazo indicativo é de 18 meses, prorrogáveis por mais seis. No final desses períodos e após a consolidação, o trabalhador pode mudar, se quiser, para outro serviço ou outra categoria. Aumentar esse hiato para os três anos significa que, durante esse tempo, o funcionário em causa terá de ser manter no cargo para o qual transitou em regime de mobilidade.

“O Governo quer garantir um período de fidelização de três anos aos trabalhadores que mudem de serviço, mas nós achamos que é muito tempo”, criticou o secretário-geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap), José Abraão, no final da reunião com a governante. Ainda assim, reconhece o líder sindical, esta mudança pretende “evitar que um serviço que pague melhor perca os seus trabalhadores, que integraram novas funções em mobilidade, passado pouco tempo”.

A presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), Maria Helena Rodrigues, indicou que vai analisar melhor a proposta, mas alerta que, “para os serviços, os prazos para o cumprimento de determinadas obrigações são sempre indicativos”. “Os serviços podem ou não cumprir os prazos, mas, para os trabalhadores, os prazos são sempre vinculativos”. “A consolidação em mobilidade tem um prazo de 18 meses” e o Governo propõe “36 meses, o que é o dobro”, mas “como é um prazo indicativo não significa que os serviços cumpram“, sinalizou. “Vamos ter de estudar melhor a proposta e introduzir melhorias”, acrescentou.

A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (Frente Comum) prefere não se pronunciar para já sobre as alterações ao regime. “São matérias jurídicas bastante densas e complexas. Vamos calmamente analisar”, indicou o coordenador da estrutura sindical Sebastião Santana.

O diploma mantém o ponto da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas em que o trabalhador em mobilidade “pode ser remunerado pela posição remuneratória imediatamente seguinte àquela em que se encontre posicionado na categoria”, mas acrescenta: “desde que tal seja previamente determinado pelo empregador público e divulgado na publicitação da oferta da mobilidade”.

Até agora, não existiam prazos para o serviço de origem responder ao pedido de mobilidade e o Executivo propõe agora três meses para o dirigente máximo decidir se aceita ou não a saída do trabalhador.

“O Governo quer que as mobilidade sejam respondias aos trabalhadores que as solicitarem no prazo de 30 dias, o que nos parece razoável”, salientou o dirigente sindical. Mantém-se, contudo, a regra atual: se, ao fim de seis meses da receção do pedido de mobilidade, o serviço não se pronunciar, o trabalhador pode livremente transitar para o novo cargo.

Férias serão marcadas em função dos últimos quatro anos

Relativamente às férias e à greve, “o Governo não pretende alterar os regimes”, frisou Abraão. Por isso, “os trabalhadores da Administração Pública podem estar tranquilos, porque não vêm aí as desgraças que alguns profetas anunciaram”, acrescentou. Na mesma senda, a líder do STE indicou que, “naquilo que são questões de grande monta,” o sindicato não viu mudanças significativas.

“Há muitas coisas, confusões evitáveis na vida e esta foi uma delas. Se o Governo tivesse, desde o primeiro momento, declarado tudo o que pretende fazer, não tinha levantado um manto de suspeitas sobre um conjunto de matérias determinantes”, afirmou o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana. E apontou que, “aparentemente, o que está em cima da mesa não são questões de fundo”. “Ainda assim, reservamo-nos de olhar para elas com o nosso gabinete jurídico para perceber as implicações que dali podem advir”, frisou.

Para evitar que todos os funcionários de um serviço tirem férias ao mesmo tempo, levando, em última análise, ao encerramento da atividade, o Governo quer remeter a Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas para o Código do Trabalho, alargando o período de rateamento de dois para quatro anos. Ou seja, a marcação de férias terá em conta as pausas que os funcionários tiraram nos últimos quatro anos, de forma a distribuir proporcionalmente as férias dos trabalhadores ao longo do ano.

“Na marcação das férias, os períodos mais pretendidos devem ser rateados, sempre que possível, beneficiando alternadamente os trabalhadores em função dos períodos gozados nos quatro anos anteriores”, de acordo com a versão apresentada agora pela secretária de Estado da Administração Pública. Na versão da lei laboral o período de rateamento é de dois anos.

O secretário-geral da Fesap alerta que “regulamentar mais este tipo de matéria é suscetível de contribuir para uma maior conflitualidade“, lembrando que havia “alguma razoabilidade e algum equilíbrio” nesta matéria e que até agora “nenhum serviço encerrou porque os trabalhadores estavam de férias”.

Para José Abraão, era preferível que o Governo repusesse “os dias de férias frias” que foram retirados à Função Pública durante a troika e que oferecem mais cinco extra por ano, sempre que os funcionários concentrem as férias no inverno. “Para não fazer coincidir as férias da esmagadora da maioria dos trabalhadores nos meses quentes, propusemos ao Governo a reposição das férias frias”, indicou o líder da Fesap.

Maria Helena Rodrigues salientou ainda que a regra que o Governo quer introduzir, de comunicação obrigatória, preferencialmente por via eletrónica, não só aos serviços mas também à DGAEP e aos membros responsáveis do Governo “era já a pática” dos sindicatos que integram a Frente Sindical. “Mas, se o Governo sentiu necessidade de acautelar a norma, era porque havia situações em que tal não era cumprido“, admitiu.

Quanto aos pré-avisos de greve, os prazos de comunicação de cinco dias, em geral, e de 10 dias, no caso de serviços essenciais, como a saúde, mantêm-se. Apenas se altera o formato da comunicação que deve ser “preferencialmente eletrónica” a alarga-se a obrigatoriedade do envio do aviso à DGAEP – Direção-Geral da Administração e do Emprego Público e aos restantes membros responsáveis.

Baixas médicas vão ser passadas por privados e IPSS

Quanto ao regime das baixas médicas, e tal como o ECO já tinha escrito, o limite da validade para os funcionários públicos inscritos na Caixa Geral de Aposentações (CGA) com doença grave ou prolongada (cancro, doença cardíaca, tuberculose) é alargado de 30 para 90 dias, tal como já acontece para os trabalhadores do privado e funcionários públicos que descontam para a Segurança Social.

“São aplicáveis aos trabalhadores integrados no regime de proteção social convergente os limites temporais da duração inicial e de prorrogação da incapacidade temporária estabelecidos para os trabalhadores integrados no regime geral da Segurança Social que tenham duração superior a 30 dias”, lê-se na proposta do Governo.

Para além disso, os serviços de urgência dos hospitais e os setores privado e social também vão poder emitir baixas médicas para aos funcionários públicos inscritos na CGA tal como já acontece no regime da Segurança Social.

A doença pode ainda ser comprovada […] por médico privativo dos serviços, bem como por médicos ao abrigo de acordos com qualquer subsistemas de saúde da Administração Pública, no âmbito da especialidade médica do respetivo acordo”, de acordo com o diploma.

A próxima reunião com a secretária de Estado da Administração Pública está marcada para dia 26, encontro que servirá para os sindicatos apresentarem as suas contrapropostas.

A oposição já se manifestou contra o pedido de autorização legislativa. O BE e o PCP apresentaram propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) para eliminar esta norma. E a líder parlamentar do PS admitiu votar contra na especialidade, uma vez que considera que o pedido de alteração legislativa pode ser inconstitucional.

(Notícia atualizada às 13h57)

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Euribor sobe a três, a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 19 Novembro 2024

Esta subida interrompe um ciclo de cinco sessões consecutivas a descer no prazo intermédio e de oito sessões em queda no prazo mais longo.

A Euribor subiu esta terça-feira a três, a seis e a 12 meses, interrompendo um ciclo de cinco sessões consecutivas a descer no prazo intermédio e de oito sessões em queda no prazo mais longo.

Com as alterações desta terça-feira, a taxa a três meses, que avançou para 3,013%, continuou acima da taxa a seis meses (2,743%) e da taxa a 12 meses (2,448%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, subiu esta terça-feira 0,008 pontos para 2,743%, após ter caído na segunda-feira para um novo mínimo desde 30 de dezembro de 2022 (2,735%). Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a setembro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,26% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representavam 33,37% e 25,46%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, subiu esta terça-feira para 2,448%, mais 0,016 pontos do que na segunda-feira, em que tinha atingido um novo mínimo desde 05 de outubro de 2022.
  • Já a Euribor a três meses subiu esta terça-feira pela segunda sessão consecutiva, para 3,013%, mais 0,009 pontos do que na sessão anterior e depois de na sexta-feira passada ter descido para 2,998%, um novo mínimo desde 28 de março de 2023.

A média da Euribor em outubro desceu a três, a seis e a 12 meses, mais acentuadamente do que em setembro e com mais intensidade nos prazos mais curtos.

Em 17 de outubro, o BCE cortou as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar “no bom caminho” e a uma atividade económica pior do que o previsto.

Depois do encontro de 17 de outubro na Eslovénia, o BCE tem marcada para 12 de dezembro a última reunião de política monetária deste ano.

Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Inflação na Zona Euro acelera para 2% em outubro. Em Portugal está acima da média

Os preços aceleraram em outubro na Zona Euro e no conjunto dos países da União Europeia. Em Portugal, a taxa de inflação de 2,6% situa-se acima de ambas as médias.

A inflação na Zona Euro acelerou em outubro para 2%, confirmou esta terça-feira o gabinete oficial de estatística da União Europeia (UE), em linha com a estimativa rápida avançada no final desse mês. No conjunto dos 27 Estados-membros, a subida dos preços, em termos homólogos, chegou aos 2,3%.

A taxa homóloga de inflação na Zona Euro em outubro é 0,3 pontos percentuais (p.p.) acima da registada no mês anterior, enquanto a taxa para o conjunto da UE acelerou 0,2 p.p. Deste modo, a taxa harmonizada em Portugal, a usada nas comparações europeias, que se situou nos 2,6% em outubro, ficou acima da média do euro e da UE, segundo o Eurostat.

Taxas homólogas de inflação em outubro de 2024 (%)

Fonte: Eurostat

Em outubro, o maior contributo positivo para a inflação anual na Zona Euro veio dos serviços (+1,77 p.p.), seguindo-se os alimentos, álcool e tabaco (0,56 p.p.) e os bens industriais não-energéticos (+0,13 p.p.). No sentido inverso, a descida dos preços da energia teve um peso negativo na inflação (-0,45 p.p.).

Segundo o Eurostat, a Roménia (5%), a Bélgica e a Estónia (ambos com 4,5%) tiveram as maiores taxas de inflação em outubro, enquanto na Eslovénia a inflação foi nula (0%) e na Lituânia e na Irlanda foi marginal (0,1%).

“Em comparação com setembro de 2024, a inflação caiu em dois Estados-membros, manteve-se estável em seis e subiu em 19″, refere ainda a nota do organismo europeu, evidenciando a tendência de aceleração.

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IHRU anula sorteio de rendas acessíveis e deixa 130 famílias sem casa

  • ECO
  • 19 Novembro 2024

Dois concursos do programa Arrendar para Subarrendar foram anulados depois de um alegado erro informático do IHRU. 130 famílias aguardam resolução do problema e algumas admitem recorrer à Justiça.

O Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) anulou dois concursos que tinham atribuído habitações com rendas acessíveis a 130 famílias. O organismo alega que o processo foi anulado devido a um erro informático, mas as famílias visadas não estarão convencidas e admitem recorrer à Justiça para resolver o problema, avança esta terça-feira o Jornal de Notícias.

O sorteio, no âmbito do programa Arrendar para Subarrendar, foi lançado a 3 de outubro e a lista das candidaturas admitidas foi publicada cerca de um mês depois. Nessa altura, foram enviadas as confirmações por correio eletrónico para as 130 famílias beneficiadas, email no qual constavam ainda os dados da casa, morada e valor da renda. Ao todo, foram atribuídas 108 casas no Sul e 22 casas no Norte, todas com renda acessível, em 24 concelhos.

No entanto, três dias depois, o IHRU anulou o concurso. Ao JN e às famílias, o instituto justificou-se com “problemas informáticos que geraram desconformidades nos resultados do sorteio, tendo-se verificado a existência de candidaturas admitidas que não foram sorteadas”. Sancha Vaz Pinto, uma das selecionadas no concurso anulado, admite ao JN recorrer a “medidas legais para garantir os direitos e exigir a manutenção dos resultados originais” caso a situação não seja revertida.

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Nome do beneficiário vai constar nos pagamentos de serviços e débitos diretos a partir de maio

  • ECO
  • 19 Novembro 2024

A partir de maio de 2025, os consumidores poderão saber o nome do beneficiário a quem pretendem fazer um pagamento ou um débito direto, além das transferências.

A partir de maio de 2025, os consumidores vão poder saber quem é o verdadeiro beneficiário final antes de realizarem um pagamento por entidade/referência ou um débito direto, de acordo com um aviso do Banco de Portugal (BdP) publicado em Diário da República, esta terça-feira.

A medida já tinha sido anunciada por Francisca Guedes de Oliveira, administradora do BdP, na 4.ª edição da conferência New Money, promovida pelo ECO, em parceria com o escritório de advogados Morais Leitão, mas esta terça-feira, o aviso do banco central dá nota de que os bancos terão 180 dias a partir de hoje para implementar a medida. Assim, a funcionalidade deverá ficar operacional a partir de 18 de maio de 2025.

No aviso, lê-se que no sentido de “garantir o bom funcionamento e a segurança dos sistemas de pagamentos“, será estabelecida uma “obrigação de os prestadores de serviços de pagamento disponibilizarem aos ordenantes, nas operações de pagamento executadas com recurso a referência de pagamento e a débitos diretos, o nome ou denominação do beneficiário final dos fundos e do respetivo prestador de serviços de pagamento“.

Os serviços de pagamento incluem pagamentos executados com recurso a uma referência bancária ou um débito direto. Já a identificação do beneficiário final vai corresponder ao nome designado da pessoa singular ou coletiva a quem se destinam os fundos, indica o aviso.

A medida surge para complementar a solução disponibilizada este ano e que permite aos consumidores verem o nome do beneficiário antes de ordenarem uma transferência bancária por IBAN, ou no momento de transferir dinheiro no MB Way. A medida foi criada para evitar enganos e, principalmente, para prevenir fraudes, pois possibilita que se confirme se o destinatário de um pagamento é mesmo quem diz ser.

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Participantes da Web Summit fazem 78 mil compras e gastam em média 12 euros

Dados da SIBS mostram que Reino Unido volta a assumir o primeiro lugar, com 10,9% das transações estrangeiras, seguido da Alemanha (9,5%) e Estados Unidos (5,9%).

A última edição do Web Summit registou um “impacto positivo na economia do distrito de Lisboa”, com um crescimento de 6,4% no total de transações, quando comparado com a edição do ano passado. Dentro do recinto foram feitas mais de 78 mil transações com um valor médio de 12,30 euros através de cartão ou aplicações móveis, mostram os dados da SIBS.

Os visitantes estrangeiros foram responsáveis por 79% das operações, com os britânicos a voltarem a assumirem o primeiro lugar com uma quota de 10,9% das transações estrangeiras, seguido dos alemães (9,5%), americanos (5,9%) ucranianos (5,8%). Foram registadas compras com cartões de 110 nacionalidades diferentes.

Fonte: SIBS SIBS

A restauração está no topo dos setores com maior atividade por parte dos estrangeiros, com mais de 40% das transações, seguido dos supermercados (18%) e setor de transportes de passageiros (5,2%).

Os dados da empresa de serviços de pagamentos nacional, que é parceira do Web Summit desde a sua primeira edição em Lisboa, revelam ainda que durante os três dias, a hora de almoço (13h) foi o momento com maior fluxo de operações. O primeiro dia, 12 de novembro, destaca-se com 6.806 transações, seguido do dia 13 com 6.328, nesse horário. O último dia contou apenas com 4.345 transações.

Fonte: SIBS SIBS

A edição deste ano do Web Summit, que decorreu na Feira Internacional de Lisboa (FIL), contou com a presença de mais de 71 mil participantes de 153 países, 3.050 empresas, 1.066 investidores e 953 oradores.

Em novembro de 2016, Lisboa recebeu, pela primeira vez, a conferência Web Summit, evento que deverá continuar a realizar-se na capital portuguesa até 2028. “O Web Summit encaixa perfeitamente com Lisboa e espero que possamos ficar para sempre”, disse Paddy Cosgrave numa conferência de imprensa durante a cimeira tecnológica.

Uma opinião partilhada pelo ex-ministro da Economia Siza Vieira ao defender que o Web Summit “continua a fazer sentido” para Portugal, sobretudo em matéria de atração de investimento direto estrangeiro.

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