Seguro agrícola: Há novos protagonistas nos campos

Regras mudam, a Generali Tranquilidade saiu, a Fidelidade está em serviços mínimos, fica a CA Seguros com novos operadores ambiciosos na conquista de um mercado que está 94% por segurar.

Com seis meses de atraso, o IFAP, Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas, publicou as tabelas de preço e produtividade que determinam o capital do seguro de colheitas, bem como as restantes regras que regem o ramo do seguro agrícola. O sistema informático que permite a colocação das candidaturas de bonificação ao prémio abriu apenas em 20 de maio, tornando possível emitir as apólices definitivas dos seguros de colheitas no ano em curso. Os operadores do mercado reclamam pelo atraso, já houve granizo e geada, os prémios seguiram os valores do ano passado, há regras novas e ajustes de preços a realizar.

Novas oportunidades para novos negócios da Cegrel de Miguel Fino, da Safe-Crop de Filipe Charters de Azevedo e de Frederico Bernardino da Atlas.

Este atraso é um indicador da importância do Estado nos seguros agrícolas. Por um lado, os prémios de seguros dos agricultores são bonificados por fundos europeus. Por outro, o governo português coloca um mecanismo de compensação de sinistralidade às seguradoras quando o volume de indemnizações excede as receitas destas. No entanto, depois de duas ameaças em anos passados, o atual Executivo promete que este mecanismo vai terminar no final deste ano.

Não terá sido apenas por este motivo que os dois mais históricos seguradores de riscos agrícolas em Portugal estão a abandonar este negócio. A Generali Tranquilidade, que nos últimos anos deteve cerca de 50% do mercado, já não fez seguros agrícolas este ano. A Fidelidade, detentora de 22,6% de quota no ano passado, está apenas a manter os clientes antigos, enquanto a CA Seguros que também controlou cerca de 20% do negócio em 2023, ainda está firme, mais pela sua natural vocação de apoio aos agricultores que pelos 4,2% que o seguro agrícola significa para a sua produção total.

A Caravela, que tem a Safe-Crop como agência de subscrição, e a UNA entraram no mercado em 2022 e prometem aproveitar o espaço que terá de ser ocupado e também todo a enorme de lacuna de proteção por seguros que existe no setor. Ainda há que contar com a seguradora japonesa Sompo, que não entra nas contas de produção do mercado português porque a Atlas, a sua agência de subscrição em Portugal, coloca os seguros numa sucursal da Sompo fora do país.

Agricultura cresce, seguros estagnam

O facto é que a produção de seguros não tem crescido tanto como o setor agrícola. O Rendimento da atividade agrícola a preços ao produtor, medido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), indicou – para a produção vegetal – um valor de 7,6 mil milhões de euros em 2022, mais 22% do que em 2022. Nesse ano, a produção foi de 6,25 mil milhões de euros e os capitais seguros pelos seguros agrícolas atingiram, segundo o IFAP, 423 milhões. Comparando valores, verifica-se que apenas 6,7% da produção agrícola esteve segurada, enquanto em todo o mundo, segundo o SRI Crop Insurance Resilience Index da resseguradora Swiss Re, a cobertura é de 40%. Se a lacuna de proteção global é de 60%, em Portugal é 94%, pelo que o potencial do crescimento do mercado é muito relevante no longo prazo mas, de imediato, a oportunidade é ganhar os 14 milhões de euros em prémios de que a Generali Tranquilidade desistiu.

O setor é subsidiado. Os apoios seguradores europeus incidem numa bonificação das tarifas aplicadas aos seguros em território nacional, continente e regiões autónomas. São calculados os capitais a segurar, através das tabelas agora tardiamente publicadas pelo IFAP, de acordo com a produtividade de cada cultura em Kgs por hectare e o preço de referência pago ao produtor em euros por Kg. Sobre esse capital seguro incidem tarifas segundo cinco regiões de risco no continente (de A a D) que cobrem danos nas culturas devido a eventos climáticos como incêndios, granizo, geada ou neve, mas excluindo a seca. Os agricultores candidatam-se a esta bonificação que varia entre 57% e 60% do custo do prémio, conforme a sua situação, pagando apenas o valor líquido do prémio, devendo a seguradora procurar o restante junto do IFAP.

Já o mecanismo de compensação de sinistralidade é iniciativa do governo português e tem custo previsto no Orçamento de Estado. Tem como objetivo atribuir às seguradoras uma compensação financeira quando a sinistralidade atinge uma determinado valor, isto é, o montante das indemnizações pagas excede uma dada percentagem do valor dos prémios processados. É um processo de resseguro normal de stop-loss que, face a muitas hesitações das grandes resseguradoras mundiais em o aceitar, obrigou o Estado a ser ressegurador público. Assim, há lugar à atribuição de compensação de sinistralidade quando as indemnizações pagas decorrentes de sinistros forem superiores a 150% dos prémios processados no conjunto das regiões A, B e C e superiores a 85 % dos prémios processados no conjunto das regiões D e E. É este apoio que o Governo quer terminar no final deste ano, obrigando as seguradoras a recorrerem apenas a resseguradores globais.

As zonas de risco definidas para Portugal têm diferentes tarifas. O valor percentual médio de 2022, para calcular sobre os capitais seguros varia muito segundo a região. Bonificado pela União Europeia, é bastante mais barato.

“Do nosso lado, estamos preparados para o novo enquadramento, pois nunca trabalhámos com este apoio. Acreditamos que promove uma seleção adversa”, afirma Filipe Charters de Azevedo, da Safe-Crop. Fonte do setor acrescenta que sem o resseguro haverá algum desconforto no mercado, já que nem todas as seguradoras irão querer suportar um conjunto de riscos sem o suporte do Estado”.

A solução, segundo a mesma fonte, é “flexibilizar o seguro de colheitas, permitindo alterar franquias, riscos meteorológicos cobertos e formas de peritagem, mantendo os restantes apoios europeus. Se tal for permitido, se houver esta flexibilidade por parte do IFAP, o fim do resseguro público poderá nem sequer ter impacto”, conclui. Sem esta vontade de flexibilizar o mercado, acrescenta, “continuaremos a ter um elevado gap de proteção e um mercado de dinamismo lento”.

Protagonistas estão a emergir

A hoje Generali Tranquilidade tinha longa tradição de seguro agrícola, mas decidiu “descontinuar este produto” face às dificuldades em trabalhar nesta área. Também a Fidelidade vai reduzir a sua produção apenas satisfazendo clientes antigos.

Para este ano desenham-se apenas cinco protagonistas mais ativos: CA Seguros, a Caravela através da agência de subscrição Safe Crop, a Sompo através da também agência de subscrição Atlas, a corretora Cegrel e a UNA seguros.

A CA Seguros tem estado vocacionada para a contratação dos seguros de colheitas desde o seu início e “continuará a prestar esse serviço aos clientes do Crédito Agrícola, protegendo os seus investimentos e garantindo a sua continuidade de negócio, num ramo que, cada vez mais, está dependente do clima e das intempéries” afirma fonte da empresa. Para a CA Seguros de campanha deste ano já está a terminar pelo que já faltam poucas culturas para serem contratadas, referindo que as Seguradoras já estão a assumir risco praticamente desde fim de março. A CA Seguros continua a trabalhar diretamente com os agricultores através dos balcões da Caixa Agrícola, não podendo estatutariamente utilizar os serviços de mediadores ou corretores.

Quanto ao resseguro estatal, a CA Seguros há muito que saiu deste sistema e contrata resseguro privado. No entanto, a seguradora entende que “foi um mecanismo de excelente implementação que proporcionou um seguro, durante muitos anos, a segurados de altíssimo risco”. Refere que para funcionar bem o sistema de resseguro do Estado deverá ser alvo de uma grande reformulação e fiscalização, de modo “a que todos tenhamos a garantia que o Resseguro está ser bem aplicado, do mesmo modo que o resseguro privado faz”.

Safe-Crop e Atlas procuram ativamente mediadores de seguros em todo o país para a sua expansão no ramo agrícola, mais interessados em preencher as lacunas dos agricultores quanto a seguros que em concorrer entre si.

A Caravela iniciou em 2023 a exploração do seguro de Colheitas em parceria com a Safe-Crop, num modelo de MGA. Em relação à sua estratégia, fonte da seguradora refere: “Estamos atentos às alterações que se perspetivam para o setor, porém aguardamos a estabilização do enquadramento regulatório” acrescentando que “o setor agrícola está em crescimento, tem vindo a observar a entrada de novas empresas com tecnologia inovadora e explorando novos nichos, fator que esteve na base deste nosso passo para a exploração desta área de negócio”, conclui.

Do lado da Safe-Crop, a certeza é que, apesar da saída Generali Tranquilidade, “50% do mercado não desapareceu”. Filipe Charters de Azevedo garante que “os clientes não ficaram sem resposta. Cada um dos atuais fornecedores de seguros de colheita, sejam seguradoras ou agentes de subscrição, ajustou a sua oferta e rede de distribuição de forma a conseguir satisfazer as necessidades dos agricultores”. No caso da Safe-Crop, continua, “sendo um projeto recente, obrigou-nos a correr ainda mais depressa. Uma das soluções encontradas foi diversificar a nossa linha de agentes e corretores no campo, dispostos a estar ombro a ombro com os nossos clientes”. Charters de Azevedo confirma que tem parceiros a vender produtos Safe-Crop em todo o país e afirma “continuamos à procura de agentes que queiram vender seguros de colheitas”.

A mediadora agente de subscrição Atlas é uma separação do departamento agrícola da corretora de seguros Secose e em 2012 iniciou um projeto exclusivamente dedicado ao setor agrícola representando a Sompo Internacional, seguradora japonesa que subscreve riscos nos principais mercados agrícolas mundiais como Estados Unidos, China, Japão, Índia e América do Sul. Tendo obtido 937 mil euros de comissões em 2022, o seu principal acionista, Frederico Bernardino, aponta a sua estratégia para o alargamento do mercado nacional e para esse objetivo está a recrutar 25 mediadores de seguros em todo o país. Quer ainda alargar as suas parcerias com resseguradoras para além da Sompo. “Queremos aumentar a dispersão geográfica das nossas apólices, evitar os mesmos estadios de diferentes culturas, ou seja, evitar concentração de riscos”, diz.

A Cegrel, corretora baseada em Portalegre tendo a Villas Boas como maior acionista e liderada por Miguel Fino, colocou em 2023 cerca de 60% dos seus seguros na Generali Tranquilidade e 37,5% na Fidelidade, exatamente as seguradoras que ou saíram ou estão em desaceleração no ramo. Segundo fontes do mercado, é mesmo a Cegrel – com comissões de 712 mil euros em 2023 – que vai mantendo a Fidelidade neste ramo. Para este ano, a corretora planeia “consolidar a carteira existente de clientes e prémios, aumentar a implantação no mercado do ramo colheitas/agrícola, alargar a carteira nos restantes ramos e manter o valor de comissões em 2024”, já que não preveem aumento das comissões no ramo agrícola por parte das seguradoras.

Finalmente, fonte da UNA salienta que o setor agrícola “é um ramo em que temos investido, temos desenvolvido e alargado a nossa oferta ao longo do tempo”, mas há prudência ao definir a velocidade que vai imprimir ao negócio.

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Esta é a chave do Euromilhões. Prémio de 48 milhões de euros em jogo

  • ECO
  • 28 Maio 2024

O jackpot desta terça-feira ronda os 48 milhões de euros, depois de não terem sido registados vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Com um primeiro prémio no valor de 48 milhões de euros, decorreu esta terça-feira mais um sorteio do Euromilhões. O valor do jackpot voltou a subir depois de não ter havido totalistas no sorteio anterior.

Veja a chave vencedora do sorteio desta terça-feira, 28 de maio:

Números: 16, 18, 35, 36 e 41

Estrelas: 6 e 7

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Saúde mental e liderança ineficaz são os principais riscos para as empresas europeias

  • ECO Seguros
  • 28 Maio 2024

Profissionais dos recursos humanos das empresas europeias preocupados com risco de ciberataque, escassez de talento e aumento dos custos com a saúde. À atenção das seguradoras.

A deterioração da saúde mental entre os trabalhadores é o segundo risco mais grave que as empresas europeias enfrentam, mas ocupa apenas a 20.ª posição entre os 25 mais prováveis de acontecer.

Segundo o relatório global da Mercer Marsh Beneficts, resultado de inquéritos a profissionais de recursos humanos, esta disparidade advém da falha no diagnóstico e de tratamento de problemas relacionados com a saúde mental, assim como a diminuição da qualidade dos cuidados de saúde. Assim, ainda que haja a precessão de ser pouco provável que acontece, assume-se que, quando acontece, é pode ser grave.

Miguel Ros Galego, Business Leader da Mercer Marsh Benefits Portugal: “A resposta a estes desafios permitirá às organizações
assegurar uma força de trabalho mais saudável e produtiva, orientando o cenário europeu para resultados mais positivos”.

Para os inquiridos a falta de consciencialização para a cibersegurança fomenta o aumento dos riscos de ciberataques (40%), mas apenas 29% afirmam “ter atualmente uma cultura de cibersegurança eficaz.”.

O principal principal risco para as empresas é liderança ineficaz. Além disso, metade dos inquiridos considera que o aumento dos custos com a saúde e benefícios (55%), assim como a escassez de talento (56%) podem impactar catastroficamente a sua empresa.

Ainda que mais de metade dos inquiridos (52%) acredite que as disparidades entre a remuneração dos executivos e dos restantes trabalhadores possa impactar negativamente a sua empresa, apenas 27% “têm atualmente em vigor uma proposta de valor eficaz e claramente definida.”

Note-se que o relatório People Risk 2024 é baseado nas opiniões de 4.575 profissionais de recursos humanos e de risco a nível global. Os riscos foram classificados por probabilidade e severidade.

David Dodd, Partner da Mercer Marsh Benefits Europa, considera que “muitas organizações europeias enfrentam riscos que os profissionais de recursos humanos e de risco veem como uma ameaça para o seu negócio. Embora estes riscos não sejam exclusivos da Europa, os desafios geopolíticos, como as eleições nos principais países e os conflitos à nossa porta, juntamente com um ambiente económico difícil, exigem um equilíbrio entre a economia e a empatia, uma vez que os colaboradores exigem mais apoio no local de trabalho.”

Já para Miguel Ros Galego, Business Leader da Mercer Marsh Benefits Portugal, “as empresas podem enfrentar os riscos de frente, alavancando soluções personalizadas e a utilização da inteligência artificial, adaptando as suas estratégias face aos sistemas e regulamentos em constante mudança, encorajando também a colaboração entre as equipas de recursos humanos e de riscos, de forma a desenvolverem estratégias de prevenção. A resposta a estes desafios permitirá às organizações assegurar uma força de trabalho mais saudável e produtiva, orientando o cenário europeu para resultados mais positivos”.

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Maior fundo de pensões europeu vendeu 10 mil milhões de ativos de combustíveis fósseis

  • ECO Seguros
  • 28 Maio 2024

A ABD diz que os rendimentos que advinham dos ativos de combustíveis fósseis têm sido fáceis de substituir.

O maior fundo de pensões europeu, o Stichting Pensioenfonds ABP, vendeu todos os seus ativos líquidos em petróleo, gás e carvão, no valor de 10 mil milhões de euros. Segundo o que presidente do Conselho de Administração do fundo, Harmen van Wijnen, disse em entrevista, as últimas ações e obrigações detidas pelo fundo nestes ativos foram vendidas no primeiro trimestre deste ano, avançou a Bloomberg.

Harmen van Wijnen, presidente do Conselho de Administração do Stichting Pensioenfonds ABP, vai afastar-se dos investimentos em empresas de combustíveis fósseis.

No entanto, o fundo continua a ter na sua carteira investimentos ligados ao petróleo e ao gás no valor de 4,8 mil milhões de euros. O fundo prevê que poderá eliminar a sua participação em alguns anos, uma vez que está vinculado a contratos de longo prazo.

O fundo de pensões tomou estas decisões por concluir que as empresas que não se adaptam à transição para uma economia de baixo carbono são um investimento arriscado. As empresas cujas atividades são prejudiciais para o clima ou para a biodiversidade “já não se adequam” à sua estratégia de investimento, afirmou o fundo em março.

“Qualquer pessoa que olhe para trás cerca de 10 anos verá que os investimentos em produtores de petróleo e gás não tiveram um desempenho excecional durante esse período”, afirmou a ABP num comunicado, citado pelo Bloomberg.

Além disso, o ABD diz que os rendimentos que advinham dos ativos de combustíveis fósseis têm sido fáceis de substituir.

Nota que o fundo tem cerca de 520 mil milhões de euros em ativos sob gestão, gerindo as pensões de três milhões de funcionários públicos e do setor da educação nos Países Baixos.

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Tribunal de Contas aprova contrato em regime de PPP do novo hospital de Lisboa

A construção do Hospital Lisboa Oriental, ganha pelo consórcio da Mota-Engil, pode agora arrancar, depois de ter obtido visto prévio. O investimento estimado é de 380 milhões de euros.

O Tribunal de Contas (TdC) deu visto prévio ao contrato, em regime de parceria público-privada (PPP), para a construção e manutenção por 30 anos do futuro Hospital Lisboa Oriental, avançou o Negócios e confirmou o ECO junto de fonte oficial.

O contrato entre o Estado e o consórcio da Mota-Engil foi assinado no início de fevereiro, sendo o investimento estimado nesta obra de 380 milhões de euros, de acordo com o mesmo jornal.

O Hospital de Lisboa Oriental terá um total de 875 camas e vai ser construído numa área de 180 mil metros quadrados na zona de Marvila. Irá substituir seis unidades de saúde do centro da cidade de Lisboa, como o São José, Santa Marta, Santo António dos Capuchos, Dona Estefânia, Curry Cabral e Maternidade Alfredo da Costa. O novo hospital deverá começar a funcionar em 2027.

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Prévoir relança guia de seguros para a família

  • ECO Seguros
  • 28 Maio 2024

Com este guia a Prévoir visa "simplificar e dar a conhecer as motivações que podem estar na origem da subscrição de seguros".

A Prévoir Portugal anunciou o lançamento da 4.ª edição de uma ferramenta de comunicação digital que visa aumentar a literacia sobre os produtos de seguros em Portugal. Este documento chama-se “Guia de Soluções para toda a Família”, avança a empresa em comunicado.

Eugénia Branco, Responsável de Comunicação e Marketing na Prévoir Portugal: “É imperativo disponibilizar ferramentas que permitam uma maior compreensão dos seguros e que os comuniquem de forma dinâmica, atendendo às mais diversas realidades pessoais e familiares”.

Com este guia a Prévoir visa “simplificar e dar a conhecer as motivações que podem estar na origem da subscrição de seguros”.

“É imperativo disponibilizar ferramentas que permitam uma maior compreensão dos seguros e que os comuniquem de forma dinâmica, atendendo às mais diversas realidades pessoais e familiares”, realça Eugénia Branco, Responsável de Comunicação & Marketing da Prévoir. “Todas as famílias são diferentes e têm necessidades únicas! No entanto, temos a consciência de que, em cada fase da vida, é necessário garantir-se as condições certas para que haja um equilíbrio financeiro que minimize o impacto destas adversidades na vida de cada português”, acrescenta.

A nova edição inclui novas perguntas que avaliam as necessidades de cobertura individual e familiar do leitor e, após a secção das questões de diagnóstico, o guia está dividido em seis áreas, onde são dadas dicas e conselhos para para um dos produtos apresentados.

Os seis segmentos são: proteção ao investimento imobiliário, cuidados de saúde, a prevenção de acidentes domésticos, melhor forma de abordar o avançar da idade, prevenção das doenças graves e a importância da poupança. A última parte do documento é dedicada a empresas e empresários individuais.

O guia está disponível em formato online aqui e também físico. O documento também tem diversos QR Codes, ou seja, códigos que permitem aceder a informações complementares online.

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Embaixador israelita critica reconhecimentos da Palestina e espera que Portugal mantenha posição

  • Lusa
  • 28 Maio 2024

O diplomata considera que o reconhecimento do Estado da Palestina por Espanha, Noruega e Irlanda é uma decisão "vergonhosa" e espera que Portugal "mantenha a posição".

O embaixador israelita em Portugal, Dor Shapira, considerou esta terça-feira uma “decisão vergonhosa” o reconhecimento do Estado da Palestina pela Espanha, Noruega e Irlanda e espera que Portugal “mantenha a posição” de reconhecer “no momento e com os intervenientes certos”.

“Acho que é uma decisão vergonhosa porque há três problemas com essa decisão”, resumiu o diplomata em declarações à Lusa em Lisboa, o primeiro dos quais o “momento” para o reconhecimento oficial.

“É como dar um prémio ao terror. Tiveram 60 anos para o fazer e não o fizeram. Estão a fazê-lo logo após o pior ataque terrorista conduzido contra Israel pelo Hamas”, criticou Shapira, argumentando ainda viver-se uma “altura muito sensível” por se tentar chegar a um acordo para “libertar os reféns [israelitas mantidos em Gaza] e encontrar soluções para a situação”.

Assim, segundo o diplomata israelita, dar passos como os desta terça “pode prejudicar” as discussões em curso, no âmbito do atual conflito, desencadeado pelo ataque do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita a 07 de outubro e que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas. Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 36.000 mortos e uma grave crise humanitária, segundo o Hamas, que governa o enclave palestiniano desde 2007.

O “segundo problema”, segundo o diplomata, é a ausência de qualquer condição para reconhecer o Estado palestiniano pelos três países europeus, pelo que o Hamas, “uma organização terrorista segundo a sua definição, pode continuar a estar à frente deste Estado que acabaram de reconhecer”. O diplomata lamentou a falta de condições como a “libertação dos reféns” ou que o Hamas deixasse de “disparar rockets contra Israel”. “Apenas reconheceram [o Estado palestiniano] e acho que é simplesmente inaceitável”, criticou à Lusa.

O “terceiro problema”, adiantou, é o “procedimento errado”, uma vez que é necessário as partes em conflito sentarem-se para procurar as “soluções corretas”. “Em primeiro lugar, temos de acabar com os combates. Mas, quando os combates terminarem, e espero que terminem em breve, os israelitas e os palestinianos sentar-se-ão juntos para resolver o conflito israelo-palestiniano”, afirmou Shapira, indicando que essas conversações não decorrerão em Madrid ou em Dublin.

Dor Shapira recusou que na base do reconhecimento esteja a procura da paz na região, porque as primeiras felicitações vieram do Hamas. “O Hamas é uma organização terrorista. E a organização terrorista foi a primeira a felicitar a Espanha e a Irlanda pelo reconhecimento do Estado Palestiniano e também a Noruega. Isso mostra exatamente o que é este passo: é um prémio para o terror”, considerou.

Questionado sobre o entendimento de Portugal, o embaixador notou que a posição se manteve no atual governo e que “qualquer tipo de reconhecimento ter de ser feito da forma correta”. “Tem de ser feito no momento certo, da forma certa e com os intervenientes certos. Se essas três condições forem cumpridas, então será a altura certa para reconhecer o Estado palestiniano. Mas fazê-lo desta forma agora, não é a altura certa, não é a forma correta. E não é com os intervenientes certos. Por isso, espero que Portugal continue a manter esta posição, porque é a posição correta”, considerou.

Segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, indicou que na questão israelo-palestiniana “Portugal tem uma posição de mediação” para “manter o diálogo inteiro com as autoridades palestinianas e com Israel”. O embaixador informou já se ter reunido com o chefe da diplomacia portuguesa e afirmou como os dois países são democráticos e partilham os mesmos valores. “Somos da mesma escola de pensamento que acredita na democracia, na liberdade de expressão, na liberdade de direitos, independentemente do género e da crença e religião”, concluiu.

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Rangel vai ser ouvido no Parlamento sobre alterações aos vistos CPLP

  • Lusa
  • 28 Maio 2024

O PS, que apresentou o requerimento, pede explicações depois do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, dizer que a entrada de imigrantes da CPLP vai ser "mais exigente".

O ministro dos Negócios Estrangeiros vai ser ouvido no Parlamento sobre as anunciadas alterações das regras para entrada em Portugal de cidadãos da CPLP, conforme requerimento do PS aprovado esta terça-feira, disse à Lusa o deputado Paulo Pisco. Nessa audição na Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, Paulo Rangel será igualmente ouvido sobre o acordo militar celebrado entre a Rússia e São Tomé e Príncipe, uma vez que este país integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Segundo Paulo Pisco (PS), a ida de Paulo Rangel à comissão devido ao acordo que envolve São Tomé e Príncipe foi requerida pela Iniciativa Liberal, mas os partidos concordaram em que o ministro seria ouvido no mesmo dia sobre este tema e as alterações aos vistos CPLP.

O requerimento dos socialistas sobre os vistos CPLP surgiu após a notícia da Lusa sobre as alterações que o Governo pretende aplicar, nomeadamente exigir a garantia de subsistência a quem entrar em Portugal. De acordo com o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, a entrada em Portugal de imigrantes da CPLP vai ser “mais exigente”.

No visto para a procura de trabalho, “a pessoa vai ter de demonstrar que tem condições para subsistir em Portugal enquanto andar à procura de trabalho”, disse. Para o PS, trata-se de “uma matéria central” da política externa e que “pode ter implicações no funcionamento da CPLP e na relação entre os seus Estados-membros”.

No requerimento a solicitar a ida de Rangel ao Parlamento, os socialistas consideram que o anúncio feito pelo Governo foi “pouco esclarecedor quanto às suas implicações” e por isso querem que Paulo Rangel preste esclarecimentos “com a máxima urgência” no parlamento “para que se possa aferir em toda a sua extensão as consequências do que foi anunciado”.

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Macron favorável a uso de armas ocidentais contra alvos militares em território russo

  • Lusa
  • 28 Maio 2024

A NATO está a pressionar as capitais ocidentais para que levantem as restrições que "amarram as mãos atrás das costas dos ucranianos", nas palavras do seu secretário-geral, Jens Stoltenberg.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou-se esta terça-feira favorável ao uso de armas ocidentais pela Ucrânia contra o território russo para neutralizar pontos de onde a Rússia lança os seus mísseis, desde que os alvos não sejam civis. “Acreditamos que devemos permitir que neutralizem os locais militares a partir dos quais a Ucrânia é atacada, mas não podemos permitir que outros pontos civis ou outros alvos militares sejam tocados”, disse Macron, numa conferência de imprensa com o chanceler alemão, Olaf Scholz, no castelo de Meseberg, perto de Berlim.

“Se lhes dissermos que não têm o direito de chegar ao ponto a partir do qual os mísseis são disparados, estamos de facto a dizer-lhes que vos fornecemos armas, mas que não se podem defender”, sublinhou Macron, no último dia de uma visita de Estado à Alemanha. “Mas não devemos permitir que outros alvos na Rússia sejam atingidos, e obviamente as capacidades civis”, acrescentou.

A NATO está a pressionar as capitais ocidentais para que levantem as restrições que “amarram as mãos atrás das costas dos ucranianos”, nas palavras do seu secretário-geral, Jens Stoltenberg.

O debate sobre se as armas ocidentais fornecidas à Ucrânia devem ou não ser utilizadas em solo russo está a agitar Washington e as capitais europeias. Os mais reticentes até agora – Roma e Berlim, em particular – estão a brandir o risco de escalada e extensão do conflito, com o risco subjacente de o Presidente russo Vladimir Putin usar armas nucleares.

“Não queremos uma escalada”, repetiu Macron. “O que mudou é que a Rússia adaptou um pouco as suas práticas” e está a atacar a Ucrânia a partir de bases na Rússia. O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, instou esta terça os Estados-membros da União Europeia a encontrar um equilíbrio entre o receio de uma escalada e a necessidade de os ucranianos se defenderem, afirmando que Kiev deveria poder atacar o solo russo com armas ocidentais.

Na segunda-feira, a Assembleia Parlamentar da NATO, uma instituição independente da Aliança Atlântica, aprovou uma declaração de apoio à capacidade da Ucrânia de atacar alvos militares na Rússia também com armas fornecidas por países aliados. O texto foi aprovado por 47 dos 56 países ou instituições que compõem o organismo, que funciona como elo de ligação entre a NATO e os parlamentos dos países membros da Aliança Atlântica.

O Presidente russo, Vladimir Putin, advertiu hoje a Europa das “graves consequências” se os países da NATO permitirem que a Ucrânia utilize armas ocidentais contra alvos em território russo. “Estes representantes dos países da NATO, especialmente na Europa, especialmente nos países pequenos, devem saber com o que estão a brincar”, afirmou Putin numa conferência de imprensa no final de uma visita ao Uzbequistão.

“Devem lembrar-se que, regra geral, são Estados com territórios pequenos, mas densamente povoados”, afirmou. Putin insistiu que este é o fator que os países ocidentais “devem ter em conta antes de falarem em lançar ataques contra o interior do território russo”.

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Acordo com autarcas para acelerar fundos para a habitação assinado hoje ou amanhã

“O termo de responsabilidade será dos municípios e não do presidente de câmara caso se perceba que está mal medido e há lugar a contrapartidas por parte do IHRU”, garantiu Manuel Castro Almeida.

O Governo espera ter fechado esta terça-feira ou amanhã o acordo com a Associação Nacional de Municípios para que as autarquias assumam um termo de responsabilidade que permite acelerar a construção de casas antes da aprovação pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU).

O objetivo deste termo de responsabilidade, que o ministro da Habitação classificou de “Ovo de Colombo”, é permitir que as sete mil candidaturas já apresentadas para a construção de casas com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência avancem já. A meta do PRR é construir 26 mil novas casas com 1,7 mil milhões de euros.

Mas a presidente da ANMP recusou que os autarcas tenham de assumir pessoalmente essa responsabilidade. “É proposto que haja a possibilidade de ser assinado um termo de responsabilidade por parte dos municípios, que dispensa a aprovação por parte do IHRU. Mas não sabemos como vai ser concretizado, os autarcas não vão poder assumir, pessoalmente, estas responsabilidades”, disse Luísa Gonçalves, em entrevista conjunta ao Público e à Renascença.

“De que forma é que o Tribunal de Contas olha para esta medida?”, questionou a responsável. “Se houver falhas, vamos assumir a responsabilidade para iniciar uma empreitada, para dispensar a aprovação do IHRU, e se depois houver falhas no processo, quem assume essa responsabilidade? Seguramente não podem ser os presidentes de câmara a fazê-lo”, disse perentória.

Manuel Castro Almeida deu a garantia aos deputados esta terça-feira que os autarcas não vão ser responsabilizados. “O texto será fechado hoje ou amanhã”, disse na Comissão de Poder Local e Coesão. “O termo de responsabilidade será dos municípios e não do presidente de câmara caso se perceba que está mal medido e há lugar a contrapartidas por parte do IHRU”, disse, sem adiantar mais detalhes sobre o acordo em causa, a apesar de ter sido instado pela deputada socialista e ex-ministra da Habitação, Marina Gonçalves.

Este termo de responsabilidade “foi validado pela Comissão Europeia, pelo ministro da Coesão, pela Unidade de Acompanhamento do PRR, e está dentro dos critérios do PRR”, disse o ministro das Infraestruturas e da Habitação, na apresentação do Pacote de habitação “Construir Portugal”, no Porto, no passado dia 10 de maio. A partir desse momento, “o IHRU está em condições de assinar o contrato com o autarca, para que este possa cabimentar a verba”, acrescentou Miguel Pinto Luz.

Mas Castro Almeida admitiu a hipótese de este termo de responsabilidade ser estendido também à construção de centros de saúde. “O mesmo pode ser feito com os centros de saúde e um procedimento parecido para as escolas”, disse o ministro nas várias respostas aos deputados da sua audição regimental.

O secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Hélder Reis, avançou ainda que o acordo que está ser gizado com a ANMP tem por objetivo que “o processo seja confortável para todos”. “É o que queremos”, frisou.

A secretária de Estado da Habitação, Patrícia Gonçalves, já tinha dado nota na Advocatus Summit que estava confiante num acordo e que as afirmações de Luísa Salgueiro são “perfeitamente razoáveis”.

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Marca Portugal tem objetivo de “fazer sonhar” e tem de ser tema de todos os stakeholders, defende Pedro Reis

A ideia foi defendida pelo ministro da Economia no 3º Congresso das Marcas, organizado pela Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produto de Marca.

A marca Portugal tem o objetivo de “fazer sonhar” e de ser aspiracional, disse Pedro Reis, ministro da Economia, no 3º Congresso das Marcas, organizado pela Centromarca, defendendo que este tem de ser um tema de todos os stakeholders.

O objetivo último da marca Portugal é, com verdade e consistência, fazer sonhar, ser aspiracionais. Isso é importante para o país, num momento em que passámos longos anos difíceis e exigentes, portanto é preciso agora agarramos a positividade da marca Portugal“, afirmou.

E este, no entender do ministro da Economia, é um tema que não pode ser exclusivo da Associação Portuguesa de Empresas de Produto de Marca ou do Governo, mas que tem antes de ser de todos os stakeholders.

“Ou isto é um movimento que se gera em Portugal ou então é apenas mais um exercício. Se for mais um exercício, o tempo consumi-lo-á. Se for um movimento é uma ferramenta potente de lançamento e de captação de talento, por exemplo, mas também uma forma de ativar os nossos ativos adormecidos, logo a começar pelo mar, mas também a diáspora, o nosso capital verde e o capital ético“, afirmou.

Encarando a marca como um património, Pedro Reis disse que num mundo cada vez mais digitalizado e intangível, a questão “não está tanto no desafio de racionalizar a importância da marca” – até porque “é daquelas situações que é totalmente valor acrescentado” – mas “o desafio está certamente na sua construção, quando da globalização vem muito ruído, muita concorrência nem sempre leal e muito comércio ilícito“.

No entender de Pedro Reis, a questão da construção da marca Portugal é também um tema “muitas vezes de atitude”, pelo que “é essencial ligar o valor real com o valor percebido”.

Temos de ter dinâmica na marca, para acompanhar o mundo de hoje e, por outro lado, a marca precisa de alguma estabilidade, se não não a deixamos respirar e afirmar. Por um lado temos de tirar partido da sua componente mais tradicional – com os ingredientes que fazem a perceção de Portugal e da nossa economia – mas por outro lado também temos que acima de tudo evidenciar o nosso caráter inovador”, referiu.

“Se nós acreditamos que a marca é a chave de todo um posicionamento da economia – e é – se queremos construir foco e um argumentário sustentável, então temos de encontrar uma estratégia transformacional nessa matéria, até porque no dia em que nós o conseguirmos certamente teremos capacidade para haver uma dinamização própria e essa será a chave da internacionalização“, disse também Pedro Reis.

Na opinião de Pedro Reis é também importante perceber quem podem ser os embaixadores da marca Portugal, sendo que “nem sempre são os nomes mais evidentes ou consolidados”. “Se queremos ser um país que se quer afirmar pela inovação, temos de surpreender”, disse.

Em relação às marcas portuguesas o “fundamental” é perceber como ativar uma “agenda de marcas cruzadas”, considera Pedro Reis. “Ou seja, como é que podemos fazer o reforço das marcas por recomendação, uma contaminação positiva, sem haver anulação de cada uma das marcas. Depois como é que convocamos todo o ecossistema do design, das indústrias criativas, dos conteúdos. Não encarar isto como uma disciplina lateral da nossa estratégia, mas sim como uma vertente estratégia do nosso posicionamento”, explicou.

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Receita do Adicional ao IMI subiu 3% em 2023 para 148 ME

  • Lusa
  • 28 Maio 2024

Estes proprietários foram chamados a pagar 148 milhões de euros, um valor que está em linha com o arrecadado nos anos de 2018, 2019 e 2020.

O valor do Adicional ao IMI pago em 2023 ascendeu a 148,3 milhões de euros, subindo 3% face ao ano anterior, tendo o imposto chegado a 87.793 contribuintes singulares e empresas, segundo dados do Ministério das Finanças. Relativamente ao Adicional ao IMI (AIMI) “foram emitidas 87.793 notas de cobrança para sujeitos passivos singulares e coletivos”, referiu, em resposta à Lusa, fonte oficial do Ministério das Finanças.

No seu conjunto estes proprietários foram chamados a pagar 148 milhões de euros, um valor que está em linha com o arrecadado nos anos de 2018, 2019 e 2020, e que traduz uma subida face aos 144 milhões de euros que o imposto gerou em 2021 e 2022. A estes números há ainda a somar as 29.205 liquidações dos chamados verbetes, ou seja, os imóveis cuja caderneta predial não foi ainda atualizada e não está associada ao NIF dos proprietários, que no seu conjunto pagaram 325 mil euros por conta deste imposto.

Em 2022, segundo os dados estatísticos já publicados pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) o Adicional ao IMI foi pago por 84.396 contribuintes singulares e empresas. O Adicional ao IMI é pago anualmente, durante o mês de setembro, com base nos valores patrimoniais tributários dos prédios que constem das matrizes em 01 de janeiro do ano a que imposto respeita.

O AIMI incide sobre a soma do valor patrimonial tributário (VPT) dos prédios urbanos (incluindo terrenos para construção), exceto os prédios urbanos classificados como “comerciais, industriais ou para serviços” e “outros”. De fora do alcance deste imposto ficam ainda os imóveis que no ano anterior tenham estado isentos ou não tenham sido sujeitos ao pagamento do IMI.

Dirigido a empresas e particulares, o AIMI contempla taxas diferenciadas para cada uma destas tipologias de contribuintes.

Enquanto no caso das empresas a taxa do imposto é de 0,4%, incidindo sobre a totalidade do valor patrimonial dos prédios urbanos habitacionais e dos terrenos para construção que detenham, no caso dos particulares estão previstos três patamares de taxas: uma taxa de 0,7% sobre o valor patrimonial dos imóveis que exceda os 600 mil euros; outra de 1% quando o valor ultrapassa um milhão de euros; e uma terceira de 1,5% para os valores acima dos dois milhões de euros.

Os casais podem duplicar o valor isento em cada um dos patamares de taxas (para 1,2 milhões de euros, dois milhões de euros e quatro milhões de euros) caso optem e informem a AT de que querem ser tributados em conjunto. Já os imóveis detidos por entidades sujeitas a um regime fiscal mais favorável pagam uma taxa de 7,5%.

O AIMI é ainda devido pelas heranças indivisas podendo ser aplicado sobre a totalidade da herança ou sobre a quota-parte de cada herdeiro, caso estes comuniquem esta sua intenção à AT, procedimento que tem de ser indicado pelo cabeça de casal e confirmado por todos os herdeiros anualmente. A receita do Adicional ao IMI está consignada ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS).

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