Apesar de “alguns pedidos de esclarecimento” ato eleitoral decorre normalmente

  • Lusa
  • 26 Maio 2024

Ato eleitoral decorre "sem reporte de incidentes", diz CNE que só recebeu "alguns pedidos de esclarecimento" sobre propaganda perto de mesas eleitorais.

A Comissão Nacional de Eleições avançou hoje que as eleições regionais da Madeira estão a decorrer “normalmente” e que o organismo só recebeu “alguns pedidos de esclarecimento” sobre propaganda perto de mesas eleitorais.

Contactado cerca das 12:30, o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Fernando Anastácio disse à Lusa que o ato eleitoral “decorre normalmente, sem reporte de incidentes”.

“Não há nada de relevante. O ato está a decorrer normalmente. Houve alguns pedidos de esclarecimento, mas são poucos e dizem respeito a alguma propaganda que fique perto das mesas eleitorais”, adiantou.

De acordo com o responsável, a CNE está ainda a receber algumas questões relativas às eleições europeias de 09 de junho, não precisando as dúvidas.

O Jornal da Madeira dá hoje conta na sua edição ‘online’ que, durante uma reportagem pelas ruas do Funchal, avistou alguns cartazes, de diferentes candidaturas, de campanha eleitoral ainda por retirar.

O jornal deu conta de cartazes do CDS e do Chega junto à Rotunda Engenheiro Jaime Ornelas Camacho, e na freguesia de Santo Antonio, na rotunda acima do Centro de Saúde, cartazes do PSD. Também encontraram ainda na Rotunda dos Viveiros, no Funchal, cartazes do PSD e CDS.

A lei eleitoral da Assembleia da República, no que diz respeito à propaganda depois de encerrada a campanha, refere que aquela propaganda que for feita no dia da eleição ou na véspera é punida com prisão ou multa.

Em relação aos cartazes, a mesma lei refere que a proibição é relativa a menos de 500 metros das mesas de voto.

As eleições legislativas regionais antecipadas na Madeira decorrem hoje, num escrutínio em que mais de 254 mil eleitores são chamados a votar, para escolher um novo parlamento e um novo governo.

Catorze candidaturas disputam os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas de hoje ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Na última legislatura, a Assembleia Legislativa da Madeira tinha 20 representantes do PSD, três do CDS-PP, 11 do PS, cinco do JPP e quatro do Chega. A CDU, o BE, o PAN e a IL ocupavam um lugar cada.

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Eleições na Madeira registaram afluência às urnas de 20,22% até ao meio-dia

  • Lusa
  • 26 Maio 2024

Nas eleições regionais anteriores, em 2023, a afluência às urnas era de 20,98% até à mesma hora, muito próxima dos 20,97% registados em 2019.

As eleições legislativas regionais na Madeira registaram hoje, até às 12:00, uma afluência às urnas de 20,22%, semelhante à verificada em 2023, de acordo com os dados da secretaria-geral do Ministério da Administração Interna

Nas eleições regionais anteriores, em 2023, a afluência às urnas era de 20,98% até à mesma hora, muito próxima dos 20,97% registados em 2019. A abstenção acabou por ficar nos 46,65% no ano passado e nos 44,5% em 2019.

Em 2015, com uma taxa de abstenção de 50,42%, bateu-se o recorde desde 1976, quando se realizaram as primeiras eleições para a Assembleia Legislativa da Madeira.

As eleições legislativas regionais antecipadas na Madeira decorrem hoje, num escrutínio em que mais de 254 mil eleitores são chamados a votar, para escolher um novo parlamento e um novo governo.

Catorze candidaturas disputam os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas de hoje ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

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Lucro da seguradora Allianz cresce 21,8% para 2.475 milhões de euros no 1.º trimestre

  • Lusa
  • 26 Maio 2024

As receitas aumentaram 5,3%, em termos homólogos, para 48.400 milhões de euros. A carteira de seguros do ramo Vida e Saúde rendeu à empresa 21.100 milhões de euros.

A seguradora alemã Allianz revelou esta quarta-feira que teve um lucro de 2.475 milhões de euros até março, mais 21,8% em termos homólogos, suportado pelo aumento do volume de negócios em todas as suas áreas de negócio.

As receitas, por sua vez, aumentaram 5,3%, para 48.400 milhões de euros, principalmente devido a um aumento do volume de negócios no segmento de seguros de bens e acidentes, que cresceu 5,7%, para 25.500 milhões de euros, impulsionado pelos preços e pela forte subscrição.

A carteira de seguros do ramo Vida e Saúde rendeu à empresa 21.100 milhões de euros, mais 4,9%, graças sobretudo ao crescimento das vendas nos Estados Unidos e em Itália, enquanto o volume de negócios da gestão de ativos cresceu 4,7% para 2.000 milhões de euros.

O lucro operacional, por seu turno, apresentou um crescimento de 6,8%, para 3.986 milhões de euros, suportado pelo segmento de seguros de bens e acidentes, bem como pela área de gestão de ativos, refere a seguradora em comunicado.

O rácio de adequação dos fundos próprios de acordo com a norma de supervisão Solvência II situou-se em 203% no final de março deste ano, em comparação com 206% no mesmo período do ano passado, enquanto a rendibilidade anualizada dos fundos próprios de base (RoE) aumentou de 16,1% em 2023 para 17,4% este ano.

Numa declaração, o presidente executivo da seguradora, Oliver Bäte, afirmou que os fortes resultados demonstram “a consistência na execução da estratégia”, bem como “a qualidade dos seus fundamentos” e a sua “vantagem em termos de talento e competências”.

Olhando para 2024, a Allianz confirmou as suas perspetivas e espera alcançar um lucro operacional de 14.800 milhões de euros, cálculo que tem associado uma margem de erro de 1.000 milhões de euros.

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Arch lança seguro paramétrico para cancelamento de eventos

  • ECO Seguros
  • 26 Maio 2024

A seguradora diz ser a primeira com uma opção paramétrica que oferece cobertura até um limite pré-determinado, garantindo o pagamento da indemnização imediatamente após a confirmação do sinistro.

A Arch Insurance Internacional lançou um seguro paramétrico que oferece cobertura de cancelamento de eventos (festivais, exposições, conferências, etc) na Europa para clientes domiciliados no Reino Unido. Segundo avançou a Arch em comunicado, Timothy Rolph, Contingency Underwriter, irá gerir o produto e a plataforma usada para a venda – Arch IQ – de modo a “garantir que os corretores recebem um serviço reativo e têm acesso a conhecimentos técnicos especializados para riscos mais complexos.”.

Timothy Rolph, Contingency Underwriter na Arch Insurance, será o gestor do produto e da plataforma para a venda.

Segundo a própria, a Arch é a primeira seguradora a oferecer um seguro para eventos que funciona com base num valor previamente acordado – trata-se de uma opção paramétrica que oferece cobertura até um limite predeterminado, garantindo o pagamento da indemnização imediatamente após a confirmação da ocorrência de sinistro.

O seguro está disponível na nova plataforma de cotação e vinculação Arch IQ, e, através das respostas um conjunto de questões, o sistema permite que os corretores obtenham uma cotação do risco num minuto e procedam instantaneamente à sua vinculação. Note-se que os riscos até ao limite de indemnização de 5 milhões de libras esterlinas (cerca de 5,8 milhões de euros) podem passar pela plataforma, sem necessidade de encaminhamento interno.

Para Chris Rackliffe, Diretor de Contingência e Acidentes e Saúde, “O lançamento do nosso seguro de cancelamento de eventos regionais através do Arch IQ é um marco importante na nossa estratégia digital para melhorar as nossas capacidades de serviço e proporcionar a rapidez e a eficiência do comércio em linha, apoiado por conhecimentos especializados de subscrição. O nosso objetivo consiste em proporcionar um acesso rápido e simples à cobertura de eventos complexos aos compradores de seguros que, tradicionalmente, podem ter dificuldade em obter este tipo de proteção e, com a nossa opção inovadora de valor acordado, os segurados têm a garantia de um serviço rápido de reclamações”.

Arch é a primeira seguradora a oferecer um seguro para eventos que funciona com base num valor previamente acordado – trata-se de uma opção paramétrica que oferece cobertura até um limite predeterminado, garantindo o pagamento da indemnização imediatamente após a confirmação da ocorrência de sinistro.

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Representante da República “preparado para todos os cenários”

  • Lusa
  • 26 Maio 2024

"Em democracia há sempre soluções", afirma o representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, que se mostrou preocupado com a abstenção que, nas últimas eleições foi na ordem dos 46%.

O representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, admitiu estar preocupado com a abstenção nas eleições regionais que decorrem hoje e adiantou estar “preparado para todos os cenários”.

O juiz conselheiro referiu esperar que estas eleições antecipadas resolvam a crise política gerada com a demissão do presidente do Governo Regional (PSD/CDS), o social-democrata Miguel Albuquerque na sequência da investigação judicial relacionada com suspeitas de corrupção, em janeiro, que resultou em ser constituído arguido.

“Espero que sim, por isso é que fazemos eleições”, respondeu quando questionado sobre a situação. O juiz conselheiro acrescentou: “Espero que todos votem, os que podem devem votar para que nós tenhamos uma solução que resolva os nossos problemas”.

O representante, que votou na secção da Câmara Municipal do Funchal, argumentou que votar é um direito e um dever. “Nós temos uma grande responsabilidade, temos o nosso presente e o nosso futuro. O nosso presente e o nosso futuro dependem das eleições e do resultado das eleições que hoje decorrem”, sublinhou.

Ireneu Barreto insistiu que “há tempo para tudo”, para ir à serra, ao mar e também para votar. Falando sobre a abstenção, o juiz conselheiro disse estar “preocupado, porque a taxa é elevada” na Madeira. Mas, considerou que se deve “relativizar o problema da abstenção”, já que existem “40 e tal mil eleitores fantasma”.

“De qualquer modo, a abstenção em setembro [nas últimas eleições regionais] foi por volta de 46%, se deduzirmos 17% andará na casa dos 30%. Na minha perspetiva é muito. Devíamos ter uma abstenção na casa dos 20%, era ótimo”, argumentou.

O representante da República ainda apontou estar “preparado para todos os cenários” que saiam das eleições antecipadas de hoje”, salientando que “em democracia há sempre soluções”.

As eleições legislativas regionais antecipadas na Madeira decorrem hoje, num escrutínio em que mais de 254 mil eleitores são chamados a votar e 14 candidaturas se apresentam para formar um novo parlamento e um novo governo.

Em disputa nas eleições, com um círculo único, estão 47 lugares da Assembleia Legislativa Regional e, segundo dados do Ministério da Administração Interna, estão recenseados para votar 254.522 eleitores, dos quais 249.075 na ilha da Madeira e 5.447 na ilha de Porto Santo.

As 292 secções de voto distribuídas pelas 54 freguesias dos 11 concelhos do arquipélago estarão abertas entre as 08:00 e as 19:00. Na corrida estão uma coligação e 13 partidos únicos.

As eleições antecipadas de hoje ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Na última legislatura, a Assembleia Legislativa da Madeira tinha 20 representantes do PSD, três do CDS-PP, 11 do PS, cinco do JPP e quatro do Chega. A CDU, o BE, o PAN e a IL ocupavam um lugar cada.

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“Vamos entrar na época alta, e os empresários já se queixam que não têm trabalhadores”

  • ECO
  • 26 Maio 2024

Ana Jacinto, da AHRESP, defende que o Estado deveria "fazer uma revisão em baixa dos impostos, sobretudo no rendimento do trabalho". Empresas mais pequenas sem capacidade de pagar salários mais altos.

“Vamos entrar na época alta, e os empresários já se queixam que não têm trabalhadores. O mercado vai exigir que as empresas continuem a elevar os salários e andam a contratar trabalhadores uns aos outros” e as empresas mais pequenas não têm capacidade para aumentar salários, alerta Ana Jacinto, secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP). O Estado vai ter de “fazer uma revisão em baixa dos impostos, sobretudo no rendimento do trabalho”.

O setor da restauração e hotelaria “não pode continuar a aumentar salários e continuar estrangulado com custos de contexto”, avisa Ana Jacinto, em entrevista ao Jornal de Negócios e na Antena 1, este domingo. (conteúdo em português/ acesso não reservado)

A falta de mão de obra está a obrigar as empresas do setor a aumentar salários, mas as de menor dimensão não têm capacidade para acomodar este aumento de custos com pessoal. “As empresas não têm alternativa, mas as mais pequenas não vão conseguir pagar esses salários”, diz. “O Estado tem de fazer a sua parte, tem de fazer uma revisão em baixa dos impostos, sobretudo no rendimento do trabalho”, atira.

Há dois anos, após a pandemia ter encerrado durante meses os estabelecimentos do setor, estimava-se que faltavam 40 mil trabalhadores. “A situação não melhorou”, garante Ana Jacinto. “Há empresas que têm que fechar a dias de semana ou até aos fins de semana porque não têm trabalhadores. Há empresas que só dão almoços ou só dão jantares. E até há negócios que estão parados“, afirma.

“As dificuldades que os empresários têm na contratação dos imigrantes não se resolveu”, lamenta. “Já temos cerca de 120 mil imigrantes a trabalhar só na restauração e no alojamento. Sem estes 120 mil imigrantes a situação seria bem pior. O maior problema que todos os dias as empresas nos relatam é o da falta de trabalhadores”, diz.

A secretária-geral da AHRESP defende o papel das autarquias na inclusão dos imigrantes, em particular na habitação.

“Durante a pandemia, foram várias as autarquias que criaram apoios às rendas, de forma transversal. Não tinha a ver com a questão dos imigrantes, tinha a ver com apoio às rendas das famílias que estavam em dificuldades para pagá-las. Se o conseguiram fazer na altura da pandemia, também o podem fazer agora”, lembra. “O que nós propusemos foi as autarquias conseguirem dar estes apoios, mas agora direcionados para os imigrantes”, aponta.

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APS Dia 2: Geopolítica e mudanças climáticas no centro do Encontro

No segundo e último dia do XIX Encontro Resseguro, organizado pela APS, esteve sob análise a sustentabilidade e a capacidades dos humanos em mitigar os riscos e se adaptarem a mudanças climáticas.

O último dia do XIX Encontro Resseguros, organizado pela Associação Portuguesa dos Seguradores (APS), realizado esta sexta-feira, centrou-se nas alterações climáticas, desde o seu impacto em Portugal e no mundo, passando pelas previsões sobre a evolução da mesma até às formas de mitigação dos riscos e adaptação às mudanças.

Foram ainda realçadas as oportunidades e desafios para Portugal e para a Europa numa época de elevada incerteza face a outros atores e perante eventos internacionais como a invasão da Ucrânia e o ataque da organização não estatal Hamas a Israel.

Michael Walz, gestor de produto sénior e vice-presidente da Swiss Re, alertou para a importância da prevenção e atitudes de mitigação dos efeitos das alterações climáticas, confessando que é “difícil ser otimista”, “não vamos (espécie humana) desistir e ir para um bunker“.David Martins | APS

Michael Walz, gestor de produto sénior e vice-presidente da Swiss Re, abriu o primeiro painel com uma apresentação sobre “Impactos das alterações climáticas em Portugal – a visão na perspetiva de um ressegurador”. Apresentou o estudo Sigma 01/2024 natural catastrophes in 2023, relembrando que as perdas económicas provocadas pelas catástrofes climáticas em 2023 (280 mil milhões de euros) equivalem a aproximadamente o valor do Produto Interno Bruto Português (PIB) no mesmo ano (266 mil milhões de euros em 2023).

Relembrou desastres passados, como o sismo na Turquia e as cheias na Madeira em 2010, assim como os eventos possíveis como um sismo em Lisboa, alertando que os desastres naturais “não acontecem todos os segundos, mas são um risco”. E que, ainda que reconheça a capacidade das pessoas em se adaptarem às mudanças, é essencial mitigar os efeitos das alterações climáticas.

Ainda que confesse seja “difícil ser otimista”, afirma, num tom divertido, que “não vamos (espécie humana) desistir e ir para um bunker“.

Analisar, adaptar, mitigar: como viver sobre às alterações climáticas

Helena Freitas, Diretora do Parque de Serralves, Pedro Matos Soares, investigador principal do Instituto Dom Luiz, ; Pedro Garrett, co-fundador da 2adapt e José Luís Leão, diretor de Corretores e Parcerias do Grupo Ageas Portugal, no painel sobre as alterações climáticas.

Para Pedro Garrett, co-fundador da 2adapt, acredita que o caminho para a transição climática, mitigação dos riscos e adaptação passa pela cooperação entre a academia e os stakeholders para entender o histórico de eventos climáticos, fazer previsões e implementar mecanismos para proteger as regiões, países, cidades, vilas e aldeias, e tudo o que estas comportam, ao adaptá-las para, caso um evento se repita com mais intensidade, as suas consequências serem menos danosas.

Helena Freitas, Diretora do Parque de Serralves, professora catedrática na área da biodiversidade e Ecologia da Universidade de Coimbra, realça que “não há nenhum sítio onde não se sintam os impactos da crise da biodiversidade” – que é um dos efeitos das alterações climáticos. A especialista realça que a política ambiental também é um incentivo para o homem repensar a forma como vê o mundo e como se vê nele – para se reconciliar com a natureza e assim impulsionar uma transformação sistémica – deixando de parte o paradigma que esta existe para o humano a “usar”, mas antes para nesta participar.

Pedro Matos Soares, investigador principal do Instituto Dom Luiz, professor no departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, destaca que na educação está um grave problema e é também parte da solução – há um grande desconhecimento sobre as alterações climáticas e é “a nossa capacidade de aprender que nos podem salvar”.

Da mesma opinião é José Luís Leão, diretor de Corretores e Parcerias do Grupo Ageas Portugal, que considera ser essencial reduzir a lacuna de proteção face a riscos climáticos em Portugal, possível através de parcerias com o Estado, como o setor planeia fazer o Fundo Sísmico, por exemplo. Realçando que os países com economias mais robustas não estão tão expostos aos riscos como está Portugal, que, como consta num relatório da ASF ,um sismo de significativas magnitudes em Lisboa poderia fragilizar fortemente o sistema financeiros português.

“Nem os eleitores nem os políticos estão preparados intelectualmente para o que está a acontecer”

Paulo Portas, ex-vice-primeiro-ministro e ex-ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, e Miguel Monjardino, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, partilharam as suas visões acerca da “(Des)proteção das sociedades: perspetivas sociais e económicas”.David Martins | APS

Para Miguel Monjardino, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, em 2022 “voltamos à história”. Quer com isto dizer que considera o período desde cerca 1992 até 2022 um período atípico de paz, sem grandes conflitos que afetassem a Europa. O que faz com que agora seja uma época onde o pensar é essencial – de compreender o que está a acontecer e qual é o melhor caminho para a Europa, enquanto player internacional, traçar.

Alerta que estes tempos, em que tudo se quer imediato, não se espera por resultados a longo prazo, torna difícil a resolução de problemas. Esta perceção de tempo, aliado ao longo período “atípico” da história faz com que nem os eleitores nem os políticos estejam “preparados intelectualmente para o que está a acontecer“.

Também Paulo Portas considera que se vive num cenário de ingovernabilidade acrescentando outros motivos, nomeadamente, a “desintegração do Ocidente”. Desintegração que é vista como uma fraqueza por regimes ditatoriais como o de Xi JiPing na China e de Vladimir Putin na Rússia, este último que o aproveitou e considerou ser o tempo ideal para atacar a Ucrânia.

Paulo Portas falou ainda sobre algumas ameaças à posição da Europa como potência mundial. Deu o exemplo as eleições dos EUA em outubro deste ano, onde a vitória de Donald Trump pode significar uma maior fragilidade europeia, passando a ficar sem a proteção americana; também exemplificou com a invasão da Ucrânia em que, se o vitorioso for a Rússia, não há garantias que contenha as suas intenções expansionistas.

O ex-ministro mencionou ainda que a Europa acaba por ficar para trás a inovar, nomeadamente, em tecnologia porque, ao contrário de outros países, aqui “primeiro regulamos e depois inovamos”.

Ambos consideram que se vivemos de um período instável e que provoca “medo” não só aos países europeus, mas também à China com previsões de decréscimo populacional, dificuldade em captar e cativar investimento estrangeiro e de oferecer oportunidades aos jovens nas cidades e à Rússia que “só é boa na guerra” e “catastrófica do ponto de vista económico”, afirmou Paulo Portas.

José galamba de Oliveira, presidente da APS, Encontro Resseguros, encerrando o evento.David Martins | APS

José Galamba de Oliveira fechou o evento convidando os participantes a participar no XX Encontro de Resseguros a ser realizado em 2026.

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Europ Assistance vai lançar IA para responder a sinistros em viagem

Serviços assistência IA com sinal verde dos clientes, mais de metade já os usa e são os preferidos da maioria. Reboque dá várias opções de contacto com IA e empresa prepara o mesmo para táxis.

O Grupo Europ Assistance está a fazer testes A/B a um agente de inteligência artificial para costumer enquiries, especialmente ligado ao negócio viagem – pedidos de cancelamento de viagem e bagagens perdidas, por exemplo – em dois países relevantes para a empresa em termos de volume de negócios. Em entrevista ao Eco Seguros, Paulo Xardoné, Chief Transformation Officer da Europ Assistance Portugal, confirmou que o grupo planeia trazer esta ferramenta para as operações do grupo, “nomeadamente para Portugal”.

Paulo Xardoné, Chief Transformation Officer da Europ Assistance Portugal: “Inquéritos de satisfação mostram que os clientes se mostram mais satisfeitos com os pedidos resolvidos pelos agentes digitais”.

O modelo encontra-se num processo de aprendizagem denominado em machine learning, onde é submetido a interações reais e é ensinado a distinguir entre as respostas cercas e erradas às diferentes perguntas e quais os tipos de resposta mais adequados.

Para tal, a companhia está a recorrer a um grupo de operadores que está a esclarecer clientes e são usadas as mesmas questões para a ferramenta de inteligência artificial fazer o mesmo tipo de trabalho.

O objetivo é que se torne capaz de responder diretamente ao cliente e só quando o último sentir dificuldade possa recorrer a um operador. O primeiro canal onde implementaram algumas peças de inteligência artificial foi no agente virtual – para o reconhecimento de matrículas e localização, por exemplo. Quem opta por prosseguir com o seu pedido de reboque com esse agente será encaminhava para ‘conversar’ com uma máquina que lhe irá fazer as perguntas necessárias para formalizar o pedido.

Digital localiza rapidamente o cliente

Recentemente surgiu o canal do Whatsup que recorre a IA cujo principal objetivo é “localizar melhor o cliente” no pedido de reboque em caso de sinistros. Os clientes conseguem chamar o reboque em cerca de 3 minutos em qualquer um dos canais. Segundo o especialista, “não há grande variação” no tempo do processo de chamar o reboque. No entanto, os canais digitais ao permitirem que o cliente partilhe com a seguradora a sua geolocalização, agilizam o processo da empresa e do reboque conseguir atender o cliente.

A Europ Assitance quer possibilitar o mesmo serviço para o cliente conseguir chamar um táxi – serviço muitas vezes solicitado pelos clientes que querem ser deixados em algum lado e não ficar no meio da estrada. Esse processo já esta em testes internos. “Não sei se vamos a tempo (de lançar) no verão. Eu diria que, antes do fim do verão vamos com certeza. Mas eu gostava de estar antes do início do verão. Não sei se vou conseguir, mas estou lá muito próximo”, confessa Paulo Xardoné.

Também pretendem digitalizar o contacto da seguradora com o rebocador, se “falarem comigo [empresa] mais depressa, ficam livres mais depressa para irem para o próximo serviço”.

Metade dos pedidos são executados pelos canais digitais

“Com o pedido de reboque, praticamente metade dos pedidos são executados pelos canais digitais”, refere Paulo Xardoné.

Nesse sentido, foram cerca de 300.000 pedidos executados de forma online, desde o pedido, passando pela criação do processo, a procura do rebocador até a ativação desse rebocador foi tudo digital e automático. “Não houve nenhuma intervenção humana” refere.

Note-se que é dada aos clientes a opção de perseguir com o auxílio para os canais digitais desde o início do pedido de reboque, sendo-lhe enviado um SMS com o convite e respetivo link para continuar o pedido no what, ou receber na rede social um contacto pela seguradora. Podem escolher.

Clientes mais satisfeitos com serviços digitais do que com operadores de call center

Investir em ferramentas de inteligência artificial generativa surge para “facilitar o acesso dos clientes” a assistência em caso de sinistros, ao mesmo tempo que visa responder às suas exigências cada vez mais digitais, e também para “uniformizar a qualidade de serviço” que entrega, e reduzir os tempos de espera antes da interação do cliente com o operador.

Frequentemente, a Europ Assistance responde a pedidos onde os clientes se encontram sob stress, ou porque estão com o carro avariado no meio da estrada, por exemplo, e com as ferramentas digitais conseguem ter um serviço mais rápido, onde os clientes têm mais autonomia (recebendo atualizações do estado dos pedidos), e podendo escolher o canal de assistência mais conveniente, seja com um operador de call center, seja a webapp, whatsup ou agente virtual”.

Para Paulo Xardoné, a principal razão para este investimento está na capacidade da IA em uniformizar processos, ao afastarem o erro humano conseguem entregar “sistematicamente” serviço “com qualidade e com métricas que nos permitem acompanhar e medir se estamos realmente a entregar o que exigimos” Internamente também permite uma “uniformização na qualidade do serviço que estamos a entregar”.

Aliás, o responsável refere que os inquéritos de satisfação mostram que os clientes se mostram mais satisfeitos com os pedidos resolvidos pelos agendes digitais.

Tranquilidade, Mudum e UNA. Serviço é usado por várias seguradoras em Portugal

Paulo Xardoné explica que o serviço é “tipicamente” acionado “em nome do cliente”, que são normalmente seguradoras. Com isto quer dizer que o cliente “estando a fazer um pedido de assistência na UNA, Tranquilidade ou Mudum, na verdade quem está a prestar o serviço de assistência somos nós, em nome das seguradoras

Confessa que ainda não há publicidade junto do consumidor final, tendo este apenas conhecimento no momento que solicita apoio. “A nossa crença é que o sucesso continuado destes canais fará com que os nossos clientes institucionais comecem a publicitar mais estes canais”.

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Ministros da Agricultura da UE discutem 2.ª feira reivindicações do setor

  • Lusa
  • 26 Maio 2024

Os ministros da Agricultura da UE vão abordar a recente simplificação da Política Agrícola Comum (PAC), com o alívio das exigências ambientais.

Os ministros da Agricultura da União Europeia (UE) vão estar reunidos, esta segunda-feira, em Bruxelas, a discutir as respostas às reivindicações que levaram os agricultores a sair à rua no início do ano.

Os ministros vão abordar a recente simplificação da Política Agrícola Comum (PAC), com o alívio das exigências ambientais.

Da ordem de trabalhos, faz também parte a discussão sobre a simplificação administrativa e o reforço da posição dos agricultores na cadeia de abastecimento alimentar. Em causa está, por exemplo, o lançamento de um observatório sobre os custos de produção, margens e práticas comerciais.

O Governo de Portugal lançou, em 2023, o Observatório dos Preços, que monitoriza os custos de um cabaz de 26 alimentos, desde a produção ao consumo.

Os ministros vão ainda discutir a situação dos mercados agrícolas, em particular, face à guerra na Ucrânia.

Em 03 de maio, o relatório sobre as perspetivas para o mercado agrícola europeu revelou que o setor continua a ser afetado por acontecimentos que não podem ser controlados pelos agricultores, como as crises climáticas e geopolíticas.

Esta sexta-feira, o ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, assinou a portaria que vai simplificar a PAC e decidiu estender as candidaturas ao Pedido Único até 14 de junho, prazo que continua a ser contestado pelo setor devido aos constrangimentos na plataforma para a submissão de candidaturas.

“A simplificação vai flexibilizar o cumprimento das medidas da condicionalidade — boas condições agrícolas e ambientais — nomeadamente na cobertura mínima dos solos, na rotação das culturas através da diversificação e no fim de obrigação de deixar uma parte da área agrícola a superfícies não produtivas, como as terras em pousio”, detalhou, em comunicado, o executivo.

O diploma em causa promove ainda a simplificação para explorações com até 10 hectares de superfície agrícola declarada. Estas explorações ficam isentas de controlo e de sanções administrativas a título da condicionalidade.

Por outro lado, segundo o mesmo documento, as explorações que estão situadas em áreas abrangidas por fenómenos climáticos adversos que, “pela sua gravidade e duração, impeçam o cumprimento de norma ou de parte de norma das boas condições agrícolas e ambientais vão beneficiar de uma derrogação temporária por condições meteorológicas.

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Borrell pede mais defesas aéreas para Kiev após ataque a centro comercial

  • Lusa
  • 26 Maio 2024

A Europa "tem de aumentar urgentemente o apoio à defesa aérea do exército de Kiev", defende o Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell.

O Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, apelou hoje aos Estados-membros da organização para doarem mais equipamento de defesa aérea à Ucrânia porque “salva vidas”.

Borrell falava após o ataque russo a um hipermercado em Kharkiv, no nordeste do país, que deixou, segundo os dados mais recentes divulgados pelo Ministério do Interior, pelo menos 12 mortos e 43 feridos, ataque que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou “ignóbil”.

“Condeno com a maior veemência os atrozes ataques perpetrados pela Rússia contra a cidade de Kharkiv, incluindo um centro comercial cheio de gente, em que civis foram mortos e feridos”, afirmou Borrell numa mensagem publicada sábado à noite na rede social X.

Para Borrell, a Europa “tem de aumentar urgentemente o apoio à defesa aérea do exército de Kiev”, porque ‘salva vidas e protege as cidades ucranianas’.

O chefe da diplomacia europeia prometeu que “todos” os autores de ataques como o de sábado em Kharkiv, que descreveu como “crimes de guerra russos”, serão “responsabilizados” no futuro.

Por seu lado, o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, considerou o bombardeamento do hipermercado de Kharkiv “aterrador” e afirmou que “os esforços da Rússia para aterrorizar a população civil ucraniana como parte da sua guerra de agressão são criminosos”.

“Juntos podemos travar os ataques brutais da Rússia. Precisamos urgentemente de avançar com uma solução global de defesa aérea para a Ucrânia”, escreveu Michel, que preside ao órgão que reúne os presidentes e primeiros-ministros da UE, numa mensagem em sintonia com Borrell.

Horas antes do ataque, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também voltou a pedir mais sistemas de defesa aérea à comunidade internacional.

Para levar a cabo o ataque ao hipermercado de Kharkiv, a Rússia utilizou dois mísseis teleguiados que atingiram uma loja de materiais de construção e incendiaram 15.000 metros quadrados.

Três horas depois deste ataque, a Rússia atacou também o centro de Kharkiv, ferindo pelo menos 18 pessoas, segundo o Ministério Público, pelo que sábado quase 60 pessoas ficaram feridas na cidade, somando este ataque ao centro e ao hipermercado.

Segundo o Ministério Público de Kharkiv, os mísseis atingiram edifícios de escritórios e danificaram também edifícios administrativos, um supermercado, lojas, residências, uma estação de correios, automóveis e outros alvos civis.

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Von der Leyen redesenha “linhas vermelhas” com direita radical em “moderação”

  • Lusa
  • 26 Maio 2024

Von der Leyen estabeleceu três "linhas vermelhas" para o PPE dialogar com outros grupos políticos (incluindo a extrema-direita): visão europeísta,apoio à Ucrânia e o cumprimento do estado de direito.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, assumiu na campanha para as europeias trabalhar com partidos à sua direita que abandonem o antieuropeísmo e defesa da Rússia, enquanto, segundo analistas, alguns daqueles moderam posições ambicionando o poder.

Sophia Russack, do Centre for European Policy Studies (CEPS), considerou à Lusa que há uma tendência de moderação por parte dos Reformistas e Conservadores Europeus (ECR), grupo de partidos que pode ser incentivado depois de von der Leyen, recandidata pelo Partido Popular Europeu (PPE, centro-direita), ter admitido que está disponível para dialogar com aqueles que cumpram determinados critérios, apontando a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni (Irmãos de Itália), como exemplo de alguém à sua direita com quem trabalhar.

Os partidos de extrema-direita nos países da União Europeia (UE) incorporam um de dois grupos políticos: o Identidade e Democracia (ID) e o ECR. Os pouco homgéneos partidos que compõem estes grupos políticos oscilam, por exemplo, entre o euroceticismo e o europeísmo, apoiar inequivocamente a Ucrânia e proximidade ao Kremlin.

“Acho que o ECR e os partidos que continuem no ECR acabaram por moderar-se cada vez mais e vai ser cada vez mais divergente [do ID], talvez […]. Mas a linha que hoje separa o ECR e o ID está esbatida”, sustentou Sophia Russack.

Ursula von der Leyen estabeleceu três “linhas vermelhas” para o PPE dialogar com outros grupos políticos (incluindo a extrema-direita): visão europeísta, posição a favor da Ucrânia e o cumprimento do Estado de direito. O seu principal adversário, Christian Schmit (Socialistas e Democratas), rejeitou qualquer entendimento com partidos à direita do PPE.

A investigadora é da opinião que von der Leyen “vai fechar os olhos” ao cumprimento do Estado de direito e advogou que essa postura já é visível com a relação que tem com Meloni, conservadora e crítica do apoio prestado a imigrantes e refugiados.

A pouco mais de duas semanas das eleições para o Parlamento Europeu (PE), a delegação da Alternativa para a Alemanha (AfD) foi expulsa do grupo partidário Identidade e Democracia (ID), na quinta-feira, após o cabeça de lista do partido de extrema-direita alemão, Maximilian Krah, declarar que era incorreto apelidar de “criminosos” todos os elementos da antiga organização paramilitar nazi SS (Schutzstaffel).

A decisão levou à renúncia de Krah, mas também pode ser o início de uma fragmentação na extrema-direita no Parlamento Europeu, que já tem dificuldades em encontrar consensos.

Mas a AfD, que até hoje está sem grupo político, não foi o único partido que deixou a sua família política. O Fidesz – União Cívica Húngara, partido o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, abandonou o PPE em março de 2021 depois de os partidos que compunham este grupo político aprovarem a sua suspensão pelas posições eurocéticas, contra o apoio à Ucrânia e pela proximidade de Orbán ao Presidente russo, Vladimir Putin.

“Isto é tudo muito difícil de prever, mas há partidos de extrema-direita que querem moderar o discurso porque perceberam que é o único caminho para o poder”, acrescentou Sophia Russack.

“Até pode ser já haja três grupos [de extrema-direita]”, admitiu a investigadora, reconhecendo, contudo, que, por exemplo, para a AfD ou o Fidesz criarem mais um grupo político “precisam de mais seis parceiros”.

Sem fazer previsões, mas analisando a evolução da dinâmica político-ideológica, Sophia Russack perspetiva que possa haver “os da extrema-direita mais afastados” da UE, “que são pró Rússia e muito, muito antieuropeus”.

Em simultâneo poderá haver outro grupo constituído pelos partidos que “são de uma direita mais protecionista” e que “são apenas críticos da UE” sem verbalizar oposição às decisões do bloco comunitário.

Uma “economia saudável” também pode definir a maneira como certos partidos de extrema-direita se posicionarão, neste caso, mais próximos do ECR, que tem caminhado para a moderação para poder ‘entrar em jogo’ nas decisões com o PPE.

“Tudo isto depende muito de como é que os partidos individuais agem, se estão a caminhar para a moderação ou radicalização no próximo mandato e como é que os grupos se alteram depois das eleições”, concluiu Sophia Russack.

Zselyke Csaky, investigador do Centre for European Reform, concorda e reconhece que houve “muito movimento à direita, com partidos como a AfD da Alemanha a passarem do ECR de extrema-direita para se juntarem ao ID de extrema-direita ou o Fidesz da Hungria a ser expulso para o deserto político”.

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IA traz “grande revolução” às agências noticiosas, talvez a maior desde a imprensa

  • Lusa
  • 26 Maio 2024

"Entre cinco a 10 anos, irá provavelmente criar um novo ecossistema em que tudo será diferente e o papel das agências de notícias também será mudado", defende o CEO da agência de notícias italiana.

O presidente executivo (CEO) da agência de notícias italiana ANSA considera, em entrevista à Lusa, que a inteligência artificial (IA) traz uma “grande revolução” às agências noticiosas, talvez a maior desde a invenção da imprensa.

Stefano de Alessandri, CEO da Agenzia Nazionale Stampa Associata (ANSA), esteve em Lisboa para participar conferência de primavera da Aliança Europeia das Agências de Notícias (EANA, na sigla inglesa), que decorreu no final da semana.

Questionado sobre qual o papel da IA nas agências de notícias, Stefano de Alessandri admite poder tratar-se de “uma grande revolução”. “Nunca sabemos quão grande é o fenómeno, mas talvez seja a maior revolução desde a introdução da imprensa”, afirma. E poderá ultrapassar o feito de Gutenberg, que inventou a imprensa no século XV? Stefano de Alessandri diz que essa é uma ideia que já foi avançada por alguns. “Pessoalmente acho que será uma grande revolução”, mas em diferentes estágios, considera.

A curto prazo, prossegue, a IA terá muito a ver com “eficiência”. Ou seja, muito provavelmente “irá cancelar alguma parte do nosso trabalho, do trabalho dos jornalistas que é repetitivo e sem valor acrescentado e criaremos condições para uma eficiência muito maior“, explica. Claro que isto terá efeito “no emprego”, como sempre aconteceu quando foi introduzida tecnologia.

A médio prazo, serão criadas novas oportunidades de negócio, o que irá “afetar não apenas o lado dos custos, mas também o lado das receitas”, aponta Stefano de Alessandri.

A longo prazo, “entre cinco a 10 anos, irá provavelmente criar um novo ecossistema em que tudo será diferente e o papel das agências de notícias também será mudado”, afirma o CEO da ANSA.

Stefano de Alessandri segue a linha de que a IA é uma “oportunidade” porque traz de volta a inovação para o negócio e pode criar um novo fluxo de receitas, além de mais eficiência.

Também admite que um dos riscos que se enfrenta com o desenvolvimento da inteligência artificial é a questão da desinformação, porque é uma “ferramenta muito poderosa para criar fake news“. Por outro lado, também é uma ‘arma’ para verificar factos e detetar desinformação.

Stefano de Alessandri manifesta preocupação com a capacidade de disseminação de desinformação trazida pela IA. “Essa é a razão pela qual todos os governos têm de lidar com o assunto porque pode afetar seriamente as eleições”, entre outros aspetos, sublinha. Por exemplo, o Governo italiano “está a trabalhar arduamente em leis sobre o tema”, diz, recordando a aprovação recente da lei europeia sobre inteligência artificial (IA Act). Com todas estas mudanças, também o papel das agências de notícias vai evoluindo.

“Há alguns anos eu diria que uma agência de notícias deveria ser sempre a primeira a dar a notícia porque é o nosso papel ser o primeiro no mercado, estamos na base do sistema”, diz o CEO da ANSA.

“Agora, pelo menos em Itália, o nosso objetivo não é ser o primeiro, mas uma vez que a ANSA publique a notícia” todo o sistema tem de estar completamente seguro de que aquilo que a ANSA disse “é absolutamente verdade”, relata. Isso “significa mudar completamente o nosso papel”, remata.

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