Famílias falam pouco sobre dinheiro. Menos de metade dos casais partilha gestão da conta bancária

No Dia Internacional da Família, que se celebra esta quinta-feira, Doutor Finanças e Católica elaboraram um estudo sobre quem gere o tema financeiro nos agregados familiares.

O dinheiro é um tema pouco presente nas conversas das famílias, de acordo a primeira edição do barómetro “Hábitos Financeiros dos Portugueses”, desenvolvido pela consultora financeira Doutor Finanças e pelo Centro de Estudos Aplicados (CEA) da Universidade Católica Portuguesa.

Quase metade dos agregados familiares (44%) não conversam (ou conversam pouco) sobre o assunto à mesa, optando por fazê-lo apenas quando surge um assunto importante, por exemplo. De entre o terço das famílias que falam esporadicamente (35%), destacam-se as faixas etárias superiores, com mais de 65 anos.

Nos casais portugueses, denota-se alguma divisão entre a opção por gestão partilhada e individual do dinheiro. A maioria dos inquiridos (61%) gere as suas próprias contas bancárias (como único responsável) e, na subamostra de quem vive com o cônjuge, é maior o número dos casos em que cada um está encarregue da sua conta bancária do que as situações em que a responsabilidade é conjunta. Menos de metade (49%) partilha a tarefa de gerir a conta bancária.

A mesma lógica é levada para o envolvimento dos membros mais novos da família na sua própria organização financeira, tendo em conta que só aproximadamente metade dos pais (varia consoante as idades dos filhos) os ajuda a gerirem o seu dinheiro/poupanças.

A maioria dos participantes neste inquérito (58% para os que têm filhos de 10-15 anos e 59% para os que têm adolescentes até aos 18 anos) dá dinheiro aos filhos quando estes precisam, mas só cerca de 10% os incluem nas decisões financeiras que tomam. Aliás, dois em cada dez pais não sabem ou não respondem onde os filhos gastam o dinheiro.

“Os resultados deste barómetro mostram que os desafios financeiros que os portugueses enfrentam são estruturais e não meramente conjunturais. A ausência de hábitos de poupança e a falta de planeamento continuam a comprometer o bem-estar financeiro das famílias. Este estudo permite-nos compreender onde estão os bloqueios e onde devemos atuar”, garante Sérgio Cardoso, Chief Education Officer do Doutor Finanças, sem detalhar quais serão as próximas prioridades da fintech neste campo.

Em relação ao investimento, o produto mais apelativo para as famílias portuguesas contactadas são os depósitos a prazo (29%), seguindo-se os certificados de aforro (15%) e logo depois as ações (10%) e outros produtos (11%), entre os quais nomearam imobiliário, terrenos, cofres, transferências para outro país e fundos (9%).

E através de que meios? Bancos, sobretudo. A maioria refere que investe através da banca tradicional (58% dos respondentes que investem o seu rendimento), sendo que para 48% este é a única via para investirem. Por sua vez, 23% utilizam plataformas de investimento, 14% corretoras online (trading) e apenas 8% recorrem à banca de investimento especializada.

O barómetro do CEA para o Doutor Finanças foi divulgado esta quinta-feira a propósito do Dia Internacional da Família, que se celebra anualmente a 15 de maio, para medir o grau de literacia e os comportamentos financeiros da população em Portugal e monitorizar tendências e resultados das estratégias de educação sobre finanças pessoais.

O estudo estatístico foi realizado em abril, através de um inquérito com 700 respostas válidas de pessoas residentes em Portugal, com idades entre os 18 e os 65 anos, assegurando representatividade nacional em termos de género, idade, região e escalão socioeconómico. A recolha das informações ocorreu entre os dias 2 e 17 de abril de 2025. A margem de erro máximo associado de 4% com um nível de confiança de 95%.

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Putin vai faltar às negociações com a Ucrânia em Istambul

  • ECO
  • 14 Maio 2025

Kremlin vai enviar uma delegação para as negociações na Turquia, mas o Presidente russo Vladimir Putin não estará neste encontro. Donald Trump também já anunciou que não vai a Istambul.

O presidente Vladimir Putin não consta da lista da delegação russa que o Kremlin vai enviar ao encontro com a Ucrânia, agendado para esta quinta-feira em Istambul, avança a AFP. A comitiva vai ser liderada por Vladimir Medinsky, assessor de Putin, que liderou as anteriores rondas de negociações desde o início da guerra.

Também Donald Trump, em visita de vários dias ao Médio oriente, avançou entretanto que também não vai viajar para a Turquia e participar nas negociações entre a Ucrânia e a Rússia.

Esta quarta-feira, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que a “Ucrânia está pronta para qualquer formato de negociação”, salvaguardando que as negociações dependem de quem aparecer. “Fico a aguardar para ver quem chegará da Rússia. Depois, decidirei quais as medidas que a Ucrânia deve tomar”, disse o líder ucraniano.

A semana passada, o presidente russo, Vladimir Putin, propôs negociações “diretas e sem condições prévias” entre a Rússia e a Ucrânia a 15 de maio em Istambul, adiando até lá a hipótese de um cessar-fogo.

A Ucrânia e os aliados europeus lançaram um ultimato à Rússia, no sábado, para aceitar um cessar-fogo “completo e incondicional” de 30 dias, a partir de segunda-feira, sob pena de Moscovo enfrentar novas “sanções maciças”. Aliás, esta quarta-feira, os embaixadores da União Europeia aprovaram o 17º pacote de sanções à Rússia.

Sem se referir diretamente a esta proposta, Vladimir Putin criticou os europeus por tratarem a Rússia “de forma rude e com ultimatos” e afirmou que a instauração de uma trégua deveria fazer parte de discussões mais amplas e diretas sobre o conflito que se arrasta há mais de três anos.

(Notícia atualizada às 21h45 com mais informação)

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Líderes africanos vão defender anulação da dívida do continente

  • Lusa
  • 14 Maio 2025

Mais de 25 países africanos estão "numa situação de crise de dívida" ou "com um risco elevado de crise de dívida”, alertaram os chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros da União Africana.

Os líderes africanos comprometeram-se esta quarta-feira, em Lomé, a “defender” a “anulação” da dívida pública do continente, que cresceu a um ritmo vertiginoso nas últimas décadas, no final de uma conferência de três dias da União Africana sobre o assunto.

Na sua declaração final, os chefes de Estado e de Governo dos Estados membros da União Africana (UA) afirmaram o seu “firme compromisso de defender a anulação da dívida numa base caso a caso, tendo em conta a incapacidade de alguns países africanos de cumprirem o serviço da dívida”. Reconheceram que a dívida pública em África “aumentou consideravelmente ao longo da última década, colocando mais de 25 países numa situação de crise de dívida ou expondo-os a um risco elevado de crise de dívida”.

De acordo com o diretor de Desenvolvimento Económico, Integração e Comércio da Comissão da UA, Patrick Ndzana Olomo, a dívida pública africana aumentou de 436 mil milhões de dólares (390 mil milhões de euros) em 2010 para 1,1 biliões (1 bilião) em 2024. “O estado da dívida pública africana exige uma ação urgente, porque aumentou muito nas últimas décadas”, disse Ndzana Olomo à AFP.

“Cerca de 2/3 dos recursos são consagrados ao pagamento dos juros da dívida. Deste ponto de vista, já não é fácil financiar projetos estruturantes, que são fatores importantes para acelerar o crescimento e permitir o desenvolvimento de África”, acrescentou.

Na abertura da conferência, na segunda-feira, o primeiro-ministro do Togo, Faure Gnassingbé, afirmou que, até 2024, “África terá pago mais de 160 mil milhões de dólares (143 mil milhões de euros) para o serviço da sua dívida. É muito mais do que gasta nos seus sistemas de saúde e de educação”.

Na sua opinião, “África precisa de uma nova doutrina sobre a dívida. Uma doutrina em que a dívida não seja vista como um mal em si, mas como um instrumento de transformação, desde que seja bem utilizada e bem gerida”.

Os líderes africanos comprometeram-se a adotar uma “posição comum africana sobre a dívida sob a égide da União Africana, a fim de a transformar numa estratégia de negociação e apresentar uma frente unida aos credores e outras partes interessadas durante as negociações e discussões sobre a anulação da dívida do continente”.

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Investigação a corrupção em contratos da NATO leva a várias detenções

  • Lusa
  • 14 Maio 2025

A investigação "centra-se em possíveis irregularidades na adjudicação de contratos a empresas de defesa para a compra de equipamento militar para a NATO, como munições e drones".

Uma investigação da NATO e das autoridades judiciárias belga e luxemburguesa a contratos da Aliança Atlântica para aquisição de munições e drones levou à detenção de vários indivíduos acusados de corrupção, anunciaram as partes.

“Graças a uma investigação lançada pela agência da NATO para aquisições (NSPA), as autoridades judiciárias de vários países detiveram vários indivíduos acusados de corrupção em ligação com contratos com a Aliança”, disse à AFP uma porta-voz da NATO.

O sistema de justiça belga indicou que deteve dois suspeitos, um dos quais foi colocado em prisão preventiva e o outro foi libertado após interrogatório. A investigação, referiram as autoridades judiciais belgas em comunicado, “centra-se em possíveis irregularidades na adjudicação de contratos a empresas de defesa para a compra de equipamento militar para a NATO, como munições e drones”.

Os investigadores suspeitam que vários funcionários da NSPA, tanto no ativo como na reforma, passaram informações confidenciais às empresas para as ajudar a garantir contratos.

A polícia do Luxemburgo, onde a NSPA está sediada, indicou por sua vez que realizou várias buscas e apreendeu “documentos úteis para estabelecer a verdade”, de acordo com um comunicado de imprensa das autoridades judiciárias do Grão-Ducado.

“As autoridades belgas, holandesas, italianas, espanholas e norte-americanas realizaram operações simultâneas que levaram à detenção de suspeitos”, acrescentou, sem adiantar mais pormenores. A NATO, por sua vez, afirma estar a trabalhar em “estreita colaboração” com as autoridades judiciais para levar os responsáveis à justiça.

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Novos acionistas do Benfica em silêncio até ao fim da época

  • Lusa
  • 14 Maio 2025

Jean-Marc Chapus e Elliott Hayes estão "empenhados em ser um parceiro produtivo que colabora com a liderança da Benfica SAD e do clube, incluindo a expansão das fontes de receita" do clube.

Os compradores das ações da Benfica SAD, detidas pelo antigo presidente Luís Filipe Vieira, vão ficar em silêncio até ao fim da época futebolística, assegurando o desinteresse em se envolver nas decisões desportivas da sociedade.

“Não pretendemos envolver-nos nas decisões desportivas da Benfica SAD”, lê-se no comunicado da Lenore Sports Partners (LSP), pouco depois de os compradores terem sido confirmados, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

As 753.615 ações da SAD do Benfica penhoradas ao antigo presidente ‘encarnado’ Luís Filipe Vieira foram compradas pelo fundo Lenore Sports Partners, informou a sociedade desportiva ‘encarnada’, que identificou o acionista agora detentor de 5,24% do capital.

“É com enorme orgulho que a Lenore Sports Partners (LSP) anuncia que se tornou acionista qualificada da Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD, após adquirir recentemente um conjunto de ações representativas de uma percentagem superior a 5% do capital social e direitos de voto da Benfica SAD”, lê-se no comunicado do fundo norte-americano.

Recordando “décadas de experiência em desporto, finanças, imobiliário, media e marketing”, a LSP pretende “ser um parceiro do clube à medida que este navega num panorama futebolístico cada vez mais competitivo, explorando oportunidades em mercados e setores onde a Benfica SAD tem grande potencial de evolução”.

A equipa da LSP reconhece e respeita totalmente que o Sport Lisboa e Benfica pertence aos sócios e simpatizantes em Portugal e pelo mundo fora. Como nova acionista, o único objetivo da LSP é apoiar a comunidade benfiquista, com profundo respeito pelos valores fundadores do Benfica”, sublinha o fundo, no mesmo comunicado.

Jean-Marc Chapus e Elliott Hayes são os managing partners [supervisors] da LSP citados no comunicado, assumindo o orgulho pela aquisição: “Estamos honrados por nos tornarmos acionistas da Benfica SAD e estamos empenhados em ser um parceiro produtivo que colabora com a liderança da Benfica SAD e do clube, incluindo a expansão das fontes de receita para o Sport Lisboa e Benfica”.

“Apreciamos e respeitamos a longa e excecional cultura dos benfiquistas e queremos ver o Benfica vencer por muitos anos”, referem, ambos. Nesse sentido, e pela fase decisiva da época, prometem silêncio, para que o Benfica dispute os títulos masculino e feminino: “Por esta ser uma altura em que é essencial que todos nós nos concentremos em apoiar o glorioso a conquistar os dois tripletes nacionais, a LSP remeter-se-á ao silêncio nas próximas semanas”.

No sábado, Benfica pode juntar a Taça de Portugal feminina, na final frente ao Torreense, ao quinto título de campeão e à vitória na Taça da Liga. No masculino, o Benfica entra, também no sábado, na 34.ª e última jornada, com os mesmos 79 pontos do Sporting, mas em desvantagem no confronto direto, e disputa, no dia 25 de maio, a final da Taça de Portugal, também diante dos rivais lisboetas, a quem arrebataram a Taça da Liga.

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EDP avança com novos recursos para TC anular multa de 40 milhões

  • Lusa
  • 14 Maio 2025

A EDP Produção avançou com novos recursos no âmbito do processo por alegada posição dominante do mercado.

A EDP Produção avançou com novos recursos no âmbito do processo por alegada posição dominante do mercado que culminou com uma multa histórica de 48 milhões de euros em 2019, tendo recorrido para o Tribunal Constitucional (TC).

A empresa do universo EDP foi acusada pela Autoridade da Concorrência (AdC) de beneficiar do facto de as suas centrais hidroelétricas serem abrangidas pelo regime CMEC – Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual, para limitar a oferta dos seus ativos nos serviços de sistema.

O referido montante, que foi pago pela elétrica em 2021, acabou por ser reduzido para 40 milhões de euros pelo Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) em 17 de janeiro de 2025.

Após diversos desenvolvimentos processuais, no final de 2024, o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS) proferiu um despacho sobre uma parte do requerimento apresentado pela EDP Produção, tendo esta apresentado, em 03 de dezembro de 2024, recurso para o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL).

Em 12 de março deste ano, este tribunal considerou improcedente o recurso apresentado pela EDP Produção, que pedia a anulação da coima por prescrição.

Uma decisão que voltou a ser contestada pela elétrica, de acordo com as informações disponibilizadas no relatório intercalar relativo ao primeiro trimestre divulgado esta quarta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Em 28 de março de 2025, a EDP Produção apresentou requerimento de interposição de recurso para o Tribunal Constitucional”, lê-se no documento.

Além disso, adianta que avançou também com um requerimento “a arguir vícios do referido Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, aguardando-se decisões dos referidos Tribunais”.

Relativamente à outra parte do referido requerimento apresentado pela EDP Produção, por despacho de 06 de fevereiro de 2025, informa que o TCRS considerou não ser o tribunal materialmente competente para o efeito, tendo “a EDP Produção interposto recurso para o TRL em 21 de fevereiro de 2025, aguardando-se decisão deste Tribunal”.

Apesar de todas as decisões desfavoráveis, “o Grupo EDP continua a considerar que a EDP Produção não praticou qualquer abuso de posição dominante, tendo atuado estritamente de acordo com o quadro legal em vigor”, reforça a elétrica.

Na condenação proferida pela AdC, a EDP Produção é acusada de ter, durante cinco anos (de 2009 a 2013), manipulado a sua oferta do serviço de telerregulação ou banda de regulação secundária.

Segundo a decisão, com esta prática, limitou a oferta de capacidade das suas centrais que beneficiam de compensações públicas ao abrigo do regime CMEC, reforçando as centrais em regime de mercado, “de modo a ser duplamente beneficiada, em prejuízo dos consumidores”.

O processo teve origem num estudo da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) que analisou a formação dos preços no mercado de serviços de sistema do setor elétrico nacional, pedindo a ERSE à AdC, em março de 2013, que analisasse e identificasse eventuais práticas que configurassem incumprimentos do quadro legal da concorrência.

Em novembro de 2013, a AdC recomendou ao Governo uma revisão do regime dos CMEC, por entender que implicava riscos de sobrecompensação no auxílio de Estado atribuído à EDP Produção por rescisão antecipada dos Contratos de Aquisição de Energia (CAE), bem como a realização de uma auditoria independente para avaliar riscos de sobrecompensação.

Os CMEC foram criados pelo Governo em 2004, para garantir às centrais de geração de energia elétrica uma remuneração equivalente à que poderiam obter em troca pela rescisão antecipada dos CAE que tinham assinado com a REN. Esta transição decorreu em 2004 no âmbito da liberalização do mercado.

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EUA enviam carta a Bruxelas para chegar a acordo comercial

  • ECO
  • 14 Maio 2025

A carta da administração Trump é o primeiro passo de Washington para evitar uma guerra comercial com a União Europeia.

Os Estados Unidos enviaram uma carta à Comissão Europeia (CE) para avançar num acordo com o bloco europeu e, assim, evitar uma guerra comercial, avança o Politico. A carta é o primeiro sinal de que, depois do Reino Unido e da China, Washington se prepara para ir para a mesa de negociações com o bloco europeu.

A tentativa de negociação surge depois de a Comissão Europeia ter anunciado na semana passada que já tem um plano para responder às tarifas anunciadas por Donald Trump. Caso as negociações com Washington não cheguem a bom porto, Bruxelas tem preparada uma lista de produtos industriais e agrícolas no valor de 95 mil milhões de euros para avançar com novas tarifas.

Trump aceitou uma suspensão de 90 dias das tarifas de recíprocas de 20% sobre produtos europeus e, por isso, a UE também não retaliou. Ainda assim, os EUA têm, em vigor, tarifas básicas de 10% sobre as importações de produtos europeus desde o início de abril e direitos aduaneiros de 25% sobre automóveis, aço e alumínio “made in Europe”.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, alertou que “as tarifas já estão a ter um impacto negativo nas economias globais” e UE continua “totalmente comprometida” em negociar com os EUA.

O presidente dos EUA, Donald Trump, já chegou a acordo para reduzir as tarifas com o Reino Unido e com a China, numa altura em que no trimestre a economia americana contraiu pela primeira vez em três anos.

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Regulador da Califórnia autoriza State Farm a aumentar prémios de seguros habitação

  • ECO Seguros
  • 14 Maio 2025

Os novos prémios – aplicados a partir de junho – consistem num aumento de 17% para os proprietários da habitação própria, 38% para os proprietários de imóveis para arrendar e de 15% para os inquilinos

O regulador dos seguros da Califórnia autorizou a State Farm a aumentar os preços de seguros em 17% para todos os proprietários com seguro à habitação da seguradora numa tentativa de ajudar a companhia a recuperar capital após o aumento dos sinistros provocados pelos incêndios de Los Angeles, avançou o The Guardian.

A seguradora argumentou serem necessários aumentos dos prémios para ajudar a empresa e evitar uma crise financeira “terrível” que a poderia obrigar a abandonar mais apólices na Califórnia. Aliás, as dificuldades financeiras já existiam antes dos incêndios florestais que começaram a 7 de janeiro deste ano – e que vieram agravar a situação. Os novos prémios serão aplicados a partir de junho e vão chegar a cerca de um milhão de proprietários.

Os prémios vão também subir em 38% para os proprietários de imóveis para arrendamento e de 15% para os inquilinos. Em troca, a seguradora vai receber uma injeção de capital de 400 milhões de dólares da sua empresa-mãe e concordou em suspender a decisão de não renovar algumas apólices até ao final do ano.

Os novos prémios são temporários até que o Estado da Califórnia avalie o pedido da State Farm do ano passado para um aumento de 30% nos prémios para os proprietários de casas. As audiências relativas a esse pedido estão marcadas para outubro.

A empresa afirmou ter pago até esta semana mais de 3,51 mil milhões de dólares e estar a tratar de mais de 12.600 pedidos de indemnização devido aos incêndios.

Esta decisão surge no momento em que o regulador está a desenvolver um esforço de vários anos para convencer as seguradoras a continuarem a cobrir os riscos na Califórnia, à medida que os incêndios florestais destroem cada vez mais zonas residenciais. Há dois anos, várias seguradoras, incluindo a State Farm, deixaram de emitir apólices de seguros à casa em zonas de elevado risco de incêndios.

No ano passado, Ricardo Lara, comissário de seguros no Estado, revelou regulamentos destinados a dar às seguradoras mais margem para aumentar os prémios em troca de mais apólices em áreas de alto risco. Regras que encontram em vigor este ano.

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Município de Ílhavo reduziu dívida em quase 60%

Município de Ílhavo diz que abdicou, durante este mandato, de um incremento de receita municipal de cerca de dois milhões de euros em IMI e 1,5 milhões de euros em IRS, dos quais 1,2 milhões em 2024.

Em três anos a Câmara Municipal de Ílhavo conseguiu reduzir a dívida em quase 60%, passando de 9,2 milhões de euros em 2021 para 3,9 milhões em 2024, avançou esta quarta-feira o município liderado por João Campolargo depois de ver aprovado o Relatório e Contas de 2024 pela Assembleia Municipal.

“A responsabilidade financeira do município é demonstrada pela redução expressiva da dívida, onde se incluem as dívidas a fornecedores e empréstimo bancário, que passou de 9,2 milhões de euros em 2021 para 3,9 milhões de euros em 2024, ou seja, em quase 60%”, contabiliza esta autarquia do distrito de Aveiro num comunicado.

Ainda assim, a autarquia gastou 11,8 milhões de euros com pessoal devido à “atualização salarial imposta por lei e do reforço da estrutura de recursos humanos”, justifica. Esta despesa ascende aos 31,7 milhões de euros entre 2022 e 2024.

Já o “investimento público totalizou, em 2024, 40 milhões de euros, englobando tanto o financiamento obtido através de fundos externos como o investimento próprio do município”, detalha o presidente da Câmara Municipal de Ílhavo no Relatório e Contas 2024, citado na mesma nota.

O investimento público totalizou, em 2024, 40 milhões de euros, englobando tanto o financiamento obtido através de fundos externos como o investimento próprio do município.

João Campolargo

Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo

A propósito da rubrica dos investimentos, o autarca elenca a conclusão dos “procedimentos de importantes obras na área da educação e da saúde que já se encontram em marcha, nomeadamente a reabilitação da Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes, Escola Básica José Ferreira Pinto Basto (Ílhavo) e Escola Básica Professor Fernando Martins (Gafanha da Nazaré)”.

Já na área da saúde, João Campolargo aponta a reabilitação e ampliação do Centro de Saúde de Ílhavo, e a reabilitação da Extensão de Saúde da Gafanha da Nazaré.

Só em 2024 o município gastou 4,2 milhões na área dos resíduos sólidos, 3,1 milhões na educação, 1,7 milhões na cultura e igual montante no desporto. Destinou 1,5 milhões para a ação social e outros 1,1 milhões para a habitação.

Entre 2022 a 2024, o município registou 72 milhões de euros (28 milhões em 2024) de despesas correntes e 29 milhões de euros (12 milhões em 2024) de despesas de capital. “Este esforço financeiro tem sido realizado em simultâneo com uma política de alívio fiscal às famílias do concelho, através da redução continuada da taxa de IMI [Imposto Municipal Sobre Imóveis] – atualmente no mínimo legal – e da devolução de parte do IRS aos munícipes, com a fixação da taxa de participação municipal em 4% face ao máximo de 5%”, explana a autarquia.

O município diz que abdicou, durante este mandato, de um incremento de receita municipal de cerca de dois milhões de euros em IMI e 1,5 milhões de euros em IRS, dos quais 1,2 milhões apenas no ano de 2024.

A autarquia registou 34 milhões de euros de receitas correntes e 9,5 milhões de euros de receitas de capital em 2024.

Segundo o autarca João Campolargo, a estabilidade orçamental “só foi possível graças a uma gestão rigorosa e eficiente dos recursos públicos, orientada pelo interesse coletivo”.

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ECO da campanha. Favoritos em catenaccio e almirante a ‘trinco’ para Belém

A dois dias do fecho da campanha, avanço de Gouveia e Melo para a Presidência contamina o debate das legislativas, em que a tática de Montenegro e Pedro Nuno continua a ser não arriscar um milímetro.

“Não há dúvidas. Vou ser mesmo candidato”. O anúncio de Henrique Gouveia e Melo de que avançará mesmo para a Presidência da República caiu como uma bomba na campanha eleitoral para as legislativas, quando ficam a faltar apenas dois dias na estrada. A candidatura será anunciada formalmente no dia 29 de maio, mas o almirante disse à Renascença que, caso seja eleito, pode “contribuir de forma muito decisiva para a estruturação da política de médio e longo prazo, com uma visão estratégica, e para as reformas estruturais que há muitos anos estão por fazer na sociedade portuguesa”.

As reações à direita não tardaram. Numa metalomecânica em Pombal, o líder da Iniciativa Liberal falou num “mau princípio” em termos de protagonismo, quando esperava que o próximo Presidente fosse “mais equilibrado do ponto de vista da sua presença mediática”. “Não me parece que tenha começado muito bem”, completou Rui Rocha.

“Anunciar a candidatura em plena campanha eleitoral não deixa de ser curioso. É para desviar atenções quer do PS quer do PSD, que têm líderes tão fraquinhos que estão totalmente fora dela”, atirou Pedro Pinto, que rendeu André Ventura durante uma arruada do Chega em Vila Nova de Milfontes (ver abaixo).

Pedro Nuno Santos preferiu não fazer comentários, embora tenha deixado uma crítica implícita ao timing do anúncio, ao dizer que “estamos numa campanha para as legislativas e é nisso que [está] focado”. Porém, ao seu lado numa arruada em Setúbal, o histórico Augusto Santos Silva concretizou que “trata-se de uma pessoa que muda de opinião muito facilmente” e que “parece não perceber a diferença” entre legislativas e presidenciais. À hora da publicação deste artigo, a AD ainda não se tinha pronunciado sobre a novidade para as presidenciais.

Mais à esquerda, CDU e Bloco evitaram ‘morder o isco’ da candidatura presidencial. Paulo Raimundo disse apenas que “anunciar agora é uma opção dele”, ironizando que “notícia seria se não fosse candidato” a Belém. Mariana Mortágua recusou-se mesmo a comentar o tema, apesar da insistência dos jornalistas: “Eu quero falar sobre trabalho por turnos, sobre horas extra, sobre o país que tem os mais longos horários de trabalho, com salários mais curtos e os preços das casas mais caros”. Já Rui Tavares, do Livre, foi explícito na crítica: “Vivemos em democracia e, evidentemente, que o tempo é criticável”.

Se Henrique Gouveia e Melo se posicionou para alinhar na posição de trinco no jogo de Belém, com o objetivo de segurar a vantagem que todas as sondagens lhe atribuem, os favoritos às legislativas preferiram a tática do catenaccio, celebrizada no futebol em Itália e caracterizada pela postura defensiva e pelo pragmatismo.

Pedro Nuno Santos, que acordara com mais uma sondagem desfavorável, dando o PS em queda livre e em risco de obter o pior resultado eleitoral desde os anos 1990, voltou a não se desviar do guião dos últimos dias. Em Setúbal, pediu o voto da “muita gente [que] votou na AD e que hoje está envergonhada” com um “primeiro-ministro que mistura política com negócios”. Ambicionando que “esse eleitorado sinta que pode confiar no PS”.

A Norte, Luís Montenegro também continuou sem arriscar no discurso nesta reta final da campanha, que só Gouveia e Melo conseguiu mesmo animar. Em Arcos de Valdevez, voltou a apelar ao voto útil daqueles que “estão cansados de eleições e preocupados com a estabilidade política, que tem de poder juntar-se à estabilidade social, económica e financeira do país”. E ao almoço, em Vila Verde, onde se apresentou como o líder da “candidatura mais popular, abrangente, interclassista e mesmo do povo”, o líder da AD insistiu que “todos os outros [partidos] causam instabilidade” e só se unem para “destruir”.

O que também já não confere propriamente novidade nesta campanha, que cumpriu o 11º dia na estrada, é o debate sobre a governabilidade a partir de segunda-feira. À direita e à esquerda. O líder da Iniciativa Liberal recusou um “entendimento a qualquer preço” com a AD, que “não é para ficar tudo na mesma”, com Rui Rocha a sublinhar ainda que o chamado voto útil é “um voto fraco e de secretaria, com uma ideia de estabilidade que nem conseguiram concretizar”.

No espetro político oposto, continua a ser o Livre que mais fala de entendimentos depois da ida às urnas no domingo. Rui Tavares assume que está mais do que quebrado o “tabu da governação”.

“Tem de ser assumido sem nenhuns complexos porque quando se forma um partido e nos apresentamos ao escrutínio é porque temos ideias e quadros suficientemente bons para poder governar o país”, afirmou, contrapondo que quem nada diz sobre pretensões e cenários pós-eleitorais sai mais prejudicado porque não abre o jogo ao eleitorado.

Com prejuízo democrático maior podem ficar muitos emigrantes que a poucos dias das legislativas ainda não receberam o boletim para votar por via postal ou não estão inscritos nas listas eleitorais por terem alterado a morada, como denunciou à Lusa o vice-presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), Paulo Marques, que vive em França.

Para os círculos pela emigração portuguesa (Europa e Fora da Europa) estão recenseados 1.584.499 eleitores, mais 37.752 do que nas últimas legislativas. No ano passado, o Chega obteve dois deputados e a AD e o PS apenas um mandato cada.

 

Tema quente

Spinum(está)viva.

A notícia desta manhã de que a Spinumviva continua a ter sede na casa de Luís Montenegro em Espinho e que, de acordo com os registos comerciais, a única alteração feita nas últimas semanas foi a oficialização da saída da mulher como gerente, voltou a trazer o caso da empresa familiar do candidato da AD para a campanha eleitoral. Primeiro numa arruada em Arcos de Valdevez e depois num almoço em Vila Verde, Montenegro recusou responder às perguntas dos jornalistas.

Seguindo a estratégia adotada para esta reta final da campanha, Pedro Nuno Santos voltou a ignorar a Spinumviva nos discursos – falou antes na “mentira sistemática” da AD… nas pensões –, e deixou ao convidado Álvaro Beleza as ‘despesas’ deste caso. Assumido “socialista liberal, mais centrista do que a maioria do partido”, o presidente da SEDES elogiou o secretário-geral do PS, dizendo que “pode ter muitos defeitos, mas é transparente”, ao contrário de “alguns artistas que andam por aí”.

Mais explícitos foram os restantes partidos na referência ao caso. Foi o caso da líder do PAN, Inês de Sousa Real, que à margem de uma ação de campanha no Mercado Municipal de Faro referiu que “não são estas eleições que vão tirar as dúvidas que persistem (…) nomeadamente naquilo que diz respeito ao facto de não ter separado a sua vida privada daquilo que é o cargo de primeiro-ministro”. Que exige estar “acima e isento de qualquer suspeição e de qualquer conflito de interesses que possa persistir”.

“A Spinumviva é Luís Montenegro. Não existe Spinumviva para além de Luís Montenegro. Luís Montenegro era, é e continua a ser a Spinumviva. Quem pensa em votar AD deve lembrar-se que está a votar num homem que, quando era primeiro-ministro, recebeu avenças de uma empresa da sua esfera pessoal, sabendo que não as devia receber”, criticou Mariana Mortágua, líder do Bloco de Esquerda, à margem de uma ação de campanha em Santa Maria da Feira.

O porta-voz do Livre concordou que “isto não é um percalço na campanha, mas um problema estrutural na carreira de Luís Montenegro”. Depois da tradicional pedalada que o partido faz em todas as campanhas, Rui Tavares falou em “pontas soltas” e frisou que “seria mau para o país” se conseguisse uma “validação eleitoral do que foi a sua estratégia”.

“Está é a fazer mal à democracia portuguesa e isso é um preço que se vai pagar sempre. Pagaremos todos mais à frente”, acrescentou, atirando também à Iniciativa Liberal por não ter “coragem política para dizer a Montenegro que isto assim não pode continuar”.

 

A figura

Ventura fora da campanha após “episódio muito assustador”

André Ventura esteve ausente da campanha eleitoral esta quarta-feira, dia em que tinha uma ação agendada para a tarde em Vila Nova de Milfontes, depois de na noite anterior se ter sentido mal enquanto discursava num comício em Tavira. Num vídeo publicado na rede social Instagram, gravado num hotel, o líder do Chega descreveu um “episódio muito assustador que [teve] pela primeira vez na vida” e agradeceu “de coração” o apoio recebido e o tratamento dos profissionais de saúde.

“Ainda não vou poder estar hoje na campanha, não me sinto ainda capaz disso. Estou a fazer essa recuperação por indicação dos médicos. Não devo fazê-lo, mas a campanha tem de continuar, temos de continuar a chegar às pessoas. Não estou ainda de regresso, mas é como se tivesse. Temos de continuar na luta”, referiu Ventura, que terá sofrido um espasmo esofágico resultante de problemas de refluxo gástrico, associado a um pico de tensão.

Ao final da tarde, durante a arruada no Alentejo, questionado sobre o protocolo VIP que permitiu a André Ventura ficar num quarto com mais privacidade, o líder parlamentar do Chega alegou que “é um líder político especial porque é ameaçado e atacado nas ruas”.

“Não podem querer que André Ventura vá para uma cama onde ao lado esteja alguém de etnia cigana. Temos de perceber que existe um protocolo. Estamos a falar do líder de um partido político, da terceira força política em Portugal”, disse Pedro Pinto.

A frase

"Temos tido recetividade e bom espírito [do eleitorado jovem]. Este ambiente até me deixa um bocadinho embrulhado.”

Paulo Raimundo

Secretário-geral do PCP

 

A surpresa

Joana Amaral Dias interrompe campanha do PS e irrita Pedro Nuno

– O povo quer saber. Eu faço o papel que me pedem.

– Não, não fazes. Tu enganas as pessoas.

– Devolveu os 203 mil euros?

– Seja séria. Não minta.

– As viagens aconteceram?

– Não seja mentirosa.

Andava Pedro Nuno Santos em campanha em Setúbal quando foi confrontado por Joana Amaral Dias, candidata do ADN, sobre o caso dos subsídios de deslocação e ajudas de custo que o então deputado do PS recebeu durante quase dez anos, até 2015, por declarar a residência em São João da Madeira, a cerca de 285 quilómetros, apesar de ter casa e de morar já nessa altura em Lisboa.

Foi já na reta final da visita ao Mercado do Livramento que se verificou este momento tenso e que surpreendeu e irritou o secretário-geral do PS. Durante alguns segundos, Pedro Nuno Santos foi seguido aos gritos pela ex-bloquista Joana Amaral Dias, até se dirigir ao balcão de um café, onde se juntaram vários apoiantes socialistas à volta do líder.

 

Prova dos 9

"Há muitos portugueses que, perante fenómenos de criminalidade violenta – por exemplo, o aumento da criminalidade grupal, da delinquência juvenil –, vão criando um sentimento de insegurança que é preciso travar e inverter.”

Luís Montenegro

Líder da AD

O mais recente Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), divulgado no final de março, mostrou que a criminalidade geral diminui 4,6% no ano passado, mas que as participações às autoridades em casos de criminalidade violenta aumentaram 2,6% face ao ano anterior.

No que toca à delinquência juvenil – definida como “a prática de qualquer crime por jovens entre os 12 e os 16 anos” –, os 2.062 casos registados em Portugal equivaleram a uma subida de 12,5% em relação a 2023, com o mesmo documento oficial a reportar um aumento de 6,8% nos ilícitos praticados em contexto escolar e um predomínio dos crimes de natureza sexual.

A 31 de dezembro de 2024 encontravam-se internados em centros educativos um total de 151 jovens (mais 23 do que no final do ano anterior). Entre as principais tipologias, o RASI destacou os crimes contra as pessoas, as ofensas corporais voluntárias simples e graves, a ameaça e coação, a difamação, calúnia e injúria.

No que toca ao sentimento de insegurança, o diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, atribui-o antes ao aumento da “desinformação, fake news e ameaças híbridas”. Crítico da “polarização da discussão” em torno deste tema, responsabilizou também os media por essa perceção: “Temos hoje vários canais de televisão que passam uma e outra vez aquilo que é notícia de um crime, [o que] cria uma ideia de insegurança que não tem a ver com a insegurança plena do crime” do ponto de vista estatístico.

Nessa ocasião, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, concordou com a tese da desinformação e sublinhou que “nunca foi o Governo que misturou” segurança com imigração. Frisou que os crimes devem ser investigados e julgados “por si” e “sem olhar à raça, à nacionalidade, à cor da pele, ao credo religioso”.

“A cor da pele, a nacionalidade, não são razões nem para perseguir nem para ser excluído de investigação”, completou o ministro com a tutela da pasta da imigração.

Conclusão: tendencialmente correto.

Norte-Sul

No 11º dia de campanha, a caravana de Montenegro começou o dia com um contacto com a população em Arcos de Valdevez, parando para almoçar em Vila Verde, antes de seguir viagem até Braga para terminar o dia com um comício. Ainda a Norte, Mariana Mortágua esteve em Santa Maria da Feira num encontro com trabalhadores por turnos durante a manhã e continuou em Aveiro num comício com Luís Fazenda, cabeça de lista por aquele círculo.

No entanto, foi Setúbal que recebeu o maior número de líderes partidários esta quarta-feira. No caso do PS, desde o amanhecer numa visita ao Mercado do Livramento até ao anoitecer com um comício. Pelo meio, almoçou em Almada. Não muito longe, Paulo Raimundo começou o dia em Loures, almoçou com estudantes em Lisboa e dali rumou para um desfile em Setúbal.

Por sua vez, o PAN de Inês Sousa Real arrancou o dia em Faro, partiu do Algarve para Almada, para uma reunião com o Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta. O porta-voz do Livre, Rui Tavares, ficou por uma pedalada em Lisboa e a IL esteve no mercado da vila em Cascais e viajou depois para Pombal e Leiria.

Esta quinta-feira, o penúltimo dia, o Porto será a capital da campanha. É por lá que andarão a AD – Montenegro visita a exposição “Francisco Sá Carneiro e a Construção da Democracia” na Câmara Municipal do Porto, almoça em Gondomar e ao final da tarde (18h) desce a Rua Santa Catarina e faz um comício na Praça D. João I – e também o PS – no caso de Pedro Nuno Santos, começa com uma visita à feira de Gondomar, almoça em Paços de Ferreira e, uma hora antes de Montenegro (17h) vai também percorrer Santa Catarina, no Porto.

À direita, naquele que deverá ser o dia de regresso de Ventura à campanha, o Chega tem previstas arruada em Odemira e Pegões, enquanto Rui Rocha andará pela região do Porto: primeiro no Externato de Vila Meã e depois com um “arraial liberal” no Jardim de Arca D’Água.

À esquerda, o Bloco e o PAN estarão igualmente na Invicta, enquanto a CDU se divide entre o Barreiro (desfile), Lisboa (almoço) e Beja (comício). O Livre visita o EVOA, um espaço natural e de observação de aves em Vila Franca de Xira, tem uma ação de rua em Alcântara (Lisboa) e fecha o dia com um comício no Teatro Thalia, também na capital portuguesa.

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“Vocês Merecem Almoçar Mac”. Campanha da McDonald’s reforça importância de fazer uma pausa ao almoço

  • + M
  • 14 Maio 2025

Além de introduzir o conceito e oferta do “Menu Almoço", a campanha procura, de forma divertida, reconhecer a dedicação dos profissionais e alertar para importância de parar para recarregar energias.

A nova campanha da McDonald’s reforça a importância de fazer uma pausa durante o período do almoço e de recarregar energias após uma manhã de trabalho.

Ao celebrar as pequenas conquistas do dia-a-dia, a campanha “Vocês Merecem Almoçar Mac” procura, de forma divertida, reconhecer a dedicação dos profissionais das mais diversas áreas, mostrando diferentes profissionais nos seus locais de trabalho, destacando o ritmo exigente das suas manhãs e a alertando para importância de parar para recarregar energias. A criatividade é da TBWA/BBDO e a produção da Krypton. Presente em televisão, exterior e digital, a campanha contou com o planeamento de meios da OMD.

É com grande orgulho que promovemos nesta campanha uma mensagem de valorização e reconhecimento dos mais diversos profissionais em Portugal, ao celebrarmos, em conjunto, as suas pequenas conquistas“, diz Rita Montenegro, gestora do Departamento de Marca e Experiência do Cliente da McDonald’s Portugal, citada em comunicado.

É também desta forma que a McDonald’s introduz em Portugal o conceito de “Menu Almoço”, uma vez que esta é “uma prática bastante comum entre os consumidores portugueses, especialmente entre trabalhadores que, perante uma rotina diária muitas vezes marcada pela falta de tempo, procuram uma refeição rápida, completa e acessível para o almoço, sem abdicar da qualidade e da experiência”, refere a marca em comunicado.

Esta nova opção “reforça a aposta da marca em responder às preferências dos seus consumidores em Portugal, ao trazer para a sua oferta este conceito tão enraizado na tradição portuguesa”, acrescenta-se em nota de imprensa. A marca apresenta assim, para os períodos de almoço, uma oferta que combina quatro produtos por um preço recomendado de seis euros.

Disponível em restaurante, take-away e McDrive, nos dias úteis, entre as 11h00 e as 15h00, até 30 de junho, o Menu Almoço é composto por quatro produtos: uma sanduíche à escolha (Double Cheeseburger, Double Cheeseburger sem glúten, McChicken, McVeggie ou McBifana Original), uma bebida (Coca-Cola, Coca-Cola Zero, Ice Tea, Fanta, Sumol ou água) e dois produtos adicionais, que podem ser acompanhamento (batata média, salada mista ou sopa), sobremesa (Mini McFlurry Core – M&M’s, Kit Kat ou Oreo, ou tarte de maçã) ou café (expresso ou descafeinado).

“Com o lançamento do novo Menu Almoço, queremos proporcionar aos nossos clientes uma solução que combina conveniência, sabor e variedade, de forma acessível. Pensada para acompanhar a rotina do dia a dia, este lançamento reforça o compromisso da McDonald’s com os consumidores e com a cultura portuguesa, respondendo à procura por opções rápidas e convenientes, reafirmando o nosso propósito de proporcionar bons momentos, seja qual for o período do dia“, explica Rita Montenegro.

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RTP protesta e repudia expulsão da sua equipa da Presidência angolana

  • Lusa
  • 14 Maio 2025

"Os profissionais da RTP foram retirados da sala de imprensa, numa ação seletiva e discriminatória que contrasta com a permanência de outros jornalistas", lê-se na nota da direção de informação.

A RTP manifestou “profunda preocupação e veemente repúdio” pela “expulsão da equipa” destacada para a cobertura de um evento na sede da Presidência angolana, em Luanda, numa Nota de Protesto enviada à Presidência e Governo de Angola.

Na Nota de Protesto, a que a agência Lusa teve acesso, os diretores de Informação da RTP, António José Teixeira, da RDP, Mário Galego, e a diretora da RTP África, Isabel Silva Costa, manifestam “profunda preocupação e veemente repúdio” pela “expulsão arbitrária da equipa da emissora pública portuguesa RTP, destacada no Palácio da Cidade Alta para a cobertura de um encontro oficial da Presidência”.

Apesar de estarem devidamente credenciados e no exercício legítimo da sua função jornalística, os profissionais da RTP foram retirados da sala de imprensa, numa ação seletiva e discriminatória que contrasta com a permanência de outros jornalistas”, lê-se na Nota de Protesto.

Os responsáveis editoriais da estação pública portuguesa consideram que a atitude das autoridades angolanas “representa um atentado à liberdade de imprensa e uma violação flagrante dos princípios fundamentais do jornalismo e da democracia”.

A RTP foi também excluída do grupo de Whatsapp do Centro de Imprensa da Presidência — o meio oficial de divulgação da agenda institucional dos órgãos de comunicação credenciados”, em Angola, prossegue a Nota de Protesto.

Para a RTP, a decisão da Presidência angolana de não permitir a presença dos seus profissionais em eventos oficiais “revela uma tentativa inaceitável de silenciar a liberdade de expressão num país que se diz comprometido com os valores democráticos”.

Os responsáveis editoriais da RTP reiteram a sua solidariedade para com os seus profissionais e exige “o respeito pleno pelos direitos dos jornalistas, a reposição das condições de trabalho”, bem como “o fim das práticas de exclusão política no acesso à informação de interesse público”.

“A liberdade de imprensa não é uma concessão. É um direito inalienável em qualquer sociedade democrática”, conclui.

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