Da inteligência artificial, ao clima e à geopolítica. Conheça os temas que vão dominar a agenda em Davos

Mais de 900 líderes empresariais e os líderes das maiores economias do mundo deslocam-se a Davos na próxima semana para debater os principais temas económicos. A IA é o tema em destaque na agenda.

Davos prepara-se para receber mais um Fórum Económico Mundial. O encontro, que vai reunir mais de 3.000 participantes, onde estão incluídos líderes governamentais e empresariais, numa lista que conta com oito portugueses, tem este ano como tema principal a inteligência artificial. O clima, a geopolítica, a nova administração norte-americana ou o Médio Oriente são outros dos assuntos em destaque na agenda do evento que decorre nos dias 20 a 24 de janeiro na conhecida estância turística nos Alpes Suíços.

Sob o lema “Colaboração para a Era Inteligente”, o Fórum de Davos vai discutir ao longo da próxima semana alguns dos temas mais importantes da economia. Pela primeira vez, a tecnologia — focada na Inteligência Artificial — vai dominar grande parte da discussão naquele que se tornou num dos eventos anuais mais aguardados e que junta milhares de participantes, entre empresários, líderes políticos e representantes da sociedade civil. Este ano são mais de 3.000 participantes, que incluem os 60 líderes governamentais, assim como mais de 900 líderes empresariais, representativos de 130 países de todo o mundo.

Num momento marcado pela rápida transformação tecnológica, em que a IA assume um papel cada vez mais relevante, o Fórum dedica várias discussões a este tema. O Fórum Económico Mundial explica que a tecnologia está a transformar o mundo, a mudar indústrias e a vida e trabalho das sociedades.

A IA e a automação já estão a revolucionar setores inteiros. Na saúde, os sistemas que têm por base a IA estão a superar os humanos em benefício dos pacientes. No diagnóstico, a IA está a ajudar os médicos a tomar decisões mais precisas, explorando vastos conjuntos de dados para descobrir novos medicamentos e desenvolvendo planos de tratamento personalizados com base em informações genéticas”, explica um artigo publicado a propósito do simpósio. Já o diretor-geral Mirek Dusek sublinhou, numa conferência na semana passada, que estamos a passar uma “transição para uma nova fase da economia mundial”, numa época marcada por uma grande aceleração da tecnologia e inovação.

No que diz respeito à Inteligência Artificial, Mirek Dusek fala num “game changer”, que vai ter impacto nas mais variadas áreas. O responsável explicou que a agenda vai procurar explorar “as oportunidades da AI, mas também [vamos estar] atentos aos riscos“, sobretudo éticos e sociais, assim como as suas implicações, nomeadamente ao nível do emprego.

Clima, o desafio do século

Ainda que não seja o tema central, o clima volta a surgir com grande destaque na agenda. A diretora-geral Gim Huay Neo lembrou, na conferência em que foram apresentados os principais temas da agenda, a “urgência” deste tema, destacando que a discussão vai procurar explorar como as empresas estão a progredir na agenda climática, assim como explorar quais os desafios que estão a impedir esta transição de acelerar.

Segundo explicou Huay Neo, uma análise às empresas que representam dois terços da capitalização de mercado global mostra que apenas cerca de 10% estão a tomar medidas significativas e tangíveis na agenda climática e natural.

Os líderes empresariais e políticos também deverão discutir como garantir que a energia permaneça acessível, segura e verde e os desafios que impedem a aceleração dos esforços rumo à transição energética. “Estamos num momento realmente desafiador para o clima, onde os países se perguntam se outras nações estão a fazer a sua parte”, adiantou Rich Lesser, do Boston Consulting Group, citado pela Reuters.

Geopolítica, Médio Oriente e Ucrânia

Depois de um ano marcado por vários eventos eleitorais e pela continuação de vários conflitos, “esta reunião anual ocorre num momento marcado por um nível de incerteza global maior do que aquele a que assistimos numa geração, impulsionado por tensões geopolíticas, fragmentação económica e aceleração das alterações climáticas. Neste clima mais instável, a única forma de enfrentar desafios urgentes e desbloquear novas oportunidades é através de abordagens inovadoras e cooperativas”, disse o presidente do Fórum Económico Mundial, o norueguês Borge Brende, durante a apresentação da 55ª edição do Fórum.

A geopolítica será, assim, um dos temas em destaque na agenda. Desde logo, o evento contará com a participação virtual no dia 23 de janeiro de Donald Trump após a tomada de posse como novo presidente dos EUA, esta segunda-feira, dia 20 de janeiro.

Quinta à tarde, [Donald Trump] vai juntar-se à distância. Vai ser um bom momento para ouvir mais sobre as políticas da nova administração”, adiantou Borge Brende, presidente e CEO do Fórum Económico Mundial.

Brende revelou ainda que são esperados outros altos representantes da Administração Trump, adiantando que desconhece se Elon Musk estará ou não representado no Fórum de Davos, mas “também é bem-vindo”. Questionado sobre os riscos de um maior protecionismo com Trump na Casa Branca, o novo CEO do Fórum Económico Mundial argumentou que “estamos no meio de duas ordens [económicas] e não sabemos o que a nova ordem vai ser”. Ainda assim, lembrou que “na primeira Administração [de Trump], o comércio e os negócios cresceram”.

Além das mudanças na Casa Branca, os líderes que se reúnem em Davos na próxima semana vão debater ainda os desenvolvimentos políticos na Síria, após a queda do regime de Bashar al-Assad, a crise humanitária em Gaza, a guerra na Ucrânia, ou a situação no Iémen.

“Haverá um trabalho árduo na situação na Síria, na terrível situação humanitária em Gaza… na potencial escalada do conflito no Médio Oriente”, explicou Brende, acrescentando que, no caso da Síria, o Fórum vai procurar perceber se a nova liderança vai ser inclusiva e como vai ser a reconstrução.

Já em relação à Ucrânia, Brende lembrou que “a guerra continua, com enormes consequências humanitárias”. Para fazer um ponto de situação, o Fórum vai receber o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que intervirá na sessão de terça-feira, 21 de janeiro. Olhando para o futuro, haverá ainda uma participação com um grupo de CEO da Ucrânia, onde estes empresários vão explorar o que poderá ser um futuro sem guerra.

Em termos de participações, na agenda constam nomes de dirigentes políticos como o vice-primeiro-ministro chinês, Ding Xuexiang, a presidente da Comissão Europeia, Ursula con der Leyen, o novo ministro dos Negócios Estrangeiros da Síria na sequência da queda do regime de Bashar al-Assad, Asaad al-Shaibani, o chanceler alemão, Olaf Scholz, o Presidente da Argentina, Javier Milei, o chefe de Governo espanhol, Pedro Sánchez, ou o Presidente de Israel, Isaac Herzog.

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Classificar faturas no ato da compra e garantia para reembolso do IVA geram controvérsia

As 30 medidas de simplificação fiscal são vistas como um conjunto de intenções por patrões, liberais e contabilistas que criticam falta de ambição do Governo.

Patrões, liberais e contabilistas aplaudem o pacote de simplificação fiscal lançado pelo Governo, mas criticam a falta de ambição. Em concreto, a Confederação do Comércio e Serviços (CCP) e a Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) consideram que a prestação de garantia para acelerar o reembolso do IVA vai agravar a burocracia. E a classificação das faturas de despesa de trabalhadores independentes como sendo de atividade empresarial no ato da compra poderá levantar dificuldades junto dos comerciantes, sinalizam os contabilistas.

“Face aos custos de contexto que as empresas globalmente suportam, as medidas de simplificação anunciadas frustram as expectativas criadas com o anúncio de uma verdadeira agenda para a simplificação fiscal, esperando-se que este seja apenas o primeiro passo”, resumiu o presidente da CCP, João Vieira Lopes, em comunicado enviado esta sexta-feira às redações.

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) está mais otimista, mas não deixa de apontar falhas. “Poder-se-ia, efetivamente, ser ainda mais ambicioso. Entre as propostas da CIP – Confederação Empresarial de Portugal que não foram incluídas nesta agenda, apontamos, por exemplo, a concentração de todas as solicitações de informação estatística apenas na IES [Informação Empresarial Simplificada], eliminando outras obrigações com finalidade idêntica; a concentração da informação relativa a pagamentos de rendimentos numa única obrigação declarativa; e a eliminação da necessidade de intervenção do revisor oficial de contas ou de contabilista certificado independente nos procedimentos de recuperação de IVA”, indicou ao ECO o diretor-geral da CIP, Rafael Rocha.

Do lado dos trabalhadores independentes, a Associação Nacional dos Profissionais Laborais (ANPL) vê “com bons olhos” a agenda de simplificação fiscal, mas considera que se trata “apenas de um anúncio de um conjunto de medidas que necessitam de concretização”, sinalizou o porta-voz da ANPL, João Ascenso, em declarações ao ECO. Para além disso, este “pacote não dá resposta a todos os problemas burocráticos com que os profissionais liberais se deparam”, salienta.

Os profissionais laborais elogiam a possibilidade “classificação imediata das faturas da atividade empresarial” e a “simplificação dos procedimentos para abertura de atividade” nas Finanças, mas anotam que ainda não é conhecida a forma como estas medidas se irão aplicar no terreno.

Também a bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), Paula Franco, olha com alguma cautela para a estratégia do Governo. “Qualquer medida no sentido da simplificação dos contribuintes e das empresas é de saudar. Mas é negativo ver que são 30 medidas sem nenhuma estar legislada. É um conjunto de intenções e depois não sabemos o que vai ser exatamente”, alertou.

Comércio e contabilistas criticam prestação de garantia para acelerar reembolso do IVA

A OCC e a CCP estão alinhadas na crítica a uma das medidas que visam acelerar o reembolso do IVA através da prestação de uma garantia de igual valor junto da Autoridade Tributária.

O pacote de simplificação fiscal, aprovado pelo Executivo de Luís Montenegro, prevê a revisão das regras dos pedidos de reembolso do IVA, designadamente os requisitos exigidos para que possa ser efetivado, de modo a que o processo possa ser automático mediante a apresentação de uma garantia por parte do contribuinte.

Quando o IVA a devolver é elevado, isto é, acima de 30 mil euros, normalmente há uma inspeção por parte do Fisco para avaliar a declaração apresentada, o que atrasa o reembolso do imposto. Com a entrega de uma garantia em dinheiro de igual valor ao imposto a receber, o reembolso pode ser logo ativado, sem atrasos.

Para a confederação patronal, liderada por Viera Lopes, esta medida “não corresponde a simplificação de procedimentos, mas a um reforço das garantias da AT”. “A garantia a prestar neste contexto tem presentemente um limite de seis meses e passará, aparentemente, a ser mantida até ao final do procedimento de inspeção, qualquer que seja o seu prazo. Recorda-se que o essencial para as empresas era a revisão do controverso regime dos reembolsos do IVA, quando são suspensos segundo critérios que não são dados a conhecer aos sujeitos passivos”, esclarece.

A bastonária da Ordem dos Contabilistas, Paula Franco, também considera que a prestação de garantia para agilizar o reembolso do IVA uma medida negativa. “A garantia é algo que é extremamente burocrático, por isso, não me parece que vá simplificar ou melhorar a vida das empresas”, reforça.

Apesar destas críticas, a CIP considera que esta medida positiva, tendo sido inclusivamente defendida pela confederação junto do “grupo de trabalho criado pelo Executivo com a missão de identificar, avaliar e propor medidas neste domínio”, destaca Rafael Rocha.

Serviços terão de mudar software para identificar despesas de foro profissional

Outra das medidas que está a gerar alguma controvérsia é a possibilidade de os recibos verdes poderem classificar as faturas como sendo de atividade empresarial logo no ato da compra. “É bom para os trabalhadores independentes, mas pode ser uma dor de cabeça para o comércio que vai ter de se adaptar. Ainda são necessários vários esclarecimentos para perceber como é que isto vai funcionar”, salientou a bastonária da OCC.

Paula Franco reconhece que a possibilidade de separar “a faturação da atividade empresarial da individual é positiva”, contudo avisa que “esta alteração vai obrigatoriamente levar a um ajustamento e a uma necessidade de alterar os softwares de todas as empresas que emitem faturas”.

A ANPL está mais confiante e considera que, “à semelhança do que aconteceu no passado com a obrigatoriedade de perguntarem se era necessário emitir fatura, os serviços de comércio se irão adaptar bem” à mudança. “Para além disso, os serviços de comércio e serviços funcionam normalmente com softwares certificados pela Autoridade Tributária pelo que esta opção terá de ser criada em sistema”, argumentou o advogado e fiscalista da associação, João Ascenso.

O pacote de simplificação fiscal anunciado pelo Governo prevê que os trabalhadores a recibos verdes vão passar a poder indicar, no momento em que pedem uma fatura, se aquela despesa faz parte do seu âmbito pessoal ou profissional. Deixarão, assim, de ter de passar horas a classificar faturas, no momento da entrega anual de IRS, acabando-se com aquilo que o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, considerou “um calvário”.

O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, uma agenda com medidas de simplificação fiscal. A maior parte (80%) visa reduzir os custos de contexto, isto é, diminuir a burocracia; 36% tem como missão aumentar a transparência e a compreensão das obrigações tributária; e 30% pretende melhorar a qualidade dos serviços prestados.

Da simplificação dos reembolsos do IVA e das regras de faturação eletrónica, às regras para pagamento do IUC cuja liquidação passa a ser feito em fevereiro ou em duas prestações, passando pelo alargamento dos prazos de validade das certidões de não dívida, são as 30 medidas que visam melhorar a relação de empresas e trabalhadores com o Fisco.

O ministro das Finanças já indicou que o pacote terá “um custo de implementação muito reduzido”. Do conjunto das 30 medidas, Miranda Sarmento mencionou que “algumas obrigam a alterações legislativas, algumas das quais da competência do Governo e outras da Assembleia da República, com prazos mais longos”. Há ainda outras medidas, “mais complexas, que obrigam a desenvolvimentos aplicacionais e alterações de procedimentos”, continuou.

“É um trabalho que vamos desenvolver nos próximos dois anos e cada uma dessas medidas, assim que estiverem operacionais, serão comunicadas aos contribuintes. Vamos fazer esse reporte, essa prestação de contas ao longo da implementação desta agenda”, assegurou durante o briefing do Conselho de Ministros.

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Salários até 150 mil euros. Estas são as dez profissões mais bem pagas em Portugal

Profissões ligadas à tecnologia dominam ranking das funções mais procuradas e mais bem pagas em Portugal. E, numa altura marcada pela escassez de talento, cargo de diretor de RH regressa à lista.

Com um salário que pode chegar aos 150 mil euros anuais, o cargo de diretor-geral é, neste momento, o mais bem pago em Portugal. Isto de acordo com o ranking preparado pela empresa de recursos humanos ManpowerGroup, ao qual o ECO teve acesso em primeira mão. Na edição deste ano das profissões com vencimentos mais atrativos, os cargos ligados à tecnologia reforçam a sua presença, numa altura marcada pela crescente atenção em torno da cibersegurança e da inteligência artificial.

Todos os anos, a ManpowerGroup prepara um ranking das dez profissões com os ordenados mais expressivos em Portugal.

Por exemplo, em 2024, foi o cargo de diretor-geral dos setores da indústria e serviços a conquistar o topo dessa tabela, com um vencimento máximo de 130 mil euros. Já este ano essa posição passa a ser ocupada pelo cargo de diretor-geral, e o salário associado é mais expressivo do que no último ano: varia agora entre 110 mil euros e 150 mil euros anuais.

Em conversa com o ECO, Nuno Ferro, brand leader da Experies (um dos braços da ManpowerGroup) explica que tal reflete a valorização crescente da liderança e da importância “do rumo estratégico” nas organizações.

O cargo de diretor-geral, convém explicar, corresponde ao principal responsável pela gestão da empresa, tendo a seu cargo a definição das estratégias, mas também a garantia da sua execução de forma eficaz.

Supervisiona todas as áreas da empresa, como operações, vendas, marketing, finanças e recursos humanos, para assegurar o cumprimento dos objetivos corporativos. Representa também a empresa perante os stakeholders, investidores e parceiros“, salienta a ManpowerGroup.

Para este cargo, são procurados perfis com forte capacidade de liderança, de tomada de decisão e visão de mercado, “de forma a identificar oportunidades de crescimento e minimizar riscos, sendo, muitas vezes, o rosto público da empresa”.

Logo a seguir no pódio aparecem os cargos de chief tecnhology officer (CTO) e chief information officer (CIO), confirmando a observação de Nuno Ferro de que, na edição deste ano, há um “grande destaque para tudo o que é tecnologia e para tudo o que é liderança“.

Este ano, há um grande destaque para tudo o que é tecnologia e para tudo o que é liderança.

Nuno Ferro

Brand leader da Experis

No caso destes cargos, os salários variam entre 70 mil euros e 150 mil euros anuais, sendo que os departamentos de tecnologias de informação têm conquistado cada vez mais relevo nas empresas, independentemente do setor de atuação.

No caso específico dos CIO, em causa estão “profissionais executivos responsáveis por toda a gestão, implementação e usabilidade das tecnologias de informação“. Têm, portanto, não só formação em tecnologias de informação, como conhecimentos de estratégia, liderança e gestão, pelo que são dos profissionais mais procurados e, à boleia, mais bem pagos.

A fechar o pódio, aparece o cargo de diretor industrial, com um vencimento entre 90 mil euros e 140 mil euros anuais. Esta função ocupava no último ano o segundo lugar da tabela, pelo que desce agora uma posição. Ainda assim, Nuno Ferro realça que estes profissionais continuam a ser “altamente relevantes” no mercado de trabalho nacional.

“O diretor Industrial desempenha um papel crucial na gestão de uma central de produção, supervisionando todas as operações, desde a produção à manutenção, enquanto garante que todos os procedimentos são seguidos com qualidade, segurança e eficiência“, detalha a ManpowerGroup.

O cargo de diretor industrial é reconhecido como uma das funções mais bem pagas, pois exige que os líderes enfrentem os desafios operacionais e de gestão de pessoas num cenário empresarial dinâmico e altamente competitivo.

ManpowerGroup

“As suas responsabilidades vão além do conhecimento técnico operacional, integrando também competências humanas para gerir equipas. É uma função que exige senioridade e experiência para a gestão de unidades industriais, gestão de pessoas e conhecimentos de princípios de gestão financeira e operacional”, acrescenta a recrutadora.

No caso dos diretores industrias, a formação em engenharia é essencial, mas é também fundamental a constante atualização de competências ao longo da carreira, tendo em conta as transformações tecnológicas que a indústria tem vivido. “O cargo de diretor industrial é reconhecido como uma das funções mais bem pagas, pois exige que os líderes enfrentem os desafios operacionais e de gestão de pessoas num cenário empresarial dinâmico e altamente competitivo”, assinala a empresa de recursos humanos.

Novas funções de liderança em destaque

Na edição deste ano do ranking das dez profissões mais bem pagas, vários cargos aparecem pela primeira vez. “Encontramos novas categorias de funções de liderança em destaque em 2025. Funções como CTO, CIO e diretor de serviços partilhados aparecem neste ranking de 2025 e acabam por refletir uma maior especialização e a importância da transformação digital nas organizações“, argumenta o responsável Nuno Ferro.

O cargo de diretor de centros de serviços partilhados é precisamente o quarto na lista elaborada pela ManpowerGroup, com um salário que varia entre 100 mil euros e 120 mil euros por ano.

É o responsável por assegurar a correta implementação e execução das funções de suporte e de serviço que são prestadas às diferentes estruturas de um grupo empresarial, pelo que são procurados profissionais experientes e focados “na disciplina operacional, na eficiência e na experiência do cliente“.

E há dois fatores que estão a levar à valorização salarial deste cargo. Por um lado, ainda há poucos profissionais que encaixem neste perfil no mercado. E, por outro lado, a procura tem crescido, uma vez que o número de centros de serviços partilhados em Portugal (que servem organizações multinacionais) tem crescido.

Além de um perfil especializado, o crescente número de centros de serviços partilhados que se estão a instalar em Portugal para servir organizações multinacionais está a levar a um aumento da procura destes perfis.

ManpowerGroup

A próxima profissão a aparecer no ranking também é uma estreante. Com um salário que vai dos 70 mil euros aos 120 mil euros por ano, o cargo de chief information security officer (CISO) ocupa o quinto lugar da tabela, e reflete também a consolidação das áreas tecnológica nesta tabela, na visão do brand leader da Experis.

Um CISO, importa explicar, é o responsável pela segurança de informação de uma empresa. Por exemplo, define e implementa as políticas de cibersegurança, identifica as vulnerabilidades e gere os risco e as respostas a incidentes. “Além disso, o CISO é também responsável por garantir a conformidade com regulamentações de proteção de dados, como o regulamento geral de proteção de dados“, nota a ManpowerGroup.

Numa altura em que as preocupações em torno da cibersegurança têm crescido e as empresas lidam com grandes volumes de dados, esta é, portanto, uma das profissões mais procuradas e bem pagas em Portugal.

Depois dos estreantes, aparece um repetente: o cargo de diretor de compras, com um salário entre 80 mil euros e 120 mil euros por ano. O intervalo mantém-se face a 2024, sendo que, no último, esta profissão tinha ficado em terceiro lugar. Aparece agora em sexto.

A preocupação em torno da sustentabilidade e das cadeias de fornecimento explica a valorização destes profissionais, que gerem todo o ciclo de aquisição de bens e serviços necessários para a operação de uma empresa. “Desde a negociação com fornecedores até à definição de estratégias de compra, este profissional assegura o equilíbrio entre custo, qualidade e prazo. É também responsável por analisar tendências de mercado, otimizar a cadeia de abastecimento e mitigar riscos, como interrupções no fornecimento”, afirma a ManpowerGroup.

Talento a escassear traz diretores de RH de volta ao ranking

No último ano, o cargo de diretor de recursos humanos tinha ficado de fora do ranking das dez profissões mais bem pagas em Portugal. Mas na edição deste ano está de volta, numa altura em que, por um lado, continua a ser difícil contratar e, por outro, tem crescido o entendimento de que as pessoas são críticas para o sucesso das organizações.

“Somos um dos países com maiores dificuldades em encontrar o talento necessário para as empresas”, realça Daniela Lourenço, brand leader da Manpower, em conversa com o ECO. “Falamos muitas vezes de revolução tecnológica, de um mundo cada vez mais digital, de inteligência artificial, mas nunca como hoje existiu tanta dificuldade em preencher as vagas das empresas“, concorda Nuno Ferro, brand leader da Experis.

Ora, segundo o ranking, o diretor de recursos humanos conta com um vencimento entre 90 mil e 110 mil euros por ano, sendo responsável pelas estratégias para atrair, reter e desenvolver o talento da empresa. ”

Diretores de recursos humanos tornam-se cada vez mais cruciais para alinhar as equipas e estratégias às exigências de um mercado cada vez mais competitivo.

ManpowerGroup

“O ressurgir da função de recursos humanos indica claramente uma maior atenção ao papel estratégico dos recursos humanos, no pós pandemia e nesta era da inteligência artificial. Este processo de transformação digital das organizações é o recentrar da importância das pessoas no sucesso das empresas“, comenta Nuno Ferro.

Já Daniela Lourenço sublinha que, “mesmo noutras funções indexadas aos recursos humanos”, está a ser sentida essa valorização, o que “é animador” para a área.

Das nuvens à inteligência artificial

As três profissões que fecham o ranking das dez mais procuradas e mais bem pagas são todas ligadas à tecnologia: cloud architect (60 mil euros a 95 mil euros anuais), engineering manager (65 mil euros a 90 mil euros anuais) e artificial intelligence engineer (55 mil euros a 80 mil euros anuais).

Nuno Ferro realça que estas são profissões que muito valorizadas, em termos salariais, também por serem de “índole mais global”. Isto é, como são profissionais procurados por empresas de todo o mundo, os empregadores portugueses têm de competir não só no mercado nacional, mas também a nível global, o que engorda as remunerações.

Os arquitetos de cloud são responsáveis por “projetar, implementar e gerir as infraestruturas de computação em nuvem das empresas“. “A migração para a nuvem continua a ser uma prioridade estratégica para as empresas de todos os setores e, por isso, a procura por cloud architects tem vindo a crescer, à medida que aumenta o foco em escalabilidade, inovação e redução de custos operacionais”, observa a ManpowerGroup.

Quanto ao cargo de engineering manager, trata-se dos supervisores de projetos, pelo que asseguram que são entregues dentro do prazo e do orçamento, e de acordo com os requisitos técnicos e de negócio.

“Este profissional também desempenha um papel crucial na mentoria de engenheiros, na resolução de problemas técnicos complexos e na implementação de processos ágeis. A complexidade tecnológica crescente e a necessidade de líderes que combinem competências técnicas e de gestão tornam esta posição essencial“, refere o ranking a que o ECO teve acesso.

Ferramenteiros e tubistas em destaque

No caso das profissões técnicas, são os ferramenteiros (os responsáveis pela criação, produção e reparação de ferramentas de corte e dobra para estruturar chapas de aço e outros materiais metálicos) que saem melhor na fotografia. Com um salário que varia entre 40 mil euros e 60 mil euros por ano, lideram o ranking.

São profissionais com conhecimentos em todas as áreas da metalurgia, capacidade de leitura e interpretação de desenho técnico, e habilidade de antever o produto final em todos os seus aspetos técnicos. É uma função transversal a diversos setores (do automóvel aos plásticos, passando pelo metalúrgico e siderúrgico), o que faz desta uma profissão com elevada procura.

Em segundo lugar, aparecem os tubistas, cujo salário varia entre 35 mil euros e 42 mil euros por ano. Estes são os profissionais que instalam e fazem a manutenção de tubulações, válvulas e suportes de sistemas de instrumentação, recorrendo à serralharia e à soldagem dentro dos requisitos técnicos exigidos.

A fechar o pódio, aparece a profissão campeã no último ano: motorista de pesados internacional, com um salário entre 32 mil euros e 41 mil euros anuais. “Esta é uma profissão bastante exigente devido às longas horas de condução, à necessidade de conhecimento de várias regulamentações nacionais e internacionais e ao stress relacionado com prazos apertados. O isolamento social e os riscos associados a acidentes são desafios significativos, pelo que é uma das profissões especializadas mais bem remuneradas“, enfatiza a ManpowerGroup.

Ainda no ranking aparecem os encarregados de obra (30 mil euros a 38 mil euros anuais), os técnicos de AVAC (25 mil euros a 35 mil euros anuais), controladores de qualidade (24 mil a 32 mil euros anuais), os técnicos de manutenção industrial (20 mil a 35 mil euros anuais) e os afinadores de máquinas de injeção (22 mil a 34 mil euros anuais).

Daniela Lourenço explica ao ECO que estas são profissões com um alto nível de tecnicidade, sendo que muitas das oportunidades nestas áreas exigem muitos anos de experiência.

Tanto no que diz respeito às profissões técnicas, como nos cargos destacados no primeiro ranking, Daniela Lourenço e Nuno Ferro concordam que há um fosso “muito grande” entre o talento que está a ser produzido e as necessidades das empresas.

Nuno Ferro apela, por isso, a que sejam repensadas as estratégias de ensino, enquanto Daniela Lourenço salienta que as empresas devem trabalhar a sua proposta de valor junto dos candidatos (que ultrapassa as questões salariais), para conseguir atrair esse talento.

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“A NERLEI CCI entende que a sustentabilidade é um dos principais pilares do futuro empresarial”

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  • 20 Janeiro 2025

A NERLEI CCI tem sido crucial no crescimento económico de Leiria, apoiando empresas na internacionalização e sustentabilidade. Saiba quais são os desafios e prioridades desta Associação Empresarial.

A NERLEI CCI – Associação Empresarial da Região de Leiria/Câmara de Comércio e Indústria – tem sido um pilar fundamental no desenvolvimento económico e empresarial da região, promovendo a competitividade das empresas e a sua integração em mercados globais. Enquanto Câmara de Comércio e Indústria, a NERLEI desempenha um papel determinante no apoio à internacionalização, sustentabilidade e inovação dos negócios locais, atuando como parceira estratégica para enfrentar os desafios de um mercado em constante evolução.

Numa conversa com Henrique Carvalho, Diretor Executivo da NERLEI CCI, foi explorada a visão da associação sobre o impacto do estatuto de Câmara de Comércio e Indústria, o apoio às empresas na transição para modelos mais sustentáveis e as prioridades definidas para fortalecer os setores estratégicos da região de Leiria no panorama global.

Henrique Carvalho, Diretor Executivo da NERLEI CCI – Associação Empresarial da Região de Leiria/Câmara de Comércio e Indústria

Em junho de 2023, a NERLEI CCI recebeu o estatuto de Câmara de Comércio e Indústria. O que significa esta distinção para a organização e como tem contribuído para reforçar o apoio à internacionalização das empresas portuguesas?

Em termos práticos dá-nos a possibilidade de emissão de documentos de exportação, necessários para muitas transações comercias para mercados extracomunitários, como por ex. Certificados de Origem e Certificados de Venda Livre. Além disso, o facto de estarmos integrados em redes de Câmaras de Comércio e Indústria internacionais potencia o conhecimento e posterior divulgação de oportunidades de negócio internacionais para as nossas empresas e também um maior conhecimento dos mercados.

A nível interno, potencia o nosso papel enquanto entidade que representa o tecido empresarial da região, reforçando a nossa articulação com associações que representam setores importantes na região e fortemente exportadores, como sejam plásticos, moldes, rochas ornamentais, construção e a cerâmica, e afirmando a nossa relevância como um dos agentes regionais, que atua na melhoria dos fatores diferenciadores da região, como sejam a inovação, digitalização e sustentabilidade.

Quais os principais benefícios que as empresas associadas à NERLEI CCI têm obtido com este novo estatuto?

A região que a NERLEI CCI representa em termos de tecido empresarial, caracteriza-se por grande diversidade de atividades económicas, nomeadamente ao nível industrial onde sobressaem setores fortemente exportadores como plásticos, moldes, rochas ornamentais e a cerâmica, entre outros. Com a atribuição deste estatuto estas empresas têm na NERLEI CCI um parceiro forte, formalmente reconhecido e de proximidade que, além de poder emitir os documentos de apoio à exportação, apoia ainda no esclarecimento e encaminhamento de muitas questões relacionadas com internacionalização. A integração da NERLEI CCI em redes internacionais de colaboração, potencia ainda o conhecimento de oportunidades de negócio internacionais e maior conhecimento dos mercados.

A NERLEI CCI tem desenvolvido trabalho de apoio à internacionalização há várias décadas. Quais foram as principais mudanças que observou neste processo ao longo dos anos?

A NERLEI CCI tem no apoio à internacionalização das empresas uma das suas principais áreas de atuação, detendo um know-how nesta área, construído ao longo de mais de 25 anos de trabalho. Entre as principais atividades/serviços que disponibilizamos às empresas destacamos:

  • Realização de missões empresariais e participações nas mais importantes feiras internacionais, dedicadas a alguns dos setores de atividade, com forte presença na região. Estas participações estão geralmente integradas em projetos cofinanciados, pelo que as empresas além de beneficiarem com a experiência e conhecimento da NERLEI CCI na organização deste tipo de ações, podem ainda ter apoio financeiro.
  • Apoio individualizado em diversas etapas do processo de internacionalização das empresas, desde a seleção dos mercados prioritários de atuação à abordagem comercial a um mercado específico.
  • Realização de diversas ações de capacitação sobre a temática da internacionalização (workshops, seminários, conferências).
  • Promoção das empresas, dos seus produtos e do potencial da região, em diversas ações que a NERLEI CCI faz no exterior e nas presenças em diversos eventos.
  • Emissão de documentos de exportação, necessários para muitas transações comercias para mercados extracomunitários, como por ex. Certificados de Origem e Certificados de Venda Livre.

Ao longo dos anos, temos sentido um crescimento no número de empresas que já têm alguma preparação para determinadas especificidades na abordagem a cada mercado, maior abertura para a participação em ações de abordagem internacional (feiras e missões empresariais) e também uma melhor compreensão da necessidade de diversificar mercados.

Continua ainda a ser muito importante desenvolver um trabalho de preparação antes das ações e também de acompanhamento depois da realização das mesmas. O reforço da aposta na marca e no design continua também a ser um fator ter em conta.

Quais os mercados que a NERLEI CCI identifica atualmente como prioritários para as empresas portuguesas que desejam internacionalizar-se?

Depende muito dos setores de atividade da região, que são muito diversificados (desde os moldes, plásticos, cerâmicas, cutelarias, rochas ornamentais, materiais de construção, metalomecânica), e também da maturidade/experiência da empresa na atuação internacional. Mas, diríamos que a Europa, pela proximidade e pelas relações comerciais já existentes, será sempre o mercado de eleição.

Contudo, as empresas não devem descurar um olhar desperto e atento a vários países de outras geografias mundiais, nomeadamente da Ásia e da América Latina e do Norte.

A Fileira Casa tem um peso importante no tecido empresarial português. Que papel a NERLEI CCI desempenha na promoção internacional deste setor?

O papel determinante da NERLEI CCI na promoção internacional da Fileira Casa, surge naturalmente, devido ao facto de na região de Leiria se localizarem várias indústrias relevantes que se inserem nesta Fileira, nomeadamente: cerâmica decorativa e utilitária; plásticos domésticos; cutelarias; vidro decorativo e utilitário, entre outros.

Foi nesta lógica que, pela primeira vez, em 2001 organizamos a participação conjunta de três empresas da região desta Fileira, na maior feira internacional do setor – a Ambiente, em Frankfurt, Alemanha. Desde então, temos afirmado de forma consistente e crescente este nosso papel, ao ponto de, em 2025, termos garantida presença nesta feira, a apoiar individualmente 73 empresas portuguesas da Fileira Casa e ainda ao organizarmos a Mostra de Produtos Portugueses: um espaço conjunto onde iremos procurar reunir produtos de todas as empresas portuguesas presentes nesta Feira.

Além disso, e sendo a NERLEI CCI uma associação empresarial de caráter transversal, ou seja, reúne associados de todos os setores de atividade, as empresas da Fileira Casa beneficiam de toda a ação transversal da NERLEI CCI, ao nível da nossa aposta em potenciar a capacitação das empresas em temáticas abrangentes como a sustentabilidade, transformação digital, marca internacional, entre outras.

Conferência Internacional sobre “Sustainability in Product Development – Home Products”

A sustentabilidade está a tornar-se um fator diferenciador para as empresas. Como é que a NERLEI CCI ajuda as empresas portuguesas a incorporarem práticas sustentáveis nos seus processos e produtos?

A NERLEI CCI entende que a sustentabilidade é um dos principais pilares do futuro empresarial e por isso é uma temática que tem merecido, e vai continuar a merecer, a nossa atenção. Para tal procuramos realizar diversas ações, sejam elas mais de sensibilização/informação, sejam candidaturas a projetos cofinanciados que apoiem as empresas na transição para uma produção mais sustentável, no cumprimento das recentes exigências normativas a este nível, de forma a aumentarem a sua performance ambiental, produtividade e competitividade.

Ao nível da sensibilização/informação destacamos a ação mais recente: uma Conferência Internacional, com o tema “Sustainability in Product Development – Home Products”, que teve como objetivo promover o intercâmbio de ideias sobre a forma como a inovação, o design, o aprovisionamento responsável e a produção sustentável podem moldar o futuro da indústria.

Ao nível dos projetos cofinanciados temos vários a decorrer, alguns recentemente aprovados e outros em aprovação, todos em articulação com outras entidades (consórcios) potenciando assim as mais-valias dos mesmos:

  • Projeto “Embalagem do Futuro®” – projeto no âmbito da Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial, do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que junta 79 entidades e visa investigar, desenvolver, produzir e comercializar à escala global soluções de embalagens mais ecológicas, digitais e inclusivas.

Ações concretas: estudo de seleção de mercados prioritários para os diversos produtos e soluções desenvolvidos no âmbito do projeto; estudos de mercado, desenvolvimento da marca para embalagens sustentáveis e realização de diversas ações de promoção dessa marca.

  • Projeto “GREENOVET” – projeto transfronteiriço, que terminou em novembro de 2024 e foi desenvolvido em parceria com entidades de Portugal, Áustria, Finlândia e República da Macedónia do Norte. Um dos principais outputs foi a criação na Região de Leiria do Trainer – um CoVE (Centro de Excelência Vocacional) que se constituiu como um ponto de referência nacional para a inovação no ensino vocacional e capacitação dos alunos com as competências necessárias para liderarem a transição verde.
  • Projeto “SustainablePackPT – Sustainable and Inovative Packaging Solutions from Portugal”

Recentemente aprovado, trata-se de uma ação coletiva de apoio à internacionalização do setor português das embalagens. Visa promover as exportações nacionais de embalagens e reforçar o posicionamento do setor em exigentes cadeias de valor, de oito mercados selecionados pelo seu elevado potencial, com clientes com poder de compra e grande exigência nos requisitos de qualidade, inteligência e sustentabilidade das embalagens. Este projeto pretende promover a indústria portuguesa da embalagem nos mercados alvo: Países Baixos, Bélgica, Alemanha, Dinamarca, Suécia, Noruega, Canadá e EUA, produzir e disseminar conhecimento e capacitar as empresas para serem mais competitivas nos mercados internacionais, visando o aumento das exportações e a internacionalização dos negócios e o aumento da notoriedade do setor da embalagem nos mercados globais.

  • Projeto “Sustainability Leaders – Programa de transformação das empresas portuguesas em líderes da sustentabilidade”. Projeto recentemente aprovado no âmbito das ações coletivas de apoio à qualificação empresarial e que tem como objetivo principal desenvolver e implementar, nas regiões Centro e Norte do país, um programa de sensibilização e capacitação empresarial com foco nos pilares ESG, promovendo práticas sustentáveis e responsáveis que contribuam para a competitividade e sustentabilidade a longo prazo.

Além destes projetos, a NERLEI CCI apresentou pré-qualificações no âmbito das ações coletivas de descarbonização e digitalização, as quais centram as suas atividades na área da sustentabilidade, apoiando as PME na necessária transição verde e na sua capacitação para a implementação do Passaporte Digital de Produto.

Ainda no âmbito das parcerias, a NERLEI CCI é uma das associações parceiras do ecossistema SIBS ESG, lançado pela SIBS em parceria com várias instituições bancárias nacionais, com o objetivo de fortalecer a competitividade das empresas no âmbito ESG (critérios ambientais, sociais e de governação), facilitando a recolha de dados e a elaboração de relatórios de sustentabilidade.

Que desafios enfrentam as empresas na adoção de modelos de negócio mais sustentáveis e como podem transformar esses desafios em vantagens competitivas no mercado global?

Os desafios da sustentabilidade são amplos e complexos. Entre os principais destacamos:

Custos de implementação: A adoção de materiais e tecnologias sustentáveis exige investimentos iniciais significativos.
Inovação em materiais: Encontrar alternativas sustentáveis que mantenham qualidade e desempenho.
Gestão de resíduos: Desenvolver estratégias para reduzir, reciclar ou reaproveitar resíduos de produção, a um custo aceitável.
Regulamentação: Exige estar a par de todas as exigências ambientais, que variam no tempo e conforme os mercados de exportação.
Cultura organizacional: A transição para práticas sustentáveis requer mudanças profundas nas mentalidades e processos internos.

As empresas portuguesas têm uma oportunidade de alavancar a sua reputação em design, qualidade e inovação para se posicionarem como líderes em sustentabilidade. Entre as oportunidades mais promissoras estão:

Valorização da marca: Produtos sustentáveis podem atrair consumidores dispostos a pagar mais por práticas éticas e ecológicas.
Diferenciação face à concorrência: Sustentabilidade pode ser uma vantagem competitiva, especialmente em mercados mais maduros, como no Norte da Europa e América do Norte.
Acesso a novos mercados: Certificações ambientais e práticas sustentáveis são muitas vezes um requisito para grandes redes e distribuidores globais.
Parcerias estratégicas: A integração de sustentabilidade permite colaborar com entidades internacionais focadas em inovação ambiental.

Mostra de Produtos Portugueses da Fileira Casa, sob a insígnia ‘Made in Portugal Naturally’, na feira Ambiente, em Frankfurt, Alemanha (edição de 2024)

Quais são as principais iniciativas previstas para os próximos anos para continuar a apoiar as empresas portuguesas na sua internacionalização?

Nos próximos anos pretendemos prestar serviços de apoio à internacionalização ao nível da: seleção de mercados prioritários de atuação; estudos de mercado; elaboração de planos de marketing internacional; desenvolvimento comercial de mercado.

Queremos também reforçar a integração da NERLEI CCI em redes internacionais de Câmaras de Comércio e Indústria. Isto a par da continuação do apoio à participação em feiras internacionais, visitas de prospeção a mercados, ações de capacitação, sempre com foco na sustentabilidade e na transformação digital.

Na sua visão, quais as tendências futuras que as empresas portuguesas devem considerar para se manterem competitivas nos mercados internacionais?

Consideramos que as empresas portuguesas devem investir fortemente no desenvolvimento contínuo das competências dos seus colaboradores, com foco nas áreas da digitalização, sustentabilidade e soft skills. A formação em tecnologia, gestão de dados e economia circular é essencial, aliada à adaptação cultural e linguística para mercados externos. Só dessa forma será possível desenvolver equipas ágeis e inovadoras, prontas para enfrentar desafios globais.

Outro aspeto determinante prende-se com o desenvolvimento da marca, reconhecendo-a como um ativo extremamente importante para a expansão internacional dos negócios já que, entre outros aspetos, permite a criação de valor e a diferenciação face à concorrência, e apostar na diversificação dos mercados de atuação.

Depois, é expectável um reforço da digitalização, automação, e adoção de tecnologias emergentes (IA, IoT e blockchain), bem como a utilização do e-commerce, nos setores em que isso é possível.

Por outro lado, vamos ver mais empresas a apostar em preparar-se para a adoção de um paradigma económico rumo à sustentabilidade, uma vez que o cumprimento dos critérios ESG vai condicionar também a internacionalização das empresas e existirá uma clara segmentação entre quem cumpre ou não estes critérios.

Por fim, consideramos avisado o fortalecimento da estrutura empresarial, sobretudo no que diz respeito ao aumento da dimensão, seja por via de fusões, seja por simples parcerias, e no que concerne à capitalização. São fatores que tornam as empresas exportadoras mais resilientes em mercados concorrenciais e globais.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 20 Janeiro 2025

No dia em que Donald Trump regressa à Casa Branca para a tomada de posse, arranca o encontro anual de Davos e o Eurogrupo reúne-se. Por cá, BdP e INE divulgam indicadores.

No dia em que Donald Trump regressa à Casa Branca para tomar posse como o próximo Presidente dos EUA, arranca o Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça, e o Eurogrupo reúne-se em Bruxelas. Por cá, Banco de Portugal e o Instituto Nacional de Estatística divulgam indicadores.

Donald Trump regressa à Casa Branca

Oito anos depois, Donald Trump regressa esta segunda-feira a Washington para tomar posse como 47.º Presidente dos Estados Unidos, sucedendo ao democrata Joe Biden que esteve à frente da Casa Branca apenas um mandato. A cerimónia decorrerá no interior do Capitólio — onde há quatro anos centenas de apoiantes de Trump marcharam e invadiram o Congresso — marcando o início do segundo mandato do republicano.

Arranque do Fórum Económico Mundial

O dia fica ainda marcado pelo início do encontro do Fórum Económico Mundial, em Davos, na Suíça, o encontro anual que junta os grandes decisores mundiais da economia, política e diplomacia. Sob o lema “Colaboração para a Era Inteligente”, o encontro vai contar com mais de 900 personalidades, entre as quais haverá pelo menos dez portugueses, entre os quais membros do Governo e CEO de gigantes como a EDP e Jerónimo Martins.

Indicadores aqui…

Esta segunda-feira, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga um conjunto de indicadores macroeconómicos, a começar pela Síntese Económica de Conjuntura e as Taxas de Juro Implícitas no Crédito à Habitação, ambos referentes ao mês de dezembro. Ademais, Banco de Portugal dará conta das estatísticas de emissões de títulos de dívida.

… e lá fora

A nível europeu, será o Eurostat a divulgar indicadores. Desde logo uma atualização sobre os dados agregados do PIB e do emprego, referentes ao terceiro trimestre de 2024, e ainda os dados de produção na construção, referentes ao mês de novembro. Simultaneamente, o gabinete de estatísticas europeu divulgará as estatísticas sobre os voos comerciais realizados no ano passado, na União Europeia e zona euro.

Reunião do Eurogrupo

Em Bruxelas, os ministros dos Estados-membros da Zona Euro responsáveis pelas Finanças reúnem-se para discutir as principais prioridades políticas da zona euro e o papel do Eurogrupo na sua abordagem. O encontro servirá também para a Comissão Europeia apresentar as prioridades económicas do novo colégio relativas à zona euro.

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Salário mínimo de 1.020 euros em 2028 é “suportável” para mais de metade das empresas

Inquérito da Associação Industrial Portuguesa mostra ainda que 65% das empresas considera que a fixação anual do salário mínimo deveria estar dependente da evolução da produtividade.

Mais de metade das empresas (56%) considera que o salário mínimo nacional de 1.020 euros previsto para 2028 “é suportável“. Esta é uma das conclusões do inquérito da Associação Industrial Portuguesa – Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI), que foi divulgado esta segunda-feira.

No acordo de salários e crescimento económico assinado em outubro na Concertação Social pelo Governo, as quatro confederações empresarias e a UGT, está previsto que o salário mínimo nacional subirá 50 euros em cada ano da presente legislatura, chegando aos 1.020 euros em 2028.

Ora, confrontada com esta trajetória, mais de metade das empresas considera que “é suportável”, de acordo com o novo inquérito conhecido esta segunda-feira. “Relativamente ao valor de 1020 euros mensais projetados até ao final da presente legislatura, 56% entendem que o mesmo é suportável pela conta de exploração das empresas, mesmo que 95% das empresas considerem desconhecer qualquer estudo que fundamente a capacidade de o suportar pelo seu setor de atividade”, lê-se na nota enviada às redações.

A propósito, cerca 65% das empresas ouvidas considera que a fixação anual do salário mínimo deveria estar dependente da evolução da produtividade.

Por outro lado, há a notar que a grande maioria das empresas (83%) concorda com a existência do salário mínimo nacional, mas 65% entendam que o mesmo não deve constituir-se como um instrumento de redistribuição de riqueza.

Em contraste, entre as empresas que consideram que o salário mínimo nacional deve ser um instrumento para esse fim, 45% consideram que deveria ser a sociedade a suportar o mesmo, através de impostos negativos nos rendimentos mais baixos, enquanto 55% destas empresas defendem que o mesmo deverá ser suportado pelos custos de exploração das empresas.

Num outro tema, neste inquérito da Associação Industrial Portuguesa – Câmara de Comércio e Indústria, 70% das empresas assinalam que algumas matérias laborais, como carreiras, benefícios, remunerações complementares ou limites de horas extraordinárias, deveriam ser concertadas no interior das empresas, e não em sede de contratos coletivos de trabalho (CCT).

Empresas não estão recetivas à semana de quatro dias

No que diz respeito ao regime de trabalho, das 523 empresas inquiridas, apenas 17% adotaram o modelo hibrido e 2% o teletrabalho. O trabalho presencial pesa 81%, predominando no mercado nacional.

Ainda assim, entre as que adotaram um modelo híbrido ou remoto, 73% afirmam que tal contribuiu para uma melhoria da produtividade e 84% consideram manter este modelo.

O inquérito de contexto empresarial sobre o mercado laboral referente ao quarto trimestre de 2024 conclui, por outro lado, que 70% das empresas discorda da implementação da semana de quatro dias em Portugal, com especial incidência em empresas dos
setores do comércio, indústria e construção. Dos restantes 30% que concordam com esta medida, 71% defendem que a mesma não deveria ter caráter obrigatório.

Já a dividir as opiniões está o designado “direito a desligar”, com 50% das empresas a defender este direito e outras tantas a discordar do mesmo. Entre as empresas que apresentam maior taxa de rejeição à implementação desta medida, estão sobretudo as médias e microempresas.

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Três reféns libertadas já estão com as mães em Israel

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2025

As três reféns israelitas hoje libertadas na Faixa de Gaza pelo Hamas no âmbito do acordo de cessar-fogo encontraram-se já com as suas mães em Israel, anunciou o exército israelita.

As três reféns israelitas hoje libertadas na Faixa de Gaza pelo Hamas no âmbito do acordo de cessar-fogo encontraram-se já com as suas mães em Israel, anunciou o exército israelita. As três reféns libertadas “chegaram ao ponto de receção” perto de Gaza e foram “reunidas com as suas mães”, indica um comunicado militar.

A rede social X do exército publicou uma fotografia de Emily Damari, uma das três reféns libertadas, posando com a sua mãe, Mandy Damari. A jovem britânico-israelita, com a mão enfaixada, sorri ao seu lado.

Pouco depois, o exército anunciou que as três jovens, acompanhadas pelas suas mães, tinham embarcado num helicóptero com destino a um hospital em Israel “onde se encontrarão com o resto das suas famílias e receberão tratamento médico”.

Milhares de deslocados pela guerra na Faixa de Gaza voltaram para casa, no meio da destruição, no primeiro dia de um cessar-fogo entre Israel e o Hamas que já levou à libertação destas três de reféns israelitas e contemplará também a de 90 palestinianos aprisionados por Israel.

De acordo com o Fórum de Famílias de Reféns, citado pela agência AFP, para além de Emily Damari, 28 anos, foram libertadas também a romeno-israelita Doron Steinbrecher, 31 anos e Romi Gonen, 24 anos.

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10.000.000.000, o número mágico para os fundos europeus<span class='tag--premium'>premium</span>

O principal desafio de 2025 é acelerar a execução dos fundos europeus. E há um número mágico associado ao próximo ano – dez mil milhões de euros.

Este artigo é parte integrante da 11.ª edição do ECO magazine. Pode comprar aqui.O cenário não é o melhor. A “calendarização exigente” e os “atrasos” na execução obrigaram o Executivo a tomar medidas para “evitar penalidades ou perda de fundos”. O Ministério da Coesão desenhou um plano de ação para acelerar a execução, nomeadamente do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e que será implementado em 2025. As redes de articulaçãoque vão monitorizar a implementação da bazuca, os prazos máximos para a análise de candidaturas e pedidos de pagamento, o mecanismo de descativação dos compromissos financeiros já assumidose o reforço dos meios humanossão algumas das medidas desse plano já anunciado, mas que ainda não viram a luz do dia. Além de executar a histórica quantia de dez mil

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Trump vai reverter proibição do TikTok nos EUA

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2025

Donald Trump anunciou a intenção de emitir uma ordem executiva, na segunda-feira, para suspender a lei que proíbe o TikTok, propondo que a rede social seja controlada a 50% por acionistas americanos.

Donald Trump anunciou a intenção de emitir uma ordem executiva, na segunda-feira, para suspender a lei que proíbe o TikTok no país, propondo que a rede social seja controlada a 50% por acionistas americanos. A lei, aprovada pelo Congresso em 2024, entrou em vigor este domingo, tornando a plataforma de vídeos curtos inacessível aos mais de 170 milhões de utilizadores nos Estados Unidos.

A legislação norte-americana permite que o chefe de Estado adie a aplicação da lei por 90 dias enquanto se procura um comprador, uma alternativa oferecida à empresa-mãe do TikTok, a chinesa ByteDance, em vez da proibição.

Até agora, a ByteDance recusou vender a plataforma, que foi lançada há apenas dez anos e que se tornou indispensável para uma grande franja dos jovens utilizadores da Internet.

O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que toma posse do cargo na segunda-feira, encorajou mesmo os fornecedores de Internet e as lojas de aplicações a restabelecerem imediatamente o acesso ao TikTok, prometendo que o seu decreto os protegeria retroativamente de quaisquer sanções.

A lei prevê multas muito pesadas para estes prestadores de serviços técnicos, que podem ir até 5.000 dólares por utilizador para as lojas de aplicações. “Estou a pedir às empresas que não deixem o TikTok às escuras”, apelou Trump. “Vou emitir uma ordem executiva na segunda-feira para estender o período de tempo antes que as proibições da lei entrem em vigor, para que possamos fazer um acordo para proteger a nossa segurança nacional“, acrescentou o presidente eleito.

Entretanto, a Amnistia Internacional (AI) considerou que a proibição do TikTok nos Estados Unidos é uma decisão arbitrária que nada faz para abordar a “proteção dos direitos humanos na era digital”. A diretora-adjunta de tecnologia da Amnistia, Lauren Armistead, sublinhou que “a proibição do TikTok não contribui em nada para resolver os riscos endémicos para os direitos humanos e os danos associados aos modelos de negócio baseados na vigilância do TikTok e de outras grandes empresas tecnológicas como a Google e a Meta”.

Ao invés, a Amnistia considera que a decisão restringe “desnecessariamente” o direito à liberdade de expressão, que inclui a liberdade de procurar, receber e transmitir informações. “Em vez de imporem proibições arbitrárias, as autoridades norte-americanas deveriam introduzir regulamentos para garantir que as plataformas tecnológicas protegem os direitos humanos de todos na era digital“, acrescentou.

A aplicação, que tem 170 milhões de utilizadores nos Estados Unidos, enviou a muitos deles uma mensagem nos seus telemóveis com o aviso: “Desculpe, o TikTok não está disponível neste momento”, atribuindo a cessação das operações à legislação promovida pelo Congresso.

No entanto, de acordo com a administração de Joe Biden, o TikTok tomou esta decisão por sua própria iniciativa. Após a decisão do Supremo Tribunal, a Casa Branca anunciou que o atual executivo não aplicaria a lei e que o seu cumprimento estaria nas mãos do novo presidente, Donald Trump, que tomará posse na próxima segunda-feira.

A mensagem do TikTok nos dispositivos dos utilizadores apareceu cerca de uma hora e meia antes da entrada em vigor da lei, prevista para as 00:01 de domingo, hora de Leste dos EUA.

Ao tentar aceder à plataforma, os utilizadores recebiam um aviso de que a aplicação estava bloqueada, com uma mensagem: “Temos a sorte de o Presidente Trump ter indicado que vai trabalhar connosco numa solução. Fiquem atentos!

Além do TikTok, a proibição também afetou o CapCut, uma aplicação de edição de vídeo propriedade da ByteDance e utilizada por muitos criadores para gerar conteúdos na plataforma.

Mesmo que Trump decida reverter a medida, a entrada em vigor desta lei marca a primeira vez na história que os Estados Unidos da América proíbem uma rede social a nível nacional.

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Sánchez quer limitar compra de casa por não europeus

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2025

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, pretende proibir a compra de casas em Espanha por investidores não europeus, como forma de combater a crise da habitação no país.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou hoje que pretende proibir a compra de casas em Espanha por investidores não europeus, como forma de combater a crise da habitação no país. “Vamos propor que os estrangeiros extracomunitários não residentes [em Espanha], tanto eles, como as suas famílias, sejam proibidos de comprar [casas] no nosso país“, afirmou, após uma reunião do seu partido na Extremadura.

O anúncio do chefe do Governo espanhol foi feito numa reunião do seu partido — o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) — e, segundo o governante, os estrangeiros “estão simplesmente a especular com essas casas”, noticia a agência France-Presse (AFP). O anúncio foi feito depois de, na segunda-feira, terem sido detalhadas outras medidas para combater a crise no setor.

O executivo anunciou a aceleração da construção de habitação social, bem como um aumento do imposto aplicado ao alojamento turístico no país. As medidas terão de ser debatidas e aprovadas pelo Parlamento, em que o PSOE está em minoria. “Só em 2023, os não residentes extracomunitários compraram cerca de 27.000 casas e apartamentos em Espanha“, afirmou, na segunda-feira.

O primeiro-ministro disse ter-se inspirado no Canadá, onde o Governo proíbe a compra de habitação por estrangeiros não residentes, e na Dinamarca, em que é praticamente impossível para estrangeiros não residentes comprarem propriedade.

Em maio de 2023, Sánchez aprovou uma lei sobre a habitação que pretendia aumentar a construção da habitação social, o controlo das rendas nas zonas sob pressão e sanções para proprietários com imóveis devolutos.

Ainda assim, a legislação foi insuficiente para travar a subida das rendas, que aumentaram mais de 11% no ano passado, de acordo com o portal imobiliário Idealista, citado pela AFP.

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Governo aprova diploma que revê seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2025

Diploma reforça "a proteção dos lesados de acidentes de viação quando a seguradora responsável pelo pagamento da indemnização se encontra em insolvência".

O Conselho de Ministros aprovou quinta-feira um decreto-lei que revê o seguro de responsabilidade civil automóvel obrigatório que procura reforçar a proteção da vítima de acidente quando a seguradora está insolvente.

O diploma aprovado completa a transposição de uma diretiva europeia, avança o comunicado do Conselho de Ministros, reforçando “a proteção dos lesados de acidentes de viação quando a seguradora responsável pelo pagamento da indemnização se encontra em insolvência”.

O diploma que revê o regime de seguro obrigatório de responsabilidade civil abrange ainda os casos de acidentes de viação que envolvem veículos com reboques.

 

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Resseguradora CCR Re muda de nome para Arundo Re

  • ECO Seguros
  • 19 Janeiro 2025

O logótipo também é novo. As mudanças foram feitas cerca de 18 meses depois de um consórcio composto pelo SMABTP e MACSF ter adquirido uma participação maioritária (75%) da empresa.

A resseguradora francesa que até a passada sexta-feira se chamava CCR Re mudou de nome para Arundo Re, avançou o Reinsurance News.

“Arundo” é a palavra latina para caniço. O nome é inspirado na famosa fábula francesa de La Fontaine “O carvalho e o caniço”, onde o caniço simboliza resiliência e vitalidade. A mudança da marca fez-se também no logótipo.

O anúncio desta alteração foi feito a 19 de setembro do ano passado, cerca de 18 meses depois de um consórcio composto pelo SMABTP, que em Portugal detém as seguradoras Victoria, e MACSF ter adquirido uma participação maioritária (75%) da empresa.

“Na nossa atividade, a flexibilidade é fundamental. Permite-nos responder à evolução das circunstâncias, assegurando simultaneamente a continuidade”, assinalou a empresa num comunicado citado pelo jornal. “Vivemos num mundo incerto e cheio de desafios, mas a inevitabilidade não existe. O que realmente importa é a capacidade de responder com rapidez e calma”, reitera.

O anúncio da nova marca teve lugar no Teatro Nacional Opéra-Comique, em Paris, num evento na passada quinta-feira que contou com a participação de centenas de convidados, escreveu no LinkedIn Bertrand Labilloy, diretor-executivo da Arundo Re.

A CCR Re foi fundada em 2016 para assumir as atividades de resseguro da resseguradora do setor público CCR. Entrou em funções a 1 de janeiro de 2017, assumindo a carteira da CCR.

Em 2023, a Arundo Re gerou em prémios brutos emitidos 1.186 milhões de euros com um lucro líquido de 56 milhões.

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