Transportes Metropolitanos do Porto quer rede de autocarros Unir “a cumprir os horários”

A Transportes Metropolitanos do Porto vai gerir a rede de autocarros Unir e o sistema de bilhética Andante. Marco Martins assume funções na presidência da empresa a 1 de fevereiro.

Marco Martins vai suspender mandato como presidente da câmara de Gondomar para assumir a liderança da TMP

“A maior prioridade da empresa, e a primeira, será pôr a Unir a cumprir os horários. Depois, outros passos virão”, assegurou Marco Martins, quando faltam pouco mais de duas semanas para assumir a presidência da Transportes Metropolitanos do Porto (TMP) e suspender o mandato na liderança da câmara de Gondomar.

Mais de um ano depois de a Unir, rede de autocarros da Área Metropolitana do Porto (AMP), ter começado a circular nesta área, e quando persistem fortes críticas dos utilizadores, designadamente em relação ao incumprimentos dos horários, Marco Martins frisou que “tem que haver alguém que regule e, obviamente, tem que haver uma cadeia de comando“, por forma a estabelecer ordem na organização.

Quando eu digo que isto [a operação Unir] é um incêndio […] que temos de apagar é [porque] há uma estratégia que tem de ser implementada e definida por mim e pela administração que vai comigo trabalhar, para que as coisas comecem no terreno a notar-se”, assinalou o ainda autarca, à margem da escritura de constituição da TMP.

Igualmente o presidente da AMP, Eduardo Vítor Rodrigues, reconheceu a existência de problemas na rede de transportes. “Não vale a pena ignorar que a operação da Unir ainda tem problemas e continuará a ter“, admitiu. Ainda assim, ressalvou, “nunca haverá uma operação perfeita em termos de transporte público”. O também edil de Gaia considera que a constituição da TMP representa “um momento absolutamente único e histórico para a Área Metropolitana do Porto e para a região”.

A nova empresa vai gerir a rede de transportes metropolitanos Unir e o sistema de bilhética Andante. Marco Martins, que foi eleito presidente da TMP a 27 de setembro de 2024 em reunião do Conselho Metropolitano, vai suspender o mandato na câmara de Gondomar no final deste mês, por forma a assumir funções na nova empresa a 1 de fevereiro.

É necessária a fiscalização, quer aos operadores — o que está a falhar em primeiro lugar — quer também, pedagogicamente, ao passageiro, como é evidente.

Marco Martins

Presidente da Transportes Metropolitanos do Porto (TMP)

Ainda assim, o ainda autarca de Gondomar considerou que a TMP já vem “com cinco anos de atraso”, sendo “um grande desafio” que tem pela frente. “É necessária a fiscalização, quer aos operadores — o que está a falhar em primeiro lugar –, quer também, pedagogicamente, ao passageiro, como é evidente”, realçou.

O responsável adiantou que, por enquanto, a empresa vai absorver o pessoal da divisão de mobilidade da AMP, da Transportes Intermodais do Porto (TIP) “e algumas que estão cedidas já pela STCP e pela Metro do Porto, cerca de 40 pessoas para o arranque”, prevendo atingir os 70 colaboradores a “curto e médio prazo”.

A TMP passa a contemplar as valências do TIP, que gere o sistema Andante (participado pela CP, Metro do Porto e STCP), além das competências da AMP em termos de mobilidade e de transportes, gerindo também os contratos com os operadores da Unir.

Marco Martins pretende ainda avançar com um “trabalho de fundo no Andante, que tem já 20 anos, uma questão de medidas do passado que foram tomadas e que agora terão que ser, com calma, progressivamente e de forma sustentada, revertidas“.

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Football Leaks: Rui Pinto em silêncio no arranque do processo dos emails

  • Lusa
  • 13 Janeiro 2025

O criador do Football Leaks remeteu-se esta segunda-feira ao silêncio no arranque do julgamento no qual responde por 241 crimes relacionados com o acesso a e-mails do Benfica e de outras entidades.

O criador do Football Leaks, Rui Pinto, remeteu-se esta segunda-feira ao silêncio no arranque do julgamento no qual responde por 241 crimes relacionados com o acesso a e-mails do Benfica e de outras entidades.

No arranque do julgamento, o segundo relacionado com o processo Football Leaks, Rui Pinto, que está num programa de proteção de testemunhas, informou a juíza Tânia Loureiro Gomes de que não pretendia prestar declarações.

No Juízo Central Criminal de Lisboa, durante as exposições introdutórias, Rui Patrício, advogado do Benfica, classificou o arguido como “um pirata informático” e não um “whistle blower [denunciante]”, considerando que este, adepto do FC Porto, agiu por interesses de natureza clubística.

O arguido é um pirata informático, não existem factos que permitam qualificá-lo como um denunciante protegido. Os seus fins foram norteados por uma natureza clubística, não foram fins de investigação, nem de justiça”, referiu Rui Patrício, acrescentando: “Foi um assaltante, não de casas mas de domicílios informáticos”.

Do lado da defesa, o advogado Francisco Teixeira Mota, considerou ter “havido vantagens para a sociedade” com as revelações feitas pelo arguido, lembrando o papel de Rui Pinto no caso Luanda Leaks. “Queremos provar que as ações tiveram um aspeto positivo, que aquilo que fez teve vantagens para a sociedade” afirmou o advogado, classificando o arguido como um denunciante.

A defesa considerou ainda que o “processo é um absurdo”, voltando a mostrar-se contra o julgamento dividido em processos diferentes, e alegando que a estratégia do Ministério Público é ilegal.

O julgamento, no qual Rui Pinto vai responder por um total de 241 crimes – 201 de acesso ilegítimo qualificado, 22 de violação de correspondência agravados e 18 de dano informático – prossegue na quarta-feira, às 09h30.

Além do Benfica, entre as figuras e instituições visadas encontram-se também outros clubes, Liga, empresas, sociedades de advogados, juízes, procuradores, Autoridade Tributária e Rede Nacional de Segurança Interna.

O criador do Football Leaks foi pronunciado para julgamento em março passado, com o Tribunal Central de Instrução Criminal a amnistiá-lo de 134 crimes de violação de correspondência, com base na aplicação da lei da amnistia aprovada em 2023, durante as Jornadas Mundiais da Juventude, uma vez que os crimes que são imputados foram alegadamente praticados antes de ter completado 30 anos.

Rui Pinto foi condenado no caso ‘Football Leaks’, em setembro de 2023, pelo Juízo Central Criminal de Lisboa, a quatro anos de prisão com pena suspensa, por crimes de extorsão na forma tentada, violação de correspondência agravado e acesso ilegítimo.

Em novembro de 2023, foi também condenado a seis meses de prisão em França, com pena suspensa, por aceder ilegalmente a emails do Paris Saint-Germain.

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Sérvulo assessora Área Metropolitana do Porto na constituição da TMP

A equipa da Sérvulo foi composta pelos sócios Sofia Carreiro e Mark Kirkby e pelas consultoras Ana Graça Remondes e Margarida Costa Gomes.

A Sérvulo assessorou a Área Metropolitana do Porto no processo de constituição de uma empresa metropolitana de mobilidade e transportes. A escritura pública de constituição da nova sociedade – a TMP – Transportes Metropolitanos do Porto, foi outorgada esta segunda-feira.

“A constituição de empresas metropolitanas de mobilidade e transporte está prevista no Decreto-Lei n.º 121/2019, de 22 de agosto, que veio estabelecer o regime próprio para constituição de tais empresas nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, habilitando as áreas metropolitanas a proceder à constituição de empresas metropolitanas especificamente vocacionadas para os domínios da mobilidade e transportes”, explica o escritório em comunicado.

A equipa multidisciplinar da Sérvulo foi composta por Sofia Carreiro, sócia responsável pelo departamento de Corporate e M&A, Mark Kirkby e Ana Graça Remondes, sócio e consultora do departamento de Direito Público, e Margarida Costa Gomes, consultora do departamento Laboral.

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Vinhos Verdes com nova campanha para promoção de “uma imagem positiva e esclarecida”

  • + M
  • 13 Janeiro 2025

Com dimensão internacional, o projeto conta com versões em português, espanhol, inglês e francês, de forma a chegar a vários dos mais de 100 mercados de exportação da região.

Tendo como mote “Está na hora de saber a verdade sobre os Vinhos Verdes”, a nova campanha da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) apresenta uma “abordagem pensada para envolver os consumidores com informação relevante contada de uma forma interessante”. O objetivo passa pela promoção de “uma imagem positiva e esclarecida sobre a marca Vinhos Verdes”.

A campanha conta com quatro objetivos estratégicos, que se dividem entre comunicar a Região Demarcada dos Vinhos Verdes, incrementar a sua notoriedade, valorizar os vinhos da região, comunicar diferentes segmentos e a oferta premium e apostar numa campanha digital first para aumentar a base de consumidores.

Esta campanha é mais um passo na estratégia de valorização da Denominação de Origem Vinho Verde. Traz-nos a ligação ao território, destaca a Região Demarcada dos Vinhos Verdes na produção de vinhos únicos, e reforça a diversidade de vinhos que esta região produz: dos vinhos brancos, aos rosados e tintos, dos espumantes às aguardentes, dos perfis clássicos, jovens e vibrantes, aos vinhos com estágio e grande potencial de guarda”, explica Carla Cunha, diretora de marketing da CVRVV, citada em comunicado.

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Desenvolvida pela agência Saint Pirate e pela produtora El Hey, a mesma marca presença em diversos formatos, digital, imprensa, mupi, outdoor e vídeo. Depois de arrancar com um vídeo FOOH (fake out of home), “para gerar surpresa e interesse”, a campanha passa depois para formatos mais convencionais como o digital, a imprensa e o outdoor. A campanha vai ser veiculada ao longo do ano em Portugal mas também em outros países como Espanha, França e Reino Unido, bem como em feiras de vinhos na Europa e no Brasil. Para o planeamento de meios a CVRVV trabalhou com a Opal, mas também compra digital diretamente, em plataformas como Meta, Google Ads, TikTok e outras plataformas, explica a diretora de marketing.

Por parte da Saint Pirate, Miguel Bacelar, managing director da agência, refere que “foi um privilégio trabalhar a marca Vinhos Verdes, explorando uma estratégia corajosa, ambiciosa mas necessária para surpreender com uma campanha que prima pelo equilíbrio entre simplicidade de informar e a sofisticação de saber instigar o consumidor a explorar e deixar-se seduzir pela magia, diversidade e qualidade dos Vinhos Verdes, algo que infelizmente nem todos conhecem em Portugal e no Mundo”.

O pensamento estratégico “priorizou um caminho que partia do insight – ‘Está na hora de saber a verdade sobre os Vinhos Verdes’ e que aposta em surpreender pelo tom didático, informativo e envolvente para criar verdadeiro engagement com um storytelling instigador e estimulante”, explica-se também em nota de imprensa.

Em termos de criatividade, os anúncios “exploram visualmente o verde das paisagens tão características da Região Demarcada dos Vinhos Verdes”, recorrendo a mensagens de impacto como ‘A natureza deu-nos o nome’; ‘Castas nativas fazem vinhos únicos’; ‘Verdes, mas de apelido. Desde 1908 que somos Região Demarcada’ ou ‘Porque se chamam Vinhos Verdes’.

Com dimensão internacional, o projeto conta com versões em português, espanhol, inglês e francês, de forma a chegar a vários dos mais de 100 mercados de exportação da região.

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“Novo ciclo nas lideranças da Justiça é oportunidade renovada”, diz Marcelo

O presidente da República fez o encerramento da abertura do ano judicial que decorreu no Supremo Tribunal de Justiça, em Lisboa.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu convergência entre atores políticos e judiciários para mudanças na justiça, considerando que se vive um novo ciclo, com novas lideranças, que constitui uma oportunidade única. Marcelo Rebelo de Sousa defendeu esta segunda-feira – na abertura do ano judicial – que a Justiça em todas as suas dimensões surge como apelo de valores, necessidade de princípios mas também, num virar de ciclo, “de expectativa, incentivo, justificação e frustração de limitadas e exageradas exigências pessoais e coletivas”. Leia aqui todos os discursos proferidos na cerimónia.

“A Justiça sistema, urgência e realidade todos os dias, passou a ser vivida como escolha entre passado e futuro”. E realçou três questões centrais que não podemos ignorar: a primeira é a óbvia. Novo ciclo, novas lideranças: na presidência da AR, no Governo, na presidência de três dos quatro tribunais superiores, no Ministério da Justiça e na PGR. E até nas lideranças da oposição”. E isto, diz Marcelo, permite “uma oportunidade renovada para olhar mais para o futuro”.

Marcelo Rebelo de Sousa salientou este “fim de ciclo” que se vive em Portugal enfatizou o papel da justiça nessa transição. “A história é feita de ciclos. Vivemos hoje a nível global o termo de um ciclo e o começo de outro: no tempo e no espaço, no peso da razão e da emoção, nas perceções e nas lideranças”. Segundo o Presidente da República, “a justiça — em todas as suas dimensões — surge como apelo de valores e referencial, mas também expectativa, justificação, incentivo, frustração e ilimitadas e aceleradas exigências pessoais e coletivas”.

Como segunda questão, Marcelo Rebelo de Sousa considerou estar em causa a “ambição de uma escolha global ou uma ambição mais comedida em escolhas setoriais. No fundo, uma ambição como o pacto de justiça como aquele que propus há quase oito anos, que o concluíram rapidamente, mas com sucesso limitado nas decisões dos atores políticos; ou a ambição de passos mais pequenos e por áreas de maior urgência de intervenção: justiça administrativa, fiscal, criminal ou civil”.

O tempo foge e convido a que a Assembleia da República, Governo e protagonistas judiciários não desperdicem esse tempo. É imperativo nacional. Se assim for, ganham todos os intervenientes, e ganham sobretudo aqueles que são a razão de ser da ação política: os portugueses. Ninguém ganha, porém, com atraso após atraso”.

Marcelo Rebelo de Sousa

No fim da sua intervenção, o Presidente da República afirmou que “o tempo foge e convida a que a Assembleia da República, Governo e protagonistas judiciários não desperdicem esse tempo” e defendeu que se trata de um “imperativo nacional” e até de “uma exigência nacional”.

“Se assim for, ganham todos os intervenientes, e ganham sobretudo aqueles que são a razão de ser da ação política: os portugueses. Ninguém ganha, porém, com atraso após atraso”, acrescentou.

O chefe de Estado invocou todos aqueles que “esperam, espera após espera, tempo após tempo, e que acreditam que este novo ciclo oferece possibilidades únicas de concretização da mudança na justiça”, e pela sua parte manifestou “uma esperança reforçada” de que isso venha a acontecer.

O presidente da Assembleia da República anunciou – na mesma cerimónia – que vai reunir em fevereiro, no parlamento, os diferentes agentes do sistema judicial para encontrar pontos de convergência sobre dez medidas base que lancem “uma revolução cultural” no setor. “Se o problema é dar o primeiro passo” para uma reforma da justiça, “permitam-me que seja eu a fazê-lo”, declarou José Pedro Aguiar-Branco no discurso.

Um discurso em que especificou duas áreas em concreto que podem ser objeto de consenso após essa reunião de trabalho: A digitalização e a revisão dos prazos para a prática de atos processuais.

Na sua intervenção, o antigo ministro social-democrata da Justiça e da Defesa referiu que falou recentemente com o presidente do Supremo Tribunal, João Cura Mariano, para juntos convocarem uma reunião de trabalho sobre o futuro da justiça.

“Poderíamos chamar-lhe muitas coisas, conferência, debate, Estados Gerais ou até cimeira da justiça, mas a justiça não precisa de mais conferências, nem de encontros. A oferta já é muita e o marketing é o menos relevante. Aquilo que a justiça precisa mesmo é de uma reunião de trabalho – e é isso que faremos, já no mês de fevereiro, na Sala do Senado”, disse.

No seu discurso, o presidente da Assembleia da República deixou avisos sobre as consequências de uma ausência de reforma da justiça, assinalando que “o mundo mudou, mas o sistema judicial não tanto quanto o necessário”.

“Ao longo dos anos, houve inúmeras oportunidades para reformar a Justiça. Inúmeras. E todos sabemos disso. O que não sabemos é quantas mais oportunidades teremos. Quantas vezes vamos poder dar-nos ao luxo de não agir, de deixar a tarefa para as gerações seguintes. Pelo mundo fora, os ventos são claros: Quem não reforma é reformado, quem não transforma é transformado, quem não apresenta soluções torna-se parte do problema”, alertou.

Aguiar-Branco disse depois acreditar que “os agentes da justiça não são inimigos, não têm de desconfiar uns dos outros” e observou que se “exige uma maior abertura e partilha entre as classes forenses”.

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“Quem escolhe ter mais, agora paga menos”, afirma EDP na primeira campanha do ano

  • + M
  • 13 Janeiro 2025

Com criatividade da Nossa e planeamento de meios da Wavemaker, a campanha foi gravada em Portugal e estará presente em televisão, rádio, social media, digital, mupis e lojas.

Quem escolhe ter mais, agora paga menos” é o mote da campanha que a EDP lança esta segunda-feira e com a qual pretende dar a conhecer uma oferta para novos clientes.

Com o lançamento da nova campanha publicitária multimeios, disponível a partir de hoje a nível nacional, a EDP pretende reforçar a liderança no mercado livre de eletricidade em Portugal e consolidar-se como parceiro de sustentabilidade com ofertas competitivas para os clientes“, explica a empresa, que arranca o ano com a oferta de um desconto total de 50 euros repartido pelos próximos 10 meses, podendo chegar aos 60 euros para adesões a eletricidade verde e gás natural.

Com criatividade da Nossa e planeamento de meios da Wavemaker, a campanha foi gravada em Portugal e estará presente em televisão, rádio, social media, digital, mupis e lojas.

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Satélite da Universidade do Minho lançado pela empresa de Musk nesta terça-feira

Prometheus-1 aponta ao espaço a partir do porto espacial Vanderberg, na Califórnia. Seguirá num foguetão da SpaceX, na companhia de outro satélite português.

O satélite Prometheus-1, desenvolvido pela Universidade do Minho, tem lançamento marcado para esta terça-feira, 14 de janeiro, partindo do porto espacial Vanderberg, na Califórnia, num Falcon 9, foguetão da SpaceX.

A “boleia” da empresa de Elon Musk permitirá colocar este satélite com cinco centímetros de lado e 250 gramas de peso, num formato de cubo de Rubik, a cerca de 500 quilómetros de altitude. Os dados que chegarão ao Minho, incluindo fotos tiradas por uma câmara similar à de um telemóvel, destinam-se ao trabalho das comunidades académica e científica.

Este projeto teve financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, no âmbito do Programa CMU Portugal, numa parceria com a Universidade de Carnegie Mellon (EUA) e o Instituto Superior Técnico.

A Anacom, o regulador das telecomunicações, relembra num comunicado da Universidade do Minho que, antes da atribuição da licença para lançamento do Prometheus-1, apenas tinha havido outras duas, MH-1 (Aeros) e ISTSat-1.

O mesmo veículo da SpaceX levará uma outra criação portuguesa, o PoSat2, da empresa Lusospace, nota o comunicado da Universidade do Minho. O PoSat2 é um satélite comercial português que vai monitorizar alterações climáticas e os oceanos.

“É um marco nesta nova fase do desenvolvimento do ecossistema espacial nacional, na qual voltam a ser lançados para a órbita terrestre satélites inteiramente desenvolvidos e construídos em Portugal”, aponta a Anacom.

O lançamento acontecerá às 18h50, hora portuguesa, e será seguido a partir de Guimarães, numa cerimónia no campus da universidade em Azurém. Os interessados poderão acompanhar o lançamento neste site.

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Investimento de 150 milhões na Amkor vai permitir criar 350 postos de trabalho

A antiga Qimonda, que vai receber um incentivo de 18,9 milhões de euros para a nova área industrial, deverá aumentar o número de funcionários para 1.200, após a conclusão das obras, até maio.

A nova unidade industrial que a Amkor está a criar na área dos semicondutores deverá estar concluída em maio e vai permitir à antiga Qimonda criar 350 novos postos de trabalho, com a empresa a passar dos atuais cerca de 850 trabalhadores para 1.200. O investimento, que integra os 420 milhões de euros que a Aicep contratualizou no ano passado, vai permitir duplicar a área edificada da empresa em Vila do Conde e reforçar a sua capacidade produtiva.

As obras para a construção do novo centro da Amkor deverão estar concluídas no espaço de três a quatro meses, informou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, após uma visita à empresa esta segunda-feira. A construção desta nova unidade vai permitir à empresa de semicondutores atingir os 1.200 colaboradores na fábrica de Vila do Conde, acima dos atuais 850.

A ATEP – Amkor Technology Portugal vai investir 150 milhões de euros na criação de uma nova unidade industrial no setor dos semicondutores. O projeto “Montagem e teste de semicondutores – open foundry” vai “permitir o desenvolvimento de processos produtivos inovadores para as tecnologias de Wafer Level, Substrate Level e Panel Level Fan Out, essenciais na resposta à política europeia e nacional prevista no Chips Act”, explicou ao ECO fonte oficial do Compete, o organismo que, em conjunto com a Aicep, foi responsável pela organização processual (gestão, acompanhamento e execução).

O projeto — que faz parte dos investimentos contratualizados pela AICEP, que irão permitir criar mais de 1.000 postos de trabalho numa primeira fase –, vai aumentar a área edificada para o dobro, aumentando a área em mais de 30 mil metros quadrados, segundo detalhou o presidente da Câmara de Vila do Conde, à margem da visita à fábrica. Vítor Costa considera este centro “absolutamente estratégico” para a casa-mãe e para a Europa, num momento em que a região procura reduzir a dependência asiática nesta área tão importante.

Este investimento da Amkor, que há seis anos comprou à Nanium, a empresa que nasceu da falência da Qimonda e era detida pelo Estado (18%, através da AICEP), pelo BCP (41%) e pelo Novobanco (41%), vai receber um incentivo de 18,9 milhões de euros.

Num discurso perante os colaboradores da Amkor, Montenegro lembrou que “não foi fácil aguentar a atividade desta empresa” e “no final da primeira década deste século a ideia que tudo podia acabar não era irrealista”, referindo-se à falência da Qimonda.

O primeiro-ministro destacou que, apesar de a empresa ter hoje “40% dos colaboradores” que tinha nessa altura, “dentro de alguns anos — poucos — vão atingir e ultrapassar esse número“, garantiu.

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“Temos um ano para fazer o que ainda não foi feito” com os fundos do PRR, diz ministra da Justiça

Rita Júdice estreou-se na abertura do ano judicial. A tónica do discurso foi para o crime de violência doméstica. "Sei o que fazer para que Justiça seja reformada: resolver os problemas um a um".

Rita Alarcão Júdice – naquela que foi a sua estreia como ministra da Justiça na cerimónia de abertura do ano judicial – escolheu, no seu discurso, elencar um conjunto de medidas que estão ou estarão no terreno brevemente. O novo regime de confisco de bens, o combate aos expedientes dilatórios, a criação de um grupo de trabalho para melhorar a celeridade processual, a digitalização dos tribunais financiada pelos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a alteração das regras de juízes ao Supremo Tribunal de Justiça, a assessoria aos tribunais ou a revisão das regras dos advogados oficiosos. Leia aqui os discursos.

Na cerimónia, que decorreu esta segunda-feira, no Supremo Tribunal de Justiça, não faltaram os protestos dos funcionários judiciais que, à porta do evento, contra a proposta de revisão da carreira.

Muitas pessoas pensam que a violência doméstica é apenas uma questão familiar, e até se envergonham de serem vítimas, o que as leva a sofrer em silêncio. Mas a violência doméstica não é uma questão familiar. É um crime, e dos mais graves, que precisa de ser denunciado, investigado, reprimido e, acima de tudo, evitado.

Rita Alarcão Júdice

Ministra da Justiça

E Rita Alarcão Júdice não deixou de o referir: “É uma forma democrática e legítima de protesto. Mas os Oficiais de Justiça já tiveram provas da determinação e da boa-fé do Governo em resolver os problemas da classe nos últimos meses: no aumento do suplemento de recuperação, decidido e pago logo em 2024, na revisão do Estatuto Profissional, em curso, e no recrutamento de quase 600 novos profissionais em apenas seis meses. Os funcionários judiciais sabem que têm na Ministra da Justiça uma aliada. Mas uma aliada não é alguém que distribui dinheiro público na proporção do ruído ou do número de notícias. É alguém que conhece o valor do seu trabalho, que move montanhas para que os tribunais tenham computadores, sistemas informáticos, ar condicionado, segurança, elevadores, rampas de acesso, salas onde não chova”, disse.

Mas, mais do que todas estas matérias – que mereceram e merecem a atenção deste Executivo – a tónica do discurso foi para o crime de violência doméstica. Com ênfase na palavra ‘crime’. Começando o seu discurso com uma homenagem pública a Alcina Cruz, que há quatro dias foi degolada e morta pelo marido, no Barreiro, à frente dos seus filhos menores, de 6 e 14 anos. “O que temos a dizer aos filhos de Alcinda Cruz? Nada do que aqui se diga vai salvar a vida desta mulher, que tinha dois filhos para educar e ver crescer. Mas o que tem a Justiça a dizer a estes filhos, aos avós, aos tios, aos primos, aos amigos, aos professores dos filhos, aos vizinhos, a outras mulheres vítimas de violência doméstica, a todos nós que vimos as notícias? A queixa que Alcinda Cruz apresentou em 2022 foi arquivada no ano seguinte. As palavras bonitas sobre a Justiça já foram todas inventadas e já foram todas ditas. Encaremos então as palavras duras”, avisou a ministra. “Muitas pessoas pensam que a violência doméstica é apenas uma questão familiar, e até se envergonham de serem vítimas, o que as leva a sofrer em silêncio. Mas a violência doméstica não é uma questão familiar. É um crime, e dos mais graves, que precisa de ser denunciado, investigado, reprimido e, acima de tudo, evitado”. Rematando que “Alcinda Cruz é a grande ausência, e o grande silêncio, nesta sala e nesta cerimónia”.

Abertura Ano judicial. HUGO AMARAL/ECO

Porém, a ministra não deixou igualmente de referir que “também muitas vítimas de crimes económicos e financeiros ficam com as vidas desfeitas. Também o Estado, e, por conseguinte, todos nós, cidadãos que pagam impostos, somos vítimas colaterais de tais crimes”, assumindo que a criminalidade económica e financeira é uma ameaça ao desenvolvimento socioeconómico do Estado e que “retira, direta e indiretamente, recursos, não só porque os subtrai da economia, como também porque exige meios ao erário público para ser investigada”. No seguimento destas palavras, a ministra assumiu que o trabalho que reformula o instituto da perda alargada de bens, conhecido como “confisco” de bens obtidos pela via da corrupção estará pronto este mês. E que, paralelamente, vão criar um grupo de trabalho que se vai debruçar sobre matérias de promoção da celeridade processual e de combate aos expedientes dilatórios. “Falamos, especificamente, da fase da instrução no processo penal, do reforço dos poderes do juiz na gestão processual e de outras alterações ao Código de Processo Penal – por exemplo, em matéria de recursos”.

Digitalização na Justiça e o PRR

Rita Júdice recordou ainda que o PRR da Justiça só permite que os fundos sejam utilizados em projetos de digitalização. “Não os enjeitamos: a Justiça precisa de ser modernizada, atualizada e equipada. Não me posso resignar a ouvir, como ouvi no Funchal, uma conservadora dizer que as conservatórias não têm correio eletrónico há mais de um ano”, disse. E resumiu: “O que temos feito?”. Num projeto PRR, em articulação com a Região Autónoma da Madeira e o IGFEJ, foram entregues 110 computadores aos funcionários do Instituto de Registos e Notariado da Madeira, distribuídos cerca de 5.000 computadores a magistrados e a auditores de Justiça. Foi desenvolvido o e-Tribunal, que serve magistrados, advogados e as secretarias dos tribunais. No Ministério da Justiça, desde a equipa governativa aos organismos, “todos estamos muito atentos à execução do PRR. Temos agora um ano para fazer o que ainda não foi feito. A Justiça não é apenas os Tribunais. A Justiça de que os cidadãos precisam inclui os tribunais, os registos, os centros educativos, os estabelecimentos prisionais, a investigação criminal, a formação de magistrados”, disse a ministra.

Falou ainda da tramitação eletrónica do inquérito no processo penal. “É uma medida quase invisível, mas que tem grande impacto na vida das secretarias dos Tribunais. Entrou em vigor há um mês”, disse. Segundo dados avançados ainda no discurso, neste período, deram entrada quase sete mil peças processuais e foram feitas 22 mil notificações sem papel. Mas não é só a poupança de papel que nos move. É o tempo que se poupa, podendo fazê-lo com comunicações seguras e fidedignas. Num mês, poupámos 238 dias de trabalho de um Oficial de Justiça: são mil e 665 horas, ou seja, oito meses de trabalho. É tempo que pode ser alocado a outras tarefas, também úteis e necessárias. Poupa-se tempo, ganha-se eficiência e celeridade”.

Sei o que fazer para que a Reforma da Justiça não tenha resultados: é fazer anúncios de grandiosos planos estratégicos. E também sei o que fazer para que a Justiça seja reformada: resolver os problemas um a um, mesmo que não sejam imediatamente percetíveis para o cidadão.

Rita Alarcão Júdice

Ministra da Justiça

Os recados políticos de Rita Júdice

A titular da pasta da Justiça não deixou de fora os recados, assumindo e relembrando que a política de Justiça é definida pelo Governo. Ou seja: a gestão, a administração, os investimentos, a afetação de recursos, as prioridades legislativas e orçamentais cabem a quem foi eleito para governar, sujeitando-se ao debate, à discórdia, à negociação e ao escrutínio final dos eleitores.

“O Ministério da Justiça exerce as suas competências, toma as decisões que lhe parecem mais adequadas e sujeita-se ao escrutínio técnico e político. É uma das regras do jogo democrático: decisores políticos gerem os recursos públicos e são avaliados, politicamente, pelo mérito das suas decisões”, disse. “Aos tribunais o que é da aplicação da Justiça, ao Governo o que é da Política de Justiça.”

E sublinhou: “Sei o que fazer para que a Reforma da Justiça não tenha resultados: é fazer anúncios de grandiosos planos estratégicos. E também sei o que fazer para que a Justiça seja reformada: resolver os problemas um a um, mesmo que não sejam imediatamente percetíveis para o cidadão”, disse.

No final do seu discurso, não deixou de fazer uma homenagem a uma das mulheres com lugar de relevo na Justiça Portuguesa. “Em 2024, perdemos uma das melhores: Joana Marques Vidal, antiga Procuradora-Geral da República, cuja morte não vem esbater o legado de independência, dignidade e de trabalho que nos deixou. Que o seu exemplo nos inspire a mudar a história de Alcinda Cruz com que iniciei esta intervenção e a darmos o melhor de nós a favor da Justiça do nosso país”, concluiu.

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Boston Consulting abre hub em Portugal. “Objetivo é chegar aos 100 colaboradores até ao final de 2025”

O BCG Lisbon Capability Center (LCC) é o primeiro centro de competências da consultora em Portugal. Arranca com 43 colaboradores e tem o objetivo de chegar às 100 pessoas até ao final do ano.

Da esquerda para a direita: Teresa Espírito Santo, Global Chief of Staff; Pedro Pereira, Managing Director e Senior Partner; Margarete Mourão, Business Services Director; Sara Coelho Grizonic, Global Services HR Operations Director; Benjamin Reis, BCG X Global Finance Executive Director.

A Boston Consulting Group (BCG) abriu um centro de competências em Portugal para prestar serviços para apoiar a consultora tanto a nível global como nos mercados da Europa, Médio Oriente e América do Sul (EMESA). O BCG Lisbon Capability Center (LCC) é o primeiro centro de competências da consultora em Portugal e arranca com 43 colaboradores, com o objetivo de atingir as 100 pessoas até ao final do ano. Em 2027, a consultora quer ter 300 pessoas ligadas a este projeto.

“A equipa BCG Lisbon Capability Center (LCC) conta atualmente com 43 profissionais. Neste momento, temos mais de 30 vagas em aberto para aumentar rapidamente a nossa capacidade e dimensão. Dada a procura interna da BCG e a presença de grandes talentos em Lisboa, esperamos contar com cerca de 300 profissionais até ao final de 2027”, adianta Pedro Pereira, managing director e senior partner da BCG em Lisboa, ao ECO.

“O nosso objetivo é chegar aos 100 colaboradores até ao final de 2025”, precisa o responsável quando instado sobre os objetivos de recrutamento para este ano.

Procuramos uma gama diversificada de competências e experiências. O LCC irá integrar funções de apoio aos executivos, recrutamento, aprendizagem e desenvolvimento, finanças, risco global e compliance, serviços partilhados de Recursos Humanos, entre outros”, detalha o managing partner.

O centro tem um “modelo de trabalho híbrido, beneficiando assim tanto da flexibilidade do trabalho a partir de casa como da melhor experiência de trabalho no escritório”, adianta Pedro Pereira. “Os nossos escritórios foram concebidos para melhorar a experiência dos colaboradores, proporcionando espaços que inspiram a criatividade, facilitam o trabalho em equipa e apoiam o crescimento profissional, assegurando que as nossas equipas prosperam tanto a nível pessoal como profissional”, refere.

Pedro Pereira, managing partner BCG

Primeiro hub em Lisboa

Com um escritório em Lisboa desde 1995, o LCC é o primeiro centro de competências da consultora em Portugal. “Um marco significativo na nossa presença em Portugal e na região EMESA da BCG”, garante o responsável.

O hub “irá apoiar a BCG tanto a nível global como nos mercados da Europa, Médio Oriente e América do Sul (EMESA)”, detalha.

“Temos vários Capabilities Centers (ou conceitos de localização semelhantes que acolhem equipas globais) espalhados pelo mundo. Estas localizações estratégicas reúnem as nossas equipas de serviços empresariais e de capacidades avançadas para partilharem conhecimentos, aumentarem a sua dimensão e prestarem serviços especializados em grande escala”, diz Pedro Pereira.

Índia e Costa Rica são alguns dos países onde a BCG tem este tipo de hubs. “Estamos entusiasmados por acrescentar Lisboa às nossas localizações globais — foi uma escolha óbvia, dadas as competências linguísticas locais, a orientação para o cliente e outras capacidades da pool de talento”, refere quando questionado sobre o motivo da escolha da localização do novo centro.

Atualmente, com escritório e hub, a BCG conta com mais de 140 colaboradores em Portugal.

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PGR quer dados dos processos crime sob a sua alçada e não do Governo

Amadeu Guerra estreou-se como PGR na abertura do ano judicial e pediu uma revisão urgente para que os dados dos inquéritos do DCIAP e do DIAP deixem de estar na alçada do Ministério da Justiça.

“Coloquem-se à disposição do Ministério Público e dos órgãos de Polícia Criminal, que nos coadjuvam, todos os meios humanos, equipamentos, software de tratamento e análise de prova digital, meios técnicos, periciais (internos e externos) e, depois, peçam-nos responsabilidades.” As palavras são de Amadeu Guerra, Procurador-Geral da República desde outubro, que, esta segunda-feira, se estreou na abertura do ano judicial.

Hugo Amaral/ECO

Num discurso ‘fora da caixa’ e menos institucional face às suas antecessoras (Joana Marques Vidal e Lucília Gago), o novo titular da investigação criminal (e não só) falou da necessidade de uma Justiça mais célere e mais próxima dos cidadãos. Mas também pediu uma maior mobilização do Ministério Público no combate aos novos tipos de criminalidade, bem como a preservação do segredo de Justiça. E não deixou de referir “preocupação” pelos crimes de homicídio em contexto de violência doméstica, branqueamento de capitais, cibercriminalidade, criminalidade de gangues e a praticada por menores de 16 anos, assim como os crimes de terrorismo, tráfico de pessoas, auxílio à imigração ilegal e a criminalidade praticada contra pessoas vulneráveis, em particular os idosos e menores.

Mas Amadeu Guerra escolheu o que chamou de quatro “temas estruturantes”. São eles: a necessidade da autonomia dos meios financeiros da PGR, a situação dos dados dos inquéritos do DCIAP e dos vários DIAP estarem na alçada do Ministério da Justiça, a falta de magistrados e oficiais de Justiça e a estratégia do Ministério Público para o confisco de bens adquiridos como resultado de crimes.

Autonomia Financeira da Procuradoria-Geral da República

Amadeu Guerra começou por relembrar que Portugal é um país de poucos recursos e que já se foi habituando ao discurso de “fazer melhor com os recursos disponíveis”. “Ao sermos sempre confrontados com os atrasos e o pedido de responsabilidades – às quais não queremos fugir – dá-nos vontade de utilizar o discurso dos países ricos: coloquem-se à disposição do Ministério Público e dos Órgãos de Polícia Criminal, que nos coadjuvam, todos os meios humanos, equipamentos, software de tratamento e análise de prova digital, meios técnicos, periciais (internos e externos) e, depois, peçam-nos responsabilidades”, disse.

Referindo-se aos fundos recebidos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o líder do Ministério Público garantiu que “a Procuradoria-Geral da República não obteve ganhos significativos ao nível das tecnologias e sistemas de informação, dos quais está carenciada, não dispondo, sequer, de verba para assegurar a interoperabilidade dos seus sistemas com o CITIUS”.

Por isso, fez o alerta: “Dependemos da boa vontade dessas entidades, tuteladas pelo Ministério da Justiça, para podermos ter autonomia e calendarizar os nossos projetos. Ora é este estado de coisas que, em parte, afeta a autonomia dos tribunais que – não recebendo os meios destas entidades governamentais – ficam condicionados na concretização dos seus projetos, sem possibilidade de reverter as dificuldades que, sem razão aparente, lhe são colocadas.”

A autonomia financeira da Procuradoria-Geral da República está consagrada no Estatuto do Ministério Publico desde 2019, mas a concretização prática ainda não aconteceu. Apontando como exemplo o Conselho Superior da Magistratura (CSM) — dos juízes — Amadeu Guerra pediu que esta concretização da autonomia financeira da Procuradoria-Geral da República aconteça em 2026. Para permitir “ao Ministério Público gerir, de forma mais criteriosa, as verbas disponibilizadas, sem aumento de encargos para o erário público.

Hugo Amaral /ECO

Tratamento de dados pessoais dos inquéritos

O titular da investigação criminal queixou-se da falta de atenção do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ) — o organismo tutelado pelo Ministério da Justiça que trata dos sistemas informáticos dos tribunais: “Não tem demonstrado disponibilidade para integrar, no sistema CITIUS, qualquer aplicação vocacionada para o inquérito.”

Pelo contrário, “tem criado dificuldades que, neste momento, se traduzem numa situação, no mínimo, insólita: os inquéritos do DCIAP anteriores a junho de 2023 estão registados na aplicação que o DCIAP sempre utilizou (ainda instalada em servidor da PGR) e os inquéritos posteriores a junho de 2023 estão registados no CITIUS, sem qualquer controlo efetivo dos acessos aos dados ou auditoria técnica, por parte da PGR, relativamente ao acesso à informação registada”, denunciou.

Por isso, o PGR quer que os inquéritos do DCIAP e dos vários DIAP – com informação sensível e mediática – estejam sob o seu controlo e não sob o controlo do Ministério da Justiça. “É uma questão de princípio e não implica qualquer desconfiança concreta em relação às pessoas que ocupam cargos no Ministério da Justiça ou no IGFEJ”, adiantou.

Dirigindo-se em concreto ao Presidente da República — que vetou, em 26 de julho de 2019, o Decreto da Assembleia da República por considerar que a solução legal prevista não garantia a “não interferência nas áreas específicas de natureza jurisdicional e do Ministério Público, no exercício das suas funções e competências processuais” –, Amadeu Guerra diz esperar que o Governo garanta que é a Justiça (PGR, CSMP e CSM) que cabe a gestão destes dados, já que “nos termos da legislação de proteção de dados é o responsável pelo tratamento que define as formas de tratamento e não um mero subcontratante que, por acaso, está sob a dependência Governo”.

Não nos podemos conformar com a situação atual e queremos que os inquéritos do DCIAP e dos DIAP – com informação sensível e mediática – estejam sob o nosso controlo e não sob o controlo do IGFEJ, entidade dependente do Ministério da Justiça. É uma questão de princípio e não implica qualquer desconfiança concreta em relação às pessoas que ocupam cargos no Ministério da Justiça ou no IGFEJ.

Amadeu Guerra

Procurador-Geral da República

Carência de Magistrados e de Oficiais de Justiça

Há falta de magistrados – em particular para os próximos anos – onde se prevê um número elevado de jubilações mas há ainda um maior constrangimento que é “a carência de oficiais de Justiça, a falta de motivação destes, bem como a não aprovação e publicação de um Estatuto dos Oficiais de Justiça que contribua para melhorar o seu estatuto profissional e que, em particular, estabeleça mecanismos que permitam tornar a carreira mais aliciante e atrativa”, diz o PGR.

Que concretiza, dizendo que se verificou “ao nível dos inquéritos em geral e nos inquéritos de violência doméstica em particular – que, em alguns tribunais, havia uma quantidade significativa de inquéritos por autuar ou de despachos para cumprir”.

Mas “o mais preocupante é que nem o recente concurso de oficiais de justiça – que pretende colocar nos tribunais 750 pessoas – contribui para colmatar, ao nível do Ministério Público, as insuficiências sentidas”.

Desta feita, com a entrada de 750 oficiais de Justiça, mesmo que não haja desistências, faltam ainda “na Procuradoria-Geral Regional de Coimbra – 81 oficiais de Justiça e nas Procuradorias-Gerais Regionais de Évora e de Lisboa – 123 oficiais em cada uma e na Procuradoria-Geral Regional do Porto, 155 oficiais de justiça”.

Estratégia de Recuperação de Ativos

O PGR não deixou de falar na recentemente divulgada estratégia do Ministério Público em matéria de recuperação de ativos.

“Todos os magistrados do Ministério Público interiorizam a indispensabilidade de realizar uma investigação patrimonial e financeira tendente a confiscar, aos criminosos, as vantagens que obtiveram com a prática do crime. Só deste modo conseguiremos intervir, eficazmente, numa das principais (senão a principal) causas da corrupção e crimes conexos”, disse.

Amadeu Guerra conta com o apoio do diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, “que se mostrou disponível e entusiasmado com a vontade de assegurar outra dinâmica ao GRA”, referindo-se ao Gabinete de Recuperação de Ativos.

Nomeadamente, dotá-lo de outros meios capazes de identificar, localizar, apreender e devolver aos cofres públicos, através do confisco, todos os benefícios económicos que os agentes do crime obtiveram. Mas não deixa de fazer o alerta: “Porém, para que este projeto tenha os resultados esperados é necessário reformular e conferir maior agilidade ao GAB. Volvidos mais de dez anos desde a criação destas entidades, será, eventualmente, este o momento certo para que se promova uma reflexão tendente a avaliar a necessidade de medidas estruturantes no domínio da organização e funcionamento destes gabinetes. Espera-se que o ano de 2025 seja a concretização destas nossas propostas, em benefício da boa administração Justiça e dos seus destinatários – os cidadãos”.

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Solução para caos na VCI do Porto deverá passar pelo desvio de pesados para a CREP

Imbróglio da VCI, entre Porto e Gaia, deverá ter um fim à vista em breve. Governo vai apresentar solução que vai ao encontro das recomendações dos autarcas da Área Metropolitana do Porto.

O Governo deverá anunciar, “dentro de dias”, a solução definitiva para o caos diário e congestionamento da Via de Cintura Interna (VCI), que liga Porto e Vila Nova de Gaia, e que passará pelo desvio dos pesados para a Circular Regional Externa do Porto (CREP), anunciou esta segunda-feira o presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP). Mas não só, assegurou Eduardo Vítor Rodrigues.

“De facto, passa por olharmos para a CREP [também denominada A41] como um instrumento de mobilidade, sobretudo dos pesados, e dos pesados de mercadorias, e isso, a ser assim e a consumar-se, vai significar um passo de gigante que é dado com coragem por parte do Governo e do ministro [das Infraestruturas e Habitação] Miguel Pinto Luz e que, no fundo, vem consumar aquilo que há vários anos os autarcas da AMP vêm pedindo”, disse Eduardo Vítor Rodrigues na sede da entidade.

À margem da cerimónia de assinatura da escritura de constituição da empresa Transportes Metropolitanos do Porto (TMP) — constituída para gerir o sistema de bilhética Andante e a rede de autocarros Unir –, o líder da AMP assegurou que “o assunto está encerrado“. O imbróglio da VCI que se arrasta há vários anos e é uma dor de cabeça para os automobilistas parece ter um fim à vista.

Vai significar um passo de gigante que é dado com coragem por parte do Governo e do ministro Miguel Pinto Luz e que, no fundo, vem consumar aquilo que há vários anos os autarcas da AMP vêm pedindo.

Eduardo Vítor Rodrigues

Presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP)

“Os autarcas foram contactados pelo Governo, depois de um longo tempo de trabalho que tivemos. E, nos próximos dias, o Governo vai apresentar uma solução, que significa, muito provavelmente, um contributo absolutamente determinante para a qualidade da mobilidade, sobretudo neste miolo urbano”, avançou o líder da AMP, também presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia.

Em janeiro deste ano, a Assembleia Municipal do Porto decidiu recomendar ao Governo a colocação de portagens para pesados na VCI, de modo a retirar o tráfego e reduzir o congestionamento nesta via. Rui Moreira, autarca portuense, disse mesmo, na ocasião, que esta via “quando entra em colapso causa uma verdadeira trombose na cidade”. Como alternativa à VCI, o município propunha desviar os camiões para a A41 (CREP), e iria instar o Governo a isentar, durante um ano, o pagamento de portagens nesta via.

Na prática, o tráfego de camiões passaria a ser desviado da VCI, que é gratuita, para a A41, que tem cobrança com portagens e atravessa municípios como Matosinhos, Maia, Valongo ou Vila Nova de Gaia.

Tudo aponta para que a solução do Governo passe por algumas destas propostas, mas o presidente da AMP não quis adiantar pormenores. Será uma decisão “sistémica no sentido de não significar apenas uma medida isolada, mas é sobretudo uma solução que os autarcas já tinham há vários anos estudado e, aliás, pedido publicamente”.

Por fim, considerou, “vai ser uma solução que visa aliviar um centro da área metropolitana enquanto estão a ser construídos equipamentos, estruturas e acessibilidades que são absolutamente decisivas, mas que vão ter efeito apenas daqui a dois ou três anos, como por exemplo, a linha Rubi” do metro do Porto.

O ministro das Infraestruturas tinha-se comprometido de que iria anunciar uma “solução definitiva” para reduzir o volume de tráfego na VCI. Desde essa altura que se tem reunido com autarcas da AMP, com a Infraestruturas de Portugal (IP) e a AMP.

Interpelado pelos jornalistas se haverá um ajustamento nas portagens na autoestrada A4 no Grande Porto, Eduardo Vítor Rodrigues salientou que a retirada de portagens “significa sempre um trabalho que é, mais do que de mobilidade, de finanças, porque significa a alteração das regras de concessão”.

“Muitas vezes, aquilo que podemos ambicionar é complementar isso com portagens virtuais, por exemplo. Mas o Governo tem uma solução estudada que acho que vai validar a solução que o presidente [da câmara do Porto] Rui Moreira e eu próprio temos vindo a anunciar, ou a pedir e solicitar ao Governo”, conclui.

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