Politécnico de Leiria apresenta proposta para três novos doutoramentos

  • Lusa
  • 8 Novembro 2023

A instituição “passa a reunir as condições necessárias para se afirmar como Universidade de Leiria e Oeste”, disse o presidente do Politécnico.

O Politécnico de Leiria anunciou esta quarta-feira a submissão de três novos programas doutorais para avaliação, em associação com universidades e institutos politécnicos nacionais e internacionais, revelou o seu presidente durante a sessão solene daquele instituto.

O Politécnico de Leiria ministra atualmente dois cursos de doutoramento em associação com as Universidades de Aveiro e do Minho e irá submeter, na próxima semana, à Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, propostas para a criação de três novos programas doutorais, em associação com universidades e institutos politécnicos nacionais e internacionais”, disse Carlos Rabadão.

Segundo afirmou, o Politécnico de Leiria possui o “corpo docente doutorado necessário para cumprimento dos requisitos legais necessários” para se “afirmar como universidade”. “Temos unidades de investigação com trabalho muito relevante, com nível elevado de internacionalização e com muito boa avaliação por parte da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Em 2024, contamos passar a cumprir com o derradeiro requisito necessário para constituir uma universidade, o número mínimo de três programas de doutoramento em funcionamento”, salientou.

Carlos Rabadão reforçou que, desta vez, a instituição “passa a reunir as condições necessárias para se afirmar como Universidade de Leiria e Oeste”. “Uma universidade plena, sem perdermos a nossa génese atual (…), podendo outorgar todos os graus académicos e ministrar todos os cursos previstos na lei”, disse.

Para Carlos Rabadão, a criação da universidade irá “contribuir para um maior e melhor desenvolvimento do território”, pois “alavancará o potencial de investimentos estruturais na região”. O presidente revelou também que está em preparação o lançamento da empreitada para a construção da nova Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, nos terrenos da antiga prisão-escola.

Está a ser finalizada a criação de um laboratório de fabrico digital direto e serão iniciadas as “obras de requalificação das infraestruturas de I&D e do hub de inovação em saúde”. Estão também previstas intervenções nos edifícios pedagógicos da Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha e da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, em Peniche.

Em 2024, serão ainda lançadas as empreitadas para a construção de cinco novas residências de estudantes: Leiria (2), Pombal (1), Caldas da Rainha (1) e Peniche (1). “Com estas novas residências e com as iniciativas promovidas pelas Câmaras da Batalha, da Marinha Grande e de Torres Vedras, iremos aumentar a capacidade de camas para os nossos estudantes em cerca de 85%. Passaremos de uma oferta de cerca de 740 camas, para 1.366 camas. Iremos ainda avançar com a requalificação das residências atuais, no sentido de as dotar de mais conforto”, referiu.

Carlos Rabadão admitiu que a “principal missão” é ser uma instituição “dedicada à educação, à formação, à investigação e à inovação”, pelo que o seu compromisso é “colaborar na construção de uma sociedade inclusiva, inovadora e reflexiva, ancorada no ensino e formação ao longo da vida, centrada no estudante e focada na aquisição de competências críticas para o futuro”.

O presidente do Conselho Geral do Politécnico de Leiria, Pedro Lourtie, disse que “o ensino superior não deve servir apenas para a formação técnica e científica, mas também para a formação cívica, humana, democrática e formação de cidadãos”.

Desafiou ainda o estudante a “compreender o mundo e as questões sociais que hoje se colocam”, como as climáticas, e aconselhou-o a pensar nas “desigualdades entre países, e dentro de cada um, e as suas consequências”, assim como “formas de discriminação, o racismo e outros ismos”.

Referindo que “os empregadores valorizam cada vez mais as competências além das científicas e técnicas”, Pedro Lourtie recomendou aos jovens o desenvolvimento de “iniciativa, espírito crítico e capacidade de trabalho em equipa”.

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Sindicato propõe aumentos de 7% na Portway em 2024

  • Lusa
  • 8 Novembro 2023

O sindicato defende que o grupo, detido pela Vinci, “alcançou excelentes resultados financeiros”, em “grande parte fruto de esforços de todos os trabalhadores".

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Sintac) apresentou uma proposta à empresa de handling Portway para uma atualização salarial de 7% para 2024, de acordo com um comunicado divulgado esta quarta-feira.

Segundo a mesma nota, no ano passado, o grupo, detido pela Vinci, “alcançou excelentes resultados financeiros”, em “grande parte fruto de esforços de todos os trabalhadores que contribuem de forma decisiva e incontornável para os bons resultados”.

O sindicato destacou que nesta, “tal como em muitas outras empresas é incontornável a falta de capacidade em reter os trabalhadores em linha de conta com o salário médio na Portway, que mantém a sua degradação”.

O Sintac salientou “a necessidade de negociar uma atualização salarial para 2024 (no mínimo), o mais breve possível”, tendo em conta o anúncio, no passado mês de julho, da intenção de venda da Portway, e que “levanta muitas dúvidas quanto à legitimidade e termos, bem como, face às dinâmicas que se verificam no setor, nomeadamente, prorrogação excecional das licenças de assistência em escala nos aeroportos do Porto, Lisboa e Faro até abril de 2025”.

Assim, o Sintac apresentou “a sua proposta de atualização salarial para o ano de 2024”, que passa por aumentos de “7% na tabela salarial e cláusulas indexantes” e por um “subsídio de refeição no valor de 10,60 euros para todos os trabalhadores”.

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Lucros da Euronext aumentam 13,5% para 383 milhões

Os lucros da Euronext ao longo deste ano tiveram um forte impulso da operação do terceiro trimestre.

A Euronext fechou os primeiros nove meses do ano com lucros de 383 milhões de euros, cerca de 13,5% acima dos resultados contabilizados no mesmo período em 2022, e mais do dobro dos lucros contabilizados nos primeiros nove meses de 2019.

A sustentar grande parte destes resultados esteve a operação do grupo ao longo do terceiro trimestre, que revelaram um crescimento homólogo de 119,7% dos lucros para 166,5 milhões de euros, ficando inclusive 17% acima dos 142,4 milhões de euros esperados pelos analistas que acompanham a empresa, de acordo com dados da Refinitiv.

Recorde-se que, no primeiro trimestre, os lucros da empresa liderada por Stéphane Boujnah registaram uma queda homóloga de 33% e no segundo trimestre tiveram um aumento inferior a 1%.

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Em comunicado, o grupo que gere a bolsa de Lisboa e mais seis praças europeias revela que os resultados alcançados entre julho e setembro foram impulsionados “pelo crescimento orgânico em negócios não relacionados com o volume”, e “pela contínua disciplina de custos, acima das expectativas do mercado”.

Os números apresentados esta quarta-feira notam também um crescimento no terceiro trimestre de 39,3% do EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) face ao mesmo período do ano passado, contabilizando entre julho e setembro deste ano 206,6 milhões de euros. Este valor ficou em linha com as estimativas dos analistas que acompanham a empresa que apontavam os 205,5 milhões de euros.

As contas da Euronext mostram ainda um crescimento homólogo de 19,8% das receitas do grupo, fechando o terceiro trimestre deste ano com uma faturação de 360,2 milhões de euros, e com quase um terço a derivar do segmento de negociação “como resultado da diversificação das atividades de negociação da Euronext e do reforço da liderança na negociação a dinheiro num ambiente de baixa volatilidade para a negociação de ações”, justifica o grupo em comunicado.

Na gestão da dívida, os resultados da Euronext revelam também uma diminuição do nível de endividamento do grupo. Se no final do ano passado o grupo apresentava uma dívida líquida equivalente a 2,6 vezes o seu EBTIDA, no final do terceiro trimestre esse rácio caiu para 2 vezes.

O ambiente de taxas de juro elevadas permitiu-nos, pela primeira vez, gerar receitas financeiras positivas, o que significa que ganhamos mais com o nosso depósito em dinheiro do que pagamos de juros pela nossa dívida”, justifica a Euronext, sublinhando ainda que, “de um modo geral, a nossa saúde financeira é muito boa, uma vez que a nossa atividade continuou a ser fortemente geradora de caixa e a nossa conversão do fluxo de caixa atingiu 100,7%.”

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160 mil milhões de euros de despesa pública sem controlo interno

Mais de 72% dos gastos das entidades da Administração Central e Segurança Social não apresentaram a certificação legal de contas, "o que indicia existência de fragilidades", conclui o TdC.

Cerca de 160 mil milhões de euros de despesa pública relativa a 2022 não foi alvo de controlo interno. Isto significa que mais de 72% dos gastos totais, de 219.823 milhões de euros, passaram sem a certificação legal de contas (CLC), “o que indicia indica existência de fragilidades”, segundo o exame panorâmico sobre a fiabilidade das contas de 2022 do Tribunal de Contas (TdC), publicado esta quarta-feira. O Ministério da Saúde é o que apresenta maiores vulnerabilidades.

Em termos concretos, a entidade liderada por José Tavares verifica que gastos de 158.677 milhões de euros, o que corresponde a 72,2% do total, não foram alvo de certificação interna. Ou seja, apenas “61.146 milhões de euros ou 27,8% da despesa foi objeto de CLC, o que indicia uma baixa taxa de cobertura deste tipo de ação de controlo direcionada à fiabilidade das contas das entidades que integram os subsetores da Administração Central e da Segurança Social”, lê-se no mesmo relatório.

Em relação aos ativos, o cenário também é desanimador: 426.130 milhões de euros, o que representa 72,3% do total de 589.520 milhões de euros, passaram sem o devido controlo interno. Isto significa que apenas 163.390 milhões de euros ou 27,7% foram certificados.

Das 1.260 entidades da Administração Pública e da Segurança Social analisadas, apenas 228 ou 18% remeteram as suas contas com a respetiva certificação legal de contas (CLC), indica o TdC. Destas, “82 exprimem pelo menos uma reserva, tendo sido formuladas, no total, 173 reservas, das quais 155 decorrem da falta de prova de auditoria suficiente e adequada, o que indicia a existência de fragilidades no sistema de controlo interno desses componentes”, alerta o fiscalizador das contas públicas.

Ministério da Saúde é o setor com menor fiabilidade das contas

De salientar que o Ministério da Saúde é o que evidencia maior vulnerabilidade das contas, uma vez que o TdC destaca que aquela tutela é a que apresenta o maior número de CLC com opinião modificada ‘com reservas e com ênfases'”. Ao todo, apresentou 20 modificações, ou seja, 47,6% do total (42).

Se analisarmos apenas as reservas, este setor continua a ser o que apresenta menor fiabilidade. As entidades do Ministério da Saúde, que representam apenas 5,2% do total das entidades, são responsáveis pelo número mais elevado de reservas formuladas: 82, isto é, cerca de 47,4% do total (173), indica o TdC.

“Cadastro inexistente, inconsistente, não reconciliado ou incompleto, titularidade de ativos e não reconhecimento de ativos ou inadequado ou indevido reconhecimento” foram os motivos invocados pelas 82 entidades do Estado que exprimiram pelo menos uma reserva.

O Tribunal conclui que “cerca de 79,8% das reservas formuladas já tinham sido anteriormente formuladas nas CLC respeitantes a exercícios anteriores, evidenciando possível inércia ou dificuldade na resolução das situações identificadas”.

Foram adulteradas certificações de contas das mesmas 82 entidades que apresentaram reservas, segundo o TdC: “41,7% das distorções identificadas estão relacionadas com a gestão de contratos programa, ativos ou passivos não registados nas demonstrações financeiras”.

O exame panorâmico “proporciona uma perspetiva global sobre as contas das entidades que integraram, em 2022, os subsetores da Administração Central e da Segurança Social, incluindo as entidades contabilísticas autónomas, respetivas contas e correspondentes resultados da revisão legal de contas”, explica o TdC.

A mesma entidade explica que a análise incidiu sobre a informação veiculada nos “processos de prestação de contas ao Tribunal até 18 de julho de 2023, elementos caracterizadores das entidades relevantes para a Conta Geral do Estado (CGE) de 2022, residentes nos sistemas de informação do Tribunal e os divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística e pela Direção-Geral do Orçamento, tendo-se apurado um total de 1.260 entidades relevantes para efeitos do presente exame panorâmico”.

Este exame tem “um duplo propósito e interesse enquanto parte integrante e condição de implementação da estratégia de certificação da CGE: é, por um lado, fonte de obtenção de conhecimento relevante para a futura CGE a sujeitar a certificação pelo Tribunal, e, por outro, proporciona elementos que poderão contribuir para a identificação preliminar de riscos de distorção que possam afetar materialmente a fiabilidade da CGE”, esclarece a entidade que fiscalizar a legalidade e regularidade das receitas e das despesas públicas.

(Notícia atualizada às 17h17)

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Sarkozy regressa a tribunal por financiamento político ilegal

  • Lusa
  • 8 Novembro 2023

Sarkozy foi condenado, em 2021, a um ano de prisão por ter ultrapassado o limite máximo legal das despesas de campanha, a pena máxima prevista na lei na altura.

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy regressou esta quarta-feira a tribunal para um caso que envolve o financiamento ilegal da sua campanha presidencial derrotada em 2012, uma nova etapa na agenda judicial ocupada do político. No caso “Bygmalion”, Sarkozy foi condenado, em 2021, a um ano de prisão por ter ultrapassado o limite máximo legal das despesas de campanha, a pena máxima prevista na lei na altura.

O ex-presidente recorreu imediatamente, denunciando a sentença como “injusta”. O antigo chefe de Estado, que se apresentou descontraído antes da abertura da audiência do recurso, deverá depor a 23 de novembro.

Ao contrário dos seus coarguidos, Nicolas Sarkozy, de 68 anos, não é suspeito de produzir faturas falsas, concebidas para ocultar a explosão das suas despesas de campanha (quase 43 milhões de euros, quando o limite legal é de 22,5 milhões). Doze dos antigos responsáveis pela campanha eleitoral da UMP – agora Les Républicains – e da empresa Bygmalion vão ser novamente julgados em Paris.

Os 12 são acusados de serem cúmplices no “financiamento ilegal da campanha”, falsificação, fraude, abuso de confiança e cumplicidade nestes crimes. O tribunal justificou inicialmente as penas aplicadas em virtude dos “montantes extremamente elevados” e por os atos terem sido cometidos por “profissionais competentes”.

A justiça considerou que o antigo ocupante do Palácio do Eliseu “continuou a organizar reuniões eleitorais”, “solicitando uma reunião por dia”, apesar de “ter sido avisado por escrito” sobre o risco de despesas excessivas. A defesa de Nicolas Sarkozy argumentou que a ultrapassagem do limite legal já tinha sido sancionada pelo Conselho Constitucional, que rejeitou as suas contas de campanha em 2013 e não podia, por isso, ser novamente julgada.

O antigo chefe de Estado foi também criticado pelo Ministério Público pela sua ausência no julgamento. Sarkozy só compareceu no dia em que foi interrogado, o que foi visto como o arguido a considerar-se “acima dos outros”. Em 2025, Nikolas Sarkozy irá a tribunal por acusações de corrupção relacionadas com suspeitas de financiamento líbio da sua anterior campanha presidencial, a vitoriosa de 2007.

Sarkozy recorreu da sua condenação a três anos de prisão, um dos quais não suspenso, num caso de corrupção de um alto magistrado. No início de outubro foi também acusado numa secção do caso líbio ligado à retratação do intermediário franco-libanês Ziad Takieddine.

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Ministra belga pede sanções contra Israel por bombardeamentos em Gaza

  • ECO
  • 8 Novembro 2023

A vice-primeira-ministra belga defendeu que o governo do país avance com sanções contra Israel. A "chuva de bombas é desumana" e há crimes de guerra a serem cometidos em Gaza, disse.

A vice-primeira-ministra belga instou o governo da Belga a avançar com sanções contra Israel, defendendo que a “chuva de bombas é desumana” e que há crimes de guerra a serem cometidos em Gaza.

É hora de sanções contra Israel. A chuva de bombas é desumana“, escreveu Petra De Sutter, numa publicação na rede social X (antigo Twitter). “Enquanto crimes de guerra são cometidos em Gaza, Israel ignora as exigências internacionais de cessar-fogo”, justifica a vice-primeira-ministra da Bélgica.

De acordo com a Reuters, Petra De Sutter defendeu ainda que a União Europeia (UE deve suspender imediatamente o acordo de associação com Israel, que visa uma melhor cooperação económica e política. Por outro lado, quer proibir a importação de produtos provenientes de territórios palestinianos ocupados, bem como proibir a entrada no bloco comunitário de políticos e soldados responsáveis ​​por crimes de guerra.

Ao mesmo tempo, a vice-primeira-ministra belga insta o seu governo a aumentar o financiamento para o Tribunal Penal Internacional em Haia para investigar os bombardeamentos e a cortar os fluxos de dinheiro para o Hamas. “Esta é uma organização terrorista. O terrorismo custa dinheiro e deve haver sanções contra as empresas e pessoas que fornecem dinheiro ao Hamas“, sinalizou.

Segundo Israel, morreram pelo menos 1.400 pessoas, a maioria das quais civis no ataque do Hamas, que ainda fez mais de duas centenas de reféns. Mais de 10.500 pessoas foram mortas nos bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza, a grande maioria civis, segundo o Hamas. De acordo com a ONU, cerca de 1,5 milhões de habitantes de Gaza abandonaram as suas casas desde o início da guerra, a 7 de outubro.

(Notícia atualizada às 17h09 com mais informação)

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Destruição de casas em Gaza é “crime de guerra”, diz relator especial da ONU

  • Lusa
  • 8 Novembro 2023

O relator especial da ONU diz que lançar ataques "sabendo que irão destruir e danificar sistematicamente casas e infraestruturas civis" é um "crime de guerra".

O relator especial da ONU Balakrishnan Rajagopal afirmou esta quarta-feira que 45% das habitações em Gaza foram destruídas por bombardeamentos israelitas, o que pode constituir um crime de guerra. Segundo o relator para o Direito à Habitação Adequada, lançar ataques “sabendo que irão destruir e danificar sistematicamente casas e infraestruturas civis, tornando uma cidade inteira inabitável para civis, é um crime de guerra”.

O especialista destacou ainda que quando estes ataques são dirigidos contra a população civil também constituem “crimes contra a humanidade” e acrescentou ainda que estes bombardeamentos sistemáticos são “estritamente proibidos” pelo Direito Internacional Humanitário. Neste sentido, Rajagopal lembrou que locais como apartamentos, hospitais, campos de refugiados, escolas ou igrejas não são objetivos militares.

O especialista disse que, segundo o direito internacional, mesmo que as casas de civis sejam utilizadas por combatentes, no caso de Gaza pelo movimento islamita Hamas, é proibido lançar ataques se causarem “danos desproporcionais, morte e deslocamento de um grande número de civis”.

Num relatório recente apresentado à Assembleia Geral das Nações Unidas, o especialista referiu-se a estes ataques como “domicídios” e denunciou que o mundo continua a assistir “impotente” à violação das normas básicas do direito humanitário internacional e dos direitos humanos.

Por isso, Rajagopal pediu à comunidade internacional e às partes combatentes que ponham fim a estes ataques “horríveis e maciços” com um “custo tremendo” nas vidas humanas. “Nenhum direito à legítima defesa ao abrigo do direito internacional pode justificar tais ataques”, concluiu.

O conflito, que teve início a 7 de outubro com o ataque surpresa do grupo islamita Hamas contra o sul de Israel, que levou Israel a declarar guerra ao Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

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“Estado não pode ter 95% da Lusa sem mudança do modelo de governação”, defende Pedro Adão e Silva

  • Lusa
  • 8 Novembro 2023

O ministro da Cultura defendeu que o Estado não pode ter cerca de 95% do capital da Lusa sem que tal se traduza numa alteração do modelo de governação da agência de notícias.

O ministro da Cultura defendeu esta quarta-feira que o Estado não pode ter cerca de 95% do capital da Lusa sem que tal se traduza numa alteração do modelo de governação da agência de notícias.

Não pode haver presença do Estado [na Lusa] na ordem dos 95% sem que isso se traduza também numa alteração do modelo de governação [da agência]“, afirmou Pedro Adão e Silva, na Assembleia da República, no debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024).

O ministro da Cultura foi questionado pelo grupo parlamentar do PS sobre o já anunciado interesse do Estado em comprar as participações do grupo Bel e da Global Media Group (GMG), liderados por Marco Galinha, na agência de notícias, que perfazem 45,7% do capital, no quadro da entrada de um novo acionista no capital da Global Media — o UCAP Group, uma sociedade gestora de fundos suíça.

Sabemos pouco sobre esse acionista e acho que é do interesse estratégico para o país que a operação se possa concretizar, com duas ou três condicionantes”, apontou o governante.

Entre as condições está a necessidade de apurar o valor dos capitais próprios da Lusa.

Em segundo lugar, essa operação não pode ocorrer sem uma alteração do modelo de governação da agência, garantindo desde logo a participação dos principais clientes da agência, que é o setor [da comunicação social]“, acrescentou Adão e Silva.

O ministro disse ainda acreditar que um reforço da relação com os clientes, eventualmente expresso no acordo parassocial, “pode colocar a agência Lusa numa posição muito importante” para ser “um instrumento fundamental para ajudar a comunicação social e o jornalismo“.

Em 04 de agosto, o empresário Marco Galinha confirmou à Lusa que o grupo Bel “vendeu parte da Global Media” a um fundo e que “não parece de interesse estratégico” ter participação na agência de notícias.

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Quem é Rui Oliveira Neves, o sócio da Morais Leitão detido?

Rui Oliveira Neves, sócio da Morais Leitão, foi um dos arguidos detidos na investigação que levou à demissão de António Costa. Esta não é a primeira vez que o advogado é implicado em casos judiciais.

O dia 4 de novembro, terça-feira, ficou marcado pela demissão inesperada do Chefe do Executivo, António Costa, depois de ao longo da manhã terem sido divulgadas as suspeitas e detenções de Diogo Lacerda Machado, amigo de Costa, e do chefe de gabinete do PM, Vítor Escária.

Mas mais três arguidos foram também detidos: o presidente da câmara de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas, o presidente executivo da Start Campus, Afonso Salema e um administrador da mesma empresa, o advogado Rui de Oliveira Neves. O advogado é sócio da Morais Leitão, para onde regressou em 2021, depois de vários anos na Galp, onde foi responsável pela pasta dos Assuntos Jurídicos e Governance.

O advogado esteve ainda envolvido no chamado processo Galpgate. Um processo que acabou por ser suspenso, em 2020, pelo juiz de instrução criminal, com a Justiça a propôr às empresas e governantes envolvidos a possibilidade de não irem a julgamento em troca do pagamento de multas. A Galp Energia foi a mais penalizada, com duas subsidiárias condenadas ao pagamento de 50 mil euros, enquanto os restantes 15 arguidos pagaram quantias entre os 600 e os dez mil euros. A Rui de Oliveira Neves foram pedidos cinco mil euros. O valor total ultrapassou os 125 mil euros, que foram diretamente para os cofres do Estado.

Entre os acusados no processo Galpgate — que consistia no pagamento de viagens a governantes para assistir aos jogos do Euro2016 –, estavam dois ex-secretários de Estado, Fernando Rocha Andrade e Jorge Oliveira, Vítor Escária, e Carlos Costa Pina, administrador da Galp e ex-secretário de Estado do Tesouro do Governo de José Sócrates.

Rui Oliveira Neves foi acusado da alegada prática de um crime de recebimento indevido de vantagem e em regime de co-autoria com José Sequeira Nunes (chefe de gabinete da presidência e de comunicação do Grupo Galp) por ter convidado o então secretário de Estado da Energia para assistir a jogos do Euro 2016. Jorge Seguro Sanches recusou o convite mas do ponto da vista da lei, o crime consuma-se com a realização do convite.

Em novembro de 2021, e depois de mais de oito anos na gestão na GALP, Oliveira Neves regressou à Morais Leitão. O advogado passou a integrar o departamento de Corporate e M&A, onde lidera a área transversal de transformação de negócio (business transformation).

Com o desenrolar dos acontecimentos, o ECO pediu à Morais Leitão uma reação que respondeu, através da fonte oficial: “aguardamos tranquilamente pelo decorrer do processo, colaborando com as autoridades. E foi isso que fizemos durante as buscas, apoiando em tudo”. O advogado responsável pela defesa de Oliveira Neves é o sócio da Morais Leitão, Tiago Félix da Costa.

Diogo Lacerda Machado, Vitor Escária, Nuno Mascarenhas, Afonso Salema e Rui de Oliveira Neves

E em que medida o advogado pode estar implicado nesta teia de alegado tráfico de influência, prevaricação e corrupção (ativa e passiva)?

Diz o mandado de detenção, a que o ECO teve acesso, que os suspeitos Afonso Salema, Rui Oliveira Neves e Diogo Lacerda de Machado “mantiveram contactos com grande frequência com João Galamba, secretário de Estado da Energia até Janeiro de 2022 e ministro das Infraestruturas atualmente, e com Nuno Lacasta, presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente e ainda Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente à data, “tendo logrado obter o favor destes em matérias relacionadas com a Start Campus, das quais se destaca a dispensa de aprovação da APA quanto à primeira fase do projeto (NEST) e a emissão da declaração de Impacte Ambiental favorável com condições na segunda fase do projeto (REST)”.

João Galamba e Nuno Lacasta são ambos arguidos mas não foram detidos.Duarte Cordeiro não é sequer arguido.

Estão ainda indiciados pelos contactos que mantiveram com o autarca de Sines, Nuno Mascarenhas, ainda no decorrer deste ano de 2023, tendo acordado com o suspeito que este “daria andamento ao projeto com celeridade ou mesmo um andamento favorável em matérias de urbanismo envolvendo a Start Campus, dando em troca vantagens indevidas”.

O dossier do data center da Start Campus inclui suspeitas da prática dos crimes de corrupção ativa e passiva de titular de cargo político, prevaricação, recebimento indevido de vantagem, prevaricação e tráfico de influência.

O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) denuncia ainda encontros marcados no escritório da Start Campus, em Lisboa ou ainda almoços e jantares privados com um valor elevado. Ou um “valor não despiciendo”, como refere o MP no mandado. Refeições essas pagas pelos donos da Start Campus – Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, para o ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta.

Lacerda Machado usaria a amizade e proximidade com Costa para pressionar outros membros do Governo, com a ajuda de Escária, bem como entidades como o ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas).

Nestes autos das buscas, o DCIAP diz ainda que Galamba terá levado ao Conselho de Ministros pareceres feitos por advogados pagos pela Start Campus, suspeitos de influenciar o conteúdo normativo de atos do Governo, já enquanto Galamba era Secretário de Estado da Energia ou enquanto Ministro das Infra-estruturas.

Ligação aos CMEC

Tal como Observador explicava, numa peça publicada em 2019, a 4 de Abril de 2007 os advogados Rui de Oliveira Neves e Ricardo Andrade Amaro, ambos sócios da Morais Leitão, estiveram numa reunião com João Manso Neto e uma comitiva de cinco diretores da EDP, à data. Numa altura em que se concretizava a legislação para a liberalização do mercado de eletricidade em julho de 2007 e a criação do MIBEL — Mercado Ibérico de Eletricidade.

Daquela reunião saíram decisões fundamentais de regulação da EDP em Portugal. Foi a EDP a elaborar boa parte dos drafts das leis, decretos-lei e portarias sobre a sua atividade, matéria da exclusiva competência do Governo. De seguida, esses textos foram enviados para o Ministério da Economia liderado por Manuel Pinho. Quem redigiu, na prática, esses diplomas foram Rui de Oliveira Neves (contratado pela elétrica) e alguns dos diretores da EDP. Grande parte das versões finais dos diplomas foram escritos pelos Morais Leitão e aprovados pelo Governo de Sócrates.

Perfil de Rui Oliveira Neves

Rui de Oliveira Neves regressou à Morais Leitão como sócio em 2021, com “responsabilidade pela transformação do negócio para disponibilizar, de forma transversal, uma oferta renovada de serviços jurídicos com uma abordagem estratégica e de gestão de risco focada na assessoria de transações, projetos e matérias regulatórias. Acrescenta ainda uma forte ênfase na sustentabilidade, coordenando a área de Sustentabilidade da Sociedade para responder às matérias de ESG e dos direitos humanos”, segundo diz o site do escritório.

Entre 2013 e 2021, foi Diretor de Assuntos Jurídicos e Governance, Secretário-Geral e desempenhou funções de gestão na Galp. Anteriormente, tinha desenvolvido a sua carreira na Morais Leitão durante 14 anos.

Na área de M&A, foi responsável pela condução jurídica de várias transações na Península Ibérica, em diversos setores, nomeadamente, na energia, nas telecomunicações e nos transportes, destacando-se as aquisições de alguns portefólios de ativos renováveis nos Estados Unidos e em Espanha. No mercado de capitais fez a assessoria no IPO de uma das maiores empresas de energias renováveis a nível mundial, na reprivatização da maior empresa de serviços públicos portuguesa, na reprivatização do TSO nacional, em diversas OPAs e em outros processos de IPO e reprivatizações.

O site diz ainda que é um dos advogados ativos na área do direito da energia, com um percurso transversal a todas as áreas do setor, “sendo de salientar a experiência internacional quer ao nível regulatório quer transacional, desde a fileira do petróleo e gás natural, nas vertentes de upstream, midstream e downstream, até à produção, transporte, distribuição e comercialização de eletricidade e gás natural, assim como nas energias renováveis e novas soluções energéticas, nomeadamente hidrogénio, gases renováveis e baterias”,

É docente convidado da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e da Faculdade de Direito da Universidade Católica.

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Aplicação de serviços de limpeza aproveita demissão de António Costa para campanha

"Perante as mais recentes notícias sobre as buscas em São Bento, sentimos a responsabilidade de ajudar o primeiro-ministro e a sua equipa a manter as suas casas limpas e livres de vestígios", diz.

Aproveitando o tema que tem marcado a atualidade – a demissão do primeiro-ministro António Costa – a Oscar, aplicação de serviços de reparação, limpeza e lavandaria ao domicílio, lançou a campanha “costalimpinho”.

Divulgada durante a tarde desta terça-feira, a campanha registou mais de dois mil “gostos” no Instagram, bem como dezenas de comentários e partilhas orgânicas e comentários em fóruns como o Reddit.

“Perante as mais recentes notícias sobre as buscas em São Bento, sentimos a responsabilidade de ajudar o primeiro-ministro e a sua equipa a manter as suas casas limpas e livres de vestígios”, referia-se em tom humorístico.

O código costalimpinho, que oferece 10 euros de desconto em qualquer serviço de limpeza até às 23h59 desta quarta-feira, já foi utilizado mais de 250 vezes, segundo nota de imprensa.

“Exagerámos na limpeza e acabamos por varrer o Costa, continuem a usar o código costalimpinho para poupar 10 euros em qualquer serviço de limpeza, enquanto resolvemos a situação”, disse ainda a marca numa segunda publicação.

Lançada em Portugal em 2021, a aplicação Oscar expandiu-se recentemente para Madrid.

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IP contratou estudo sobre impacto turístico da alta velocidade Lisboa-Vigo à PwC

  • Lusa
  • 8 Novembro 2023

A Infraestruturas de Portugal contratou, por ajuste direto e 74 mil euros, um estudo à consultora PwC para avaliar o impacto turística da linha de alta velocidade entre o Porto e Vigo.

A Infraestruturas de Portugal (IP) contratou à consultora PwC a elaboração de um estudo sobre o impacto turístico potencial das linhas ferroviárias de alta velocidade Porto-Lisboa e Porto-Vigo, segundo o portal de contratação pública Base. “O presente contrato tem por objeto efetuar um estudo sobre a avaliação do impacte no setor do turismo em Portugal, devido aos projetos de alta velocidade entre o Porto e Lisboa e o Porto e Vigo”, pode ler-se no documento.

O contrato foi publicado no portal Base no final de outubro e corresponde a um ajuste direto de 74 mil euros à PwC. O Jornal de Negócios noticiou esta quarta-feira que o projeto de alta velocidade ferroviária “arrisca perder mil milhões de fundos europeus” com a demissão do Governo, já que se o concurso público “não for lançado em janeiro, o projeto não terá a maturidade exigida” para a candidatura a fundos europeus.

“Como o projeto ainda tem de ser aprovado por Resolução do Conselho de Ministros – o que não pode fazer um Governo que não esteja em plenitude de funções – a IP fica sem condições para lançar em janeiro – como pretendia – o concurso para esta obra”, pode ler-se no Negócios. Segundo o jornal, nesta fase o concurso poderia contar com 729 milhões de euros de fundos europeus e candidatar-se a mais 300 milhões.

O secretário-geral do Eixo Atlântico, Xoán Mao, manifestou-se preocupado com as consequências da demissão do primeiro-ministro, António Costa, que “desbloqueou” várias questões da eurorregião Portugal – Galiza, mas quanto às ligações entre Porto e Vigo por alta velocidade considerou que “venha quem venha, é algo que não vai mudar”.

Na terça-feira, nas jornadas das Redes de Transporte e Logística na Fachada Atlântica, organizadas pela Associação Espanhola de Transporte e pelo Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular em O Porriño, na Galiza, Xoán Mao disse acreditar que a ligação fique pronta em 2030, admitindo o “atraso de alguns meses”.

a IP apontou para 2027/2028 o arranque das obras da ligação ferroviária de alta velocidade entre Porto e Vigo, com o vice-presidente Carlos Fernandes a dizer que a obra “dificilmente estará concluída em 2030”, mas observou que nada obriga a que só fique pronta em 2040, o prazo estipulado pela União Europeia para concluir a “rede alargada do corredor atlântico transfronteiriço”.

Ainda antes da demissão do primeiro-ministro, Carlos Fernandes afirmou que “Portugal lançará no inicio 2024 primeiro concurso para nova linha alta velocidade entre Lisboa e Porto” e, na “fase seguinte” vai “preparar a ligação entre Braga e a fronteira e entre Campanhã e o aeroporto Sá Carneiro”. Em 13 de outubro, em Gondomar, o primeiro-ministro, António Costa, garantiu que a obra da linha ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Vigo “vai ser feita”, apesar de ser um investimento “que se julgava que nunca se faria”.

Em maio, o Governo espanhol adjudicou a realização de um estudo para a saída sul de Vigo, um troço ferroviário de alta velocidade entre a cidade e Valença, parte da linha projetada que ligará a Galiza ao Porto. Em setembro de 2022, no Porto, na apresentação do projeto de alta velocidade ferroviária entre Porto e Lisboa, a ligação para Vigo estava “dependente de articulação com Espanha”, segundo o cronograma do projeto da Infraestruturas de Portugal (IP).

O projeto de alta velocidade Lisboa-Porto, com um custo estimado de cerca de 4,5 mil milhões de euros, prevê uma ligação entre as duas cidades numa hora e 15 minutos, com paragem possível em Leiria, Coimbra, Aveiro e Gaia. Paralelamente, está também a desenvolver-se a ligação Porto-Vigo, dependente da articulação com Espanha, com nova ligação ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro e troço Braga-Valença (distrito de Viana do Castelo) até 2030.

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Sindicatos da Educação anunciaram 10 vezes mais greves do que os da Saúde ou Justiça

  • Lusa
  • 8 Novembro 2023

Entre janeiro e outubro deste ano, a DGAEP recebeu 751 pré-avisos de greve, dos quais 567 ligados ao setor da Educação, 55 da área da Saúde e 51 da área da Justiça.

Os sindicatos ligados à Educação entregaram este ano dez vezes mais pedidos de greve do que os ligados à Saúde ou à Justiça, segundo dados oficiais que colocam estes três setores como os mais contestatários.

Entre janeiro e outubro deste ano, a Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) recebeu 751 declarações comunicando a intenção de avançar para uma greve, sendo a grande maioria entregue por estruturas sindicais ligadas à educação.

No total, a DGAEP já recebeu 567 avisos prévios de greve da área da educação, destacando-se os sindicatos que têm lutado pela recuperação do tempo de serviço congelado aos docentes do ensino obrigatório, mas também por melhores salários e condições de trabalho de professores e pessoal não docente.

Os sindicatos da área da saúde apresentaram 55 avisos prévios de greve desde janeiro, continuando a ser os aumentos salariais o principal motivo para avançar para novas paralisações.

Já o descontentamento de quem trabalha nas áreas ligadas à Justiça motivou a entrega de 51 declarações, seguindo-se a área da Administração Local (25 pré-avisos).

Os sindicatos ligados ao setor dos Negócios Estrangeiros apresentaram 13 pré-avisos de greve, seguindo-se seis declarações das estruturas sindicais ligadas à Administração Interna.

No final da lista, surgem dois avisos entregues pelo setor da Agricultura e Alimentação e um outro pelas Finanças.

Olhando para o calendário, os meses mais ativos foram os de abril (147 pré-avisos), março (107) e janeiro (105), por oposição aos meses de verão, que foram os mais calmos (julho com a entrega de 32 pré-avisos de greve e agosto com outras 26 declarações).

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