Volvo EC40 Black Edition: Luxo sueco com preço à prova de frio

Com visual marcante, tecnologia integrada e autonomia sólida, o Volvo EC40 Black Edition aposta na exclusividade, mas o valor não convence todos os bolsos.

Se a ideia de sair de casa com “apenas” 60 mil euros na carteira para um elétrico premium ainda lhe provoca um calafrio, experimente olhar para o novo Volvo EC40 Black Edition como quem avalia um bom vinho: o segredo está no equilíbrio.

Este coupé-SUV, sucessor direto do C40 Recharge, chega pintado num Onyx Black que dispensa cromados e exibe jantes de 20 polegadas igualmente negras. Uma declaração de intenções que pode não agradar aos amantes de cores vibrantes, mas que confere ao modelo sueco uma presença inegável na estrada.

Isso é bem notado logo pela manhã ao volante, numa típica viagem casa-trabalho em Lisboa. Ao deslizar silenciosamente pelas ruas da capital — apenas com o leve sussurro do sistema elétrico a lembrar-nos que estamos num veículo elétrico –, o que primeiro chama a atenção não são os habituais controlos, mas sim os painéis decorativos do tablier.

Iluminados subtilmente por LED, revelam-se muito mais do que meros ornamentos, mas mapas topográficos das ilhas de Brännö e Asperö, junto a Gotemburgo, numa homenagem às origens suecas da marca que pode passar despercebida ao condutor português, mas que demonstra bem a atenção ao pormenor da marca que justifica parte do investimento.

Além desse cuidado, é também um ponto positivo o facto de o EC40 Black Edition, ao contrário do minimalismo extremo do Tesla Model Y ou mesmo do irmão mais pequeno EX30, mantém alguns botões físicos estrategicamente colocados: o volume do rádio é controlado por um botão rotativo real, assim como os botões de controlo dos vidros e dos retrovisores está — como sempre esteve –, localizado na respetiva porta. Um alívio para quem apesar de gostar da modernidade, ainda achar que coisas básicas, apesar de antigas, continuam a fazer sentido. Para a climatização básica, contudo, temos de recorrer ao ecrã central de 9 polegadas em orientação vertical.

O sistema Android integrado funciona bem, especialmente quando precisamos de navegação. O Google Maps nativo é uma vantagem prática que poucos concorrentes oferecem de forma tão fluida. Numa cidade como Lisboa, com as suas ruas estreitas e subidas íngremes, ter acesso direto aos dados de trânsito em tempo real sem dependência do smartphone faz diferença.

Fora da viagem quotidiana da cidade para o trabalho, o EC40 Black Edition também não desilude. Numa escapadela familiar até Palmela, os 42 quilómetros de distância permitem avaliar o comportamento em diferentes cenários. A aceleração é linear e progressiva, sem os sobressaltos típicos dos motores a combustão.

Os 420 Nm de binário da versão Single Motor Extended Range testada pelo ECO estão disponíveis desde o primeiro momento, tornando as ultrapassagens na A2 uma tarefa simples e segura, permitindo atingir os 100 km/h em 7,3 segundos — não é um míssil, mas é mais que suficiente para as necessidades do dia-a-dia.

A posição de condução é bastante boa, aproveitando a herança da plataforma CMA que privilegia o espaço interior. A visibilidade frontal é também positiva, mas a traseira ressente-se da linha coupé descendente do tejadilho. Os espelhos retrovisores maiores ajudam, mas obrigam a uma maior dependência das câmaras de estacionamento.

Durante a viagem Lisboa-Palmela, o consumo ronda os 16-17 kWh/100km, valores alinhados com as especificações oficiais de 16,4-16,7 kWh/100km. Com a bateria de 78 kWh e autonomia oficial entre 566-578 quilómetros em regime de WLTP, o EC40 Blac Edition oferece margem suficiente para utilizações típicas portuguesas, embora, na prática, se fique pelos 400 a 450 quilómetros dependendo das condições de condução.

Os cerca de 60 mil euros que custa o EC40 Black Edition está longe de ser uma pechincha. O valor reside mais na experiência de condução refinada e na exclusividade estética do que numa relação preço/prestações imbatível.

Em termos de área, o EC40 oferece também um interior espaçoso e confortável, garantido um volume de 404 litros de capacidade de carga na bagageira, a que se junta ainda um compartimento de 31 litros na zona frontal do carro, sendo perfeito para manter os cabos de carregamento à mão e protegidos.

Com um preço final de 63.351 euros na configuração ensaiada, o EC40 Black Edition enfrenta concorrência feroz, como por exemplo o BMW iX1, que parte dos 49.700 euros com 313 cavalos e 474 quilómetros de autonomia, o Mercedes EQA 250+, que tem como preço base 53.950 euros com 190 cavalos e 557 quilómetros de autonomia, ou o renovado Skoda Enyaq 85, que começa nos 51.292 euros com 286 cavalos e 575 quilómetros de autonomia.

Mas o Volvo EC40 Black Edition revela-se um automóvel competente que cumpre bem o seu papel de SUV elétrico premium. O equilíbrio entre design distintivo, tecnologia bem integrada e qualidade de construção sueca justifica-se para quem valoriza estes atributos. Contudo, os cerca de 60 mil euros, está longe de ser uma pechincha. O valor reside mais na experiência de condução refinada e na exclusividade estética do que numa relação preço/prestações imbatível.

Quem procura o melhor negócio encontrará alternativas mais convincentes no Skoda Enyaq ou BMW iX1. O EC40 Black Edition é para quem não se importa de pagar um prémio pela diferenciação. É uma boa opção, mas não necessariamente um bom negócio para todos os bolsos. No final, como um bom vinho, o seu valor depende do paladar de quem o prova.

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Irão poderá enriquecer urânio dentro de “alguns meses”

  • Lusa
  • 29 Junho 2025

O chefe da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, considera que o Irão tem capacidade técnica para voltar a enriquecer urânio dentro de "alguns meses".

O chefe da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, considera que o Irão tem capacidade técnica para voltar a enriquecer urânio dentro de “alguns meses”. “Houve danos significativos, mas não completos (…) Eles podem ter, dentro de alguns meses, eu diria, centrífugas em ação para produzir urânio enriquecido“, disse Grossi na sexta-feira, numa entrevista ao canal americano CBS a ser transmitida hoje.

Quase uma semana após o bombardeamento americano das instalações nucleares de Fordo, Natanz e Isfahan, no Irão, todos os envolvidos – incluindo Teerão – concordam que estas instalações sofreram danos consideráveis, mas subsistem dúvidas sobre a eficácia real destes ataques. O Presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu que o programa nuclear do Irão tinha sido adiado por “várias décadas”.

Outra questão fundamental é o destino das reservas de mais de 400 quilos de urânio enriquecido a 60%, que teoricamente poderia ser utilizado para fabricar mais de nove bombas atómicas se o nível fosse aumentado para 90%.

Numa entrevista que será transmitida este domingo pelo canal norte-americano Fox News, no programa “Sunday Morning Futures”, Donald Trump garantiu que as reservas de urânio iranianas não foram deslocadas antes dos ataques dos EUA: “É uma coisa muito difícil de fazer e não avisámos [antes do bombardeamento]“, disse, segundo extratos da entrevista. “Eles não mexeram em nada”, assegurou.

Os inspetores da AIEA não veem estas reservas desde 10 de junho, daí os pedidos de acesso da agência da ONU às instalações e reservas iranianas. No entanto, o parlamento iraniano votou a favor da suspensão da cooperação com a AIEA e o Conselho dos Guardiães, responsável pela análise da legislação no Irão, aprovou na quinta-feira o texto da lei, que deverá ser enviado à presidência para ratificação.

“É a lei deles, o parlamento deles, mas há implicações legais aqui. Um tratado internacional deve, naturalmente, ter precedência. Não se pode invocar uma lei nacional para evitar o respeito por um tratado internacional”, afirmou Grossi.

A diplomacia iraniana criticou a agência da ONU por ter adotado uma resolução a 12 de junho, acusando o Irão de não cumprir as suas obrigações nucleares.

Teerão considera que esta decisão serviu de “desculpa” para Israel e os Estados Unidos atacarem as suas instalações nucleares.

“Quem pode realmente acreditar que este conflito surgiu por causa de um relatório da AIEA? Não havia nada de novo nesse relatório (…) pode ser fácil culpar uma organização internacional ou um diretor-geral, não sei, mas não é razoável”, defendeu-se Grossi.

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Cerca de 80 concelhos de 10 distritos do continente em risco máximo de incêndio

  • Lusa
  • 29 Junho 2025

Cerca de 80 concelhos de dez distritos de Portugal continental apresentam este domingo risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Cerca de 80 concelhos de dez distritos de Portugal continental apresentam hoje risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De acordo com o IPMA, os concelhos que estão sob este alerta pertencem aos distritos de Vila Real, Bragança, Viana do Castelo, Guarda, Viseu, Coimbra, Castelo Branco, Santarém, Portalegre e Faro. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera colocou ainda em risco ‘muito elevado’ e ‘elevado’ quase todos os concelhos dos distritos do continente.

Apenas cerca de 30 municípios localizados no litoral do país estão com risco moderado ou reduzido de incêndio.

O risco de incêndio, determinado pelo IPMA, tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo.

Os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

Devido à onda de calor que está a atingir o país, o IPMA colocou sete distritos do continente em aviso vermelho, entre domingo e terça-feira, nomeadamente Lisboa, Setúbal, Santarém, Évora, Beja, Castelo Branco e Portalegre. Os restantes distritos estarão com avisos laranja (o segundo mais grave) e amarelo, variando nos dias entre hoje e terça feira.

O IPMA prevê para hoje, no continente, continuação de tempo quente, com céu pouco nublado ou limpo apresentando períodos de mais nebulosidade na faixa costeira ocidental, em especial a norte do Cabo Raso, e no interior durante a tarde.

As previsões apontam para condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros e trovoada dispersos no interior, em especial das regiões Norte e Centro e durante a tarde, e uma pequena subida de temperatura.

O vento soprará em geral fraco predominando do quadrante norte, sendo do quadrante leste até ao meio da manhã, e soprando por vezes moderado (até 30 km/h) na faixa costeira ocidental. As temperaturas máximas vão oscilar entre os 44 graus Celsius, em Beja, e os 25, em Aveiro.

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Carneiro assume liderança do PS com “honra e responsabilidade” e promete partido de valores

  • Lusa
  • 28 Junho 2025

O novo secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, prometeu um partido de "valores e de princípios", acreditando que as ideias socialistas "têm condições para continuarem a ser maioritárias no país".

O novo secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, assumiu o cargo com “honra e responsabilidade” e prometeu um partido de “valores e de princípios”, acreditando que as ideias socialistas “têm condições para continuarem a ser maioritárias no país”

“É a primeira vez que vos falo na qualidade de líder do Partido Socialista. A confiança em mim depositada pelos meus camaradas é uma honra e uma responsabilidade”, disse José Luís Carneiro na primeira intervenção após as diretas às quais foi candidato único.

O novo líder do PS, que sucede a Pedro Nuno Santos, acredita que os “valores, ideias e propostas” socialistas “têm condições para continuarem a ser maioritárias no país”, e prometeu trabalho com todos para o demonstrar.

“O PS que, a partir de hoje, tenho a honra de liderar é um partido de valores e de princípios. Temos um passado que nos orgulha e uma vontade de futuro que nos une”, apontou.

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Trump manda cortar apoios federais a ONG implicadas “em distúrbios”

  • Lusa
  • 28 Junho 2025

O presidente dos EUA anunciou o corte de apoio financeiro a organizações que acusa de incendiar cidades e depois pedir fundos para reconstrução. O recado de Donald Trump é: “Chega de dinheiro!”

O Governo norte-americano anunciou esta sábado que vai cortar o financiamento federal para Organizações Não Governamentais (ONG) envolvidas em distúrbios, independentemente do resultado de uma resolução a aprovar no Congresso sobre este assunto.

“A lei do congressista Kevin Kiley deve ser aprovada imediatamente. Por este meio, instruo o meu Governo a não pagar nada a esses grupos radicalizados, independentemente da tal legislação“, declarou o Presidente norte-americano, Donald Trump, na sua plataforma de social, Truth Social.

O líder republicano considerou que os referidos grupos, que não identificou, usam o dinheiro do Estado para “incitar distúrbios, incendiar ou destruir uma cidade” e depois voltam para pedir fundos “para ajudar a reconstruí-la”. “CHEGA DE DINHEIRO!!!”, escreveu na rede social.

Kevin Kiley, um congressista eleito pelo Estado da Califórnia, menciona especificamente na sua proposta de lei os protestos que ocorreram este mês em Los Angeles contra as investidas contra a imigração efetuadas pelo Serviço de Imigração e Alfândega (ICE).

A administração republicana anunciou que quer impedir que ONG envolvidas na organização de “distúrbios ilegais” [que não classifica] recebam financiamento federal ou isenções fiscais, e também aumentar as penas para agressões a agentes federais e para a obstrução de operações federais de imigração. A pena para agressão simples a um agente é atualmente de um ano de prisão, sem penalidade financeira específica.

Kiley acusa especificamente a Coligação pelos Direitos Humanos dos Imigrantes de Los Angeles (CHIRLA) na sua declaração. “Após os distúrbios de Los Angeles, foi revelado que a organização sem fins lucrativos CHIRLA recebeu 34 milhões de dólares (cerca de 3,1 milhões de euros) em financiamentos estaduais. O grupo, que anteriormente fez campanha pela abolição do ICE [rusgas levadas a cabo pela U.S.Immigration and Customs Enforcement], desempenhou um papel fundamental nos distúrbios ao transmitir a localização exata das operações do ICE em tempo real”, afirmou Kiley.

Um porta-voz da ONG referida negou qualquer envolvimento nos protestos. A CHIRLA está sob investigação pelo Comité Judiciário da Câmara, que, assim como o Senado, é controlado pelos republicanos.

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PS mobiliza-se para legitimar liderança de José Luís Carneiro

  • Lusa
  • 28 Junho 2025

Candidato único à liderança do PS e com um apoio superior a 90% nas federações, José Luís Carneiro sublinha a forte mobilização dos militantes do PS na votação que legitima a sua liderança.

O candidato único a secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, votou hoje nas eleições diretas, na sede concelhia de Baião, onde considerou que a mobilização dos militantes tem sido um sinal da unidade do partido. “Há uma grande unidade do partido na sua mobilização para legitimar a minha liderança, não apenas na forma como estão a participar, mas também porque as votações têm sido muito expressivas, referiu, em declarações à agência Lusa.

O futuro líder do PS anotou também que em todas as federações o apoio está sempre acima dos 90% das manifestações de apoio, o que é em si muito significativo”, reforçou. José Luís Caneiro recordou que na sexta-feira “votaram já bastantes federações do país”.

“Hoje votam em seis, incluindo três das maiores – Porto, Braga e Coimbra. A participação eleitoral está a ser muito positiva, está acima dos 50%, o que é muito expressivo, considerando que há apenas uma candidatura”, anotou.

Falando no concelho onde foi presidente de Câmara vários mandatos e começou a sua carreira política, o candidato agradeceu a participação dos militantes do Partido Socialista e deixou votos de que “aqueles que ainda não foram votar o possam fazer, porque há secções que estarão abertas até às 19:00, até às 20:00 e outras até às 22:00”.

José Luís Carneiro referiu, por outro lado, ser “devida”, neste segundo dia de votação, “uma palavra de gratidão aos militantes e simpatizantes e também aos muitos cidadãos independentes” que, por todo o país, o acompanharam nas sessões que realizou nas sedes do Partido Socialista. Assinalou, ainda, a participação nos encontros que realizou “tendo em vista apresentar a moção de estratégia nacional”.

Estas eleições foram marcadas na sequência da demissão de Pedro Nuno Santos do cargo de secretário-geral do PS, depois da pesada derrota eleitoral que o PS sofreu nas eleições legislativas antecipadas de 18 de maio e que reduziu a bancada socialista a 58 deputados e à terceira força política no parlamento.

Na sexta-feira, os militantes do PS votaram em 15 das 21 federações do partido. Hoje vão às urnas os socialistas das restantes seis distritais: Açores, Algarve, Braga, Coimbra, Porto e Viseu.

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Ciberataque paralisa site do Conselho Superior da Magistratura

  • ECO
  • 28 Junho 2025

O ataque informático ao Conselho Superior da Magistratura deixou o site indisponível, mas não expôs dados confidenciais. Serviços essenciais mantêm-se operacionais por sistemas alternativos.

O Conselho Superior da Magistratura (CSM), órgão constitucional responsável pela gestão e disciplina dos juízes portugueses, foi alvo de um ataque informático que deixou o seu sistema temporariamente indisponível este sábado.

O incidente foi reportado pela própria instituição este sábado e representa mais um episódio no crescente panorama de ameaças cibernéticas que tem afetado as instituições públicas portuguesas.

Segundo comunicado oficial do CSM, o ataque dirigiu-se exclusivamente ao website da instituição, que se encontra alojado num servidor externo. A natureza do sistema afetado garante que apenas informação pública estava acessível, não tendo sido comprometidos dados sensíveis de processos judiciais ou informações confidenciais.

O Serviço de Informática do Conselho revela que se encontra atualmente a proceder à análise técnica do incidente e à reposição da plataforma por meio de cópias de segurança previamente estabelecidas. As autoridades confirmam ainda que não foram detetados outros ataques aos sistemas internos do organismo, limitando o impacto à componente externa do site.

A recuperação total dos serviços online poderá prolongar-se por vários dias, período durante o qual o CSM manterá operacional toda a sua atividade através de sistemas alternativos não afetados pelo incidente.

Cumprindo os protocolos de segurança nacional, o CSM reportou imediatamente o incidente à Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T). Esta unidade especializada é responsável pela investigação de crimes informáticos contra instituições do Estado e infraestruturas críticas.

A origem do ataque permanece por identificar, integrando-se num padrão mais vasto de ameaças que têm como alvo organizações públicas estratégicas.

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📹 Impacto do Acordo de Schengen na vida das pessoas 40 anos depois

Todos os anos os europeus fazem mais de 1,25 mil milhões de viagens dentro do Espaço Schengen. Imagina se ainda houvesse fronteiras?

O Acordo de Schengen foi assinado a 14 de junho de 1985, na pequena aldeia de Schengen, no sul do Luxemburgo. Quarenta anos depois, os benefícios da supressão paulatina dos controlos nas fronteiras internas e da implementação de um regime de livre circulação estendem-se a todas as áreas.

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A supressão dos controlos de fronteira começou apenas para os cidadãos dos países signatários — Alemanha, Luxemburgo, Bélgica, França e Países Baixos – que passaram a poder viajar, trabalhar e viver em qualquer país sem formalidades especiais. Mas rapidamente passou a incluir todos os Estados-membros da UE, com exceção da Irlanda, que mantém uma cláusula de autoexclusão e dispõe da sua própria área de circulação comum com o Reino Unido; e do Chipre, que está a avaliar se está pronto para integrar o espaço Schengen.

Há ainda quatro Estados não pertencentes à UE − Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça, também fazem parte do espaço Schengen.

Apesar de os controlos nas fronteiras internas terem sido abolidos no espaço Schengen, os Estados mantêm o direito de restabelecer controlos temporários em caso de ameaças graves à ordem pública ou à segurança interna. A crise migratória, as ameaças terroristas transfronteiriças e a pandemia de Covid-19 levaram vários Estados do espaço Schengen a reintroduziram esses controlos e a prolonga-los por várias ocasiões.

Para integrar o espaço de Schengen, de acordo com o Parlamento Europeu, os países devem:

  • assumir a responsabilidade de controlar as fronteiras externas da União Europeia.
  • aplicar uma série de regras comuns do espaço Schengen, tais como o controlo das fronteiras terrestres, marítimas e aéreas, assim como a emissão de vistos uniformes.
  • cooperar com os organismos responsáveis pela aplicação da lei noutros países do espaço, para garantir um elevado nível de segurança no espaço Schengen
  • conectar-se ao Sistema de Informação Schengen (SIS) e utilizá-lo.

Dias antes de se celebrar os 40 anos de aniversário de assinatura do acordo, a União Europeia chegou a acordo com o Reino Unido para garantir a livre circulação de pessoas e bens entre Gibraltar, que é um território britânico, e Espanha. O acordo vai permitir eliminar a barreira física, conhecida como “a vedação” em redor de Gibraltar e que era considerada “o último muro na Europa continental”.

Em relação às pessoas, o controlo de entradas e saídas no espaço Schengen, a que Gibraltar ficará ligado, será feito no porto e no aeroporto do território britânico, eliminando-se assim os controlos na passagem fronteiriça. Cerca de 15 mil pessoas cruzam diariamente a fronteira entre Espanha e Gibraltar.

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Prémio Heróis PME distingue oito empresas que contam “histórias de coragem e ousadia”

Conheça os vencedores do Prémio Heróis PME 2025 e as histórias de superação por detrás de cada empresa.

Da sustentabilidade à exportação, da tecnologia à literacia digital, oito empresas portuguesas foram distinguidas na 7.ª edição do prémio Heróis PME. A nomeação distingue a resiliência, visão estratégica, inovação e contributo económico para o país. Entre os vencedores estão a Destilaria António Cuco, Next Generation Chemistry, Serralharia Cunha, Twintex, EST Empresa de Serviços Técnicos, Aleal Indústria de Mobiliário, Zone Soft e ubbo.

“Há sete anos criamos esta iniciativa, que é mais do que uma iniciativa, é um movimento que tenta homenagear os empresários e as PME portuguesas, não pelos resultados, mas sobretudo por terem histórias que vale a pena reconhecer e divulgar — histórias de visão, de coragem, de resistência e de alguma ousadia, que faz com que, apesar de tudo, valha a pena continuar a investir”, diz o CEO da Yunit Consulting, Bernardo Maciel, em declarações ao ECO.

Em Portugal, existem mais de um milhão de pequenas e médias Empresas (PME) que representam 90% das empresas, dois terços do emprego e mais de metade do valor acrescentado bruto. O líder da da consultora realça que são estas empresas “que garantem muitas vezes empregabilidade fora dos grandes centros urbanos e, portanto, mantêm aqui alguma coesão social e coesão territorial importante e ponto de vista económico liga Portugal às principais cadeias de valor”.

PME são mais frágeis, mas também mais ágeis

Perante um contexto nacional e internacional adverso, marcado essencialmente pela Guerra na Ucrânia e no Médio Oriente e pela guerra comercial , as “PME são sempre mais afetados pela sua dimensão” tendo em conta que “têm um nível de fragilidade maior do que qualquer grande empresa”, diz o CEO da consultora. No entanto, o líder da Yunit Consulting destaca que, por outro lado, “têm mais agilidade para reagir às adversidades”.

Bernardo Maciel, CEO da Yunit ConsultingYunit Consulting

Para ganharem músculo é imprescindível desburocratizar e simplificar o acesso ao financiamento.O tema do financiamento é crítico”, menciona Bernardo Maciel, realçando que “hoje em dia, para ser competitivo, tem que haver investimento e para haver investimento tem que existir capacidade financeira e as empresas portuguesas, pela sua dimensão, não tem essa estrutura de capitais preparada para aceder a financiamentos”.

Hoje em dia, para ser competitivo, tem que haver investimentos e para haver investimento tem que existir capacidade financeira e as empresas portuguesas, pela sua dimensão, não tem essa estrutura de capitais preparada para aceder a financiamentos.

Bernardo Maciel

CEO da Yunit Consulting

“Quando mais fortes foram as PME, mais o país está preparado para enfrentar novos desafios”, considera o CEO da Yunit Consulting.

“As pequenas e médias empresas não têm até estrutura interna para poder enfrentar os desafios todos com a competência ideal”, diz Maciel, numa altura em que as PME portuguesas têm dificuldade em ganhar dimensão e só 3,4% subiram de escalão em cinco anos.

Conheça os vencedores e as histórias:

  • Subcategoria Microempresa: Destilaria António Cuco

Numa altura em que não existiam destilarias de gin em Portugal, António Cuco, que na altura estava desempregado, decidiu transformar a incerteza em oportunidade, e juntamente com a mulher começou a produzir gin através de um alambique improvisado. E assim nasceu em 2014, em Reguengos de Monsaraz, no Alentejo, a Destilaria António Cuco, casa do Sharish Gin, que já está presente em mais de 30 países, dos EUA a Hong Kong. Com nove colaboradores, a destilaria faturou 1,25 milhões de euros.

António Cuco, fundador da Destilaria António CucoDestilaria António Cuco

“A distinção da empresa, na categoria microempresa, vem reconhecer a resiliência e a trajetória de coragem e inovação que tem vindo a percorrer, reforçando a sua visibilidade e notoriedade junto dos distribuidores, retalhistas e mercados externos, acelerando a ambição de levar o sabor de Reguengos de Monsaraz ainda mais longe”, assegura a Yunit Consulting, em comunicado.

  • Subcategoria Pequenas Empresas: Next Generation Chemistry

Fundada em 2018 no Porto, por Ricardo Costa, a Next Generation Chemistry (NGC) nasceu com o objetivo de fornecer produtos químicos para a indústria têxtil. Na pandemia reinventou-se e lançou uma máscara com um composto ativo capaz de eliminar o SARS-CoV-2, dando-se o ponto de viragem da sua atividade. Em 2023 deram mais um passo ao investir em biologia sintética, desenvolvendo produtos com base em microrganismos. O culminar desta nova visão deu origem ao lançamento do primeiro Bio detergente da empresa portuense que emprega 18 pessoas e fatura 3,9 milhões de euros.

“Este reconhecimento legitima a estratégia de transição ecológica da NGC, garantindo-lhe visibilidade e distinção num mercado competitivo”, refere a consultora Yunit Consulting.

  • Subcategoria Média Empresa: Serralharia Cunha

Fundada em 1988, em Braga, a Serralharia Cunha especializou-se na produção e instalação de caixilharia de alumínio e estruturas metálicas ligeiras e pesadas. Contudo, o período de 2010 a 2013 colocou a empresa à prova. Perante uma situação delicada, com incobráveis na ordem dos cinco milhões de euros que ameaçaram a continuidade do negócio, o fundador, António Martins, hipotecou todos os seus bens pessoais e a abriu, sem qualquer experiência nos mercados internacionais, os primeiros canais de exportação para a Bélgica e para a Argélia.

Esta estratégia, conduzida em conjunto com os seus filhos, Luís e Lúcia, devolveu-lhes solidez financeira e lançou as bases para um novo ciclo de crescimento internacional. Este ciclo ganha expressão com a assinatura de uma parceria estratégica com a multinacional norte americana Dextal que investiu dez milhões de euros numa nova unidade industrial, dedicada à produção de fachadas modulares para a construção.

“A distinção na categoria de Média Empresa dos Prémios Heróis PME 2025 veio reconhecer a sua resiliência, a sua visão estratégica e a forma como tem vindo a projetar a sua marca enquanto parceira de referência no mercado internacional, que exige eficácia produtiva, inovação tecnológica e compromisso ambiental em toda a cadeia de valor da construção”, nota a Yunit Consulting.

  • Categoria Fator S (Sustentabilidade): Twintex

Fundada em 1979, por António Mineiro, a Twintex nasceu da visão e determinação de um homem que, aos 34 anos e com uma sólida experiência profissional, se lançou no desafio de criar uma empresa dedicada à arte de fabricar vestuário infantil para o mercado nacional. Hoje, a Twintex é liderada pela segunda geração da família, Bruno e Mico Mineiro e especializou-se no desenvolvimento de vestuário de senhora e homem, tornando-se o “parceiro invisível” por detrás de muitas das grandes marcas de moda internacional. Emprega mais de 400 colaboradores diretos e trabalha diariamente com uma rede de mais de 2.000 profissionais, através dos seus 19 satélites de produção.

Mico Mineiro

“O Prémio Factor S destaca a Twintex como parceira sustentável estratégica, para marcas internacionais de referência, reforçando o seu posicionamento nos segmentos de moda e facilitando o acesso a novos mercados, onde a pegada ecológica é decisiva para a compra”, diz a consultora liderada por Bernardo Maciel.

  • Prémio Internacionalização: EST Empresa de Serviços Técnicos e Aleal Indústria de Mobiliário

Fundada em 1975, em Paredes, por Zeferino Leal, a Aleal nasceu da tradição e da mestria artesanal em madeira que, concentrada no mercado nacional. A aposta na internacionalização teve início há quase três décadas, em Angola e na Rússia. Atualmente, a empresa exporta 100% da sua produção para mais de 30 países, da Europa à Ásia e das Américas ao Médio Oriente. Hoje, a Aleal, que conta com a presença da segunda geração da família, representada pelas suas filhas, Daniela e Sandra Leal, já conquistou clientes de renome mundial como David Beckham e Sebastian Vettel.

“A distinção na categoria Internacionalização dos Prémios Heróis PME 2025 veio reconhecer a consolidação da rede comercial externa da Aleal e está totalmente em sintonia com a sua estratégia de expansão para novos destinos e segmentos de mercado, entre os quais o Médio Oriente e a Venezuela”, menciona a Yunit Consulting.

Fundada há 35 anos, a EST Empresa de Serviços Técnicos nasceu num momento de grande desafio pessoal de um dos seus sócios fundadores que, encontrando-se desempregado e a aguardar o nascimento da primeira filha, decidiu lançar-se por conta própria na área da eletricidade industrial. Porém, em 2001, o sócio fundador adquiriu a totalidade da empresa, assumindo a liderança. Durante alguns anos, a empresa concentrou-se no mercado nacional, mas a ambição de crescer levou-a a procurar novos horizontes.

O primeiro grande passo na sua internacionalização surge em Angola, há duas décadas, seguindo-se depois projetos pontuais no Uruguai. A entrada na Europa, iniciada na última década teve início nos países nórdicos e expandiu-se, rapidamente, a outros mercados europeus, como a Suécia, Dinamarca, Alemanha, Países Baixos, Irlanda, França, Itália, entre outros. Atualmente, a EST conta com um volume de negócios de 31 milhões de euros, mais de 3.000 projetos realizados e emprega mais de 250 colaboradores.

“A distinção na categoria Internacionalização vem reconhecer à EST uma progressão que, não só com resiliência e capacidade de adaptação, mas também com visão estratégica, lhe permitiu ultrapassar desafios e crescer de forma sustentável”, refere a consultora.

  • Prémio Transformação Digital: Zone Soft

Fundada em 2005, a Zone Soft é uma empresa portuguesa com 20 anos de percurso no desenvolvimento de software empresarial. No entanto, num setor em constante transformação, a Zone Soft percebeu que necessitava de dar um passo decisivo na sua jornada de transformação digital, lançando o BIIP, uma web app que permite aos utilizadores realizar pedidos, pagar, dividir contas e obter faturas, tudo através do seu smartphone e sem necessidade de instalar aplicações, com integração total com o software de faturação no ponto de venda.

“O Prémio Heróis PME 2025 em Transformação Digital veio destacar a resiliência e a capacidade de inovação antecipada da Zone Soft, o que lhe permitiu reinventar-se com coragem, transformando o seu modelo de negócio para reforçar a sua liderança e notoriedade enquanto parceira de inovação para milhares de empresas portuguesas”, assegura a consultora.

  • Prémio Startup Revelação: ubbu

A ubbu nasceu em 2020, com a missão de democratizar o acesso à literacia digital e à educação em ciências da computação para todas as crianças. Numa altura em que o sistema educativo tradicional não está preparado para os desafios da revolução digital, a ubbu surge como uma resposta tecnológica ao risco de exclusão digital das novas gerações. Com sede em Portugal, na cidade de Lisboa, e com uma equipa de 16 colaboradores, esta plataforma digital, educativa e ‘gamificada’, combinando jogos, vídeos, quizes e projetos práticos, já impactou, ao dia de hoje, mais de 360.000 alunos e 3.660 professores em 830 escolas, com presença em mais de 20 países, destacando-se Portugal e Brasil.

“O prémio Startup Revelação vem destacar o contributo da ubbu no desenvolvimento e na promoção da literacia digital no sistema educativo nacional, promovendo a igualdade de oportunidades desde os primeiros anos. Este prémio reforça a notoriedade da empresa, numa fase em que, nos próximos 3 a 5 anos, pretende reforçar o investimento em ferramentas de inteligência artificial para programas de aprendizagem personalizados e de monitorização, em tempo real, do progresso dos alunos”, destaca a Yunit Consulting.

Desde 2017, o prémio Heróis PME, iniciativa levada a cabo pela YunitConsulting, já recebeu mais de 600 candidaturas e distinguiu cerca de 70 empresas, que em conjunto, geram mais de 500 milhões de euros de volume de negócios e empregam 5.400 colaboradores no país.

Este ano, o prémio registou um recorde absoluto de participação, com um total de 135 candidaturas recebidas, o que representa um aumento de 52% face a 2024, provenientes de 86 empresas diferentes – mais 56% do que no ano anterior. A categoria “Start-up Revelação” foi a que mais cresceu, com um aumento de 250% no número de candidaturas.

“Este grande crescimento demonstra que as PME portuguesas continuam a acreditar no seu valor e na importância de darem a conhecer as suas histórias de resiliência e superação”, conclui o líder da Yunit Consulting.

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Portugal sofre de Eurosclerose e está preso à ilusão de garantir “empregos para toda a vida”

A falta de mobilidade laboral em Portugal cristaliza o atraso económico, afetando a capacidade de adaptação e renovação das empresas, alerta um estudo que será apresenta no Fórum anual do BCE.

Quarenta anos depois do economista alemão Herbert Giersch ter cunhado o termo “Eurosclerose” para descrever a estagnação económica europeia, um novo estudo académico vem confirmar que o Velho continente continua a sofrer da mesma doença. E Portugal não escapa ao diagnóstico.

O economista Benjamin Schoefer, da Universidade da Califórnia em Berkeley, irá apresentar na próxima semana no Fórum anual do BCE em Sintra uma análise devastadora sobre como as rígidas instituições do mercado de trabalho europeu continuam a ser o calcanhar de Aquiles da competitividade face aos EUA, colocando Portugal entre os exemplos mais flagrantes dos problemas identificados.

Embora a Europa tenha largamente resolvido o problema do desemprego elevado que marcou as décadas de 1980 e 1990, Benjamin Schoefer ressalva que a Europa preservou as instituições laborais rígidas que agora se manifestam através de “baixo dinamismo” do mercado de emprego e da economia, notando que os europeus trocam de emprego com muito menos frequência e que também por isso a reestruturação empresarial é muito mais rara.

Mais de 30% dos trabalhadores portugueses mantêm-se no mesmo emprego há mais de 20 anos – um fenómeno de “empregos para toda a vida” que, longe de ser uma conquista social, pode estar a prejudicar gravemente a nossa produtividade e competitividade económica.

Isso é notório em Portugal, onde apesar de o país ter reduzido o desemprego global, continua a apresentar uma elevada incidência de contratos temporários (que atingiu os 17,9% em 2023, descendo ligeiramente para 16% em 2024), baixa mobilidade laboral entre empregos e uma estrutura de mercado laboral dual que separa trabalhadores protegidos dos precários.

Segundo o estudo “Eurosclerosis at 40: Labor Market Institutions, Dynamism, and European Competitiveness”, mais de 30% dos trabalhadores portugueses mantêm-se no mesmo emprego há mais de 20 anos – um fenómeno de “empregos para toda a vida” que, longe de ser uma conquista social, pode estar a prejudicar gravemente a nossa produtividade e competitividade económica.

Este número coloca Portugal ao nível da Grécia e Itália, países onde a mobilidade laboral é igualmente escassa, contrastando dramaticamente com os EUA, onde apenas 9% dos empregos duram mais de duas décadas, que faz com que, “uma vez que um trabalhador em França ou Itália perde o emprego e fica desempregado, esse estado vai durar algum tempo porque escapar ao desemprego é um evento relativamente raro”. A mesma lógica aplica-se a Portugal, onde a probabilidade mensal de um desempregado encontrar trabalho é cerca de metade da registada na Dinamarca.

A anatomia da esclerose europeia

A análise de Benjamin Schoefer agrupa Portugal no cluster dos países “mediterrânicos”, juntamente com Itália, Espanha e França, caracterizados por uma “prevalência elevada de contratos a termo certo” como escape à rigidez dos contratos permanentes. Este dualismo no mercado laboral português representa, segundo o estudo, “má dinâmica” em vez do tipo “bom” que ainda pode estar em falta e limitado pelas instituições do mercado de trabalho europeu.

O investigador demonstra que “países onde um indivíduo desempregado encontra um novo emprego lentamente, eles vão mantê-lo muito mais tempo uma vez empregados” — uma correlação que ilustra perfeitamente a realidade portuguesa, onde a dificuldade em encontrar trabalho leva os trabalhadores a permanecerem indefinidamente nas mesmas funções, mesmo quando estas se tornam obsoletas ou improdutivas.

O estudo lança um alerta específico sobre o impacto desta rigidez na capacidade de Portugal e de outros países europeus em competir nos setores tecnológicos e de inovação. “Atividades económicas relacionadas com TIC e inovações disruptivas, para empresas novas e estabelecidas, são deprimidas por instituições rígidas do mercado de trabalho”, argumenta Benjamin Schoefer, sugerindo que a incapacidade de facilitar a mobilidade laboral pode estar a condenar Portugal a ficar para trás na corrida tecnológica global.

Compreender como as instituições do mercado de trabalho europeu moldam os resultados macroeconómicos parece tão urgente agora como durante a crise do desemprego há cerca de 40 anos.

Benjamin Schoefer

Professor da da Universidade da Califórnia em Berkeley no relatório Eurosclerosis at 40: Labor Market Institutions, Dynamism, and European Competitiveness

Esta conclusão é particularmente significativa quando o autor revela que “países com EPL [legislação de proteção do emprego] elevado irão otimamente especializar-se em inovação incremental que melhora bens existentes em vez de inovação disruptiva”. Em termos práticos, significa que Portugal pode estar estruturalmente condenado a melhorar marginalmente produtos e serviços existentes, em vez de criar as tecnologias revolucionárias que dominam os mercados globais.

A investigação de Benjamin Schoefer estabelece ainda uma comparação entre Portugal e Espanha, mencionando as “experiências espanhola vs. portuguesa” como um dos “puzzles” mais intrigantes na evolução do desemprego europeu. Enquanto Espanha conseguiu implementar reformas significativas no seu mercado laboral, Portugal parece ter permanecido relativamente estático nas suas estruturas institucionais.

O académico é categórico na sua avaliação da urgência desta questão: “compreender como as instituições do mercado de trabalho europeu moldam os resultados macroeconómicos parece tão urgente agora como durante a crise do desemprego há cerca de 40 anos”. Para Portugal, esta urgência é amplificada por fatores como o envelhecimento populacional, as dificuldades crescentes de recrutamento, e a necessidade de transição para uma economia mais tecnológica e sustentável.

A classificação de Portugal entre os países com “estrutura industrial estática com poucas empresas novas a surgir para perturbar indústrias existentes ou desenvolver novos motores de crescimento” representa um desafio existencial para a economia nacional. Como conclui o estudo, sem reformas profundas que facilitem a mobilidade laboral e empresarial, Portugal pode estar condenado a “escolher entre ser líder em novas tecnologias, um farol de responsabilidade climática e um jogador independente no cenário mundial”, porque não conseguirá ser tudo ao mesmo tempo.

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Movimento Porta a Porta mobiliza cidades contra a escalada das rendas

  • Lusa
  • 28 Junho 2025

São várias as manifestações promovidas pelo Porta a Porta que decorrem pelo país pelo direito à habitação, pedindo contratos de arrendamento de 10 anos, controlo das rendas e fim da especulação.

O movimento Porta a Porta mobilizou hoje em Faro cerca de quatro dezenas de pessoas que se manifestaram pelo direito à habitação, exigindo uma casa para todos, numa região com muitos problemas no setor.

“Não podemos permitir que o problema se agrave mais, se é urgente baixar as rendas regulando e fixando o seu preço, é igualmente urgente que os contratos em vigor e os novos contratos tenham uma duração mínima de 10 anos”, disse a porta-voz no Algarve do movimento Porta a Porta, Ana Tarrafal, numa intervenção que fez em frente ao mercado municipal de Faro. A manifestação na capital algarvia foi a primeira de muitas que, ao longo do dia, se vão realizar em várias cidades do país.

Para Ana Tarrafal, “não se pode permitir que o problema se agrave mais e por isso é preciso pôr fim a todas as formas de despejo sem alternativa de habitação digna e mobilizar todos os devolutos, públicos e privados”.

Durante o encontro foram gritadas várias palavras de ordem, como: “Abril, exige casa para viver” , “A paz o pão saúde habitação, cumprir a Constituição”, “Exigimos diminuir já a taxa de juro e pôr os bancos a pagar”, entre outras.

O movimento Porta a Porta apresentou um Caderno Reivindicativo de Emergência para o problema da falta de habitação, com doze pontos. Entre esses pontos está o pedido para se “baixar as rendas: regulando e fixando o preço”.

“Não nos vão parar, o que vivemos não se pode mais tolerar. Vamos para uma nova fase de luta, de combate, de confronto pelo direito de todos aqueles que, vivendo e trabalhando no nosso país, precisam de casa para viver”, reclamou Ana Tarrafal debaixo do sol algarvio e com uma temperatura que já ultrapassava os 30º C a meio da manhã.

O movimento Porta a Porta apresentou também um Caderno Reivindicativo de Emergência para o problema da falta de habitação, com doze pontos. Entre esses pontos estão os pedidos para se “baixar as rendas: regulando e fixando o preço”, “10 anos de duração mínima nos contratos de arrendamento (novos e em vigor)”, mobilizar todas as casas vazias para o arrendamento (excluídas as casas dos emigrantes e de segunda habitação).

Os manifestantes querem ainda “proibir novas licenças para todos os tipos de alojamento turísticos em zonas de pressão e carência habitacional, com revisão imediata das licenças em vigor e mobilização das mesmas para arrendamento de longa duração a preço regulado” e o “fim imediato dos benefícios fiscais que facilitam a especulação imobiliária”.

No final da manifestação foi votada e aprovada por unanimidade dos presentes uma moção com o título “Ocupar as ruas para que estas não virem o nosso teto! Pela Aplicação do Caderno Reivindicativo de Emergência para a Habitação”. “O Governo e a maioria de direita que saiu das eleições legislativas hostilizam todos aqueles que, vivendo e trabalhando no nosso país, precisam de casa para viver!”, começa por afirmar o texto da moção.

O documento termina com a constatação de que “está pior ter casa para viver”, exigindo os presentes “soluções para agora” pelo direito à habitação em Portugal.

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Buffett faz história com nova doação filantrópica recorde de 6 mil milhões de dólares

O "Oráculo de Omaha" bateu o seu próprio recorde, doando 6 mil milhões de dólares a várias fundações. Foi a maior doação anual desde que iniciou a sua jornada filantrópica há quase duas décadas.

Aos 94 anos, Warren Buffett surpreendeu mais uma vez o mundo com uma doação histórica. O “superinvestidor” doou cerca de 12,36 milhões de ações da classe B da sua Berkshire Hathaway, avaliadas em aproximadamente 6 mil milhões de dólares (cerca de 5,1 mil milhões de euros), à fundação Gates e a quatro fundações dos seus familiares: a fundação Susan Thompson Buffett (em memória da sua primeira esposa) e às três fundações dirigidas pelos seus filhos como a fundação Howard G. Buffett, a fundação Sherwood (liderada por Susie) e a fundação NoVo (sob a alçada de Peter).

Esta doação supera em 13,2% os 5,3 mil milhões de dólares entregue em junho do ano passado, tornando-se também na maior doação anual desde que iniciou a sua jornada filantrópica há quase duas décadas. Esta generosidade eleva o total das suas contribuições filantrópicas para mais de 61 mil milhões de dólares desde 2006.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

As doações de Buffett não são feitas ao acaso. Este ano não foi diferente. As instituições que receberam as ações da Berkshire Hathaway têm missões bem definidas e complementares. A Fundação Susan Thompson Buffett concentra-se na saúde reprodutiva e planeamento familiar, enquanto a Sherwood Foundation apoia organizações sem fins lucrativos no Nebraska e programas de educação pré-escolar. Por sua vez, a Fundação Howard G. Buffett dedica-se ao combate à fome global, ao tráfico humano e à mitigação de conflitos, e a NoVo Foundation foca-se em raparigas e mulheres marginalizadas, bem como em comunidades indígenas.

Porém, a maior fatia desta doação (cerca de 76% das ações entregues) foi enviada para a fundação Gates, de Bill e Melinda Gates, instituição que tem sido o principal destino da filantropia do Oráculo de Omaha ao longo dos anos. Um dos principais marcos feito em colaboração com a fundação Gates foi a criação, em 2010, do “Giving Pledge”, uma iniciativa que encoraja outros bilionários a doar pelo menos metade das suas fortunas. Até hoje, mais de 200 milionários, incluindo Elon Musk e Mark Zuckerberg, assinaram este compromisso.

Em 2006, Buffett fez uma promessa radical: doar 99,5% da sua fortuna ainda em vida ou após a morte. Desde então, já distribuiu 56,6% das suas ações da Berkshire Hathaway.

Mesmo após esta doação histórica, Buffett mantém ainda 13,8% das ações da Berkshire Hathaway, a empresa que o “Oráculo de Oamaha” lidera desde 1965 e que hoje vale mais de 897 mil milhões de euros. O conglomerado, sediado em Omaha, Nebraska, nos EUA, detém cerca de 200 empresas, incluindo a seguradora Geico e a companhia ferroviária BNSF, além de participações em gigantes cotadas como a Apple, Coca-Cola e American Express.

A fortuna de Buffett, estimada em cerca de 130 mil milhões de euros antes desta doação, coloca-o como a quinta pessoa mais rica do mundo segundo a revista Forbes. Após a contribuição, desceu para a sexta posição, mas isso parece ser precisamente o que pretende. “Nunca desejei criar uma dinastia ou seguir qualquer plano que se estendesse para além dos filhos”, afirmou Buffett no final do ano passado em mais uma doação de ações.

Em 2006, Buffett fez uma promessa radical: doar 99,5% da sua fortuna ainda em vida ou após a morte. Desde então, já distribuiu 56,6% das suas ações da Berkshire Hathaway. Recentemente reformulou o seu testamento, determinando que os seus três filhos terão cerca de dez anos para distribuir o dinheiro restante após a sua morte, devendo decidir unanimemente onde aplicar os fundos.

Esta estratégia reflete uma filosofia filantrópica profundamente enraizada, e esta doação de 6 mil milhões de dólares representa mais do que um gesto de generosidade. É a consolidação de uma visão sobre como a riqueza extrema pode ser uma força transformadora no mundo, e que a verdadeira medida do sucesso não está na acumulação de riqueza, mas na capacidade de a transformar em progresso social duradouro.

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