Após surpresa no arranque do ano, economia começa a dar sinais de arrefecimento

Indicadores como exportações e produção industrial mostram sinais de abrandamento. Com crescimento inesperado do primeiro trimestre, era difícil não se verificar desaceleração, dizem os economistas.

Após um primeiro trimestre que superou a maioria das previsões, a economia portuguesa começa a mostrar alguns sinais de abrandamento. Ainda que o arranque do ano tenha dado um impulso, existem indicadores como as exportações e a produção industrial que já denotam algum arrefecimento, como salientam os economistas ouvidos pelo ECO. Inquéritos de confiança e do sentimento económico mostram também que empresários e consumidores estão cautelosos em relação ao futuro, numa altura ainda de muita incerteza.

“A situação económica está extremamente fluida, com efeitos de choques anteriores a comporem com novos choques“, salienta o economista João César das Neves ao ECO, razão pela qual “a evolução mensal ou trimestral é tão volátil”. Para o economista, “parece realmente que, depois de um primeiro trimestre inesperadamente bom, o segundo mostra-se bastante menos favorável”, algo que já está refletido nas projeções de algumas organizações internacionais.

Pedro Braz Teixeira, diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade, também salienta ao ECO que, no que diz respeito aos números trimestrais, “é quase impossível não haver uma desaceleração” depois do crescimento excecional que se verificou no primeiro trimestre. Esse desempenho inesperado levou até à revisão em alta de várias estimativas do crescimento anual, atualizações que se devem “quase exclusivamente ao primeiro trimestre”, que “não se espera que venha a ter impacto nos trimestres seguintes”.

As primeiras estimativas para o desempenho do segundo trimestre só vão ser conhecidas a 31 de julho, sendo depois confirmados um mês depois, no final de agosto. Mas o próprio ministro das Finanças já sinalizou, esta quarta-feira, que as contas públicas no segundo trimestre serão “significativamente piores”. Até porque “muitas medidas só terão reflexo nas contas a partir do segundo trimestre”, como o IVA Zero, o aumento extraordinário dos salários da Função Pública e do subsídio de alimentação, o apoio às famílias mais vulneráveis e o aumento das pensões, explicou.

Deve-se ter em conta também que “o ambiente genérico é fraco, continua a subida das taxas de juro, cujo impacto não foi completamente refletido nas famílias e empresas”, já que “há sempre um desfasamento com as Euribor”, salienta o economista Pedro Braz Teixeira. Além disso, a “conjuntura internacional também não favorece”, sendo que, por exemplo, a Alemanha entrou em recessão técnica.

Assim, existe um conjunto de indicadores que mostram e permitem antecipar alguma desaceleração da economia, nomeadamente a produção industrial e as exportações, para além do clima económico.

Exportações caem 3,6% em abril

As exportações portuguesas registaram uma contração de 3,6% em abril, em termos homólogos e nominais, o que compara com uma variação positiva de 18,6% em março, revelou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). As importações também caíram, neste caso 5,7%, quando no mês anterior tinham aumentado 9,6%.

O gabinete estatístico sublinha que “desde os primeiros meses de 2021 que não se registavam decréscimos nas transações de bens de Portugal com os mercados externos”. No entanto, assinala que o mês de abril de 2023 teve menos um dia útil que o mês homólogo de 2022 e menos cinco dias úteis que o mês anterior.

Produção da indústria portuguesa encolheu 7% em abril

A produção industrial voltou a desacelerar em abril, seguindo a tendência verificada no mês anterior. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o índice de produção industrial apresentou uma variação homóloga de -7% em abril, com o setor da energia a ser o principal motivador desta quebra. Em março, redução tinha sido de 3,6%.

“A intensidade da redução poderá estar relacionada com o escoamento de stocks e quebra de encomendas, referidas por diversas empresas”, detalha o INE no relatório divulgado esta quinta-feira. Sem contar com o agrupamento de energia, o INE indica que esta variação foi de -4,6%, em abril e -0,9% em março.

Clima económico volátil: agrava em maio mas estabiliza em junho

Os dados conhecidos de abril, agregados na síntese do INE, mostraram que a economia estava a abrandar. “Os indicadores de curto prazo (ICP) relativos à atividade económica na perspetiva da produção, disponíveis para abril, apontam para uma diminuição na indústria e uma desaceleração nos serviços e na construção”, refere o Instituto Nacional de Estatística em comunicado.

Além disso, o INE referia também que o indicador de clima económico, que sintetiza as questões relativas aos inquéritos qualitativos às empresas, “diminuiu em maio, após ter aumentado entre janeiro e abril”. De salientar ainda que, na perspetiva da despesa, “o indicador de atividade económica desacelerou em abril, verificando-se um aumento do indicador de investimento e uma desaceleração do indicador de consumo privado”.

Mas em maio, o indicador acabou por estabilizar, ainda que a situação não seja uniforme. “Os indicadores de confiança aumentaram na construção e obras públicas e nos serviços, tendo diminuído na indústria transformadora e no comércio”, indica o INE, no inquérito mais recente.

Já olhando para o indicador do Banco de Portugal, as últimas duas semanas foram de crescimento da atividade económica, mas, na semana terminada a 11 de junho, o indicador diário de atividade económica (DEI) apontava “para uma taxa de variação homóloga inferior à observada nas semanas anteriores”, uma quebra que surgiu após quatro semanas consecutivas de manutenção da atividade.

A generalidade dos indicadores de alta frequência” vai no sentido de um abrandamento, admite João César das Neves, passando pelo Indicador de Sentimento Económico e as vendas de veículos e cimento, destacando que “a síntese do INE agrega esses vários indicadores”.

Como salienta o economista e professor do Centro de Economias e Finanças da Universidade do Porto, João Loureiro, indicadores como o clima económico são importantes porque “são auscultações feitas por inquérito a consumidores e empresários e dão indicações se há degradação” das expectativas, que poderão influenciar a evolução futura. Ou seja, “se perguntarem como acha que vai está a situação e várias pessoas disserem que está pior, o mais provável é que vá mesmo” porque perante essas expectativas vão agir de acordo e consumir menos, explica.

Pedro Braz Teixeira acrescenta que os dados do clima económico e indicadores de confiança “são dos indicadores mais em cima do acontecimento, porque são do próprio mês”, ao contrário de outras métricas.

Crédito à habitação com o maior abrandamento em três anos

Os bancos continuam a registar uma redução do ritmo de contratualização do crédito à habitação, o que pode refletir já o acesso mais caro a financiamento. Segundo dados divulgados na quarta-feira pelo Banco de Portugal, o montante total de empréstimos para habitação em maio era de 99,5 mil milhões de euros, menos 118,3 milhões de euros (-0,12%) do que no final de abril. Foi o quinto mês consecutivo em que o volume de crédito à habitação concedido pela banca registou taxas mensais negativas.

Há dez meses consecutivos que a concessão de crédito à habitação está em queda, passando de uma taxa homóloga de 4,8% em julho de 2022 para 0,8% em maio. Desde maio de 2020 que não se assistia a um crescimento homólogo tão baixo. Já o stock do crédito à habitação está no valor mais baixo desde julho de 2022 e há quatro meses consecutivos que está abaixo da fasquia dos 100 mil milhões de euros.

Inflação desacelera para 3,4%

Depois de uma desaceleração da inflação em maio para 4%, junho manteve a tendência e recuou para 3,4%, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). É o oitavo mês consecutivo de abrandamento, sendo que a desaceleração em ambos os meses foi justificada em parte por um efeito de base, mas deve-se sobretudo à descida dos preços da energia. Apesar de ter desacelerado, continua elevada e o indicador está sujeito a algumas distorções estatísticas.

“Esta desaceleração continua a ser em parte explicada pelo efeito de base, resultante do aumento de preços dos combustíveis verificado em junho de 2022″, indica o INE. Medidas como o IVA Zero também ajudam à descida dos preços.

Desemprego a cair

A taxa de desemprego em maio diminuiu para 6,4%, uma descida de apenas 0,1 pontos percentuais face ao apurado no mês anterior, que foi revisto em baixa de 6,8% para 6,5%. Em termos homólogos, contudo, o desemprego aumentou 0,4 p.p., segundo os dados provisórios divulgados na quinta-feira pelo INE. Em maio, 338.600 pessoas estavam desempregadas no país.

Já o número de pessoas registadas nos centros de emprego como desempregadas baixou em maio para 285.855, recuando tanto a abril como em relação a igual período do ano passado. Em maio estavam inscritas no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) menos 9.567 pessoas (-3,2%) do que em abril e menos 10.539 pessoas (-3,6%) do que em maio de 2022, segundo os dados divulgados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

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Dona do NorteShopping e do Colombo abre novo escritório na Maia para “trabalho do futuro”

Com 1.100 metros quadrados de área e capacidade para mais de uma centena de postos de trabalho, a Sonae Sierra tem um novo escritório na Maia, no campus Sonae.

Depois de reposicionar o negócio, com a entrada em novas áreas, a Sonae Sierra, a dona do NorteShopping e do Colombo, acaba agora de abrir um novo escritório na Maia, no campus Sonae, preparado para o “futuro do trabalho”.

“Os novos escritórios que a Sierra agora inaugura são um excelente exemplo daquilo que é a nossa visão para os espaços de trabalho do futuro, ou seja, daquilo que empresas de vanguarda precisam para dar resposta às ambições das suas pessoas e investidores. O projeto tem assinatura da Reify., a unidade de negócio da Sierra que se foca em criar e materializar espaços urbanos sustentáveis, inovadores e inspiradores, que os investidores procuram, e onde as pessoas se sentem confortáveis e estimuladas”, diz Inês Drummond Borges, chief transformation officer da Sonae Sierra, ao Trabalho by ECO.

“A arquitetura tem um impacto determinante na forma como agimos num determinado lugar, pelo que procuramos que os espaços que criamos modelem os comportamentos que desejamos ver nas pessoas que os utilizam. No projeto do nosso novo escritório no Porto, quisemos garantir que trabalhar aqui nos inspira a sermos ainda mais abertos, dinâmicos e colaborativos na forma como construímos em conjunto esta nova Sierra, visto que estamos num processo de transformação de negócio e organização”, reforça a gestora.

Com 1.100 metros quadrados de área e capacidade para mais de 100 postos de trabalho, o novo escritório da dona do NorteShopping e do Colombo apresenta um conceito assente numa praça central, o Café Central, “a zona de cafetaria do escritório, onde as pessoas se vão, naturalmente, cruzar e partilhar questões, conhecimento e experiência, para encontrarem, em conjunto, melhores soluções”, descreve Inês Drummond Borges.

À volta deste lugar, criámos uma diversidade de espaços para desempenhar diferentes tipos de tarefas, individualmente ou em grupo, em interação presencial e digital. Estimular a criatividade e oferecer soluções adicionais para momentos de pausa são também componentes essenciais do conceito. Influenciam o bem-estar das pessoas e tornam mais interessante vir trabalhar aqui”, refere ainda.

Escritório responde a modelo híbrido

A empresa tem implementado um modelo híbrido de trabalho, para “todas as funções compatíveis”, a maioria. Inês Drummond Borges faz um balanço positivo.

“Até agora, tem entregado resultados interessantes, conferindo à experiência de trabalhar na Sierra uma flexibilidade muito valorizada pelas pessoas, sem prejuízo da eficiência. Combinar semanalmente dois ou três dias de trabalho remoto com dois ou três dias de trabalho no escritório (a quantidade de uns e de outros varia ligeiramente consoante as funções) tem sido uma solução equilibrada para facilitar o trabalho em equipa e a transferência de know-how e perspetivas entre diferentes perfis e gerações, e a conciliação das múltiplas ambições que temos na vida”, considera a chief transformation officer.

Procurámos criar um espaço que liberte o talento e a energia criativa que existe nas nossas pessoas, nas mais jovens e nas mais experientes. Queremos impor um ritmo de transformação da forma de fazer negócio que impulsione o novo ciclo de crescimento que ambicionamos e que está a tomar forma.

O novo escritório responde, assim, a este novo modelo de trabalho. “No convite permanente à conexão, ao cruzamento de pessoas, ideias, soluções, ou seja, no foco em colaboração, sem barreiras nem paredes. Isto sem prejuízo de garantir concentração e privacidade sempre que necessário”, diz a responsável. “Reflete também na medida em que oferece diversidade de locais, formatos, soluções e posições de trabalho e de pausa que possam inspirar perspetivas diferentes e mais criatividade. A informalidade é outra tónica permanente, muito importante na forma como a geração Z, que está agora a entrar no mercado, se projeta no trabalho”, continua.

“Procurámos criar um espaço que liberte o talento e a energia criativa que existe nas nossas pessoas, nas mais jovens e nas mais experientes. Queremos impor um ritmo de transformação da forma de fazer negócio que impulsione o novo ciclo de crescimento que ambicionamos e que está a tomar forma”, refere ainda.

A reformulação teve ainda preocupações com a sustentabilidade, tema no “ADN da empresa desde a sua fundação”.

A cobertura do edifício tem claraboias, aumentando a captação de luz natural e a sua distribuição para todos os espaços de trabalho, por exemplo, a iluminação é 100% LED de baixo consumo, com regulação automática em função da luminosidade e da presença e controlo por domótica; o sistema de climatização é regulável mediante sondas de temperatura, permitindo poupanças até 70% nos consumos de energia elétrica.

O espaço aposta ainda em materiais naturais, como madeira e plantas, combinando arte urbana com ofícios tradicionais, como o trabalho em burel, da autoria de artistas e oficinas nacionais. A empresa não revelou o valor de investimento nesta reconversão do espaço.

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SME EnterPRIZE premia PMEs portuguesas com boas práticas ambientais

  • ECO Seguros
  • 2 Julho 2023

A 2ª edição dos prémios decorre simultaneamente em 9 países, incluindo Portugal, onde a EY é knowledge partner. A Tranquilidade premeia estratégias de sustentabilidade com 15 mil euros.

O SME EnterPRIZE, prémio europeu de sustentabilidade para Pequenas e Médias Empresas (PME), promovido pelo Grupo Generali, está na sua 2ª edição, mais uma vez com o objetivo de incentivar modelos de negócio sustentáveis na Europa. A Tranquilidade, seguradora parceira dos prémios, vai reconhecer PMEs inovadoras em Portugal, com produtos e serviços avaliados em 15 mil euros.

Na 1ª edição do Prémio SME EnterPRIZE, em 2022, foram distinguidos 3 projetos, nas áreas de slow fashion, produção de algas e metalomecânica.

A iniciativa, que decorre simultaneamente em 9 países, reuniu candidaturas até ao final de maio, em vários países europeus, incluindo Portugal, onde a EY é knowledge partner e o júri é composto por personalidades independentes. Além de valorizar as boas práticas ambientais, este ano, o SME EnterPRIZE também reconhecerá as iniciativas das PMEs no âmbito social.

Os objetivos do SME EnterPRIZE são apoiar as PMEs nos seus esforços de sustentabilidade, e reconhecer práticas que combinem competitividade e equilíbrio ambiental. O prémio destaca as PMEs que promovem a redução de emissões de gases e do efeito estufa, a otimização de recursos e consumo, a reciclagem, a recuperação de matérias-primas e a economia circular. Valoriza aquelas que pensam no bem-estar dos seus colaboradores, das suas famílias e das comunidades onde operam.

No âmbito dos prémios, a universidade italiana SDA Bocconi School of Management realizou uma pesquisa com 1.200 PMEs europeias, observando que as PMEs dos diversos países apresentam ritmos diferentes nos processos rumo à sustentabilidade. Portugal ocupa a 3ª posição, logo após Alemanha e Itália, no ranking dos países onde a maior percentagem de PMEs possui uma abordagem estratégica para a sustentabilidade.

Quando questionadas sobre os apoios mais relevantes, a maioria das PMEs (73%) afirmou que é importante que os governos ofereçam incentivos fiscais que promovam a sustentabilidade. Em seguida, os fundos da União Europeia, que financiam a transição verde, foram apontados por 67% das PMEs.

As PMEs identificaram o aumento do preço da energia, a inflação e a guerra na Ucrânia como os principais obstáculos para a sua abordagem sustentável.

Aquelas que já iniciaram sua jornada rumo à sustentabilidade destacam os benefícios dessa opção estratégica: 82% das PMEs pesquisadas relataram uma melhoria no impacto ambiental, 75% mencionaram uma melhoria na satisfação dos clientes e 64% destacaram uma melhoria na reputação e no diálogo com os stakeholders.

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Seguradoras e bancos chegam a acordo para salvar Eurovita

  • ECO Seguros
  • 2 Julho 2023

Generali, Intesa Sanpaolo Vita, Poste Vita, UnipolSAI e Allianz juntaram-se para criar uma nova empresa que assumirá as apólices de seguro de vida da Eurovita.

As quatro maiores seguradoras italianas e a alemã Allianz chegaram a acordo sobre um plano de salvamento de vários milhares de milhões de euros para a Eurovita, informou o Instituto de Supervisão dos Seguros italiano (IVASS) na sexta-feira, após meses de trabalho para mediar um acordo que também envolve 25 bancos.

No início deste ano, a Eurovita tornou-se a primeira companhia de seguros italiana a ser colocada sob administração especial, depois de ter tido problemas decorrentes do aumento das taxas de juro.

As seguradoras Generali, Intesa Sanpaolo Vita, Poste Vita, UnipolSAI e Allianz criarão uma nova empresa que assumirá as apólices de seguro de vida da Eurovita.

Cerca de 10 mil milhões de euros em apólices serão transferidos para a nova empresa, ou seja, dois terços dos ativos totais da Eurovita no final do ano passado, disse fonte próxima do assunto à agência Reuters.

Os problemas da Eurovita evidenciam a ameaça que as seguradoras de vida enfrentam devido ao aumento das taxas de juro. A subida levou muitos pequenos aforradores a rescindir as suas apólices e a reinvestir o capital em busca de melhores rendimentos, obrigando as seguradoras a vender as obrigações subjacentes com prejuízo. A IVASS afirmou que os problemas da Eurovita foram agravados por uma má gestão dos riscos e pela falta de vontade do proprietário, a empresa britânica de capitais privados Cinven, de fornecer mais capital. No início deste ano, a IVASS congelou os resgates antecipados na Eurovita, depois de ter nomeado um comissário especial para a gerir.

Na sexta-feira, a Comissão prorrogou o congelamento até 31 de outubro, enquanto são finalizados os pormenores técnicos da operação de salvamento.

Para evitar que as cinco seguradoras sejam afetadas por resgates quando a proibição for levantada, os bancos que venderam os produtos à Eurovita estão a participar no resgate. Os credores fornecerão financiamento para reembolsar os clientes da Eurovita que resgatarem as suas apólices, mantendo as obrigações subjacentes até ao vencimento e neutralizando quaisquer perdas. Este financiamento ascende a 6 mil milhões de euros, disse à Reuters a mesma fonte.

Os bancos incluem o Banco BPM, o BPER, o Credit Agricole, o FinecoBank, o Intesa Sanpaolo, o Mediobanca e o Monte dei Paschi.

Os mutuantes foram aconselhados pela Vitale & Co e pela sociedade de advogados Gatti Pavesi Bianchi Ludovici.

 

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Mediadora EXS atinge 1,5 milhões de euros de receita em 26 mil seguros

  • ECO Seguros
  • 2 Julho 2023

A empresa registou um crescimento médio superior a 30% em cada ano. Fatura atualmente cerca 1 milhão e 500 mil euros anuais. Diz que quer continuar na linha da frente da área de mediação.

Na celebração do seu 27º aniversário, a EXS Mediação de seguros juntou-se para refletir no crescimento da empresa ao longo da última década e expressou o objetivo de continuar a oferecer soluções de qualidade aos clientes.

A mediadora EXS Seguros celebrou 27 anos com Convenção especial e Sunset Party no rio Tejo.

“Temos muito para nos orgulhar e é importante celebrá-lo com a nossa equipa e os nossos parceiros. Nesta última década tivemos um crescimento médio superior a 30% em cada ano, faturando neste momento praticamente 1 milhão e 500 mil euros anuais. Contamos com uma equipa de 26 colaboradores para, diariamente, ajudar o cliente a assegurar as melhores soluções. A nossa ambição para os próximos 10 anos é continuar na linha da frente da área de mediação, no que toca no serviço ao cliente”, disse Alexandre Carvalho, CEO da EXS Seguros.

A empresa realizou uma Convenção Anual no Museu do Oriente e uma ‘Sunset Party’ no Rio Tejo. Foram premiados os melhores gestores comerciais nas áreas de Vida e Não Vida e atribuídos Prémios Revelação a colaboradores em novas funções. Houve reconhecimento ainda para os profissionais mais resilientes, pela capacidade de superar desafios, de se adaptarem às mudanças e por perseverarem em momentos difíceis. Foram premiados ainda os colaboradores com 5, 10 e 25 anos de colaboração com a EXS.

A mediadora EXS nasceu em 1996, colabora atualmente com 26 seguradoras e conta com consultores especializados em cada ramo. Conta com uma rede de mais de 17 mil segurados e mais de 26 mil seguros.

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Seguradoras brasileiras querem reforçar parcerias com empresas portuguesas

  • Lusa
  • 2 Julho 2023

O presidente da CNseg do Brasil reuniu-se em Lisboa com o seu homólogo português. Afirma que "há muito espaço" para negócios entre os dois países.

O presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) do Brasil, que se reuniu na semana passada, em Lisboa, com o seu homólogo português, disse à Lusa que “há muito espaço” para negócios e cooperação no setor entre os dois países.

“Há muito espaço para cooperação económica e comercial efetiva, com investimentos de ambas as partes”, disse Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) do Brasil.

Dyogo Oliveira, que se deslocou a Portugal para participar na XI edição do Fórum Jurídico de Lisboa, evento que juntou durante três dias na Faculdade de Direito de Lisboa vários especialistas e responsáveis políticos do Brasil e Portugal, disse que se encontrou com o seu homólogo da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), José Galamba de Oliveira, para fazer “prospeção de cooperação entre os dois países no setor segurador”.

Em entrevista à Lusa, o presidente da CNseg disse que foram discutidas alternativas de como fomentar uma maior cooperação na indústria de seguros entre o Brasil e Portugal na reunião com o seu homólogo.

Segundo o líder do CNseg, existem duas possibilidades a explorar entre os dois países. Uma “é a troca de experiências, de conhecimento. O Brasil está passando por transformações importantes na regulação do setor” e “a Europa tem um estágio de implementação regulatória bastante avançado”, referiu. Por isso, o Brasil tem “muito a aprender com a experiência de outros países. E essa é uma matéria a desenvolver com as nossas contrapartes aqui em Portugal”, revelou.

A outra possibilidade é a de cooperação económica entre empresas. “Há muito espaço para cooperação económica e comercial efetiva, com investimentos de ambas as partes. Há uma presença muito pequena das empresas portuguesas de seguros no Brasil, embora exista um cruzamento de participações societárias“, o que faz com que muitas pertençam a grupos económicos que também têm interesses no mercado brasileiro. E “as empresas brasileiras têm uma presença praticamente nula em Portugal. Então há muito a explorar nisso”, defendeu.

Segundo o presidente da confederação, as empresas brasileiras de seguros têm um nível de desenvolvimento e modelos de subscrição muito sofisticado e tecnologia moderna, pelo que têm “muita oportunidade de participar no mercado português”.

A CNSeg representa 160 seguradoras e o setor no país cresceu 11% no ano passado. Para Dyogo Oliveira, o mercado português é “já bem maduro nos seguros tradicionais”, enquanto o Brasil tem uma experiência boa em produtos inovadores como o seguro para riscos cibernéticos e seguros garantia, “atrelados a operações financeiras. Há muito espaço tanto no Brasil como em Portugal para que as empresas avancem” para negócios, concluiu. Portugal pode ser, para as seguradoras brasileiras, um primeiro passo de internacionalização “para voos mais longos”, para a Europa, realçou.

Dyogo Oliveira aproveitou a oportunidade de se reunir com o seu homólogo português para convidar os associados da APS a participarem em setembro na Fides Rio 2023, grande conferência interamericana do setor.

 

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Twitter amplia limites de leitura de tweets impostos no sábado

  • Lusa
  • 2 Julho 2023

O dono do Twitter decidiu ampliar os limites impostos no sábado à leitura de publicações por cada utilizador, assinalando a "ironia" de que o tweet com esse anúncio se tornou no mais lido de sempre.

O dono do Twitter decidiu ampliar os limites impostos no sábado à leitura de publicações por cada utilizador, assinalando a “ironia” de que o ‘tweet’ com esse anúncio se tornou no mais lido de sempre até à data.

No sábado, o empresário Elon Musk anunciou que a rede social Twitter impôs temporariamente limites diários no número de publicações que um utilizador pode ler, alegando evitar assim “níveis extremos de recolha de dados e manipulação do sistema”.

Num tweet publicado no sábado e que é atualmente o mais lido de sempre até à data nesta rede social, o dono do Twitter informou que as “contas verificadas” poderiam ler até “6.000 publicações por dia”, enquanto as “contas não verificadas” poderiam ler 600 e no caso das “novas contas não verificadas” seriam 300 mensagens.

Nesse anúncio, o empresário ressalvou que esses limites poderiam “em breve” ser elevados para 8.000, 800 e 400, respetivamente.

Em poucas horas, Elon Musk avançou com alterações, aumentando os limites para 10.000 publicações para contas verificadas, 1.000 para contas não verificadas e 500 para novas contas não verificadas.

Apesar de tudo, o anúncio inicial de limites de leitura de publicações no Twitter causou “alvoroço” na rede social, enquanto muitos usuários relataram problemas para aceder aos conteúdos.

A primeira publicação do dono do Twitter sobre a imposição de limites acumulou, entre sábado à tarde e a manhã deste domingo, mais de 455 milhões de leituras.

Em mais um exercício de ironia, esta publicação conseguiu um recorde de visualizações!“, indicou o empresário, que comentou com sarcasmo numa outra mensagem como os utilizadores estavam a atingir os limites de leitura “por ler acima dos limites” e reclamam da medida.

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Rússia faz ataque com drones a Kiev e arredores e Zelensky visita Odessa

  • Lusa
  • 2 Julho 2023

A Rússia efetuou na madrugada um ataque de drones a Kiev, o primeiro deste tipo após 12 dias, enquanto Zelensky visitava a cidade de Odessa, no sul do país.

A Rússia efetuou na madrugada deste domingo um ataque de drones à cidade de Kiev, o primeiro deste tipo após 12 dias, enquanto o Presidente Zelensky visitava a cidade de Odessa, no sul do país, informaram as autoridades.

Segundo o chefe da administração da cidade de Kiev, Serhii Popko, todos os drones lançados pelos militares russos contra a capital e arredores “foram detetados e abatidos” e eram armas de fabrico iraniano (Shahed).

O governador regional de Kiev, Ruslan Kravchenko, informou que uma pessoa foi ferida por destroços de um drone destruído, não tendo revelado o número exato de drones com explosivos enviados para a área da capital ucraniana.

Contudo, a força aérea da Ucrânia informou que em todo o país foram detetados oito Shaheds e três mísseis de cruzeiro Kalibr lançados pelos russos, enquanto na zona sul um rapaz de 13 anos foi ferido em um bombardeio durante a noite na província parcialmente ocupada de Kherson, no sul da Ucrânia.

De acordo com o porta-voz da administração ucraniana daquela província, Oleksandr Tolokonnikov, a criança foi ferida quando o exército russo bombardeou a vila de Mylove, na margem do rio Dnieper, no distrito de Beryslav.

O bombardeamento à província de Kherson continuou durante a manhã de hoje, ferindo quatro pessoas na capital regional, também chamada de Kherson, tendo as autoridades locais revelado que o alvo das forças russas foi um bairro residencial e que o ataque feriu outras quatro pessoas.

Entretanto, o Presidente Volodymir Zelensky deslocou-se à cidade de Odessa, no sul do país, para se reunir com o comandante da Marinha para recolher informações sobre a situação no Mar Negro, segundo uma publicação no Telegram, acompanhada de um vídeo.

Segundo a publicação, no encontro foram abordados “temas muito importantes”, entre eles a situação operacional no Mar Negro, as capacidades defensivas da Marinha ucraniana e a estratégia de desenvolvimento daquele ramos das Forças Armadas durante a guerra e no período pós-guerra.

“Debatemos os resultados provisórios e as perspetivas para o desenvolvimento do programa de drones navais e o programa de mísseis”, adiantou Zelensky.

Numa mensagem anterior, o Presidente já tinha felicitado os militares daquele ramo, que celebram hoje o Dia da Marinha, afirmando estar orgulhoso do trabalho por eles desenvolvido.

“Estamos orgulhosos de vós, Estamos mais fortes, estamos a ganhar”, escreveu.

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Comboio Porto-Vigo chega aos dez anos mais lento e ameaçado por independência espanhola

Comboio Celta completa dez anos com ameaça da espanhola Renfe romper a parceria que a une à CP na ligação entre o Minho e a região da Galiza. Viagem demora mais tempo em 2023 do que em 2013.

O dia 2 de julho de 2013 foi o momento mais transformador das relações ferroviárias entre o Norte e a região da Galiza. Partiu da estação de Campanhã o primeiro comboio Celta, para ligar diretamente o Porto à cidade de Vigo, através de uma automotora a diesel da série 592, alugada pela CP à congénere espanhola Renfe. Na altura, a viagem entre Porto e Vigo passou a ser feita em duas horas e 15 minutos, sem paragens intermédias.

Passados dez anos, muito pouco mudou — e paira a sombra do fim deste serviço conjunto, com a Renfe a preparar-se para entrar diretamente em Portugal. Os autarcas de Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Famalicão estão focados na continuação deste comboio, independentemente do operador.

Antes do comboio Celta, a ligação entre Porto e Vigo demorava, no mínimo, duas horas e 54 minutos. Entre as duas cidades havia 14 paragens intermédias para entrada e saída de passageiros. No entanto, havia três ligações diretas por dia entre o Norte e a Galiza, conforme é possível constatar a partir da plataforma Viajar Sobre Carris, que reúne os horários dos comboios da CP desde o ano 2000. Atualmente, há dois comboios por dia e por sentido. A CP, para já, afasta um aumento do número de circulações por dia embora refira que “está a monitorizar a evolução da procura pelo serviço, com o objetivo de antecipar necessidades de aumento de frequência ou do número de lugares oferecidos”, responde ao ECO fonte oficial da transportadora.

Comboio Celta da CPNelso Silva/Wikimedia Commons

“O Celta nasceu de um processo de ativação da ligação ferroviária entre o Porto e Vigo espoletado em 2011 por iniciativa do então autarca de Viana do Castelo e, simultaneamente, Presidente do Eixo Atlântico [José Maria Costa], quando a CP queria encerrar este serviço de passageiros”, recorda ao ECO fonte oficial do município vianense.

Um ano depois da primeira partida, o comboio Celta passou a incluir paragens intermédias em Nine (concelho de Vila Nova de Famalicão), Viana do Castelo e Valença. O tempo de viagem manteve-se nas duas horas e 15 minutos até setembro de 2017, quando foram acrescentados cinco minutos à viagem. O comboio parte de Campanhã por alegada falta de espaço em São Bento – “existem constrangimentos relacionados com o número de linhas disponível e com a presença de outros serviços comerciais”, justifica a CP

Em 2023, o Celta demora duas horas e 22 minutos entre Porto e Vigo, mesmo após um investimento de 100 milhões de euros na eletrificação e na instalação de sinalização eletrónica na Linha do Minho, que continua a ser em via única e não assistiu a aumentos de velocidade. “Em relação aos efeitos do início da sinalização eletrónica na Linha do Minho no tempo de viagem entre Porto e Vigo, confirmamos que não afetou a circulação no que toca aos passageiros”, assume a transportadora ferroviária portuguesa.

“Apesar dos constrangimentos ao nível da via e do material circulante, o Celta tornou possível uma ligação ferroviária diária entre estas duas euroregiões, fortemente ligadas por traços identitários e cumplicidades empreendedoras”, acredita a câmara de Vila Nova de Famalicão, liderada pelo social-democrata Mário Passos.

A câmara de Valença assinala ainda os efeitos religiosos deste comboio: “este serviço tem sido, igualmente, importante para os peregrinos dos Caminhos de Santiago, que a ele recorrem em grande número, sendo que esta vertente do turismo religioso é muito importante para Valença, por onde passam, anualmente, entre 80 a 100 mil peregrinos.

Recorde de passageiros

O que mais mudou na última década foi o preço: no final de 2021, CP e Renfe começaram a vender, pela internet, lugares com mais de 60% de desconto. Passou a ser possível pagar 5,25 euros para viajar entre Porto e Vigo; atualmente, o preço mais baixo é de 6,75 euros. Não podendo andar mais depressa – a linha não o permite -, as duas empresas ferroviárias apostam em bilhetes mais baratos para atrair mais passageiros e concorrer com os autocarros – já há empresas que fazem a viagem em duas horas e 15 minutos.

Graças à promoção e à maior divulgação do comboio, 2022 foi o melhor ano de sempre para o comboio Celta, com 116.100 passageiros, “mais de 400% acima de 2013”, assinala ao ECO fonte oficial da Renfe. No último ano, houve, em média, perto de 80 passageiros por cada um dos quatro comboios (dois por sentido) entre Porto e Vigo, o que corresponde a cerca de 40% da lotação das automotoras da série 592 (200 lugares). Numa década, foram registados “mais de 690.000 passageiros”, segundo a CP.

“Estes dez anos vieram dar-nos razão, já que esta tem sido uma solução de transporte que tem cimentado a sua importância e aproximado o norte de Portugal e a Galiza”, nota a autarquia de Viana do Castelo.

Apesar de ser uma parceria ibérica, apenas no portal da Renfe é possível comprar bilhetes para este comboio na internet. Na página da CP, o passageiro é recambiado para a página principal da congénere espanhola. Os bilhetes para o Celta também estão à venda nas bilheteiras das estações portuguesas e espanholas. A empresa portuguesa garante que a situação vai mudar porque “está a ser desenvolvida um novo site e uma nova aplicação móvel, que permitirá comprar o ingresso diretamente no portal da CP”.

“Os desafios atuais passam mais pela divulgação do serviço prestado”, sinaliza a câmara de Viana do Castelo. Na região discute-se também um “projeto-piloto para a implementação, entre Vigo e Viana do Castelo, de um serviço de proximidade para dar resposta aos núcleos habitacionais próximos dos polígonos/parques empresariais e portos de mar; organizar frequências e horários complementares com outros meios de transporte (intermodalidade e interoperacionalidade), realizar investimentos necessários para a melhoria das vias e instalações ferroviárias, articular um serviço tarifário integrado e digitalizar a informação do transporte intermodal”, detalha a autarquia liderada pelo socialista Luís Nobre.

A independência espanhola

A Linha do Minho está eletrificada dos dois lados da fronteira desde 2021, mas a tensão na catenária é diferente: 25.000 volts do lado de Portugal e 3.000 volts do lado de Espanha. Portugal não tem material circulante que possa contrariar a situação, ao contrário de Espanha, onde a Renfe tem a locomotiva da série 252 capaz de rebocar carruagens, independentemente da corrente elétrica instalada. Por ter cerca de 30 anos, a mesma locomotiva poderá ainda ter instalado o sistema de apoio à condução Convel – ao contrário do material circulante novo, já com sistema europeu embarcado.

A empresa espanhola, apesar de “colaborar totalmente e em perfeita sintonia com a CP”, está a “trabalhar para conseguir obter o certificado de segurança em Portugal”. Ou seja, a Renfe está a preparar-se para operar comboios sozinha, sem precisar da congénere portuguesa, conforme noticiado pela imprensa espanhola no início de maio.

A CP admite a “utilização das carruagens Arco adquiridas à Renfe e que foram modernizadas nas oficinas da CP em Guifões”. Falta, no entanto, arranjar uma locomotiva para rebocar as composições – a espanhola Renfe resultaria numa solução ibérica para a situação. Em julho de 2022, o então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, já admitia o cenário de partilha de material circulante.

A situação não preocupa os autarcas de Vila Nova de Famalicão, Viana do Castelo e Valença. “O operador não é relevante. O importante é assegurar um serviço de qualidade ao nível do conforto dos passageiros e da eficiência da operação. O fator concorrencial é bem-vindo para elevar os patamares qualitativos e até quantitativos do serviço”, defende Mário Passos, presidente da câmara de Famalicão.

“Mais relevante do que quem faz, o que importa é que o serviço seja implementado, independentemente da entidade que o realize”, corrobora a autarquia de Viana do Castelo. “Independentemente de a ligação ferroviária entre o norte de Portugal ser efetuada pela CP ou pela Renfe, o que consideramos essencial é que os utilizadores deste serviço se sintam cómodos, seguros e satisfeitos por viajar nesta grande região transfronteiriça”, complementa a autarquia de José Manuel Carpinteira.

O ECO contactou ainda o município do Porto, que não respondeu às perguntas até à publicação do artigo.

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Televisão estatal russa acusa Prigozhin de ter “perdido a cabeça” por dinheiro

  • Lusa
  • 2 Julho 2023

"Prigozhin perdeu a cabeça por causa de grandes somas de dinheiro", acusou Dmitri Kissiliov, uma das principais vozes do aparelho mediático do Kremlin, no programa semanal que mantém no canal público.

A televisão estatal russa acusou o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, de ter “perdido a cabeça” depois de receber milhões em dinheiro público, ilustrando a nova narrativa de poder sobre o grupo paramilitar desde o abortado motim.

“Prigozhin perdeu a cabeça por causa de grandes somas de dinheiro”, afirmou Dmitri Kissiliov, uma das principais vozes do aparelho mediático do Kremlin, no programa semanal que mantém no canal público.

“O sentimento de ter tudo como garantido começou há muito tempo, com as operações [do Grupo Wagner] na Síria e em África”, continuou.

Segundo Kissiliov, este sentimento foi “reforçado” depois de os mercenários de Prigozhin terem tomado as cidades de Soledar e Bakhmut, na Ucrânia, no início deste ano.

“[Prigozhin] pensou que podia opor-se ao Ministério da Defesa russo, ao Estado e ao próprio Presidente”, afirmou Kissiliov que, para ilustrar os supostos delírios de grandeza do líder do Grupo Wagner, observou, sem apresentar quaisquer provas, que a empresa militar recebeu 858 mil milhões de rublos (8.800 milhões de euros) de dinheiro público.

Segundo Kissiliov, “um dos principais fatores” do motim do Wagner foi a recusa do Ministério da Defesa russo em prolongar os contratos lucrativos assinados com o grupo de catering Concord, também pertencente a Prigozhin.

A rebelião do Grupo Wagner, que ocorreu a 23 e 24 de junho, abalou as autoridades russas no meio do conflito na Ucrânia.

Durante várias horas, os combatentes do Wagner ocuparam um quartel-general do exército russo em Rostov (sudoeste) e percorreram várias centenas de quilómetros em direção a Moscovo.

O motim terminou na noite de 24 de junho, com um acordo para que Prigozhin partisse para a Bielorrússia.

Não foram anunciadas quaisquer sanções contra os amotinados, mas o futuro das empresas de Prigozhin parece incerto. Ao longo da semana que passou, os portais de notícias na Web próximos do grupo foram bloqueados na Rússia.

Sábado passado, a sede do grupo em São Petersburgo, o Wagner Center, anunciou na rede social Telegram que ia mudar de instalações, assegurando, no entanto, que continuaria a funcionar mas sob um “novo formato”.

Prigozhin insistiu que a sua revolta não tinha como objetivo derrubar o governo, mas salvar o ‘Wagner’ de ser desmantelado pelo Estado-Maior russo, a quem acusa descaradamente de “incompetência” no conflito na Ucrânia.

Desde segunda-feira, 26 de junho, que Prigozhin não fez quaisquer declarações públicas.

Hoje, Kissiliov contestou a ideia de que os combatentes do ‘Wagner’ eram os mais eficazes das forças russas, afirmando que tinham levado “225 dias” a tomar Bakhmut, em comparação com “70 dias” para o exército regular tomar Mariupol.

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📹 Ainda tem dúvidas sobre a marcação e gozo de férias? Nove perguntas e respostas

Quem deve marcar as férias? Podem alterá-las depois de aprovadas? Casais na mesma empresa podem gozar férias juntos? E se ficar doente? Esclareça estas e outras questões.

Quem deve marcar as férias? E quando? O meu empregador pode alterar as férias depois de aprovadas? Casais na mesma empresa podem gozar férias juntos? E se ficar doente durante as minhas férias? Se estas são também algumas das suas dúvidas, pode agora obter as respostas de que precisa.

“A marcação de férias não é uma tarefa fácil”, começa por dizer a Factorial, empresa de software para a gestão de recursos humanos. “Planear o afastamento temporário dos colaboradores de uma empresa requer muita organização e uma gestão eficaz para não comprometer toda a equipa e os resultados”, continua.

Para isso, quanto mais esclarecido estiver, melhor. Eis nove perguntas e respostas que podem ajudá-lo.

http://videos.sapo.pt/TUYJlwazA1pCSbVMo0fP

Quem deve marcar as férias?

Segundo a legislação para férias vigente em Portugal, o período de férias deve ser definido por acordo entre empregador e colaborador.

No caso de não chegarem a consenso, “o primeiro tem direito a definir os dias de férias do segundo, tendo em conta algumas regras (por exemplo, e entre outras, no caso das PME o empregador pode marcar as férias dos colaboradores apenas entre 1 de maio e 31 de outubro; no caso das micro empresas até nove colaboradores, pode marcá-las para qualquer período)”, esclarece a Factorial, em comunicado.

A quantos dias de férias têm direito os colaboradores? E quando podem tirá-los?

Em Portugal, todos os colaboradores com contrato têm direito a férias, sendo o período mínimo estabelecido por lei de 22 dias úteis anuais.

Contudo, as regras mudam ligeiramente quando é o primeiro ano de trabalho numa empresa. “Nestas situações, o indivíduo tem apenas direito a dois dias úteis de férias por cada mês, ou seja, não mais do que 20 dias úteis anuais. Além disso, este período não pode, em circunstância alguma, exceder os 30 dias úteis e só pode ser iniciado após os primeiros seis meses na empresa (exceto em casos excecionais de conveniência à empresa).”

“Seja como for, os dias de férias têm de ser gozados durante o próprio ano civil e a sua acumulação não é possível, a menos que existam razões que o justifiquem. Este período também não pode ser substituído por nenhum tipo de compensação financeira“, acrescenta.

As empresas são obrigadas a remunerar os seus colaboradores por estes dias e, também têm de lhes pagar o subsídio de férias, que corresponde exatamente ao mesmo valor dos dias pagos de trabalho.

As empresas devem criar uma política de férias?

As férias são um direito de todos os colaboradores, mas é necessário assegurar que os colegas não ficam sobrecarregados com tarefas. Desta forma, para facilitar esta organização, a Factorial sugere que as empresas estabeleçam e sigam uma política de férias.

“Esta deve consistir num documento explicativo que possa dar resposta a questões como: como se devem solicitar ausências; qual é o período de aviso; em que situações/épocas os pedidos não serão concedidos (períodos de pico, etc.); quais são as regras para os pedidos sobrepostos entre colegas; como são monitorizadas as férias; entre outras similares”, explica a empresa.

Como devem ser divulgadas as férias nas empresas?

Em Portugal, é obrigatório que os gestores de RH das empresas divulguem internamente o mapa de férias a todos os colaboradores, dentro do prazo que o Governo estipula para a sua finalização e afixação (15 de abril). O não cumprimento deste prazo pode resultar numa coima acima de 1.400 euros.

O mapa de férias deve conter o “nome dos colaboradores”, o “número de dias a que têm direito” e a “data de início e de término das férias”. Este documento é uma “forma de proteger os direitos dos colaboradores e assegurar que todos têm direito ao período de descanso”.

O empregador pode alterar o período de férias depois de estarem definidas?

Segundo a lei, o empregador pode alterar o período de férias já definido ou mesmo interromper as férias já iniciadas por exigências imperiosas do funcionamento da empresa. Nesse caso, “o colaborador terá de ser indemnizado” pelos prejuízos sofrido e, naturalmente, deverá gozar depois os dias que foram cancelados.

Os casais na mesma empresa podem gozar as férias juntos?

A resposta é sim. Desde que estejam sob a condição de cônjuges, vivam em união de facto ou economia comum, têm direito a que suas férias coincidam.

O que acontece em caso de doença do colaborador durante as férias?

Se a situação de doença for adequadamente justificada e comunicada de forma prévia e atempada, o gozo das férias não se inicia ou suspende-se, clarifica a Factorial. Neste caso, “as férias deverão ser remarcadas e o colaborador remunerado”, recebendo igualmente o subsídio a que tem sempre direito.

As empresas podem encerrar para férias, “obrigando” os colaboradores a tirar esses dias?

Sim, os estabelecimentos podem fechar para férias e os colaboradores terão de tirar esses dias de férias. Contudo, no período entre 1 de maio e 31 de outubro, não podem encerrar por mais de 15 dias consecutivos. Também podem encerrar por um período de cinco dias úteis consecutivos na época de férias escolares do Natal; ou em caso de feriado à terça ou quinta-feira, fazendo “ponte”.

E se a empresa não cumprir a lei em relação às férias?

“Caso a empresa não cumpra a lei e seja possível provar que lesou o colaborador em relação ao seu direito de usufruir de férias, deverá compensar este no valor do triplo da retribuição correspondente ao período em falta“, responde a empresa especialista em RH.

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Governo de Israel aprova compra de mais 25 aviões F-35 aos EUA

  • Lusa
  • 2 Julho 2023

O Ministério da Defesa de Israel anunciou a compra de um terceiro esquadrão de 25 aviões de combate F-35 aos EUA, elevando para 75 o número destes aviões na frota israelita.

O Ministério da Defesa de Israel anunciou este domingo a aprovação para compra de um terceiro esquadrão de 25 aviões de combate F-35 aos EUA, elevando para 75 o número destes aviões na frota israelita.

O responsável pela pasta, Yoav Gallant, aprovou o negócio, no valor de cerca de 3.000 milhões de dólares (2,75 mil milhões de euros), por recomendação do chefe do Estado-Maior do Exército, o general Herzi Halevi, de acordo com um comunicado divulgado pelo Times of Israel e citado pela Europa Press.

O acordo envolve Israel e a construtora Lockheed Martin e torna o Estado no segundo país do mundo a receber autorização para efetuar as suas próprias modificações aos aviões, depois dos EUA.

Israel já tinha acordado com a empresa a compra de 50 F-35 que serão entregues em grupos de dois e três aviões em prazos que vencem no próximo ano.

O Governo israelita financiará parte do negócio através da ajuda económica militar que recebe dos EUA, segundo a agência de notícias.

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