Novos indicadores de qualidade do correio “são cumpríveis”, admite CEO dos CTT

João Bento muda o discurso sobre as metas de qualidade do correio, dizendo-se "confiante" de que os CTT conseguirão este ano cumprir as regras traçadas pelo Estado.

O presidente executivo dos CTT CTT 0,00% está “razoavelmente confiante” de que, em 2025, a empresa conseguirá quebrar um ciclo de sucessivos incumprimentos dos indicadores de qualidade do serviço postal universal.

Com a entrada em vigor este ano das novas metas de desempenho, que anteriormente eram definidas pela Anacom e agora são da competência do Governo, João Bento revela, em entrevista à edição de fevereiro do ECO magazine, nas bancas esta semana, que uma das “prioridades este ano em termos de operações é conseguir entregar os indicadores de qualidade”.

De acordo com o líder dos Correios, os novos indicadores de qualidade são “muito difíceis de cumprir”. Esta declaração representa uma evolução no discurso do gestor, na medida em que considerou, em declarações passadas, que os objetivos anteriores eram “impossíveis” de cumprir.

Por serem “muito difíceis” e não “impossíveis” de cumprir, “significa que são cumpríveis”, reconhece o gestor. “Portanto, é o nosso dever tentar cumpri-los e tudo faremos para tentar cumpri-los”, afirmou João Bento, dizendo-se “muito empenhado” nisso e “razoavelmente confiante”.

João Bento, CEO dos CTT, em entrevista ao ECO MagazineHugo Amaral/ECO

A lei postal determina que os CTT, enquanto concessionários do serviço público do correio, têm de cumprir objetivos de qualidade definidos pelo Governo, sob proposta da Anacom. Anteriormente, esses indicadores eram decididos diretamente pelo regulador das comunicações, sendo que os indicadores de 2021 se mantiveram em vigor ainda no ano de 2024, contra o que era a expectativa da própria empresa quando, há três anos, assinou com o Estado o novo contrato de concessão.

Ora, a atual administração dos CTT sempre foi muito crítica dessas metas de qualidade, registando sucessivos incumprimentos por margens expressivas. Analisando apenas o período da nova concessão, em 2022 a empresa falhou todos os 22 indicadores, com desvios de até 18,3 pontos percentuais, e em 2023 conseguiu cumprir um, mas falhou uma das metas por mais de 21 pontos percentuais.

Estes indicadores regulamentam vários aspetos técnicos do correio, desde o tempo máximo de entrega das cartas ao tempo de espera nas lojas. Por isso, têm impacto na qualidade do serviço prestado aos utilizadores e contratado pelo Estado português.

Uma das nossas prioridades este ano em termos de operações é conseguir entregar os indicadores de qualidade. Os indicadores de qualidade agora são muito difíceis de cumprir. Mas, sendo muito difíceis de cumprir, quer dizer que são cumpríveis. Portanto, é o nosso dever tentar cumpri-los e tudo faremos para tentar cumpri-los.

João Bento

CEO dos CTT

“Proposta que foi feita pela Anacom é uma proposta ilegal”

Em outubro de 2023, a Anacom, ainda sob a presidência anterior, de João Cadete de Matos, que estava em vias de abandonar o cargo, propôs o que disse ser uma “significativa simplificação” dos indicadores. A proposta foi bastante mal recebida pela empresa postal.

“Tive ocasião de o dizer publicamente e de lhe dizer a ele [João Cadete de Matos]: a proposta que foi feita é uma proposta ilegal, na medida em que contrariava a lei. A lei diz que os indicadores têm de ser fixados em linha com a média dos indicadores da União Europeia e aqueles indicadores eram uma vergonha, porque usavam a média ou a mediana como mais convinha e os dois países que foram usados como referência foram Malta e Luxemburgo. Luxemburgo é mais pequeno que a cidade de Coimbra e Malta é mais pequena que o distrito de Coimbra. Ficámos, apesar de tudo, tal como não gostaria, muito marcados por essa proposta”, comenta agora João Bento nesta entrevista ao ECO magazine.

Em setembro de 2024, o atual Governo, sob a tutela do ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, decidiu aprovar os atuais indicadores, acompanhando a estrutura proposta pelo regulador, mas aligeirando os parâmetros (“Eu percebo o embaraço político”, diz o líder dos CTT). São esses os indicadores que a empresa postal terá de cumprir e que irá fazer por cumprir.

Os Correios têm ainda outro incentivo ao cumprimento este ano. Nos termos do novo contrato de concessão, até à aprovação de novos indicadores de qualidade, os CTT deixariam de estar obrigados a compensar os utilizadores com cortes nos preços do correio, ficando sujeitos, em alternativa, a obrigações de investimento.

Passados dois anos do incumprimento dos indicadores de 2022, ainda não se conhece que investimentos os CTT terão de realizar para melhorar o serviço postal. Como o ECO revelou recentemente, a empresa enviou ao Governo a sua proposta de plano de investimentos no início de dezembro e o Ministério das Infraestruturas solicitou mais esclarecimentos. É um assunto ainda pendente de decisão. Em simultâneo, o Estado já se prepara também para exigir compensação pelas falhas de 2023, mas ainda por via de investimentos (“Eu acho que os montantes ainda não fazem muito sentido”, refere o CEO).

Todavia, o Estado, enquanto concedente, não tem nenhuma garantia de que esses investimentos não estivessem já planeados pela empresa. Aliás, no início de 2022, João Bento admitiu perante um analista numa apresentação de resultados trimestrais que havia investimentos que a empresa podia tornar “elegíveis” para efeitos do cumprimento destas obrigações.

Instado agora pelo ECO magazine a esclarecer que garantia têm os utilizadores do serviço postal universal de que esses investimentos não estariam já planeados, João Bento responde: “Mas não há nenhum inconveniente em que estivessem previstos.” E acrescenta: “Comprar a Cacesa é um investimento enorme, mas melhora zero o serviço público universal. Comprar máquinas de processamento de correio é um investimento também muito grande e que melhora a prestação do serviço.”

O responsável diz ainda que “sem qualquer dúvida” que a expansão da rede de lockers dos CTT — os cacifos que permitem receber encomendas, negócio que fica fora do escopo do serviço universal — poderia ser tornada elegível para essas obrigações de investimento, quando questionado sobre essa hipótese.

E porquê? “Hoje, se for ali à Braamcamp ou à Avenida de Roma, naqueles lockers novos que estão na rua onde dantes havia um marco de correio, consegue enviar cartas, consegue enviar encomendas, consegue fazer qualquer coisa, a uma hora em que não há estações de correio abertas. Isso é uma melhoria para o público? É uma melhoria para o público”, aponta o gestor.

Em contrapartida, a compensação pelos cortes nos preços era um mecanismo “punitivo” e isso “prejudicava ainda mais o próprio serviço postal universal”, que é financiado pelos próprios utilizadores, argumenta João Bento. A propósito, com o começo de fevereiro, entra em vigor um novo preçário com aumentos médios de preços de 6,9%, quase o triplo da inflação, pela aplicação de uma fórmula decidida entre a empresa, a Anacom e a Direção-Geral do Consumidor.

Evolução das ações dos CTT em Lisboa:

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Miranda Sarmento reforma Ministério das Finanças e vai criar três novas autoridades

Alterações levam à criação da autoridade orçamental, autoridade financeira e autoridade da Administração Pública. Objetivo é transformar as entidades responsáveis pela despesa do Estado.

O ministro das Finanças está a desenhar uma reforma das entidades do Ministério das Finanças e vai criar três novas, entre as quais a autoridade orçamental e a autoridade financeira. Esta alteração decorre do objetivo assumido por Joaquim Miranda Sarmento para levar a cabo no Terreiro do Paço uma revisão dos procedimentos e gestão orçamental e deverá ser apresentada muito em breve, sabe o ECO.

O ministro das Finanças tem sinalizado nos últimos meses que o Executivo está comprometido com uma revisão da Lei de Enquadramento Orçamental (LEO), a melhoria dos processos e procedimentos orçamentais e o exercício de revisão de despesa pública. Isso mesmo foi reiterado pelo governante na sexta-feira numa intervenção numa conferência com antigos alunos do ISEG. “Vamos fazer uma revisão profunda da Lei de Enquadramento Orçamental, do Procedimento Orçamental e da gestão financeira no setor público”, afirmou.

Nesse âmbito, sinalizou que o Executivo está “a fazer uma reforma profunda das entidades do Ministério das Finanças que operam do lado da despesa, criando três autoridades: a autoridade orçamental, a autoridade financeira e a autoridade da Administração Pública“.

Subjacente à vontade do Joaquim Miranda Sarmento está a convicção que o país investiu muito nos últimos 30 anos no lado da cobrança de receita, através da Autoridade Tributária, mas não o suficiente do lado da despesa. Segundo afirmou aos presentes na palestra, esse investimento permitiu que a Autoridade Tributária seja “hoje um serviço de excelência e com uma relação com o contribuinte que, regra geral, é bastante fluida”.

Queremos fazer também essa transformação nas entidades do Ministério das Finanças que operam do lado da despesa“, disse.

O ECO sabe que a apresentação desta reforma está para breve. Contactada, fonte oficial do Ministério das Finanças não respondeu até ao fecho deste artigo.

Em dezembro do ano passado, o governante indicou que iria entregar no primeiro trimestre uma proposta de revisão da LEO. A revisão do texto está a ser preparada seguindo quatro objetivos: a adaptação às novas regras orçamentais europeias, a introdução de um mecanismo de revisão de despesas, o reforço do compromisso com a igualdade de género e o empenho com a orçamentação verde e o cumprimento da Lei de Bases do Clima. No entanto, irá rever também outras normas que constam da lei, que deverão passar pela discussão em sede parlamentar.

Durante uma audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP), em 15 de janeiro, o ministro explicou que paralelamente a melhoria dos processos e procedimentos orçamentais tinha em vista a implementação da orçamentação por programas, o “desenvolvimento de soluções e instrumentos associados ao planeamento orçamental”, a implementação da Entidade Contabilística Estado (ECE), a contabilidade pública e consolidação de contas, os serviços partilhados de contabilidade do Ministério das Finanças e a operacionalização e desenvolvimento de um centro de competências.

O Ministério das Finanças está ainda a trabalhar num exercício de revisão da despesa, isto é, um exercício orçamental que analisa de forma detalhada e sistemática a despesa base do Estado, com o objetivo de gerir o nível agregado de despesas, identificar medidas de poupança ou de reafetação de verbas, criando margem orçamental e melhorando a sua eficácia.

No Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), o Governo estima poupar 336,9 milhões de euros até 2027 com a identificação de despesa ineficiente e ineficaz e a ponderação de opções de poupança na saúde, no funcionamento das Administrações Públicas e de subvenções públicas.

Em novembro do ano passado, a presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP), Nazaré da Costa Cabral, alertou para a importância do tema numa altura em que o controlo dos encargos do Estado vai apertar devido às novas regras europeias. A professora defendeu a necessidade que se avance não apenas com o exercício de identificação das despesas públicas essenciais, mas também como a sua prioridade e respetiva eliminação caso se justifique. Ou seja, “que seja consequente nos seus termos“.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mendes despede-se da SIC e promete defender estabilidade e ética como candidato Presidencial

  • Lusa
  • 2 Fevereiro 2025

O antigo presidente do PSD Luís Marques Mendes fez o seu último programa de comentário político na SIC e afirmou que como candidato presidencial terá como causas "ambição, estabilidade e ética".

O antigo presidente do PSD Luís Marques Mendes fez este domingo o seu último programa de comentário político na SIC e afirmou que como candidato presidencial terá como causas “ambição, estabilidade e ética”. “Tomei esta decisão porque acho, depois da reflexão que fiz, depois de ouvir muita gente, que podia ser útil ao país. Foi sempre o critério que coloquei. E sobretudo há duas ou três preocupações que eu tenho: ambição, estabilidade e ética“, declarou Luís Marques Mendes, na SIC, sobre a decisão de se candidatar a Presidente da República.

O conselheiro de Estado despediu-se do seu espaço de comentário no “Jornal da Noite” da SIC quatro dias antes da sessão de apresentação da sua candidatura às eleições presidenciais de 2026, que está marcada para quinta-feira, em Fafe, no distrito de Braga.

Ressalvando que não iria antecipar o seu discurso de quinta-feira, adiantou que enquanto candidato presidencial irá defender a estabilidade política. “Nós não podemos passar a vida em crises políticas, nós não podemos passar a vida em dissoluções e eleições antecipadas”, considerou. Marques Mendes acrescentou que para isso “é preciso ter alguma capacidade de fazer pontes“.

Por outro lado, prometeu “introduzir com muito mais força” o tema da ética na vida política, referindo que tomou decisões difíceis neste domínio quando liderou o PSD, entre 2005 e 2007, com as quais dentro do partido “quase ninguém concordou”.

“Hoje é preciso ir muito mais longe, mas muito mais longe. Uma parte grande dos portugueses está um bocadinho farta dos políticos, da classe política. Isto não é bom em termos de democracia. Não se resolve com populismo. Resolve-se é a fazer um maior apelo à ética e aprofundar e desenvolver um conjunto de decisões para que as pessoas voltem a confiar”, sustentou.

Segundo Marques Mendes, a par destas duas causas, Portugal precisa de ambição, porque é “um país de um modo geral conformado, resignado, parece que até deprimido, parece que acomodado”, o que se propõe combater se for eleito chefe de Estado. “É uma doença que temos esta de pouca ambição“, comparou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

EIOPA alerta para riscos no setor segurador em 2025

  • ECO Seguros
  • 2 Fevereiro 2025

O relatório evidencia um panorama de riscos que, embora relativamente estável, exige atenção contínua às ameaças emergentes, especialmente no que diz respeito a financiamento, ESG e segurança digital.

A Autoridade Europeia de Supervisão de Seguros e Pensões Complementares (EIOPA) revela que os riscos para o setor segurador na União Europeia permaneceram estáveis mas com algumas vulnerabilidades decorrentes da volatilidade do mercado e das oscilações nos preços do setor imobiliário.

Segundo o Insurance Risk Dashboard de janeiro de 2025, os riscos macroeconómicos permanecem em nível médio, apoiado nas projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e inflação a manter-se constante. No entanto, o regulador alerta que o cenário global ainda é marcado por tensões geopolíticas que aumentam a incerteza e podem comprometer a cooperação económica internacional.

Quanto aos riscos de crédito estes permanecem estáveis a um nível médio. As exposições medianas das seguradoras a obrigações do Estado e de empresas mantiveram-se globalmente estáveis no terceiro trimestre de 2024 em comparação com o trimestre anterior.

Os riscos de mercado permanecem elevados, com a volatilidade nos mercados de ações e títulos ainda estáveis e os preços imobiliários revelam uma discreta recuperação.

Já os riscos de liquidez e financiamento continuam em nível médio, mas revelaram tendência de agravamento no último trimestre do ano passado. Tal reflete o agravamento das condições de financiamento no quarto trimestre de 2024.

Enquanto isso, os riscos de solvência e rentabilidade mantêm-se em nível médio e inalterados, com os índices de solvência apresentando uma ligeira melhoria para grupos seguradores e seguradoras de ramos Não Vida, enquanto os de seguradoras de Vida permaneceram estáveis.

Os riscos das interconexões e desequilíbrios do setor seguem em nível médio, sem variações relevantes nas exposições a instituições financeiras e títulos soberanos nacionais.

No que diz respeito aos riscos de seguro estes permanecem estáveis mas registaram tendência de piorar nos últimos três meses de 2024, o crescimento dos prémios no ramo Vida foi positivo no terceiro trimestre de 2024, registando subida em termos homólogos, enquanto os ramos Não Vida também manteve crescimento, mas com uma leve desaceleração.

A perceção do mercado sobre o setor segurador segue em nível médio, mas o risco que mostrou sinais de aumentar, com as ações de seguradoras de vida apresentando um desempenho superior ao mercado e o índice preço/lucro dos grupos seguradores permanece estável.

os riscos relacionados a ESG (sigla que pode ser traduzia para ambiente, social, e governança) continuam em nível médio. A EIOPA prevê que este risco vai agravar-se este ano visto que os desafios em acordos ambientais aumentam as dificuldades para mitigar riscos e garantir avanços sustentáveis, ainda que a exposição a títulos verdes permaneceu estável.

Por fim, os riscos de digitalização e cibersegurança seguem em nível médio, mas com um aumento na perceção de risco por parte dos supervisores no quarto trimestre de 2024, o que reflete uma maior probabilidade de incidentes cibernéticos no setor.

O Insurance Risk Dashboard de janeiro de 2025, baseado nos dados do Solvency II, identifica os principais riscos e vulnerabilidades do setor de seguros na União Europeia, utilizando informações extraídas de relatórios de estabilidade financeira e supervisão prudencial. O estudo considera indicadores de risco analisados até o terceiro trimestre de 2024 para dados trimestrais e até o final de 2023 para dados anuais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nova Law faz Call for Papers sobre ligação entre seguros e erradicação a pobreza

  • ECO Seguros
  • 2 Fevereiro 2025

Ainda há barreiras no acesso a seguros para proteger consumidores. Esta iniciativa procura projetos com ideias para ampliar as oportunidades. Conheça as condições de participação.

A Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa (NOVA School of Law) anunciou que até dia 31 de março se podem apresentar abstracts, artigos e posters relacionados com a ligação entre o direito nos seguros e a erradicação da pobreza.

Este call for papers surge no âmbito da 3.º Conferência Internacional do Módulo Jean Monnet sobre Direito dos Seguros da União Europeia: Desafios na era dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A edição deste ano será dedica aos ODS 1, erradicar a pobreza.

Também aceita propostas que explorem ligações entre o ODS 1 e outros objetivos, em especial, ODS 13, ação climática, o 14, proteger a vida marinha, o 15, proteger a vida terrestre, e o 16, paz, justiça e instituições eficazes.

Os interessados devem enviar os abstracts até dia 31 de março. Os que forem selecionados serão informados até dia 31 de maio. Quanto ao prazo para enviar os artigos completos e posters é até dia 1 de julho.

Com o objetivo de aumentar as ligações entre académicos e profissionais jovens e seniores de todo o mundo, serão considerados todos os posters relacionados com o Direito dos Seguros e qualquer ODS.

Todas as candidaturas devem ser enviadas por correio eletrónico para [email protected].

Esta iniciativa surge também porque “os seguros têm um potencial imenso na luta pela erradicação da pobreza”, por oferecer proteção financeira ao impacto de eventos imprevistos”. No entanto, a universidade considera essencial “identificar os obstáculos a uma acessibilidade plena aos seguros”, visto que há ainda limites no acesso a esses produtos desde barreiras jurídicas, económicas, sociais até geográficas.

A coordenação é feita por Margarida Lima Rego, diretora da NOVA School of Law, e por Maria Elisabete Ramos. A comissão científica é composta por Claire Bright, Fabrizio Esposito, Joana Campos Carvalho, Martinho Lucas Pires, Soraya Nour-Sckell, e Diogo Costa Seixas.

Será a coordenação e os membros da comissão científica que vão avaliar os abstracts tendo em conta os seguintes critérios: originalidade e caráter inovador do trabalho; relevância para o tema da conferência; diversidade. Tendo em conta o objetivo da conferência, será dada preferência a abstracts relacionados com recomendações de políticas públicas. Importa salientar que apenas será considerado um abstract por autor, mas é possível apresentar propostas em coautoria.

A conferência insere-se no âmbito do Módulo Jean Monnet “Direito dos Seguros da União Europeia: Desafios na Era dos ODS”, financiado pela União Europeia (Programa Erasmus+).

Mais informações, aqui.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Universalis Acrisure lança cartão de saúde com a RNA Medical

  • ECO Seguros
  • 2 Fevereiro 2025

A corretora quer inovar em colaboração com seguradoras ou com apoio do grupo a nível internacional disponibilizando produtos com pouca ou nenhuma oferta no mercado.

A Universalis Acrisure anunciou o lançamento do Cartão de Saúde Universalis, que não é um seguro de saúde, em parceria com a RNA Medical, marca da RNA Rede Nacional de Assistência especialista na prestação de cuidados de saúde. A iniciativa surge no âmbito da estratégia de crescimento da corretora no mercado português.

O novo cartão foi desenvolvido pela Direção Técnica de Desenvolvimento de Produtos da Universalis. O objetivo é suprir lacunas na oferta de saúde – disponibilizando soluções em áreas onde a oferta em saúde não é “tão abrangente” ou que “não exista mesmo no mercado” – tornando o acesso a serviços médicos mais fácil e eficiente para os clientes, indica a empresa em comunicado.

Pedro Jota, Chief Underwrinting & Internacional Products Officer da Universalis, indicou que o objetivo da empresa é continuar a inovar criando produtos e soluções em colaboração com seguradoras ou com o apoio do grupo a nível internacional. Essa inovação passa por dar resposta onde a oferta seja mais diminuta ou não exista no mercado.

O Cartão de Saúde Universalis apresenta benefícios para diferentes perfis de clientes. As famílias terão acesso a consultas de especialidades e medicina geral e familiares, ilimitadas e com copagamentos reduzidos. Para os jovens adultos, estão disponíveis consultas médicas online – as duas primeiras gratuitas. Os séniores poderão contar com cobertura alargada, sem períodos de carência, idade limite de adesão e permanência ou exclusão por doenças pré-existentes, além de serviços de enfermagem ao domicílio. As empresas que aderirem ao cartão poderão proporcionar aos seus colaboradores um pacote de saúde que inclui médico ao domicílio e acesso a clínicas, hospitais, ópticas e farmácias.

O cartão custa 8 euros por mês e, para além das condições de oferta de adesão, permite descontos de até 40% em 36 mil prestadores em Portugal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

UE vai retaliar se for alvo de “tarifas injustas” de Trump

  • Lusa
  • 2 Fevereiro 2025

A União Europeia lamentou o aumento das taxas aduaneiras pelos EUA sobre produtos do Canadá, México e China, e disse que retaliará fortemente se também for alvo de tarifas injustas.

A União Europeia lamentou o aumento das taxas aduaneiras pelos Estados Unidos da América sobre produtos do Canadá, México e China, e disse que retaliará fortemente se também for alvo de tarifas injustas. “A UE acredita firmemente que direitos aduaneiros baixos promovem o crescimento e a estabilidade económica“, disse a Comissão Europeia em comunicado, através do qual considerou a imposição de mais tarifas pelos EUA como “nocivas para todas as partes”. Já se o bloco europeu for também alvo dessas medidas “injustas”, o executivo comunitário vai “retaliará fortemente”.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou no sábado a ordem executiva para a aplicação de taxas aduaneiras aos produtos provenientes do Canadá, do México e da China.

A assinatura, que oficializa a decisão que já tinha sido anunciada, determina a imposição de tarifas de 10% à China, de 25% ao México e de 25% ao Canadá, exceto no petróleo canadiano, que terá tarifa de 10%.

Trump tinha vindo a ameaçar a imposição de tarifas para garantir uma maior cooperação dos países para impedir a imigração ilegal e o contrabando de produtos químicos usados para fazer fentanil, um poderoso opiáceo que está a causar estragos nos Estados Unidos.

Os três países retaliados prometem tomar medidas.

Já no caso da União Europeia ainda não foi tomada uma decisão, mas a preocupação é geral e a França defendeu uma “reposta mordaz” da Europa face às ameaças de novas tarifas aduaneiras pelo Presidente norte-americano.

Trump admitiu hoje que as novas tarifas podem causar sofrimento ao povo norte-americano, mas garantiu que “tudo valerá a pena” porque vai “tornar a América grande de novo”.

“Haverá sofrimento? Sim, talvez (e talvez não). Mas vamos tornar a América grande de novo, e tudo valerá a pena”, escreveu Donald Trump, em letras maiúsculas, no seu perfil da rede social que fundou, a Truth Social, citado pela agência de notícias AFP.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mariana Leitão é candidata liberal às presidenciais

  • Lusa
  • 2 Fevereiro 2025

A líder parlamentar da IL, Mariana Leitão, vai apresentar-se às eleições presidenciais de 2026, apoiada pelo partido, anunciou Rui Rocha, reeleito presidente na IX Convenção Nacional.

A líder parlamentar da IL, Mariana Leitão, vai apresentar-se às eleições presidenciais de 2026, apoiada pelo partido, anunciou Rui Rocha, reeleito presidente na IX Convenção Nacional. O anúncio foi feito no final do discurso com que encerrou a convenção: “Portugal precisa da Mariana Leitão“, disse, suscitando aplausos no pavilhão Paz e Amizade, em Loures.

A “defesa da liberdade”, do rigor e a credibilidade são “aspetos essenciais” para o perfil que a IL considera que um candidato presidencial deve ter, disse Rui Rocha. “Mas o desafio que o país tem pela frente é ainda maior”, disse, afirmando que Portugal “precisa de esperança, coragem e ambição”.

Mariana Leitão, 42 anos, gestora, é líder parlamentar da IL, eleita deputada pela primeira vez em 2024, enquanto “número dois” pelo círculo eleitoral de Lisboa.

Foi chefe de gabinete do Grupo Parlamentar entre 2022 e 2024 e, entre 2020 e 2022, presidente do Conselho Nacional. É licenciada em Relações Internacionais e aderiu à IL em 2019, já tendo sido igualmente deputada municipal em Oeiras.

Rocha reeleito com 73,4%

Rui Rocha foi reeleito para um segundo mandato de dois anos à frente da Iniciativa Liberal, após a lista com que se apresentou a eleições ter obtido 73,4% dos votos.

Já a lista do seu adversário na disputa pela liderança, o conselheiro nacional Rui Malheiro, obteve 26,6% dos votos dos membros que participaram na IX Convenção Nacional, no Pavilhão Paz e Amizade, em Loures.

Quando a vitória de Rui Rocha foi anunciada, a maioria dos membros da IL presentes na sala levantaram-se, aplaudiram e gritaram “Rocha, Rocha”, empunhando as bandeiras azuis com a designação do partido. Pouco depois, os membros da nova Comissão Executiva da IL subiram ao palco, onde Rui Rocha discursa agora na qualidade de novo presidente eleito.

Rui Rocha é reeleito para um segundo mandato de dois anos à frente do partido, depois de ter sido eleito pela primeira vez em janeiro de 2023. Na altura, tinha obtido 51,7% dos votos, derrotando Carla Castro (44%) e José Cardoso (4,3%).

Na lista à Comissão Executiva com que se apresentou a estas eleições, Rui Rocha propõe uma renovação de perto de um terço dos membros efetivos (36%) da direção do partido, com nove entradas e igual número de saídas. O número de membros que a compõem mantém-se, no entanto, exatamente igual (25), assim como a proporção de mulheres (24%).

Entre as personalidades que entram na Comissão Executiva de Rui Rocha está a líder parlamentar da IL, Mariana Leitão, até agora conselheira nacional do partido, que sobe ao cargo de vice-presidente.

O coordenador do núcleo territorial da IL em Vila Nova de Gaia, Rui Ribeiro, passa também a integrar a vice-presidência da IL (era até agora vogal), na qual se mantêm Angélique da Teresa e Ricardo Pais de Oliveira.

Os deputados Mário Amorim Lopes e Joana Cordeiro continuam como vogais da direção, cargo que ocupam desde a última convenção eletiva do partido, em janeiro de 2023, assim como o representante da IL no parlamento regional dos Açores, Nuno Barata.

De saída, está o deputado Bernardo Blanco, até agora vice-presidente do partido, que já tinha afirmado que pretendia deixar a direção (que integrava desde 2019), invocando motivos pessoais, tendo apresentado nesta convenção uma lista ao Conselho Nacional da IL.

O deputado no parlamento regional da Madeira Nuno Morna também sai da direção da Iniciativa Liberal, depois de, em junho, ter decidido renunciar ao cargo de coordenador do núcleo do partido no arquipélago. É substituído precisamente pelo novo coordenador, Gonçalo Maia Camelo, que entrou em confronto com Nuno Morna.

De acordo com o regimento da IX Convenção Nacional é aprovada “a moção de estratégia global que obtiver a maioria simples dos votos dos presidentes na Convenção, sendo eleita a Comissão Executiva candidata pela lista proponente da moção de estratégia global mais votada”.

Esta foi apenas a segunda vez na história da IL em que houve uma disputa interna pela liderança do partido.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Europa tem bases para disciplinar tecnológicas

  • Lusa
  • 2 Fevereiro 2025

A União está numa fase de "sobrerregulação" no digital, mas tem condições para disciplinar as condutas das tecnológicas, afirma o advogado da CMS Portugal, João Leitão Figueiredo.

O advogado da CMS Portugal, João Leitão Figueiredo, afirma que a Europa tem bases para disciplinar as condutas das tecnológicas, estando numa fase de sobrerregulação, e que a questão das redes sociais é essencialmente política. “Eu acho, e esta é a minha opinião e já tenho vindo a expressá-la de há uns anos para cá, que a União Europeia tem sobrerregulado“, afirma o jurista quando questionado sobre as incertezas que se colocam face às redes sociais, depois de a Meta ter anunciado que deixaria de fazer ‘fact-cheking’ nos Estados Unidos.

“Atualmente temos legislação específica para praticamente todas as matérias relacionadas com a tecnologia”, desde a informação, acesso à informação, tratamento da mesma, salienta o jurista. “Diria que já temos pelo menos as bases para disciplinar aquilo que são as condutas das empresas de ‘big tech‘” e “faz-me pouco sentido hiperregular, sendo que já estamos numa fase de sobrerregulação”, pelo que “acho que o que está aqui em causa é acima de tudo uma questão política”, argumenta o jurista.

João Leitão Figueiredo salienta que, pela primeira vez, a União Europeia (UE), ou os países europeus, estão “muito longe dos centros de decisão”.

O centro do mundo “já há muitos anos não é a Europa, mas neste momento já ignora muito o que é a Europa. O único ativo que nós temos são os dados pessoais dos europeus, continuamos a ser um bloco de primeiro mundo com muita informação que é apetitosa para entidades americanas e entidades chinesas”, diz.

O que vemos aqui, que foi iniciado pelo Trump no seu primeiro mandato – houve uma abordagem jurídica, metodológica, política diferente com o Biden e voltamos atrás -” e “foi uma das primeiras coisas que ele anunciou“, diz respeito à “estratégia de controlar as redes sociais”, aponta.

Para já “não vejo que a Europa necessite” de mais legislação, tendo em conta que existe o regulamento dos serviços digitais (DSA), “que já nos permite responsabilizar estas plataformas”, salienta o jurista.

“Estamos à procura de outras plataformas alternativas. Eu acho que aqui a questão também é a guerra (…) pela ocupação do espaço que é atualmente ocupado pelo TikTok, será que vai continuar a ser chinês e sair por inteiro do mercado americano”, questiona.

Será que a Europa vai seguir o caminho, um pouco à semelhança do que fez com a Huawei? Com argumentos maioritariamente políticos, mais até do que técnicos ou jurídicos, eu acho que é acima de tudo essa dúvida“, prossegue o advogado especialista nesta área.

Aliás, a Huawei “foi qualificada pelos Estados Unidos como a empresa mais perigosa quando, depois de tudo aquilo que foi falado, discutido e investigado, que seja do meu conhecimento, nunca foi identificado nenhum elemento, o ‘silver bullet’ nunca foi identificado, o que nos leva a concluir que isto é mais uma guerra” comercial, explicou.

Nos Estados Unidos “temos um momento de grande imprevisibilidade. Eu não vejo, nesta postura mais comercial das negociações políticas do Presidente dos Estados Unidos grande fundamento jurídico para muitas das coisas que estão a ser feitas”. Aliás, “esta mera suspensão dos 75 dias [sobre o TikTok]” de que “veria com bons olhos” a sua compra nos Estados Unidos “pelo Elon Musk ou pelo Larry Ellison, o dono da Oracle, demonstra bem ao que ele vem”, considera.

É um ativo importante, valioso, que lhes permite trabalhar de forma mais adequada determinado tipo de informação“, acrescenta o jurista, referindo que há quem aponte que o algoritmo do TikTok “é mais eficiente” do que os das entidades norte-americanas e que “pode ser uma vantagem competitiva afastá-lo” do alegado controlo chinês.

Apesar da ‘mudança de planos’ da Meta nos Estados Unidos, as redes sociais vão ter de cumprir a legislação europeia. “O que muda é o lado lá do Atlântico, não tanto o lado cá, que poderá é ser pressionado a seguir uma linha mais próxima ao dos Estados Unidos”, diz o jurista. João Leitão Figueiredo não vê grande preocupação do ponto de vista da legislação europeia.

Em Portugal, considera que há “fragilidades” ao nível “da inspeção e validação daquilo que é suposto fazer cumprir nos termos da legislação europeia”.

Agora, “será que temos também a capacidade técnica para ir tão longe? Porque a maior parte das questões que são invocadas têm a ver com a possibilidade de controlo de cidadãos europeus, a possibilidade de partilhar informações de cariz pessoal com o governo chinês, ou, como em tempos se discutiu, mesmo com as empresas americanas, a partilha dessa informação com as autoridades americanas”, refere.

“Acho que nós já temos a informação e temos algumas instituições europeias a trabalhar para combater práticas que não são lícitas” e existe “um conjunto significativo de sanções aplicadas a algumas empresas pela violação da legislação da União Europeia”, diz. O que não quer dizer “que não possamos fazer muito mais e muito melhor, ainda que exista, segundo me parece, uma certa inércia das entidades portuguesas neste aspeto“, considera.

Outros países com outro tipo de entidades “têm sido bastante mais enérgicos e intensos no combate a determinado tipo de práticas que são qualificadas como ilícitas”.

Defende “coragem política para implementar determinado tipo de políticas que sejam (…) mais efetivas no combate aos desvios comportamentais ou comerciais destas entidades”, dando o exemplo de Portugal no âmbito da proteção de dados.

“A nossa autoridade continua bastante frágil, quer seja no aspeto da inspeção, monitorização e aplicação de sanções. Quando contrapomos, por exemplo, com a Espanha, a diferença é gritante”, aponta.

Portugal “acaba por ser um bocadinho, ou poder se transformar como um porto seguro para as entidades que não cumprem, por contraponto a países como a Irlanda, França e, em particular, a Espanha, em que existe, objetivamente, a capacidade de investigar e aplicar sanções”, em que “tivemos dois, três processos” por violação de dados.

“É conhecido publicamente que existem inúmeras situações de violação de dados, mas não há, aparentemente, decisões finais no âmbito desses processos, ao passo que em Espanha muito rapidamente temos acesso à decisão final”, sublinha.

Portanto, “cada vez que nós legislamos e tentamos criar um quadro regulatório que garanta os direitos, as liberdades e as garantias dos cidadãos europeus e dos residentes da União Europeia, mas depois não temos entidades devidamente capacitadas – quando digo isto não tem a ver com a falta de capacidade técnica -, mas muitas vezes é falta de meios humanos e de meios financeiros para exercer condignamente as suas funções”, adverte.

Isto “prejudica o cidadão europeu, em particular o cidadão português, porque salvo raras honrosas exceções, todos estes ‘players’ do mercado internacional, nenhum deles é europeu”, mas dos Estados Unidos e da China, remata.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Revolut quer sucursal em Portugal este ano

  • Lusa
  • 2 Fevereiro 2025

A Revolut quer ser concorrente direto dos bancos em Portugal e para isso quer ter uma sucursal e um IBAN nacional. E mantém objetivo de dois milhões de clientes.

A Revolut mantém o objetivo de abrir uma sucursal e obter um IBAN nacional, tendo ainda como meta atingir os dois milhões de utilizadores este ano, disse à Lusa Rúben Germano, diretor-geral da sucursal em Portugal.

O objetivo [de abrir a sucursal] mantém-se, é o objetivo deste ano”, referiu, admitindo que este projeto, que anunciou no ano passado, se atrasou um pouco, mas que já está a trabalhar com a equipa central da Revolut para avançar em 2025. “Queremos lançar uma conta de depósitos com o IBAN português associado à nossa conta. É um dos focos, depois de lançada a sucursal”, destacou. A Revolut opera com um IBAN da Lituânia neste momento.

A Revolut quer ser “conta principal do cliente”, destacou Rúben Germano, apontando a domiciliação de salários e débitos diretos como serviços a prestar com a conta com IBAN nacional, um alargamento da atividade da aplicação financeira, especialista no segmento de viagens.

No futuro, a entidade pretende avançar para segmentos como o crédito à habitação, um serviço que vai começar na Lituânia e que poderá avançar depois para a Irlanda.

O responsável explicou que o objetivo é iniciar esta estratégia em mercados mais maduros e depois alargar aos restantes países, incluindo Portugal.

A Revolut lançou, entretanto, o crédito pessoal e quer ainda apostar nos cartões de crédito este ano, revelou.

Quanto à operação, a Revolut captou meio milhão de clientes num ano, e conta agora com 1,6 milhões em Portugal. Para este ano, indicou Rúben Germano, o objetivo é chegar aos dois milhões de utilizadores.

Neste momento, a empresa conta com 1.300 trabalhadores em Portugal e continua a crescer em contratações. A nível global contabiliza cerca de 10 mil trabalhadores, indicou. “O mercado português é muito atrativo a nível de competências”, explicou o responsável.

Rúben Germano apontou ainda a crescente concorrência no universo de ‘fintech’, ou seja, tecnológicas financeiras, em Portugal. “Isso é bom para todos nós. Somos mais rápidos e exigentes connosco próprios, mais rápidos para o mercado e mais rápidos para o consumidor, que normalmente tenta baixar os preços”, destacou.

Cada vez mais estamos a entrar no mercado do banco tradicional e esse é o nosso objetivo”, referiu, apontando que a Revolut quer ser “o banco principal do cliente” e uma “concorrência direta aos bancos tradicionais”. Ainda assim, a empresa não quer abrir agências, mas está a testar máquinas ATM em Espanha, referiu. Paralelamente, instalou máquinas de venda automática de cartões, com três a operar no aeroporto do Porto, segundo Rúben Germano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

França defende “resposta mordaz” da UE à ameaça de novas taxas aduaneiras dos EUA

  • Lusa
  • 2 Fevereiro 2025

A França defendeuma "reposta mordaz" da Europa face às ameaças de novas tarifas dos EUA, enquanto o Japão disse estar "profundamente preocupado" com as repercussões para a economia mundial.

A França defende uma “reposta mordaz” da Europa face às ameaças de novas tarifas aduaneiras pelo Presidente norte-americano, enquanto o Japão disse estar “profundamente preocupado” com as repercussões para a economia mundial. O ministro francês da Indústria, Marc Ferracci, declarou que as negociações comerciais da Europa com Donald Trump “devem assumir uma forma de equilíbrio de poder“, um dia depois de os Estados Unidos terem imposto direitos aduaneiros de 25% sobre os produtos provenientes do Canadá e do México, e 10% adicionais aos já em vigor sobre os produtos chineses.

Numa altura em que Donald Trump ameaçou impor sanções também à União Europeia, “é evidente que temos de reagir“, afirmou Marc Ferracci, quando a Europa ainda aguarda as decisões da administração norte-americana. “Para ser eficaz, a resposta deve centrar-se nos produtos que são importantes para o seu homólogo e para o país com o qual está a negociar” e tem de “ter um impacto na economia norte-americana, de forma a constituir uma ameaça credível nas negociações”, defendeu Ferracci.

O ministro francês apelou a uma “melhor proteção” da indústria na União Europeia, através da introdução de uma “lei europeia de compra”, que dê preferência aos produtos fabricados na Europa. “O nosso desafio é mantermo-nos unidos e tirar partido da força que esta união nos dá, ou seja, um mercado comum de que os Estados Unidos não podem prescindir“, acrescentou, numa altura em que os 27 ainda estão divididos entre uma abordagem simplesmente “defensiva” – comprando produtos norte-americanos como gás natural liquefeito ou armas para tentar evitar um conflito comercial com Trump – ou uma abordagem mais “ofensiva” com possíveis medidas de retaliação.

Já o ministro das Finanças japonês, Kastunobu Kato, afirmou, na Fuji TV, que o Japão está “profundamente preocupado” com as potenciais repercussões na economia global das novas taxas aduaneiras impostas pelos Estados Unidos à China, ao Canadá e ao México.

Kato sublinhou ainda a necessidade de “avaliar cuidadosamente” as possíveis consequências dos anúncios de Donald Trump no mercado cambial, afirmando que o Japão deve tomar “medidas adequadas”.

O presidente norte-americano justificou as suas medidas com o desejo de punir os países que não controlam a imigração ilegal e são passivos em relação ao tráfico, em solo norte-americano, do opioide fentanil.

Os três países visados prometeram retaliar com as suas próprias medidas, ou já começaram a revelá-las: o Canadá, cujos recursos energéticos serão parcialmente isentos, vai impor tarifas de retaliação de 25% sobre 30 mil milhões de dólares de produtos norte-americanos a partir de terça-feira.

Sem entrar em pormenores, Pequim disse que está a preparar uma resposta para defender os “direitos e interesses” chineses e que irá apresentar uma queixa contra Washington junto da Organização Mundial do Comércio (OMC).

A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, referiu-se a “medidas tarifárias e não tarifárias para defender os interesses do México”, como retaliação aos EUA.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

China promete responder a novas tarifas de Trump

  • Lusa
  • 2 Fevereiro 2025

A China promete retaliar contra as novas tarifas dos EUA sobre os produtos chineses, impostas pelo Presidente norte-americano Donald Trump, e reafirmou que as guerras comerciais "não têm vencedores".

A China promete retaliar contra as novas tarifas dos Estados Unidos sobre os produtos chineses, impostas pelo novo Presidente norte-americano Donald Trump, e reafirmou que as guerras comerciais “não têm vencedores”. Horas antes, Trump assinou uma ordem executiva para a aplicação de taxas aduaneiras aos produtos provenientes do Canadá, do México e da China, a partir de 4 de fevereiro.

O comércio entre os Estados Unidos e a China representou cerca de 500 mil milhões de euros nos primeiros 11 meses de 2024, mas o balanço é amplamente desfavorável aos Estados Unidos, com um défice de cerca de 260 mil milhões de euros, segundo dados de Washington.

“A China está fortemente insatisfeita e firmemente contra” as tarifas, disse o Ministério do Comércio chinês, em comunicado, anunciando “medidas correspondentes para proteger resolutamente os direitos e interesses” chineses. “Não há vencedores numa guerra comercial ou tarifária“, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, noutro comunicado.

Pequim anunciou que vai apresentar uma queixa contra Washington junto da Organização Mundial do Comércio (OMC) pelo que chamou de “imposição unilateral de taxas alfandegárias em grave violação das regras da OMC“. Estes impostos “não só são inúteis para resolver os problemas dos Estados Unidos, como também prejudicam a cooperação económica e comercial normal”, denunciou o Ministério do Comércio.

O decreto presidencial de Trump determina a imposição de tarifas de 10% à China, de 25% ao México e de 25% ao Canadá, exceto no petróleo canadiano, que terá tarifa de 10%.

Trump tinha vindo a ameaçar a imposição de tarifas para garantir uma maior cooperação dos países para impedir a imigração ilegal e o contrabando de produtos químicos usados para fazer fentanil, um poderoso opiáceo que está a causar estragos nos Estados Unidos.

O documento não só acusa a China de passividade no tráfico de droga para os Estados Unidos, mas vai mais longe e disse que o país asiático “apoia e expande ativamente o negócio da droga “para envenenar” os norte-americanos. “A China espera que os Estados Unidos analisem e lidem com problemas como o fentanil de forma objetiva e racional, em vez de ameaçar constantemente outros países com tarifas“, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Pouco antes, também a Presidente do México, Claudia Sheinbaum, e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciaram, em retaliação, a imposição de taxas aduaneiras aos produtos vindos dos Estados Unidos.

De acordo com a Casa Branca, a ordem também inclui um mecanismo para aumentar as taxas aduaneiras em caso de retaliação do México, Canadá ou China — os três principais parceiros comerciais dos Estados Unidos e que no total representam mais de 40% das importações do país.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.