Governo dá mais 12 meses aos projetos dos leilões solares

É a sétima prorrogação do prazo desde 2020, alargando o prazo máximo para a conclusão dos projetos para quase sete anos e meio.

O Governo deu mais 12 meses para a conclusão e entrada em operação dos projetos que resultaram dos leilões de energia solar realizados em Portugal em 2019, 2020 e 2021, segundo um despacho publicado na segunda-feira no site da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG), avança esta terça-feira o Jornal de Negócios.

A ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, justifica este novo adiamento dos prazos — que diz ser o último — com a “atual situação geopolítica e os seus impactos económicos, e os constrangimentos daí decorrentes”, a que se somam “os vários pedidos dos promotores e no sentido de garantir a igualdade entre os interessados”.

Esta é a sétima prorrogação de prazo autorizada desde 2020 para a conclusão de projetos que resultaram dos leilões solares. A primeira foi decidida em dezembro desse ano pelo então secretário de Estado da Energia, João Galamba. O prazo máximo sobe agora de 77 para 89 meses, ou seja, quase sete anos e meio, o que significa que poderá haver projetos do leilão de 2019 que só ficarão terminados em 2027.

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Podcast Advocatus. Entrevista a Paulo Saragoça da Matta e a rubrica Quid Juris

  • ADVOCATUS
  • 9:42

No sexto episódio o sócio da DLA Piper é o grande entrevistado. Na rubrica Quid Juris falamos sobre Diretiva Europeia sobre a Transparência Salarial com a participação do advogado Tiago de Magalhães.

No sexto episódio do Podcast Advocatus, o jornalista Frederico Pedreira entrevistou Paulo Saragoça da Matta, sócio da DLA Piper. Em debate esteve um tema que está no centro do debate público e jurídico: as fake news e o seu enquadramento na lei.

Na rubrica Quid Juris, um segmento que pretende clarificar situações jurídicas, atuais e diárias, analisamos a Diretiva Europeia sobre a Transparência Salarial. Para falar sobre todos os contornos jurídicos desta lei contamos com a participação do associado sénior da CMS Portugal Tiago de Magalhães.

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Companhias aéreas avisam que viagens de curta distância podem ficar mais caras

  • Lusa
  • 9:24

Em causa estão os custos relacionados com eventual aumento dos preços de matérias-primas e bens por causa da guerra de tarifas desencadeada por Trump e com o combustível de aviação sustentável.

O diretor executivo da associação que representa as companhias aéreas em Portugal (RENA) defende que face ao aumento dos custos há viagens que podem ficar mais caras, até “como desincentivo” aos trajetos de curta distância.

“Temos de estar preparados para isso, porque a equação é simples: se o custo da matéria-prima e os encargos, nomeadamente ao nível de impostos e taxas, vão subindo, alguém vai ter de suportar“, disse António Moura Portugal em entrevista à Lusa.

Em causa estão custos relacionados com o eventual aumento dos preços de matérias-primas e bens por causa da guerra de tarifas desencadeada pela Administração norte-americana e com o combustível de aviação sustentável (SAF na sigla em inglês).

Por imposição de Bruxelas, desde o início do ano que todos os voos têm de ter pelo menos 2% de incorporação deste combustível sustentável, produzido a partir de resíduos como óleo alimentar usado. Uma meta que aumentará gradualmente nos próximos anos.

O diretor executivo da associação não tem dúvidas de que “as companhias vão ter de cumprir com as metas. A questão é saber a que custo e em que medida é que depois terá ou não de ser passado para terceiros”, acrescentou.

“Olhando para o balanço das companhias aéreas, para as projeções e para os resultados que têm, vemos que é impossível que os acomodem totalmente ou de forma permanente“.

Nesse seguimento, “fazendo alguma futurologia”, o responsável diz que pode haver viagens que vão encarecer, principalmente as de curta dimensão “até como desincentivo”.

“Hoje temos [destinos] como Londres, Paris ou Madrid com um peso forte na dimensão relativa do nosso aeroporto, [que são operados] com aeronaves mais pequenas. Era desejável que houvesse um peso maior de viagens intercontinentais de aeronaves de maior dimensão, porque significa que o mesmo slot [faixa horária para aterrar e descolar] estaria a ser ocupado por uma aeronave que em vez de transportar 120 pessoas se calhar leva 240″, detalhou.

Questionado se essa subida de preços também será implementada pelas companhias low cost, referiu que “só podem ser low cost na tarifa, porque depois no resto pagam taxas e impostos na mesma, como todas as outras companhias. Portanto, o que pode acontecer também é uma maior perceção por parte do viajante daquilo que está a pagar. O que eu acho que é desejável”, comentou.

No que toca à taxa de carbono cobrada aos passageiros aéreos, pela primeira vez parte das receitas vão reverter para o setor da aviação. Os detalhes ainda não são conhecidos, mas o diretor executivo da RENA aplaude a medida aprovada no ano passado que prevê a transferência de um máximo de 40 milhões de euros em prol de atividades de descarbonização no setor da aviação civil, nomeadamente no apoio à produção de combustível sustentável.

A equação é simples: se o custo da matéria-prima e os encargos, nomeadamente ao nível de impostos e taxas, vão subindo, alguém vai ter de suportar.

António Moura Portugal

Diretor executivo da RENA

“Já que a taxa existe, e embora nós contestemos a sua existência por entendermos que não tem racionalidade de eficiência, pelo menos que parte daqueles 60 milhões que permite arrecadar possam reverter para o setor. E reverter para o setor não é para o bolso das companhias, é para políticas que possam ajudar na sustentabilidade” como tornar a produção de SAF em Portugal mais acessível e “criar condições para que Portugal possa vir a ter um papel pioneiro”, reforçou.

A taxa de carbono entrou em vigor em julho de 2021 para compensar as emissões do setor da aviação.

Companhias aéreas afastam queda de procura de turistas dos EUA por Portugal

As companhias aéreas não estão a sentir uma diminuição da procura por Portugal de norte-americanos para o verão, garantiu, por outro lado, o diretor executivo da RENA na entrevista à Lusa.

As medidas que a Administração Trump tem vindo a implementar, como a guerra de tarifas, têm suscitado preocupações em várias indústrias, entre as quais o turismo, o motor de crescimento da economia portuguesa.

Lá fora, algumas companhias aéreas têm revisto em baixa o crescimento das reservas com os receios de uma eventual diminuição do poder de compra levar os norte-americanos a cortar nas viagens de lazer. Em Portugal, pelo menos para o verão, esse efeito ainda não está a ser sentido, segundo António Moura Portugal.

“As reservas são feitas com alguma antecedência, e o que estamos a viver hoje ainda é reflexo de decisões económicas tomadas há seis ou nove meses, antes ainda desse impacto”, explicou. No entanto, não descarta que “no futuro isso possa acontecer”. “Mas, para já, ainda não”, acrescentou.

Apesar de o número de reservas não estar a ser impactado, admite que, “indiretamente, poderá haver um aumento de preços por causa de um encarecimento de matérias-primas ou de bens que são incorporados naquilo que é o produto final, que é a viagem”.

Por outro lado, “também há uma menor capacidade de compra por parte do turista norte-americano e uma menor disposição para viajar para a Europa”, destaca, lembrando o forte contributo que têm dado aos operadores turísticos em termos de receitas.

Mesmo confirmando-se o arrefecimento da procura, acredita que Portugal não estará “na linha da frente desse impacto” por não ser um dos destinos mais caros na lista de preferências do passageiro norte-americano.

Por todos estes motivos, mantém-se confiante de que as perspetivas para o verão não vão ser afetadas. “Os números deste ano apontam para um crescimento na casa dos 2 ou 3%, em termos do número total de passageiros que estão a chegar aos aeroportos portugueses. […] Para Portugal são números satisfatórios, até porque, como se sabe, temos uma capacidade de crescimento muito limitada”, disse, referindo-se ao congestionamento do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

Ainda sobre o mercado norte-americano, lembrou que hoje saem de Portugal voos para “variadíssimos destinos” dos EUA servidos não só pela United Airlines, mas também por outras companhias aéreas como a TAP, que tem reforçado a aposta para este mercado.

No que toca ao processo de privatização da empresa, o porta-voz da associação que representa várias companhias aéreas, entre as quais a TAP e as potenciais interessadas Air France, Lufthansa e IAG, prefere não se pronunciar em concreto.

Para António Moura Portugal, o que é importante é ter uma TAP “ativa, forte e a funcionar como companhia líder em termos de aviação em Portugal. Se o modelo de gestão é público, privado, com acionistas nacionais ou estrangeiros, é uma questão 100% política”, referiu.

“O que eu acho que é importante é termos uma TAP com paz social, com estabilidade, com objetivos estratégicos tomados única e simplesmente preocupados com a companhia. […] O que nós temos de pôr na cabeça, de uma vez por todas, é que a TAP está a operar num mercado altamente concorrencial, num mercado global, e que para nós é importante que ela tenha e desempenhe um papel nesse mercado, porque todos nós, portugueses, beneficiamos com isso”, alertou.

Questionado se os avanços e recuos na privatização com as sucessivas mudanças de governo podem ser um obstáculo nesse caminho da estabilidade, o responsável descarta essa ideia. “Não estão propriamente a interferir no desempenho e na gestão da companhia tal como ela está a ser feita”, concluiu.

“ANA sabe que proposta de subida de taxas está votada ao insucesso”

As companhias aéreas consideram que a proposta da ANA para a construção do novo aeroporto em Alcochete foi “além do que a lei exige”, e que a proposta da subida de taxas aeroportuárias está “votada ao insucesso”.

“Neste momento, a proposta deve ser vista, metaforicamente falando, quase como uma declaração de intenção por parte da ANA – Aeroportos de que quer e está disponível [para avançar com o novo aeroporto], no âmbito do contrato de concessão e no âmbito dos diplomas que o regem”, disse o diretor executivo da associação das companhias aéreas em Portugal.

A gestora dos aeroportos nacionais propõe alargar o prazo da atual concessão por mais 30 anos e aumentar as taxas aeroportuárias progressivamente de 2026 até 2030 para financiar a nova infraestrutura aeroportuária de Lisboa com um custo estimado de 8,5 mil milhões de euros, segundo o relatório inicial entregue no final do ano passado.

O atual contrato em vigor, assinado em 2012, prevê a concessão por 50 anos. Caso esta proposta avance, o prazo seria alargado até 2092.

O responsável da RENA entende que “esta proposta da ANA foi mais além do que aquilo que o contrato de concessão exige e do que a lei exige”.

Sobre o prolongamento do contrato de concessão, prefere não se pronunciar uma vez que competirá ao concedente, ou seja, ao Estado decidir. Mas nota “com satisfação a preocupação do Estado em ter criado uma estrutura de missão, [um grupo de trabalho, específico], para lidar com a ANA neste ponto”.

Já em relação à proposta para a subida das taxas, tem “uma posição que é inequívoca e de completa e absoluta oposição. Oposição do ponto de vista de justiça e de quase de senso comum”, comentou.

“Não faz sentido nenhum estar numa fase em que nem sequer temos um projeto final a subir taxas em 2026 para financiar uma infraestrutura que ainda não se conhece […] e não se sabe quanto tempo demorará a ser implementada”, defendeu.

Para as companhias aéreas, “não faz sentido nenhum estar a pedir a um utilizador de hoje para pagar algo que não é sequer tangível, nem se sabe ainda se terá lugar no futuro. E quem vai lucrar com a exploração do futuro aeroporto [em Alcochete], incluindo as fases comerciais, é a ANA”, reforçou.

António Moura Portugal recorda que há uma decisão do Tribunal Constitucional “que veio deixar de forma clara que é preciso haver uma ligação entre a taxa, ou encargo que se paga, e a infraestrutura que se está a financiar”. “E parece-me claramente que isso não está a ser feito”, criticou.

Questionado se este caso pode vir a ser usado como jurisprudência para eventuais ações judiciais, o porta-voz da RENA referiu que não acredita sequer que a concessionária avance com a ideia. “A ANA sabe que esta é uma proposta que estará votada ao insucesso. Se insistirem em fazê-lo, cá estaremos para nos opor”, assegura o responsável, lembrando que a gestora dos aeroportos tem ainda perto de 36 meses para apresentar o projeto final.

Quanto às obras que estão a ser feitas no aeroporto Humberto Delgado e o impacto que pode ter na operação no verão, diz serem “um mal necessário”. Mas garante que não estão a ter efeitos negativos nas operações, até porque “ainda estão numa fase embrionária”.

E lembra que “viver com a Portela significa tentar ter um aeroporto eficiente, a operar bem” até ser descontinuada quando o novo aeroporto estiver operacional.

A ANA prevê a abertura da nova infraestrutura aeroportuária, batizada como aeroporto Luís de Camões, em meados de 2037, ou, com otimizações ao cronograma a negociar com o Governo, no final de 2036.

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Hoje nas notícias: Chega, leilões solares e estafetas

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, e o ministro António Leitão Amaro admitem negociar com o Chega no Parlamento, excluindo-o apenas de entrar no Governo. Esta é uma das notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Hugo Soares e Leitão Amaro admitem negociações com o Chega. O “não é não” passou a ser só para entrada no Governo

O líder parlamentar e secretário-geral do PSD, Hugo Soares, acredita que existem “condições de governabilidade” perante os resultados das legislativas de domingo, porque “as oposições vão ter de deixar a AD governar”. Falando numa entrevista à SIC Notícias, o social-democrata assinalou que a votação “muito reforçada” na coligação PSD/CDS, mas, simultaneamente, reconheceu que o crescimento do Chega não pode ser ignorado. “O ‘não é não’ é o mesmo que há um ano”, afirmou, esclarecendo, porém, que esse “não é não” é para uma solução governativa e não impede negociações parlamentares. A mesma posição foi assumida pelo ministro António Leitão Amaro em entrevista à RTP, na qual admitiu dialogar com o partido de André Ventura, à exceção de uma entrada no Governo.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

Governo dá mais 12 meses aos projetos dos leilões solares

O Governo deu mais 12 meses para a conclusão e entrada em operação dos projetos que resultaram dos leilões de energia solar realizados em Portugal em 2019, 2020 e 2021, segundo um despacho publicado na segunda-feira no site da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG). A ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, justifica este novo adiamento dos prazos — que diz ser o último — com a “atual situação geopolítica e os seus impactos económicos, e os constrangimentos daí decorrentes”, a que se somam “os vários pedidos dos promotores e no sentido de garantir a igualdade entre os interessados”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Novas regras para reconhecer contrato aplicam-se a estafetas mais antigos

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiu por unanimidade que um estafeta que tenha começado a prestar serviços para plataformas digitais ainda antes da entrada em vigor da nova regra para reconhecer contratos de trabalho sem termo, a 1 de maio de 2023, não impede que o novo método, criado a pensar na especificidade deste trabalho, seja aplicado pelos tribunais, desde que a relação perdure após essa data. A decisão sobre a chamada “presunção de laboralidade”, ainda que não fixe jurisprudência, será tida em conta pelos tribunais.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

STA ‘obrigado’ a decidir impugnação à nacionalização da Efacec

O Supremo Tribunal Administrativo declarou-se “incompetente” para decidir o pedido de impugnação da nacionalização da Efacec apresentado por Isabel dos Santos. No entanto, a conferência de juízes da Secção de Contencioso Administrativo reconhece agora “a competência absoluta do STA para julgar” o processo, que volta assim à estaca zero, com apreciação da matéria de facto. Esta é uma vitória para a empresária angolana, ainda que apenas formal.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Três em cada cinco portugueses diz não ter dinheiro para as necessidades básicas

Os dados do estudo Barómetro Europeu 2025 do Observador Cetelem mostra que três em cada quatro portugueses (77%) assumem ter dificuldades financeiras e três em cada cinco (59%) diz mesmo não conseguir cobrir as suas necessidades básicas — embora consigam, nalguns casos, adotar estratégias de mitigação. Mas há ainda 18% dos inquiridos que admite não só a incapacidade de pagar os encargos essenciais, como também a ausência de qualquer alternativa para enfrentar essa situação. Numa análise levada a cabo em 10 países europeus, Portugal lidera no que respeita às intenções de poupança, com 65% dos portugueses a afirmar que pretendem poupar este ano.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

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Altice France avalia venda de posição de controlo na SFR

Empresa de Patrick Drahi enviou informações sobre a operadora francesa SFR a potenciais interessados, explorando a venda de uma posição de controlo.

A Altice France está a ponderar vender uma posição de controlo na SFR. Segundo a Bloomberg, a empresa do multimilionário Patrick Drahi enviou informação sobre a operadora a potenciais compradores nas últimas semanas, sendo que um eventual negócio poderia avaliar a SFR em 30 mil milhões de euros, incluindo a dívida.

Drahi tem vindo a explorar diferentes opções para o futuro do grupo internacional, que, através da Altice International, detém a Altice Portugal, dona da Meo. A compra da SFR poderia atrair o interesse de empresas como Bouygues, Iliad, Orange e E&, segundo a agência de informação financeira.

A Bloomberg escreve também que várias empresas já contrataram consultoras para avaliar possíveis negócios. Algumas estão interessadas em apenas uma parte do negócio e poderão tentar avançar em consórcio com outra empresa ou fundo.

Contactada pela agência sobre este assunto, fonte oficial da Altice France disse que o grupo “está focado na implementação do acordo de dívida, a considerar a venda de ativos não-core e a perseguir o relançamento comercial da SFR e a melhoria da qualidade do serviço”.

Em fevereiro, a Altice France alcançou um acordo com os respetivos credores para um perdão de dívida de 8,6 mil milhões de euros, cerca de um terço do total, mantendo Drahi aos comandos. A possível venda da SFR só avançará depois de concluída esta reestruturação.

Importa recordar que, nos últimos anos, Drahi também explorou a venda da Altice Portugal. O negócio com a operadora saudita STC esteve em vias de avançar, mas o negócio acabou por cair por terra, como noticiou o ECO em julho do ano passado.

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Aliança Solar Internacional nega responsabilidade das renováveis no apagão

  • Lusa
  • 7:43

O diretor-geral da Aliança Solar Internacional (ISA) afastou a possibilidade de o apagão de 28 de abril em Espanha e em Portugal ter sido causado por problemas com energias renováveis.

O diretor-geral da Aliança Solar Internacional (ISA, na sigla em inglês) afastou a possibilidade do apagão de 28 de abril em Espanha e em Portugal ter sido causado por problemas com energias renováveis. “Não acredito que esteja provado que os apagões em Espanha e em Portugal tenham sido causados sobretudo por programas de energias renováveis”, disse Ashish Khanna, que dirige a ISA desde março, à agência Efe.

O diretor-geral desta aliança de 123 países, liderada pela França e pela Índia, sublinhou que, embora a investigação esteja em curso, publicações de prestígio mostram que o apagão se deve a fatores mais técnicos, “especialmente relacionados com a transmissão e escoamento de energia”.

A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade anunciou a criação de um comité para investigar as causas deste apagão, que classificou como “excecional e grave”, e que deixou Portugal e Espanha às escuras no dia 28 de abril.

Este painel de peritos terá de elaborar um relatório factual que constituirá a base do relatório final até o prazo máximo de 28 de outubro deste ano. O relatório final sobre a investigação do incidente deverá ser publicado, o mais tardar, até 30 de setembro de 2026.

Khanna defendeu que o armazenamento de energia e o desenvolvimento de uma infraestrutura adequada de transmissão são vitais para evitar apagões ligados aos períodos de ausência de geração de energia solar.

A Índia “implementou uma proporção muito maior [do que a Europa] de energia solar renovável, com quase 100 gigawatts já instalados. A China está a multiplicar este número, e não há apagões causados pela energia solar”, sublinhou. “É apenas um exemplo de que não é o problema principal”, acrescentou Khanna.

Na segunda-feira, a REN – Redes Energéticas Nacionais decidiu aumentar o limite das importações de eletricidade de Espanha nas horas de sol e retirar as restrições em vigor para as restantes, na sequência do apagão de abril.

Estas medidas implementadas pela gestora das redes elétricas fazem parte do processo de estabilização em curso do mercado ibérico de eletricidade (Mibel), após o corte generalizado no abastecimento elétrico em 28 de abril que deixou Portugal e Espanha praticamente sem eletricidade, bem como uma parte do território de França.

Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do apagão.

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PCP reúne Comité Central para analisar resultados das eleições e traçar iniciativas

  • Lusa
  • 7:33

Comité Central do PCP analisa esta terça-feira os resultados das eleições e pode discutir uma moção de rejeição ao programa do Governo. Comunistas tiveram a pior votação de sempre.

O Comité Central do PCP reúne-se esta terça-feira para analisar os resultados das eleições de domingo, a situação política e social e a “ação e iniciativa política do partido”. Esta vai ser a primeira reunião da direção do PCP desde as eleições legislativas deste domingo, que ditaram o pior resultado de sempre do partido, com 3,03% dos votos e a eleição de três deputados: Paulo Raimundo, Paula Santos e Alfredo Maia.

No final da reunião, pelas 18h00, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, vai apresentar as conclusões numa conferência de imprensa na sede nacional do partido, em Lisboa.

Entre as decisões que poderão ser discutidas nesta reunião pela direção comunista está a eventual apresentação de uma moção de rejeição ao programa do Governo, tendo em conta que, no ano passado, foi precisamente na primeira reunião do Comité Central após as legislativas de 10 março que Paulo Raimundo anunciou que o partido iria avançar com essa iniciativa.

Legislativas 2025
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    “O facto de nós avançarmos para esta iniciativa é um sinal político que queremos dar, que é para ficar logo claro ao que é que se vai. Da nossa parte, nós não temos nenhuma ilusão sobre qual é o projeto do PSD e do CDS, da direita. Não temos nenhuma ilusão qual é o caminho e as consequências na vida das pessoas, dos trabalhadores e do país”, tinha afirmado o secretário-geral do PCP nessa ocasião. Essa moção de rejeição viria a ser chumbada na Assembleia da República com os votos contra do PSD, Chega, CDS e PAN, abstenção do PS e votos a favor do BE, PCP e Livre.

    Agora, ainda que não tenha dado qualquer indicação quanto à eventual apresentação de uma moção de rejeição ao programa do Governo, Paulo Raimundo disse, na declaração que fez após serem conhecidos os resultados eleitorais, que, perante o resultado da AD, Chega e IL, é necessária “uma ação comum de democratas e patriotas” para enfrentar “a política de direita”. “Este não é o tempo para dar a mão à direita e dar suporte à sua política antipopular. Este é o tempo do combate”, vincou.

    A AD venceu as eleições legislativas de domingo, com 89 deputados, enquanto PS e Chega empataram no número de eleitos para o parlamento, com 58 cada. A Iniciativa Liberal continua a ser a quarta força política, com mais um deputado (9) do que em 2024, e o quinto lugar é do Livre, que passou de quatro a seis eleitos. A CDU perdeu um eleito e ficou com três parlamentares, enquanto o Bloco de Esquerda está reduzido a uma representante, tal como o PAN que manteve um deputado. O JPP, da Madeira, conseguiu eleger um deputado.

    Estes resultados não incluem ainda os eleitores residentes no estrangeiro, cuja participação e escolhas serão conhecidas a 28 de maio.

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    Portugal segura posição entre os ecossistemas mais atrativos, mas Lisboa e Porto recuam

    Entre as cidades nacionais, Leiria regista a maior subida. Cantanhede e Faro marcam, pela primeira vez, posição no ranking da StartupBlink.

    Portugal segurou a 29.ª posição entre os ecossistemas de empreendedorismo mais atrativos a nível global, mas Lisboa e Porto voltam a recuar, aponta o “Global Startup Ecosystem Index 2025”, da StartupBlink. Entre as cidades nacionais, Leiria regista a maior subida. Cantanhede e Faro marcam, pela primeira vez, posição no ranking das mais de mil cidades analisadas.

    Depois de no ano passado, Portugal ter descido três lugares, para a 29.ª posição, no ranking global da StartupBlink, de um total de 110 países e 1.450 cidades analisadas, este ano o país mantém-se estável.

    “Portugal cresceu acima de 15% — em linha com os seus pares na 28.ª e 31.ª posição, cujos crescimentos oscilam entre 15% e 17% — o suficiente para manter a sua posição”, aponta o estudo. O país segura ainda a 17.ª posição a nível europeu.

     

    Fonte: “Global Startup Ecosystem Index 2025”, da StartupBlink.

     

    Ecommerce e retalho são áreas em destaque, com Portugal a atingir a 19.ª posição a nível global nestes setores.

    Lisboa e Porto em queda

    Mas a edição deste ano do ranking não traz boas notícias para os dois principais ecossistemas de empreendedorismo nacionais. Lisboa mantém-se como o principal hub do ecossistema português, mas recua uma posição para o 87.º lugar, com uma avaliação global de 10.139 e um crescimento anual de 12,3%.

    Fonte: “Global Startup Ecosystem Index 2025”, da StartupBlink.

     

    Porto, o segundo maior hub, cai quatro posições, para o 171.º lugar a nível global, com uma avaliação de 4.356, pese embora tenha registado um crescimento anual de 16,4%.

    Leiria é terceiro hub nacional

    Leiria é a cidade que assinala o maior crescimento percentual (121%), galgando 156 lugares para a 450ª posição no ranking entre as mais de mil cidades analisadas, tendo no mercado nacional superado Braga. A cidade dos arcebispos cai para o 4.º lugar em Portugal e recua 19 a nível global para a 476.ª posição.

    “Leiria é a casa do primeiro e único fundo público regional dedicado ao apoio de startups, com 5,5 milhões investidos em quatro projetos tecnológicos de grande impacto. Este investimento arrojado reflete o nosso forte compromisso com os empreendedores, o talento, e a internacionalização do nosso ecossistema”, diz Gonçalo Lopes, presidente da Câmara de Leiria, citado no relatório do ranking.

    Coimbra recua uma posição a nível nacional, embora tenha subido 25 no ranking global para o 520.º lugar; Aveiro e Funchal seguram o 6º e 7.º lugar a nível nacional, tendo subido 27 e 109 lugares, para a 779.ª e 984.ª posição global, respetivamente. Funchal estreia-se no Top mil.

    Destaque ainda para a entrada de Cantanhede (1.028ª posição no ranking global) e de Faro (1.349.º lugar global).

    Évora recua uma posição, para o 9.º lugar dos hubs nacionais, tendo galgado 75 posições, para o 1.029 lugar a nível global.

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    Às voltas com a IA? Há um guia rápido para contabilistas

    • Rita Atalaia
    • 7:11

    A IA está a revolucionar várias áreas, e a contabilidade não é exceção. A European Federation of Accountants and Auditors for SME lançou um guia rápido para ajudar a adotar esta tecnologia.

    A adoção de Inteligência Artificial (IA) representa uma oportunidade para os contabilistas certificados, ao ajudar a automatizar processos e libertar as empresas de tarefas mais rotineiras. Há, porém, um conjunto de desafios na implementação desta tecnologia, incluindo a proteção de dados, a necessidade de transparência na comunicação, mas também de apostar no desenvolvimento de novas skills.

    Para responder a esta revolução, a European Federation of Accountants and Auditors for SME (EFAA), entidade da qual a Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) é membro, lançou um guia rápido focado nos escritórios de pequena e média dimensão que Paula Franco, bastonária da OCC, considera “essencial para os profissionais de contabilidade adotarem a IA com segurança e eficácia, uma vez que apresenta um enfoque especial na proteção de dados e nas melhores práticas éticas”.

    Garantir a privacidade dos dados

    A EFAA refere que ao usar-se IA na contabilidade, os dados considerados sensíveis não são apenas financeiros. Os dados pessoais, nomeadamente dos clientes, colaboradores e parceiros, também têm de ser protegidos.

    “As soluções de IA processam esta informação através de algoritmos elaborados que analisam padrões, preveem resultados e automatizam tarefas rotineiras de contabilidade”, o que obriga a que sejam adotadas “medidas de segurança robustas”, aponta, alertando que “ferramentas gratuitas e amplamente utilizadas podem usar dados de clientes para treinar um modelo, potencialmente expondo informação sensível”.

    Nesse sentido, é “crucial perceber que a segurança dos dados não se trata apenas de impedir fugas de informação, mas também controlar de que forma é que a informação circula pelo ecossistema de IA”.

    Cuidado na escolha de ferramentas de IA

    A escolha das ferramentas de IA é outro dos cuidados que os contabilistas certificados devem ter, realça a EFAA, notando que a segurança dessas mesmas ferramentas deve estar no topo das preocupações. “Os escritórios de pequena e média dimensão devem dar prioridade a ferramentas que ofereçam níveis adequados de segurança”, diz, incluindo encriptação “end-to-end”, que garante que apenas o remetente e o destinatário podem ler a informação. “As soluções empresariais [pagas] tendem a ser mais seguras do que as soluções gratuitas de IA. Estas devem ser usadas com cautela, uma vez que operam frequentemente em modelos de negócio em que os dados do utilizador se tornam o produto”, alerta.

    Transparência na comunicação

    “A transparência é a base de uma comunicação eficaz junto dos clientes sobre o uso de IA nos serviços de contabilidade”, refere, por outro lado, a EFAA. As empresas devem, por isso, “revelar proativamente em que processos contabilísticos usam IA, de que forma é que esta tecnologia alavanca o seu serviço e que salvaguardas existem para proteger a informação dos seus clientes”.

    As empresas de contabilidade devem “estar preparadas para explicar a sua estratégia de segurança por camadas”, mas também garantir que há a supervisão de um humano nestes processos. “Criar conteúdos educacionais, como perguntas e respostas ou webinários, pode ajudar a desmistificar estas tecnologias e conceitos errados”, acrescenta.

    Novas skills para responder à IA

    Além de ser necessário apostar na segurança e privacidade dos dados, bem como na transparência na comunicação com os clientes, os escritórios também precisam de apostar em novas skills para responder a esta nova revolução.

    “À medida que os sistemas de IA se tornam cada vez mais autónomos, surgem questões sobre qual a responsabilidade e o equilíbrio adequado entre as decisões tomadas por humanos e pelas máquinas em termos de compliance. Os escritórios de pequena e média dimensão vão precisar de desenvolver novos conhecimentos” de IA para “navegar estas novas águas de forma eficaz”.

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    Portugal é o segundo país da Zona Euro com o maior agravamento orçamental entre 2025 e 2026

    Contas públicas trocam excedentes por défice com agravamento de 0,7 pontos percentuais do saldo orçamental em dois anos, segundo provisões de Bruxelas. Na área do euro, só a Estónia está pior.

    Portugal vai registar o segundo maior agravamento do saldo orçamental entre os 20 países da Zona Euro entre 2025 e 2026, depois de dois anos de excedentes, segundo as previsões económicas de primavera da Comissão Europeia, divulgadas esta segunda-feira.

    As contas públicas portuguesas deverão passar de um excedente equivalente a 0,1% do PIB em 2025 para um défice de 0,6% em 2026, uma deterioração de 0,7 pontos percentuais. Entre os Estados-membros da área do euro, a dimensão deste agravamento orçamental só é superado pela Estónia, que deverá ver o seu saldo orçamental agravar-se em 1 ponto percentual, passando de um défice de 1,4% do PIB em 2025 para 2,4% em 2026.

    As projeções divulgadas na segunda-feira por Bruxelas confirmam a viragem nas contas públicas portuguesas, que após um ciclo de excedentes orçamentais, regressarão a território negativo já no próximo ano. O agravamento de 0,7 pontos percentuais entre 2025 e 2026 coloca Portugal numa trajetória inversa à que tem seguido nos últimos anos.

    Os riscos para as perspetivas orçamentais são negativos e estão relacionados, nomeadamente, com os pedidos de reequilíbrio financeiro das parcerias público-privadas em curso e com as vulnerabilidades financeiras do setor das empresas públicas.

    Comissão Europeia

    European Economic Forecast Primavera 2025

    Segundo o documento da Comissão Europeia, o agravamento das contas públicas portuguesas resulta principalmente de medidas expansionistas adotadas pelo Governo. “As medidas de política orçamental colocam o excedente orçamental sob pressão”, aponta Bruxelas, destacando “o impacto das medidas de política fiscal, como a redução da taxa do imposto sobre o rendimento das empresas e o investimento público financiado por empréstimos do PRR”.

    O relatório da Comissão Europeia refere ainda que “os riscos para as perspetivas orçamentais são negativos e estão relacionados, nomeadamente, com os pedidos de reequilíbrio financeiro das parcerias público-privadas em curso e com as vulnerabilidades financeiras do setor das empresas públicas.”

    As projeções da Comissão Europeia vêm confirmar o que já tinha sido antecipado por outras instituições nacionais. O Banco de Portugal, no Boletim Económico de dezembro já alertava para esta inversão. “A atual projeção aponta para um saldo de -0,1% do PIB em 2025, inferior aos 0,3% estimados no OE2025” e, “nos anos seguintes, a manutenção da situação orçamental deficitária é explicada pelos efeitos das medidas permanentes já adotadas, que impactam tanto a despesa pública como a receita fiscal“, lê-se no documento produzido pela entidade liderada por Mário Centeno.

    Além disso, o mesmo documento do Banco de Portugal refere que “ao longo do horizonte [até 2027], a orientação da política orçamental é expansionista e pró-cíclica, refletindo-se numa deterioração acumulada do saldo primário estrutural superior a 2 pontos percentuais do PIB nos anos de 2024 a 2027, num contexto em que o PIB permanece acima do seu potencial”.

    Também o Conselho de Finanças Públicas (CFP), no seu relatório de “Perspetivas Económicas e Orçamentais 2025-2029”, publicado em abril, alertava para este cenário, projetando “um défice de 1% do PIB” para 2026, um valor ainda mais pessimista que o agora previsto por Bruxelas.

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    Portugal deixa grupo de países com excedentes orçamentais

    Com a deterioração prevista para as contas públicas, Portugal deixará de integrar o grupo de países com excedente orçamental, que em 2025 incluirá apenas cinco Estados-membros da Zona Euro: Chipre (3,5%), Grécia (0,7%), Irlanda (0,7%), Luxemburgo (-0,4%) e Portugal (0,1%).

    No conjunto dos países da União Europeia, a situação orçamental deverá melhorar ligeiramente. O número de países com défice excessivo (superior a 3% do PIB) deverá passar de 11 em 2025 para nove em 2026, segundo as previsões da Comissão Europeia. Contudo, o défice médio da União Europeia continuará a subir ligeiramente, atingindo 3,4% do PIB em 2026.

    “Após cair para 3,2% do PIB (3,1% do PIB na Zona Euro) em 2024, espera-se que o défice público geral da União Europeia aumente em mais de 0,1 pontos percentuais em 2025 e apenas marginalmente em 2026, atingindo 3,4% do PIB em 2026 (3,3% na Zona Euro)”, indica o documento de Bruxelas.

    A Comissão Europeia não antecipa que Portugal venha novamente a incumprir com as regras orçamentais europeias, e menos ainda que a situação orçamental do país fique descontrolada. Porém, lembra que a ativação da cláusula de salvaguarda nacional do Pacto de Estabilidade e Crescimento, que proporciona flexibilidade em 2025-2028 para aumentar as despesas com a defesa, se concretize a partir de 2026, o que fará com que a despesa dos Estados-membros aumentem.

    Apesar do agravamento orçamental, Portugal será o sexto país com maior crescimento entre os 20 Estados-membros da Zona Euro em 2026, segundo as projeções da Comissão Europeia.

    Por isso, Bruxelas salienta que, para o agregado dos países europeus, “espera-se que este impacto seja amplamente compensado pelas medidas de consolidação adicionais necessárias para cumprir os requisitos do quadro orçamental da União Europeia.”

    A mesma preocupação já tinha sido manifestada pelo Banco de Portugal em dezembro. “Na ausência de novas medidas de contenção da despesa ou de aumento da receita, o cumprimento das novas regras orçamentais europeias poderá estar comprometido”.

    Apesar destes avisos, a Comissão Europeia reconhece que a dívida pública portuguesa continuará a sua trajetória descendente, embora a um ritmo mais lento, prevendo uma redução para 91,2% do PIB em 2025 e 86,5% em 2026, valores ainda bem acima da média da Zona Euro.

    Crescimento económico acima da média europeia

    Apesar do agravamento orçamental, Portugal mantém perspetivas de crescimento económico positivas. A Comissão Europeia prevê que a economia portuguesa cresça 1,8% em 2025, acelerando para 2,2% em 2026, substancialmente acima da média da Zona Euro (0,9% e 1,4%, respetivamente).

    Este desempenho coloca Portugal como o sexto país com maior crescimento entre os 20 Estados-membros da Zona Euro em 2026, atrás apenas de Malta (4,0%), Lituânia (3,1%), Croácia (2,9%), Chipre (2,5%) e Irlanda (2,5%).

    “O crescimento do PIB deverá permanecer robusto em 2025 (1,8%) e acelerar em 2026 (2,2%), sustentado pelo consumo privado e investimento”, destaca o relatório da Comissão Europeia, que aponta ainda que “os recentes cortes nas taxas de juro da BCE estimulam o consumo privado e os investimentos”.

    As projeções da Comissão Europeia colocam Portugal num cenário de transição orçamental crítica, com o saldo público a deteriorar-se de um excedente de 0,1% do PIB em 2025 para um défice de 0,6% em 2026. Este agravamento de 0,7 pontos percentuais, o segundo maior na Zona Euro, contrasta com as metas do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), que previa um excedente de 0,3% no próximo ano, e também com o programa eleitoral da AD, que projetava um saldo positivo de 0,1% em 2026.

    O desafio imediato para a AD e para o Governo será conciliar o estímulo económico com a disciplina fiscal exigida pelo Pacto de Estabilidade.

    A divergência reflete o caráter expansionista das medidas do Governo de Luís Montenegro, incluindo a redução do IRC de 21% para 20% em 2025 e cortes progressivos no IRS até 2029, num total de 2.000 milhões de euros. Bruxelas alerta que estas políticas, combinadas com o investimento público via Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), pressionarão as contas públicas, num contexto em que o crescimento económico projetado (1,8% em 2025 e 2,2% em 2026) fica abaixo das expectativas da AD (2,4% e 2,6%, respetivamente).

    O quadro macroeconómico da AD, alinhado com o OE2025, assenta em quatro eixos: desagravamento fiscal estrutural, modernização do Estado, aumento da produtividade e execução acelerada do PRR. Contudo, as previsões da Comissão Europeia sugerem que o impacto destas medidas no défice será maior do que o previsto pelo Governo. Enquanto o Executivo antevê uma dívida pública de 93,3% do PIB em 2025, Bruxelas projeta uma redução mais acentuada, para 91,2% em 2025 e 86,5% em 2026, ainda assim acima da média da Zona Euro.

    O desafio imediato para a AD e para o Governo será conciliar o estímulo económico com a disciplina fiscal exigida pelo Pacto de Estabilidade. A Comissão Europeia reconhece que a dívida mantém uma trajetória descendente, mas sublinha que a orientação expansionista poderá comprometer a consolidação orçamental, tal como alertado pelo Banco de Portugal (-2 pontos no saldo primário estrutural até 2027).

    A execução integral do PRR (6,8 mil milhões em 2025) e a contenção da despesa corrente surgem como fatores críticos para mitigar estes riscos. Num contexto externo marcado por incertezas geopolíticas e protecionismo comercial, o sucesso do plano dependerá da capacidade de transformar o crescimento projetado em ganhos de competitividade, sem desequilibrar as contas públicas.

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    Luz Saúde congela dividendo à espera de novo investidor

    Grupo de saúde detido pela Fidelidade obteve lucros de 38,5 milhões de euros e vai congelar dividendo para financiar expansão da atividade. Espera encontrar novo investidor até ao verão.

    A Luz Saúde voltou a congelar o dividendo à espera do novo investidor, que deverá chegar no verão. Apesar de o resultado ter acelerado 24% no ano passado, o grupo hospitalar liderado por Isabel Vaz decidiu não distribuir qualquer dinheiro pelo acionista. Ao invés, vai reter os lucros de 38,5 milhões de euros para investir no “ambicioso projeto de expansão” do negócio.

    A decisão – que vai a votos na assembleia geral de 26 de maio — surge numa altura em que a Fidelidade se encaminha para a reta final do processo de venda de parte do capital da Luz Saúde. É expectável que a operação seja concretizada durante o próximo verão e traga um novo parceiro para acelerar a atividade de um dos maiores grupos de hospitais privados do país.

    A seguradora detida pelos chineses da Fosun — que não comenta o processo — está disposta a vender 40% do capital da Luz Saúde, mas admite vender uma participação de perto de 50%, procurando uma avaliação superior a mil milhões de euros para o grupo hospitalar.

    De acordo com o que avançou o site Mergermarket no início do mês, vários grupos se perfilam nesta corrida, incluindo fundos de private equity como a CVC, KKR, Ardian, Macquarie, Advent e EQT Future e grupos de saúde como a PureHealth e Rede D’Or. O assessor Natixis já recebeu as propostas não vinculativas.

    A Luz Saúde conta com 14 hospitais privados e 15 clínicas, tem mais de 1.100 camas de internamento e 56 blocos operatórios e emprega mais de 14 mil trabalhadores.

    No ano passado, a faturação do grupo subiu 10%, atingindo os 733 milhões de euros, refletindo o aumento do volume de atos médicos, em especial nas unidades onde o grupo investiu nos últimos anos, e também a atualização dos preços dos serviços médicos prestados.

    Investimento supera 80 milhões

    Ao reter os resultados, o conselho de administração considera que pode “desse modo afetar-se os fundos disponíveis à concretização da estratégia projetada”.

    A Luz Saúde quer continuar a crescer com um novo investidor, mas nem por isso tem parado os investimentos. No ano passado diz ter investido mais de 80 milhões de euros em ativos fixos, tendo privilegiado a expansão da sua rede de unidades de saúde, que contou com um investimento de 25,8 milhões.

    O grupo destaca a abertura da clínica de saúde do Carreira, no Funchal, Madeira, no ano passado, enquanto também aposta na expansão das unidades que tem em Leiria, Figueira da Foz, Vila Franca de Xira, Aveiro, Torres de Lisboa e Ribatejo e também na digitalização das operações do grupo (oito milhões de euros).

    Para lá do mercado nacional, a Luz Saúde diz que “continuará a analisar oportunidades de crescimento noutros mercados” ao longo deste ano.

    Isabel Vaz, CEO da Luz Saúde

    IPO falhado custou 900 mil euros

    Há um ano, a Fidelidade tentou uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da Luz Saúde, mas o negócio acabou por cair por terra no momento da decisão devido a “condições de mercado adversas” que não permitiu satisfazer as condições de preço que a seguradora pedia.

    A operação – que iria levar a Luz Saúde de novo para a bolsa – teve um impacto negativo de 900 mil euros nas contas do grupo hospital no ano passado, revela no relatório e contas, embora sem detalhar os custos.

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    Governo deverá ser de continuidade, apesar da expectativa de saída de Blasco e Dalila Rodrigues

    Politólogos apontam os nomes de Margarida Blasco e Dalila Rodrigues como aqueles que estão em risco de saída e apostam em continuidade nas políticas. Montenegro elege sete áreas prioritárias.

    O novo Governo deverá ser de continuidade, nas políticas e no elenco governativo, apesar dos nomes da Administração Interna, Margarida Blasco, e da Cultura, Dalila Rodrigues, serem apontados como de saída, a que se junta naturalmente o de Pedro Duarte, candidato do PSD à Câmara Municipal do Porto, de acordo com os politólogos ouvidos pelo ECO.

    “O Governo ganhou margem de manobra para a sua ação. As políticas seguidas nos últimos 11 meses foram validadas pelos eleitores. Vamos ter uma primeira leitura disso com base na composição do Governo”, considera Bruno Ferreira Costa, professor de Ciência Política da Universidade da Beira Interior.

    Para o politólogo, “Luís Montenegro optará por replicar quase todo o Governo, por uma continuidade”, porque “foi relegitimado, ainda que haja uma remodelação em dois ou três ministérios”. “Isto permitirá à AD governar sem tanta necessidade de diálogo, mas vamos ver se isso não é visto como excesso de sobranceria, porque a vitória da AD é uma vitória curta face aos resultados que teve há um ano”, considera.

    O professor da Beira Interior aponta apenas “duas ministras com os lugares em risco, a da Cultura, pelo mal-estar interno que gerou, e a ministra da Administração Interna pelas várias polémicas em que esteve envolvida“. Pastas também apontadas por Hugo Ferrinho Lopes, investigador de doutoramento do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, que acredita Hugo Ferrinho Lopes em “ligeiras alterações”, mas “sobretudo numa continuidade”.

    Apesar dos problemas no SNS, dificilmente Luís Montenegro mudaria de ministra da Saúde, porque defendeu-a sempre e até a colocou como cabeça de lista por Vila Real. E, apesar dos problemas na habitação, Miguel Pinto Luz deve-se manter como ministro com essa pasta, porque é um dos alicerces do Governo, para além de ter um papel interno importante no PSD e gere pastas importantes como o novo aeroporto e a TAP. Poderá haver eventualmente alterações nas secretarias de Estado. Outro ministro seguríssimo é o da Educação, Fernando Alexandre, pelos acordos que conseguiu com os professores”, considera Bruno Ferreira Costa.

    Bruno Ferreirinho Lopes admite que, apesar da continuidade, podem existir alterações na orgânica do Governo. “Há um ano, Luís Montenegro compôs o Governo com uma estrutura muito semelhante à de António Costa para assegurar uma transição de pastas rápida. É possível que, desta vez, tendo experiência governativa e sendo a passagem de pastas para ele próprio, Luís Montenegro poderá alterar a orgânica do Governo e de pastas“, aponta.

    O politólogo dá como exemplo o Ministério da Modernização Administrativa, que considera poderá incluir mais pastas, enquanto a Cultura “poderá regressar a secretaria de Estado como no tempo de Pedro Passos Coelho”.

    “Será que Agricultura e Ambiente vão continuar separados? Pode haver fusão de pastas até na sequência da reforma da Administração Pública que está em curso”, atira.

    Da imigração e segurança aos rendimentos: as áreas prioritárias de Montenegro

    “Vamos continuar a…”, ouviu-se seis vezes no discurso de vitória de Luís Montenegro no domingo à noite. A continuação da frase variou consoante elencava as promessas de ação do seu Governo: rendimentos, juventude, Administração Pública, Estado Social, imigração e segurança e produtividade. Os reformados e pensionistas mereceram uma menção especial, com uma formulação distinta. No entanto, a imigração é apontada pelos politólogos como tema que deverá centrar atenção.

    “Será mais uma continuidade pelo facto de ter sido legitimado. Já deu algum destaque à imigração e vai continuar a dar e deverá centrar-se noutros dois grandes problemas: saúde e habitação”, aponta Hugo Ferrinho Lopes, investigador de doutoramento do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

    Legislativas 2025, noite eleitoral da Aliança Democrática - 18MAI25
    Legislativas 2025, noite eleitoral da Aliança DemocráticaHugo Amaral/ECO

    Ao longo do último ano, o Governo chegou a acordo com 19 carreiras e promete não deixar cair a estratégia. “Vamos continuar a valorizar o trabalho e os rendimentos dos portugueses. A estimular o investimento e com isso, com mais rendimentos, com recursos humanos mais valorizados, com mais investimento vamos criar mais riqueza para assim combater a pobreza, para assim garantir prosperidade e justiça social”, afirmou o primeiro-ministro reeleito.

    As referências às áreas centrais não são novas e foram sendo repetidas ao longo da campanha, mas perante uma sala com muitos jovens apoiantes, Montenegro prometeu-lhes: “Vamos continuar a apostar na juventude que queremos manter e reter em Portugal”. Este é um eleitorado ao qual a AD tem procurado falar, tendo acenado com medidas de política como a isenção de Imposto de Selo (IS) e de IMT na compra da primeira casa por jovens até aos 35 anos, a garantia pública no crédito à habitação e o IRS Jovem.

    Nas áreas elencadas seguiu-se “continuar a valorizar aqueles que prestam serviço no Estado, os trabalhadores da Administração Pública” e “continuar a salvar o Estado Social: da saúde à educação, da habitação à mobilidade”.

    Vamos continuar a levar a cabo mais regulação da imigração, mais reforço da segurança, mais combate à criminalidade grave e à corrupção. O reforço das nossas estruturas das forças de segurança e também das Forças Armadas”, afirmou.

    A politóloga Filipa Raimundo destaca que “sem o Chega, Luís Montenegro não estaria a fazer o discurso que tem feito sobre o tema da imigração”. Para Bruno Ferreira Costa, “haverá uma tentativa de responder a três áreas importantes, desde logo, a imigração”.

    “Notamos que várias direitas moderadas em toda a Europa foram-se apropriando de temas da direita mais radical. E nesta matéria, a AD poderá conseguir um consenso alargado com a o Chega e IL, designadamente sobre os critérios de atribuição de nacionalidade portuguesa, de autorização de residência e de entrada no país. De lembrar que a IL já disse que seria favorável ao aumento do número de anos para atribuir a nacionalidade portuguesa. As outras áreas importantes são a saúde e a habitação”, argumenta.

    A promessa de continuidade de Montenegro estendeu-se ainda “a estimular a produtividade e a cultura de mérito, a cultura de premiar quem atinge mais e melhores resultados”. “E não falharemos, como não falhámos aos nossos reformados e pensionistas, àqueles que tiveram uma vida de trabalho”, concluiu.

    Ainda assim, os politólogos ouvidos pelo ECO admitem que face à aritmética que resultou das eleições a coligação de Montenegro deverá levar a cedências. “Sendo um Governo minoritário a regra é que precisa de ter do outro lado um número suficiente de deputados, o que implica fazer cedências ao precisar de negociar com outros partidos. Ao ter de ir buscar apoio a outras bancadas que não são parceiros naturais, tem consequências com o alinhamento ideológico e escolhas que o Governo faz”, destaca Filipa Raimundo.

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    A politóloga assinala que uma das questões que se irá levantar será por exemplo o papel que o Chega terá na escolha de cargos que dependem do Parlamento, na revisão Constitucional ou em políticas “concretas”. “Até agora as coisas estavam muito nas mãos do PS estar disponível ou não para negociar com o Governo. Agora a situação mudou. Vamos ver de que forma essa situação é clarificada ou se irá arranjar forma de justificar que apesar de o Chega ser o principal partido da oposição se marginaliza”, refere.

    Para Bruno Ferreirinho Costa, os resultados eleitorais não irão provocar alterações de fundo no comportamento do Governo. “Vai continuar em modo de risco iminente de ter eleições. Teoricamente vai continuar com medidas populares para se prepara para novas eleições, mas na medida em que a economia o permite”, acredita.

    A AD venceu as eleições legislativas antecipadas, com 32,1% dos votos e 86 deputados no continente e na Madeira, a que se somam mais 0,62% e três eleitos pela coligação PSD/CDS-PP/PPM nos Açores. Destes 89 eleitos, 87 são do PSD e dois do CDS-PP.

    Quando falta contabilizar os votos dos círculos da emigração e atribuir os respetivos quatro mandatos, o PS é o segundo mais votado, com 23,38% dos votos, e elegeu 58 deputados, os mesmos que o Chega, que tem menor votação, 22,56%. Segue-se a IL, em quarto lugar, com 5,53% dos votos e nove deputados, e o Livre, com 4,2% e seis parlamentares. A CDU, com 3,03% dos votos elegeu três deputados, enquanto o BE com 2% e o PAN com 1,36% elegeram uma deputada cada. O JPP, da Madeira, entrou no parlamento com 0,34% dos votos em termos nacionais e um parlamentar.

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