Hoje nas notícias: Chega, leilões solares e estafetas

  • ECO
  • 20 Maio 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, e o ministro António Leitão Amaro admitem negociar com o Chega no Parlamento, excluindo-o apenas de entrar no Governo. Esta é uma das notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Hugo Soares e Leitão Amaro admitem negociações com o Chega. O “não é não” é para entrada no Governo*

O líder parlamentar e secretário-geral do PSD, Hugo Soares, acredita que existem “condições de governabilidade” perante os resultados das legislativas de domingo, porque “as oposições vão ter de deixar a AD governar”. Falando numa entrevista à SIC Notícias, o social-democrata assinalou que a votação “muito reforçada” na coligação PSD/CDS, mas, simultaneamente, reconheceu que o crescimento do Chega não pode ser ignorado. “O ‘não é não’ é o mesmo que há um ano”, afirmou, esclarecendo, porém, que esse “não é não” é para uma solução governativa e não impede negociações parlamentares. A mesma posição foi assumida pelo ministro António Leitão Amaro em entrevista à RTP, na qual admitiu dialogar com o partido de André Ventura, à exceção de uma entrada no Governo.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago)

*Título editado depois de o Expresso ter alterado a versão original

Governo dá mais 12 meses aos projetos dos leilões solares

O Governo deu mais 12 meses para a conclusão e entrada em operação dos projetos que resultaram dos leilões de energia solar realizados em Portugal em 2019, 2020 e 2021, segundo um despacho publicado na segunda-feira no site da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG). A ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, justifica este novo adiamento dos prazos — que diz ser o último — com a “atual situação geopolítica e os seus impactos económicos, e os constrangimentos daí decorrentes”, a que se somam “os vários pedidos dos promotores e no sentido de garantir a igualdade entre os interessados”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Novas regras para reconhecer contrato aplicam-se a estafetas mais antigos

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiu por unanimidade que um estafeta que tenha começado a prestar serviços para plataformas digitais ainda antes da entrada em vigor da nova regra para reconhecer contratos de trabalho sem termo, a 1 de maio de 2023, não impede que o novo método, criado a pensar na especificidade deste trabalho, seja aplicado pelos tribunais, desde que a relação perdure após essa data. A decisão sobre a chamada “presunção de laboralidade”, ainda que não fixe jurisprudência, será tida em conta pelos tribunais.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

STA ‘obrigado’ a decidir impugnação à nacionalização da Efacec

O Supremo Tribunal Administrativo declarou-se “incompetente” para decidir o pedido de impugnação da nacionalização da Efacec apresentado por Isabel dos Santos. No entanto, a conferência de juízes da Secção de Contencioso Administrativo reconhece agora “a competência absoluta do STA para julgar” o processo, que volta assim à estaca zero, com apreciação da matéria de facto. Esta é uma vitória para a empresária angolana, ainda que apenas formal.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Três em cada cinco portugueses diz não ter dinheiro para as necessidades básicas

Os dados do estudo Barómetro Europeu 2025 do Observador Cetelem mostra que três em cada quatro portugueses (77%) assumem ter dificuldades financeiras e três em cada cinco (59%) diz mesmo não conseguir cobrir as suas necessidades básicas — embora consigam, nalguns casos, adotar estratégias de mitigação. Mas há ainda 18% dos inquiridos que admite não só a incapacidade de pagar os encargos essenciais, como também a ausência de qualquer alternativa para enfrentar essa situação. Numa análise levada a cabo em 10 países europeus, Portugal lidera no que respeita às intenções de poupança, com 65% dos portugueses a afirmar que pretendem poupar este ano.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

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Altice France avalia venda de posição de controlo na SFR

Empresa de Patrick Drahi enviou informações sobre a operadora francesa SFR a potenciais interessados, explorando a venda de uma posição de controlo.

A Altice France está a ponderar vender uma posição de controlo na SFR. Segundo a Bloomberg, a empresa do multimilionário Patrick Drahi enviou informação sobre a operadora a potenciais compradores nas últimas semanas, sendo que um eventual negócio poderia avaliar a SFR em 30 mil milhões de euros, incluindo a dívida.

Drahi tem vindo a explorar diferentes opções para o futuro do grupo internacional, que, através da Altice International, detém a Altice Portugal, dona da Meo. A compra da SFR poderia atrair o interesse de empresas como Bouygues, Iliad, Orange e E&, segundo a agência de informação financeira.

A Bloomberg escreve também que várias empresas já contrataram consultoras para avaliar possíveis negócios. Algumas estão interessadas em apenas uma parte do negócio e poderão tentar avançar em consórcio com outra empresa ou fundo.

Contactada pela agência sobre este assunto, fonte oficial da Altice France disse que o grupo “está focado na implementação do acordo de dívida, a considerar a venda de ativos não-core e a perseguir o relançamento comercial da SFR e a melhoria da qualidade do serviço”.

Em fevereiro, a Altice France alcançou um acordo com os respetivos credores para um perdão de dívida de 8,6 mil milhões de euros, cerca de um terço do total, mantendo Drahi aos comandos. A possível venda da SFR só avançará depois de concluída esta reestruturação.

Importa recordar que, nos últimos anos, Drahi também explorou a venda da Altice Portugal. O negócio com a operadora saudita STC esteve em vias de avançar, mas o negócio acabou por cair por terra, como noticiou o ECO em julho do ano passado.

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Hafesa realizou um volume de negócios de 1,5 mil milhões em 2024 e, desde 2018, vendeu mais de 2 mil milhões de litros de combustível a retalhistas no porto de Bilbau

  • Servimedia
  • 20 Maio 2025

Encerrou o ano de 2024 com um volume de negócios de cerca de 1.500 milhões de euros, o que representa um aumento de 60% face ao ano anterior.

O plano de negócios e transformação da Hafesa já inclui a Aletteo, a sua empresa de comercialização de eletricidade, que começou a operar em dezembro de 2024, e a expansão da sua presença e oferta em novas localizações estratégicas. No passado mês de abril, iniciaram-se as obras do novo terminal de hidrocarbonetos do porto exterior de Ferrol, promovido pela Hafesa, que investirá 17 milhões de euros na construção da fábrica da DBA Ferrol Port e prevê que esteja operacional no final de 2026.

A Hafesa também manteve o seu crescimento estratégico no negócio das estações de serviço e a previsão da empresa é ter 80 estações de serviço até 2030, todas num raio de 250 quilómetros das suas instalações de armazenamento.

O maior volume de operações da empresa está centrado na DBA Bilbao Port. Durante os sete anos de atividade da fábrica, a Hafesa demonstrou um desempenho excecional no mercado de combustíveis, vendendo 2.184 milhões de litros de gasolina, gasóleo A e B e biocombustíveis ao mercado retalhista desde 2018 até abril último, apenas no porto de Bilbau.

A fábrica da DBA Bilbao Port tem exigido um investimento contínuo e estratégico por parte da Hafesa, com cerca de 8 milhões de euros destinados a obras de melhoria e expansão de capacidade. Desde o ano passado, o terminal tem um novo parque de tanques com quatro tanques para o armazenamento e distribuição de gasolina e biocombustíveis: dois tanques de 2.280 m³ para gasolina e dois tanques de 2.050 m³ para biodiesel. A instalação tem atualmente uma capacidade de 16 reservatórios e 63 500 m³ de armazenamento numa superfície de 22 000 m².

Por outro lado, foram construídos quatro novos descarregadores multiprodutos para camiões-cisterna no porto de Motril da DBA em 2024; com a inauguração da fábrica de Ocaña, a empresa aumentará a sua capacidade de armazenamento em 10 520 metros cúbicos.

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Aliança Solar Internacional nega responsabilidade das renováveis no apagão

  • Lusa
  • 20 Maio 2025

O diretor-geral da Aliança Solar Internacional (ISA) afastou a possibilidade de o apagão de 28 de abril em Espanha e em Portugal ter sido causado por problemas com energias renováveis.

O diretor-geral da Aliança Solar Internacional (ISA, na sigla em inglês) afastou a possibilidade do apagão de 28 de abril em Espanha e em Portugal ter sido causado por problemas com energias renováveis. “Não acredito que esteja provado que os apagões em Espanha e em Portugal tenham sido causados sobretudo por programas de energias renováveis”, disse Ashish Khanna, que dirige a ISA desde março, à agência Efe.

O diretor-geral desta aliança de 123 países, liderada pela França e pela Índia, sublinhou que, embora a investigação esteja em curso, publicações de prestígio mostram que o apagão se deve a fatores mais técnicos, “especialmente relacionados com a transmissão e escoamento de energia”.

A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade anunciou a criação de um comité para investigar as causas deste apagão, que classificou como “excecional e grave”, e que deixou Portugal e Espanha às escuras no dia 28 de abril.

Este painel de peritos terá de elaborar um relatório factual que constituirá a base do relatório final até o prazo máximo de 28 de outubro deste ano. O relatório final sobre a investigação do incidente deverá ser publicado, o mais tardar, até 30 de setembro de 2026.

Khanna defendeu que o armazenamento de energia e o desenvolvimento de uma infraestrutura adequada de transmissão são vitais para evitar apagões ligados aos períodos de ausência de geração de energia solar.

A Índia “implementou uma proporção muito maior [do que a Europa] de energia solar renovável, com quase 100 gigawatts já instalados. A China está a multiplicar este número, e não há apagões causados pela energia solar”, sublinhou. “É apenas um exemplo de que não é o problema principal”, acrescentou Khanna.

Na segunda-feira, a REN – Redes Energéticas Nacionais decidiu aumentar o limite das importações de eletricidade de Espanha nas horas de sol e retirar as restrições em vigor para as restantes, na sequência do apagão de abril.

Estas medidas implementadas pela gestora das redes elétricas fazem parte do processo de estabilização em curso do mercado ibérico de eletricidade (Mibel), após o corte generalizado no abastecimento elétrico em 28 de abril que deixou Portugal e Espanha praticamente sem eletricidade, bem como uma parte do território de França.

Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do apagão.

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PwC aponta a baixa taxa de natalidade como uma “ameaça silenciosa” à sustentabilidade económica e social dos países desenvolvidos

  • Servimedia
  • 20 Maio 2025

Um estudo da PwC aponta a baixa taxa de natalidade como uma “ameaça silenciosa” à sustentabilidade económica e social dos países desenvolvidos.

“As sociedades desenvolvidas enfrentam um profundo desafio socioeconómico produzido pelo envelhecimento da população: o número de novos nascimentos não é suficiente para sustentar as suas populações e as suas economias”, é a principal conclusão do relatório elaborado pela PwC Strategy e que, sob o título ‘Shaping the future: socioeconomic challenges and opportunities in ageing societies’, inclui e analisa a profunda mudança demográfica que se vive em países como Espanha, Itália, Estados Unidos e Reino Unido.

São países, explica o relatório, em que o nascimento de crianças por mulher caiu muito abaixo do limiar de substituição de 2,1 crianças por mulher – 1,2 em Espanha e Itália, 1,6 nos EUA e no Reino Unido – e não mostra sinais de recuperação.

Em consequência desta situação, prevê-se um declínio populacional de 30% a 40% até ao final do século em Espanha e Itália, respetivamente. Um declínio que terá um enorme impacto no crescimento económico, com uma redução estimada do PIB de cerca de 60% em ambos os países, devido a uma diminuição da população ativa e a um aumento dos rácios de dependência.

“A isto acresce, para desequilibrar ainda mais a economia do bem-estar, um aumento substancial das despesas públicas com pensões e cuidados de saúde, que se prevê que aumentem 751 mil milhões de dólares nos EUA e 137 mil milhões de dólares no Reino Unido até 2050, o que equivale a 3,8 e 4,8 pontos percentuais do PIB, respetivamente”, especifica.

PARA ALÉM DA ECONOMIA

Para além dos impactos económicos, o envelhecimento traz consigo desafios sociais significativos, como o aumento da solidão entre as pessoas mais velhas – atualmente, mais de 40% dos agregados familiares unipessoais são ocupados por pessoas com mais de 65 anos. Além disso, o declínio das gerações mais jovens tem também um impacto importante no desenvolvimento de atividades que exigem inovação e dinamismo, uma vez que, tradicionalmente, tem sido a população jovem a impulsionar estas atividades.

Para enfrentar estes desafios, o relatório propõe estratégias específicas, como a promoção de políticas familiares que aumentem a fertilidade, a incorporação de tecnologias de reprodução assistida em quadros mais amplos de apoio à maternidade e o desenvolvimento de uma nova economia de cuidados que responda eficazmente às crescentes exigências de uma população envelhecida.

ATRASO NA MATERNIDADE

“Para além deste fenómeno, as gerações mais jovens são também afetadas pelo atraso de 4 a 5 anos no acesso a marcos pessoais como o casamento, a casa própria ou a parentalidade. Este atraso tem sido particularmente notório na parentalidade: a idade média para ter o primeiro filho aumentou de 27 anos em 1990 para 32 anos em 2022, com um impacto direto na fertilidade”, explica o relatório.

É por isso que, face a um declínio sustentado da taxa de natalidade e ao envelhecimento da população, o relatório da PwC Strategy aponta a importância de incorporar técnicas de reprodução assistida que promovam a fertilidade como parte de uma estratégia demográfica abrangente. Especialmente num cenário em que a probabilidade de uma gravidez bem sucedida diminui com a idade, o que exige uma resposta mais ambiciosa.

Os especialistas defendem que a infertilidade deve ser tratada como um problema de saúde pública, observando que 21% das mães declaram ter menos filhos do que desejariam. Por conseguinte, salienta o papel potencial da medicina reprodutiva e a incorporação destas tecnologias de reprodução assistida (TRA) em estruturas de apoio à fertilidade que poderiam ajudar a reduzir a diferença entre o número desejado e o número real de filhos e atenuar os efeitos económicos e sociais de uma população em declínio.

“Precisamos de repensar a fertilidade como um bem público e um pilar da sustentabilidade demográfica”, afirma Javier Sanchez-Prieto, CEO da IVI RMA Global. “Não estamos apenas a ajudar os doentes, mas também a ajudar as sociedades a sustentarem-se. A Espanha lidera estas terapias com 11% dos nascimentos através da TARV. Se países como os Estados Unidos, o Reino Unido e a Itália conseguissem atingir o mesmo nível de acesso e utilização, poderiam, coletivamente, ser responsáveis por mais de 375 000 nascimentos por ano, o que atrasaria o declínio da população em 7 a 22 anos.

“Não podemos esquecer que o envelhecimento da população é uma das alterações demográficas mais marcantes do século XXI, remodelando economias, sociedades e indústrias em todo o mundo. Os avanços na saúde e nos padrões de vida aumentaram a esperança de vida para níveis sem precedentes, enquanto o declínio das taxas de fertilidade deixou muitas nações a braços com a diminuição das gerações mais jovens”, argumentam.

Em conjunto, estes dois fatores estão a criar uma “equação do envelhecimento”, definida como a interação complexa entre o aumento da esperança de vida e o declínio das taxas de natalidade, conduzindo a uma estrutura populacional envelhecida e pondo em causa os modelos tradicionais de crescimento económico e sustentabilidade orçamental.

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PCP reúne Comité Central para analisar resultados das eleições e traçar iniciativas

  • Lusa
  • 20 Maio 2025

Comité Central do PCP analisa esta terça-feira os resultados das eleições e pode discutir uma moção de rejeição ao programa do Governo. Comunistas tiveram a pior votação de sempre.

O Comité Central do PCP reúne-se esta terça-feira para analisar os resultados das eleições de domingo, a situação política e social e a “ação e iniciativa política do partido”. Esta vai ser a primeira reunião da direção do PCP desde as eleições legislativas deste domingo, que ditaram o pior resultado de sempre do partido, com 3,03% dos votos e a eleição de três deputados: Paulo Raimundo, Paula Santos e Alfredo Maia.

No final da reunião, pelas 18h00, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, vai apresentar as conclusões numa conferência de imprensa na sede nacional do partido, em Lisboa.

Entre as decisões que poderão ser discutidas nesta reunião pela direção comunista está a eventual apresentação de uma moção de rejeição ao programa do Governo, tendo em conta que, no ano passado, foi precisamente na primeira reunião do Comité Central após as legislativas de 10 março que Paulo Raimundo anunciou que o partido iria avançar com essa iniciativa.

Legislativas 2025
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    “O facto de nós avançarmos para esta iniciativa é um sinal político que queremos dar, que é para ficar logo claro ao que é que se vai. Da nossa parte, nós não temos nenhuma ilusão sobre qual é o projeto do PSD e do CDS, da direita. Não temos nenhuma ilusão qual é o caminho e as consequências na vida das pessoas, dos trabalhadores e do país”, tinha afirmado o secretário-geral do PCP nessa ocasião. Essa moção de rejeição viria a ser chumbada na Assembleia da República com os votos contra do PSD, Chega, CDS e PAN, abstenção do PS e votos a favor do BE, PCP e Livre.

    Agora, ainda que não tenha dado qualquer indicação quanto à eventual apresentação de uma moção de rejeição ao programa do Governo, Paulo Raimundo disse, na declaração que fez após serem conhecidos os resultados eleitorais, que, perante o resultado da AD, Chega e IL, é necessária “uma ação comum de democratas e patriotas” para enfrentar “a política de direita”. “Este não é o tempo para dar a mão à direita e dar suporte à sua política antipopular. Este é o tempo do combate”, vincou.

    A AD venceu as eleições legislativas de domingo, com 89 deputados, enquanto PS e Chega empataram no número de eleitos para o parlamento, com 58 cada. A Iniciativa Liberal continua a ser a quarta força política, com mais um deputado (9) do que em 2024, e o quinto lugar é do Livre, que passou de quatro a seis eleitos. A CDU perdeu um eleito e ficou com três parlamentares, enquanto o Bloco de Esquerda está reduzido a uma representante, tal como o PAN que manteve um deputado. O JPP, da Madeira, conseguiu eleger um deputado.

    Estes resultados não incluem ainda os eleitores residentes no estrangeiro, cuja participação e escolhas serão conhecidas a 28 de maio.

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    Portugal segura posição entre os ecossistemas mais atrativos, mas Lisboa e Porto recuam

    Entre as cidades nacionais, Leiria regista a maior subida. Cantanhede e Faro marcam, pela primeira vez, posição no ranking da StartupBlink.

    Portugal segurou a 29.ª posição entre os ecossistemas de empreendedorismo mais atrativos a nível global, mas Lisboa e Porto voltam a recuar, aponta o “Global Startup Ecosystem Index 2025”, da StartupBlink. Entre as cidades nacionais, Leiria regista a maior subida. Cantanhede e Faro marcam, pela primeira vez, posição no ranking das mais de mil cidades analisadas.

    Depois de no ano passado, Portugal ter descido três lugares, para a 29.ª posição, no ranking global da StartupBlink, de um total de 110 países e 1.450 cidades analisadas, este ano o país mantém-se estável.

    “Portugal cresceu acima de 15% — em linha com os seus pares na 28.ª e 31.ª posição, cujos crescimentos oscilam entre 15% e 17% — o suficiente para manter a sua posição”, aponta o estudo. O país segura ainda a 17.ª posição a nível europeu.

     

    Fonte: “Global Startup Ecosystem Index 2025”, da StartupBlink.

     

    Ecommerce e retalho são áreas em destaque, com Portugal a atingir a 19.ª posição a nível global nestes setores.

    Lisboa e Porto em queda

    Mas a edição deste ano do ranking não traz boas notícias para os dois principais ecossistemas de empreendedorismo nacionais. Lisboa mantém-se como o principal hub do ecossistema português, mas recua uma posição para o 87.º lugar, com uma avaliação global de 10.139 e um crescimento anual de 12,3%.

    Fonte: “Global Startup Ecosystem Index 2025”, da StartupBlink.

     

    Porto, o segundo maior hub, cai quatro posições, para o 171.º lugar a nível global, com uma avaliação de 4.356, pese embora tenha registado um crescimento anual de 16,4%.

    Leiria é terceiro hub nacional

    Leiria é a cidade que assinala o maior crescimento percentual (121%), galgando 156 lugares para a 450ª posição no ranking entre as mais de mil cidades analisadas, tendo no mercado nacional superado Braga. A cidade dos arcebispos cai para o 4.º lugar em Portugal e recua 19 a nível global para a 476.ª posição.

    “Leiria é a casa do primeiro e único fundo público regional dedicado ao apoio de startups, com 5,5 milhões investidos em quatro projetos tecnológicos de grande impacto. Este investimento arrojado reflete o nosso forte compromisso com os empreendedores, o talento, e a internacionalização do nosso ecossistema”, diz Gonçalo Lopes, presidente da Câmara de Leiria, citado no relatório do ranking.

    Coimbra recua uma posição a nível nacional, embora tenha subido 25 no ranking global para o 520.º lugar; Aveiro e Funchal seguram o 6º e 7.º lugar a nível nacional, tendo subido 27 e 109 lugares, para a 779.ª e 984.ª posição global, respetivamente. Funchal estreia-se no Top mil.

    Destaque ainda para a entrada de Cantanhede (1.028ª posição no ranking global) e de Faro (1.349.º lugar global).

    Évora recua uma posição, para o 9.º lugar dos hubs nacionais, tendo galgado 75 posições, para o 1.029 lugar a nível global.

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    O Dalí mais íntimo, retratado por Jacques Léonard, chega a Barcelona

    • Servimedia
    • 20 Maio 2025

    O Real Círculo Artístico de Barcelona, instituição dedicada desde 1881 à difusão e promoção da cultura, inaugura uma exposição de fotografias de Jacques Léonard que apresenta o artista de Port Lligat.

    Salvador Dalí aparece na maioria delas com uma atitude natural e quotidiana sem precedentes, longe dos gestos e da teatralidade associados ao pintor.
    A exposição, comissariada por Santiago Léonard, filho do fotógrafo e o melhor conhecedor da sua obra, é composta por 36 impressões analógicas produzidas a partir dos negativos do fotógrafo, a partir dos quais foi feita a seleção. A exposição estará patente de 23 de maio a 1 de setembro.

    Jacques Léonard (Paris, 1909 – l’Escala, 1994) é conhecido pelo seu importante arquivo dedicado à cultura cigana. Após uma longa experiência como produtor e montador nos estúdios de cinema Gaumont em Paris, tendo trabalhado com os melhores realizadores da época, incluindo Abel Gance, e tendo viajado por todo o mundo, estabeleceu-se em Barcelona e casou com Rosario Amaya, uma cigana do emblemático bairro de Montjuïc. O seu casamento com Rosario tornou-o membro da comunidade e permitiu-lhe documentar a vida dos ciganos a partir de uma posição privilegiada nunca antes vista.

    Para além do valioso arquivo sobre a comunidade cigana, Léonard desenvolveu vários temas fotográficos para diferentes meios de comunicação e no seu estúdio de fotografia publicitária situado no bairro de Gràcia. Entre eles, destaca-se a importante série dedicada a Salvador Dalí, que, de resto, mantinha relações estreitas com várias famílias ciganas de Cadaqués.

    A relação de Jacques Léonard com Salvador Dalí remonta ao início dos anos 50, quando o fotógrafo foi apresentado ao pintor por Alberto Puig Palau, um industrial têxtil da burguesia catalã, amigo e protetor de artistas a quem os ciganos chamavam “Tio Alberto”, protagonista da famosa canção de Joan Manuel Serrat.

    Nessa altura, Jacques Léonard ainda não tinha casado com Rosario Amaya, a quem Salvador Dalí tinha pedido para posar para ele, proposta que Rosario recusou. Desde então, sabe-se, através dos negativos guardados pela família Léonard, que realizou três reportagens tendo o pintor como tema principal. A primeira, em 1955, para a publicação “Revista”, propriedade de Alberto Puig Palau; a segunda, em 1957, para “La Gaceta Ilustrada”, e a terceira, em 1963. Não se sabe se esta última chegou a ser publicada.

    Nestas fotografias podemos apreciar a perícia do fotógrafo em retratar Dalí como o bom ator que era, representando a personagem que ele próprio tinha criado, mas também, e esta é uma das particularidades desta exposição, o artista na sua intimidade e com uma atitude distante do gesto forçado, o que revela a cumplicidade existente entre o fotógrafo e o pintor.

     

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    ISDIN celebra 30 anos de campanhas escolares de proteção solar com mais de 7 milhões de crianças sensibilizadas para os riscos do sol

    • Servimedia
    • 20 Maio 2025

    Durante as últimas três décadas, a ISDIN educou mais de sete milhões de estudantes em 15 países e, só em Espanha, este ano espera sensibilizar 300.000 crianças em mais de 2.000 escolas.

    A ISDIN está a celebrar 30 anos de sensibilização para a importância da proteção solar nas escolas de todo o mundo através das suas campanhas escolares.

    O objetivo da ISDIN é inspirar um futuro sem cancro da pele através da sensibilização para a utilização de protetores solares. “Sabemos que muitos casos de cancro da pele podem ser evitados com bons hábitos adquiridos desde tenra idade e, por esta razão, agimos onde tudo começa, nas escolas”, afirma o diretor do ESG do ISDIN, Ferran Miquel.

    A este respeito, Miquel destaca o impacto positivo da fotoproteção, uma vez que “a utilização de um protetor solar adequado durante os primeiros 18 anos de vida pode reduzir em 78% o risco de cancro da pele na idade adulta”. Apesar das provas científicas, apenas três em cada dez crianças em Espanha usam protetor solar durante todo o ano. Além disso, apenas 18% reaplicam o protetor solar de duas em duas horas, como recomendado pelos especialistas. Os momentos de brincadeira ao ar livre, como o recreio ou o intervalo, são responsáveis pelo maior número de lapsos de cuidados com a pele, porque é nessa altura que as crianças passam longos períodos expostas ao sol sem a fotoproteção necessária.

    Por este motivo, as campanhas escolares do ISDIN ensinam aos alunos quando se devem proteger, com que frequência se devem proteger, como aplicar os produtos e em que partes do corpo. Tudo isto é feito através de materiais educativos, como vídeos e jogos, amostras de proteção solar, formação prévia para professores e a colaboração de farmacêuticos, dermatologistas, professores, enfermeiros escolares e funcionários do ISDIN. Este ano, mais de 700 profissionais de saúde estão a colaborar com o projeto.

    O ISDIN lançou uma nova ferramenta, a UV Tattoo, uma proposta lúdico-pedagógica destinada a ajudar as crianças a compreender a importância da utilização do protetor solar de uma forma tangível e visual. Através de um autocolante inspirado na história dos três porquinhos, as crianças podem experimentar em primeira mão como se manifestam os efeitos do sol. A figura do lobo aparece na tatuagem após a exposição solar, enviando um sinal sobre a necessidade de proteção. Quando o protetor solar é aplicado, o lobo desaparece, reforçando a mensagem de uma forma imediata e compreensível.

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    Às voltas com a IA? Há um guia rápido para contabilistas

    A IA está a revolucionar várias áreas, e a contabilidade não é exceção. A European Federation of Accountants and Auditors for SME lançou um guia rápido para ajudar a adotar esta tecnologia.

    A adoção de Inteligência Artificial (IA) representa uma oportunidade para os contabilistas certificados, ao ajudar a automatizar processos e libertar as empresas de tarefas mais rotineiras. Há, porém, um conjunto de desafios na implementação desta tecnologia, incluindo a proteção de dados, a necessidade de transparência na comunicação, mas também de apostar no desenvolvimento de novas skills.

    Para responder a esta revolução, a European Federation of Accountants and Auditors for SME (EFAA), entidade da qual a Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) é membro, lançou um guia rápido focado nos escritórios de pequena e média dimensão que Paula Franco, bastonária da OCC, considera “essencial para os profissionais de contabilidade adotarem a IA com segurança e eficácia, uma vez que apresenta um enfoque especial na proteção de dados e nas melhores práticas éticas”.

    Garantir a privacidade dos dados

    A EFAA refere que ao usar-se IA na contabilidade, os dados considerados sensíveis não são apenas financeiros. Os dados pessoais, nomeadamente dos clientes, colaboradores e parceiros, também têm de ser protegidos.

    “As soluções de IA processam esta informação através de algoritmos elaborados que analisam padrões, preveem resultados e automatizam tarefas rotineiras de contabilidade”, o que obriga a que sejam adotadas “medidas de segurança robustas”, aponta, alertando que “ferramentas gratuitas e amplamente utilizadas podem usar dados de clientes para treinar um modelo, potencialmente expondo informação sensível”.

    Nesse sentido, é “crucial perceber que a segurança dos dados não se trata apenas de impedir fugas de informação, mas também controlar de que forma é que a informação circula pelo ecossistema de IA”.

    Cuidado na escolha de ferramentas de IA

    A escolha das ferramentas de IA é outro dos cuidados que os contabilistas certificados devem ter, realça a EFAA, notando que a segurança dessas mesmas ferramentas deve estar no topo das preocupações. “Os escritórios de pequena e média dimensão devem dar prioridade a ferramentas que ofereçam níveis adequados de segurança”, diz, incluindo encriptação “end-to-end”, que garante que apenas o remetente e o destinatário podem ler a informação. “As soluções empresariais [pagas] tendem a ser mais seguras do que as soluções gratuitas de IA. Estas devem ser usadas com cautela, uma vez que operam frequentemente em modelos de negócio em que os dados do utilizador se tornam o produto”, alerta.

    Transparência na comunicação

    “A transparência é a base de uma comunicação eficaz junto dos clientes sobre o uso de IA nos serviços de contabilidade”, refere, por outro lado, a EFAA. As empresas devem, por isso, “revelar proativamente em que processos contabilísticos usam IA, de que forma é que esta tecnologia alavanca o seu serviço e que salvaguardas existem para proteger a informação dos seus clientes”.

    As empresas de contabilidade devem “estar preparadas para explicar a sua estratégia de segurança por camadas”, mas também garantir que há a supervisão de um humano nestes processos. “Criar conteúdos educacionais, como perguntas e respostas ou webinários, pode ajudar a desmistificar estas tecnologias e conceitos errados”, acrescenta.

    Novas skills para responder à IA

    Além de ser necessário apostar na segurança e privacidade dos dados, bem como na transparência na comunicação com os clientes, os escritórios também precisam de apostar em novas skills para responder a esta nova revolução.

    “À medida que os sistemas de IA se tornam cada vez mais autónomos, surgem questões sobre qual a responsabilidade e o equilíbrio adequado entre as decisões tomadas por humanos e pelas máquinas em termos de compliance. Os escritórios de pequena e média dimensão vão precisar de desenvolver novos conhecimentos” de IA para “navegar estas novas águas de forma eficaz”.

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    Portugal é o segundo país da Zona Euro com o maior agravamento orçamental entre 2025 e 2026

    Contas públicas trocam excedentes por défice com agravamento de 0,7 pontos percentuais do saldo orçamental em dois anos, segundo provisões de Bruxelas. Na área do euro, só a Estónia está pior.

    Portugal vai registar o segundo maior agravamento do saldo orçamental entre os 20 países da Zona Euro entre 2025 e 2026, depois de dois anos de excedentes, segundo as previsões económicas de primavera da Comissão Europeia, divulgadas esta segunda-feira.

    As contas públicas portuguesas deverão passar de um excedente equivalente a 0,1% do PIB em 2025 para um défice de 0,6% em 2026, uma deterioração de 0,7 pontos percentuais. Entre os Estados-membros da área do euro, a dimensão deste agravamento orçamental só é superado pela Estónia, que deverá ver o seu saldo orçamental agravar-se em 1 ponto percentual, passando de um défice de 1,4% do PIB em 2025 para 2,4% em 2026.

    As projeções divulgadas na segunda-feira por Bruxelas confirmam a viragem nas contas públicas portuguesas, que após um ciclo de excedentes orçamentais, regressarão a território negativo já no próximo ano. O agravamento de 0,7 pontos percentuais entre 2025 e 2026 coloca Portugal numa trajetória inversa à que tem seguido nos últimos anos.

    Os riscos para as perspetivas orçamentais são negativos e estão relacionados, nomeadamente, com os pedidos de reequilíbrio financeiro das parcerias público-privadas em curso e com as vulnerabilidades financeiras do setor das empresas públicas.

    Comissão Europeia

    European Economic Forecast Primavera 2025

    Segundo o documento da Comissão Europeia, o agravamento das contas públicas portuguesas resulta principalmente de medidas expansionistas adotadas pelo Governo. “As medidas de política orçamental colocam o excedente orçamental sob pressão”, aponta Bruxelas, destacando “o impacto das medidas de política fiscal, como a redução da taxa do imposto sobre o rendimento das empresas e o investimento público financiado por empréstimos do PRR”.

    O relatório da Comissão Europeia refere ainda que “os riscos para as perspetivas orçamentais são negativos e estão relacionados, nomeadamente, com os pedidos de reequilíbrio financeiro das parcerias público-privadas em curso e com as vulnerabilidades financeiras do setor das empresas públicas.”

    As projeções da Comissão Europeia vêm confirmar o que já tinha sido antecipado por outras instituições nacionais. O Banco de Portugal, no Boletim Económico de dezembro já alertava para esta inversão. “A atual projeção aponta para um saldo de -0,1% do PIB em 2025, inferior aos 0,3% estimados no OE2025” e, “nos anos seguintes, a manutenção da situação orçamental deficitária é explicada pelos efeitos das medidas permanentes já adotadas, que impactam tanto a despesa pública como a receita fiscal“, lê-se no documento produzido pela entidade liderada por Mário Centeno.

    Além disso, o mesmo documento do Banco de Portugal refere que “ao longo do horizonte [até 2027], a orientação da política orçamental é expansionista e pró-cíclica, refletindo-se numa deterioração acumulada do saldo primário estrutural superior a 2 pontos percentuais do PIB nos anos de 2024 a 2027, num contexto em que o PIB permanece acima do seu potencial”.

    Também o Conselho de Finanças Públicas (CFP), no seu relatório de “Perspetivas Económicas e Orçamentais 2025-2029”, publicado em abril, alertava para este cenário, projetando “um défice de 1% do PIB” para 2026, um valor ainda mais pessimista que o agora previsto por Bruxelas.

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    Portugal deixa grupo de países com excedentes orçamentais

    Com a deterioração prevista para as contas públicas, Portugal deixará de integrar o grupo de países com excedente orçamental, que em 2025 incluirá apenas cinco Estados-membros da Zona Euro: Chipre (3,5%), Grécia (0,7%), Irlanda (0,7%), Luxemburgo (-0,4%) e Portugal (0,1%).

    No conjunto dos países da União Europeia, a situação orçamental deverá melhorar ligeiramente. O número de países com défice excessivo (superior a 3% do PIB) deverá passar de 11 em 2025 para nove em 2026, segundo as previsões da Comissão Europeia. Contudo, o défice médio da União Europeia continuará a subir ligeiramente, atingindo 3,4% do PIB em 2026.

    “Após cair para 3,2% do PIB (3,1% do PIB na Zona Euro) em 2024, espera-se que o défice público geral da União Europeia aumente em mais de 0,1 pontos percentuais em 2025 e apenas marginalmente em 2026, atingindo 3,4% do PIB em 2026 (3,3% na Zona Euro)”, indica o documento de Bruxelas.

    A Comissão Europeia não antecipa que Portugal venha novamente a incumprir com as regras orçamentais europeias, e menos ainda que a situação orçamental do país fique descontrolada. Porém, lembra que a ativação da cláusula de salvaguarda nacional do Pacto de Estabilidade e Crescimento, que proporciona flexibilidade em 2025-2028 para aumentar as despesas com a defesa, se concretize a partir de 2026, o que fará com que a despesa dos Estados-membros aumentem.

    Apesar do agravamento orçamental, Portugal será o sexto país com maior crescimento entre os 20 Estados-membros da Zona Euro em 2026, segundo as projeções da Comissão Europeia.

    Por isso, Bruxelas salienta que, para o agregado dos países europeus, “espera-se que este impacto seja amplamente compensado pelas medidas de consolidação adicionais necessárias para cumprir os requisitos do quadro orçamental da União Europeia.”

    A mesma preocupação já tinha sido manifestada pelo Banco de Portugal em dezembro. “Na ausência de novas medidas de contenção da despesa ou de aumento da receita, o cumprimento das novas regras orçamentais europeias poderá estar comprometido”.

    Apesar destes avisos, a Comissão Europeia reconhece que a dívida pública portuguesa continuará a sua trajetória descendente, embora a um ritmo mais lento, prevendo uma redução para 91,2% do PIB em 2025 e 86,5% em 2026, valores ainda bem acima da média da Zona Euro.

    Crescimento económico acima da média europeia

    Apesar do agravamento orçamental, Portugal mantém perspetivas de crescimento económico positivas. A Comissão Europeia prevê que a economia portuguesa cresça 1,8% em 2025, acelerando para 2,2% em 2026, substancialmente acima da média da Zona Euro (0,9% e 1,4%, respetivamente).

    Este desempenho coloca Portugal como o sexto país com maior crescimento entre os 20 Estados-membros da Zona Euro em 2026, atrás apenas de Malta (4,0%), Lituânia (3,1%), Croácia (2,9%), Chipre (2,5%) e Irlanda (2,5%).

    “O crescimento do PIB deverá permanecer robusto em 2025 (1,8%) e acelerar em 2026 (2,2%), sustentado pelo consumo privado e investimento”, destaca o relatório da Comissão Europeia, que aponta ainda que “os recentes cortes nas taxas de juro da BCE estimulam o consumo privado e os investimentos”.

    As projeções da Comissão Europeia colocam Portugal num cenário de transição orçamental crítica, com o saldo público a deteriorar-se de um excedente de 0,1% do PIB em 2025 para um défice de 0,6% em 2026. Este agravamento de 0,7 pontos percentuais, o segundo maior na Zona Euro, contrasta com as metas do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), que previa um excedente de 0,3% no próximo ano, e também com o programa eleitoral da AD, que projetava um saldo positivo de 0,1% em 2026.

    O desafio imediato para a AD e para o Governo será conciliar o estímulo económico com a disciplina fiscal exigida pelo Pacto de Estabilidade.

    A divergência reflete o caráter expansionista das medidas do Governo de Luís Montenegro, incluindo a redução do IRC de 21% para 20% em 2025 e cortes progressivos no IRS até 2029, num total de 2.000 milhões de euros. Bruxelas alerta que estas políticas, combinadas com o investimento público via Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), pressionarão as contas públicas, num contexto em que o crescimento económico projetado (1,8% em 2025 e 2,2% em 2026) fica abaixo das expectativas da AD (2,4% e 2,6%, respetivamente).

    O quadro macroeconómico da AD, alinhado com o OE2025, assenta em quatro eixos: desagravamento fiscal estrutural, modernização do Estado, aumento da produtividade e execução acelerada do PRR. Contudo, as previsões da Comissão Europeia sugerem que o impacto destas medidas no défice será maior do que o previsto pelo Governo. Enquanto o Executivo antevê uma dívida pública de 93,3% do PIB em 2025, Bruxelas projeta uma redução mais acentuada, para 91,2% em 2025 e 86,5% em 2026, ainda assim acima da média da Zona Euro.

    O desafio imediato para a AD e para o Governo será conciliar o estímulo económico com a disciplina fiscal exigida pelo Pacto de Estabilidade. A Comissão Europeia reconhece que a dívida mantém uma trajetória descendente, mas sublinha que a orientação expansionista poderá comprometer a consolidação orçamental, tal como alertado pelo Banco de Portugal (-2 pontos no saldo primário estrutural até 2027).

    A execução integral do PRR (6,8 mil milhões em 2025) e a contenção da despesa corrente surgem como fatores críticos para mitigar estes riscos. Num contexto externo marcado por incertezas geopolíticas e protecionismo comercial, o sucesso do plano dependerá da capacidade de transformar o crescimento projetado em ganhos de competitividade, sem desequilibrar as contas públicas.

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    Luz Saúde congela dividendo à espera de novo investidor

    Grupo de saúde detido pela Fidelidade obteve lucros de 38,5 milhões de euros e vai congelar dividendo para financiar expansão da atividade. Espera encontrar novo investidor até ao verão.

    A Luz Saúde voltou a congelar o dividendo à espera do novo investidor, que deverá chegar no verão. Apesar de o resultado ter acelerado 24% no ano passado, o grupo hospitalar liderado por Isabel Vaz decidiu não distribuir qualquer dinheiro pelo acionista. Ao invés, vai reter os lucros de 38,5 milhões de euros para investir no “ambicioso projeto de expansão” do negócio.

    A decisão – que vai a votos na assembleia geral de 26 de maio e segue a política dos últimos anos — surge numa altura em que a Fidelidade se encaminha para a reta final do processo de venda de parte do capital da Luz Saúde. É expectável que a operação seja concretizada durante o próximo verão e traga um novo parceiro para acelerar a atividade de um dos maiores grupos de hospitais privados do país.

    A seguradora detida pelos chineses da Fosun — que não comenta o processo — está disposta a vender 40% do capital da Luz Saúde, procurando uma avaliação superior a mil milhões de euros para o grupo hospitalar.

    De acordo com o que avançou o site Mergermarket no início do mês, vários grupos se perfilam nesta corrida, incluindo fundos de private equity como a CVC, KKR, Ardian, Macquarie, Advent e EQT Future e grupos de saúde como a PureHealth e Rede D’Or. O assessor Natixis já recebeu as propostas não vinculativas.

    A Luz Saúde conta com 14 hospitais privados e 15 clínicas, tem mais de 1.100 camas de internamento e 56 blocos operatórios e emprega mais de 14 mil trabalhadores.

    No ano passado, a faturação do grupo subiu 10%, atingindo os 733 milhões de euros, refletindo o aumento do volume de atos médicos, em especial nas unidades onde o grupo investiu nos últimos anos, e também a atualização dos preços dos serviços médicos prestados.

    Investimento supera 80 milhões

    Ao reter os resultados, o conselho de administração considera que pode “desse modo afetar-se os fundos disponíveis à concretização da estratégia projetada”.

    A Luz Saúde quer continuar a crescer com um novo investidor, mas nem por isso tem parado os investimentos. No ano passado diz ter investido mais de 80 milhões de euros em ativos fixos, tendo privilegiado a expansão da sua rede de unidades de saúde, que contou com um investimento de 25,8 milhões.

    O grupo destaca a abertura da clínica de saúde do Carreira, no Funchal, Madeira, no ano passado, enquanto também aposta na expansão das unidades que tem em Leiria, Figueira da Foz, Vila Franca de Xira, Aveiro, Torres de Lisboa e Ribatejo e também na digitalização das operações do grupo (oito milhões de euros).

    Para lá do mercado nacional, a Luz Saúde diz que “continuará a analisar oportunidades de crescimento noutros mercados” ao longo deste ano.

    Isabel Vaz, CEO da Luz Saúde

    IPO falhado custou 900 mil euros

    Há um ano, a Fidelidade tentou uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da Luz Saúde, mas o negócio acabou por cair por terra no momento da decisão devido a “condições de mercado adversas” que não permitiu satisfazer as condições de preço que a seguradora pedia.

    A operação – que iria levar a Luz Saúde de novo para a bolsa – teve um impacto negativo de 900 mil euros nas contas do grupo hospital no ano passado, revela no relatório e contas, embora sem detalhar os custos.

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