Buscas a universidades, seis detidos e crimes de corrupção. O que já se sabe da Operação Nexus?

Da Universidade do Porto ao Banco de Portugal, vários são os alvos das buscas da Operação Nexus. A PJ já fez arrestos no valor de 4,6 milhões de euros. Afinal, o que já se sabe até ao momento?

Uma nova operação surgiu esta terça-feira no palco da justiça portuguesa e internacional. Apelidada pela Polícia Judiciária de “Operação Nexus”, nesta investigação estão suspeitas de corrupção e fraude na obtenção de subsídio, mais concretamente de fundos do Plano de Recuperação e Resiliência.

O “alerta” foi lançado quando a PJ levou a cabo esta terça-feira 103 buscas, domiciliárias e não domiciliárias, em diversos pontos do país, tendo o órgão executado arrestos no valor de 4,6 milhões de euros.

Apesar das autoridades não revelarem, ao que foi apurado até ao momento pelos vários meios de comunicação social, entre os visados está a Universidade do Porto, o Banco de Portugal, a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o INEM, a Casa da Música, a Águas de Douro e Paiva, a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, a Universidade de Coimbra, o ISCTE e a Brisa.

A PJ apenas avançou que os alvos das buscas foram empresas privadas, designadamente de fornecimento e de comercialização de hardware e software informático, pessoas coletivas públicas, instituições de ensino secundário e superior público, concessionárias de serviços públicos, empresa de capitais exclusivamente públicos, unidades de saúde, uma fundação de utilidade pública e uma agência de viagens.

Mas o que investigam as autoridades? Em comunicado, a PJ revela que em causa estão crimes económico-financeiros e que o caso teve origem em participação de “graves” irregularidades em procedimentos aquisitivos públicos de material informático e de cibersegurança.

O adquirente foi uma instituição de ensino superior público do Norte, no âmbito de projetos financiados pelo PRR, e “centrou-se na atividade de um grupo empresarial nacional que se dedica à importação, exportação, promoção e comercialização de hardware e software informático”.

“As diligências realizadas revelaram a existência de um esquema criminoso, de caráter organizado e sistémico, para obtenção ilegal de informação privilegiada em procedimentos de contratação pública e privada, através da entrega de vantagens patrimoniais e não patrimoniais a funcionários das entidades contratantes, em subversão das regras da transparência, igualdade e concorrência do mercado e da boa aplicação de fundos públicos, garantindo adjudicações no valor de, pelo menos, 20 milhões de euros”, lê-se no comunicado da PJ.

Estiveram ainda envolvidos no esquema os produtores ou importadores dos produtos e soluções informáticas, “com significativo peso no mercado”, que potenciaram assim as margens de lucro em toda a cadeia de fornecimento.

Segundo avançou o Expresso, terá sido a empresa DecUnify, em conluio com outras, a viciar o formato de contratação pública em que é exigido às instituições fazerem uma consulta prévia ao mercado e escolherem a melhor de três propostas.

Só no Banco de Portugal foram identificados 1,7 milhões de euros em aquisições feitas desde 2021 à DecUnify, sendo que as suspeitas recaem sobre um funcionário do mesmo departamento de Sistemas e Tecnologias de Informação cujo diretor foi constituído arguido na operação Pactum em abril.

Edifício sede da Polícia Judiciária (PJ), em LisboaTIAGO HENRIQUE MARQUES/LUSA

Até ao momento, foram detidas seis pessoas: um membro da administração e três funcionários de uma empresa tecnológica, um funcionário de empresa concessionária e um funcionário público. Os suspeitos vão ser presentes às autoridades no Tribunal de Instrução Criminal do Porto para prestarem primeiro interrogatório judicial e serem aplicadas as medidas de coação tidas por adequadas.

Sobre os detidos estão suspeitas da autoria dos crimes de fraude na obtenção de subsídio, corrupção ativa e passiva, corrupção ativa e passiva no setor privado, participação económica em negócio, recebimento indevido de vantagem, falsificação de documento e abuso de poder.

A investigação divide-se em dois inquéritos: um do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Ministério Público e outro da Procuradoria Europeia.

Nas buscas estiveram envolvidos cerca de 300 investigadores criminais, um magistrado judicial, um magistrado do DIAP Regional do Porto, bem como peritos informáticos, financeiros e seguranças das estruturas da PJ.

Segundo explica a PJ, esta operação policial reuniu pela primeira vez em Portugal a Procuradoria Europeia e as autoridades do Ministério Público nacionais, através do DIAP Regional do Porto, no âmbito de investigações conexas.

Uma das visadas, a Universidade do Porto, já veio confirmar as buscas e revelou que está a colaborar com as autoridades. Ainda assim, diz-se “vítima” de um “processo de cartelização”.

Também a Casa da Música confirmou as buscas, avança o Jornal Económico. Em comunicado, assume que “prestou toda a colaboração e acesso à informação solicitada, não tendo havido lugar à realização de quaisquer outras diligências, nem relativamente à Fundação nem a qualquer elemento da sua equipa”.

(notícia atualizada às 20h49 com mais informação)

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Portugal lidera crescimento do leasing e factoring na Europa em 2024

  • Lusa
  • 8 Julho 2025

Portugal registou um crescimento expressivo no leasing de 18,1%, totalizando 4,2 mil milhões de euros em novos contratos.

Portugal destacou-se em 2024 entre os mercados europeus com melhor desempenho nos setores de leasing e factoring, superando a média europeia em ambos os segmentos, segundo os dados preliminares divulgados esta terça-feira pela Leaseurope e pela EUFederation.

De acordo com a Leaseurope, a federação europeia do setor, o volume total de novos contratos de leasing (locação financeira) na Europa cresceu 2,3%, alcançando os 409 mil milhões de euros. Portugal registou um crescimento expressivo de 18,1%, totalizando 4,2 mil milhões de euros em novos contratos.

Já no factoring (aquisição de créditos de curto prazo), a expansão europeia foi mais contida, situando-se em cerca de 1% (2,48 biliões de euros em créditos tomados), enquanto o mercado português avançou 3,4%, para 45,7 mil milhões de euros.

“Estes dados refletem a resiliência das empresas portuguesas, assim como o papel cada vez mais relevante do leasing, renting e factoring como instrumentos estratégicos de financiamento da economia nacional e de apoio à mobilidade”, afirma Luís Augusto, presidente da Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF), citado em comunicado.

Na área do leasing, o crescimento foi particularmente robusto em Portugal em todas as categorias de ativos. O leasing de veículos – que inclui o renting (aluguer operacional de veículos) nas estatísticas europeias – aumentou 17,4%, enquanto o leasing de equipamentos subiu 4,5%.

Destaque ainda para o leasing imobiliário, que contrariou a tendência europeia de retração e registou um crescimento surpreendente de 32,8%. A nível europeu, o leasing de veículos foi também o principal motor de crescimento, com uma subida de 4,4% (totalizando 295 mil milhões de euros em novos contratos). Já o leasing de equipamentos e o imobiliário registaram quebras de 2,7% e 3,3%, respetivamente.

O volume em carteira de leasing (outstanding) na Europa aumentou 7%, situando-se nos 726 mil milhões de euros, de acordo com os dados reportados por 25 associações nacionais, incluindo a ALF.

No factoring, apesar de um abrandamento no ritmo de crescimento na Europa após anos de subidas a dois dígitos, Portugal continua entre os mercados mais sólidos e competitivos. Com uma taxa de penetração no PIB de 18,9%, o país mantém-se no grupo dos três líderes europeus neste indicador, ao lado da Bélgica e de Espanha. A quota de mercado nacional representa agora 1,8% do total europeu.

A produção europeia de factoring dividiu-se entre o factoring doméstico, que representou 1,9 biliões de euros, e o internacional, com 580 mil milhões. “O crescimento sólido em todas as tipologias de leasing e o posicionamento de Portugal entre os mercados mais robustos da Europa em factoring confirmam a maturidade e competitividade do setor nacional”, conclui Luís Augusto.

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“Um setor em colapso silencioso”. Associação de TVDE apela a “revisão séria” da lei para proteger motoristas e empresários

Associação que representa mais de 50 empresas do setor da TVDE acusa plataformas de disfarçar exploração com flexibilidade, e apela a "revisão séria" da lei para proteger motoristas e empresários.

A Associação Portuguesa de Transportadores em Automóveis Privados (APTAD) alertou, esta terça-feira, que o setor do TVDE está em “colapso silencioso“, acusando as plataformas digitais de “disfarçar a exploração com flexibilidade“. Em reação à entrevista do diretor-geral da Uber ao ECO, a direção dessa associação frisa que é mesmo preciso uma “revisão séria” da lei do setor, para proteger os motoristas e os empresários.

A insatisfação é real, crescente e visível“, sublinha a APTAD, que adianta que as plataformas praticam preços de viagem (por quilómetro e por minuto) “muito abaixo dos custos reais de operação, empurrando motoristas e empresas para uma espiral de desvalorização, precariedade extrema e degradação da qualidade do serviço prestado“.

“O modelo de negócio das plataformas está desenhado para maximizar lucros à custa da precariedade, mantendo tarifas muito abaixo do custo real do serviço”, insiste a associação. E atira que, perante esta realidade, a Uber continua a promover “a falsa ideia” de flexibilidade e independência.

Assim, a APTDA exige uma “revisão séria e urgente” da lei do setor, para proteger os motoristas e os empregadores, considerando positivas as medidas defendidas pelo diretor-geral da Uber em Portugal: a possibilidade de os motoristas avaliarem os passageiros, o fim da tarifa dinâmica, a possibilidade de os veículos terem publicidade e o aumento da idade máxima das viaturas.

“Mas tudo isto são medidas isoladas. O problema central é que, enquanto as plataformas continuarem a ditar preços abaixo do custo real, não há equilíbrio que resista. Há exploração, precariedade e um setor em colapso silencioso”, assinala a direção da associação.

Em entrevista ao ECO, o referido responsável da Uber refere que o setor TVDE está “a entregar opções de rendimento atrativas, constantes e consistentes a uma população cada vez maior”.

“No setor TVDE, estamos absolutamente comprometidos com o país, com o crescimento do nosso negócio no país e em trazer valor económico e social ao país. Isso tem sido algo claro, que tem acontecido desde que a Uber entrou em Portugal, mais do que triplicando a faturação do setor e trazendo também com isso um aumento enorme da receita fiscal“.

A APTAD representa mais de 50 empresas do setor TVDE, reunindo uma frota superior a cinco mil veículos em circulação. Foi formalmente constituída no dia 1 de maio de 2024.

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Politécnico de Viana do Castelo ganha centro de inovação na economia do mar

O futuro centro de inovação do IPVC na área da economia do mar terá laboratórios especializados, “uma nave industrial e uma equipa de 40 profissionais altamente qualificados até 2030”.

O Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) está a lançar um centro de inovação tecnológica que, garante, deverá “posicionar o Alto Minho e Portugal no mapa internacional da energia azul” e economia do mar. E que junta várias entidades do sistema científico nacional, empresas e poder local com vista a criar mais emprego, atrair talento e desenvolvimento económico.

Chama-se Sustemare – Centro de Tecnologia e Inovação em Energias e Tecnologias Oceânicas e, segundo o politécnico, vai “promover a transição sustentável na exploração do oceano, integrando ciência, tecnologia e economia”. Este espaço vai atuar principalmente em três grandes áreas: energia azul – desenvolvimento e monitorização estrutural de infraestruturas offshore, produção de hidrogénio e amónia verde; tecnologias oceânicas – estudo de materiais em ambiente marinho; e monitorização ambiental, biotecnologia marinha e aquacultura.

Com sede no campus da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Viana do Castelo (ESTG-IPVC), este novo centro de tecnologia e inovação terá laboratórios especializados, “uma nave industrial e uma equipa de cerca de 40 profissionais altamente qualificados até 2030”, adianta esta instituição de ensino.

Além do IPVC, entre os associados fundadores constam o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência da Universidade do Minho, o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental e o Centro de Interface Tecnológico Industrial. Acresce a Associação Empresarial de Portugal, assim como a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, a Mota Engil, a Confederação Empresarial do Alto Minho.

Segundo o politécnico, “a atuação deste novo centro de tecnologia e inovação estará profundamente ligada à realidade empresarial, especialmente às empresas já instaladas ou em instalação no setor das energias oceânicas, que enfrentam desafios técnicos, logísticos e ambientais próprios do meio marinho”.

“Queremos ser um polo gerador de redes de colaboração, criando sinergias organizacionais, tecnológicas e económico-financeiras que permitam às empresas obter vantagens competitivas. Um centro ao serviço do setor produtivo e da sua capacidade de inovar”, assinala o coordenador do Sustemare e docente do IPVC, Jorge Delgado.

Segundo o presidente do Politécnico de Viana do Castelo, Carlos Rodrigues, este centro “nasce da necessidade de responder a uma transição urgente: a de explorar o oceano de forma sustentável, integrando conhecimento científico, tecnologia e atividade económica.”

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Estrutura de Missão esclarece que taxa de execução do PRR nos 40% e é superior à média da UE

  • Lusa
  • 8 Julho 2025

Fernando Alfaiate referiu ainda que falta executar três pedidos de pagamento, sendo que o oitavo será apresentado ainda este ano.

A Estrutura de Missão Recuperar Portugal esclareceu esta segunda-feira, no parlamento, que a taxa de execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) é de 40%, acima da média da União Europeia (33%).

A nossa taxa de execução, à data de hoje, é de 40% face à avaliação positiva do 6.º pedido de pagamento e será de 47% com o 7.º pedido, já submetido à Comissão Europeia”, afirmou o presidente da Estrutura de Missão, Fernando Alfaiate, numa audição na comissão parlamentar de Economia e Coesão Territorial, na sequência de requerimentos apresentados pelo Chega e pelo PS.

Fernando Alfaiate sublinhou que o mecanismo de execução deste plano é diferente, uma vez que esta é aferida através de indicadores designados marcos e metas. Por sua vez, a média da União Europeia (UE) está nos 33%. De acordo com a Recuperar Portugal, contabilizam-se 11 marcos e metas suspensos e nenhum deles é de Portugal.

A propósito do terceiro e quarto pedidos de pagamento, Portugal teve situações de suspensão, que foram ultrapassadas. Verificam-se igualmente dois marcos e metas irrecuperáveis e, da mesma forma, nenhum deles é de Portugal. Fernando Alfaiate referiu ainda que falta executar três pedidos de pagamento, sendo que o oitavo será apresentado ainda este ano.

Já em 2026 serão submetidos os restantes dois, que implicam o cumprimento de um elevado número de marcos e metas. O presidente da Estrutura de Missão Recuperar Portugal disse que em termos de execução financeira a taxa está nos 37%. Esta execução relaciona-se com aquilo que a Estrutura de Missão valida enquanto despesa certificada, mas não reporta para o exercício de desembolso.

O prazo para a execução do PRR termina em 31 de agosto de 2026. Contudo, a execução financeira pode ser paga ainda em 2027. O PRR, que tem um período de execução até 2026, pretende implementar um conjunto de reformas e investimentos tendo em vista a recuperação do crescimento económico.

Além de ter o objetivo de reparar os danos provocados pela covid-19, este plano tem o propósito de apoiar investimentos e gerar emprego.

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Tribunal declara insolvência da Associação Comercial do Distrito de Évora

  • Lusa
  • 8 Julho 2025

No pedido de insolvência foram identificados como credores dois bancos, uma antiga funcionária, o Instituto da Segurança Social e a Agência para o Desenvolvimento e Coesão.

A Associação Comercial do Distrito de Évora (ACDE), com quase 135 anos de existência, foi declarada insolvente pelo tribunal, depois de ter avançado com este pedido na justiça por dificuldades financeiras, foi anunciado esta segunda-feira. Consultado pela agência Lusa no portal de justiça Citius, o edital da insolvência indica que o Tribunal Judicial da Comarca de Évora declarou a ACDE insolvente na passada sexta-feira.

Segundo o edital, datado de segunda-feira, foi nomeado Sandro de Oliveira Martins para administrador de insolvência e fixado em 30 dias o prazo para a reclamação de créditos. No pedido de insolvência, também consultado pela Lusa no portal Citius, foram identificados como credores dois bancos, uma antiga funcionária, o Instituto da Segurança Social e a Agência para o Desenvolvimento e Coesão.

Contactada hoje pela Lusa, Sandra Dourado, que preside à comissão administrativa da ACDE, criada após a demissão da última direção eleita no início deste ano, indicou que o pedido de insolvência resulta de dificuldades financeiras da associação. “Sabendo o histórico da ACDE, que as receitas não eram suficientes face às despesas, e não havendo projetos e associados [suficientes] para pagarem contas, foi decidido em assembleia-geral pedir a insolvência”, referiu.

Para este desfecho, destacou a responsável, contribuiu ainda a pandemia de covid-19, que dificultou a participação de empresas em projetos da ACDE, o que obrigou a associação a devolver verbas de apoios concedidos. Segundo Sandra Dourado, entre as dívidas da associação, aquela que tem o valor mais alto, na ordem dos 500 mil euros, tem como credor o banco Millennium BCP.

“Durante quase ano e meio, tentámos vender o prédio [da sede da ACDE] e não apareceu nenhum comprador. Se o tivéssemos conseguido vender, a receita dava para pagar ao Millennium BCP e a outros fornecedores”, o que permitiria à associação “continuar viável”, lamentou.

Localizado em plena Praça do Giraldo, considerada a ‘sala de visitas’ de Évora, o edifício da sede da ACDE está ainda à venda por 1,3 milhões de euros. Questionada pela Lusa sobre se ainda acredita na recuperação da ACDE, a presidente da comissão administrativa da associação foi perentória: “Não, é o fim da associação comercial”, vincou.

“O comércio está muito diferente, temos lojas de grandes marcas que não precisam de uma associação para nada e o comércio tradicional está muito envelhecido e não há lojas novas a abrirem que necessitem de uma associação”, considerou.

Além disso, acrescentou Sandra Dourado, “há outras associações no distrito que oferecem serviços” como os que a ACDE oferecia. Fundada no dia 20 de julho de 1890, ou seja, há quase 135 anos, a ACDE, que, nos primeiros anos, teve outras designações, chegou a ter cerca de mil associados no distrito de Évora, distribuídos pelos setores do comércio, turismo e serviços.

Em 2001, por despacho, foi declarada Instituição de Utilidade Pública, devido ao mérito da ação desenvolvida no setor comercial da região, defendendo os direitos e interesses dos comerciantes do distrito.

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Seguradores “não estão preparados” para investimentos de maior risco, avisa líder da APS

Na 4.º Fórum Nacional de Seguros, intervenientes referem a literacia financeira, incentivos à poupança e a criação de um fundo sísmico como as principais prioridades para o setor.

O presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), José Galamba de Oliveira, frisou esta terça-feira que as seguradoras não estão preparadas para investir em ativos de maior risco. Investir em literacia financeira e criar um fundo sísmico estão entre as principais prioridades para o setor.

“Quando se fala de colocar dinheiro em capital de risco… não é capital de risco, é capital de maior risco porque obviamente estamos a investir em indústrias novas, na transição energética, na transição digital, em todo este esforço que a Europa tem de fazer para se reindustrializar”, descreveu José Galamba de Oliveira no 4.º Fórum Nacional de Seguros, que está a decorrer na Alfândega do Porto.

O líder da associação dos seguradores, que foi reeleito em março, advertiu que “colocar investimentos neste tipo de projetos de maior risco implica cargas de capital ou de solvência muito grandes – e o setor não está preparado para isso”.

Galamba de Oliveira recordou que “grandes infraestruturas, como novos aeroportos ou o TGV, são investimentos com retorno a 30 ou mais anos”. No entanto, destaca que “na perspetiva de longo prazo, o retorno também lá está — e é um retorno mais interessante do que o retorno da própria dívida pública”.

Intervindo no mesmo painel, Jorge Pinto, diretor de vendas e de distribuição da Zurich, sublinhou também que “esta nova visão de investir em capitais de risco pode dinamizar a economia”.

Falta literacia financeira e incentivos à poupança

No painel com o título “Nova legislatura: Que prioridades para os seguros”, todos os intervenientes destacaram a falta de literacia financeira com um dos principais desafios.

 

Outro tema abordado foi a questão da poupança, com o líder da associação dos seguradores a defender que devem ser implementados incentivos fiscais para aumentar a poupança para a reforma.

João Barata, chief insurance officer da Generali Tranquilidade, corroborou a ideia de Galamba de Oliveira, reforçando a necessidade de existirem “estímulos à poupança”, tendo em conta que os “clientes em Portugal são mais conservadores”.

Consciente da “complexidade do setor”, o mesmo porta-voz da Generali Tranquilidade realçou que o “desafio passa por simplificar e encontrar produtos que sejam o mais simples possível”.

Imprescindível criar fundo sísmico

À semelhança do alerta que tinha sido deixado na abertura pela presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), os seguradores insistiram igualmente na importância da criação do fundo sísmico.

O diretor de vendas e de distribuição da Zurich realçou a urgência na criação deste fundo sísmico. “É um evento com uma frequência muito reduzida, mas que pode ter um impacto nefasto”, reforçou o responsável.

Jorge Pinto lembrou que sobretudo as regiões do Algarve e de Lisboa e Vale do Tejo são zonas sísmicas e contabilizou que cerca de 50% da população não tem seguro multirriscos e, dentro desta percentagem, apenas um em cada cinco tem cobertura sísmica.

O diretor de vendas da Zurich sublinhou ainda que “olhando apenas Lisboa, existe legislação de construção sísmica a partir de 1990”, o que significa que 70% das habitações na capital portuguesa “não estão abrangidas por essa legislação”.

João Barata (Chief Insurance Officer da Generali Tranquilidade), Jorge Pinto (Diretor de Vendas e de distribuição da Zurich), José Galamba de Oliveira (Presidente da Associação Portuguesa de Seguradores) e Francisco Botelho (Diretor do ECOseguros)Pedro Granadeiro/ECO

“Há estudos que indicam que se tivermos um sismo igual ao de 1855 não chegarão dez mil milhões de euros na zona do Lisboa só para fazer face” a esse abalo, constatou Jorge Pinto.

O presidente da Associação Portuguesa de Seguradores optou por olhar para esse fundo na ótica dos desastres naturais. Ou seja, completou, “uma porta aberta a outros tipos de riscos, nomeadamente de grandes incêndios ou de grandes inundações”.

O chief insurance officer da Generali Tranquilidade identificou no mesmo fórum que o caminho passa por “prevenir”. “A lógica do fundo é prevenir aquilo que sabemos que vai acontecer; não sabemos exatamente quando e como“, acrescentou João Barata.

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Lei europeia torna publicidade institucional nos media “mais justa e transparente”

  • Lusa
  • 8 Julho 2025

Maria Luís Albuquerque elencou os diferentes benefícios para o ecossistema mediático com a aplicação da Lei Europeia da Liberdade dos Meios de Comunicação Social, como o aumento da transparência.

A comissária europeia Maria Luís Albuquerque disse esta terça-feira no Parlamento Europeu que a publicidade institucional nos órgãos de comunicação será mais transparente com a aplicação da Lei Europeia da Liberdade dos Meios de Comunicação Social (EMFA).

“Estas empresas [de comunicação] beneficiarão de uma afetação mais justa e transparente das despesas públicas com publicidade e de uma maior previsibilidade das concentrações no mercado dos meios de comunicação social”, disse a comissária no debate sobre o ponto de situação da aplicação da Lei Europeia nos Estados-Membros.

Maria Luís Albuquerque afirmou também que a implementação desta legislação irá salvaguardar o “funcionamento independente dos fornecedores de serviços públicos de comunicação social”, ao aumentar a “transparência da propriedade” destes mesmos órgãos.

A comissária europeia de Serviços Financeiros acrescentou ainda que estas novas regras “permitirão que os cidadãos tenham acesso a uma pluralidade de informações e opiniões” e ao mesmo tempo tenham conhecimento “de quem está por detrás das notícias que consomem”.

Relativamente às plataformas digitais, Maria Luís Albuquerque avançou que os órgãos de comunicação social (OCS) irão “beneficiar de uma concorrência leal e de um melhor retorno do investimento no ambiente digital”, através da implementação de novas regras neste espaço que permitem maior transparência na medição de audiências, assim como a remoção de conteúdos em plataformas digitais de “muito grande dimensão”.

O regulamento prevê também uma maior proteção dos jornalistas no exercício da profissão, assegurando que as regras existentes relativamente à proteção de fontes e de comunicações confidenciais passam a ser diretamente aplicáveis. O EMFA fala também em proteção de jornalistas no caso de serem alvo de spyware (um software “espião”). Segundo a comissária, o regulamento “inclui a criação de diferentes mecanismos, organismos e procedimentos, caso ainda não existam, que permitirão a aplicação direta das regras” acima referidas.

Maria Luís Albuquerque informou também que a Comissão Europeia (CE) enviou a todos os Estados-Membros um questionário sobre a legislação nacional e os esforços necessários para a aplicação deste novo regulamento.

“O questionário foi seguido de reuniões com todas as administrações nacionais para obter mais informações sobre questões nacionais específicas”, acrescentou.

Atualmente a CE já recebeu todas as respostas a este questionário e encontra-se no processo de análise das respostas. O European Media Freedom Act (EMFA) entrará em vigor a 8 de agosto.

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Autarquias falharam meta de excedente anual em mais de 40%, revela CFP

Municípios deveriam ter registado um excedente de 474 milhões de euros, mas ficaram-se pelos 268 milhões, mostra relatório do CFP. Despesa aumentou 900 milhões face a 2023.

Os municípios portugueses registaram no ano passado um aumento da receita em 10%, face a 2023, num acréscimo de 1,1 mil milhões de euros, alicerçado no aumento das transferências do Estado central, anunciou nesta terça-feira o Conselho de Finanças Públicas (CFP).

O relatório, desenvolvido com os dados fornecidos por 305 municípios (de um total de 308 no país), coloca igualmente em evidência a incapacidade da administração local para cumprir com a previsão do último Orçamento do Estado do governo de António Costa. No documento, aprovado pela maioria absoluta socialista, o excedente inscrito para os municípios atingia os 474 milhões de euros, mas os números verificados pelo CFP revelam que ficaram aquém: 268 milhões de euros.

No relatório da instituição presidida por Nazaré da Costa Cabral com os dados da evolução orçamental da administração local, destaca-se ainda que a receita fiscal dos municípios cresceu 2%, um ritmo inferior aos 2,6% que se verificara na comparação de 2022 com 2023.

Face a 2023, a receita efetiva acelerou 10% (1,1 mil milhões de euros), um ritmo mais célere que o da despesa efetiva, mas, ainda assim, esta cresceu 7,9%, num total de 900 milhões de euros, com a pressão mais significativa a vir da aquisição de bens e serviços (13%) e das despesas com pessoal (7,2%).

Esta situação tem raízes na descentralização de competências e no aumento das remunerações, a que não é alheio o aumento do salário mínimo nacional em 8% (de 760 para 820 euros).

No que concerne às despesas com a descentralização, a instituição reitera uma crítica deixada na edição anterior deste relatório, relativa à limitação dos dados que os municípios partilham com o CFP.

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Municípios quebram trajetória de redução de endividamento. Dívida total subiu 2,3% em 2024

Mais de 110 municípios agravaram a dívida no ano passado, revela o Conselho das Finanças Públicas. Dos 303 municípios, dez têm endividamento acima do limite legal e três estão em rutura financeira.

A dívida do total dos municípios subiu 2,3% em 2024, para 3.624 milhões de euros, com 112 a agravarem o endividamento. Os dados constam de um relatório do Conselho de Finanças Públicas (CFP), revelando assim uma inversão na tendência de redução registada nos últimos anos. O documento mostra também que 10 municípios se situavam acima do limite legal de endividamento, menos dois do que no ano passado.

“De acordo com os dados disponíveis, a dívida total dos municípios considerada para efeitos do cumprimento do limite legal terá aumentado em 2024, o que, a confirmar-se, interrompe a tendência de redução observada nos últimos anos”, alerta a instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral, no relatório anual sobre a evolução da administração local.

No documento divulgado esta terça-feira, o CFP recorda que, desde 2014 – data da entrada em vigor do Regime Financeiro das Autarquias Locais e das Entidades Intermunicipais (RFAI) – a dívida total municipal tem reduzido-se todos os anos. Em 1 de janeiro de 2014, a dívida total era de 7,3 mil milhões de euros, tendo caído para cerca de 4,6 mil milhões de euros em 2017 e para 3,5 mil milhões em 2023.

Em 2024, excluindo as dívidas não orçamentais e as exceções legalmente previstas para efeitos do respetivo limite, a dívida total terá aumentado 80 milhões de euros. Um número que resulta de um agravamento da dívida de 112 municípios, que no seu conjunto representou 360 milhões de euros, apenas parcialmente compensado pela redução do endividamento registado em 191 municípios, no valor de 280 milhões de euros.

De acordo com o CFP, pelo menos 10 dos 303 municípios para os quais existe informação estavam acima do limite da dívida total em 31 de dezembro de 2024, ou seja, menos dois do que no final de 2023 (Alandroal e Nazaré). Destes, todos reduziram contudo a dívida, no valor global de 22 milhões de euros.

Da lista de municípios com excesso de endividamento fazem parte Fornos de Algodres, Vila Franca do Campo, Vila Real de Santo António, Cartaxo, Alfândega da Fé, Freixo de Espada à Cinta, Fundão, Nordeste, Praia da Vitória e Vila Nova de Poiares.

Três municípios em “rutura financeira”

O CFP assinala que, no final de 2024, Fornos de Algodres, Vila Franca do Campo e Vila Real de Santo António estavam em situação de “rutura financeira”, isto é com um rácio da dívida superior a 300%. Ainda assim, menos um do que no final de 2023, o Cartaxo.

Todos estes municípios já foram abrangidos por Programas de Ajustamento Municipais (PAM) e registaram um desagravamento do montante da dívida em excesso em 2024, num total de 6,5 milhões de euros. Já seis autarquias registavam um rácio da dívida total no intervalo entre 150 e 225%, menos uma do que em dezembro de 2023.

Perante o retrato traçado, e apesar de sublinhar que os dados são provisórios, o CFP alerta que a Administração Local em Portugal continuou, em 2024, “a apresentar uma posição orçamental com riscos descendentes geríveis”.

“Num contexto de alteração da Lei de Enquadramento Orçamental para adaptação às novas regras europeias de governação económica, torna-se relevante refletir sobre os termos
em que devem ser revistas as leis de financiamento dos diversos subsectores das Administrações Públicas. No caso da Administração Local, a necessidade desta reflexão é acentuada quer pelas sucessivas alterações à lei do financiamento local e legislação conexa, quer pelo impacto do processo de descentralização de competências”, argumenta.

Neste sentido, a instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral sublinha que, numa eventual revisão do RFALEI não deverá ser ignorado o enquadramento quanto aos mecanismos de saneamento e recuperação financeira não excluindo o resultado de uma eventual avaliação ao Fundo de Apoio Municipal (FAM).

(Notícia atualizada às 15h10)

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Unicórnio Iterable vai buscar novo CEO à Salesforce

Lisboa acolhe um hub, o terceiro escritório internacional, do unicórnio americano que desenvolve, através de IA, uma plataforma de marketing multicanal.

A Iterable, unicórnio norte-americano que abriu um hub em Portugal no final do ano passado, foi contratar na Salesforce o novo CEO. Sam Allen assume funções em agosto e o fundador e até aqui CEO, Andrew Boni, transita para o cargo de Chief Scientist da tecnológica que desenvolve, através de inteligência artificial (IA), uma plataforma de marketing multicanal.

“Estamos num momento decisivo no marketing”, disse Sam Allen. “A IA da Iterable está a reconfigurar o modo como as marcas se conectam com os clientes e a elevar o patamar em termos de velocidade, personalização e impacto mensurável. É uma honra liderar a Iterable neste próximo capítulo de crescimento e neste momento emocionante de inovação em IA”, diz o partir de agosto novo CEO, citado em comunicado.

Sam Allen será CEO da Iterable a partir de agosto.

Allen junta-se à Iterable vindo da Salesforce, onde exercia o cargo de vice-presidente executivo e Global Chief Pipeline Officer. De acordo com a informação partilhada, durante os mais de dez anos em que esteve na Salesforce, Sam Allen teve um papel fundamental em mais de 20 aquisições estratégicas.

“Este é um investimento estratégico com o qual estou muito entusiasmado e que acelerará drasticamente a nossa capacidade de execução e inovação nos próximos anos”, disse, por seu turno, Andrew Boni. “A contratação de Sam permite-nos avançar operacionalmente de forma mais rápida e prepara a Iterable para o sucesso a longo prazo”, disse ainda o fundador, citado em comunicado.

O fundador deixa a liderança executiva de topo, mas mantém-se na empresa como Chief Scientist, focando-se na implementação de produtos e IA, incluindo o novo Agente IA, o Interable Nova. Andrew Boni fará ainda parte do conselho de administração da companhia.

Desde ano passado, Portugal passou a ser um dos países onde a unicórnio marca presença, depois da abertura do hub de Lisboa, o terceiro escritório internacional da americana que desenvolve, através de inteligência artificial, uma plataforma de marketing multicanal hoje usada por mais de 1.200 marcas em mais de 50 países. Em Portugal, tem planos de fazer crescer a equipa em mais de 100 pessoas.

No início do ano passado, a empresa ultrapassou 200 milhões de dólares em receita anual recorrente.

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Bulgária pronta para entrar na Zona Euro em janeiro de 2026 após aval final

  • Lusa
  • 8 Julho 2025

Aval final dado esta terça-feira pelo Conselho da UE e pelo Parlamento Europeu. A taxa de conversão entre o euro e o lev búlgaro foi fixada em 1,95583 lev por um euro.

A Bulgária está pronta para entrar na Zona Euro a 1 de janeiro de 2026 após o aval final dado esta terça-feira pelo Conselho da União Europeia (UE) e pelo Parlamento Europeu, tornando-se no 21.ª membro da área da moeda única.

“O Conselho adotou hoje os três últimos atos jurídicos necessários para que a Bulgária introduza o euro em 01 de janeiro de 2026. Fica assim concluído o processo para que a Bulgária se torne o 21.º membro da área do euro e beneficie da utilização da moeda comum da UE, o euro, a partir do próximo ano“, indica em comunicado a estrutura que junta os Estados-membros da União.

Também o Parlamento Europeu indica em nota de imprensa que “os eurodeputados deram um parecer esmagadoramente favorável à candidatura da Bulgária à adoção do euro e à adesão à Zona Euro”, num relatório aprovado 531 votos a favor, 69 contra e 79 abstenções na sessão plenária que decorre na cidade francesa de Estrasburgo.

A Zona Euro é uma união monetária composta por 21 dos 27 países da União Europeia que adotaram o euro como moeda oficial. Criada formalmente em 1999 com o objetivo de promover a estabilidade económica e a integração financeira entre os Estados-membros, é gerida pelo Banco Central Europeu, que define a política monetária comum.

Para aderirem, os países têm de cumprir critérios económicos e financeiros rigorosos, conhecidos como critérios de convergência. Esta união permite maior facilidade nas transações comerciais, estabilidade de preços e eliminação de flutuações cambiais dentro do bloco, embora também traga desafios como a gestão conjunta de crises económicas.

O último país a aderir ao euro foi a Croácia, em 2023. No que toca à Bulgária, é agora estabelecida a taxa de conversão entre o euro e o lev búlgaro em 1,95583 lev por 1 euro.

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