Sindicato dos Jornalistas reúne-se com Presidente da República sobre dona da Visão a 14 de dezembro

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2024

O Sindicato dos Jornalistas entende que o Presidente da República "pode ter um papel muito importante para uma possível saída para esta crise, que afeta a vida de cerca de 150 pessoas".

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) vai reunir-se com o Presidente da República em 14 de dezembro, depois de ter pedido audiência urgente para debater a crise na Trust in News (TiN).

Na segunda-feira, o SJ disse que tinha pedido “uma audiência urgente ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com o intuito de debater a grave crise na TiN”, que detém a Visão, Exame ou Jornal de Letras, entre outros.

O SJ defendeu que, “enquanto mais alto magistrado da nação, o Presidente da República, uma pessoa com grande proximidade e passado nos media, pode ter um papel muito importante para uma possível saída para esta crise, que afeta a vida de cerca de 150 pessoas“.

Entretanto, a TiN, liderada por Luís Delgado, foi esta quarta-feira considerada insolvente, tendo o tribunal fixado em 30 dias o prazo para reclamação dos créditos e assembleia de credores para 29 de janeiro, segundo a sentença a que Lusa teve acesso.

Esta decisão acontece no mesmo dia em que os trabalhadores da TiN se concentram no Largo de Camões, em Lisboa, para denunciar a situação do grupo.

O tribunal nomeou como administrador de insolvência André Fernando de Sá Correia Pais e decretou a “apreensão imediata, para entrega ao/à administrador/a da insolvência, dos elementos de contabilidade da insolvente e de todos os bens (ainda que arrestados, penhorados ou apreendidos)”, lê-se no documento.

O tribunal nomeou ainda a Comissão de Credores, que tem como membros efetivos o Instituto da Segurança Social, a Autoridade Tributária, a Impresa Publishing, o Novo Banco e o Representante dos trabalhadores a indicar pela Comissão de Credores.

Os CTT e o BCP são membros suplementes desta Comissão.

A TiN, que detém 16 títulos, entre os quais a Visão, Exame, Exame Informática, Jornal de Letras, Caras, Activa, TV Mais, viu o Plano Especial de Revitalização (PER) ser reprovado em 05 de novembro, tendo em 12 de novembro a administração anunciado a intenção de apresentar um plano de insolvência, requerendo a convocação de uma assembleia de credores para apresentação e fundamentação de um plano de recuperação.

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Banco de Portugal define novas regras para publicidade a produtos financeiros

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2024

O aviso obriga a serem comunicadas ao Banco de Portugal todas as publicidades, independentemente dos meios usados para a sua difusão.

O Banco de Portugal estabeleceu novas regras para a publicidade a produtos financeiros a entrarem em vigor em meados de 2025, obrigando o diploma a que os anúncios explicitem o que significam expressões como “0% de juros” ou “sem custos”.

O aviso desta quarta-feira revoga o de 2008, considerando o Banco de Portugal que importa atualizar as exigências feitas na publicidade a produtos e serviços financeiros, tendo em conta a evolução e inovação na publicidade, desde logo a digitalização. As regras aplicam-se não só a bancos, sociedades financeiras e instituições de pagamento como também a intermediários de crédito.

O aviso obriga a serem comunicadas ao Banco de Portugal todas as publicidades, independentemente dos meios usados para a sua difusão. Regula ainda a informação que consta dos anúncios, que tem de ser “facilmente legível“, com letra adequada, cores que a tornem bem visível e tempo adequado de leitura.

Quando há informação em áudio, refere, tem de ser “claramente audível” e com tempo suficiente para ser percecionada.

O aviso diz ainda que a publicidade deve conter “de forma não dissimulada” a informação necessária para o cliente avaliar corretamente as características e benefícios de um produto ou serviço.

O aviso é mesmo detalhado, explicando que expressões como “sem juros” ou “0% de juros” só podem ser usadas quando não há qualquer pagamento de juros.

“sem custos” ou “gratuito” pode ser usado quando não for exigível “pagamentos de quaisquer juros, comissões ou outros encargos”.

Expressão como “mais baixo do mercado” sobre um produto ou serviço só pode aparecer quando é dito em seguida, e com destaque similar, “as condições particulares que suportam a afirmação”.

Este aviso do Banco de Portugal entra em vigor em 01 de julho de 2025

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Tarifas de Trump? Exportadoras devem procurar novos mercados, avisa Banco de Portugal

Trocas comerciais de Portugal ainda não deram sinais de abrandamento face ao aumento das políticas protecionistas, mas Banco de Portugal deixa recomendações se Trump avançar com aumento de tarifas.

O Banco de Portugal (BdP) recomenda que o Governo reforce o apoio às empresas portuguesas na procura de novos mercados para as exportações nacionais e promova o investimento direto estrangeiro após a eleição de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos, que poderá levar avante um aumento significativo das tarifas às importações. Isto apesar de, para já, as trocas comerciais de Portugal ainda não ter dado sinais de abrandamento face ao aumento das políticas protecionistas.

Num artigo sobre o comércio internacional português e a fragmentação da economia mundial, divulgado esta quarta-feira, os economistas do regulador destacam que “o resultado do recente processo eleitoral nos EUA poderá conduzir a um aumento significativo das suas tarifas à importação e as eventuais medidas retaliatórias poderão acentuar a reconfiguração do comércio internacional, com impacto na economia portuguesa e europeia“.

Neste cenário, consideram que para manter o bom desempenho das exportações nacionais registado nos últimos anos, “é importante reforçar o apoio às empresas na procura de novos mercados, promover o investimento direto estrangeiro e continuar a flexibilizar a alocação de recursos na economia“.

“Para tal, sobressai a importância do capital humano como fonte de inovação e facilitador da mobilidade dos trabalhadores entre setores”, apontam.

Fonte: Banco de Portugal

Na análise, os economistas destacam que tem existido uma estabilidade das barreiras tarifárias ao comércio português até 2022. No entanto, assinalam que existem evidências de que “as barreiras não tarifárias, que são mais difíceis de quantificar, têm vindo a aumentar até 2023”.

Num contexto de participação na União Europeia (UE) e de estabilização das barreiras tarifárias, o comércio português de bens e serviços não tem demonstrado sinais de abrandamento nos últimos anos, verificando-se um aumento continuado do grau de abertura da economia“, pode ler-se no artigo. Porém, acrescentam: “Há um papel crescente da distância geopolítica enquanto determinante das importações portuguesas de bens”.

Entre as pressões protecionistas indicadas pelos economistas estão o aumento das barreiras tarifárias entre a China e os EUA a partir de 2018 e a saída do Reino Unido da UE em 2020, após o referendo de 2016, bem como um reforço dos apoios dos Estados a empresas após a pandemia.

Tanto nas exportações como nas importações, o peso do comércio intracomunitário em termos nominais é superior a 60%, mesmo após a saída do Reino Unido da UE em 2020. Assim, a participação na UE constitui uma forte proteção para Portugal face
à fragmentação da economia mundial“, refere a análise.

Tarifa média aplicada às exportações portuguesas é de 4%

O Banco de Portugal estima que a tarifa efetiva média aplicada às exportações portuguesas de bens tem vindo a diminuir desde 2014, situando-se em valores em torno de 4% em 2022 e que são mais penalizadas do que as importações portuguesas provenientes de países extracomunitários, limitando a capacidade de penetração das empresas nacionais nesses mercados.

Os autores do estudo indicam também que o número de novas medidas não tarifárias em 2023 é superior ao observado antes da pandemia, sendo a principal as subvenções financeiras a empresas nacionais. Porém, estas medidas implementadas por Portugal também aumentaram nos últimos quatro anos, refletindo principalmente medidas de política ao nível da União Europeia referentes a sanções e subvenções financeiras.

Distância geopolítica pesa nas importações portuguesas

A análise publicada pelo regulador também conclui que a distância geopolítica passou a ser um “determinante significativo” das importações portuguesas. Em média em 2020-2022, um aumento unitário no índice de distância geopolítica traduziu-se numa redução de 1% do valor anual de importações, o que não acontecia em 2017.

O crescimento das importações de países geopoliticamente mais distantes foi sistematicamente mais fraco“, pode ler-se. O aumento da sensibilidade regista-se sobretudo no comércio de bens, já que nas importações de serviços já se verificava anteriormente.

A distância geopolítica é medida pelos autores do estudo através da proximidade do sentido de voto a Portugal na Assembleia Geral das Nações Unidas. Como exemplo apontam a Rússia, que desde 2019 aumentou em 19 pontos a sua distância geopolítica e de onde as importações nominais caíram 70% no mesmo período, embora reflita em larga medida as proibições à importação de bens energéticos implementadas pela União Europeia.

Fonte: Banco de Portugal

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Novo Mundial de Clubes com transmissão gratuita na Dazn

  • + M
  • 4 Dezembro 2024

A Dazn assegurou a transmissão com um acordo de âmbito mundial com a FIFA. Fica também com a possibilidade de proceder ao sublicenciamento para canais televisivos em sinal aberto nos mercados locais.

O novo Mundial de Clubes terá transmissão em exclusivo, e de forma gratuita, na Dazn. A nova prova da FIFA realiza-se de 15 de junho a 13 de julho de 2025, nos Estados Unidos. De Portugal, participam na prova SL Benfica e FC Porto.

Através de um acordo de âmbito mundial com a FIFA, a Dazn vai assim ser a responsável pela transmissão, em direto e de forma gratuita, de todos os 63 jogos do FIFA Club World Cup 2025, que reúne 32 dos melhores clubes do mundo. A plataforma fica com a possibilidade de proceder ao sublicenciamento para canais televisivos em sinal aberto nos mercados locais.

O acordo contempla ainda uma parceria mais ampla, incluindo a integração da FIFA+, “biblioteca de momentos icónicos e jogos completos da FIFA”, bem como resultados em direto, na plataforma online da Dazn, adianta-se em nota de imprensa.

Este acordo histórico com a FIFA é um marco na nossa trajetória para sermos a plataforma de entretenimento de eleição para os adeptos de desporto em todo o mundo. Estamos entusiasmados por ter os direitos exclusivos desta nova era do futebol de clubes a nível mundial, marcando o início de uma relação de longo prazo com a FIFA e reforçando o nosso estatuto como a casa do futebol”, diz Shay Segev, CEO da Dazn, citado em comunicado.

“A Dazn é a única plataforma de streaming desportivo com alcance verdadeiramente global, tecnologia líder mundial e um foco total em oferecer a melhor experiência digital aos adeptos. Estamos empenhados em garantir que cada fã possa acompanhar todos os momentos desta competição de clubes de topo”, acrescenta.

Já por parte da FIFA, o seu presidente Gianni Infantino refere “enorme satisfação” no anúncio da parceria que vai permitir a que “todos os adeptos possam assistir aos melhores jogadores dos 32 melhores clubes a competir pelo primeiro título de ‘Campeões Mundiais de Clubes FIFA’”.

“O novo FIFA Club World Cup é um torneio inclusivo e baseado em mérito, que será o ponto alto do futebol de clubes a nível mundial, inspirando jogadores e adeptos em todo o mundo. Através deste acordo de transmissão, biliões de adeptos de futebol em todo o mundo poderão assistir gratuitamente ao torneio de clubes mais acessível de sempre. O Futebol une o mundo”, acrescenta.

Participam na competição os clubes Atlético de Madrid, FC Bayern München, SL Benfica, Borussia Dortmund, Chelsea FC, FC Internazionale Milano, Juventus FC, Manchester City, Paris Saint-Germain, FC Porto, Real Madrid, FC Salzburg, CA Boca Juniors, Botafogo, CR Flamengo, Fluminense FC, SE Palmeiras, CA River Plate, CF Monterrey, CF Pachuca, Club León, Inter Miami CF, Seattle Sounders FC, Al Ahly FC, Espérance Sportive de Tunisie, Mamelodi Sundowns FC, Wydad AC, Al Ain FC, Al Hilal, Ulsan HD, Urawa Red Diamonds e Auckland City FC.

O sorteio da fase de grupos tem lugar esta quinta-feira (18h) e é transmitido em direto pela Dazn.

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Depois de Loures, PS volta a criticar autarquia socialista

  • Lusa e ECO
  • 4 Dezembro 2024

PS diz que as autarquias não devem criar "critérios adicionais" aos da lei na atribuição de apoios sociais. Alpiarça propôs a exclusão de famílias que apresentem "sinais exteriores de riqueza".

O Partido Socialista defendeu hoje que as autarquias não devem criar “critérios adicionais” aos da lei na atribuição de apoios sociais, após a Câmara de Alpiarça ter proposto a exclusão de famílias que apresentem “sinais exteriores de riqueza”.

Esta proposta da câmara liderada pela socialista Sónia Sanfona, que será agora submetida à Assembleia Municipal de Alpiarça. A medida já foi criticada por vários socialistas, incluindo a ex-embaixadora Ana Gomes, na sua conta na rede social Threads. “Há critérios na lei para determinar quem recebe apoios sociais. Importa que quem tem autoridade para isso os aplique. Sem precisar de correr atrás de retóricas preconceituosas e estigmatizantes….”, escreveu.

Questionada pela agência Lusa sobre esta polémica, fonte oficial do PS respondeu que “os critérios de atribuição de apoios e prestações sociais são definidos na lei, uniformes para todo o território nacional e com instrumentos de verificação de rendimentos dos agregados”.

“As autarquias locais executam os que são da sua competência, não lhes cabendo criar critérios adicionais. Naturalmente, podem e devem fiscalizar o cumprimento da lei em vigor”, referiu a mesma fonte.

Esta não é a primeira vez que o Largo do Rato e notáveis socialistas dirigem críticas a um município liderado por autarcas socialistas. Há um mês, Ricardo Leão ficou sob pressão após ter admitido despejos de casas camarárias “sem dó nem piedade” àqueles que tivessem estado envolvidos em tumultos. No seguimento de declarações e até de um artigo de opinião muito crítico co-assinado pelo ex-primeiro-ministro António Costa, o autarca socialista acabaria por se demitir do cargo de presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa.

No final da semana passada, fonte da Câmara de Alpiarça confirmou à Lusa que a autarquia vai alterar os subsídios escolares aos alunos das escolas do concelho cujos agregados familiares exibam sinais exteriores de riqueza, como telemóveis topo de gama ou carros de alta cilindrada.

Na reunião de Câmara do dia 22 de novembro, na qual este regulamento foi aprovado por unanimidade, Sónia Sanfona explicou que, na atribuição de subsídios escolares, a autarquia vai passar a ter em consideração os bens materiais utilizados pelos agregados familiares, como carros ou telemóveis.

“Quem vai avaliar é a autarquia. Os sinais exteriores de riqueza são sinais visíveis, saltam à vista, são situações que são conhecidas de toda a gente. Por exemplo, uma família que tenha um carro de alta cilindrada, que custa 30 ou 40 mil euros (…), ou um telemóvel que custa mais de mil euros. Há critérios que a lei impõe e há critérios que eu determino. O município determina que nestas situações devem ser valorados estes sinais”, referiu a autarca.

A socialista referiu ainda que esta medida tem como objetivo apurar se sinais exteriores de riqueza são congruentes com a declaração de rendimentos que a família apresenta.

Apesar de ter votado favoravelmente, o vereador da CDU João Arraiolos disse à Lusa que tem algumas reservas quanto à forma como a medida vai ser concretizada.

Na reunião de Câmara, a autarca explicou que essa avaliação vai ser feita pelas equipas da câmara, defendendo que “o município atribui subsídios a quem entende”.

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Taxa efetiva de IRC das grandes empresas seria de 26% sem benefícios fiscais

Banco de Portugal estima que taxa efetiva mediana de IRC em Portugal das grandes empresas foi de 23,7%. Teria sido superior em 2,4 pontos sem benefícios fiscais.

A taxa efetiva mediana do IRC paga pelas grandes empresas em Portugal situou-se em 23,7% em 2022, mas na ausência dos benefícios fiscais em vigor teria sido de 26,1%, de acordo com uma análise do Banco de Portugal divulgada esta quarta-feira. O regulador alerta também que as empresas de menor dimensão têm maior dificuldade em aceder aos benefícios o que pode comprometer a sua “equidade”.

Na análise à tributação das empresas em Portugal, o Banco de Portugal (BdP) assinala que “existem múltiplos benefícios fiscais em sede de IRC, que aumentam a complexidade do sistema e equivalem a 20% da receita total do imposto“. Como noticiado pelo ECO, o Estado concedeu benefícios a mais de 60 mil empresas em 2023, significando cerca de 1,8 mil milhões de euros. Estes valores correspondem a 20% da receita total do imposto e representam um aumento de 18% face a 2019 e de mais de 100% face a 2015.

Fonte: Banco de Portugal

No retrato ao universo das empresas não financeiras em Portugal, responsáveis por 85% do IRC pago, o supervisor destaca que, em 2022, a taxa efetiva mediana do IRC situou-se em 19%. Esta taxa é calculada como o rácio entre as despesas com o pagamento de impostos correntes e os rendimentos antes de imposto. No entanto, as microempresas pagam uma taxa efetiva 5,2 pontos percentuais (pp.) mais baixa do que as grandes empresas. Uma diferença que seria de 7,2 pp. na ausência de benefícios fiscais, de acordo com cálculos do Banco de Portugal.

O IRC incide sobre o lucro tributável das empresas, sendo a taxa geral de 21%. Contudo, no caso das micro, pequenas e médias empresas aplica-se uma taxa reduzida de 17% aos primeiros 50 mil euros de lucro tributável. Para empresas que operam no interior do país, a taxa reduzida é de 12,5%. Paralelamente, acrescem a derrama municipal, que pode ascender a 1,5%, e a derrama estadual aplicada quando o lucro tributável é superior a 1,5 milhões de euros, que varia entre 3% e 9%.

Por setor de atividade, os setores da indústria, construção e serviços apresentam taxas efetivas próximas e em torno de 19%, enquanto o setor primário apresenta a taxa mais baixa (16%) e o setor da eletricidade, gás e água a taxa mediana mais elevada (20%).

A diferença entre a taxa efetiva de IRC mediana com e sem benefícios fiscais varia também consoante a dimensão da empresa. Enquanto as grandes empresas pagaram com benefícios uma taxa de 23,7%, sem benefícios a taxa teria sido de 26,1%. No caso das pequenas empresas, a taxa efetiva situou-se em 22,2%, mas sem benefícios seria de 23,8%.

Fonte: Banco de Portugal

O Banco de Portugal dá nota que as grandes empresas representam 2% das empresas com benefícios fiscais em sede de IRC e acumulam 27% dos benefícios concedidos, pelo que alerta que “as empresas de menor dimensão podem enfrentar dificuldades no acesso a benefícios fiscais, o que compromete a equidade dos instrumentos“.

Por outro lado, 60% das entidades beneficiárias são microempresas – dois terços do seu peso no tecido empresarial –, que recebem 20% do valor dos benefícios, enquanto os restantes 53% são atribuídos às pequenas e médias empresas, que representam 38% das empresas beneficiárias.

Em termos de setores de atividade, existe uma grande concentração em número (73%) e montante (63%) nos serviços, que é também o setor que suporta a maior parte do imposto.

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Redução de IRC ajuda PIB a subir apenas 0,1% no longo prazo, estima Banco de Portugal

Banco de Portugal alerta que impacto da redução da taxa efetiva depende da decisão das empresas reinvestirem o lucro líquido acrescido. Caso não o façam, o impacto para a economia será negativo.

A redução da taxa efetiva do Imposto de Rendimento Coletivo (IRC) em um ponto percentual pode aumentar a atividade económica em 0,1% no longo prazo. No entanto, este cenário só se concretiza se as empresas reinvestirem totalmente essa poupança fiscal. Caso não o façam, a descida do imposto pode ser negativa para a economia, uma vez que o Estado terá de recompensar a perda de receita. As contas são do Banco de Portugal e constam de uma análise divulgada esta quarta-feira.

Na publicação dedicada à tributação sobre o rendimento das empresas em Portugal, o regulador bancário conclui que o impacto de uma redução da taxa efetiva depende da decisão das empresas reinvestirem o lucro líquido acrescido. “Os resultados sugerem que a atividade aumenta em torno de 0,1% no longo prazo se a redução da taxa efetiva de IRC for totalmente reinvestida nas empresas, aumentando a sua capitalização”, pode ler-se na análise.

Os economistas do supervisor explicam que nesse cenário a situação financeira mais favorável e os rácios de alavancagem mais baixos permitem às empresas melhores condições de financiamento, o que lhes facilita o aumento do investimento. Por outro lado, “sem reinvestimento da poupança fiscal, a atividade económica cai na sequência de uma redução do IRC, dada a necessidade de compensar a perda de receita fiscal”.

No modelo utilizado pelo Banco de Portugal a perda de receita pública gerada pela redução permanente da taxa efetiva de IRC deve ser compensada no longo prazo para estabilizar a dívida pública em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB). Assim, utiliza três cenários de compensação: um aumento do IRS, um aumento dos impostos sobre o consumo e uma redução do consumo público.

No caso das empresas reinvestirem a poupança gerada, o cenário com o maior impacto positivo na atividade económica é aquele em que o Estado diminui o consumo público como forma de compensar a perda de receita fiscal. É também este cenário que traduz o menor impacto negativo na atividade caso as empresas optem por não o fazerem.

Ainda assim, se a poupança para as empresas gerada pela redução da taxa efetiva de IRC for integralmente distribuída pelas famílias sob a forma de dividendos e não reinvestidos verifica-se um impacto negativo na atividade em qualquer um dos cenários.

Fonte: “Tributação sobre o rendimento das empresas em Portugal – Políticas em Análise”, Boletim Económico, Banco de Portugal

“A decisão de reinvestimento do produto da redução fiscal encontra-se na esfera de decisão da empresa, pelo que uma alternativa à redução estatutária do IRC é criar incentivos diretos à capitalização das empresas e assim ao reinvestimento da redução da carga fiscal relativamente às empresas“, sugere a análise.

O Banco de Portugal alerta, neste sentido, que as receitas de IRC desempenham um papel “essencial” no financiamento das despesas públicas em Portugal, correspondendo a cerca de 15% da receita fiscal. “Por isso, qualquer alívio fiscal do IRC deve ser avaliado dentro do espaço orçamental disponível”, adverte, acrescentando que os impactos a longo prazo são incertos.

Recomenda-se que as alterações fiscais sejam previsíveis, de modo a reduzir os custos de ajustamento e a incentivar decisões de investimento bem fundamentadas“, aponta.

O Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) prevê a redução da taxa geral de IRC em um ponto percentual no próximo ano. Esta decisão surge após uma cedência do Governo nas negociações com o PS prévias à entrega da proposta, uma vez que inicialmente defendia uma redução de 20% para 19% em 2025. No Programa de Governo, o Executivo tinha como meta que a taxa caísse para 15% no final da legislatura.

Em 2024, a taxa geral de IRC é de 21% e aplica-se uma taxa reduzida de 17% aos primeiros 50 mil euros de lucro tributável das micro, pequenas e médias empresas e de 12,5% às empresas que operam no interior do país. Acrescem a derrama municipal, que pode ascender a 1,5%, e a derrama estadual aplicada quando o lucro tributável é superior a 1,5 milhões de euros, que varia entre 3% e 9%.

Fonte: “A tributação sobre o rendimento das empresas em Portugal”, Boletim Económico de outubro, Banco de Portugal

Os economistas assinalam que este imposto é o terceiro maior em Portugal, tendo representado 13,7% da receita fiscal, 9,5% da despesa corrente primária e 3,4% do PIB em 2023. “A importância do IRC na receita fiscal e no PIB é atualmente muito próxima da média da área do euro, verificando-se o mesmo em termos de capacidade de financiamento da despesa pública“, refere.

O Banco de Portugal sublinha ainda que a comparação das taxas estatutárias máximas entre países não permite tirar conclusões particularmente significativas, uma vez que não considera a complexidade dos sistemas fiscais, a progressividade das taxas e os benefícios fiscais aplicáveis.

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Biden anuncia investimento de mais 572 milhões no Corredor do Lobito

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2024

Os 600 milhões de dólares vão juntar-se aos mais de três mil milhões de dólares (cerca de 2,8 mil milhões de euros) atribuídos até agora por Washington a projetos ligados ao Corredor do Lobito.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou esta quarta-feira, na cidade costeira angolana do Lobito, província de Benguela, um aumento do investimento dos Estados Unidos para o Corredor do Lobito, em mais 600 milhões de dólares.

“Os Estados Unidos vão agora investir 600 milhões de dólares (cerca de 572 milhões de euros) adicionais para expandir a infraestrutura”, a linha férrea que ligará o porto do Lobito à República Democrática do Congo (RDCongo) e à Zâmbia, disse Biden, na cimeira internacional sobre o projeto que decorreu no último dia da sua visita a Angola.

Os 600 milhões de dólares vão juntar-se aos mais de três mil milhões de dólares (cerca de 2,8 mil milhões de euros) atribuídos até agora por Washington a projetos ligados ao Corredor do Lobito, uma infraestrutura vista como um afirmar das ambições dos EUA face à China no continente africano.

Na cimeira participaram, além do Presidente norte-americano, os chefes de Estado de Angola, João Lourenço, da RDCongo, Félix Tshisekedi, e da Zâmbia, Hakainde Hichelema, e o vice-Presidente da Tanzânia, Philip Mpango. Antes do encontro, Biden visitou o Porto do Lobito, onde testemunhou a chegada de um comboio de carga da Lobito Atlantic Railway (LAR), com carregamento de cobre proveniente da República Democrática do Congo.

O Corredor do Lobito, uma infraestrutura ferroviária que liga Angola às zonas de minérios da RDCongo e da Zâmbia, na qual os Estados Unidos são um importante parceiro na renovação da parte já existente e construção de prolongamento, é o grande foco da viagem de Biden a Angola.

O chefe de Estado norte-americano observou a chegada do comboio carregado de cobre, que tem como destino New Orleans, nos Estados Unidos da América. O LAR é um consórcio de empresas ao qual foi atribuído uma concessão que inclui a gestão integrada da linha férrea do Corredor do Lobito e do Terminal de Minerais do Porto do Lobito, por 30 anos.

À semelhança de Luanda, a província de Benguela também regista esta quarta tolerância de ponto, com interdição ao tráfego rodoviário nas principais vias e condicionantes no movimento aéreo, ficando proibido o comércio ambulante em todas as zonas com restrições na circulação e suspensos os funerais previstos nos cemitérios da Catumbela e Luhongo.

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Sintra assina contrato para demolir e “reinventar” Escola Secundária Ferreira Dias

Assinatura do contrato de 27 milhões de euros terá lugar na sexta-feira. Novo complexo escolar terá salas para 100 turmas e espaços abertos à comunidade.

A demolição da Escola Secundária Ferreira Dias, em Agualva-Cacém, e a construção do Polo Escolar com o mesmo nome, vão ser contratualizados na próxima sexta-feira, com a assinatura do contrato por parte do presidente da autarquia, Basílio Horta.

O projeto, a implementar num prazo de 930 dias, implica a demolição do edificado atual, à exceção do núcleo central, e criação de um novo complexo, incluindo instalações desportivas com quatro campos de jogo no exterior, pavilhão gimnodesportivo, ginásio e seis balneários para estudantes e professores, num investimento de 27 milhões de euros.

A nova escola terá capacidade para 100 turmas e permitirá também que a comunidade exterior possa utilizar o espaço.

O novo edifício terá 77 salas de aulas, cinco salas de tecnologias de informação e artes visuais, seis laboratórios científicos, núcleo oficinal com seis espaços, auditório, biblioteca, sala de convívio, refeitório, cozinha, bar e papelaria.

A empreitada foi adjudicada em outubro, por 26,79 milhões de euros, sendo o investimento global na obra de 30 milhões de euros, informa a autarquia em comunicado.

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+M

Futuro da dona da Visão “não é necessariamente o caminho da liquidação”, diz administrador de insolvência

"Caminhos existem, não é necessariamente o caminho da liquidação", explica ao +M André Fernando de Sá Correia Pais, nomeado esta quarta-feira administrador de insolvência da TiN.

Daqui a exatamente oito semanas, no dia 29 de janeiro, André Fernando de Sá Correia Pais vai propor à assembleia de credores da Trust in News (TiN) uma solução para a dona da Visão e da Exame. “Caminhos existem, não é necessariamente o caminho da liquidação” explica ao +M.

Nomeado na manhã desta quarta-feira administrador de insolvência, ainda não passou tempo suficiente para que André Correia Pais se começasse a inteirar da situação da empresa e decorre, inclusive, o prazo legal no qual pode recusar a assumir as rédeas do processo.

Partindo do princípio que não será essa a decisão, o administrador de insolvência assumirá então a gestão da Trust in News e estudará as melhores soluções para proteger os interesses dos credores. Neste momento, reforça, é prematuro tentar antecipar uma decisão.

Em cima da mesa, e em tese, está a apresentação de um plano que permita à empresa continuar a sua atividade e cumprir um plano de pagamento de dívidas, ou a liquidação clássica, com a venda dos ativos. A sua proposta será então votada no dia 29 de janeiro em assembleia de credores, tendo estes a última palavra.

Esta quarta-feira, e como avançou a Lusa, o tribunal nomeou também a Comissão de Credores, que tem como membros efetivos o Instituto da Segurança Social, Autoridade Tributária, Impresa Publishing, Novobanco e representante dos trabalhadores a indicar pela comissão de credores. Os CTT e o BCP são membros suplementes desta Comissão.

Na sexta-feira, recorde-se, foi publicado o despacho de recusa homologação do plano de revitalização e declarado encerrado o processo especial de revitalização (PER), formalidade que antecedia a decisão sobre o processo de insolvência.

Como o +M avançou no dia 12 de novembro, a Trust in News reconheceu estar insolvente, mas avançou para o pedido de um plano de insolvência com reestruturação, após ter falhado a aprovação do Plano Especial de Revitalização (PER).

No PER, que foi chumbado pelos credores, a não previa qualquer perdão na dívida que ascende a mais de 32 milhões de euros e pedia mais de uma década para pagar ao seu maior credor, o Estado.

Em concreto, a empresa de media – que em 2018 comprou o negócio das revistas ao grupo Impresa por mais de dez milhões – devia 8,98 milhões de euros à Segurança Social e 8,13 milhões à Autoridade Tributária, dívidas que se propôs a pagar em 150 prestações mensais, ou seja, ao longo dos próximos 12 anos e meio, de acordo com o plano que o ECO consultou no portal Citius.

Em relação ao Novobanco e BCP, cujas dívidas ascendiam a 4,3 milhões de euros, e outros credores, onde se inclui a própria Impresa (cerca de 4,1 milhões), a Trust in News pretendia um prazo de pagamento de 15 anos (180 prestações mensais). Para os trabalhadores, previa pagar os salários e subsídios em atraso de quase meio milhão de euros em 12 meses.

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CEO da maior seguradora do mundo assassinado em Nova Iorque

  • ECO Seguros e Lusa
  • 4 Dezembro 2024

Brian Thompson, de 50 anos, foi baleado fatalmente à porta do hotel onde a seguradora estava a organizar o dia do investidor. As balas tinham palavras gravadas.

O diretor-executivo da UnitedHealthCare, Brian Thompson, foi assassinado com um tiro no peito na manhã desta quarta-feira, segundo a polícia de Nova Iorque, avançou o Bloomberg.

Há mais de 20 anos no grupo UnitedHealth, Brian Thompson foi nomeado diretor-executivo da UnitedHealthcare em 2021.

Brian Thompson, de 50 anos, foi atingido com pelo menos três tiros à porta do New York Hilton Midtown, hotel onde a seguradora estava a organizar o evento do dia do investidor. Thompson foi levado para o Hospital Roosevelt em condição crítica de saúde, tendo acabado por morrer.

Os primeiros dados indicam que o ataque foi premeditado. Quando Thompson chegou ao hotel, o agressor – que estava à espera há 10 minutos tendo ignorado transeuntes – disparou a seis metros de distância às 6h45 (11h35 em Lisboa), depois correu para fugir numa bicicleta elétrica.

Até à data de atualização deste artigo não houve nenhuma detenção. Mas os investigadores disseram que o suspeito foi visto horas mais tarte no Central Park. Segundo avançou o New York Times, antes do tiroteio, o agressor esteve num Starbucks próximo do hotel e as imagens de videovigilância do estabelecimento mostram um homem branco com um casaco escuro, encapuzado e com uma máscara escura a tapar a boca e o nariz.

De acordo com um agente da autoridade familiarizado com a investigação, Brian Thompson tinha recebido recentemente várias ameaças, mas a fonte e a natureza exata das ameaças não eram claras.

O dia do investidor foi abruptamente interrompido, após o diretor-executivo do grupo UnitedHealth, Andrew Witty, se dirigir à multidão: “Estamos a lidar com uma situação médica muito grave”, afirmou.

O jornal norte-americano refere o grupo afirmou em comunicado que a empresa estava “profundamente triste e chocada” com a morte de Thompson. “Os nossos corações estão com a família de Brian e todos os que eram próximos dele”, refere.

A UnitedHealth é a seguradora mais valiosa do mundo em cotação em bolsa com cerca de 561 mil milhões de dólares em capitalização de mercado. No início da sessão desta quarta-feira as ações da seguradora subiram cerca de 1%.

O grupo já operou em Portugal através da Lusíadas Saúde, que foi adquirida pela Amil Internacional, uma subsidiária da UnitedHealth, tendo sido vendida ao grupo francês Vivalto Santé, encerrando assim a operação direta da UnitedHealth em Portugal.

Balas disparadas contra executivo da UnitedHealthcare tinham palavras gravadas

As balas usadas para matar o diretor-executivo da seguradora norte-americana UnitedHealthCare, Brian Thompson, na quarta-feira, tinham gravadas as palavras “negar”, “depor” e “defender” nos invólucros, noticiou esta quinta-feira a imprensa norte-americana, citando fontes policiais.

As palavras podem ser uma referência a estratégias que as companhias de seguros utilizam para tentar evitar o pagamento de indemnizações, de acordo com a agência norte-americana AP.

A mulher, Paulette Thompson, disse à televisão NBC News que o marido afirmou que algumas pessoas o estavam a ameaçar, sugerindo tratar-se de questões relacionadas com coberturas de seguros.

O chefe de polícia de Maple Grove, Eric Werner, disse que o departamento não recebeu qualquer denúncia de ameaças contra o executivo.

 

(Artigo atualizado às 17h54 de 5 de dezembro com novas informações)

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Jornalistas do Guardian e Observer em greve até quinta-feira

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2024

Com esta greve, os leitores poderão notar diferenças no site do Guardian quarta e quinta-feira, bem como na edição impressa de quinta e sexta-feira.

Os jornalistas do diário britânico The Guardian e da edição de domingo The Observer estão esta quarta-feira em greve durante 48 horas, em protesto contra a proposta de venda do jornal Observer à Tortoise Media.

Esta greve de 48 horas é a primeira no Guardian em mais de 50 anos e termina na quinta-feira.

A Tortoise é dirigida por James Harding, ex-editor do Times e ex-diretor da BBC News. “Apresentou planos para continuar a publicar o Observer aos domingos e construir a presença digital do título, combinaria o Observer com podcasts, boletins informativos e eventos ao vivo do Tortoise” e “as notícias da abordagem do Tortoise ao Observer surgiram em setembro”, refere o The Guardian, na sua página online.

“Reconhecemos a força do sentimento sobre a proposta de venda do Observer e apreciamos que os membros do NUJ [National Union of Journalists – Sindicato Nacional dos Jornalistas] desejem fazer com que as suas opiniões sejam ouvidas. Embora respeitemos o direito à greve, não acreditamos que uma greve seja a melhor forma de ação neste caso e as nossas conversações com o NUJ continuam“, afirma um porta-voz do Guardian.

“Temos um plano em vigor para minimizar o impacto da greve sobre funcionários, leitores e assinantes e continuaremos a publicar online e a produzir a edição impressa como de costume”, acrescenta a mesma fonte, citada no site do título.

Os membros do Sindicato Nacional de Jornalistas aprovaram uma moção no mês passado afirmando que vender o jornal de domingo ao Tortoise seria uma “traição” ao compromisso do Scott Trust [proprietário final do Guardan Media Group] com o Observer.

Se a operação se concretizar, o pessoal do Observer foi informado de que pode optar por aceitar rescisão por mútuo acordo com condições melhores ou que, se houver transferência para a Tortoise, os seus termos e condições existentes serão honrados.

Harding referiu que a venda oferece uma oportunidade de investir e ampliar o legado do Observer. Por sua vez, Ole Jacob Sunde, presidente do Scott Trust, disse num mail à equipa que o objetivo foi “fazer o que é certo” para os leitores e funcionários do Guardian e do Observer.

“Para que ambos os títulos continuem a promover o jornalismo liberal e a prosperar muito tempo no futuro. Isso tem estado na vanguarda de nossas discussões como conselho”, afirmou.

Adiantou que o Scott Trust permaneceria como coproprietário do Observer no acordo proposto e que quaisquer novos proprietários teriam que incorporar os valores de independência editorial, liberdade de imprensa e jornalismo liberal que faziam parte do espírito do Observer desde que o Guardian Media Group o comprou, em 1993.

Com esta greve, os leitores poderão notar diferenças no site do Guardian desta quarta e quinta-feira e na edição impressa de quinta e sexta-feira.

O título avisa que algumas das matérias que aparecem no site e no jornal nesses dias não terão sido escritas no dia em questão. Em outros casos, assinaturas anónimas podem ser usadas. Os funcionários do Guardian US e do Guardian Australia não fazem parte da greve.

O sindicato disse que a greve coincidiu com o Observer — o jornal dominical mais antigo do mundo — assinalar 233 anos desde que começou a ser publicado.

A secretária-geral eleita do NUJ, Laura Davison, afirmou que “os membros do Guardian e do Observer têm o apoio total do NUJ à medida que empreendem esta ação industrial significativa — a primeira em mais de 50 anos”.

A votação para a greve no mês passado mostrou que dos elegíveis para participar, 75% votaram, com 93% a apoiar a greve.

O sindicato exige “uma pausa nas negociações exclusivas” a fim de ter tempo para olhar para outras soluções e assegurar que as decisões são “no interesse dos dois títulos”, segundo Laura Davison.

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