Trump vai rasgar restrições aos ‘chips’ que afetam Portugal

Departamento do Comércio confirmou esta quarta-feira que a Administração Trump irá refazer por completo os limites às exportações de 'chips' para IA, medida fortemente penalizadora para Portugal.

A Administração Trump planeia rasgar as restrições às exportações de chips para inteligência artificial (IA) que foram criadas em janeiro pelo anterior presidente, Joe Biden. Entre as regras que serão revogadas está uma limitação à compra destes processadores avançados por diversos países, incluindo por Portugal.

A notícia foi dada esta quarta-feira pela Bloomberg, citando fonte oficial do Departamento do Comércio dos EUA, e deverá ser recebida com grande alívio em Lisboa: “A regra de IA de Biden é demasiado complexa, demasiado burocrática, e prejudicaria a inovação. Iremos substituí-la por uma regra muito mais simples que fomentará a inovação americana e assegurará o domínio americano na IA”, confirmou a Agência da Indústria e Segurança (BIS, na sigla em inglês).

Estas restrições às exportações de chips avançados para IA — abrangendo as placas gráficas Nvidia H100, um dos modelos topo de gama da marca –, tinham sido introduzidas por Biden nos últimos dias do seu mandato presidencial. Originalmente, as regras visavam impedir que este tipo de tecnologias caísse nas mãos de países como a Rússia e a China.

O plano, oficialmente designado de Enquadramento para a Difusão da Inteligência Artificial, tem estado em consulta pública, num processo que está previsto terminar no próximo dia 15 de maio. No entanto, avança agora a Bloomberg, o Governo não irá aplicar essa medida após aquela data, ao contrário do que estava previsto até aqui.

Quando foi anunciada em janeiro, a política de Biden apanhou de surpresa o Governo português, na medida em que o país foi discriminado em relação aos seus pares mais próximos: enquanto nações como Espanha, França e Itália foram poupadas das restrições, surgindo numa lista de países considerados “aliados e parceiros chave dos EUA”, Portugal ficou isolado no mapa e sujeito a um limite de aquisições de até 50 mil processadores no espaço de dois anos, equiparado a nações como Israel.

Portugal isolado nas restrições dos EUA:

Ora, no final de abril, o ECO noticiou que o presidente Donald Trump iria rever a decisão de Biden de aplicar restrições a Portugal. Agora, segundo a Bloomberg, o caminho escolhido por Trump, que ainda não está totalmente fechado será o de rasgar a política do seu antecessor e refazer por completo as restrições ao comércio internacional de semicondutores.

Apesar de ainda não ter entrado em vigor, a medida já fez estragos em Portugal. Na semana passada, a Merlin Properties anunciou que decidiu reduzir o seu investimento num data center que está a construir na região de Lisboa, pelo que a infraestrutura irá começar a operar com apenas um terço da capacidade. Pior para Portugal, a empresa de origem espanhola salientou que esse investimento irá ser redirecionado para Madrid, um mercado concorrente.

Mas a política dos EUA também ameaçava colocar Portugal em forte desvantagem face a outros países europeus na corrida que se avizinha à captação das Gigafábricas de IA, que são grandes centros de dados com mais de 100.000 processadores cada um que a Comissão Europeia irá financiar em regime de parcerias público-privadas no ano que vem.

A medida de Biden mereceu, igualmente, forte repúdio das fabricantes de semicondutores. Empresas como a própria Nvidia consideraram que a limitação imposta pelo Governo norte-americano é demasiado apertada e, ao contrário do que pretendia o Governo, prejudica o domínio dos EUA sobre uma tecnologia vista como essencial para a competitividade, e com aplicações civis e militares.

A agência noticiosa escreve também que a intenção de Trump é impor novas restrições a países que, alegadamente, têm desviado estes equipamentos para China, incluindo Malásia e Tailândia. Isto porque, apesar de a venda destes chips a entidades chinesas estar fortemente limitada, ou totalmente proibida na maioria dos casos, Pequim tem conseguido ter acesso aos componentes por vias alternativas, segundo tem noticiado a imprensa internacional.

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Montenegro promete esperança e segurança e lamenta adversários “zangados”

  • Lusa
  • 7 Maio 2025

"É preciso aparecer todos os dias zangado, todos os dias azedo, todos os dias incomodado com o sucesso do país?", criticou o líder da AD.

O presidente do PSD considerou esta quarta-feira que só a AD apresenta uma candidatura de esperança, segurança e estabilidade para os portugueses e criticou os seus adversários que só falam mal e aparecem “todos os dias zangados”.

Luís Montenegro falava no comício de Évora da AD – coligação PSD/CDS, que foi antecedido por uma ação de rua na zona histórica da cidade, num discurso em que, tal como aconteceu na segunda-feira, voltou a fazer uma alusão ao seu objetivo de continuar a exercer as funções de primeiro-ministro por duas legislaturas, oito anos.

Na rua de João de Deus, no primeiro comício ao ar livre desta campanha, o primeiro-ministro defendeu que só a AD apresenta um projeto de esperança e de segurança para os mais jovens, para os trabalhadores e para os pensionistas.

Depois de invocar as medidas que o seu executivo tomou para as diferentes gerações, atacou em particular quem “procura semear o medo” junto dos reformados, alegando que “não vale a pena esse esforço, porque a realidade está à vista” – aqui, numa alusão ao aumento das pensões no último ano e ao pagamento de um suplemento extraordinário.

Neste ponto, embora afirmando que não pretendia recorrer ao passado para defender-se no atual combate político, apontou que o maior aumento de sempre de rendimentos para os pensionistas foi com os governos de Cavaco Silva, com a atribuição do 14º mês. E, pelo contrário, o congelamento e os maiores cortes aplicados a todas as pensões aconteceram em 2010 com o segundo executivo socialista de José Sócrates.

“Não há como enganar. Podíamos aqui fazer a história, mas esse exercício é para quem está a olhar para trás e para o passado. Nós estamos a olhar para a frente”, contrapôs.

Depois de prometer esperança aos pensionistas, jovens e trabalhadores, falou de segurança, definindo Portugal como um país seguro dos pontos de vista financeiro, económico e social, mas que precisa de estabilidade política. Na questão social, por exemplo, evidenciou dados recentes que apontam para uma redução da taxa de desemprego.

Mas Luís Montenegro abordou igualmente a questão da segurança dos cidadãos, lembrando que foi criticado por ter falado ao país às 20:00 sobre esse tema a partir da residência oficial do primeiro-ministro.

“Naquele dia, em que me quiseram chamar extremista, aconteceu aquilo que tem acontecido quase sempre. Sempre que o Governo faz coisas, mesmo quando faz bem, mesmo quando lá dentro eles sabem que estamos a fazer bem, mesmo quando as pessoas reconhecem, as oposições acham que está sempre tudo mal”, declarou.

Neste contexto, procurou estabelecer uma diferença entre a sua conduta quando foi líder da oposição e os que agora se opõem ao seu Governo. “Há um ano estava aqui a apresentar propostas, não estava a falar mal de ninguém. Como oposição também alertei para o que estava mal. Mas, que diabo, andarem a dizer que está tudo mal”, lamentou, antes de deixar um repto aos seus adversários em forma de pergunta:

“É preciso aparecer todos os dias zangado, todos os dias azedo, todos os dias incomodado com o sucesso do país?”

 

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IL promete “reverter más decisões da esquerda” e “privatizar mesmo” a TAP

  • Lusa
  • 7 Maio 2025

esquerda decidiu acabar com a PPP do Hospital de Braga, prejudicando a população", disse Rui Rocha, que assumiu "o compromisso" da PPP do Hospital de Braga "voltar".

O líder da IL garantiu esta quarta-feira que, com o seu partido, se irá “finalmente reverter” as “más decisões da esquerda”, prometendo “privatizar mesmo” a TAP, sem “mais atrasos”, e recuperar a parceria público-privada do Hospital de Braga.

“Quero-vos dizer que o único voto verdadeiramente reformista, que assegura que essas más decisões da esquerda são finalmente verdadeiramente revertidas e que trilhamos o caminho do crescimento económico em Portugal (…) é mesmo o voto na IL”, afirmou Rui Rocha num jantar comício em Braga.

O líder da IL frisou que na sua cidade natal, onde concorre como cabeça de lista, se “sofreu bastante com as políticas de esquerda que foram adotadas nos últimos anos, sobretudo com os governos de António Costa”. Entre as várias críticas que deixou, o líder da IL abordou a nacionalização da TAP, em 2020, que considerou ter-se traduzido no “desbaratar” de 3.200 milhões de euros dos portugueses e é “particularmente sentida como injusta” na região de Braga, “envolvente do aeroporto do Porto”.

“Porque, se no aeroporto de Lisboa, a TAP ainda tem uma operação com algum significado e alguma dimensão, no aeroporto do Porto a TAP tem uma presença residual. E, portanto, todos nós aqui sabemos que pagámos do nosso bolso a nacionalização da TAP para, no caso concreto desta região, não termos serviço de transporte aéreo da TAP”, criticou. Perante algumas dezenas de bracarenses, Rui Rocha garantiu que, “com a IL, a TAP será mesmo privatizada”.

“Não vai haver mais atrasos”, assegurou. Outra das decisões tomadas pela esquerda que criticou foi o fim da parceria público-privada (PPP) do Hospital de Braga, que considerou ter sido tomada “por pura ideologia” e ter resultado no fim de uma parceria que “servia à população, era reconhecida pelos profissionais de saúde e pelo Tribunal de Contas como uma boa solução”.

“Pois a esquerda decidiu acabar com a PPP do Hospital de Braga, prejudicando a população. E é por isso que eu quero assumir o compromisso, aqui em Braga, na minha terra, de que, com a IL, a PPP do Hospital de Braga vai voltar a servir as populações”, assegurou.

Rui Rocha acusou ainda a esquerda de ter acabado com as escolas com contratos de associação em cidades como Vila Nova de Famalicão, Guimarães, Riba de Ave ou Braga, que garantiam uma “porta aberta a todos, sobretudo aos mais desfavorecidos, que encontravam nas escolas com contratos de associação um ensino de qualidade”.

“A esquerda não descansou enquanto não as asfixiou”, acusou, frisando que isso teve como consequência que “os alunos com menos recursos, que tinham um ensino de qualidade”, tiveram de ir para escolas com “piores condições”.

“Essa decisão que a esquerda tomou foi contra aqueles que mais precisavam de uma escola a funcionar, de uma escola que fosse o elevador social. (…) Eu quero-vos dizer aqui, também em Braga, que com a IL os contratos de associação vão ser reativos”, garantiu. Depois destas críticas e destes compromissos, o líder da IL disse que todas essas decisões foram tomadas “sempre pelas mesmas entidades: a esquerda”.

Estamos a falar de Pedro Nuno Santos, de Paulo Raimundo, de Mariana Mortágua. Do PCP, do BE e do PS. São os grandes responsáveis por essas decisões que limitaram o crescimento da região, que obrigaram a região a prescindir de soluções que funcionavam. É por isso mesmo que nós queremos mudar Portugal. Queremos olhar em frente”, disse.

Na reta final do seu breve discurso, Rui Rocha deixou um aviso a quem se deixa iludir por apelos a “um voto útil, um voto oportunista”.

“Nós não queremos um voto fraco. Nós não queremos nem pedimos o voto para fazer as mesmas coisas, para deixar passar o tempo, para empurrar com a barriga ou para que continue tudo na mesma. Nós somos o único partido que pede o voto aos portugueses para mudarmos Portugal”, disse.

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Pedro Nuno alerta em Évora que “há votos que não podem ser perdidos”

  • Lusa
  • 7 Maio 2025

O líder do PS apelou a uma concentração da votação para as legislativas no PS, alertando que há votos que não podem ser perdidos nem dispersados em círculos eleitorais como em Évora.

O secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos, apelou esta quarta-feira a uma concentração da votação para as legislativas no PS, alertando que há votos que não podem ser perdidos nem dispersados em círculos eleitorais como em Évora, onde discursava.

“Que ninguém disperse o voto. Está ao nosso alcance derrotarmos a AD, mas para nós derrotarmos a AD, temos de ter todos a consciência que em vários sítios eleitorais do país há votos que não podem ser perdidos”, afirmou o líder do PS, que fez um comício ao final da tarde em Évora, a uma curta distância de uma iniciativa de campanha similar da AD, com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro.

Pedro Nuno Santos alertou que “há votos que não podem ser dispersos”. “E um desses distritos é Évora. Para nós derrotarmos a AD, nós precisamos de concentrar os votos no PS para ganharmos as eleições no dia 18 de maio”, advertiu.

Nas últimas legislativas, o PS elegeu um deputado no distrito de Évora, a AD também um e, o Chega, conquistou o terceiro mandato atribuído ao círculo eleitoral alentejano.

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Trump recusa reduzir tarifas antes de negociações com Pequim

  • Lusa
  • 7 Maio 2025

Questionado se estaria aberto a reduzir as tarifas em vésperas da reunião entre EUA e China, na Suíça, Donald Trump respondeu com um rotundo "não",

O Presidente norte-americano, Donald Trump, negou esta quarta-feira uma redução das tarifas comerciais de 145% impostas à China como forma de facilitar as negociações de um acordo com Pequim, antes do começo do diálogo das duas partes na Suíça.

Questionado se estaria aberto a reduzir as tarifas em vésperas da reunião, Trump respondeu com um rotundo “não”, durante uma cerimónia para a imprensa na Sala Oval da Casa Branca de juramento do novo embaixador norte-americano em Pequim, David Perdue. “Precisam de impedir a entrada de fentanil [nos Estados unidos]. Essa seria uma condição muito importante”, justificou Trump, referindo-se às exigências que Washington fará no fim de semana em Genebra para um futuro acordo.

Trump negou a afirmação de Pequim de que o início do diálogo em Genebra será realizado a pedido dos EUA. “Disseram que fomos nós que iniciámos [a reaproximação]? Bem, acho que deviam recuar e dar uma vista de olhos aos seus ficheiros”, declarou.

O secretário do Tesouro norte-americano e o vice-primeiro-ministro chinês He Lifeng vão reunir-se na Suíça nos próximos dias, anunciaram na terça-feira ambas as partes, na sequência da imposição recíproca de elevadas tarifas aduaneiras.

“Espero discussões produtivas que visem reequilibrar o sistema económico internacional para melhor servir os interesses dos Estados Unidos”, disse o secretário de Estado norte-americano, Scott Bessent, numa declaração antes da sua viagem.

Desde que Donald Trump iniciou a sua guerra comercial, no início de abril, os Estados Unidos impuseram tarifas de 145% sobre os produtos chineses, e o gigante asiático respondeu com taxas até 125% sobre as importações norte-americanas.

A China anunciou na semana passada que estava a avaliar uma proposta apresentada pelos Estados Unidos para iniciar negociações sobre as tarifas impostas pelos dois países aos seus produtos.

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PAN quer mais restrições aos voos noturnos e critica Vinci

  • Lusa
  • 7 Maio 2025

Inês de Sousa Real defendeu o alargamento do período de proibição de voos noturnos de modo a garantir que as pessoas têm "direito ao descanso" mínimo de oito horas.

A porta-voz do PAN defendeu esta quarta-feira um alargamento da proibição dos voos noturnos em Lisboa e criticou a Vinci por não implementar medidas de mitigação do ruído, sublinhando que o Estado está a suportar custos que cabem à concessionária.

Em declarações aos jornalistas no âmbito de um encontro com a plataforma cívica “Aeroporto fora, Lisboa melhora”, na zona do Campo Grande, em Lisboa, Inês de Sousa Real argumentou que é “fundamental promover na próxima legislatura medidas que melhorem a qualidade de vida das populações que são afetadas pelos voos do aeroporto Humberto Delgado”.

A porta-voz do PAN alertou para o impacto da passagem constante dos aviões naquela zona da cidade, apontando que há consequências “não apenas no descanso e na qualidade de vida” de quem lá vive, bem como para o ambiente, devido à “emissão das partículas finas” pelos aviões. Inês de Sousa Real defendeu o alargamento do período de proibição de voos noturnos de modo a garantir que as pessoas têm “direito ao descanso” mínimo de oito horas, como é defendido pela plataforma cívica que reuniu com o partido.

A líder do Pessoas-Animais-Natureza alertou também para o facto de não ser a Vinci, empresa concessionária dos aeroportos em Portugal, mas sim o Estado a responsabilizar-se pelas medidas de mitigação de barulho na cidade, como as adaptações das janelas das habitações. “Temos que garantir que não é o erário público, mais uma vez, a pagar a fatura daquilo que é o interesse e o lucro de uma entidade privada”, acrescentou.

Sousa Real apelou ao Governo que exija à Vinci o cumprimento das medidas de mitigação de ruído para limitar a “degradação da qualidade de vida da população” e reduzir o impacto ambiental do aeroporto. A líder do PAN alertou ainda para questões de segurança, afirmando que a cidade corre riscos acrescidos dada a localização do atual aeroporto da capital.

“Para além da degradação da qualidade de vida, também não nos podemos esquecer que há aqui questões de segurança. Se algum dia existe algum acidente em Lisboa com um avião, sabemos que há, evidentemente, danos que não ocorreriam se fosse fora da cidade com outro tipo de infraestruturas”, acrescentou.

Também esta tarde, em declarações após uma visita à associação Crescer, a líder do PAN enfatizou a sua oposição à construção do novo aeroporto em Alcochete, insistindo que essa solução “não vai, de todo, resolver o problema da área metropolitana de Lisboa”.

“Não nos faz sentido que a solução passe por um aeroporto que vai ficar numa zona suscetível a cheias, que poderá vir a ficar inundada, que vai custar também mais de 10 mil milhões de euros aos contribuintes e que também não vai resolver os problemas do ruído da área metropolitana, muito pelo contrário”, afirmou a líder do PAN.

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Macron defende “levantamento gradual das sanções” à Síria

  • Lusa
  • 7 Maio 2025

O presidente sírio que as sanções europeias “constituem um obstáculo” à reconstrução do seu país e que “não há justificação” para a sua continuação.

O Presidente francês pediu esta quarta-feira ao Presidente interino sírio, Ahmad al-Charaa, que garanta a proteção de todos os sírios, “sem exceção”, recebendo a garantia de que a segurança do povo é a “prioridade máxima” das autoridades sírias.

Emmanuel Macron pediu a al-Charaa para “fazer todo o possível para garantir a proteção de todos os sírios sem exceção, independentemente da sua origem, religião ou opiniões”, numa conferência de imprensa conjunta no Palácio do Eliseu, em Paris.

O líder francês instou al-Charaa para que “garanta que os autores” da recente violência inter-religiosa contra os drusos, uma comunidade esotérica descendente de um ramo do Islão, e dos “massacres” de membros da minoria muçulmana alauita, em março, sejam “processados e julgados”.

A União Europeia deve “punir sistematicamente os autores destes crimes”, disse o chefe de Estado francês, insistindo em sanções europeias contra os responsáveis por massacres. Por outro lado, Macron invocou a continuação do “levantamento gradual das sanções económicas europeias”, e também dos EUA, à Síria se a coligação islamita no poder desde a queda de Bashar al-Assad, em dezembro, estabilizar o país.

Esta primeira visita do novo Presidente sírio a um país ocidental suscitou polémica com a direita e a extrema-direita francesas, devido às ligações passadas de al-Charaa ao terrorismo islâmico. Relativamente ao levantamento das sanções contra a Síria, o Presidente sírio afirmou que a segurança dos sírios é a sua “prioridade máxima” e que as sanções europeias “constituem um obstáculo” à reconstrução do seu país e que “não há justificação” para a sua continuação.

Não há justificação para as manter porque são sanções impostas hoje ao povo e não à pessoa que massacrou este povo”, defendeu Ahmad al-Charaa. Várias dezenas de membros das minorias religiosas da Síria manifestaram-se na quarta-feira na Place de la République, na capital francesa, sob a bandeira síria.

Al-Charaa chegou ao poder em dezembro do ano passado, após o movimento armado que liderava derrubar o regime liderado por Bashar al-Assad. Atualmente, luta pelo levantamento de sanções impostas ao anterior regime, que pesam sobre a economia do país, destruída por 14 anos de guerra civil.

Desde que assumiu o poder, a coligação islamita Hayat Tahrir al-Sham (HTS) liderada por Al-Charaa tem tentado assegurar à comunidade internacional que respeita as liberdades e protege as minorias.

As dúvidas sobre a capacidade das novas autoridades sírias para controlar alguns dos combatentes extremistas a elas afiliados adensaram-se com os massacres no oeste do país em março, que fizeram 1.700 mortos, a maioria da minoria alauita a que pertencia Bashar al-Assad, e conflitos recentes com elementos da minoria drusa e abusos de migrantes indocumentados.

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Estónia proíbe uso do espaço aéreo para viagens destinadas à Federação Russa

  • Lusa
  • 7 Maio 2025

O uso do espaço aéreo estónio para voar para Moscovo por causa do desfile de 9 de maio está excluído", anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Estado báltico.

O governo da Estónia proibiu o uso do espaço aéreo do país para viagens destinadas à Federação Russa, a propósito do desfile militar que vai decorrer em Moscovo, a 9 de maio, por altura da comemoração do 80.º aniversário da vitória da URSS sobre a Alemanha nazi.

“O uso do espaço aéreo estónio para voar para Moscovo por causa do desfile de 9 de maio está excluído”, comunicou esta quarta-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Estado báltico.

A informação foi divulgada pouco depois dos meios sérvios terem noticiado que a Letónia e a Lituânia tinham proibido o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, de usar os respetivos espaços aéreos para viajar para a capital russa, por motivos políticos e diplomáticos.

O ministério estónio esclareceu anda que tinha solicitado aos seus parceiros na União Europeia que se abstivessem de participar no evento, uma vez que “a Rússia é um Estado que iniciou e continua a guerra” no continente.

Antes, a Estónia já tinha restringido a entrada no seu espaço aéreo de voos procedentes do Brasil e Cuba, destinado a Moscovo, e a mesma imprensa sérvia informado que a Lituânia e a Polónia tinham feito o mesmo com o avião do primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico.

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CP recorre de decisão sobre serviços mínimos na greve para o Tribunal da Relação

A CP decidiu avançar com um recurso judicial da decisão do Tribunal Arbitral de não decretar serviços mínimos para a greve convocada para os próximos dias.

A CP – Comboios de Portugal decidiu recorrer da decisão do Tribunal Arbitral de não decretar serviços mínimos para as greves que vão decorrer entre 7 e 14 de maio, considerando que “compromete gravemente o interesse público”.

“Uma vez que o Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social não decretou serviços mínimos para as greves convocadas pelas diferentes organizações sindicais, o que compromete gravemente o interesse público e penaliza desproporcionalmente os cidadãos, afetando o acesso ao trabalho, à saúde e à educação, a CP apresentou um recurso, junto do Tribunal da Relação de Lisboa, contestando esta decisão”, afirma a empresa em comunicado.

A circulação de comboios da CP está parada esta quarta-feira em todo o país devido à paralisação convocada por 15 sindicatos. A greve irá fazer-se sentir com mais intensidade nos dias 7, 8 e 9 de maio, mas irá prolongar-se até dia 14. A partir de dia 10, só estará em vigor a paralisação convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI).

 

O Tribunal Arbitral decidiu, por unanimidade, não decretar serviços mínimos, mesmo para os primeiros três dias. O coletivo de árbitros presidido por Jorge Bacelar Gouveia considerou que a concretização dos serviços mínimos “se revelou desaconselhável por não se garantir, quanto à percentagem que se julgou como correspondendo à satisfação das necessidades sociais impreteríveis sem, ao mesmo tempo, se aniquilar o núcleo fundamental do direito à greve, os mínimos padrões de segurança dos utentes no acesso às plataformas das estações ferroviárias e no uso das composições, segundo a informação obtida junto da empresa”.

Segundo um comunicado conjunto dos sindicatos, a paralisação foi convocada contra a “incapacidade da empresa reter os atuais trabalhadores e recrutar novos para preencherem as lacunas existentes”, “a imposição de aumentos salariais que não repõem o poder de compra” e pela “implementação do acordo de reestruturação das tabelas salariais, nos termos em que foi negociado e acordado”.

No comunicado divulgado esta quarta-feira, a CP afirma que “envidou todos os esforços, em conjunto com a tutela, apresentando aos sindicatos uma proposta de reestruturação das tabelas salariais no valor de 5,75 milhões de euros, valor máximo que pode ser enquadrado dentro dos limites legais de um governo em gestão, o que não foi aceite”.

“O Governo é imune a pressões. O Governo negociou quando teve de negociar, com abertura total, indo ao limite do que a lei permitia para um Governo em gestão, e não quiseram“, afirmou ao início da tarde o ministro das Infraestruturas em declarações à margem da entrega de Certificados Energéticos da Medway, num hotel em Lisboa.

O governante atribui a paralisação à proximidade das eleições legislativas, considerando tratar-se de uma “greve política”. “Conseguiram parar o país por interesse político. E tem a ver com o timing que estamos a viver, de eleições”, disse.

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Fumo negro no Vaticano. Ainda não foi eleito o novo Papa

Os cardeais não conseguiram eleger o novo Papa durante o primeiro dia do conclave. Para ser eleito, um cardeal tem de obter dois terços de 133 votos.

Foi negro o fumo que saiu da chaminé da Capela Sistina esta quarta-feira, o que significa que os 133 cardeais reunidos em assembleia (conclave) não atribuíram pelo menos dois terços dos votos a um determinado cardeal para o eleger como novo Papa. A divulgação do resultado da votação demorou bastante mais do que o previsto: em vez de ter ocorrido às 18h00, como era esperado, o fumo negro só foi visto duas horas depois.

Recorde-se que após as votações os boletins são queimados e que, por cada votação falhada, é libertado fumo negro da Capela Sistina. Quando o próximo Papa for eleito com sucesso, sairá fumo branco.

A votação para o novo pontífice é feita por voto secreto e tem lugar num máximo de quatro rondas por dia até que um nome obtenha dois terços dos votos. Se não houver uma decisão após 33 rondas de votação, os dois candidatos mais votados na última ronda enfrentam-se numa segunda volta.

Para conseguir uma vitória, um dos cardeais terá de obter 89 dos 133 votos do colégio eleitoral e serão feitas, a partir de quinta-feira, quatro votações diárias, duas durante a manhã e duas durante a tarde.

Durante o período da votação, os cardeais estão impedidos de ter contactos com pessoas externas ao Vaticano, o que também inclui não poderem usar o telemóvel ou ler jornais para evitar que a escolha seja influenciada.

Participam da votação quatro cardeais portugueses, António Marto (bispo emérito da Diocese de Leiria-Fátima), Américo Aguiar (bispo de Setúbal e principal responsável pela organização da Jornada Mundial da Juventude, em 2023, em Lisboa), Tolentino Mendonça (prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé) e Manuel Clemente (patriarca emérito de Lisboa).

Em 13 de março de 2013, o fumo branco saiu da chaminé naquela que foi a quinta votação do Conclave e o cardeal Jorge Mario Bergoglio foi apresentado ao mundo como Papa Francisco na galeria da Basílica de São Pedro. Francisco faleceu a 21 de abril.

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ECO da campanha. AD e PS pedem a mão aos pensionistas no dia em que o Conclave roubou os diretos

O fantasma da troika sobre os reformados voltou a ensombrar a campanha com Montenegro e Pedro Nuno a disputar este eleitorado. À direita, a IL namora, mas ainda não diz se quer casar com a AD.

Luís Montenegro, líder do PSD, em campanha no mercado do Livramento, em Setúbal

No dia seguinte ao aparecimento de Pedro Passos Coelho, as caravanas pareciam estar a ressacar das memórias do apertar do cinto imposto pela troika. O líder do PS, Pedro Nuno Santos deu gás ao fantasma do corte das pensões, enquanto Luís Montenegro tentou descolar e pediu confiança. Os dois cruzaram-se em Évora e o socialista até gracejou: “Medo é uma coisa que não me assiste”.

Nas televisões, a campanha sentiu um ‘apagão’ com os diretos do arranque do Conclave em Roma, e da cor do fumo da chaminé do Vaticano, a dominar os pequenos ecrãs. Uma concorrência que os partidos vão sentir nos próximos dias até à escolha de um novo Papa.

A greve da CP, que paralisou todos os comboios, contaminou a campanha, com o líder do Chega, André Ventura, a admitir que a privatização pode ser uma solução. Para o PCP, a culpa é do Governo, atirou o secretário-geral comunista, Paulo Raimundo. Mas o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, criticou a “greve política” e voltou a insistir que tudo foi feito dentro dos limites de um Executivo em gestão.

O caos no SNS esteve novamente em foco. Numa visita ao Hospital da Misericórdia de Vila Verde, o líder da IL defendeu a importância do setor social e privado, concluindo que o SNS não tem condições para tratar 10 milhões de portugueses. “É impossível”, admitiu, defendendo que o Estado “entre em negociações” com os privados e “angarie recursos”.

Rui Rocha recebeu um lenço dos namorados, uma tradição minhota, e foi desafiado a responder se os liberais vão mesmo dar o nó com a AD, numa coligação pós-eleitoral. “Tenho dois casamentos: um com a minha mulher, a quem já entreguei em devido em tempo um lenço, e um com os portugueses. Neste caso, com a comunidade do distrito de Braga. O meu casamento concretiza-se aqui, onde sou cabeça de lista”, desviou.

Mas ao longo do dia foi mencionando os ministérios que gostaria de tutelar, como Educação ou a Modernização Administrativa, mas depois recuou: “Eu prefiro todas [as pastas], não me faça escolher, quero todas as pastas do Governo. Formo-lhe um Governo já aqui!”.

 

Rui Rocha, líder da IL, de visita ao Hospital da Misericórdia de Vila Verde, recebeu como presente o lenço dos namorados, uma tradição minhota

Rui Tavares, do Livre, visitou o Hospital de Vila Nova de Gaia, para defender regras idênticas entre o público e o privado. “O SNS está a lutar com armas desiguais. A lei de bases da saúde diz uma coisa, que é a complementaridade, a realidade de todos os dias diz-nos outra coisa, que é a concorrência feroz com os privados e uma concorrência desleal por parte dos privados ao SNS”, criticou.

E, ao contrário dos Liberais, o porta-voz do Livre considerou que “os problemas do SNS têm tratamento, têm cura”, acenando com uma das suas propostas, o Regressar Saúde, para trazer médicos portugueses que emigraram.

Rui Tavares, fundador do Livre, de visita ao Hospital de Vila Nova de Gaia

Ao quarto dia de campanha para as legislativas antecipadas de 18 de maio, a caravana bloquista foi até Almeirim, no distrito de Santarém, para mostrar solidariedade com uma concentração de dezenas de trabalhadores da Sumol/Compal que esta quarta-feira estão em greve.

“Quero falar a quem trabalha. Quem trabalha é a maioria do país. E, estranhamente, a política faz-se para uma minoria. Nós queremos acabar com isso. Nós queremos que a política se faça para a maioria”, afirmou Mariana Mortágua. E, a este respeito, salientou que “a família que é dona” da empresa que detém a Sumol e Compal “está na lista dos 50 mais ricos do país”, em contraste com estes trabalhadores que “representam a maioria das pessoas do país”.

Mariana Mortágua, coordenadora do BE, participou numa ação de protesto, no âmbito da greve dos trabalhadores da Sumol+Compal, em Almeirim

Tema quente

Fantasma da troika ensombra pensionistas. Montenegro pede confiança e Pedro Nuno dá um pé de dança

A presença de Passos Coelho no dia anterior continuou a ecoar na campanha, numa altura em Pedro Nuno Santos insiste na ideia de que a AD quer privatizar a Segurança Social. Os dois rivais pediram a mão aos pensionistas num ombro a ombro, com Montenegro a pedir confiança e o líder do PS a dar um pezinho de dança.

Numa visita ao mercado do Livramento, em Setúbal, o presidente do PSD teve de ouvir queixas de reformados sobre os tempos de austeridade e os cortes que sofreram nas pensões aos comandos do Governo da PàF, liderado por Pedro Passos Coelho.

Montenegro acabou por reconhecer que o fantasma do período da troika ainda está presente para alguns, mas esforçou-se por voltar a explicar tudo aquilo que o seu Governo já fez para se “reconciliar” com os pensionistas. “Compreendo que as pessoas que há uns anos por razão da situação económica do país viveram tempos de inquietação precisem de uma palavra segura. Modéstia à parte, posso dizer às pessoas para acreditarem. Estamos a concretizar aquilo que prometemos”, afirmou.

E continuou: “Estamos noutra fase. As pessoas já perceberam que a nossa palavra tem muito valor e que somos de confiança. Os pensionistas e reformados sabem muito bem com o que podem contar da nossa parte”, rematou.

No contra-ataque, Pedro Nuno Santos voltou a acusar Montenegro de “não conhecer a realidade” dos mais velhos. O líder do PS aproveitou uma visita à Associação dos Reformados, Pensionistas e Idosos do Concelho de Faro para tentar desequilibrar um braço de ferro. Na pista de baile, dançou com várias associadas, ao som do acordeão, para “sinalizar” a boa relação dos socialistas com os pensionistas.

“As relações de confiança com os mais velhos não se constroem nem num mês, nem numa semana, nem num ano, são de anos”, repetiu garantindo que o PS tem “essa relação de confiança com os mais velhos”.

Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, de visita à Associação dos Reformados, Pensionistas e Idosos do Concelho de Faro

A figura

Cristina Rodrigues

O julgamento da deputada do Chega e ex-parlamantar do PAN, Cristina Rodrigues, estava para arrancar esta quarta-feira, em plena campanha eleitoral, mas acabou por ser adiado para 12 de junho, pelas 9h30, com declarações das arguidas e a audição de duas testemunhas da acusação. Em causa está um processo, em que é acusada pelo “apagão informático” no PAN em 2020, quando foram eliminados emails de dirigentes do partido.

A decisão foi tomada, esta quarta-feira, pela juíza, em acordo com as defesas, no processo que corre no Juízo Local Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça, em Lisboa.

No despacho de acusação, de 2022, a que a agência Lusa teve acesso, o Ministério Público (MP) classificou como “muito elevada” a “ilicitude da conduta” de Cristina Rodrigues, embora considere que não lhe deve ser aplicada pena superior a cinco anos, atendendo a que não tem antecedentes criminais.

Cristina Rodrigues, que agora é deputada do Chega na Assembleia da República e que se recandidata pelo partido nas listas do Porto, é acusada de um “crime de dano relativo a programas ou outros dados informático”, em coautoria com a ex-funcionária do PAN Sara Fernandes, e de um “crime de acesso ilegítimo” aos ficheiros informáticos do partido.

Cristina Rodrigues, deputada do Chega e ex-parlamentar do PANLusa

A frase

"Tenho dois casamentos: um com a minha mulher, a quem já entreguei em devido em tempo um lenço, e um com os portugueses. Neste caso com a comunidade do distrito de Braga. O meu casamento concretiza-se aqui, onde sou cabeça de lista.”

Rui Rocha

Presidente da IL

A surpresa

Ciganos fazem uma espera a Ventura e acusam os militantes do Chega de “fascistas, racistas”

A comitiva do Chega foi surpreendida em Aveiro por um pequeno protesto de pessoas da comunidade cigana, que acusaram André Ventura de “alimentar o ódio” e que gritavam: “Fascistas, racistas”.

“Nós somos portugueses. A única coisa que nós, comunidade cigana de Portugal, queremos, é que se acabe de alimentar o ódio contra a etnia cigana, porque os nossos filhos vão viver tempos piores do que aquilo que nós estamos a viver”, afirmou aos jornalistas Belarmina Fernandes, que trabalha na formação de pessoas ciganas em Aveiro e que disse que a manifestação surgiu de forma espontânea, num intervalo do trabalho.

André Ventura reagiu no momento, dirigindo-se diretamente a quem ali estava. “Não é racismo nem fascismo, é terem todos de trabalhar, como toda a gente. É só isso. Trabalhar e cumprir as mesmas regras.” Assumiu ainda que lhe custa quando o chamam de fascista, frisando que “não é verdade” e que “é a vitimização da comunidade cigana para poder atacar o Chega”.

“A etnia cigana tem de cumprir as regras que todos cumprem. Há uns que trabalham, uma maioria que não trabalha, fazem as mulheres casar aos 13 anos, vivem num estado de desagregação face à regra geral da comunidade absurda. Não sou eu que sou fascista, são eles que querem regras à parte em Portugal”, justifica.

André Ventura, líder do Chega, numa arruada em Aveiro

 

Prova dos 9

"Todas as consequências negativas que [a greve] tem na vida das pessoas, na movimentação, na mobilidade, tudo isso é da única responsabilidade do Governo do ministro das Infraestruturas que, em vez de virar utentes contra trabalhadores, aquilo que devia fazer hoje, e que não fez ontem nem anteontem nem no outro dia e neste ano todo, é resolver os problemas de quem trabalha na CP.”

Paulo Raimundo

Secretário-geral do PCP

Em dia de greve da CP, sem serviços mínimos decretados, todos os comboios do país pararam, impedindo muitos portugueses de se deslocarem ao trabalho. Para o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, o Governo é “único responsável”. Será mesmo assim?

“Tudo o que está a acontecer, as consequências negativas que estão a acontecer são da única responsabilidade do Governo e o ministro das Infraestruturas em vez de perder tempo em campanha eleitoral e em vez de virar utentes contra trabalhadores aquilo que devia fazer, que não fez ontem nem anteontem nem no outro dia e neste ano todo, é resolver os problemas de quem trabalha na CP, porque resolvendo os problemas de quem trabalha na CP, está a resolver os problemas da CP e dos utentes”, afirmou, durante uma ação de rua em Matosinhos.

No entanto, o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto de Luz, já esclareceu que o Governo, estando em gestão, fez todos os esforços, dentro dos seus limites, para evitar a paralisação. “O Governo negociou quando teve de negociar, com abertura total, indo ao limite do que a lei permitia para um Governo em gestão, e não quiseram”, indicou esta quarta-feira.

Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, numa ação de campanha em Matosinhos

Miguel Pinto Luz argumentou que existe um acordo entre os sindicatos e a administração da CP, mas que não pode ser executado por o Governo se encontrar em gestão. “O acordo estava estabelecido, o Governo não o pode executar por uma questão puramente legal, pela circunstância de ser um Governo de gestão”, afirmou.

O governante atribui a paralisação à proximidade das eleições legislativas, considerando tratar-se de uma “greve política”. “Conseguiram parar o país por interesse político. E tem a ver com o timing que estamos a viver, de eleições”, disse.

Na véspera da greve, Pinto Luz deu uma conferência, explicando que “o Governo fez tudo o que estava ao seu alcance para evitar a greve”. “Este Governo é surpreendido pelas maiores greves desde que tomamos posse, greves marcadas com um Governo em gestão, em campanha eleitoral, greves vazias de objetivos. Fizemos uma última tentativa para parar esta greve com um aumento de 5,75 milhões de euros da massa salarial com uma reestruturação extraordinária das carreiras, o máximo que nesta situação de Governo em gestão nos é permitido”, sustentou.

A CP também já tinha emitido a seguinte nota: “Uma vez que as soluções implicam um aumento da massa salarial global superior a 4,7%, e que ultrapassam o limite estabelecido pelo Despacho n.º 1103-B/2025, do secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, qualquer decisão que ultrapasse esse limite, necessita de autorização tutelar, que neste momento não é possível conceder devido à atual situação de Governo em gestão”.

Neste sentido, a afirmação do PCP está parcialmente incorreta, uma vez que o atual Executivo se encontra limitado nos seus poderes. No entanto, as reivindicações dos trabalhadores já poderiam ter sido atendidas há mais tempo, quando o Governo estava em plenitude de funções.

Conclusão: parcialmente incorreto.

Norte-Sul

A campanha da AD começou, esta quarta-feira, no Mercado do Livramento, em Setúbal. Depois Luís Montenegro almoçou na União Mutualista Nossa Senhora da Conceição, no Montijo, e terminou o dia em Évora, precisamente à mesma hora em que passou a caravana do PS.

Mas antes de ter ido para o Alentejo, Pedro Nuno Santos visitou, de manhã, o mercado semanal da Quarteira, almoçou em Olhão e visitou uma IPSS em Faro. Terminou a campanha com comícios em Évora e Portalegre.

O PAN andou entre Montijo e Lisboa e o Bloco entre Alpiarça, acompanhando a greve na Sumol+Compal, e ações em Leiria.

Os restantes partidos com representação parlamentar rumaram a Norte. Rui Rocha (IL) esteve no seu círculo eleitoral, Braga, terminando num convívio com jovens estudantes. É também na cidade dos Arcebispos que Rui Tavares, do Livre, fecha o dia, depois de ter visitado o Hospital de Gaia e a feira dos Carvalhos, no mesmo concelho.

O comunista Paulo Raimundo realizou uma ação de contacto com a população em Matosinhos. A caravana passou também por Gondomar e finalizou com comícios em Gaia e Espinho.

Na quinta-feira, 8 de maio, a caravana de Luís Montenegro ‘desperta’ na Figueira da Foz e depois ruma para a baixa de Coimbra para uma ação de contacto com a população. Da parte da tarde, estaciona em Fátima e fecha o dia com um comício em Santarém.

Mais no interior, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, participa numa ação de rua na Covilhã e encerra o dia com um comício em Castelo Branco.

O Chega promove uma arruada em Braga e, no final do dia, André Ventura janta na Quinta da Granja, em Guimarães. No mesmo distrito, também vai andar a caravana do Livre. Rui Tavares visita a feira de Barcelos e deve fechar o dia em Lisboa com um evento dedicado à cultura.

Ao quinto dia de campanha, IL e BE elegem Coimbra para cativar o eleitorado. Depois de um passeio de barco com partida no porto de pesca da Póvoa de Varzim e de uma visita à fábrica Lactogal, em Vila do Conde, o líder dos Liberais, Rui Rocha, termina com uma ação de rua com jovens na cidade dos estudantes. A coordenadora bloquista, Mariana Mortágua, estará o dia todo em Coimbra.

A líder do PAN, Inês de Sousa Real, fica pela região de Lisboa, onde visita a feira de Carcavelos e a Quinta dos Ingleses. E a caravana da CDU ruma a sul. Depois de um almoço em Beja, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, termina a ação de campanha com um comício em Faro.

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Como pode a banca amortecer o efeito do furacão Trump sobre as empresas

A incerteza económica é cada vez mais intensa e as empresas estão a ser forçadas a um esforço acrescido de permanente adaptação. Como pode o setor bancário ajudar a navegar estas águas?

Donald Trump está há pouco mais de 100 dias na Casa Branca, mas este período foi o suficiente para atirar o comércio mundial para uma espiral de barreiras, conflitos e muita incerteza. Neste contexto, como pode a banca servir de efeito estabilizador para as empresas portuguesas, expostas ao mercado internacional? Este foi um dos temas fortes do painel A Banca, o Risco e a Economia, na conferência Banking on Change, organizada pelo ECO e pela KPMG.

À conversa, dois banqueiros e um empresário: Miguel Maya, CEO do Millennium BCP; Gonçalo Regalado, Presidente do Banco Português de Fomento; e Filipe de Botton, chairman da Logoplaste. E Botton desenhou logo o cenário-base, carregado de incerteza: “Acho que nós neste momento já estamos num mundo novo, este tema da imprevisibilidade, do sobe e desce, das curvas, que todos nós conhecemos e que sempre nos habituámos a viver nelas, mas dentro de umas regras que existiam, bem ou mal, do mundo global que existia, bem ou mal”. E agora, o panorama é outro.

“O mundo onde nós estávamos até há 100 poucos dias atrás é um mundo que desabou. Todos nós, toda a cadeia de valor está nesse novo mundo e nós não conhecemos as regras deste novo mundo. Não conhecemos, eu não conheço minimamente, pela imprevisibilidade, não é das regras, é pela inexistência de regras é não perceber quais são as regras”, afirmou o empresário.

A Logoplaste está em 16 países e tem os Estados Unidos como um dos mercados mais importante, e Filipe de Botton tem elementos que servem quase de indicador avançado dos efeitos desta incerteza. “As consequências estão a ser gravíssimas para as empresas, pelo que está a suceder. O que nós vemos hoje em dia, globalmente, nos países onde nós estamos, é o consumo a abrandar”.

E sustenta: “Isto tem consequências fortes, nós vemos que a maioria das grandes empresas neste momento não estão a investir, isto vai ter consequências também no setor bancário, isto é tudo transversal”.

Miguel Maya reconhece os riscos, mas passa uma mensagem de alguma tranquilidade. “A banca hoje está numa posição completamente diferente, quer do ponto de vista do capital, quer do ponto de vista da liquidez, quer do ponto de vista da qualidade do balanço e, sobretudo, com a clara consciência que o futuro da banca depende do futuro dos seus clientes”, começou por afirmar, admitindo que “hoje há um alinhamento muito, muito forte entre aquilo que é a economia real e a economia financeira”.

O CEO do BCP não restringe o tema dos riscos à liderança de Trump, situando o cenário de instabilidade num período mais longo. “O anormal é ter períodos de grande previsibilidade. Nos últimos 15 anos, voltamos a viver com muito menos referências, quer dizer, com muito mais incerteza. E as organizações, quer do ponto de vista dos empresários, quer do ponto de vista das instituições financeiras, prepararam-se para isso.

Portanto, isto não é uma novidade para nós. Uma pandemia é uma novidade, é uma coisa que estava, de facto, completamente fora dos nossos horizontes. A economia ter ciclos não é novidade nenhuma, é absolutamente normal”, desdramatizou o banqueiro. E atira para o papel que a banca pode ter como amortecedor dos choques.

E isso implica perceber “o que temos que fazer – uma vez que temos os meios e as capacidades – para que os clientes sintam a confiança necessária para poderem continuar a olhar para as oportunidades e investirem nos momentos em que devem investir”. Até porque, lembra Maya, há oportunidades.

“Não é quando a economia está a crescer e tudo está a correr bem que as empresas que conseguiram criar vantagens competitivas se afirmaram. As empresas que conseguiram criar vantagens competitivas afirmam-se em contexto de maior instabilidade.

Portanto, o Banco, nomeadamente o Banco Comercial Português, está muitíssimo bem preparado para poder apoiar os empresários numa fase que exige muito sangue frio, muita capacidade de analisar os riscos e, portanto, ter resiliência para enfrentar a adversidade e, simultaneamente, ter o conhecimento e a capacidade e o suporte financeiro para poder aproveitar as oportunidades com que se vão deparando”.

Gonçalo Regalado chegou há pouco tempo à liderança do Banco Português de Fomento e grande parte desse período coincidiu com a influência de Donald Trump sobre a economia mundial.

“Nós só temos mais de 20 dias de mandato antes do Presidente Trump, preparámos o banco em 20 dias porque os outros 100 são cumulativos. E tem sido bastante desafiante, porque quando nós entrámos, estávamos a estruturar um banco para tratar em momentos normais, num ano com otimismo positivo, com empresários convictos de que o investimento era a chave do crescimento e do desenvolvimento, com exportações com bom outlook, e portanto tínhamos um ano muito positivo”, explicou.

“Os dois grandes valores, os valores essenciais que fazem a atividade em banca, primeiro comercial e depois banca soberana, de uma forma estável funcionar, são a confiança e a previsibilidade. E naquilo que é um parceiro basicamente de décadas, quase uma centena de anos estável, nós recebemos efetivamente uma enormíssima instabilidade, um choque de instabilidade”, salientou Gonçalo Regalado. E o fenómeno, diz, está longe de ser exclusivo de Portugal: “Quando falamos com os nossos colegas nas outras geografias e mesmo com a Comissão Europeia, percebemos que ainda estamos todos a perceber e a encontrar o melhor modelo de reagir”.

Relembrando a importância dos EUA como destino de exportações portuguesas, Regalado chama a atenção para um fator específico: “Os Estados Unidos são o país que paga melhor os nossos produtos e melhor os nossos serviços. Portanto, o impacto na margem pode ser até três vezes o impacto no PIB”, ilustrou. Ou seja, não é apenas uma questão de volume mas também, e sobretudo, de rentabilidade.

“Aquilo que é o nosso trabalho agora é preparar a economia portuguesa e os empresários portugueses para estes impactos. Esse trabalho é feito primeiro ao nível europeu, a gestão das tarifas e a gestão desta regulamentação, e tem sido, na minha opinião, bem feita e prudente. E o nosso trabalho é criar condições de liquidez para que as empresas portuguesas estejam preparadas para ter a liquidez necessária, não só em fundo de maneio, como em investimento, para avançar nesta dimensão”, explicou o líder do Banco Português de Fomento.

E a resposta, para já, tem sido positiva, diz o banqueiro. “Aquilo que nós estamos a sentir é um sentimento positivo. Nós já tínhamos percebido que a Banca Soberana e o Banco de Fomento é tão mais forte quanto maior a incerteza. Foi assim no Covid”, com a necessidade de mobilizar rapidamente apoios públicos às empresas, lembrou.

Para esse apoio, agora, estão no terreno e em preparação linhas de crédito, garantias e outros instrumentos, que permitam mitigar este período de indefinição. “O nosso grande trabalho no Banco de Fomento é criar as condições de liquidez para que as empresas e os bancos estejam confortáveis com as garantias para que, na verdade, não falte nem segurança, nem estabilidade naquilo que é o acesso ao financiamento”.

A relação com as empresas

Filipe de Botton lamentou algumas dificuldades de ligação entre os bancos e as empresas, nomeadamente as PME. E admitiu que isso acontece muitas vezes devido à falta de capitais próprios das empresas – que os bancos tendem a exigir – e a alguma falta de literacia financeira e de informação fidedigna que as empresas possam disponibilizar às instituições financeiras e que servem de base às decisões de crédito.

Já no que toca às grandes empresas, alerta para o que considera ser alguma incapacidade dos bancos nacionais em financiarem operações de grupos portugueses com muitas unidades no estrangeiro, e que acabam por recorrer a bancos internacionais. A forma de compensar alguns destes fenómenos é a própria relação de muito longo prazo entre empresas e bancos, e que não se esgota no crédito.

“O que nós queremos é um alinhamento e um conhecimento, porque a melhor forma de garantir que as coisas vão correr bem é pensar que o banco não é apenas um fornecedor de dinheiro, é um fornecedor também de know-how, que vai fazer uma análise que está a pôr em risco o dinheiro dos seus depositantes e que, portanto, tem que ter a capacidade de fazer uma análise correta e profunda do investimento”, afirma Miguel Maya.

Já Regalado diz que essa aproximação passa por tornar os bancos, nomeadamente o que dirige, mais proativos e não estarem apenas à espera que as empresas os desafiem.

Novas formas de financiamento

O mundo está cada vez mais fragmentado e também o segmento de financiamento, uma vez que os bancos e o mercado de capitais já não são os únicos caminhos. Filipe de Botton admite que há instituições que se dedicam a financiamento de formatos mais híbridos e que tendem a ter uma postura de risco mais agressiva e, como tal, a apoiar projetos com mais potencial.

Já Miguel Maya considera que os bancos continuam a ter vantagens e continuarão a ser interlocutores privilegiados e de longo prazo das empresas, mas pede que, com o mercado de financiamento a ficar ainda mais concorrencial, que haja um “level playing field” em termos de regulação, que não penalize os bancos. E no que toca à relação entre os bancos comerciais e o “renovado” Banco de Fomento, a tónica foi colocada na colaboração entre os vários agentes.

“O nosso trabalho é, em parceria, não há nenhuma competitividade, é parceria, estarmos ao lado, par a par com os bancos comerciais todos, os que estão em mercado, os que vão para o mercado, os que são incumbentes, os que vão ser criados, todos, para que toda a gente possa sentir, na verdade, a mesma utilidade no Banco de Fomento que tem hoje o Banco Europeu de Investimento ou o Fundo Europeu de Investimento em Portugal”, defendeu Gonçalo Regalado.

No que toca aos desafios sobre a economia em geral, Botton lamentou a fragmentação europeia, um continente que não tem um rumo nem uma voz única. Focou ainda os temas da burocracia, algo no qual foi acompanhado por Regalado, que acrescentou ainda o tema da regulação excessiva e assimétrica.

“O nosso maior risco é a inação, é ficarmos à espera, é o achar que alguém tem que resolver os problemas por nós. É não sermos nós… a ser donos do nosso próprio futuro e, portanto, ficarmos à espera que alguém resolva, que nos dê as referências, que nos diga que temos que andar num determinado sentido”, conclui Miguel Maya.

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