Líder israelita opõe-se a julgamento do militar que matou jornalista Shireen Abu Akleh

  • Lusa
  • 7 Setembro 2022

"Ninguém nos imporá regras quando lutamos pelas nossas vidas… os nossos soldados têm o apoio total do Governo”, disse o primeiro-ministro israelita, Yair Lapid.

O primeiro-ministro israelita, Yair Lapid, indiciou esta quarta-feira que se opõe a um inquérito judicial ao soldado que matou em 11 de maio na Cisjordânia ocupada a jornalista Shireen Abu Akleh, da cadeia televisiva Al Jazeera. “Não permitirei que um soldado que se protegia dos tiros de terroristas seja perseguido pela justiça apenas para obter felicitações do estrangeiro”, disse Lapid durante uma cerimónia militar.

“Entendo os apelos para o julgamento dos soldados após a morte de Shireen Abu Akleh… ninguém nos imporá regras quando lutamos pelas nossas vidas… os nossos soldados têm o apoio total do Governo”, acrescentou Lapid. Estas declarações surgem após os Estados Unidos terem recordado a “importância de prestar contas” no caso de Shireen Abu Akleh, que possuía dupla nacionalidade norte-americana e palestiniana.

“Os Estados Unidos vão continuar a encorajar os nossos parceiros israelitas a reverem atentamente as suas políticas em termos de regras de comportamento [para os soldados]”, declarou na terça-feira Vedant Patel, porta-voz adjunto do Departamento de Estado. Apelou ainda a Israel que “adote” as “medidas suplementares para minimizar o risco de danos infligidos aos civis, proteger os jornalistas e evitar que se repitam estas tragédias”.

Na segunda-feira, o exército israelita reconheceu uma “forte possibilidade” de ter morto Shireen Abu Akleh, mas não de forma deliberada, uma declaração considerada insuficiente pela família, pela estação televisiva e pelos apoiantes da vítima.

A reputada jornalista da Al Jazeera foi morta por um bala que lhe atingiu a cabeça em 11 de maio, quando fazia a cobertura de uma incursão militar israelita num campo de refugiados de Jenin na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967. Após a morte de Shireen Abu Akleh, que estava equipada com um colete à prova de bala e capacete, com a menção “Press”, a Autoridade palestiniana e a cadeia televisiva do Qatar acusaram de imediato o exército israelita pela sua morte.

Na segunda-feira, o gabinete do procurador militar israelita anunciou “não suspeitar de um ato criminal que justificasse a abertura de um inquérito criminal pela polícia militar”, apesar da “forte probabilidade” de Shireen Abu Akleh ter sido morta por soldados israelitas.

A ONU e diversos ‘media’ consideraram que o disparo fatal foi proveniente da arma de um soldado israelita, um cenário considerado “verosímil” pelos Estados Unidos que efetuaram um exame balístico ao projétil, apesar de terem afastado a hipótese de um tiro deliberado.

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Fernando Amorim (Melior): “mercado de aquisições nos seguros está efervescente”

Depois de comprada pela espanhola Concentra no ano passado, foi a vez desta ser comprada pela BlackFin, fortalecendo a Melior, 10ª maior corretora de seguros em Portugal. O presidente fala do futuro.

Fernando Gomes de Amorim, Presidente da Comissão Executiva da Melior, em entrevista ao ECO/ECO Seguros - 05SET22
Fernando Gomes de Amorim, Presidente da Comissão Executiva da Melior, “Temo que as empresas sintam um desinteresse económico pelo seguro como consequência do aumento dos prémios a que a inflação obriga”.Hugo Amaral/ECO

Para Fernando Gomes de Amorim, presidente da Comissão Executiva da corretora Melior, o futuro voltou a mudar esta semana após a formalização da compra da maioria do capital da espanhola Concentra Inversiones – que em junho de 2021 havia adquirido 90% da portuguesa Melior, pela BlackFin Capital Partners, uma gestora de fundos com sede em Paris. O novo grupo ibérico vai faturar 22 milhões de euros em 2022 prevê a BlackFin e quase 6 milhões deste valor vem da Melior, colocando-se o conjunto no top 3 da corretagem independente na península.

Os planos são agora crescer. Fernando Amorim sublinha que “Espanha e Portugal são mercados diferentes mas estamos a construir um projeto ibérico em que há uma forma sinérgica cooperar”, acrescentando que “estamos muito estabilizados, suportados por acionistas espanhóis e franceses, mas queremos construir, crescer”.

O crescimento será sempre também orgânico e Fernando Amorim destaca que a Melior – que em 2021 obteve receitas de 5,4 milhões de euros, sendo a 10ª maior corretora em Portugal – aumentou até agosto deste ano o seu negócio em 6,32%, em linha com o mercado.

No entanto, o crescimento também será feito por aquisições. A Melior está interessada em tudo o que seja distribuição, corretores e mediadores, e onde não tem presença geográfica. Neste momento a corretora tem presença em Lisboa, Porto, Funchal e Anadia. Segundo Fernando Amorim “o mercado está efervescente em todo o lado, há imensos processos consolidação e queremos estar nesse desafio”.

“As aquisições a que estamos a olhar – e temos algumas já perspetivadas – são para o mercado nacional onde todos se compram todos se vendem”. Todas as hipóteses são estudadas “desde que sejam rentáveis e encaixem na estratégia” e os caminhos podem ser diversos: “ao ter de fundir empresas simétricas ficamos a olhar mais para dentro, mas há o caminho de operações granulares em que temos de acumular mais que uma adquirida ao mesmo tempo para ganhar escala e entrar em novos mercados”.

Nas aquisições “a grande preocupação é se o ativo, os clientes, se vai manter por isso queremos manter as equipas nas entidades adquiridas, é o modelo preferível, envolver as pessoas no nosso projeto”, refere Fernando Amorim.

Mercado caminha para oligopólio

Embora com uma carteira significativa de particulares, a vocação da Melior é empresas e riscos complexos. E nesse aspeto Fernando Amorim está apreensivo “o mercado está a caminhar para o oligopólio, para certos riscos apenas 2 ou 3 operadores vão a jogo”. Queixa-se da pouca apetência por certas coberturas por parte das seguradoras a operar em Portugal, tanto mais que o departamento internacional da Melior tem conseguido arranjar soluções para Portugal que não são de cá. “Preferia que esta área fizesse negócio noutros países em vez de seguradoras baseadas no estrangeiro cobrirem riscos em Portugal”, diz.

Tem interesse nas PME pelo seu potencial estratégico de crescimento devido à sua taxa de consumo de seguros face ao risco que as empresas enfrentam ser baixo, o que leva Fernando Amorim a colocar este segmento como um dos mais interessantes.

A subida de preços é outro fator que está a ocupar o diretor da Melior: “o custo com seguros está a crescer muito significativamente e temo que as empresas sintam um desinteresse económico pelo seguro”. As renovações de seguros já estão a refletir a inflação e vai ser um problema geral do setor segurador.

Quanto a oportunidades ainda por explorar mais, considera os seguros Vida Risco como área a desenvolver, para além da subcobertura de riscos nas empresas. Também vê com bons olhos, nos seguros financeiros, produtos Vida que juntem planos de reforma. Defende intervenção do Estado para os riscos ciber “é um problema em rede, pode exigir uma política pública que estimule a contratação de seguros”, afirma.

Também a cultura preventiva está ainda muito atrasada em Portugal, considera Fernando Amorim, “ou o seguro é obrigatório ou estão sinistros de um determinado tipo a acontecer muito e faz-se no momento”, concluindo que “o incidente é um bom pedagogo, mas pode sair muito caro”.

Fernando Amorim é filho de mediador, gestor de empresas de formação, começou nos seguros em 1994 e percorreu a Tranquilidade, a Açoreana e a Caravela antes de ingressar na mediação. Conserva a ideia social da atividade seguradora: “o setor não se pode libertar do seu meio social” – refere – “os seguradores estão a desertar de certos riscos empresariais. Naturalmente têm a visão de lucro mas não devem perder a visão social”.

O que é o que vai fazer a BlackFin

Fernando Amorim está confiante na valia que o novo acionista vai trazer, para juntar ao que a Concentra já estava a adicionar: “o modelo de governance é muito claro e estrito e está tudo harmonizado com Espanha e França e nós temos de respeitar o direito português”. A relação com a ASF, entidade reguladora, foi intensa para viabilizar esta operação e o gestor considerou um processo que decorreu dentro dos prazos e em bom ambiente. “A BlackFin é um potenciador de capacidade, são pessoas mais novas mas que têm conhecimento de um setor “muito atraente para quem tem excedentes de capital”, conclui Fernando Amorim.

A BlackFin explica que o novo grupo ibérico continuará a atuar em três linhas de negócios compostas por diversas marcas que atuarão de forma independente: retalho, wholesale e extensão de garantias. As corretoras Gescobert, Segurfer e UBL Brokers são especializadas em soluções de seguros de ramos pessoais e empresas em Espanha, enquanto a Melior faz o mesmo em Portugal. Em wholesale atuará com a marca Hispania. No segmento de extensão de garantia, a Concentra Garantias oferece cobertura para reparações de veículos usados.

“A nossa ambição de ser líder indiscutível na região ibérica (Espanha e Portugal), tanto em termos de clientes como de receitas, ambição sustentada por um plano de negócios ambicioso mas viável”, disse Javier López Linares, presidente executivo do renovado Grupo Concentra, a propósito desta operação.

Especializada em investimentos em serviços financeiros, fintechs e insurtechs, a BlackFin Capital Partners gere ativos no valor de 2,4 mil milhões de euros. O seu fundo Tech 2 de 350 milhões de euros apoia fintechs e insurtechs B2B de alto crescimento. Fundada em 2009 é uma empresa independente de private equity liderada por nove sócios que trabalham juntos como gestores e empreendedores no setor financeiro há décadas. A equipe conta com mais de 45 colaboradores nos seus escritórios em Paris, Londres, Bruxelas e Frankfurt.

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UGT considera pacote de medidas insuficiente e tardio

  • Lusa
  • 7 Setembro 2022

O pacote anti-inflação é considerado, pela UGT, “tímido e conservador”, ainda que traga um benefício para “milhões de portugueses”.

A UGT defendeu esta quarta-feira que o pacote de medidas do Governo para mitigar o impacto da inflação é “tardio” e “insuficiente”, apesar de “essencial e bem-vindo”. O Governo apresentou um pacote de medidas para apoiar os rendimentos devido ao aumento da inflação, que incluem o pagamento extra de meia pensão, que será efetuado em outubro e um apoio de 125 euros que vai ser dado a todos residentes não pensionistas com um rendimento mensal bruto até 2.700 euros.

É um pacote essencial e bem-vindo, ainda que não possa deixar de ser considerado tardio e claramente insuficiente, algo que é tão mais evidente quando analisamos os conjuntos de medidas que foram sendo paulatinamente assumidos por outros países, mais precoces e mais intensos na sua intervenção”, apontou, em comunicado, a central sindical.

No documento, a UGT começou por “desmistificar” que em causa não estão 4.000 milhões de euros em apoio para as famílias, sublinhando que muitas medidas, “incluindo as de maior impacto”, também beneficiam empresas e organizações. Por outro lado, defendeu que as ajudas não são “integralmente novas”, como, por exemplo, a manutenção da medida relativa ao imposto sobre os combustíveis ou a possibilidade de regresso ao mercado regulado do gás.

Assim, vincou que este pacote deve também ser considerado “tímido e conservador”. Contudo, reconheceu que o pacote de ajudas vai trazer um benefício para “milhões de portugueses”, apesar de reiterar que o valor é “manifestamente insuficiente” face aos problemas. Neste sentido, considerou ser imperativo pensar em “como afrontar o estado de necessidade” dos portugueses.

A UGT disse ainda ser “injustificável” a redução do IVA da eletricidade apenas para a taxa intermédia de 13%, notando que tal terá um impacto “diminuto na fatura”. O regresso ao mercado regulado, conforme apontou, é uma opção que não afasta o aumento dos custos. “[…] É necessário que estas medidas sejam corrigidas e objeto de um processo sério de supervisão e fiscalização, de forma a cumprir de forma efetiva o objetivo enunciado – e bem – pelo Governo, de se verificar uma real e efetiva redução de custos, sem que daí resultem quaisquer ónus para as famílias”, acrescentou.

Já no que se refere às medidas para os reformados, aposentados e pensionistas, a UGT demonstrou a sua “mais profunda e veemente rejeição”, referindo que o primeiro-ministro, António Costa, ignora a garantia dada por si de cumprir a lei e aplicar a fórmula de atualização de pensões, que foi acordada em concertação social em 2006.

A central sindical vincou que, na prática, em causa está uma diminuição do montante das pensões em 2024 e até ao “final das suas vidas”. A UGT instou também o Governo a adotar medidas como a taxação dos lucros extraordinários das empresas e o controlo da fixação de preços.

Acresce ainda a proibição do corte de acesso a serviços essenciais, a limitação dos despejos e o diferimento de pagamentos nos empréstimos para a compra de casa. “A UGT aguarda com expectativa o pacote de medidas para as empresas, mas recorda que o mesmo não pode fazer esquecer que o caminho agora iniciado deve continuar a ser seguido e aprofundado, tendo o Governo a responsabilidade de dar mais e melhores respostas aos portugueses”, concluiu.

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Montenegro aponta “corte de mil milhões no sistema de pensões” e chama decreto ao parlamento

  • Lusa
  • 7 Setembro 2022

O PSD apresentou um pedido de apreciação parlamentar desse decreto-lei com a intenção de que possa ser discutida já na próxima semana, no dia 15.

O presidente do PSD acusou esta quarta-feira o Governo de fazer “um corte de mil milhões de euros no sistema de pensões” e anunciou que vai chamar ao parlamento o decreto-lei que inclui a antecipação de meia pensão em outubro.

Em entrevista ao programa Hora da Verdade da Renascença e do jornal Público, que será divulgada na íntegra na quinta-feira, Luís Montenegro reiterou as acusações que têm sido feitas pelo PSD ao Governo de criar “uma ilusão e um logro” aos pensionistas. “O Governo está a dar em 2022 o que está a retirar em 2023, está a fugir à responsabilidade que compete ao Governo de ajudar os pensionistas com um adicional de rendimento, está a dar zero”, disse.

Luís Montenegro acusou ainda o primeiro-ministro de ter enganado os pensionistas e reformados “de forma intencional”. “Não quero acreditar que o primeiro-ministro não soubesse o que estava a fazer (…) Tem de ficar inequívoco que o Governo e o PS optaram por fazer um corte de mil milhões de euros no sistema de pensões em Portugal”, apontou.

O presidente do PSD disse que “os mil milhões de euros que o Governo se propõe pagar agora vão deixar de estar no sistema de pensões a partir de janeiro de 2023, com consequências para todos os anos subsequentes”. “Em função disso, o PSD apresentou um pedido de apreciação parlamentar desse decreto-lei com a intenção de que possa ser discutida já na próxima semana, no dia 15, em que temos o agendamento potestativo do nosso projeto de resolução sobre as medidas de emergência social”, anunciou.

Considerando que se trata de “matérias conexas”, o líder do PSD disse que a bancada pedirá o arrastamento para essa discussão do pedido de apreciação parlamentar. “E a situação fica clarificada, é importante que o país e os pensionistas saibam o que vai acontecer”, disse.

A apreciação parlamentar permite aos deputados discutir, alterar e, no limite, anular um decreto-lei, diploma que é da responsabilidade do Governo e não passou pela votação na Assembleia da República, caso do diploma do Governo que estabelece medidas excecionais de apoio às famílias para mitigar os efeitos da inflação.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou na segunda-feira à noite – enquanto ainda estava a ser apresentado pelo primeiro-ministro à comunicação social – este decreto-lei que inclui, entre muitas outras medidas, “o pagamento aos pensionistas de 14 meses e meio de pensões, em vez dos habituais 14 meses”, tendo o Governo já anunciado que essa meia pensão adicional será paga em outubro.

No dia 16 de setembro, por sua vez, será discutida no parlamento uma proposta de lei do Governo com medidas de apoio às famílias também anunciadas na segunda-feira, mas que têm de passar obrigatoriamente pela Assembleia da República, entre as quais se inclui um regime transitório de atualização das pensões a aplicar a partir de janeiro do próximo ano e que altera a fórmula atualmente em vigor.

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Concorrência aplica multa de 2,5 milhões à Santa Casa da Misericórdia

AdC aplicou uma multa de 2,5 milhões de euros à Santa Casa da Misericórdia por "operação de concentração sem notificação prévia" ao regulador na compra da sociedade gestora do HCVP.

A Autoridade da Concorrência (AdC) aplicou uma multa de 2,5 milhões de euros euros à Santa Casa da Misericórdia por “operação de concentração sem notificação prévia” ao regulador na compra da sociedade gestora do Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa (HCVP).

Em comunicado, o regulador adianta que em causa está a “aquisição do controlo exclusivo da CVP – Sociedade de Gestão Hospitalar, S.A. (SG CVP), sociedade gestora do Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa”, operação que foi “realizada a 14 de dezembro de 2020”, mas apenas “notificada à AdC, depois de concretizada, a 28 de maio de 2021”.

Estas operações devem ser notificadas à AdC o mais tardar após a conclusão do acordo entre as empresas, mas ainda antes de realizadas”, sinaliza a entidade liderada por Margarida Matos Rosa, referindo que, por isso, a “Autoridade da Concorrência (AdC) sancionou a SCML ao pagamento de uma coima no valor de 2.500.000 de euros”.

Em comunicado, o regulador reforça que a realização de uma operação de concentração sem prévia notificação e decisão da AdC é considerada uma prática grave, punível com coima até 10% do volume de negócios realizado pela empresa infratora no exercício imediatamente anterior à decisão final condenatória proferida pela AdC.

O Hospital da Cruz Vermelha foi inaugurado em fevereiro de 1965, resultando do Hospital de Santo António da Convalescença ou Casa de Saúde de Benfica, mandada construir pela Cruz Vermelha Portuguesa para dar resposta na avaliação, diagnóstico e tratamento dos doentes com graves ferimentos sofridos na Guerra Colonial.

Santa Casa diz não ter violado obrigação de notificação à AdC e vai recorrer

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) defendeu esta quinta-feira não ter violado qualquer obrigação de notificar à AdC a aquisição da sociedade gestora do Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa e vai recorrer ao Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão. “A SCML não violou qualquer obrigação de notificar à Autoridade da Concorrência (AdC) a aquisição da sociedade gestora do Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa”, disse fonte oficial da SCML numa declaração escrita enviada à Lusa.

A SCML refuta a ideia, defendendo que “a decisão da AdC assenta na errónea e insólita interpretação de que as receitas atribuídas pelo Estado à Santa Casa, assim como a muitas outras entidades, para a prossecução de fins públicos (“boas causas”), são “volume de negócios” da Santa Casa”. “Segundo esta lógica da AdC, qualquer instituição de matriz assistencial, IPSS ou organização não governamental que receba contribuições do Estado para promover obras sociais, teria de incluir esses mesmos montantes no seu ‘volume de negócios’”, acrescenta.

A Santa Casa argumenta também que na sua decisão “a AdC ignorou também o facto de se tratar de receitas do Estado geradas por uma atividade realizada em nome desse mesmo Estado e envolvendo o exercício de poderes de autoridade pública”.

Desta forma, indica que “para defender os seus direitos não resta outra opção à Santa Casa que não seja recorrer para o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão, convicta de que se fará justiça e de que esta decisão será anulada”. “Estamos perante uma decisão sem apoio em qualquer precedente judicial ou administrativo e agravada pelo montante desproporcional da coima, muito superior ao que tem vindo a ser aplicado pela AdC em situações similares”, vinca.

(Notícia atualizada a 8 de setembro com reação da Santa Casa)

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Pensionista médio vai perder 250 euros anuais a partir de 2024, diz Bagão Félix

  • Lusa
  • 7 Setembro 2022

"A partir de 1 de janeiro de 2024, a pensão não incluirá a parte do valor da atualização de 2023 a pagar de uma só vez no próximo mês de outubro”, salienta o ex-ministro.

O economista António Bagão Félix estima que os pensionistas vão ter uma perda anual de cerca de 250 euros com a atualização das pensões no próximo ano numa percentagem inferior à que resultaria da fórmula prevista na lei.

Em declarações à Lusa, o antigo ministro da Segurança Social e do Trabalho no Governo liderado por Durão Barroso e ministro das Finanças, no Governo liderado por Santana Lopes, calcula que do lado dos pensionistas ter-se-á “um não recebimento anual sucessivo de 250 euros para uma pensão média” a partir de 2024.

Em causa está a medida anunciada pelo Governo de um complemento extraordinário, pago em outubro, aos pensionistas e que equivale a 50% do valor da pensão que estes auferem, a que se somará uma atualização das pensões, a aplicar no início de 2023, que vai oscilar entre os 4,43% e os 3,53% consoante o valor da pensão. “Por outras palavras, o Governo dá exatamente o que tinha de dar, embora antecipando cerca de metade”, refere António Bagão Félix.

Porém, se não houver alterações, a base da reforma sobre a qual será feita a atualização de 2024 será menor, alerta. “O adiantamento não entra no valor da pensão de 2023. Por isso, a partir de 01 de janeiro de 2024, a pensão não incluirá a parte do valor da atualização de 2023 a pagar de uma só vez no próximo mês de outubro”, salienta. Deste modo, assinala que, partindo do pressuposto que não há alteração da lei vigente, “as pensões serão até ao seu fim, reduzidas de dois valores”.

Por um lado, “o que corresponde ao adiantamento e que não foi incorporado no valor da pensão em 1 de janeiro de 2023” e, por outro, “a redução que resulta de as futuras percentagens de atualização incidirem sobre uma base menor”, exemplificando que “um aumento de 2% sobre 500 euros equivale a 10 euros, mas o mesmo aumento percentual sobre 525 euros é de 10,5 euros”.

Quanto à poupança a nível orçamental para o Estado, assinala que “seria equivalente todos os anos ao que o Governo anunciou que custará o adiantamento: 1.000 milhões de euros, a que acresceria a poupança resultante de as percentagens de atualização se fazerem por valores de base inferior”.

O antigo ministro alerta ainda que o Governo indicou que a atualização em 2024 está dependente de uma Comissão que irá reavaliar a consistência da atual lei – uma vez que recorda estar previsto que “os critérios que determinam a metodologia de atualização das pensões” devem “ser reavaliados de cinco em cinco anos, em função da sua adequação aos objetivos propostos, nomeadamente a evolução do poder de compra das pensões e a sustentabilidade financeira do sistema de Segurança Social” e “a primeira avaliação a que se refere o número anterior tem lugar em 2012” –, mas “seguindo o calendário, a nova eventual revisão deveria ter lugar até ao fim deste ano de 2022 e não, como aparenta dizer o Governo, durante 2023”.

“É previsível que qualquer revisão da lei será no sentido redutor, isto apesar de a Segurança Social estar a ter um confortável saldo orçamental”, defende.

Bagão Félix vinca que “o Governo indicia que a atual lei – de um anterior governo socialista – terá de ser reavaliada face a estas taxas de inflação elevadas”, questionando “se não foi para preservar o poder de compra dos reformados que esta lei foi, e bem, criada”. “Será que só faz sentido para uma inflação pequena? Não esqueçamos que este grupo social não tem fontes alternativas de rendimento suplementar, nem podem ‘fazer greves’”, acrescenta.

O Governo anunciou, no âmbito do pacote de apoios às famílias para responder à inflação, a atribuição de um complemento extraordinário aos pensionistas de invalidez, velhice e sobrevivência do sistema de Segurança Social e os pensionistas por aposentação, reforma e sobrevivência do regime de proteção social convergente, residentes em território nacional.

O subsídio, pago de uma única vez em outubro, corresponderá a 50% do valor total auferido em outubro de 2022 a título pensões ou de complementos por dependência, por cônjuge a cargo, extraordinário de solidariedade ou extraordinário de pensão de mínimos. Excluídos ficam os pensionistas com pensões de valor superior a 12 vezes o indexante de apoios sociais (IAS) – cerca de 5.300 euros.

Apesar de ser pago com a pensão de outubro, este apoio extraordinário será objeto de retenção na fonte do IRS de forma separada – solução que evita que as pessoas em outubro pudessem ‘subir’ na tabela de retenção na fonte e pagar uma taxa de imposto mais elevada. Somada ao pagamento extra de 50% da pensão que é feito em outubro, a atualização de janeiro assegura que cada pensionista receba no próximo ano o valor que resultaria da aplicação integral da lei da atualização das pensões.

O Governo tem justificado a solução desenhada neste pacote de apoios, e no que às pensões diz respeito, com a necessidade de disponibilizar no imediato mais rendimento aos pensionistas (com o pagamento extra de outubro) e de acautelar a sustentabilidade do sistema de Segurança Social.

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Apple lança quatro novos iPhones 14. Aba é dinâmica e bateria “dura todo o dia”

A próxima gama de iPhones terá quatro modelos: os clássicos 14 e 14 Plus e os mais avançados 14 Pro e 14 Pro Max, anunciou a Apple esta quarta-feira. Preços dos topo de gama começam nos 1.349 euros.

A Apple mudou a aba nos novos iPhones 14 Pro e Pro MaxApple

Vêm aí quatro novos iPhones 14. A Apple acaba de revelar que a próxima geração do telemóvel será composta por dois modelos padrão, chamados iPhone 14 e 14 Plus, e dois modelos de gama superior, denominados iPhone 14 Pro e 14 Pro Max. O iPhone 13 mini, lançado no ano passado, não terá sucessor.

Numa altura em que a inflação não dá tréguas às famílias ocidentais, a empresa aposta que estes trunfos vão ser capazes de levar os fãs a atualizarem os seus equipamentos. A Apple tem vindo a diversificar a origem das suas receitas, mas o iPhone, além de continuar a ser o produto mais vendido, é a porta de entrada ao universo de serviços da marca.

Os novos iPhones 14 Pro e 14 Pro Max — com 6,1 e 6,7 polegadas de ecrã, respetivamente — contemplam uma evolução no design do iPhone, com uma aba superior mais arredondada e dinâmica, batizada de Dynamic Island. Por exemplo, a aba expande quando se recebe uma chamada ou usa o Face ID.

Além disso, o ecrã destes novos telemóveis está “sempre ligado”, mesmo quando o aparelho está bloqueado. As câmaras recebem um leque de melhorias incrementais, como vem sendo hábito da Apple de ano para ano. A capacidade da bateria foi aumentada para permitir tudo isto.

O preço do iPhone 14 Pro em Portugal começa nos 1.349 euros, enquanto o do 14 Pro Max começa nos 1.499 euros. Ambos chegam às lojas a 16 de setembro.

As novidades do iPhone 14 ProApple

Em relação aos modelos clássicos, a Apple promete que os novos iPhones 14 e 14 Plus têm baterias que duram “todo o dia”. É verdade que os equipamentos assemelham-se muito aos modelos lançados no ano passado, mas a tecnológica promete várias melhorias, incluindo, novamente, nas câmaras. Por exemplo, a das selfies, agora, é capaz de focar automaticamente a imagem.

Quanto a preços, o iPhone 14, que também tem 6,1 polegadas de ecrã, vai poder ser adquirido a partir de 1.039 euros, enquanto o 14 Plus, com 6,7 polegadas, começa nos 1.189 euros. O primeiro fica disponível a 16 de setembro, mas o segundo só chega a 7 de outubro.

O iPhone 14 e o iPhone 14 PlusApple

Outra novidade é que estes iPhones vão ser capazes de enviar alertas SOS por satélite, em situações de emergência. A empresa argumenta que, em muitos casos, quando acontece um problema grave, não há internet nem rede móvel. Será mais fácil para as autoridades encontrarem alguém que esteja perdido, caso a pessoa peça ajuda desta forma. Mas o serviço é pago e só será disponibilizado em novembro.

No mercado norte-americano, os novos iPhones já não vão suportar cartões SIM físicos. Só será possível adicionar cartões SIM eletrónicos (eSIM), o que pode representar o princípio do fim dos cartões de telemóvel quando a novidade for expandida a um grande número de outros países. Em Portugal, as três principais operadoras já têm cartões eSIM há alguns anos.

Família Watch tem novo Ultra

Os novos modelos do Apple WatchApple

A Apple aproveitou ainda a ocasião para lançar o Watch Series 8, que chega às lojas a 16 de setembro. A empresa continua a expandir o leque de funcionalidades relacionadas com a saúde dos utilizadores – desta vez, um sensor que mede a temperatura do corpo a cada cinco segundos.

Este gadget, a partir de 509 euros, é capaz de detetar o ciclo menstrual e de alertar as autoridades se detetar acidentes graves de viação, podendo ligar automaticamente para a linha de emergência (os novos iPhones também). As pré-encomendas arrancam já esta quarta-feira.

A família Watch recebe ainda um novo membro, o Watch Ultra, uma versão bastante maior e mais musculada do relógio da Apple. É prometida uma autonomia de 36 horas, num equipamento feito a pensar nos mais aventureiros.

Há ainda uma série de novas braceletes, naturalmente mais resistentes, e uma aplicação dedicada aos mergulhadores. O Apple Watch Ultra vai custar 1.009 euros e chega às lojas no próximo dia 23.

O Watch Ultra é o maior relógio da marcaApple

De igual modo, vão ser disponibilizados novos Watch SE, com preços a começar nos 309 euros. A compra de um novo Apple Watch garante três meses de Apple Fitness+ grátis, para tentar captar novos assinantes. É o serviço de treinos por subscrição do relógio da marca, que já está disponível em Portugal há alguns meses, mas que, a partir de agora, vai estar disponível também para quem não tem um Apple Watch.

Por fim, o terceiro produto a merecer a atenção neste evento da Apple foram os auscultadores sem fios da marca. Foi lançada a segunda geração dos AirPods Pro, com estética semelhante ao modelo prévio e novidades incrementais no cancelamento de ruído e na qualidade do som. O preço no mercado português começa nos 299 euros. Chegam às lojas no dia 23 deste mês.

A nova geração de AirPods ProApple

(Notícia atualizada pela última vez às 20h04)

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Portugal é objetivo “número um” para Minas Gerais

  • Lusa
  • 7 Setembro 2022

"É muito claro o nosso objetivo de estabelecer, cada vez mais, proximidade de negócios e fluxos de turistas entre Portugal e Minas Gerais”, afirmou secretário de Estado da Cultura e do Turismo.

O secretário de Estado da Cultura e do Turismo de Minas Gerais garantiu esta quarta-feira à Lusa que Portugal é o “objetivo número um” para aquele Estado brasileiro, no que se refere ao desenvolvimento de negócios e ao turismo.

“É importante saber que Portugal é um objetivo de Minas Gerais muito claro. Nós somos muito parecidos […]. É o nosso objetivo número um, sobretudo, porque temos a conectividade com a Europa em Portugal. É muito claro o nosso objetivo de estabelecer, cada vez mais, proximidade de negócios e fluxos de turistas entre Portugal e Minas Gerais”, afirmou Leônidas de Oliveira, em declarações à agência Lusa.

Apesar de ainda não ter disponíveis os últimos dados referentes à entrada de portugueses em Minas Gerais, o governante adiantou que, no que se refere à conectividade internacional, 60% corresponde a turistas portugueses. Leônidas de Oliveira sublinhou que os principais fatores que contribuem para a atração de turistas portugueses é a proximidade com a cultura mineira, em termos de idioma e património. “Temos quatro cidades património histórico da humanidade do barroco colonial português”, lembrou.

A isto soma-se a gastronomia, sobretudo os queijos, bem como a paisagem natural, com destaque para as cachoeiras e lagos. Para além de turistas, o Estado de Minas Gerais quer atrair investidores portugueses, garantindo que tem um “espaço muito propício” para tal. “Temos um decreto governamental de liberdade económica. Temos todo um procedimento para quem queira investir em Minas Gerais”, assegurou o secretário de Estado da Cultura e do Turismo.

Para isso, este Estado brasileiro está a realizar várias iniciativas em Portugal, como um roadshow (apresentações), que decorre hoje em Lisboa. Esta iniciativa, incluída na campanha promocional ‘Minas destino do ano em Portugal’, promovida em parceria com a Visit Brasil Travel Association (VBRATA) e entidades públicas e empresariais, tem por objetivo apresentar destinos mineiros e os seus respetivos pontos de atração a agentes de viagens, operadores turísticos e à imprensa.

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Vinci compromete-se com “zero emissões” nos aeroportos portugueses em 10 anos

  • Lusa
  • 7 Setembro 2022

“O verão foi muito positivo”, disse o presidente executivo da Vinci Concessions, acrescentado ainda que “Portugal será provavelmente o primeiro país na Europa e no mundo a ter “zero emissões”.

A Vinci Airports comprometeu-se esta quarta-feira em Faro a alcançar até daqui a 10 anos o objetivo de “zero emissões” de gases nocivos para o ambiente nos dez aeroportos que controla em Portugal através da ANA.

Faço o compromisso de que até daqui a 10 anos os aeroportos portugueses/ANA terão zero emissões de carbono”, disse o presidente executivo (CEO) da francesa VINCI Concessions e Presidente da VINCI Airports, Nicolas Notebaert, à margem da cerimónia de atribuição ao Aeroporto de Faro da denominação oficial Aeroporto Gago Coutinho, no quadro das comemorações do bicentenário da independência do Brasil.

Nicolas Notebaert avançou que “Portugal será provavelmente o primeiro país na Europa e no mundo a ter “zero emissões” de gases nocivos para o ambiente nos seus aeroportos. A Vinci Airports, filial do Grupo Vinci, é uma empresa francesa operadora aeroportuária que desde 2013 detém a empresa portuguesa ANA, responsável pela gestão de 10 aeroportos em Portugal Continental (Lisboa, Porto, Faro e Terminal Civil de Beja), na Região Autónoma dos Açores (Ponta Delgada, Horta, Santa Maria e Flores) e na Região Autónoma da Madeira (Madeira e Porto Santo).

Para Nicolas Notebaert é preciso conciliar “mobilidade, turismo e a luta contra as alterações climáticas”, sendo o compromisso ambiental “necessário”: “É por isso que Portugal vai tomar a liderança da eletricidade verde nos aeroportos”, afirmou. O presidente executivo da Vinci Concessions também sublinhou que “o verão foi muito positivo”, “um sucesso para o país [Portugal] em termos turísticos”, sendo intenção da multinacional que lidera “continuar a investir o máximo no país”.

Uma nova central fotovoltaica no Aeroporto de Faro, inaugurada em julho, faz parte de um plano de ação global da Vinci Airports em todos os seus aeroportos, com projetos semelhantes já implementados ou em desenvolvimento noutros países. Este projeto no Algarve irá permitir produzir 30% das necessidades energéticas do aeroporto, gerando uma poupança anual equivalente a mais de 1.500 toneladas de CO2, segundo dados da multinacional francesa.

A cerimónia de atribuição ao Aeroporto de Faro da denominação oficial Aeroporto Gago Coutinho, no quadro das comemorações do bicentenário da independência do Brasil, foi presidida pelo primeiro-ministro português, António Costa, e contou com as presenças do ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, dos chefes de Estado Maior da Armada, Força Aérea e Exército, autarcas e titulares de cargos políticos da região e entidades nacionais da aviação civil e comercial.

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Allianz alerta para riscos associados ao transporte de baterias de iões de lítio

  • ECO Seguros
  • 7 Setembro 2022

Allianz aponta que o transporte de baterias de iões de lítio altamente inflamáveis, componente chave nos veículos elétricos, tem cada vez mais impacto na segurança dos transportes marítimos.

De acordo com o boletim de riscos publicado pela Allianz Global Corporate & Specialty, as baterias de iões de lítio aumentaram o risco de incêndio nos transportes marítimos e são razão principal de perdas avultadas.

O Capitão Rahul Khanna, Chefe Global da Consultoria de Risco Marinho da AGCS destacou que “as perdas na navegação podem ter diminuído mais de metade durante a última década, mas os incêndios a bordo de navios continuam a estar os maiores desafios de segurança para a indústria”.

Randall Lund, consultor de risco marítimo sénior da AGCS, declarou que a combinação de factores como o tamanho dos navios (cada vez maiores) e o transporte de cargas mais perigosas resulta em perdas “astronómicas” para as seguradoras. Os incêndios foram a causa de perdas mais avultadas em relação aos sinistros marítimos em 2021, representando 18% das perdas totais, de 9,2 mil milhões de dólares, de acordo com uma análise de 240 mil sinistros associadas a seguros marítimos ao longo dos últimos cinco anos.

As baterias de iões de lítio danificadas ou defeituosas podem sofrer reações químicas – fugas térmicas – que geram calor e podem incendiar as substâncias circundantes.

O tamanho das embarcações dos contentores e dos porta-aviões torna a deteção e o combate aos incêndios mais complicados. A AGCS lembra que a capacidade dos contentores aumentou cerca de 1.500% desde 1968 e quase duplicou durante a última década.

Segundo o relatório da Allianz, “os incêndios em veículos elétricos com baterias de iões de lítio ardem mais, são mais difíceis de apagar e podem reacender-se espontaneamente horas ou mesmo dias depois de terem sido resolvidos”.

Randall Lund disse que a AGCS emitiu, pela primeira vez, um boletim sobre os riscos colocados pelas baterias de iões de lítio em 2017. A transportadora decidiu dar seguimento ao relatório este mês devido à crescente frequência de sinistros e às perdas registadas.

Atualmente, não existe legislação em vigor para o armazenamento seguro das baterias de iões de lítio. Além disso, os testes de incêndio têm sido limitados porque a tecnologia está em contínua evolução.

O consultor acredita “que as medidas de controlo de perdas irão melhorar com o tempo e que a sensibilização para o risco de incêndios irá aumentar”. As transportadoras de automóveis estão a experimentar “cobertores de incêndio” que podem ser colocados sobre os veículos elétricos com baterias em risco de fuga térmica.

A Allianz aconselha proprietários e gestores a assegurar que o pessoal e a tripulação dos transportes recebam formação adequada e tenham acesso a equipamento de combate a incêndios apropriado. As empresas devem também procurar melhorar os sistemas de deteção precoce e desenvolver planos de controlo de riscos e de emergência.

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Câmara de Lisboa quer congelar rendas da habitação municipal durante 2023

  • Lusa
  • 7 Setembro 2022

Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, diz que medida que pretende responder à inflação e que beneficiará “cerca de 21 mil famílias”.

O presidente da Câmara de Lisboa defendeu esta quarta-feira o congelamento dos preços da habitação municipal, inclusive do arrendamento apoiado e da renda acessível, durante 2023, medida que pretende responder à inflação e que beneficiará “cerca de 21 mil famílias”. “Não nos podemos esquecer que a Câmara Municipal de Lisboa é o maior senhorio do país. O que queremos com esta medida é dar às pessoas a garantia de que as rendas das suas casas não vão sofrer qualquer aumento durante o próximo ano”, afirmou Carlos Moedas (PSD), em declarações à agência Lusa.

A proposta de não aumentar as rendas de habitação municipal foi anunciada na terça-feira pelo presidente da Câmara de Lisboa, numa entrevista ao canal de televisão CMTV, a qual, depois, partilhou nas suas redes sociais, com a mensagem de que “combater a inflação é estar ao lado das famílias”.

“Penso que esta proposta procura transmitir ao máximo uma mensagem de apoio e segurança num momento difícil, de grande instabilidade e receio por parte de uma larga maioria da população”, referiu à Lusa o autarca de Lisboa, explicando que o congelamento das renda de habitação municipal é uma questão de justiça social, representando “menos um motivo de preocupação para tantas famílias que sentem o medo e o receio pelo aumento acentuado dos preços a todos os níveis”.

Carlos Moedas realçou que a Câmara de Lisboa, à semelhança de “muitas outras autarquias deste país”, vai estar na linha da frente do apoio aos que mais necessitam. Relativamente à medida na área da habitação municipal, o social-democrata disse que “é um sinal muito importante para a cidade”, de que todos os inquilinos residenciais da Câmara Municipal de Lisboa, inclusive dos programas de arrendamento apoiado e de renda acessível, não vão sofrer qualquer subida de preços. “Estamos a falar de um universo total de cerca de 21 mil famílias que vão beneficiar desta medida”, revelou.

Antes do anúncio de Carlos Moedas, o movimento político Cidadãos por Lisboa, que conta com uma eleita no executivo municipal, a vereadora Paula Marques (eleita pela coligação PS/Livre), defendeu, na sexta-feira, que a câmara não deve transpor a inflação geral para as rendas municipais, mas sim recusar a atualização anual do valor da habitação, que aponta para “uma subida de 5,4%”.

“Se os salários não acompanham a inflação, por que razão a acompanham as rendas?”, questionou o movimento Cidadãos por Lisboa, lançando o repto para que as rendas municipais não fossem aumentadas no próximo ano. Para combater a inflação, além desta medida na habitação municipal, Carlos Moedas destacou a gratuitidade nos transportes públicos para jovens e idosos residentes em Lisboa, que permite “ajudar de forma universal muitas famílias”.

Queremos fazer mais. Temos em estudo mais hipóteses de apoios, mas teremos tempo para as apresentar e consolidar como é o caso dos cuidados de saúde para os mais idosos”, assegurou o autarca de Lisboa. Na segunda-feira, o primeiro-ministro, António Costa, apresentou um conjunto de medidas para responder ao aumento de preços, entre as quais está um travão à subida das rendas em 2023, limitando o aumento a 2%, acompanhado de uma vertente fiscal para mitigar o impacto da medida junto dos senhorios.

O pacote de medidas de apoio aos rendimentos das famílias ascende a 2,4 mil milhões de euros e inclui ainda a redução do IVA no fornecimento de eletricidade dos atuais 13% para os 6% até dezembro de 2023, a atribuição de um pagamento extraordinário no valor de 125 euros a cada cidadão não pensionista com rendimento até 2.700 euros brutos mensais e, a todas as famílias, independentemente do rendimento, um pagamento extraordinário de 50 euros por cada descendente até aos 24 anos que tenham a seu cargo.

Os pensionistas vão receber 14 meses e meio de pensões, em vez dos habituais 14 meses, sendo a meia pensão extra paga em outubro. Foram igualmente anunciados aumentos das pensões, em 2023, de 4,43% para pensões até 886 euros, de 4,07% para pensões entre 886 e 2.659 euros, e de 3,53% para as outras pensões sujeitas a atualização.

 

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Base de cálculo das pensões para o futuro “é que é o problema”, diz Marcelo

  • Lusa
  • 7 Setembro 2022

"O que preocupa as pessoas é saber depois qual é a base de cálculo" para o futuro, disse o Presidente da República, de visita ao Brasil.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou esta quarta-feira, a propósito dos pagamentos aos pensionistas anunciados pelo Governo, que a base de cálculo das pensões para o futuro “é que é o problema”. Marcelo Rebelo de Sousa, que respondia a perguntas dos jornalistas num hotel em Brasília, realçou, contudo, que esta matéria ainda irá a debate na Assembleia da República.

Segundo o chefe de Estado, “há duas realidades” a ter em conta e a primeira é “saber se, sim ou não, é possível decompor aquilo que seria o aumento do ano que vem de forma a que se antecipe, atendendo à situação difícil vivida por muitos portugueses, uma parte do pagamento”.

Outra coisa, que é o que preocupa as pessoas é saber depois qual é a base de cálculo” para o futuro, prosseguiu, considerando que “esse é que é o problema: se é apenas aquilo que é metade do total ou se é o bolo total”. O Presidente da República salientou que “essa questão vai ser discutida ainda” no parlamento, que irá decidir sobre a proposta de lei através da qual o Governo propõe “aumentos das pensões, em 2023, de 4,43% para pensões até 886 euros, de 4,07% para pensões entre 886 e 2.659 euros; e de 3,53% para as outras pensões sujeitas a atualização”.

Marcelo Rebelo de Sousa observou que já está em curso “um debate preliminar” sobre este assunto, que voltará a ser discutido “inevitavelmente” quando for apresentado o Orçamento do Estado: “Portanto, ainda temos três momentos de discussão sobre isso”.

Segundo o primeiro-ministro, António Costa, se fosse aplicada a fórmula legal, os aumentos das pensões em 2023 seriam de 7,1% e 8%, mas nenhum pensionista será prejudicado nos seus rendimentos no próximo ano, graças ao suplemento extraordinário que irão receber em outubro, equivalente a meio mês de pensão.

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