Douro antecipa campanha com menos vinho do Porto, mas qualidade “excecional”

  • Lusa
  • 6 Setembro 2022

Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto antecipa campanha com menos vinho do Porto e "aquém" da de 2021. Mas acredita que a qualidade vai ser “excecional”.

O presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), Gilberto Igrejas, antecipou, esta terça-feira, um decréscimo na produção de vinho do Porto, mas está convencido de que a qualidade “será excecional”. Imprevisibilidade é, segundo disse à Lusa, o que está a caracterizar a campanha de 2022, marcada pelas consequências da seca que ainda não é possível quantificar, mas que poderão traduzir-se num montante superior aos “valores iniciais estimados de cerca de 25% a 30%” de quebra na produção.

“Seguramente que aquilo que vamos ter não vai atingir a produção do ano passado. Iremos ficar aquém”, frisou Gilberto Igrejas. Há, contudo, sustentou, “uma limitação na produção que é proveniente da seca. E a Região Demarcada do Douro vai sentir esse decréscimo ao nível da quantidade de quilogramas de uvas e de pipas de vinhos do Douro e do Porto que vão ser produzidas”.

Já em termos de qualidade dos vinhos, o presidente do IVDP garantiu que não há “qualquer informação de que possa ser prejudicada, bem antes pelo contrário”. Mais, argumentou o responsável: “Estamos convencidos de que, no caso do vinho do Porto, a qualidade será excecional, pois foi um ano agrícola ausente de doenças e isso de alguma forma, vai valorizar seguramente o produto”.

As vindimas arrancaram há cerca de uma semana na região demarcada e nesta altura encontram-se já a laborar diariamente “mais de 110 centros de vinificação” para onde há foram encaminhados 12 milhões de quilogramas de uvas colhidas, o equivalente a cerca de 17 mil pipas de vinho. Na anterior campanha de 2021, o saldo final foi de 230 mil pipas, segundo o responsável.

No final de mês de setembro e meados de outubro, aí sim, poderemos ter com realidade o valor correto da produção agrícola deste ano”, indicou.

Gilberto Igrejas destacou que também as expectativas nas vendas de “um cenário positivo na comercialização dos vinhos do Douro e do Porto para o ano de 2022”, depois de, no ano passado, as exportações terem ficado “muito acima do que era expectável”.

A Região Demarcada do Douro é responsável por “70% das exportações de vinhos com Denominação de origem Protegida (DOP)” portugueses e a procura do mercado nacional permitiu ultrapassar este ano o abrandamento nas exportações motivado pela conjuntura internacional.”

“O abrandamento que nós tivemos nas exportações, fruto da invasão da Ucrânia pela Rússia, levou a que a parte do nacional conseguisse ter superado a parte do internacional do ano 2021 e, com isso, temos até um ligeiro acréscimo da comercialização dos vinhos do Douro e do Porto no seu total”, apontou. Segundo explicou, o aumento da procura nacional “ainda não é tanto devido ao consumo por parte dos consumidores portugueses do vinho do Porto, mas é ainda uma boa quota de consumo pelos turistas”.

“Importa, por isso, continuarmos a desenvolver uma política de proximidade e de aproximação com o público mais jovem, por forma a que se sinta motivado a consumir de forma moderada e regrada os vinhos do Porto que desconhece”, afirmou. Além de, acrescentou, “continuar as ações de educação do próprio público português no sentido do consumo do vinho do Porto que ainda é desconhecido ao nível das categorias, dos estilos que se vai tendo em termos de comercialização”.

Este é um dos propósitos das celebrações do Dia do Vinho do Porto, que arrancam no sábado e se prolongam até novembro para “mostrar a evidência daquilo que é a primeira região regulamentada e delimitada do Douro”, criada a 10 de setembro de 1756. Precisamente no sábado são entregues quatro distinções nas áreas da Enologia, Viticultura, Enoturismo e Revelação.

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Prazo para conclusão do caso BES pode vir a ser alargado? Conselho está a avaliar

Maior processo da justiça portuguesa passou para um juiz auxiliar com quatro anos de magistratura e sai das mãos de Ivo Rosa. CSM justfica este afastamento devido ao "movimento de juízes".

O prazo que tinha sido dado pelo Conselho Superior da Magistratura (CSM) para Ivo Rosa terminar a fase da instrução do caso BES de oito meses (que terminaria em fevereiro de 2023) pode agora vir a ser alargado, já que o processo saiu das mãos de Ivo Rosa para as mãos do juiz auxiliar e substituto Pedro dos Santos Correia. Segundo o que fonte do CSM explicou ao ECO, esse prazo pode agora vir a ser “reavaliado”.

O CSM deu, a 1 de Junho deste ano, ao juiz Ivo Rosa um prazo de oito meses para terminar a fase de instrução do processo BES/GES, que tem como principal arguido o ex-banqueiro Ricardo Salgado. “Este é o prazo considerado adequado [oito meses], porquanto o prazo legal de quatro meses é manifestamente insuficiente atenta a complexidade e dimensão do processo”, referiu, na altura, o CSM.

Na resposta, a mesma fonte afirma que “o pedido de aceleração processual do processo [BES/GES] foi parcialmente deferido, tendo o CSM fixado um prazo de oito meses a partir da notificação da deliberação para que seja terminada a fase de instrução”.

Logo quinze dias depois, um grupo de 27 advogados — todos eles de arguidos ou assistentes no caso BES — tomaram uma posição pública face a este prazo.

O grupo de advogados — onde se incluem nomes sonantes como Paulo Saragoça da Matta, Raul Soares da Veiga, João Medeiros, Francisco Proença de Carvalho — advogado de Ricardo Salgado — Tiago Rodrigues Bastos e Rui Patrício, entre outros — “a decisão do CSM que está em causa, isto é, a fixação de um prazo para a instrução, é ilegal, e é-o por várias razões, sendo certo que acarreta uma interferência inadmissível por parte do CSM na função jurisdicional – por definição, soberana e independente – dos Juízes”, pode ler-se na carta, a que o ECO teve acesso e que terá sido enviada para o mesmo CSM.

Criticando de forma objetiva “quem, no país, encare certos processos de forma diferente de outros, e certos Juízes de maneira diversa de outros. Não é o caso dos signatários, que não pessoalizam nem individualizam processos nem Juízes, no que diz respeito à aplicação dos princípios e das regras. Pode ser que o que sucedeu tenha ocorrido por se tratar deste processo. Pode ser; os signatários não sabem”.

E sublinham que esta é uma decisão “que visa um concreto Juiz” e relativa a um “concreto processo (e, aliás, também visa e tem em conta que se trata “deste concreto processo”, como é obvio), exercendo sobre ele uma objetiva pressão e imiscuindo-se seriamente na função jurisdicional”, ela constitui “um atentado aos princípios de um Estado de Direito Democrático, quer na vertente da independência do Juiz, quer na perspetiva do direito dos sujeitos processuais a um processo justo e equitativo”.

O caso Universo BES/GES passará para as mãos de Pedro dos Santos, juiz auxiliar com apenas dois anos de experiência e que recentemente foi colocado no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, em substituição do juiz presidente da comarca de Lisboa, Artur Cordeiro.

Segundo a decisão, a que o ECO teve acesso, “tendo saído o Sr. Juiz Ivo Rosa do Juízo 2, o processo BES/GES, continua no respetivo juízo e será tramitado pelo Sr. Juiz aí colocado a exercer funções”.

Porém, segundo sabe o ECO, todos os actos instrutórios até agora feitos por Ivo Rosa, serão aproveitados e a instrução mantém-se no mesmo caminho. A saída de Ivo Rosa deve-se assim ao movimento de juízes, embora Ivo Rosa não possa ainda ser colocado na Relação, já que tem um processo disciplinar contra si pendente.

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Brent cede mais de 2% com receios de aperto na procura

A cotação do Brent recua mais de 2%, numa altura em que as preocupações relativas à procura e a perspetiva de novas subidas das taxas de juro centram as atenções. 

A cotação do barril de Brent está a recuar mais de 2% na sessão desta terça-feira, após dois dias consecutivos a subir, numa altura em que as preocupações relativas à procura e a perspetiva de novas subidas das taxas de juro centram as atenções.

Pelas 17h28, o barril de Brent, que serve de referência às importações nacionais, recuava 2,44% para 93,37 dólares, enquanto o WTI, negociado em Nova Iorque, valorizava 0,49% para 87,30 dólares. Na sessão anterior, as cotações de petróleo nos mercados internacionais chegaram a disparar mais de 3%, após a OPEP+ ter anunciado que vai cortar a oferta de crude em cerca de 100 mil barris por dia em outubro.

Este desempenho acontece numa altura em que o confinamento decretado na cidade chinesa de Chengdu, renova os receios de que a escalada da inflação e a subida das taxas de juro provoque uma diminuição da procura de crude. Na quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) deverá anunciar uma subida das taxas de juro em 50 pontos base ou superior, isto já depois do aumento de 50 pontos em julho, numa tentativa de conter a escalada da inflação.

Por outro lado, os dados relativos à atividade dos serviços nos Estados Unidos alimenta as expectativas de a Fed continuar a aumentar as taxas de juro, o que poderá desencadear uma recessão e reduzir a procura por esta matéria-prima.

“As notícias da OPEP+ estão agora no mercado e o foco mudou temporariamente para as preocupações económicas e inflacionárias, nomeadamente dois fatores relevantes que são os bloqueios prolongados na sequência do aumento de casos Covid na China e a decisão do BCE sobre as taxas de juro BCE na quinta-feira”, resume Tamas Varga, da corretora de petróleo da PVM, citada pela Reuters.

Desde o início da invasão da Rússia à Ucrânia, que os preços do petróleo têm estado sob alta volatilidade, tendo chegando a cotar acima dos 120 dólares por barril em março. Os receios relativos a uma recessão global, os constrangimentos na oferta, provocados pelo embargo ao petróleo russo, e outros fatores têm condicionado os preços em ambos os sentidos.

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Espanha alarga “mecanismo ibérico” a indústrias de “grande consumo”

  • Lusa
  • 6 Setembro 2022

Indústrias de cerâmica, os têxteis, o papel, o setor químico ou os fertilizantes vão passar a ser abrangidas pelos benefícios do mecanismo ibérico, anunciou Pedro Sanchez.

Espanha vai alargar o designado “mecanismo ibérico” que impõe um teto ao preço de gás comprado para produzir eletricidade a indústrias com instalações de cogeração muito dependentes do gás, anunciou hoje o primeiro-ministro Pedro Sánchez.

A medida vai abranger indústrias como a cerâmica, os têxteis, o papel, o setor químico ou os fertilizantes, que representam 20% do Produto Interno Bruto (PIB) Industrial de Espanha e que desta forma, face à escalada dos preços da energia, “vão poder continuar a operar e a garantir o emprego”, afirmou Sánchez, num debate no Senado espanhol.

“Vamos aprovar uma exceção para as instalações de cogeração das indústrias com grande consumo de gás permitindo que de forma temporária fiquem cobertas pelo mecanismo ibérico. Trata-se de uma medida excecional para tempos excecionais como os que estamos a viver que foi pedida pela própria indústria“, disse o líder do Governo espanhol, uma coligação do partido socialista (PSOE) com a plataforma de partidos de esquerda Unidas Podemos.

Sánchez reiterou que o “mecanismo ibérico”, uma exceção na União Europeia, negociada com Bruxelas por Portugal e Espanha, que separa o preço do gás no mercado grossista do preço da eletricidade cobrado aos consumidores pelas empresas elétricas, tornou as faturas da luz 15% mais baratas para espanhóis e portugueses em relação ao que seriam se não existisse este instrumento.

“Em pouco mais de três meses”, o “mecanismo ibérico”, em vigor desde 14 de junho, originou “uma poupança de dois mil milhões de euros” às famílias e empresas em Espanha, afirmou.

O primeiro-ministro lembrou as medidas de apoio a famílias e empresas que o Governo espanhol tem adotado desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro, e disse que superam já os 30 mil milhões de euros, mais de 2% do PIB de Espanha, que é o quarto país da União Europeia que “proporcionalmente mobilizou “mais recursos” em “defesa da classe média trabalhadora”.

Entre as medidas adotadas nestes meses e hoje lembradas por Sánchez estão a redução de mais de 80% dos impostos globais sobre a eletricidade, a descida para 5% do IVA (imposto sobre o consumo) da eletricidade e do gás, o desconto direto de 20 cêntimos por litro na compra de combustíveis, o reforço de bolsas de estudo, os descontos e gratuitidade de passes de transportes públicos ou a distribuição de um cheque de 200 euros a famílias com menores rendimentos.

A inflação em Espanha está acima dos 10%, segundo os dados e estimativas oficiais relativos aos aumentos dos preços nos meses de julho e agosto, comparando com 2021.

Sánchez reiterou hoje que a expectativa das instituições financeiras nacionais e internacionais é que a inflação desça nos próximos meses e que Espanha feche o ano de 2022 com uma taxa média de 8% no conjunto do ano.

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Governo vai isentar 9% dos rendimentos dos senhorios para os compensar pelo travão nas rendas

O Governo vai isentar 9% dos rendimentos prediais dos senhorios para os compensar do travão que vai colocar nas rendas, apurou o ECO. No arrendamento de longa duração as isenções serão maiores.

O pacote de ajuda às famílias apresentado esta segunda-feira pelo Governo prevê, entre outras coisas, um travão ao aumento das rendas em 2023. Assim, em vez de uma atualização do valor das rendas de 5,43% em janeiro, os senhorios não vão poder aumentar as rendas mais do que 2%.

Mas o Governo prometeu ajudar os senhorios em sede fiscal para os compensar pela perda. Em vez de mexer no valor da taxa de IRS ou IRC paga pelos senhorios, o Governo vai mexer na fatia do rendimento tributável. O ECO teve acesso à redação desta medida que prevê uma isenção de 9% nos rendimentos prediais no caso do arrendamento tradicional.

“Para efeitos de imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS), a determinação dos rendimentos prediais decorrentes de contratos de arrendamento enquadráveis na categoria […] obtém-se através da aplicação do coeficiente de 0,91 após as deduções”, lê-se na proposta do Governo.

O que é que isto quer dizer? Atualmente, ao valor da renda bruta subtraem-se as deduções como o valor do condomínio ou do IMI e obtêm-se um rendimento predial tributável. A este rendimento é cobrado atualmente uma taxa de 28% sobre 100% desse rendimento predial tributável. Com a alteração na lei proposta agora pelo Governo, em vez de 100%, só 91% desse rendimento predial tributável é que será alvo da aplicação da taxa de 28%.

No caso do arrendamento de longa duração, que beneficia de taxas mais baixas, a isenção será naturalmente maior.

  • Uma taxa de 26% terá um coeficiente de apoio 0,90 (ou seja, 10% do rendimento predial não é tributável),
  • Uma taxa de 24% terá um coeficiente de apoio 0,89,
  • Uma taxa de 23% terá um coeficiente de apoio 0,89,
  • Uma taxa de 22% terá um coeficiente de apoio 0,88,
  • Uma taxa de 20% terá um coeficiente de apoio 0,87,
  • Uma taxa de 18% terá um coeficiente de apoio 0,85,
  • Uma taxa de 16% terá um coeficiente de apoio 0,82,
  • Uma taxa de 14% terá um coeficiente de apoio 0,79,
  • Uma taxa de 10% terá um coeficiente de apoio 0,70.

Para as empresas que arrendam casas também haverá uma redução de 13% no valor do rendimento que será alvo de tributação em sede de IRC.

Os coeficientes de apoio aplicam-se apenas a rendas que, cumulativamente:

a) Se tornem devidas e sejam pagas em 2023,

b) E as que emerjam de contratos de arrendamento em vigor antes de 1 de janeiro de 2022.

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Greenvolt com lucros de 1,2 milhões no primeiro semestre de 2022

A energética liderada por João Manso Neto registou lucros de 1,2 milhões de euros no primeiro semestre, traduzindo-se num aumento de 17% quando comparado com o período homólogo.

A Greenvolt fechou o primeiro semestre com lucros de 1,2 milhões nos primeiros seis meses, tratando-se de um crescimento de cerca de 17% quando comparado com o período homólogo do ano passado.

Segundo o relatório e contas divulgado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), esta terça-feira, a energética liderada por João Manso Neto registou um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 36,8 milhões (uma subida homóloga de 248%) e receitas totais na ordem dos 113,3 milhões de euros – uma subida de 170% quando comparada com o primeiro semestre de 2021.

“Os resultados do primeiro semestre de 2022 são alicerçados na unidade de negócio de biomassa residual e no reforço do investimento nas áreas com maior potencial de crescimento, como sejam o desenvolvimento de projetos solares fotovoltaicos e eólicos, bem como a geração distribuída”, lê-se na nota assinada pelo CEO da empresa energias renováveis.

No segmento da produção de energia elétrica através de biomassa, exclusivamente proveniente de resíduos, registaram-se receitas de 41,4 milhões de euros, um crescimento de cerca de 99% face ao segundo trimestre de 2021, enquanto o EBITDA recorrente deste segmento ascendeu a cerca de 19,4 milhões, o que se traduz num crescimento de aproximadamente 161%. A energética nota, no entanto, que “caso a paragem da TPG [uma central no Reino Unido com cerca de 42 megawatts (MW) de potência] não tivesse ocorrido, o EBITDA neste trimestre teria ascendido a 22,8 milhões”. A paragem foi de 18 dias, explica o comunicado.

Já no segmento de energia renovável solar fotovoltaica e eólica, a Greenvolt detém cerca de 229 MWp (megawatts peak) em projetos em operação e em construção — 45 MWp em operação na Roménia; 184 MWp em construção em Portugal e na Polónia. “Em termos de pipeline de projetos, este ascende a 6,7 GW em 10 geografias. O pipeline de projetos em fase avançada ascende a 2,9 GW até final de 2023, um aumento de 45% face ao final de 2021”, escreve o comunicado.

No segundo trimestre as receitas ascenderam a cerca de 6,1 milhões de euros, relacionadas com vendas de energia de parques em operação e com serviços de gestão de ativos, enquanto o EBITDA, excluindo custos de transação, foi negativo em cerca de 1,4 milhões de euros. Em termos semestrais, as receitas totais do segmento ascenderam a 8,3 milhões de euros e o EBITDA excluindo custos de transação a menos 4,3 milhões de euros, “o que denota uma melhoria operacional durante o segundo trimestre do ano”.

A Greenvolt revela ainda que, no segundo trimestre, “verificou-se uma maior execução de projetos”, tendo sido concluída a instalação de 11,6 MWp naquele período (ou 17,2 MWp no segundo semestre semestre). Até ao fim de junho de 2022, a energética contava com instalações e contratos assinados que totalizavam 94,9 MWp, tanto em Portugal como em Espanha. Neste âmbito, as receitas do segundo trimestre ascenderam a cerca de 9,2 milhões de euros, tendo o EBITDA sido negativo em cerca de 1,2 milhões, dada a fase de aceleração e expansão em que o segmento se encontra. Em termos semestrais as receitas fixaram-se em 15 milhões de euros, enquanto o EBITDA foi negativo em 1,5 milhões.

GV emite dois empréstimos obrigacionistas de 85 milhões de euros

De acordo com o relatório e contas, a dívida financeira líquida da Greenvolt ascendia a 290,1 milhões de euros, no final de junho de 2022, “sendo que as linhas de caixa e equivalentes eram de 279,3 milhões”.

Durante o segundo trimestre de 2022, a empresa liderada por João Manso Neto emitiu dois empréstimos obrigacionistas no total de 85 milhões de euros. O primeiro num montante de 50 milhões, com maturidade de dois anos e cupão variável (posteriormente fixado, durante o mês de julho). E um segundo empréstimo num montante de 35 milhões de euros, com uma maturidade de três anos e um cupão variável.

A nota refere ainda que, neste terceiro trimestre, a Greenvolt concluiu com sucesso um aumento de capital de 100 milhões de euros, em julho, sendo que, em setembro, a dívida da Greenvolt recebeu o seu primeiro rating de BBB-, com Outlook Estável, atribuído pela EthiFinance.

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“Juntos podemos enfrentar a tempestade”, diz nova primeira-ministra britânica

No primeiro discurso como primeira-ministra britânica, em frente ao número 10 de Downing Street, Truss definiu três prioridades para o seu mandato, entre as quais "restaurar a economia".

A nova primeira-ministra do Reino Unido fez esta terça-feira o seu primeiro discurso, onde enalteceu o legado de Boris Johnson e elencou os desafios que os britânicos têm pela frente. Liz Truss disse ser “altura de enfrentar os problemas” e “restaurar a economia” do país.

Liz Truss chegou ao número 10 de Downing Street e iniciou o seu primeiro discurso enquanto primeira-ministra do Reino Unido salientando o papel de Boris Johnson. “A história vai vê-lo como um grande primeiro-ministro”, disse a governante, referindo que Boris trouxe aos britânicos o Brexit, a vacina contra a Covid e ainda enfrentou a Rússia no meio da invasão à Ucrânia. “Foi um primeiro-ministro extremamente consequente”, disse.

Mas agora “é altura de enfrentar os problemas” e, para isso, é preciso construir estradas e casas, trazer mais investimento e bons empregos. “Precisamos de empregos bem pagos, estradas seguras e de reduzir os encargos sobre as famílias”, acrescentou, afirmando acreditar que o Reino Unido “tem o que é necessário para enfrentar os desafios”. “Não vai ser fácil, mas vamos conseguir”, disse.

Liz Truss enalteceu ainda a importância de se “acreditar na liberdade” e lutar “pela democracia em todo o mundo”. “Não teremos segurança em casa se não tivermos [segurança] no mundo”, apontou.

Assim, para este mandato, a nova primeira-ministra elencou três prioridades: “Fazer crescer a economia através de reformas e cortes de impostos”, “adotar ações já esta semana para lidar com as faturas da energia” e “oferecer consultas médicas” às famílias.

Não podemos ser amedrontados pelos desafios. Temos enormes reservas de talento e estou confiante que juntos podemos enfrentar a tempestade”.

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Medidas do Governo são “remendos” nos bolsos dos portugueses, diz Fesap

  • Lusa
  • 6 Setembro 2022

"O Governo revelou uma série de medidas paliativas que apenas ‘aliviam a dor’ provocada pelo aumento galopante dos preços dos bens e dos serviços", refere a nota da Fesap.

A Federação de Sindicatos da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesap) disse esta terça-feiraque as medidas apresentadas pelo Governo para atenuar os efeitos da inflação são “’remendos’ nos bolsos dos portugueses”.

Em comunicado, a Fesap disse que o pacote de medidas para apoio aos rendimentos das famílias para atenuar os efeitos da inflação, “pomposamente anunciadas pelo Governo, na segunda-feira, 05 de setembro, não podem ser qualificadas como mais do que meros ‘remendos’ nos bolsos dos portugueses”.

“Não tendo avançado qualquer palavra sobre a evolução dos salários dos trabalhadores em geral e, em particular, dos trabalhadores da Administração Pública, contrariando a ideia transmitida de que pretende induzir previsibilidade na vida dos portugueses, o Governo revelou uma série de medidas paliativas que apenas ‘aliviam a dor’ provocada pelo aumento galopante dos preços dos bens e dos serviços, sendo particularmente grave o facto de o Governo mascarar de ‘bónus’ aquilo que, na prática, representará uma redução dos valores das pensões a pagar a partir de 2024”, indicou a Fesap, na mesma nota.

A Federação defendeu que “o que foi anunciado não foi o cumprimento da fórmula de cálculo das atualizações das pensões para 2023 previsto na lei, mas sim o inverso, ou seja, a institucionalização do rompimento da fórmula, reduzindo em cerca de 4% o valor do aumento das pensões para o próximo ano, o que, logicamente, terá impacto negativo e cumulativo no futuro, nos aumentos que venham a verificar-se em 2024 e anos subsequentes, já que esses incidirão sobre uma base de cálculo inferior do que aquela que seria utilizada se essa fórmula fosse de facto cumprida e o aumento das pensões para 2023 se viesse a situar em torno dos 8%”.

Para a Federação, “o apoio dado aos cidadãos e seus dependentes, de 125 euros por cidadão não pensionista com rendimentos inferiores a 2.700 euros mensais, e de 50 euros por cada dependente a cargo (até aos 24 anos de idade), além de representar a devolução de uma pequena parte do que o Governo vem arrecadando em receitas extraordinárias provenientes dos impostos por via do aumento dos preços dos bens e dos serviços, representa também um pequeno ‘penso rápido’ que rapidamente deixará de fazer efeito, já que não é previsível que os valores da inflação e do custo de vida se reduzam de forma significativa nos tempos mais próximos”.

A Fesap considera ainda “que o aumento do custo de vida afeta transversalmente a sociedade portuguesa, tornando mais difícil a vida dos reformados, pensionistas e trabalhadores no ativo, pelo que não pode aceitar que não sejam destinadas medidas mais musculadas e justas a quem vive do seu salário”, exigindo que “seja assumido o compromisso de que o Orçamento do Estado para 2023 garantirá que nenhum trabalhador perderá poder de compra por via do impacto negativo da inflação no valor real dos salários”.

O Governo apresentou esta segunda-feira um pacote de medidas para apoiar os rendimentos devido ao aumento da inflação, que incluem o pagamento extra de meia pensão, que será efetuado em outubro e um apoio de 125 euros que vai ser dado a todos residentes não pensionistas com um rendimento mensal bruto até 2.700 euros.

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Galp cai mais de 3% e põe PSI a fechar em baixa

Principal praça portuguesa fechou em terreno negativo penalizada pelo setor energético, seguindo o comportamento da congénere espanhola.

O PSI terminou a segunda sessão da semana em terreno negativo. A principal praça financeira portuguesa cedeu 0,63%, para 5.966,59 pontos, muito pressionada pela desvalorização da Galp e restantes cotadas do setor energético.

Entre as 15 cotadas, cinco fecharam em terreno positivo, três estabilizaram (Greenvolt, Sonae e Altri) e ainda houve sete que perderam valor.

As ações da Galp deslizaram 3,05%, para 10,955 euros, num dia em que a cotação do barril de petróleo de Brent está a perder mais de 3% nos mercados internacionais. Esta terça-feira foi o dia seguinte ao anúncio do corte de produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+).

Também na energia, a EDP Renováveis perdeu 1,33% (23,79 euros), a REN cedeu 0,95% (2,62 euros), a EDP caiu 0,54% (4,775 euros).

Em sentido contrário, as ações da Semapa tiveram o melhor desempenho da sessão, ao somarem 1,74% (14 euros por ação). Também valorizaram, em 0,34%, os títulos do BCP (14,65 cêntimos), dos CTT (3,26 euros), da Jerónimo Martins (22,10 euros) e da NOS (3,666 euros).

Nas restantes praças europeias, o dia teve vários ritmos: em Espanha, o IBEX 35 caiu 0,26% (7.842,2 pontos); o italiano MIB não registou variação (21.480,61 pontos); o francês CAC 40 somou 0,19% (6104,61 pontos); o FTSE 100 cresceu 0,18% (7.300,44), no dia da indigitação da nova primeira-ministra, Liz Truss.

O índice Stox 600, que engloba as 600 maiores cotadas europeias, cresceu 0,21%, para 414,38 ponto.

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Estas são as marcas de seguros mais poderosas e valiosas no mundo

  • ECO Seguros
  • 6 Setembro 2022

O estudo da consultora Brand Finance lista há 25 anos as marcas mais poderosas e encontra o valor de cada uma. Muitas estão presentes em Portugal. Marcas Italianas e uma espanhola surpreendem.

A italiana UnipolSai é a marca de seguros mais forte do mundo com classificação AAA+ atribuída pela consultora Brand Finance que determina a força relativa das marcas através de um balanced scorecard de métricas que avaliam o investimento em marketing, a opinião de stakeholders e o desempenho dos negócios. Seguindo a norma ISO 20671 de Avaliação de marcas, incorpora dados próprios de estudos de mercado com mais de 100.000 entrevistados, em mais de 35 países, colocando à prova 5.000 das maiores marcas do mundo em 30 diferentes setores de atividade.

No caso dos seguros a Brand Finance apurou que a italiana UnipolSai, cuja marca vale 3,1 mil milhões de dólares, sendo apenas a 48ª do ranking das mais valiosas é, no entanto, considerada como única marca de seguros no com classificação AAA+ que corresponde a um índice de força da marca (BSI) correspondente a uma pontuação de 89,6 em 100 possíveis.

Segundo a consultora, a UnipolSai beneficia de avaliações favoráveis ​​dos stakeholders e, ao contrário de outras grandes marcas, apenas atua em Itália, enquanto marcas chinesas e norte americanas se desenvolvem em regiões multiétnicas.

A espanhola Mapfre, dispersa por todo o mundo exceto em África, surge como a 6ª marca mais forte a nível mundial que entre os 2º e o 5º da classificação conta com a Posteitaliane, outra italiana a coreana Samsung Vida, e a indiana LIC . Completam este top 10 a filial chinesa da Prudential, a também chinesas Ping An e China Pacific (CPIC) e depois, fechando as 10 marcas mais fortes, está a Progressive, a líder do ramo automóvel nos Estados Unidos.

Marca Ping An vale 42,9 mil milhões de dólares

A componente de marca mais forte pertence a uma avaliação mais ampla realizada pela Brand Finance todos os anos há mais de 25, em que encontra um valor financeiro para cada marca.

O ranking estabelecido para 2022 atribui à Ping Na o valor de 42,9 mil milhões de dólares, quase o dobro da alemã Allianz que é a segunda mais valiosa. No top 10 em valor seguem a China Life, a francesa AXA, a CPIC chinesa, a Geico – marca da norte americana Berkshire Hathaway-, a AIA de Hong Kong, a Progressive, a LIC da Índia e a Canada Life.

No que respeita a presença em Portugal, o top 100 das marcas mais valiosas inclui a Chubb como 11ª, MetLife (12ª), Generali (16ª), Zurich (19ª), SwissRe (24ª), MunichRe (25ª), Mapfre (40ª), AIG (42ª), Aegon (77ª) , Ageas (92ª) e a Hiscox (representada em Portugal pela Innovarisk) como 98ª marca mais valiosa.

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Caso GES: Ivo Rosa deixa de ser o juiz de instrução responsável pelo processo

Processo que envolve Salgado fica entregue a um juiz auxiliar com quatro anos de experiência. Ivo Rosa fica apenas com o Octopharma nas mãos. Mas instrução do BES não volta à estaca zero.

O Conselho Superior da Magistratura (CSM) acaba de tirar o processo do caso Universo BES/GES das mãos de Ivo Rosa e passará para as mãos de Pedro dos Santos Correia, juiz auxiliar com apenas quatro anos de experiência e que recentemente foi colocado no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, em substituição do recém juiz presidente da comarca de Lisboa.

Segundo a decisão, a que o ECO teve acesso, “ Tendo saído o Sr. Juiz Ivo Rosa do Juízo 2, o processo BES/GES, continua no respetivo juízo e será tramitado pelo Sr. Juiz aí colocado a exercer funções”.

Porém, segundo sabe o ECO, todos os actos instrutórios até agora feitos por Ivo Rosa, serão aproveitados e a instrução mantém-se no mesmo caminho. A saída de Ivo Rosa deve-se assim ao movimento de juízes, embora Ivo Rosa não possa ainda ser colocado na Relação, já que tem um processo disciplinar contra si pendente.

Assumindo que a “transferência de um Juiz para outro juízo por via do movimento não viola o princípio do juiz natural. O processo permanece no mesmo juízo para onde foi feita a distribuição, efetuada aleatoriamente”. Ou seja: o CSM sublinha que não foi feita uma nova distribuição/sorteio, porque o que mudou não foi o juiz mas o juízo.

Ivo Rosa ficará afeto ao Tribunal Central de Instrução Criminal, dando continuidade à instrução do processo Octopharma cujo debate instrutório já começou e cuja próxima sessão está marcada para dia 3 de outubro.

Em que consiste o processo disciplinar de Ivo Rosa?

O Conselho Superior da Magistratura, em março, abriu um processo disciplinar contra o juiz do Ticão, Ivo Rosa, por alegadamente ter violado o Estatuto dos Magistrados Judiciais (EMJ), com factos que poderão configurar “infração do dever de obediência à Constituição e à lei” e “interferência ilegítima na atividade jurisdicional de outro magistrado”, notificando então o juiz de instrução quando este estava de baixa médica.

Em causa está um acórdão da Relação de Lisboa que revogou e criticou decisões tomadas por Ivo Rosa que interferiam e anulavam decisões de outros magistrados, designadamente Carlos Alexandre, outro dos juízes do Ticão. O mesmo CSM que, a 1 de junho, estabeleceu o prazo de oito meses para concluir a instrução.

Qual a dimensão do processo BES?

O processo BES/GES conta com 30 arguidos (23 pessoas e sete empresas), num total de 361 crimes. Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro. Segundo o Ministério Público (MP), cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

A figura central desta investigação é Ricardo Salgado, ex-líder do Banco Espírito Santo (BES), acusado de 65 crimes: associação criminosa (um), burla qualificada (29), corrupção ativa (12), branqueamento de capitais (sete), falsificação de documento (nove), infidelidade (cinco) e manipulação de mercado (dois).

É composto por 767 volumes, entre autos principais, arrestos, incidentes de oposição e apensos bancários e 171 volumes de autos principais, processados até à data da distribuição em 687.398 folhas. Mais todos os apensos bancários, de buscas e diversos (mais de duas centenas) e equipamentos informáticos apreendidos. A acusação conta com 3.552 folhas, assinadas por sete procuradores.

 

 

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Apple recebe multa e é proibida de vender iPhone sem carregador no Brasil

  • Lusa
  • 6 Setembro 2022

A decisão implica a revogação da licença de venda para todos os modelos do iPhone 12 e 13 que não tenham o carregador incluído.

O Governo brasileiro proibiu a Apple de continuar a vender o iPhone sem carregador a partir de terça-feira e multou a empresa norte-americana em 12,2 milhões de reais (cerca de 2,3 milhões de euros) por danos aos consumidores.

A decisão, adotada pelo Departamento de Defesa e Defesa do Consumidor, implica a revogação da licença de venda para todos os modelos do iPhone 12 e 13 que não tenham o carregador incluído.

A multa aplicada à Apple será agravada diariamente caso a ordem não seja cumprida, segundo o texto publicado pelo órgão de defesa do consumidor no Diário Oficial da União do país. Para justificar sua decisão, o órgão considerou que a Apple violou os direitos dos consumidores aointerna vender o produto incompleto, considerando que o carregador é essencial para o bom funcionamento do aparelho.

O Departamento de Defesa do Consumidor brasileiro disse ainda que “não há demonstração efetiva de proteção ambiental” com a não inclusão do carregador, argumento utilizado pela empresa norte-americana. A entidade destacou que a Apple é uma “infratora reincidente” já que não cessou suas práticas de venda de celulares sem carregador, apesar de ter recebido diversas multas dos órgãos regionais brasileiros de defesa do consumidor.

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