Desigualdade entre homens e mulheres é maior nas grandes empresas

Paridade de género nas empresas tem tido uma evolução "quase nula há vários anos". Desde 2017, a percentagem de mulheres em cargos de gestão e liderança aumentou apenas um ponto percentual.

Apenas 30% dos cargos de gestão nas empresas são desempenhados por mulheres, mas em cargos de liderança são apenas 27%, apesar de as mulheres corresponderem a 42% dos empregados nas empresas e a 59% da população ativa com ensino superior. É nas grandes empresas que disparidade de género é mais acentuada: embora representem cerca de metade da força de trabalho, apenas 20% ocupa cargos de gestão e 11% de liderança, aponta o estudo “Presença feminina nas empresas em Portugal”, da Informa D&B, divulgado esta quinta-feira.

A paridade de género a nível empresarial tem tido uma evolução “quase nula há vários anos”, aponta o estudo da Informa D&B. Desde 2017, a percentagem de mulheres em cargos de gestão e liderança aumentou apenas um ponto percentual, de 26% para 27%. Apesar de nas cotadas e empresas do setor público empresarial, a imposição de quotas na administração, ter gerado uma evolução positiva no combate à desigualdade.

Seguros e banca os setores mais desiguais

O setor de seguros e banca estão entre os setores com maior disparidade de género tanto na gestão como na liderança. As mulheres representam mais de metade dos trabalhadores, mas apenas 17% dos cargos de gestão no setor segurador e 1% na liderança. E na banca há 22% de mulheres na gestão e 13% na liderança.

Serviços gerais, Alojamento e restauração, Retalho, Serviços empresariais e Atividades imobiliárias são os setores que apresentam valores mais elevados na participação feminina em cargos de gestão e liderança, ainda assim sempre bastante abaixo da paridade, com percentagens a rondar um terço das posições de gestão e liderança.

É nas atividades relacionadas com a saúde, bem-estar, moda e educação que se encontram as empresas em que a presença de mulheres nos cargos de gestão e liderança rondam os 50%, atividades em que as mulheres representam bem mais de metade dos trabalhadores.

Grandes empresas mais desiguais

As grandes empresas registam um fraco desempenho no que toca à liderança feminina, aponta o estudo da Informa D&B. Embora as mulheres representem cerca de metade dos trabalhadores (47%), apenas 20% ocupam cargos de gestão e 11% cargos de liderança.

Entre as PME e as micro empresas há uma maior paridade de género. Com as mulheres a representarem 40% dos trabalhadores nas micro empresas, mas a ocupar mais de um terço dos cargos de gestão (33%) e 26% na liderança; enquanto nas PME, onde 39% dos trabalhadores são mulheres, 26% ocupam cargos de gestão e 20% lideram.

Nas cotadas e empresas do setor público empresarial, contudo, regista-se uma evolução positiva. Muito à conta da introdução de quotas de paridade. “Nas empresas cotadas, a percentagem de mulheres com assento nos conselhos de administração era no final de 2024 de 35%, o que representa uma evolução significativa face aos 10% que se registavam em 2014”, realça o estudo.

Nas empresas cotadas, 82% das equipas de gestão são mistas, percentagem que aumenta no caso da administração pública (83%) e no setor público empresarial (86%).

Maior exigência nos parâmetros ESG poderá ajudar a mitigar a disparidade de género. “É de esperar que a obrigação de reporte do desempenho não financeiro tenha consequências na presença feminina em cargos de maior responsabilidade nas grandes empresas; a paridade de género é um dos critérios de análise das práticas ESG das empresas, critérios que terão um peso crescente na sua avaliação, podendo, deste modo, constituir mais um estímulo para acelerar esta evolução no sentido da paridade”, argumenta Teresa Cardoso de Menezes, diretora-geral da Informa D&B, citada em comunidade.

Liderança feminina mais inclusiva

Na generalidade das empresas onde existem equipas de gestão (empresas com pelo menos dois gestores), mais de um terço (39%) são exclusivamente masculinas, 6% exclusivamente femininas e 55% mistas.

O estudo da Informa D&B indica ainda que as empresas com liderança feminina (27%) são mais inclusivas do que as restantes, dando preferência a equipas mistas de gestão.

No caso das empresas lideradas por mulheres, 78% das equipas de gestão são mistas e apenas 22% são exclusivamente femininas. Enquanto nas lideradas por homens, mais de metade (52%) têm uma equipa de gestão exclusivamente composta por homens, com apenas 48% a apresentar uma equipa de gestão mista.

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Morreu José António Saraiva, ex-diretor do Expresso e fundador do Sol

  • + M
  • 6 Março 2025

José António Saraiva tinha 77 anos. Morreu esta quinta-feira, vítima de doença prolongada.

(José António Saraiva, foto Miguel Silva / Sol)

José António Saraiva, fundador do jornal Sol e durante 22 anos diretor do Expresso, morreu esta quinta-feira, dia 6 de março. Atualmente cronista do Sol, José António Saraiva tinha 77 anos e foi vítima de doença prolongada.

Jornalista e escritor, José António Saraiva nasceu em 1947, em Lisboa, e formou-se em Arquitetura. Começou por escrever no Comércio do Funchal, escreveu de seguida no Diário de Notícias e ingressou no Expresso em 1983, título que dirigiu durante 22 anos, até fundar o Sol, que na altura se posicionou como um concorrente direto do título da Impresa.

A biografia de José António Saraiva foi escrita pelo próprio no dia 28 de fevereiro, na última crónica publicada no Sol. “Não é uma despedida”, tem como título o artigo.

“Nunca me senti jornalista. No jornal as pessoas mais velhas tratavam-me por ‘Zé António’ e as mais novas por ‘arquiteto’ ou ‘diretor’. Como arquiteto senti-me um deus. Ver um sítio e imaginar para ali uma construção, desenhá-la, acompanhar a edificação, ver um edifício onde antes não havia nada e saber que vai ali ficar por umas dezenas de anos. Um jornal compra-se e deita-se no caixote do lixo no dia seguinte. Um jornalista é um funcionário que pode influenciar pessoas, mas não deixa uma marca, um marco no lugar”, puxa para abertura o jornal que fundou.

Marcelo Rebelo de Sousa já lamentou a morte do “arquiteto”. “Para além da atividade como arquiteto, José António Saraiva dedicou-se à História, sobretudo a História política contemporânea, e teve um papel muito importante durante certo período da vida do Expresso, como analista político, como cronista histórico e como diretor de publicações. É impossível contar o período das décadas de 80 e 90 sem mencionar o seu contributo, herdeiro de uma linhagem familiar também muito rica, em que avultam seu Pai António José Saraiva e seu Tio José Hermano Saraiva. O Presidente da República, apresenta, com tristeza, aos seus próximos, os seus sentimentos”.

(atualizado às 16h20)

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O que dizem os media lá fora sobre a crise política em Portugal?

  • Joana Abrantes Gomes
  • 6 Março 2025

Um Governo “sem aliados” que aproxima o país das “terceiras eleições legislativas antecipadas em três anos”. De Espanha ao Reino Unido, veja o que dizem no estrangeiro sobre a “grave crise política”.

A crise política que arrisca levar Portugal às terceiras eleições legislativas antecipadas desde 2022 já está a ser notícia além-fronteiras. Desde os espanhóis El País e ABC às agências Reuters e Bloomberg, a principal figura do Governo, o primeiro-ministro Luís Montenegro, é vista como “sem aliados” para enfrentar uma moção de confiança, depois de ter visto chumbadas duas moções de censura nas últimas semanas.

El País: “Portugal caminha para as terceiras eleições antecipadas em três anos”

Em Espanha, o El País destaca como, “a cada dia que passa, Portugal dá passos em direção a novas eleições”. Embora o primeiro-ministro português tenha conseguido evitar a segunda moção de censura em duas semanas – a primeira apresentada pelo Chega e a segunda pelo PCP –, a moção de confiança que anunciou na quarta-feira (e entretanto já aprovada em Conselho de Ministros) tem a “derrota garantida”, escreve o diário espanhol.

ABC: “Governo português salva-se de moção de censura no seio de grave crise política”

Ainda no país vizinho, o jornal madrileno ABC refere a moção de censura chumbada na quarta-feira, mas que, mesmo assim, o Governo de Luís Montenegro, de maioria relativa, “pode estar a chegar ao fim”, depois de o primeiro-ministro ter anunciado uma moção de confiança que o PS, o maior partido da oposição, já disse que irá votar contra, o que levará ao chumbo da proposta e à queda do Executivo.

Reuters: “Primeiro-ministro português convoca voto de confiança que provavelmente perderá”

A Reuters dá destaque, por seu lado, à polémica que conduziu à atual crise política em Portugal, nomeadamente a empresa familiar de Luís Montenegro, cujo contrato com o grupo Solverde a oposição diz ter beneficiado o primeiro-ministro português. Segundo a agência britânica, o líder do Governo “arrisca a sua própria demissão” ao avançar com a moção de confiança.

Bloomberg: “Portugal poderá realizar eleições em maio, já que o primeiro-ministro não tem aliados”

A Bloomberg realça a ideia de o país ir a eleições se o Governo perder a moção de confiança que propôs no Parlamento, e que deve ser votada na próxima semana. A agência norte-americana escreve, além disso, que o Executivo de centro-direita do Luís Montenegro “não tem atualmente apoio suficiente para ganhar o voto de confiança” dos deputados e, na iminência das “terceiras eleições antecipadas em menos de quatro anos”, decisões como a privatização da TAP e o investimento na Alta Velocidade podem ser atrasadas.

La Libre: “Primeiro-ministro vai pedir a confiança do Parlamento”

Na Bélgica, o La Libre destaca as palavras de Luís Montenegro após propor a moção de confiança ao seu Executivo. “As eleições antecipadas não são desejáveis, mas podem ser um mal necessário”, escreve o diário de língua francesa, citando o primeiro-ministro português.

Brussels Times: “O primeiro-ministro português vai pedir um voto de confiança face a agitação política”

Ainda na Bélgica, o Brussels Times fala do “provável colapso do Governo minoritário” da Aliança Democrática, após os socialistas terem anunciado a intenção de votar contra a moção de confiança. O diário de Bruxelas aponta como Luís Montenegro “tem estado sob escrutínio há algum tempo devido a alegações de conflitos de interesse”.

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Proteção Civil alerta para possíveis inundações nos próximos dias

  • Lusa
  • 6 Março 2025

O IPMA prevê chuva, por vezes forte, granizo e trovoadas, vento, "com rajadas até 85 quilómetros/hora no litoral e até 100 km/h nas terras altas" na sexta e sábado.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) alertou esta quinta-feira a população para a possibilidade de inundações e acidentes devido à previsão para os próximos dias de um agravamento do estado do tempo em Portugal continental.

Em comunicado, a ANEPC precisa que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê chuva, por vezes forte, granizo e trovoadas, vento, “com rajadas até 85 quilómetros/hora no litoral e até 100 km/h nas terras altas”, agitação marítima forte na costa acidental, com ondas até cinco metros, e queda de neve nos pontos mais altos da Serra da Estrela na sexta-feira, que pode estender-se a zonas mais baixas a partir de sábado.

O mau tempo pode causar inundações em zonas urbanas, cheias, também devido ao transbordo de rios e ribeiras e derrocadas, assim como acidentes rodoviários, em resultado do piso escorregadio, de lençóis de água, da acumulação de gelo e/ou neve ou da existência de objetos arrastados para as vias de circulação, e “desconforto térmico na população devido ao aumento da intensidade do vento”, adverte.

A ANEPC recorda que é possível minimizar aqueles efeitos, recomendando que sejam desobstruídos os sistemas de escoamento da água, que se fixem bem as estruturas soltas e se tenha especial cuidado na circulação, especialmente junto à orla costeira e zonas ribeirinhas, bem como nas zonas afetadas pela neve.

A Proteção Civil pede ainda à população que esteja atenta às informações da meteorologia e às indicações da ANEPC e das forças policiais.

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Número de carregamentos de carros na rede Mobi.E sobem 45% em fevereiro

  • Lusa
  • 6 Março 2025

O número de carregamentos de veículos elétricos na rede Mobi.E em fevereiro aumentou para 580.000, uma subida de 45%.

O número de carregamentos de veículos elétricos na rede Mobi.E em fevereiro aumentou para 580.000, uma subida de 45% face ao mesmo período do ano passado, anunciou a gestora da rede de mobilidade elétrica.

O consumo de energia também aumentou cerca de 59% face a fevereiro de 2024 para 12.600.000 kWh (quilowatt-hora). Em média, foram efetuados 20.708 carregamentos por dia, um aumento face a janeiro, quando a média tinha sido de 19.564 carregamentos, e nos primeiros dois meses do ano já foram ultrapassados os 1,1 milhões de carregamentos, uma subida de 46% em comparação com o mesmo período de 2024.

De acordo com a empresa, no final de fevereiro, a rede pública disponibilizava 5.976 postos, o que corresponde a 11.083 pontos de carregamento, dos quais 2.270 de carregamento rápido ou ultrarrápido, representando 38% do total da rede.

Em média, existem hoje 90 tomadas por cada 100 quilómetros de estrada e 122 tomadas por 100 mil habitantes.

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Circulação interrompida no metro de Lisboa entre Reboleira e Colégio Militar

  • Lusa
  • 6 Março 2025

Uma avaria na sinalização deixou sem metro as estações entre a Reboleira e o Colégio Militar desde o final da manhã. Metro de Lisboa admite interrupção "prolongada".

A circulação na Linha Azul do Metropolitano de Lisboa está interrompida desde o final da manhã desta quinta-feira entre as estações da Reboleira e Colégio Militar devido a uma avaria na sinalização, indicou fonte da empresa. A mesma fonte disse à Lusa que o metro está a circular apenas no troço Colégio Militar e Santa Apolónia desde cerca das 11:40.

Pelas 14:20, a fonte referiu ainda não ser possível prever a duração da interrupção, admitindo, no entanto, que “poderá ser prolongada”.

Numa nota publicada na página da Internet, o Metropolitano de Lisboa refere estar “a desenvolver todos os esforços para retomar a circulação o mais breve possível”, agradecendo a compreensão dos utentes.

O Metropolitano de Lisboa opera diariamente com quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião). Normalmente, o metro funciona entre as 06:30 e as 01:00.

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Processo de Christine Ourmières-Widener contra TAP avança para julgamento no Tribunal Cível

  • Lusa
  • 6 Março 2025

O processo de Christine Ourmières-Widener contra a TAP, avançado em setembro de 2023, vai avançar para julgamento no Tribunal Cível de Lisboa.

O processo de Christine Ourmières-Widener contra a TAP, avançado em setembro de 2023, vai avançar para julgamento no Tribunal Cível de Lisboa.

De acordo com o despacho emitido esta semana, a que a Lusa teve acesso, o pedido da defesa da companhia aérea que alegava “incompetência absoluta” do tribunal Judicial da Comarca de Lisboa para julgar o caso foi considerado “improcedente”.

Sendo os tribunais judiciais os tribunais comuns, […] é este o competente, em razão da matéria, para preparação e julgamento da ação. Face ao exposto, julga-se improcedente a exceção dilatória de incompetência absoluta do Tribunal”, invocada pela TAP, lê-se no documento.

A defesa da transportadora aérea alegava que o pedido de indemnização de 5,9 milhões de euros foi feito no tribunal errado, defendendo que deveria ter sido entregue no Tribunal Administrativo, e não no juízo central cível de Lisboa.

Quase um ano e meio depois de ter dado entrada no tribunal, o processo interposto pela antiga presidente executiva (CEO) deu, assim, novos passos.

Em causa está a contestação à decisão de despedimento por justa causa anunciada em 06 de março de 2023 pelo Governo de António Costa, e considerada “ilegal” por Christine Ourmières-Widener.

O despacho dá ainda 10 dias para a defesa da gestora fundamentar o argumento de ter contribuído para a superação dos objetivos financeiros da TAP.

Uma vez que não indica, como será curial para que se estabeleçam essas conclusões, quais os objetivos e resultados esperados e obtidos e quais os lucros gerados e que não eram também esperado”, o Tribunal convida a gestora a detalhar essa informação.

A ação judicial de Christine Ourmières-Winder contesta a exoneração por justa causa anunciada pelo antigo ministro das Finanças, Fernando Medina e João Galamba, ex-ministro das Infraestruturas, em 6 de março de 2023. Na base da decisão, como explicaram na altura os governantes, esteve o parecer da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) sobre a polémica indemnização de 500 mil euros de Alexandra Reis.

O relatório considerou o pagamento a Alexandra Reis “ilegal” e apontou Christine Ourmières-Widener e Manuel Beja, antigo presidente do Conselho de Administração da TAP também demitido por justa causa, como os responsáveis por terem assinado o acordo para a saída de Alexandra Reis em fevereiro de 2022, que violou o estatuto de Gestor Público. Uma conclusão refutada várias vezes pela gestora, incluindo quando foi ouvida na Comissão de Inquérito à Gestão da TAP, defendendo ter-se tratado de uma “decisão política”.

No que diz respeito ao valor da indemnização pedida pela gestora, que segundo a imprensa francesa terá sido demitida em janeiro da liderança da Air Caraïbes e da French Bee, os cálculos envolvem os valores que considera ter direito até ao final do contrato (em 2025), e prémios de desempenho após ter levado a TAP a alcançar lucros em 2022, o que já não acontecia há cinco anos e antecipou em quase três anos as metas estabelecidas no plano de reestruturação acordado com Bruxelas.

Além disso, inclui uma parcela por ter sido destituída sem o cumprimento do pré-aviso de 180 dias e por danos reputacionais.

Já as contas da TAP, conhecidas na argumentação da defesa em janeiro de 2024, apontam para a soma total de 432 mil euros.

No contraditório, a defesa da companhia aérea liderada por Luís Rodrigues defende que a antiga presidente executiva acumulou cargos em outras empresas, o que violaria as regras de Gestor Público.

E acusa a gestora de permitir uma situação de conflito de interesse com a empresa que contratou o marido, e tentou prestar serviços à companhia aérea, causando “graves riscos reputacionais” à transportadora.

Como foi revelado durante a Comissão de Inquérito, Floyd Murray Widener, tentou vender à TAP os serviços da empresa israelita para a qual trabalhava, a Zamna Technologies.

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Miguel Albuquerque ‘dispensa’ Montenegro da campanha eleitoral na Madeira

  • Lusa
  • 6 Março 2025

Presidente do Governo regional diz que não precisa de Montenegro na campanha das eleições na Madeira e afirma que "só os partidos fracos é que precisam de bengalas".

O presidente do Governo Regional e líder do PSD/Madeira afirmou esta que não precisa do primeiro-ministro, Luís Montenegro, na campanha eleitoral para as eleições regionais de 23 de março, apontando que “só os partidos fracos é que precisam de bengalas”.

Não, não preciso de contar, porque só os partidos fracos é que precisam de bengalas. Nós não precisamos porque o PSD da Madeira sempre teve autonomia”, declarou Miguel Albuquerque, questionado pelos jornalistas se vai contar com o também líder do PSD na campanha eleitoral, que tem início no domingo.

Não, não preciso de contar, porque só os partidos fracos é que precisam de bengalas. Nós não precisamos porque o PSD da Madeira sempre teve autonomia.

Miguel Albuquerque

Presidente do Governo Regional e líder do PSD/Madeira

Falando à margem do encerramento do Programa Operacional Madeira 14-20, no Funchal, Miguel Albuquerque disse que se o primeiro-ministro quisesse marcar presença seria bem-vindo, realçando, no entanto, que “neste momento não é necessário”.

Questionado, por outro lado, se a situação política a nível nacional, com possíveis eleições antecipadas, prejudicará o sufrágio na região, o chefe do executivo madeirense considerou que não, argumentando que “as pessoas dissociam completamente aquilo que se passa na Madeira daquilo que se passa a nível nacional”.

Miguel Albuquerque reiterou que é favorável à apresentação de uma moção de confiança por parte do primeiro-ministro, justificando que, caso contrário, será perpetuado “um pântano político”.

“Iam tentar, de uma forma ou de outra, grelhar o primeiro-ministro em fogo lento. Portanto, vamos devolver, acho eu, a palavra aos eleitores, os eleitores vão emitir um juízo de valor sobre aquilo que está em jogo, que é se querem um governo estável para Portugal ou se querem continuar nesta brincadeira de levantar suspeições sobre toda a gente“, afirmou.

O presidente do executivo madeirense defendeu que a agenda política para o país tem de ser centrada “em duas questões fundamentais: a necessidade de Portugal, inserido na União Europeia, ter uma posição sobre o futuro da Europa” e, por outro lado, “a necessidade de o país acompanhar um crescimento económico que é fundamental e uma estabilidade que é essencial para o futuro”.

“Se há duvidas sobre a possibilidade, ou não, deste primeiro-ministro continuar a governar, nós entendemos que sim, é melhor devolver a voz ao povo”, reforçou.

O Presidente da República admitiu na quarta-feira eleições antecipadas em maio, no final de um dia em que o primeiro-ministro anunciou uma moção de confiança que tem chumbo prometido dos dois maiores partidos da oposição, PS e Chega, e que deverá ditar a queda do Governo na próxima semana.

O voto de confiança foi anunciado por Luís Montenegro no arranque do debate da moção de censura do PCP, que foi rejeitada com a abstenção do PS na Assembleia da República, e em que voltou a garantir que “não foi avençado”, nem violou dever de exclusividade com a empresa que tinha com a família, a Spinumviva.

Se a moção for rejeitada no parlamento, Marcelo convocará de imediato os partidos ao Palácio de Belém “se possível para o dia seguinte” e o Conselho de Estado “para dois dias depois”, admitindo eleições a 11 ou 18 de maio.

Sobre se participará no Conselho de Estado, Albuquerque indicou que depende da sua agenda eleitoral.

A Madeira realiza eleições legislativas regionais antecipadas em 23 de março, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega ao Governo Regional minoritário do PSD, liderado por Miguel Albuquerque.

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Netflix prevê aumentar 11% o investimento em conteúdos, para 16.700 milhões de euros

  • Lusa
  • 6 Março 2025

O investimento de 16.700 milhões de euros em conteúdos em 2025 representa um aumento de 11% face ao ano anterior mas a Netflix está a analisar "onde está a maior oportunidade de crescer e investir".

A Netflix prevê gastar 16.700 milhões de euros em conteúdos em 2025, um aumento de 11% face ao ano anterior, mas que “não está nem perto do teto”, disse o diretor financeiro da plataforma, Spencer Neumann.

Trata-se de um aumento de cerca de 11% em relação aos gastos com conteúdos em 2024, acrescentou, enquanto falava na Conferência de Tecnologia, Media e Telecomunicações da Morgan Stanley, em São Francisco, Califórnia (EUA).

A Netflix adicionou 19 milhões de subscritores no último trimestre de 2024 e fechou o ano com um total de 301 milhões de membros em todo o mundo, mas Neumann observou que a plataforma continua a ser “pequena” em todas as medidas-chave, dizendo que capturou apenas 6% do seu mercado potencial.

O executivo afirmou ainda que a empresa tem “oportunidades de crescimento” em todos os géneros, incluindo o desporto, e que parte da estratégia consiste em identificar “onde está a maior oportunidade de crescer e investir“.

Neumann disse que três das suas séries originais de maior sucesso vão regressar com novos conteúdos ao ecrã, nomeadamente a “Wednesday”, “Stranger Things” e “Squid Game”, pelo que o investimento com conteúdos licenciados também está a crescer.

A plataforma começou a apostar em conteúdos em direto, como os combates de wrestling da WWE ou a transmissão em direto dos prémios Hollywood Screen Actors Guild Awards (SAG Awards).

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Marcelo quer “incerteza política reduzida ao mínimo” com eleições em dois meses

O chefe de Estado garantiu que este período de "incerteza não ultrapassará os dois meses".

Depois de o Governo ter aprovado a moção de confiança que irá entregar à Assembleia da República esta quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que “é fundamental” garantir “que a incerteza política é reduzida ao mínimo”, pelo que “não ultrapassará os dois meses”.

“Neste período veremos se é mais curto, se é mais longo, mas não será mais longo do que dois meses, independentemente do mundo e de uma Europa que sabemos que está à procura da paz, mas que estão a demorar. Isso dá uma incerteza política”, antecipou o Presidente da República, em Cabanas do Viriato.

O chefe de Estado afirma ainda que “é fundamental garantirmos, naquilo que depende de nós, que essa incerteza é reduzida ao mínimo e que, economicamente e socialmente, as pessoas, com o mundo agitado, consigam enfrentar [a situação atual] com tranquilidade, que é muito próprio de Portugal”.

A queda do Governo estará iminente, já que o PS anunciou que irá votar contra a moção de confiança, o que inevitavelmente levará à queda do Executivo. Na quarta-feira, o Presidente da República apontou a realização de eleições legislativas antecipadas a 11 ou 18 de maio.

Apesar da crise política se ter intensificado esta semana, Luís Montenegro defendeu esta quinta-feira, a partir de Bruxelas, que o Governo está em plenitude de funções e não se considera “limitado” na sua ação. O primeiro-ministro está a participar numa reunião do Conselho Europeu onde está a ser discutida a política de defesa da União Europeia.

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Banco Montepio assessora emissão de ‘green bonds’ para nova iluminação em Vila do Conde

Emissão obrigacionista do consórcio liderado pelas empresas de eficiência energética I-Sete e Amener teve o valor de 4,15 milhões de euros. Projeto envolve luzes com tecnologia LED.

O Banco Montepio assessorou o consórcio liderado pelas empresas portuguesas de eficiência energética I-Sete e Amener na estruturação de uma emissão de obrigações verdes (green bonds) no valor de 4,15 milhões de euros. A emissão obrigacionista “Vila do Conde Smartlight 2025 – 2032”, por oferta particular e direta, visa financiar os novos sistemas de iluminação pública do município de Vila do Conde.

A instituição financeira liderada por Pedro Leitão operou como coordenador global da emissão e como investidor, tendo responsabilidade pela organização, montagem e subscrição da operação financeira. Segundo o CEO, o banco considera as parcerias estratégicas “essenciais” para acelerar a inovação e construir uma sociedade que priorize o ambiente e o bem-estar das gerações vindouras.

“Na era da transição energética, o Banco Montepio reafirma o seu compromisso em ser um catalisador de mudanças sustentáveis. Através da nossa participação na emissão de obrigações verdes, estamos não apenas a apoiar o desenvolvimento de tecnologias limpas, mas também a contribuir para um futuro mais sustentável e responsável”, refere o presidente da comissão executiva do Banco Montepio, em comunicado de imprensa.

A emissão de green bonds – que se rege pelos princípios da Associação Internacional de Mercado de Capitais (International Capital Market Association) – serve para um projeto que irá substituir totalmente as luminárias convencionais (os tradicionais candeeiros de rua) por luminárias de tecnologia LED no concelho da Área Metropolitana do Porto.

“Apresentam uma menor pegada carbónica e benefícios ambientais acrescidos e na implementação de um sistema de monitorização (telegestão) em 15% das luminárias, permite uma redução do consumo de energia e a uma redução de emissões de gases com efeitos de estufa”, sintetiza o Banco Montepio sobre o projeto de de eficiência energética

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TELLES integra o projeto Powering Energy Hubs

O Powering Energy Hubs (PEH) tem como objetivo acelerar os investimentos em eficiência energética e produção de energia renovável em edifícios e infraestruturas públicos e privados.

A TELLES junta-se à RdA Climate Solutions e à Associação das Agências de Energia e Ambiente (RNAE), sob a coordenação da Agência de Energia do Porto (AdE Porto), para desenvolver um novo projeto europeu – o Powering Energy Hubs (PEH).

O PEH tem como objetivo acelerar os investimentos em eficiência energética e produção de energia renovável em edifícios e infraestruturas públicos e privados. Com a meta de alavancar 26,3 milhões de euros em investimentos e alcançar uma poupança de 58,5 GWh/ano de energia primária, o PEH pretende ainda aumentar a literacia energética, mitigar a pobreza energética e contribuir para uma transição justa, democrática e solidária, fomentando a descarbonização da matriz energética.

Este projeto baseia-se nas ferramentas e conhecimentos alcançados no Porto Energy ElevatoR (PEER), o qual contou, também, com a participação da TELLES. O PEH vem replicar o modelo, alargando o seu âmbito de atuação. A equipa de Energia & Recursos Naturais da TELLES, coordenada pela sócia Ivone Rocha, é a responsável pela assessoria legal na implementação do projeto.

“A TELLES orgulha-se de fazer parte de projetos que refletem o seu compromisso contínuo com a sustentabilidade, inovação e responsabilidade social. Acreditamos que iniciativas como esta são fundamentais para avançar em direção a um futuro mais verde e sustentável”, segundo comunicado do escritório.

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